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AD ELEITORAL


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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul 
Campus Virtual
	
	Avaliação a Distância 
Unidade de Aprendizagem: Direito Eleitoral
Curso: Direito
Professor: Jeferson Puel
Nome do estudante: Gabriel Fortes Lima
Data: 
Orientações:
· Procure o professor sempre que tiver dúvidas.
· Entregue a atividade no prazo estipulado.
· Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.
· Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).
		1. O colendo Tribunal Superior Eleitoral é a instância máxima no âmbito da Justiça Eleitoral, com jurisdição em todo o território nacional. A competência jurisdicional desta Corte de Justiça tem como foco o processamento e julgamento de caráter originário de ações e representações. A competência recursal diz respeito a análise dos recursos interpostos pelos recorrentes, inconformados com a decisão oriunda do tribunal recorrido, nos termos do que dispõe o Código Eleitoral e a Constituição da República Federativa do Brasil. Busca-se resguardar o princípio do duplo grau de jurisdição. Disserte a respeito, esclarecendo ainda, no âmbito jurisdicional, acerca da possibilidade de acolhimento do recurso fundado em contrariedade de lei e na divergência na interpretação da norma entre dois ou mais Tribunais Eleitorais. Deverá ser apresentada doutrina e jurisprudência a respeito, observando as regras da ABNT.
		O acolhimento de recurso que aponta divergência ou contrariedade na interpretação da legislação entre dois ou mais Tribunais Eleitorais, depende de apontamento especifico sobre qual legislação foi ferida. De modo que além disto, deve ser apontado também a conexão fática entre o acordão paradigma e a acordão o qual se recorre.
ELEIÇÕES 2018. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. PERÍODO DE PRÉ–CAMPANHA. DIVULGAÇÃO DO PROGRAMA DE TELEVISÃO APRESENTADO POR PRÉ–CANDIDATO. UTILIZAÇÃO DE OUTDOOR. VIÉS ELEITORAL. INEXISTÊNCIA. INDIFERENTE ELEITORAL. REVALORAÇÃO JURÍDICA. FATOS DELINEADOS NO ACÓRDÃO REGIONAL. INEXISTÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO ENUNCIADO DE SÚMULA Nº 24/TSE. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A revaloração jurídica dos fatos delimitados no acórdão regional é admissível na seara especial, sem que isso contrarie o teor da Súmula nº 24 do TSE. Precedentes.2. A compreensão firmada por este Tribunal, para as eleições de 2018, é no sentido de que a realização de atos de pré–campanha por meio de outdoors importa em ofensa ao art. 39, § 8º, da Lei nº 9.504/97 e desafia a imposição da multa, independentemente da existência de pedido explícito de voto. Precedente. 3. Ainda na linha desse entendimento, tem–se que os atos publicitários desprovidos de viés eleitoral consistem em "indiferentes eleitorais", que se situam fora da alçada desta Justiça Especializada e, justamente por isso, não se submetem às proscrições da legislação eleitoral. 4. No caso, extrai–se das premissas emolduradas no acórdão que o agravado veiculou, por meio de outdoor, propaganda do programa de televisão gospel apresentado por pré–candidato, com a foto deste, ausente o pedido explícito de votos. 5. As aludidas circunstâncias são insuficientes para denotar o caráter eleitoral da publicidade, visto que a veiculação de publicidade relativa a programa de TV apresentado por pré– candidato, dissociado de elemento do qual se depreenda essa condição ou a relação ao pleito, não evidencia ato de pré–campanha. 6. Agravo interno a que se nega provimento. (Recurso Especial Eleitoral nº 060094906, Acórdão, Relator(a) Min. Edson Fachin, Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 91, Data 12/05/2020)
		O TSE,no sentido de regular e disciplinar os dispositivos legais encontrados em legislação eleitoral sobre o recurso especial eleitoral,cria suas resoluções. A terminatividade das decisões do Tribunal Superior é limitada por alguns casos : - recurso especial para o Tribunal Superior, decisão proferida contra expressa disposição de lei; divergência de interpretação da lei entre dois ou mais tribunais eleitorais.
		Para Araujo e Ximenes (2019, p.430): 
			“O recurso especial eleitoral, na forma do inciso I deste dispositivo, é igualmente cabível caso de a decisão de Tribunal Regional Eleitoral contrariar “disposição expressa desta Constituição”. Diferente do recurso especial comum, que encaminha à apreciação do Superior Tribunal de Justiça acórdão de Tribunal de Justiça Estadual ou de Tribunal Regional Federal que contrarie tratado ou lei federal, julgue válido ato de governo local face lei federal ou atribua à lei federal interpretação diversa da interpretação realizada por outro tribunal, tudo nos termos do inciso III do artigo 105 da Constituição, o recurso especial eleitoral possui amplo efeito devolutivo, levando ao conhecimento do Tribunal Superior Eleitoral controvérsia de índole constitucional” 		
		2. A propaganda eleitoral tem por objetivo primordial proporcionar ao eleitor o conhecimento a respeito da candidatura de algum candidato, de modo a contextualizar as razões pelas quais deve ser, aquele candidato, o mais apto para exercer a função pública. Quando exercida nos termos da legislação eleitoral, não poderá ser objeto de multa ou cerceada com fundamento no poder de polícia, embora os juízes eleitorais exercerão poder fiscalizatório. Disserte a respeito, esclarecendo, ainda, acerca dos limites desse poder fiscalizatório, vedada a censura prévia. Justifique sua resposta, em um texto objetivo e claro, citando doutrina e a legislação, além de estar de acordo com as regras da ABNT.
		A propaganda eleitoral tem como objetivo a propagação dos ideais e propostas dos candidatos ao preenchimento dos cargos políticos, determinada esta pela legislação eleitoral da Propaganda Eleitoral (Lei nº9504/97). De acordo com esta, a propaganda eleitoral não poderá tornar-se objeto de multa, nem vetada sob alegação do exercício de poder de polícia e ou, poder fiscalizatório, vedada portanto a censura prévia.
		Alguns apontamentos tornam-se pertinentes quanto a esta legislação.Sobre o compartilhamento de conteúdo e notícias: devem ser feitos apenas após ser concluída a veracidade dos fatos (artigo 9º, Resolução TSE 23.610). Sobre a identificação : a propaganda deve estar devidamente identificada, contendo nome do partido e da coligação, nome do candidato e do seu vice contendo a legenda de todos os partidos que a compõem (artigos 242 do Código Eleitoral, 6º, §2º e 36, §4º, Lei 9.504/97). Sobre a linguagem : a propaganda deve ser em linguagem nacional. Sobre o conteúdo : não pode conter qualquer tipo de conteúdo preconceituoso ou discriminatório (artigo 22, I, Resolução TSE 23.610), ou conter propaganda de processos violentos para perturbar o regime e a ordem política e social nem de guerras (artigo 22, II, Resolução TSE 23.610). Sobre posicionamentos : não pode provocar aversão entre as Forças Armadas ou contra elas, ou delas contra as instituições civis (artigo 22, III, Resolução TSE 23.610) ou ainda estimular atentado contra pessoas ou bens, ou incitar a desobediência coletiva e o descumprimento da lei de ordem pública (artigo 22, IV e V, Resolução TSE 23.610). Sobre promessas : é vedado, oferecer, prometer ou solicitar dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem pessoas de qualquer natureza (artigo 22, VI, Resolução TSE 23.610), perturbar o sossego público, com alvoroço ou abuso de aparelhos sonoros (artigo 22, VII, Resolução TSE 23.610). Sobre a realização da campanha : os candidatos devem estar atentos quanto a poluição urbana, em questões higiênicas e estéticas (artigo 22, IX, Resolução TSE 23.610). Sobre injúrias : é proibido veicular ofensas pessoais que constituam injúria, calúnia, difamação (artigo 22, X, Resolução TSE 23.610) ou desrespeitar símbolos nacionais (artigo 22, XI, Resolução TSE 23.610). Torna-se portanto essencial que, de modo a garantir de fato de uma maneira digna e respeitosa a concretização do voto e eleição, partes tão essenciais e fundamentais à democracia, sejam também respeitadas as diretrizes constitucionalmentee legalmente construídas. Cristalizando uma parte essencial da construção do processo democrático.