Buscar

Art 20 da LINDB - Comentários

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em 
valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da 
decisão. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida 
imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, 
inclusive em face das possíveis alternativas. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
EXPLICAÇÃO:
 Quando o artigo 20 era ainda uma proposta de lei sob o nº 7448 de 2017 (349/15 no 
Senado Federal), os professores Carlos Ari Sundfeld e Bruno Meyerhof Salama, fizeram o
seguinte comentário a respeito:
O projeto de lei sugere um art. 20 para a LICC. Ele trataria das decisões
judiciais, administrativas e controladoras (dos tribunais de contas, hoje
ativos e interventivos) que se baseiem em “valores jurídicos abstratos”
(que podem ser entendidos como princípios). É fácil entender a
importância de uma norma desse tipo. Como hoje se acredita cada vez
mais que os princípios podem ter força normativa – não só nas omissões
legais, mas em qualquer caso – o mínimo que se pode exigir é que juízes
e controladores (assim como os administradores) pensem como políticos.
Por isso, a proposta é que eles tenham de ponderar sobre “as
consequências práticas da decisão” e considerar as “possíveis
alternativas” (art. 20, caput e parágrafo único).
(Revista de Direito Público da Economia – RDPE | Belo Horizonte, ano 14,
n. 54, p. 213-216, abr./jun. 2016. acesso em 07 de jun. de 2019)
 Mister se faz destacar também parte do comentário de um grupo de renomados
juristas, como Maria Sylvia Zanella di Pietro e outros, sobre o artigo 20 do então Plano de
Lei, em resposta às críticas tecidas pela Consultoria Jurídica do Tribunal de Contas da
União, conforme se segue:
O PL n° 7.448/2017 pretende inserir o artigo 20 na LINDB com a finalidade
de reforçar a ideia de responsabilidade decisória estatal diante da
incidência de normas jurídicas indeterminadas, as quais sabidamente
admitem diversas hipóteses interpretativas e, portanto, mais de uma
solução. A experiência demonstra ser comum a tomada de decisões muito
concretas a partir de valores jurídicos bem abstratos — tais como o
interesse público, o princípio da economicidade, a moralidade
administrativa, etc. O fenômeno é comum às esferas administrativa,
controladora e judicial. Diante desse quadro, o parágrafo único do art. 20
propõe instituir ao tomador de decisão o dever de demonstrar, via
motivação, “a necessidade e a adequação da medida imposta ou da
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
inclusive em face das possíveis alternativas”. 
(Resposta aos comentários tecidos pela Consultoria Jurídica do TCU ao PL
n° 7.448/2017, p. 03. Disponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/parecer-
juristas-rebatem-criticas.pdf> Acesso em 07 de jun. de 2019).
 Desse modo, percebe-se que no artigo em comento e seu paragrafo único, há
exigências para que nas esferas administrativas (administração direta), de controle
(tribunais de contas e afins) e judiciais (Judiciário como um todo), não sejam usados
valores jurídicos abstratos para justificar suas decisões sem considerar os efeitos práticos
da medida, as quais devem ser devidamente motivadas. Ou seja, o legislador até aceita
decisões embasadas em valores abstratos, como “justiça social”, “dignidade da pessoa
humana”, “livre iniciativa”, “moralidade”, “meio ambiente ecologicamente correto”, dentre
outros, desde que adequadamente fundamentadas e analisadas suas “possíveis”
consequências práticas, justificando por que se usou determinado meio para solucionar
um caso e ignorou outras alternativas
Jurisprudência sobre o art. 20 da LINDB:
SERVIDOR PÚBLICO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL. AGENTE PENITENCIÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.
PENALIDADE DE DEMISSÃO (ABSTRATO) CONVERTIDA EM PENA DE SUSPENSÃO
(CONCRETO). PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA CONSUMA NA DICÇÃO DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EM REITERADAS MANIFESTAÇÕES, INCLUSIVE
POR DECISÕES MONOCRÁTICAS RECENTES. O JUIZ NÃO ESTÁ OBRIGADO A
https://www.conjur.com.br/dl/parecer-juristas-rebatem-criticas.pdf
https://www.conjur.com.br/dl/parecer-juristas-rebatem-criticas.pdf
EXAMINAR TODA A ARGUMENTAÇÃO DEDUZIDA PELAS PARTES NO DECORRER
DO DEBATE TRAVADO. NÃO HÁ OMISSÃO, OBSCURIDADE OU OUTRO DEFEITO NO
ACORDÃO. 1. A preliminar de nulidade da sentença por ausência de fundamentação que
foi acolhida no acórdão embargado, na medida em que o magistrado na origem deixou de
analisar o julgamento do Superior Tribunal de Justiça trazido pela parte embargante (fls.
1.328-31@) caracterizando o disposto no art. 489, § 1º, VI, do CPC. Possível o
julgamento imediato por esta Corte, na forma do que dispõe o art. 1.013, § 3º, IV do CPC.
Ausência de qualquer omissão neste ponto, pois os argumentos deduzidos pelas partes
no curso do debate travado são sopesados em conjunto na formação do convencimento.
2. Os precedentes atuais dos Julgamentos realizados no Superior Tribunal de Justiça são
suficientes para demonstrar a solidificação do entendimento de que o prazo...
prescricional é aquele previsto para a penalidade concretizada (suspensão por 30 dias) e
não aquele previsto para a pena em abstrato (demissão). O Tribunal de Justiça do Estado
do Rio Grande do Sul, neste ponto, é tribunal de passagem e não deve contrariar as
posições consolidadas no âmbito do Tribunal da Cidadania. 3. A Portaria de instauração
contra o embargado incluído no rol de indiciados em PAD já em curso foi publicada em
16DEZ10, marco interruptivo da prescrição, que reinicia nova contagem por inteiro, com a
subsequente suspensão do prazo por 140 (cento e quarenta) dias, para o processamento
do PAD, consoante assegura o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. 4. Ausência
de afronta ao art. 489, § 1º, inciso IV, do CPC. Também não há omissão alguma ao deixar
o acórdão de atender aos dispositivos contidos nos arts. 20 a 24 da LICC, com as
alterações da Lei nº 13.655/18, que dispõem sobre a segurança jurídica e a eficiência na
aplicação do direito público no que toca as decisões judiciais. Ao fazê-lo, ao contrário,
prestigiou as mesmas disposições que estão no inciso LXXVIII do art. 5º da CF-88, pois
seguiu a orientação segura do Tribunal da Cidadania. 5. Não havendo omissão,
contradição ou obscuridade no acórdão, os embargos merecem improvimento. 6.... Pré-
questionamento que não prescinde do preenchimento dos lindes traçados no art. 1.022 do
CPC. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO IMPROVIDOS. 
(Embargos de Declaração Nº 70077708535, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, Julgado em 28/06/2018).
(TJ-RS - ED: 70077708535 RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, Data de
Julgamento: 28/06/2018, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do
dia 02/07/2018)

Outros materiais