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DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: BRASIL, http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf De 7 até 10 de junho de 1994, na cidade de Salamanca – Espanha – foi realizada a Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais. Essa conferência teve por objetivo a apresentação de algumas diretrizes básicas para a formulação e reforma de políticas dos sistemas educacionais, de acordo com o movimento de inclusão social; o movimento era o resultado de uma tendência mundial. Da conferência houve a consolidação da educação inclusiva. As discussões foram documentadas com a Declaração de Salamanca, que trata de princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem, • toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, • sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades, • aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades, • escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. (BRASIL,p.1) Os participantes, 88 governos e 25 organizações internacionais, buscaram elaborar o documento, reforçando o direito a uma educação de qualidade e para todos, que considere, ainda, as características e as necessidades educacionais específicas de cada educando, evitando-se, assim, discriminações e a exclusão escolar. Segundo o documento (BRASIL, p.4) “O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem educar todas as crianças, incluindo aquelas que possuam desvantagens severas”. Nesse sentido, o documento propõe que as escolas se organizem e se capacitem para atender a todos. Com a Declaração de Salamanca, novas perspectivas para a educação brasileira despontam, propondo que as escolas de orientações inclusivas constituam os meios mais eficazes para combater atitudes discriminatórias, construindo uma sociedade inclusiva. O documento considera, ainda, que “ Principio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter” (BRASIL, p.5). As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando-os considerando os ritmos diferentes de aprendizagem, assegurando uma educação de qualidade, com um currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos e parceiras com a comunidade. O Brasil é um dos países que aderiu à declaração, considerando a inclusão de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino. A Declaração Mundial sobre Educação para Todos enfatizou a necessidade de uma abordagem centrada na criança objetivando a garantia de uma escolarização bem-sucedida para todas as crianças. A adoção de sistemas mais flexíveis e adaptativos, capazes de mais largamente levar em consideração as diferentes necessidades das crianças irá contribuir tanto para o sucesso educacional quanto para a inclusão (BRASIL, p.8). As orientações e sugestões para ações em nível nacional podem ser organizadas: Política e Organização; Fatores Relativos à Escola; Recrutamento e Treinamento de Educadores; Serviços Externos de Apoio; Áreas Prioritárias; Perspectivas Comunitárias; Requerimentos Relativos a Recursos. Alguns princípios, também, podem ser norteadores para uma educação inclusiva, para todos: independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos; toda criança que possui dificuldade de aprendizagem pode ser considerada com necessidades educativas especiais; a escola deve adaptar–se às especificidades dos alunos, e não os alunos as especificidades da escola; o ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças. Com relação aos avanços e entraves, as escolas ainda enfrentam problemas quando se trata de incluir crianças com deficiências mais graves, por exemplo, síndrome do espectro autista (TEA), síndromes com grande comprometimento comportamental; deficiência intelectual severa, entre outras. Enfim, casos que devem ser pensados em sua singularidade e que, muitas vezes, não possuem uma solução fácil de ser encontrada. É preciso enfatizar ainda, que o Brasil enfrenta uma crise longa e grave na Educação, a qual não se restringe à problemática da escolarização de crianças com deficiência Entendemos que, se no passado a convivência entre as crianças era uma utopia, nos dias atuais é uma realidade a ser comemorada, ainda que alguns desafios persistam e necessitem de reflexões e novas considerações. É importante salientar que o desenvolvimento de práticas pedagógicas inclusivas é dinâmico, não se esgota nunca, é um processo dialético, desafiador e vivo.
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