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APS PROCESSO PENAL

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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS – FMU 
 
 
GIOVANI VITOR RAPOSEIRO DOS SANTOS // RA:8905378 
IGOR ROBERTO DE OLIVEIRA CONCEIÇÃO // RA: 6431143 
KALEBE ALVES DA SILVA // RA:5609220 
MARIA DE FÁTIMA PIRES CORDEIRO // RA 5453529 
 
PROCESSO PENAL - RITO COMUM 
APS: PRINCÍPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROFESSORA JANAINA THAIS DANIEL VARALLI 
SÃO PAULO 
2020
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL (GIOVANI) ....................................................................................... 2 
1.1. TRF-5 - HC: 2090 CE 2005.05.00.002388-7 ............................................................................. 2 
1.2. STF - RHC: 154680 PE 0106960-61.2018.1.00.0000 ................................................................ 2 
1.3. STJ - AgRg no RHC: 119112 RJ 2019/0305213-3 ..................................................................... 3 
2. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DO ESTADO DE INOCÊNCIA (IGOR) ...................... 4 
2.1. TJ-MT - HC 1003640-21.2017.8.11.0000 - ............................................................................... 4 
2.2. TRF-1 - AMS. 0019556-95.2006.4.01.3400............................................................................. 4 
3. DIREITO AO SILÊNCIO (KALEBE) ....................................................................................................... 6 
3.1. STJ - HC 326956 SP 2015/0139228-6 ...................................................................................... 6 
3.2. STJ - AgRg no RHC 100332 / PR ............................................................................................... 6 
4. PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DE PROVAS ILÍCITAS (FÁTIMA) ................................................ 8 
4.1. STF - RE 251.445- GO ............................................................................................................... 8 
4.2. STJ - REsp: 1701504 SC 2017/0252704-2 ................................................................................ 9 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 10 
 
 
 
2 
 
1. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL (GIOVANI) 
Conforme Norberto Avena, define-se: 
“O princípio da verdade real, também conhecido princípio da verdade material 
ou da verdade substancial (terminologia empregada no art. 566 do CPP), 
como, no processo penal, devem ser realizadas as diligências necessárias e 
adotadas todas as providências cabíveis para tentar descobrir como os fatos 
realmente se passaram, de forma que o jus puniendi seja exercido com 
efetividade em relação àquele que praticou ou concorreu para a infração penal. 
Não se ignora, diante das regras legais e constitucionais que informam o 
processo penal brasileiro, que a verdade absoluta sobre o fato e suas 
circunstâncias dificilmente será alcançada. Muitos referem, inclusive, ser ela 
inatingível. Assim, a afirmação de que a verdade real é a meta do processo 
criminal significa dizer que o juiz deve impulsioná-lo com o objetivo de 
aproximar-se ao máximo da verdade plena, apurando os fatos até onde for 
possível elucidá-los, para que, ao final, possa proferir sentença que se sustente 
em elementos concretos, e não em ficções ou presunções. Esse, a propósito, o 
motivo que inspirou a edição de vários dispositivos constitucionais e legais, 
como por exemplo, as regras do art. 5.º, LXIII, da CF e do art. 186 do CPP, 
determinando que o silêncio do réu não importa em confissão.[...] Outro ponto 
importante a analisar em torno da verdade real é o de que sua procura não pode 
implicar violação de direitos e garantias estabelecidos na legislação. Trata-se 
de uma busca sujeita a limites, mesmo porque não seria razoável que o Estado, 
para alcançar a Justiça, pudesse sobrepor-se à Constituição e às leis.” 
(AVENA, 2020. ADAPTADO) 
 
 
1.1. TRF-5 - HC: 2090 CE 2005.05.00.002388-7 
“PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. PRODUÇÃO DA 
PROVA TESTEMUNHAL. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL. 1. A 
produção da prova testemunhal deve ser norteada pela necessidade de 
elucidação da verdade real, princípio magno do direito processual penal; 
portanto, é descabida a alegação de preclusão do direito do representante do 
órgão ministerial de arrolar testemunhas, por cuja oitiva, aliás, poder-se-ia 
protestar até na fase do Art. 499 do CPP; 2. Demais disso, a audiência cuja 
realização se procurava obstar, através do presente writ, já foi realizada; 3. 
Habeas corpus conhecido. Ordem denegada.” 
(TRF-5 - HC: 2090 CE 2005.05.00.002388-7, Relator: Desembargador 
Federal Paulo Roberto de Oliveira Lima, Data de Julgamento: 15/02/2005, 
Segunda Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário da Justiça - Data: 
18/03/2005 - Página: 738 - Nº: 53 - Ano: 2005) 
 
1.2. STF - RHC: 154680 PE 0106960-61.2018.1.00.0000 
“PROVA – JUIZ – ATUAÇÃO. Considerados os princípios da busca da 
verdade real e do livre convencimento, admite-se a iniciativa probatória, de 
maneira subsidiária, por parte do órgão julgador – artigo 209 do Código de 
Processo Penal.” 
(STF - RHC: 154680 PE 0106960-61.2018.1.00.0000, Relator: MARCO 
AURÉLIO, Data de Julgamento: 05/10/2020, Primeira Turma, Data de 
Publicação: 14/10/2020) 
3 
 
 
 
1.3. STJ - AgRg no RHC: 119112 RJ 2019/0305213-3 
“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. DENÚNCIA. EXPOSIÇÃO DE PERIGO À VIDA E À 
INTEGRIDADE FÍSICA DE DIVERSAS VÍTIMAS, MEDIANTE 
EXPLOSÃO. INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ NO CURSO DO 
PROCESSO PENAL. ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA. DETERMINAÇÃO, DE 
OFÍCIO, DA REALIZAÇÃO DE EXAME COMPLEMENTAR DE CORPO 
DE DELITO. POSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO ART. 168, CAPUT, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. PRINCÍPIO DA BUSCA DA 
VERDADE REAL. AGRAVO IMPROVIDO. 
1. Consoante a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, "no curso do 
processo penal, admite-se que o juiz, de modo subsidiário, possa - com 
respeito ao contraditório e à garantia de motivação das decisões judiciais - 
determinar a produção de provas que entender pertinentes e razoáveis, a fim 
de dirimir dúvidas sobre pontos relevantes, seja por força do princípio da 
busca da verdade, seja pela adoção do sistema do livre convencimento 
motivado" (RHC n. 59.475/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS 
MOURA, Sexta Turma, julgado em 9/6/2015, DJe de 18/6/2015). 
2. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido 
incompleto, o art. 168 do Código de Processo Penal, expressamente, dispõe 
que se procederá a exame complementar por determinação da autoridade 
judiciária, de ofício. 
3. Na hipótese dos autos, a determinação, no curso do processo penal, embora 
de ofício, da complementação de exame de corpo de delito já anexado aos 
autos, não se confunde com a hipótese na qual o magistrado substitui as partes 
no tocante à produção das provas. 
 4. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas corpus improvido.” 
(STJ - AgRg no RHC: 119112 RJ 2019/0305213-3, Relator: Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 19/05/2020, 
T5- QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 27/05/2020) 
 
4 
 
2. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU DO ESTADO DE INOCÊNCIA (IGOR) 
Segundo Lorena Ocampos e João Carlos de Freitas Junior, sobre a Presunção de 
inocência ou estado de inocência ou da situação jurídica de inocência ou da não culpabilidade: 
“Está expressamente previsto em nossa Constituição Federal: “Art. 5º, LVII - 
ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória.” Também chamado de presunção da não culpabilidade, é um 
dever de tratamento de como se deve tratar a pessoa que está dentro de uma 
persecução penal, que está sendo investigada, e que está sendo processada e 
não possui uma decisão definitiva a respeito daquela situação. Possui duas 
dimensões: a) interna (como o juiz trata, como o MP trata) ao processo, e b) 
externa (como a sociedade trata aquela pessoa, como a mídiatrata aquela 
pessoa).” (OCAMPOS & FREITAS, 2020, P.47) 
 
2.1. TJ-MT - HC 1003640-21.2017.8.11.0000 - 
HABEAS CORPUS – EXECUÇÃO PENAL – PRISÃO PREVENTIVA 
ATACADA QUE JÁ NÃO SUBSISTE – DETERMINADA A 
UNIFICAÇÃO ENTRE PENA DEFINITIVA E PENA PROVISÓRIA – 
AVENTADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA NÃO PRESUNÇÃO DE 
CULPABILIDADE – OFENSA EXISTENTE – PRESUNÇÃO DE 
INOCÊNCIA – TRÂNSITO EM JULGADO COMO CONDIÇÃO PARA 
UNIFICAÇÃO DE PENAS EM PREJUÍZO DO REEDUCANDO – ORDEM 
CONCEDIDA PARCIALMENTE. 
Em que pese a práxis forense admitir a expedição da guia de recolhimento 
antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, a teor da 
Resolução nº 113/2010 do Conselho Nacional de Justiça, tem-se que aludida 
providência vem de ser factível tão só com vistas a possibilitar ao reeducando 
o gozo das benesses a serem concedidas na fase de execução penal, não 
autorizando, portanto, a unificação das sanções definitivas e provisórias, a teor 
do comando expresso no art. 105 da Lei de Execuções Penais, sob pena de 
inexorável vulneração ao princípio da presunção de inocência e, pois, 
ilegítima execução provisória de sanção penal ainda não confirmada em 
segunda instância. (Relator Alberto Ferreira de Souza, Publicação: 06/10/2017 
Julgamento 04/10/2017) 
 
2.2. TRF-1 - AMS. 0019556-95.2006.4.01.3400. 
CONCURSO. INVESTIGAÇÃO SOCIAL. EXCLUSÃO DO 
CANDIDATO. PROCESSO CRIMINAL. EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. AUSÊNCIA 
DE CONDENAÇÃO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA NÃO-
CULPABILIDADE E DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. I - O 
impetrante foi excluído do concurso público por ter apresentado na fase 
de investigação social, certidão onde constava ser réu em processo 
criminal. II - Há comprovação nos autos que a Ação Penal foi julgada 
extinta por força da prescrição retroativa da pretensão punitiva. III - 
Assim, não havendo condenação, o ato que eliminou o impetrante do 
certame constitui prática avessa ao princípio da não-culpabilidade e da 
5 
 
presunção de inocência. Precedentes do STJ. IV - Apelação e remessa 
oficial não providas. 
 
6 
 
3. DIREITO AO SILÊNCIO (KALEBE) 
Segundo Eugênio Pacelli o princípio do direto ao silêncio: 
Atingindo duramente um dos grandes pilares do processo penal antigo, qual seja, o 
dogma da verdade real, o direito ao silêncio, ou a garantia contra a autoincriminação, não só 
permite que o acusado ou aprisionado permaneça em silêncio durante toda a investigação e 
mesmo em juízo, como impede que ele seja compelido – compulsoriamente, portanto – a 
produzir ou a contribuir com a formação da prova contrária ao seu interesse. (PACELLI, 2017, 
p. 35-36). 
 
3.1. STJ - HC 326956 SP 2015/0139228-6 
RECURSO EM HABEAS CORPUS. FALSO TESTEMUNHO. 
PRETENSÃO DE TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
ATIPICIDADE DA CONDUTA. ACUSADO QUE PRESTOU 
DEPOIMENTO EM JUÍZO, DIVERSO DO APRESENTADO NA FASE 
EXTRAJUDICIAL, COM O FIM DE SE EXIMIR DO CRIME DE POSSE 
DE DROGAS PARA USO PESSOAL (ART. 28 DA LEI N. 11.343/2006). 
EXERCÍCIO DO DIREITO AO SILÊNCIO OU NÃO AUTO-
INCRIMINAÇÃO. MANIFESTA ATIPICIDADE DA CONDUTA. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. 
1. Esta Corte pacificou o entendimento, segundo o qual o trancamento de ação 
penal, pela via eleita, é medido excepcional, cabível apenas quando 
demonstrada, de plano, a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade 
ou a manifesta ausência de provas da existência do crime e de indícios de 
autoria. 2. Este Superior Tribunal já decidiu ser atípica a conduta de falso 
testemunho, quando a testemunha, compromissada em juízo, desobriga-
se de dizer a verdade, com o fim de evitar sua acusação pela prática de 
algum crime, tendo em vista os postulados constitucionais do direito ao 
silêncio e da não autoincriminação.3. No caso, a imputação do crime de falso 
testemunho ao paciente, decorre do fato de que ele, ao depor em juízo, fez 
afirmação diversa da prestada na fase extrajudicial, com o fim de ocultar o 
fato de ter ido ao ponto de tráfico para adquirir droga, ou seja, eximir-se do 
crime de posse de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei n. 
11.343/2006). 4. Recurso provido para, reconhecendo a atipicidade da 
conduta de falso testemunho imputada ao paciente, determinar o trancamento 
da ação penal. 
3.2. STJ - AgRg no RHC 100332 / PR 
PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL DA DECISÃO QUE 
NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO ORDINÁRIO EM 
HABEAS CORPUS. DIREITO CONCEDIDO À TESTEMUNHA DE 
PERMANECER EM SILÊNCIO. INEXISTÊNCIA DE 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PRINCÍPIO DA NÃO 
CULPABILIDADE. GARANTIA DA NÃO AUTO-
7 
 
INCRIMINAÇÃO. NEMO TENETUR SE DETEGERE. 
DISPARIDADE DE TRATAMENTO A SITUAÇÕES JURÍDICAS 
IDÊNTICAS. NÃO CONFIGURADA. DECISÕES DAS 
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA E 
ESPECÍFICA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 
I - O direito de não produzir prova contra si foi positivado pela 
Constituição da República no rol petrificado dos direitos e garantias 
individuais (art. 5.º, inciso LXIII), sendo essa a norma que garante 
status constitucional ao princípio do nemo tenetur se detegere (STF, 
HC 80.949/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 
14/12/2001). 
 II - Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, 
"Qualquer pessoa que sofra investigações penais, policiais ou 
parlamentares, ostentando, ou não, a condição formal de indiciado - 
ainda que convocada como testemunha (RTJ 163/626 - RTJ 176/805-
806) -, possui, dentre as várias prerrogativas que lhe são 
constitucionalmente asseguradas, o direito de permanecer em silêncio 
e de não produzir provas contra si própria" (RTJ 141/512, Rel. Min. 
Celso de Mello). Precedentes. 
III - In casu, inexiste qualquer flagrante ilegalidade, uma vez que o 
magistrado processante, de forma motivada, e atento à prerrogativa 
constitucional contra a autoincriminação, franqueou o silêncio da 
testemunha. O contexto delineado pelas instâncias de origem explicita 
que a oitiva em questão tinha como escopo esclarecer eventual relação 
fraudulenta entre a testemunha e a Polícia Federal, o que a levou a ser 
orientada pelo seu advogado a permanecer em silêncio. 
IV - Tem-se despropositada, por meio da presente via, qualquer 
determinação no sentido de compelir a testemunha a agir em sentido 
diametralmente oposto ao orientado por sua defesa técnica, consoante 
bem exarado pela c. Corte de origem, "tampouco buscar-se eficaz uma 
medida que a obrigasse a testemunhar sobre fatos que entende auto 
incriminadores." No mesmo sentido, descabido o pleito de 
determinação ao juízo para realizar as perguntas, uma vez que, 
conforme o contexto fático narrado pelas instâncias ordinárias, o 
procurador da testemunha já a orientou a permanecer silente. Qualquer 
incursão que escape a moldura fática ora apresentada, demandaria 
inegável revolvimento fático-probatório, não condizente com os 
estreitos lindes deste átrio processual, ação constitucional de rito célere 
e de cognição sumária. 
Agravo regimental desprovido. 
 
 
8 
 
4. PRINCÍPIO DA INADMISSIBILIDADE DE PROVAS ILÍCITAS (FÁTIMA) 
Conforme Norberto Avena, define-se: 
“Provas obtidas por meios ilícitos, como tal consideradas aquelas que afrontam 
direta ou indiretamente garantias tuteladas pela Constituição Federal, não 
poderão, em regra, ser utilizadas no processo criminal como fator de convicção 
do juiz. Constituem uma limitação de natureza constitucional (art. 5.º, LVI) ao 
sistema do livre convencimento estabelecido no art. 155 do CPP, segundo o qual 
o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial. O art. 157 do CPP definiu provas ilícitas como as obtidas 
mediante violação a normas constitucionais ou legais. Considerando que, 
historicamente, sempre se conceituou como ilegítimas as provas angariadas 
mediante a violação de normaslegais, reservando-se o adjetivo ilícitas àquelas 
realizadas com afrontamento ao texto constitucional, deve-se reputar que o art. 
157, ao referir-se à “violação a normas constitucionais”, incide em relação às 
provas alcançadas com ofensa direta ao texto da Carta Republicana (v.g., 
interceptação telefônica sem ordem judicial, ofendendo se ao que reza o art. 5.º, 
XII, da CF), sendo que a alusão à “violação a normas legais” compreende a 
hipótese de violação indireta do texto constitucional (v.g., 1.3.5. interrogatório 
judicial sem advogado, com afrontamento direto do art. 185 do CPP e violação 
indireta do art. 5.º, LV, da CF). Tangente, por outro lado, às provas realizadas 
com violação a normas puramente processuais, sem nenhum reflexo 
constitucional (v.g., perícia realizada por apenas um perito nomeado, 
infringindo-se o art. 159, § 1.º, do CPP), reputamos que não são alcançadas pelo 
rigor do art. 157 do CPP, até porque, eventualmente, tal ordem de provas pode 
conduzir à ocorrência de nulidade meramente relativa, cuja característica 
fundamental é a convalidação caso não arguida oportuno tempore.” (AVENA, 
2020) 
 
4.1. STF - RE 251.445- GO 
Prova Ilícita: Inadmissibilidade (Transcrições) 
RE 251.445-GO* RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: 
PROVA ILÍCITA. MATERIAL FOTOGRÁFICO QUE COMPROVARIA A 
5 PRÁTICA DELITUOSA (LEI Nº 8.069/90, ART. 241). FOTOS QUE 
FORAM FURTADAS DO CONSULTÓRIO PROFISSIONAL DO RÉU E 
QUE, ENTREGUES À POLÍCIA PELO AUTOR DO FURTO, FORAM 
UTILIZADAS CONTRA O ACUSADO, PARA INCRIMINÁ-LO. 
INADMISSIBILIDADE (CF, ART. 5º, LVI). - A cláusula constitucional do 
due process of law encontra, no dogma da inadmissibilidade processual das 
provas ilícitas, uma de suas mais expressivas projeções concretizadoras, pois 
o réu tem o direito de não ser denunciado, de não ser processado e de não ser 
condenado com apoio em elementos probatórios obtidos ou produzidos de 
forma incompatível com os limites ético-jurídicos que restringem a atuação 
do Estado em sede de persecução penal. - A prova ilícita - por qualificar-se 
como elemento inidôneo de informação - é repelida pelo ordenamento 
constitucional, apresentando-se destituída de qualquer grau de eficácia 
jurídica. - Qualifica-se como prova ilícita o material fotográfico, que, embora 
alegadamente comprobatório de prática delituosa, foi furtado do interior de 
um cofre existente em consultório odontológico pertencente ao réu, vindo a 
9 
 
ser utilizado pelo Ministério Público, contra o acusado, em sede de persecução 
penal, depois que o próprio autor do furto entregou à Polícia as fotos 
incriminadoras que havia subtraído. No contexto do regime constitucional 
brasileiro, no qual prevalece a inadmissibilidade processual das provas ilícitas, 
impõe-se repelir, por juridicamente ineficazes, quaisquer elementos de 
informação, sempre que a obtenção e/ou a produção dos dados probatórios 
resultarem de transgressão, pelo Poder Público, do ordenamento positivo, 
notadamente naquelas situações em que a ofensa atingir garantias e 
prerrogativas asseguradas pela Carta Política (RTJ 163/682 - RTJ 163/709), 
mesmo que se cuide de hipótese configuradora de ilicitude por derivação (RTJ 
155/508), ou, ainda que não se revele imputável aos agentes estatais o gesto 
de desrespeito ao sistema normativo, vier ele a ser concretizado por ato de 
mero particular. Doutrina. 
 
 
4.2. STJ - REsp: 1701504 SC 2017/0252704-2 
PROCESSUAL PENAL E PENAL. RECURSO ESPECIAL. 
TRÁFICO DE DROGAS. PROVA ILÍCITA. NULIDADE. 
AUSÊNCIA DE AUTORIZAÇÃO JUDICIAL PARA ACESSO DE 
DADOS DE APLICATIVO CELULAR WHATSAPP. 
INADMISSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Ilícita é a devassa 
de dados, bem como das conversas de whatsapp, obtidas diretamente 
pela polícia em celular apreendido no flagrante, sem prévia autorização 
judicial. 2. Recurso especial provido para declarar a nulidade das provas 
obtidas no celular do recorrente sem autorização judicial e, bem assim, 
das provas consequentes, a serem aferidas pelo magistrado na origem, 
devendo o material respectivo ser extraído dos autos, procedendo-se à 
prolação de nova sentença com base nas provas remanescentes, 
estendido seus efeitos aos demais corréus, ficando prejudicadas as 
demais questões arguidas no recurso. 
(STJ - REsp: 1701504 SC 2017/0252704-2, Relator: Ministro NEFI 
CORDEIRO, Data de Julgamento: 27/02/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data 
de Publicação: DJe 20/03/2018) 
 
10 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AVENA, Norberto. Processo Penal. São Paulo: Grupo GEN, 2020. 9788530991708. 
Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca. com.br/#/books/9788530991708/>. Acesso 
em: 22 out. 2020. 
AVENA, Norberto. Processo Penal. / Norberto Avena. – 12. ed., – Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: MÉTODO, 2020. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/ 
books/9788530991708/.> Acesso em: 23 out. 2020. 
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. – 21. Ed. Rev. Atual e ampl. – São Paulo: atlas, 
2017. 
OCAMPOS, Lorena; FREITAS JR, João Carlos. DIREITO PROCESSUAL PENAL. 1ª 
edição. Brasília, Organizado por CP Iuris ISBN 978-85-5805-012-8, 2020. Disponível em: 
<https://www.passeidireto.com/arquivo/81467143/processo-penal-lorena-ocampos-e-joao-
carlos-de-freitas-junior-2020> Acesso em 30 out. 2020.

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