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Apoptose É uma das formas de morte programada (autodestruição celular), ocorre durante o desenvolvimento normal e envelhecimento e como um mecanismo homeostático para manter populações de células nos tecidos; além disso, pode servir para extinguir células danificadas ou infectadas. Existem mecanismos de inibição deste processo são ativos e altamente regulados. Alguns exemplos são: individualização dos dedos na formação dos membros, metamorfose de girinos (desaparecimento de caldas), SI adaptativo (eliminação de linfócitos T e B falhos) e etc. Fases da apoptose 1. Célula compacta-se 2. Membrana forma invaginações (citoesqueleto colapsa) 3. Cromatina condensa 4. DNA se fragmenta 5. Superfície se divide em vesículas membranosas (corpo apoptóticos) que são fagocitados (expressão de marcadores de superfície celular - fosfatidilserina) Morte celular Maquinaria responsável pelo suicídio programado - Casacata proteolítica das Caspases As principais agentes da apoptose são uma família de proteínas, chamadas de caspases, que apresentam como características a cisteína em seu sítio ativo e o ácido aspártico como alvo de clivagem. Existem 12 tipos de caspases, sendo divididas em: ● Iniciadoras: caspases 8, 9 e 10 ● Efetoras ou executoras: caspases 3, 6 e 7 As caspases são produzidas como precursores inativos, chamado de procaspases e após receberem certos sinais, induzem a apoptose, por meio de uma cascata de reações proteolíticas que amplificam o sinal (caspases iniciadoras) e induzem tal acontecimento (caspases efetoras). Assim, as caspases iniciadoras iniciam o processo apoptótico; antes da apoptose, elas existem como monômeros solúveis inativos, que, em um sinal apoptótico, formam dímeros que clivam seus parceiros no domínio de protease, estabilizando o complexo e deixando-o ativo, as quais ativam as caspases executoras (clivagem), que, por sua vez, clivam diversos eventos de clivagem de proteínas que matam a célula. Algumas dessas proteínas alvo são: lâmina nuclear (degradação), ativação de uma endonuclease (fragmentar o DNA), componentes do citoesqueleto e etc. O sinal que desencadeia a apoptose pode vir de duas maneiras: a via intrínseca e a via extrínseca. Células apoptóticas são bioquimicamente reconhecíveis As caspases executoras ativam as endonucleases (enzimas que degradam o DNA), as quais clivam o DNA cromossomal em fragmentos. Por meio da eletroforese em gel é possível perceber essa clivagem. A fosfatidilserina se desloca para a face externa da membrana (flip-flop) quando a célula recebe estímulos para a apoptose, servindo de marcador para a fagocitose e bloqueado a inflamação (inibe a produção de citocinas). É possível observar essa fosfatidilserina por meio de exames. Via extrínseca ou receptor da morte Receptores da superfície celular (receptores de morte - FasL/FasR e TNA-alfa/TNFR1) ativam a via extrínseca da apoptose, que ocorre com o estímulo de radiação, drogas e marcadores inflamatórios. Para ocorrer esse processo, o linfócito T citotóxico, com seu ligante de Fas, liga-se ao receptor de morte na membrana da célula (que apresenta domínios extracelular e intracelular), a qual liga-se a proteínas adaptadoras intracelulares (FADD), que, por sua vez, ligam-se a caspases iniciadoras, formando um Complexo de Sinalização Indutor de Morte (DISC); nessa DISC, as caspases iniciadoras se clivam (ativação) e continuam o processo de apoptose. Via intrínseca A Apoptose também pode ser iniciada pela célula, por motivos como dano do DNA ou em resposta a sinais de desenvolvimento, radiação, toxinas, hipóxia, hipertermia, infecções virais, radicais livre, ausência de fatores de crescimento, hormônios e citocinas. Esses fatores podem causar alterações na membrana mitocondrial interna pela mudança do potencial interno dessas membranas, o qual causa a liberação do citocromo C; então, a proteína Apaf 1 forma um complexo com o citocromo C, mudando sua conformação e liberando um sítio ativo (Domínio CARD) que faz o recrutamento de caspases, além de formar um agrupamento com outros complexos, gerando o apoptossomo; por conseguinte as procaspases 9 se ligam aos apoptossomos, tornando-se ativadas e induzindo a ativação de procaspases executoras. Regulação da apoptose A via intrínseca da apoptose é regulada pelas proteínas da família Bcl 2, que evita o suicídio celular desnecessário. Essa família pode tanto evitar a apoptose (proteínas antiapoptóticas) como induzir a apoptose (proteínas pró-apoptóticas). Então essa família impedem a apoptose inibindo as Bcl 2 pró-apoptóticas tanto na membrana interna como no citosol. As principais proteínas pró-apoptóticas são as proteínas Bax e Bak, presentes na membrana da mitocôndria, que, quando estimuladas por estímulos apoptóticos, formam canais de membrana, liberando o citocromo c. Apoptose - Via da Perforina/Granzima Outra forma de induzir a apoptose são pelos linfócitos T citotóxicos, que ao perceberem uma célula cancerígena ou infectada por vírus, formam um canal na célula com a proteína perforina, que facilita a entrada de granzimas A e B, as quais estão ligadas ao desencadeamento proteolítico para a ativação das caspases iniciadoras (potencialização do sinal) e, posteriormente, caspases efetoras. Apoptose excessiva ou insuficientes O câncer pode ser causado pela inibição da apoptose; doenças autoimunes pode ocorrer alterações nos receptores de morte; defeitos na indução de apoptose. O excesso pode causar doenças degenerativas, como alzheimer, parkinson e etc. Regulação da Expressão Gênica em Eucariotos Expressão gênica A regulação pode ocorrer na transcrição, no processamento ou na tradução: ● Transcrição: é regulada pela transmissão de sinais ambientais, pela multicelularidade e pela presença de fatores de transcrição ● Recomposição alternativa de RNA: splicing alternativo, formando diferentes isoformas proteicas com o mesmo gene ● Tradução: mRNA de longa duração ou de curta duração, estabilidade do material a ser traduzido e etc. Organização da cromatina De acordo com a condensação da cromatina, ocorre uma regulação da expressão gênica, pois os genes presentes na eucromatinas (descondensadas - apresenta mais genes) estão mais suscetíveis a transcrição que os genes da heterocromatina (mais condensado). Essa condensação ou descondensação são feitas por acetilação/desacetilação da cromatina, bem como por metilação/desmetilação de nucleotídeos, processo chamado de remodelagem da cromatina, feito por complexos multiproteicos para facilitar ou dificultar a ação da RNA pol. II. As principais enzimas que participam do processo de descondensação da cromatina são: ● Histona acetiltransferase (HAT): faz a acetilação de histonas, afrouxando a associação das histonas com o DNA (aumento da expressão), ● Quinases: fosforilam aa específicos da histona ● Acentassomo: recruta HAT e expõe a região promotora Já para a condensação, utiliza-se: ● Histona desacetilases (desateliação) ● Histona metiltransferase (metilação) Metilação do DNA Trata-se de um processo normal do DNA, que é uma modificação química dos nucleotídeos importante para aregulação gênica. Próximo às regiões promotoras apresentam-se as Ilhas de CpG, que podem ou não sofrer metilações, as quais podem ser desencadeadas por fatores epigenéticos ou por cascatas enzimáticas. Quando ocorre a metilação dessas ilhas, ocorre a inativação do gene dessa região, apresentando grande importância no desenvolvimento embrionário e entre outros. Regulação transcricional Elemento regulatórios de ação CIS Antes do gene dos eucariotos, apresenta-se uma Região Promotora Secundária (“controla” o promotor) e os Acentuadores (bem longe do gene - regula a expressão do gene). Os genes podem ser divididos em constitutivos (estão sendo transcritos a todo momento) e em induzíveis (são transcritos em apenas certos momentos). O promotor principal é a região de ligação do RNApol II, presente em todos os genes codificantes e apresenta o TATA box. Já o secundário tem a região de ligação das proteínas que ajudam na ligação da RNApol II, que difere entre os genes e tem o CCAAT box. Ademais, os Acentuadores (ou Estimuladores ou Elementos de Resposta ou Enhancers), que são regiões que atuam a distâncias grandes do promotor (até vários milhares de pb do(s) gene(s) regulado(s)), influenciam na expressão gênica independente do sentido (sentido 3’ ou 5’). Esses acentuadores podem ser ativadores ou silenciadores: ● Ativadores: promovem a transcrição (dando início a mudanças na estrutura da cromatina), tornando o DNA mais acessível; promove a ligação de reguladores adicionais; recruta a RNA pol para o promotor e libera a RNA pol para iniciar a transcrição ● Silenciadores: diminuem a taxa de transcrição; regiões do DNA são reconhecidas por proteínas repressoras (inibição de ativadores) Elementos regulatórios de ação TRANS São os fatores de transcrição, que são divididos em dois grupos: ● Fatores de Transcrição basais ou gerais: necessário para a transcrição de todos os genes e necessários paras que a RNA pol se ligue ao DNA ● Fatores de Transcrição Especiais ou Específicos: induzíveis por calor, hormônio, estresse oxidativo; se ligam nas sequência dos Acentuadores Esses fatores de transcrição apresentam 2 domínios: um de ligação ao DNA e outro de ativação da transcrição, em alguns específicos, apresentam um terceiro domínio de ligação com o esteróide. Interferência por RNAi Os RNA de interferência é um RNA pequeno, que, ao se encontrar com mRNA no citoplasma, cliva esse mRNA, impedindo assim, a tradução do gene desse mRNA. Os tipos de RNAi são o siRNA (que cliva mRNA virais) e miRNA (microRNA - participa na regulação de proteínas intracelulares). Os miRNA estão ligados à fenótipos biológicos, proteínas, processos fisiológicos, níveis de expressão gênica e etc. Por exemplo, a disfunção de miRNAs podem causar células cancerígenas, pois a falta deles pode fazer produção de proteínas tumorais, ou então a sua superprodução pode inibir proteínas anti-tumorais. Indução da transcrição por fatores ambientais e biológicos Temperatura Com o aumento da temperatura, ocorre o aumento da síntese de proteínas para controlar meio interno, como as Hsp (Heat Shock Protein) - expressas em condições de estresse (calor, inflamação, hipóxia, proteossoma e etc). Esse aumento da transcrição é possível, pois há fatores de transcrição de choque térmico (HSTF), sensíveis ao calor, que se ligam aos Elementos de Resposta do gene das Hsp, induzindo a transcrição. O Hsp 1, com altas temperaturas, é importante para a expressão de vários outros genes que podem auxiliar a células nesse momento de estresse. A baixa [HSsp] pode causar doenças neurodegenerativas; já a alta [Hsp] pode criar células cancerígenas. Vitaminas As vitaminas podem influenciar a expressão de genes. Por exemplo, os retinóides atravessam a membrana plasmática e interagem com proteínas citoplasmáticas ou receptores nucleares, os quais atuam, por sua vez, como fatores de transcrição. Esses fatores, atuam em Elemento de Resposta de certos genes (como as RAREs - elementos de resposta ao ácido retinóico), facilitando a transcrição dos genes. Hormônios esteróides Esse hormônios (derivados do colesterol - estrogênio, progesterona, testosterona, glicocorticóides e etc), atravessa a membrana celular facilmente e, quando dentro da célula, interagem com proteínas citoplasmáticas/nucleares, denominadas receptores hormonais, as quais atuam como fatores de transcrição. Assim, os genes apresentam HRE (elementos de resposta hormonal), que quando se ligam a esse fatores de transcrição, induzem transcrição do gene. Hormônios peptídicos Os hormônios com cadeias lineares de aa (insulina, somatotropina, prolactina e etc) são grandes e apresentam dificuldade de atravessar a membrana. Logo, proteínas ligadas à membrana, ligam-se ao hormônio e induzem um sinal intracelular, o qual influencia na expressão do gene pela ativação dos HRE (Elementos de Resposta Hormonal). Radicais Livres em excesso Em um processo normal, há um equilíbrio entre a produção de radicais livres e a captura desses radicais; todavia, em situações de estresse há a produção de muitos radicais livres (desequilíbrio). Sendo assim, nesses casos, é importante a transcrição de enzimas que neutralizam tais agentes oxidantes. Essa transcrição de enzimas é feita pela ativação de certos genes antioxidantes, os quais são ativos por fatores de transcrição que percebem o aumento de radicais e ativam-os.
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