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Ação Civil Pública Modelo

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _/UF.
ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº _, com sede no endereço _ e devidamente representada por seu presidente, vem respeitosamente através de seu advogado que esta subscreve, com procuração anexa, perante Vossa Excelência, propor:
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
Com fulcro no art. 129 da Constituição Federal de 1988 e Lei 7.347/85, arts. 1º e 5º, V.
Em face do MUNICÍPIO BETA, pessoa jurídica de direito público, com sede no endereço _, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I. DOS FATOS
A Associação Alfa, já constituída a 3 (três) anos em defesa do patrimônio social e especificamente do direito à saúde de todos, inconformada com a recusa do Posto de Saúde Gama e este gerido pelo Município Beta, em realizar exames laboratoriais conforme as necessidades dos Idosos munícipes. As autoridades competentes argumentaram a falta de profissionais capacitados para tanto, além da falta de medicamentos para todos que procurassem o serviço. 
Diante disso e do elevado número de idosos correndo risco de morte no Município, a Associação Alfa peticionou ao Secretário Municipal da Saúde a fim de que fossem tomadas providencias imediatas para o bom funcionamento do serviço público de saúde. 
Em resposta, o Secretário Municipal da Saúde reconheceu a precariedade do serviço, além de fizer que os munícipes precisariam ter paciência e esperar o repasse dos recursos públicos federais, já que não houve a integralização esperada da receita como previsto no orçamento municipal. Reiterou a negativa dos atendimentos em razão de seus argumentos. Apesar disso, as obras no bairro onde se situa o Posto de Saúde Gama continuou, com a finalidade de lazer e sendo utilizados os recursos públicos municipais.
II. DA LEGITIMIDADE
Como vislumbra a Lei 7.347/85 em seu art. 5º, inciso V, alínea “a” e “b”, é legitimado a propor a presente ação, associações que tenham sido constituídas há pelo menos um ano, além de defender o patrimônio social, a saúde de todos, o que demonstra a total genuinidade do autor. Em contrapartida, é legitimado passivo o Município Beta por ser o responsável pelo Posto de Saúde Gama.
III. DO CABIMENTO 
Sabe-se que a presente ação pode ser proposta nos moldes do art. 1º da Lei 7.347/85 visando reprimir ou prevenir danos causados ao meio ambiente, além de outros interesses difusos que abranjam a coletividade. No caso em questão há a defesa do direito à saúde, sendo os interessados principalmente os munícipes Idosos, mas beneficiando a todos que procuram pelo serviço público da saúde no Município Beta.
IV. DOS FUNDAMENTOS 
Visto que o direito à saúde é constitucionalmente garantido no art. 6º da Constituição Federal de 1988 como um direito social, que se relaciona diretamente com o princípio da dignidade humana, consoante com o art. 1º, inciso III, da Lei Maior, é dever do Munícipio garantir e disponibilizar aos seus cidadãos o mínimo que se espera em qualquer seja sua gestão, sua receita, e seus recursos, garantindo a saúde e assistência pública conforme assegura o art. 23, II da Constituição Federal de 1988.
Além do mais, deve-se priorizar tal direito social para que não haja grave desrespeito a norma constitucional, visto art. 23, I, da Constituição Federal. Neste sentido, não há razão para a continuidade de obra relacionada ao lazer no entorno no Posto de Saúde Gama, afrontando os que necessitam dos serviços hoje ausentes, beirando a morte pela simples falta de gestão municipal, carecendo do mínimo de cuidado dos que ali representam o povo.
Vale dizer ainda que, se não há saúde e o risco de morte é iminente, além dos direitos supracitados há a afronta quanto ao direito à vida de todos os cidadãos brasileiros, incluindo os munícipes em questão, com fulcro no art. 5º da Constituição Federal. 
Acentua a gravidade do caso em questão, a elevada idade dos que mais necessitam dos atendimentos negados pelo Posto de Saúde Gama e Secretário Municipal da Saúde do Município Beta, sendo fundamental a assistência à saúde a fim de preserva-los fisicamente e mentalmente, conforme assegura o Estatuto do Idoso – Lei 10.741/03 em seus arts. 2º e 3º.
V. DO PEDIDO LIMINAR
Diante de todo o exposto, é evidente que o periculum in mora - perigo da demora em garantir a assistência aos munícipes, prestando-lhes o devido atendimento pode resultar em danos irreparáveis, principalmente aos idosos que ali residem e se socorrem, adiando tal necessidade podendo resultar inclusive na morte de inúmeros cidadãos. 
Além do mais, todo o fundamento demonstra a plausibilidade do direito de todos quanto à saúde, à vida, e a assistência que deve ser prestada pelo poder público, trazendo à tona os requisitos do fumus boni iuris.
VI. DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) Seja designada data para a realização de audiência de conciliação ou mediação, nos moldes do art. 319 do Código de Processo Civil;
b) Seja deferido o pedido liminar a fim de que o Município Beta preste os devidos serviços públicos inerentes a pessoa e a dignidade da pessoa humana através do Posto de Saúde Gama;
c) A procedência da presente ação civil pública, impondo definitivamente ao Município Beta que prestem a assistência necessária aos munícipes.
Dá-se à causa o valor de R$_, conforme art. 291 do Código e Processo Civil.
Nestes termos.
Pede e espera deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB/UF nº_.

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