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Trypanosoma Cruzi / Doença de Chagas

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Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
 
Etiologia 
 
Taxonomia 
 
Domínio Eukaryota 
Filo Euglenozoa 
Ordem Kinetoplastida 
Família Trypanosomatidae 
Gênero Trypanosoma 
Subgênero Schizotrifenol 
Espécie Trypanosoma Cruzi 
 
Aspectos Morfológicos 
 
Grupo 1 
Nesse grupo estão incluídos os 
protistas de animais silvestres, 
notadamente encontrados na Região 
Amazônica, responsáveis por causar 
infecções eventuais e assintomáticas no 
homem. 
Grupo 2 
♦ Representa o grupo com maior 
importância médica, em que estão os 
flagelados que causam os tipos graves 
e sintomáticos da doença. 
♦ São encontrados nas áreas 
endêmicas. 
 
 
♦ Triatoma infestans é o principal 
vetor. 
Grupo 3 
Engloba os protozoários relacionados 
com a infecção de animais silvestres e 
que raramente causam infecção 
humana. 
 
Formas Evolutivas 
 
 
 
Tripomastigota 
 
Forma alongada (podendo se 
apresentar como formas finas e largas), 
com cinetoplasto com formato 
arredondado localizado na região 
posterior ao núcleo, flagelo emergindo 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
da bolsa flagelar que se localiza 
lateralmente, na região posterior do 
parasito. O flagelo emerge e se adere ao 
longo do corpo do parasito, tornando-
se livre na região anterior. 
 
 
 
Amastigota 
 
Forma arredondada, com cinetoplasto 
em forma de barra ou basta na região 
anterior ao núcleo, flagelo curto que 
emerge da bolsa flagelar. 
 
 
 
 
Epimastigota 
 
Forma alongada, com cinetoplasto em 
forma de barra ou bastão localizado 
anteriormente ao núcleo. O flagelo 
emerge da bolsa flagelar com abertura 
lateral, e percorre aderido à parte do 
corpo do parasita, tornando-se livre na 
região anterior. 
 
 
 
Ciclo Biológico 
do Trypanosoma Cruzi 
 
Introdução 
 
Epimastigotas 
Na região posterior do intestino médio 
existem as formas epimastigotas do 
parasita, as quais são capazes de se 
multiplicar e incapazes de invadir as 
células do hospedeiro. 
Tripomastigota metacíclicos 
A replicação das formas epimastigotas 
ocorre por divisão binária, e quando 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
estas alcançam o intestino posterior do 
inseto sofrem metamorfose, 
transformando-se na forma infectante 
(tripomastigota metacíclicos). 
 
Ação 
 
Primeiro 
O inseto suga quantidade suficiente de 
sangue do homem. Dessa forma, esse 
fluido biológico, ao adentrar o tubo 
digestivo do vetor, produzirá um “sinal” 
para que ocorra a defecação. 
Segundo 
A picada do artrópode e a presença de 
fezes se tornam um estimulo para o ato 
de coçar no local da ferida, o que 
promove a entrada das formas 
infectantes de Trypanosoma Cruzi no 
organismo do hospedeiro. 
Terceiro 
Em seguida, as fezes contendo 
tripomastigota metacíclicos, entram em 
contato com mucosas ou soluções de 
continuidade da pele, fazendo com que 
o parasito alcance a corrente sanguínea 
do hospedeiro vertebrado de maneira 
ativa. 
Quarto 
Inicia-se o processo infectivo. 
Quinto 
Durante a invasão celular, o parasito 
desloca-se pela matriz extracelular 
para aderir à superfície da célula 
hospedeira. 
Sexto 
Após atravessar a membrana basal, o 
protozoário interage com a membrana 
plasmática da célula hospedeira. Dessa 
maneira, inicia-se eventos de adesão, 
sinalização, diferenciação e 
multiplicação do agente etiológico. 
 
 
 
Mecanismos Autoimunes 
 
Reações cruzadas com estruturas próprias 
♦ Aparecimento de autoanticorpos e de 
células autorreativas. 
♦ Anticorpos com especificidade para 
constituintes do hospedeiro, como, por 
exemplo, “complexo” endotélio-vaso-
interstício (EVI), coração, laminina, 
músculo esquelético, nervos periféricos, 
proteínas ribossômicas, receptores beta-
adrenérgicos, receptores muscarínicos, 
retículo sarcoplasmático, sarcolema e 
tubulina. 
Resposta imune celular 
♦ Linfócitos TCD4+, têm participação 
no auxílio (ou controle) das respostas 
efetoras, dependentes ou não de 
anticorpos, a partir da produção de 
citocinas que atuam sobre as células B, 
macrófagos e os próprios linfócitos T. 
O Trypanosoma Cruzi interage ativamente 
com a laminina, colágeno tipo IV, 
proteoglicanas, fibronectinas e componentes 
da membrana basal que atuam como ligantes 
envolvidos no parasitismo celular. 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
♦ Linfócitos TCD8+, reconhecem os 
antígenos do protista. 
 
Doença de Chagas 
 
Epidemiologia 
 
Onde está presente? 
A doença ocorre desde o sul dos EUA 
até o norte da Argentina. 
Qual a fase prevalente no Brasil? 
A maioria dos infectados estão na fase 
crônica da doença. 
Quais são os estados com maior prevalência 
no Brasil? 
Bahia, Goiás, Minas Gerais, 
Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do 
Sul. Também é encontrada na 
Amazônia Legal. 
Casos onde a enfermidade não é endêmica 
É reflexo dos fluxos de viajantes e dos 
movimentos de migração. 
Qual o principal meio de transmissão? 
Repasto sanguíneo dos barbeiros, 
ocorrendo a liberação de fezes 
contaminadas na região da picada, 
facilitando a penetração do protista. 
Quais as principais fontes de contaminação 
por alimentos? 
 Açaí, bacaba, jaçi (coquinho), caldo de 
cana e palmito de babaçu. 
 
 
 
Doença de Chagas Aguda 
 
Quando se inicia? 
Logo após a entrada do parasito no 
hospedeiro por infecção primária ou por 
reativação do processo infeccioso 
durante a fase crônica da doença. 
Período de incubação 
♦ Transmissão por insetos vetores: 4 
a 15 dias. 
♦ Transmissão por via oral: 3 a 22 
dias. 
♦ Transmissão por hemotransfusão: 
30 a 40 dias ou +. 
♦ Transmissão por acidentes de 
laboratório: até 20 dias após a 
exposição. 
Tripomastigotas sanguíneos 
Nessa fase, circulam nos vasos 
sanguíneos, se distribuem pelo 
organismo e proliferam nas células do 
hospedeiro vertebrado. 
Amastigotas 
Alojam-se, nesta fase, em vários órgãos 
e provocam destruição celular 
associada a processos 
imunoinflamatórios. 
Sintomatologia 
 ♦ Parasitemia muito elevada. 
 ♦ Sinais de hipoxemia. 
♦ Chagomas (inchaço cutâneo no local 
da picada e da contaminação com 
fezes). 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
♦ Sinal de Romaña (edema bipalpebral 
unilateral, de consistência elástica e 
indolor). 
 
 
 
 ♦ Linfadenomegalia satélite. 
 ♦ Febre prolongada (superior a 39ºC). 
 ♦ Anorexia. 
 ♦ Astenia. 
 ♦ Cefaleia. 
 ♦ Edema de face ou membros. 
 ♦ Mialgia. 
 ♦ Ascite. 
 ♦ Hepatoesplenomegalia. 
♦ Rash cutâneo. 
 
Doença de Chagas Crônica 
 
Introdução 
É a grande responsável pela 
morbimortalidade relacionada à doença 
de Chagas, pois o hospedeiro pode 
permanecer assintomático durante anos. 
Forma indeterminada 
♦ Os pacientes se encontram 
assintomáticos ou oligossintomáticos, 
com sorologia positiva, mas exames 
radiográficos de coração, esôfago e 
cólon e ECG convencional sem 
anormalidades. 
♦ A maioria dos indivíduos infectados 
apresentam essa forma de doença entre 
a 1ª e a 3ª década da fase crônica. 
♦ Cerca de 1/3 desenvolvem a forma 
cardíaca em 5 a 30 anos de evolução. 
Forma cardíaca 
♦ É a cardiopatia chagásica crônica 
(CCC). 
♦ Pode ser assintomática. 
♦ Pode se manifestar com distúrbios de 
condução do coração (arritmias, 
extrassístole ventricular ou atrial, 
bloqueios ou hemibloqueios de ramos, 
bloqueio atrioventricular e fibrilação 
atrial), fenômenos tromboembólicos por 
má função cardíaca (cursando com 
acidente vascular encefálico ou dor 
anginosa por isquemia secundária a 
danos da microcirculação cardíaca) e 
com sinais e sintomas de insuficiência 
cardíaca congestiva, tanto por danos às 
células miocárdicas quanto às vias de 
condução. 
♦ É comum o aparecimento de 
aneurisma apical, especialmente no 
ventrículo esquerdo. 
♦ Evento de morte súbita também pode 
ser a 1ª manifestação da CCC. 
Forma digestiva 
♦ Ocorre devido às lesões nos plexos 
intramurais e mioentéricos, causando 
alteração morfofuncional do esôfago ou 
cólon. 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA♦ É comum a formação de “megas” 
(dilatações permanentes das vísceras 
ocas). 
♦ Costumam ocorrer regurgitação, 
epigastralgia, tosse, odinofagia, 
hipertrofia das glândulas parótidas, 
salivação, aspiração broncopulmonar 
(principalmente durante o sono), soluço, 
emagrecimento, e pneumonia por 
broncoaspiração. 
 
Resumo das Fases 
 
 
 
Achados Patológicos 
 
Envolvimento cardíaco/CCC 
♦ Miocardite crônica progressiva, com 
imensa distensão da massa muscular 
miocárdica. 
♦ Leva o coração a adquirir um aspecto 
globoide, que se expressa 
microscopicamente com fibrose, 
alterações granulomatosas e dos 
cardiomiócitos (acúmulo de grânulos 
lipofuscina, degeneração hialina, 
desestruturação das miofibrilas, edema 
intracelular e vacuolização). 
♦ Paulatina fibrose é o achado básico, 
sendo caracterizado pela deposição 
sequencial de fibronectina, colágeno e 
laminina no interstício; o que acaba 
promovendo uma distensão da matriz 
extracelular. 
Distúrbios digestivos/”megas” 
♦ Alterações principalmente no esôfago 
e no cólon. 
♦ Caracterizam-se por desnervação 
parassimpática intramural, com focos 
de fibrose, diminuição do número de 
neurônios e infiltrado linfoplasmocitário 
e histiocitário. 
Lesões do sistema nervoso central 
Alterações circunscritas na substância 
cinzenta, com prováveis sequelas de 
meningoencefalite aguda, e complicações 
cerebrovasculares. 
Lesões hepáticas 
Esteatose grave, fibrose hepática e 
necrose central. 
Lesões biliares 
Atrofia, colelitíase ou megavesícula. 
Lesões pancreáticas 
Pancreatite aguda hemorrágica. 
Lesões esplênicas 
Infartos esplênicos. 
Lesões pulmonares 
Broncopneumonia, bronquiectasia, 
enfisema, pleuris, tromboembolismo e 
infartos. 
Lesões renais 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
Angioesclerose, infartos, glomerulopatia 
crônica e necrose tubular aguda. 
 
Diagnóstico pelo Método Sorológico 
 
Relevância 
→ É extremamente relevante para o 
diagnóstico da fase crônica, tendo em 
vista que a parasitemia é baixa ou 
inexistente. 
→ É utilizado na fase aguda apenas 
como complementar. 
Métodos 
Hemaglutinação indireta (HAI), 
imunofluorescência indireta (IFI) e 
imunoenzimático (ELISA). 
Hemaglutinação indireta 
 Em que se baseia a reação de HAI? 
Baseia-se na aglutinação de 
hemácias sensibilizadas com 
antígeno Trypanosoma Cruzi, em 
presença de soro contendo 
anticorpos contra esse parasita. 
 
 
Representação esquemática de uma reação de hemaglutinação indireta 
(HAI). 
Amostra reagente 
Hemácias distribuídas de 
maneira homogênea, em forma de 
tapete ou manto ocupando área 
maior do que 50% do fundo da 
placa. 
Amostra não reagente 
Hemácia acumulada em formas 
de botão no fundo do poço. 
Amostra indeterminada 
Qualquer padrão diferente dos 
anteriores. 
 
 Reatividade das Amostras 
Imunofluorescência indireta 
 Em que se baseia a reação de IFI? 
Baseia-se na interação do 
próprio Trypanosoma Cruzi 
(formas epimastigotas) com os 
anticorpos contra esse parasita 
presente no soro. 
 
Representação esquemática da reação de IFI positiva 
Amostra Reagente 
Presença de fluorescência 
uniforme em toda a membrana 
dos tripanossomas. 
 Amostra não reagente 
 
Beatriz Tianeze de Castro | SOI III | P3 - MEDICINA 
Ausência total de fluorescência 
nos tripanossomas que se 
apresentam, geralmente, com 
coloração vermelho tijolo. 
 Amostra indeterminada 
Qualquer padrão diferente dos 
anteriores. Geralmente, os 
tripanossomas apresentam 
fluorescência inespecífica, ou seja, 
em várias partes. 
Imunoenzimático 
Em que se baseia a reação de ELISA? 
Baseia-se na interação antígeno-
anticorpo evidenciada pela ação 
de uma enzima e o substrato 
apropriado, e é revelada por um 
cromógeno (substância que revela 
a ação de uma enzima sobre o 
substrato por meio de mudança 
de cor). 
Qual o tipo de ELISA utilizado no 
diagnóstico da infecção pelo T. Cruzi? 
 É o ELISA indireto. 
 
 
Etapas de Realização do ELISA Indireto

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