Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mariana Vannier 28/10/2020 1 Trocas gasosas alvéolo-capilares pulmonares Membrana extremamente delgada e com uma área total bem ampla (100 m2), dá uma margem de segurança, mas demora a demonstrar manifestações, não se renova, a difusão dos gases através dela ocorre através da difusão. A velocidade de difusão dos gases depende de 2 fatores: sua capacidade de difusão (constantes citadas na aula anterior) e o gradiente médio de pressão do O2 (estimado em 11 mmHg, ao longo de todo o capilar pulmonar), o que dá uma velocidade de difusão de cerca de 230 a 260 ml/min em condições basais. A capacidade de difusão do O2 é o volume de O2 (ml) que se difunde pela membrana respiratória a cada minuto, a cada diferença de 1 mmHg de pressão. O normal para homem é de 21 ml/min . mmHg, durante o exercício físico aumenta de 3 a 4x, decorre do número de capilares abertos, funcionantes, participativos e da dilatação desse sistema capilar, o que proporciona maior fluxo através dele. Pp O2 = pressão parcial de O2. Na parte superior da figura, temos o processo difusão alvéolo-capilar de oxigênio. Pressão parcial de O2 baixa (40 mmHg), sangue que provém do ventrículo direito (sangue venoso), a artéria pulmonar transporta esse sangue até os capilares pulmonares e ele vai entrar em contato com o alvéolo (que tem pressão parcial de O2 de 13,6% da pressão total do sistema, 13,6% de 760 mmHg, dá 104 mmHg). Na extremidade próximo à artéria pulmonar há um gradiente de pressão de 104-40= 64 mmHg, entre o alvéolo e o capilar. À medida que o sangue flui pelo capilar, há o movimento difusional de O2 dos alvéolos para os capilares, movido por esse gradiente de pressão, até atingir o equilíbrio (104 mmHg). Esse equilíbrio é atingido rapidamente, assim, sobra uma grande parte do capilar, como margem de segurança, para se não for atingido no início. Se o alvéolo está perdendo O2, o equilíbrio não deveria ser atingido em um valor mais baixo que o 104 mmHg? Sim, mas os alvéolos são mantidos ventilados continuamente, o que assegura a manutenção dessa pressão. Mariana Vannier 28/10/2020 2 A partir desse equilíbrio, o gradiente de pressão passa a ser zero. O valor do gradiente de pressão utilizado para o cálculo da velocidade de difusão, é um valor médio de 11 mmHg, ao longo do capilar. O sangue quando deixa o capilar e entra na veia pulmonar, entra com uma pressão parcial de O2 alta, de 104 mmHg (sangue arterial), será transportado para o átrio esquerdo. O pulmão apresenta dois tipos de circulação vascular, a da imagem e a outra, que é a circulação brônquica, ela tem o objetivo de levar sangue arterial ao pulmão, para nutri-lo. A drenagem venosa, com sangue venoso, vai desaguar nas veias pulmonares, durante o percurso das veias pulmonares para o átrio esquerdo. Então, ocorre uma mistura de sangue, de sangue arterial, em grande quantidade, proveniente do pulmão, com sangue venoso, em pequena quantidade, proveniente das veias brônquicas. Essa mistura de sangue, chamada de chante arterio- venoso, provoca discreta redução da pressão parcial de O2 (o CO2 praticamente não influencia), de 104 para 95 mmHg, chega no átrio com essa. A parte inferior da imagem mostra a difusão do O2 aos tecidos. Foi estimado de 1 a 3 mmHg da pressão de O2 para atender o suporte basal das células. A pressão no interstício estima-se como 40 mmHg e 23 mmHg no interior das células. Dois fatores locais podem influenciar a pressão parcial de oxigênio nas células e no interstício: a velocidade que o sangue é transportado do sangue aos tecidos (depende do fluxo sanguíneo tecidual e do teor de hemoglobina) e a velocidade que as células utilizam oxigênio (está diretamente ligada ao metabolismo desse tecido). O do CO2 é similar ao do O2. A pressão parcial de CO2 no alvéolo é de 5,3% da pressão total, o que dá 40 mmHg. O CO2 rapidamente passa do capilar para os alvéolos. O equilíbrio é em 40 mmHg e o gradiente médio de pressão ao longo do capilar é de 0,5 mmHg (valor utilizado no cálculo). A pressão parcial de CO2 no interstício é de 45 mmHg e no interior das células é de 46 mmHg. São dois os fatores que podem alterar a pressão de CO2 nos tecidos e no interstício: a velocidade de produção do gás carbônico pelos tecidos (sofre influência do metabolismo) e a velocidade de remoção do CO2 dos tecidos (tem influência do fluxo sanguíneo). Transporte de gases aos tecidos O O2 se liga ao radical heme da hemoglobina, formando a oxihemoglobina. A forma reduzida da hemoglobina (ferro ferroso) é muito aceptiva ao oxigênio e a forma oxidada (ferro férrico) não. Mariana Vannier 28/10/2020 3 O gráfico mostra a relação da pressão parcial de O2, aumentando a pressão parcial de O2, aumentamos o grau de saturação da hemoglobina. Quanto mais O2 se liga às hemoglobinas, é favorecido o deslocamento do CO2 (mesmo sendo sítios diferentes), mas CO2 fica livre na corrente sanguínea, favorece o deslocamento do sangue capilar para os alvéolos. Isso é chamado de Efeito Haldane. 25% do oxigênio ligado à hemoglobina é cedido aos tecidos, chamamos isso de coeficiente de utilização. Durante a atividade física esse percentual aumenta, pode chegar até a 75%. Com esse O2 cedido, a afinidade por O2 diminui e leva a maior captação de CO2, diminui sua concentração livre, a pressão parcial de CO2 diminui e favorece o seu deslocamento dos tecidos para o sangue, novamente o Efeito Haldane. A esquerda capta mais facilmente o O2, mas libera mais dificilmente a nível tecidual. Acidose desloca para a direita e alcalose desloca para a esquerda. A hipertermia (aumento da temperatura) desloca para a direita e a hipotermia desloca para a esquerda. Variações do bifosfoglicerato (BPG), é um composto fosfatado presente no interior da hemácia, que tende a aumentar em condições de hipóxia e tende a reduzir a afinidade do O2 pela hemoglobina. Aumento de BPG a curva desloca para a direita e redução para a esquerda. A pressão parcial de CO2 aumenta no sangue (acontece nos tecidos), reduz a afinidade do O2 pela hemoglobina, aumentando sua concentração livre no sangue, sua pressão parcial, o que favorece sua difusão do sangue para os tecidos. Já no pulmão a pressão parcial de CO2 no sangue diminui (pois o CO2 é liberado do sangue para os alvéolos), aumenta a afinidade do O2 pela hemoglobina, aumentando a saturação da hemoglobina pelo O2, menor a concentração de O2 livre, menor a pressão parcial, isso favorece a difusão do oxigênio dos alvéolos para o sangue. Isso é chamado de efeito Bohr. A exposição ao monóxido de carbono (gás inodoro), pode ser tóxica e até letal. Ele se liga ao mesmo sítio da hemoglobina que o O2 e tem uma afinidade 200x maior. Menos O2 chega aos tecidos e causa hipóxia tecidual. A anidrase carbônica acelera a hidratação do CO2. A hemoglobina tampona o radical ácido.
Compartilhar