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Objectivos da educacao pos-independencia e actualidade Moçambique

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17
	Argentina Alberto Camoto
Augusto Eusébio Valila
Benjamim Iassine
O carácter histórico-social da educação
Objectivos da educação em Moçambique depois da independência e no novo currículo
(Licenciatura em ensino de Biologia)
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2020
Argentina Alberto Camoto
Augusto Eusébio Valila
Benjamim Iassine
Objectivos da educação em Moçambique depois da independência e no novo currículo
(Licenciatura em ensino de Biologia)
Trabalho da cadeira de Fundamentos de Pedagogia a ser apresentado ao Departamento de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, curso de Licenciatura em Ensino de Biologia, Para efeitos de avaliação.
Sob orientação do Docente: dr Edgar Manuel
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2020
Índice
1.	Introdução	4
1.1 Objectivos	4
1.1.1 Objectivo Geral	4
1.1.2 Objectivos específicos	4
1.2 Metodologia	4
2.	O papel Socio-Historico da educação: Caso de Moçambique	5
2.1 Perspectivas educacionais em Moçambique após a independência	6
2.2 Objectivos da educação no período pôs colonial	8
2.2.1 Os primeiros anos (1975-1981)	8
2.2.2 A implementação do Sistema Nacional da Educação (SNE) num contexto de conflito armado (1981-1992) e seus objectivos	9
2.2.3 Objectivos da educação após os Acordos da Paz (1992)	10
2.2.4 Objectivos Gerais do Sistema Nacional de Educação no programa do governo de 1992 a 1999.	11
2.3 Objectivos da educação na Actualidade (2000-2019)	11
2.3.1 Os Objectivos da Educacao Para Todos (EPT), Declaração de Dakar (2000-2015)	11
2.3.2 Objectivos para a educação delineados no Plano Quinquenal do Governo (PQG) 2015-2019	13
Conclusão	15
1. Introdução 
No presente trabalho, far-se-á uma abordagem relativa ao caráter Socio-Historico da educação em Moçambique com ênfase nos seus objectivos no período pôs colonial e novo currículo.
Falando da educação em Moçambique, é muito importante fazer-se o relato que, devido ao empenho do Estado moçambicano, o sector da educação passou a ganhar um enorme avanço, alcançando os resultados esperados.
Nesta óptica, o presente trabalho enfatiza os avanços que a educação deu em Moçambique de acordo com seus objectivos, fazendo com que um número considerável da população passasse a ter o acesso à educação. Por outro lado, enfatiza a importância que a educação teve no período pôs colonial para moldagem do homem e como fator primordial para o desenvolvimento do país.
1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
· Identificar os objectivos da educação no contexto Socio-historico pôs independência e actual de Moçambique. 
1.1.2 Objectivos específicos
· Caracterizar a educação no período pôs colonial
· Descrever os contornos da implementação do Sistema Nacional da Educação (SNE) num contexto de conflito (guerra civil) de 1981-1992 e seus objectivos.
· Ilustrar os objectivos da educação no período pôs colonial até ao novo currículo.
1.2 Metodologia
A metodologia usada durante a pesquisa para a elaboração deste trabalho foi fundamentada, basicamente, na pesquisa bibliográfica, que constitui a leitura, analise, percepção e interpretação do tema em estudo.
2. O papel Socio-historico da educação: Caso de Moçambique
Para MACHAVA (2015), citado por INTAQUE (2018:1), “a educação é um fenômeno muito antigo, assim como a própria aventura da humanidade, daí que sempre que se fala do ser humano está subjacente uma forma de ver, de interpretar a realidade e de projetar o futuro”. 
Grandes civilizações que marcaram a história do passado - a chinesa, grega, latina, egípcia, só para ilustrar, não tiveram escolas, pois, apesar de já possuírem a escrita, a divisão social do trabalho não havia ainda atingido um nível de complexidade que demandasse maior racionalidade na transmissão de conhecimentos, aptidões, atitudes e valores específicos para o exercício profissional.
BOLACHA (2013), também citado por INTAQUE (2018:1), por sua vez, diz que “a educação é um processo que vai influenciar o modo de ser, de pensar, de sentir e agir. Ela não é repetição de algumas informações estruturadas num manual.” 
A educação fundamenta-se na aquisição de estratégias, conhecimentos, valores, habilidades que nos tornam mais humanos, cidadãos ativos de uma sociedade complexa, o autor anteriormente citado faz referência do pragmatismo na educação ao afirmar que a educação é um modo de agir.
O processo de educação como um fenômeno observado em qualquer sociedade e nos grupos constitutivos destas, é responsável pela sua manutenção e perpetuação a partir da transposição, às gerações que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um membro no seu grupo ou sociedade”. INTAQUE (2018:1)
Após a independência de Moçambique, a educação passou a ser um dos sectores que constituíram prioridade para o governo, a massificação do acesso da população à educação, e à melhoria da qualidade do ensino foram os pilares que guiram o programa de desenvolvimento social do governo na época.
De acordo com VINCENT; LAHIRE & THIN (2001), Citados por ZIMBICO (2019) “a análise sócio-histórica da escolarização primária em Moçambique foi a ferramenta que possibilitou a compreensão dos fundamentos que estiveram na base da definição do que deveria ser uma escola primária moçambicana, idealizada para nova nação independente”.
Essa perspectiva de análise, desenvolvida na Europa, nas décadas de 1960 e 1970, fornece bases para analisar os processos de escolarização a partir das interfaces da sociologia e da história. Nesse sentido, foi a partir das análises das transformações que foram acontecendo noutras componentes do sistema social, nomeadamente na política e na economia que se tornou possível e, de forma mais clara, compreender não só as transformações que produziram a nova escola primária moçambicana, mas também os fundamentos socioeconômicos e políticos que justificaram o modelo de escolarização primária na época”
2.1 Perspectivas educacionais em Moçambique após a independência
Segundo UACIQUETE (2010), “com a obtenção da independência do país em 1975, Moçambique se deparou com uma estrutura patrimonial do sistema colonial, tanto material como humana, assim como, também, com uma educação que foi implementada nas zonas libertadas”.
Na área da educação, o país deparava com a insuficiência das instituições escolares e com a falta dos professores e técnicos para atuarem nesta referida área. O autor citado acima afirma que “durante muitos anos, vários moçambicanos não frequentaram a escola por razões decorrentes do sistema colonial, baseado na descriminação, por este motivo, depois da independência, houve a expansão das escolas que se deu através das iniciativas das populações e através das campanhas de alfabetização feitas no país”.
No sector educacional, por meio do Governo de transição, muitas ações foram levadas a cabo para discutir o sistema educacional, tais como:
· Seminário de Beira (dezembro de 1974 a 1975);
· Reunião de Macuba (abril de 1975);
· Seminário Nacional de Alfabetização (abril de 1975);
· IIIª Reunião do MEC (Ministério da Educação e Cultura) (julho de 1979);
· Seminário Nacional da Língua Portuguesa (outubro de 1979);
· Seminário Nacional de Ensino de Matemática (maio de 1980).
Estes momentos foram considerados como momentos de esforço por parte da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), nos quais o povo foi mobilizado para a construção das escolas e onde a FRELIMO retirou todas as matérias de ensino que não estavam ligadas às ideologias da Frente e introduziu outras matérias de ensino, destacando-se a história e a geografia de Moçambique.
Outras mudanças que foram vistas na área da educação foram às mudanças dos mecanismos de gestão e administração de funcionamento das escolas, alterações dos currículos escolares e uma participação ativa da população na escola. Muito embora, apesar de todos os esforços feitos para garantir uma boa educação que o país necessitava tanto, o país se deparava com vários problemas no que refere à cobertura da rede escolar, falta de materiais didáticos,péssima condição da educação e outros problemas que afetavam o sector.
De acordo com o Relatório publicado pela AfriMAP (2012), após a independência em junho de 1975, na área da educação, o padrão que a FRELIMO adotou, se baseava no padrão utilizado nas zonas libertadas na época da guerra da libertação. O referido padrão de ensino se coloca nos seguintes parâmetros:
1. O ensino tem que funcionar com os seus próprios recursos;
2. Todas as pessoas devem aprender e ensinar;
3. Fazer uma conexão entre a teoria e a prática;
4. Lutar contra o tribalismo, racismo e nepotismo;
5. Fazer uma ligação entre a educação, produção e a comunidade;
6. Tornar a escola um meio democrático.
De facto, depois do país conquistar a sua independência, o governo de Moçambique escolheu a área da educação como um meio possível para o desenvolvimento do país, muito embora muitas políticas estabelecidas pelo governo da FRELIMO não tivessem êxito, porque se verificava a falta das infraestruturas, muitas reformas foram feitas, mas nem assim o governo era centralizado e este momento foi marcado pelo conflito armado, no qual houve a destruição das infraestruturas escolares, o que originou o impedimento do desenvolvimento da qualidade educacional de Moçambique.
Num discurso proferido na 2ª Conferência do Departamento de Educação e Cultura (DEC), em 1973, Samora Machel afirma que a educação deveria preparar os moçambicanos para assumirem a nova sociedade e as suas exigências.
“A educação deve dar-nos uma personalidade moçambicana, que sem subserviência alguma, assumindo a nossa realidade, saiba em contacto com o mundo exterior, assimilar criticamente as ideias e experiências de outros povos, transmitindo-lhes também o fruto da nossa reflexão e prática.”
(MACHEL, 1973)
2.2 Objectivos da educação no período pôs colonial
2.2.1 Os primeiros anos (1975-1981)
O primeiro governo de Moçambique depois da independência, em meio a outros objectivos, almejou a construção de uma economia independente e também a promoção do avanço social e cultural de Moçambique.
Desde o primeiro momento da independência, a área da educação foi considerada o fator principal para o desenvolvimento do país e a concretização da democracia popular. O aparelho judicial do novo Estado de Moçambique, a chamada Constituição da República de 1975, considerou o acesso à educação um dever e direito de toda a população, na qual o Estado assumiu o papel de promover as condições necessárias para que todos moçambicanos pudessem ter esse direito.
Após mais de dois meses de independência, com a responsabilidade do Estado em expandir o acesso à educação para moçambicanos, o governo acabou com o funcionamento de ensino privado no país e o Ministério da Educação e Cultura (MEC) passou a ter a responsabilidade de executar e organizar as políticas educacionais. O governo e os próprios moçambicanos se esforçaram bastante para a construção de um Moçambique próspero, onde foi registrado um enorme progresso em direção a melhores níveis de educação nos primeiros momentos depois da independência.
Depois da independência, muitas dificuldades abalaram o país, muito embora com tantos esforços feitos pelo governo e funcionário públicos, com a obtenção da independência, o país foi abandonado por técnicos portugueses o que originou crises por falta de pessoas qualificadas. O governo tinha o objectivo de expandir em nível do país as experiências obtidas nas zonas libertadas, mas este objectivo sofreu impacto porque houve a mudança da conjuntura, o movimento da libertação passou a ser partido-Estado, o referido movimento não continuou resolvendo somente os problemas de um grupo restrito de pessoas que compartilhavam as mesmas ideias, mas sim passou a tratar das questões de milhares de pessoas com ideias diferentes e um território vasto.
2.2.2 A implementação do Sistema Nacional da Educação (SNE) num contexto de conflito armado (1981-1992) e seus objectivos
Os primeiros momentos depois da independência foram considerados como momentos de voluntarismo e de pouca planificação, que abrangiam vários sectores do país, e devido às dificuldades ou falta de pessoas qualificadas e falta de reorganização do aparelho do Estado, cada área funcionava quase sem depender das demais áreas, embora dando seguimento à política básica da FRELIMO. O governo tinha conhecimento de que era importante fazer um planejamento para o desenvolvimento das suas próprias políticas da governação, donde, em 1977, foi instalada a Comissão Nacional de Planejamento (CNP) que coordenaria os trabalhos dos diferentes ministérios.
De acordo com AfriMAP (2012), na área da educação, em 1981 ocorreram às primeiras iniciativas tomadas para uma planificação a nível nacional, isto aconteceu devido à aprovação dos princípios e objetivos gerais de Sistema Nacional de Educação. As normas da política da educação concentravam-se na democratização do ensino e na sua articulação com as políticas do desenvolvimento nacional e foi reafirmada a importância da educação para o progresso econômico e social, onde alguns objetivos foram estabelecidos, tais como:
· Acabar com o analfabetismo e oferecer acesso ao conhecimento científico à toda a população;
· Inserir a obrigatoriedade da escola consoante o desenvolvimento do país, como sendo o factor de garantir a educação básica para os jovens de Moçambique;
· Formar os professores profissionalmente conscientes e educadores, com uma nova e vasta organização política, ideológica, pedagógica e científica com capacidade de educar outras pessoas através dos conceitos socialistas;
· Formar cientistas e especialistas bem qualificados para possibilitar o desenvolvimento da pesquisa científica consoante o que o país necessita.
As normas pedagógicas estabelecidas tinham como objetivo o desenvolvimento dos alunos através da educação, incluindo a modificação do país, estas normas eram para orientar a futura organização do Sistema Nacional da Educação em nível do país, que foi aprovado pela Assembleia Nacional Popular (ANP) através da lei quadro em 1983.
2.2.3 Objectivos da educação após os Acordos da Paz (1992)
No ano de 1990 com o fim da guerra civil, uma nova constituição foi anunciada, a Constituição da República de Moçambique, onde o monopartidarísmo deu o espaço ao multipartidarismo, no qual os valores do socialismo democrático foram trocados e o país adotou os valores da democracia liberal.
Os acordos da paz foram assinados em Roma, capital da Itália em 1992 e em 1994 foram organizadas as primeiras eleições multipartidárias. A mudança do sistema foi seguida do processo de modernização e reforma das áreas públicas e subsequentemente de mudanças na área da educação. O Ministério da Educação em diálogo com os seus parceiros internacionais, que estavam ajudando bastante o país, lançou um plano-diretor para o ensino técnico e geral em 1994 e neste plano, alguns pontos foram estabelecidos como objectivos:
· Descentralizar as escolas e suas gestões, os governos das províncias devem passar a tomar decisões em gestão e controle das escolas;
· Inserir as línguas locais ou línguas maternas nos materiais escolares;
· Apropriar os métodos do ensino com a realidade dos professores;
· Dar incentivo ao setor privado da área da educação.
2.2.4 Objectivos Gerais do Sistema Nacional de Educação no programa do governo de 1992 a 1999.
Foram objectivos gerais do Sistema Nacional de Educação no período em causa:
a) Erradicar o analfabetismo de modo a proporcionar a todo o povo o acesso ao conhecimento científico e o desenvolvimento pleno das suas capacidades;
b) Garantir o ensino básico a todos os cidadãos de acordo com o desenvolvimento do país através da introdução progressiva da escolaridade obrigatória;
c) Assegurar a todos os moçambicanos o acesso à formação profissional;
d) Formar cidadãos com uma sólida preparação científica, técnica, cultural e física e uma elevada educação moral, cívica e patriótica;
e) Formar o professor como educador e profissional consciente com profunda preparação científica e pedagógica, capaz de educar osjovens e adultos;
f) Formar cientistas e especialistas devidamente qualificados que permitam o desenvolvimento da produção e da investigação científica;
g) Desenvolver a sensibilidade estética e capacidade artística das crianças, jovens e adultos, educando-os no amor pelas artes e no gosto pelo belo.
h) Educar a criança, o jovem e o adulto para o espírito da paz, tolerância e democracia;
i) Educar a criança e o jovem na prevenção e combate contra as doenças, particularmente o SIDA e outras de transmissão sexual.
2.3 Objectivos da educação na Actualidade (2000-2019)
2.3.1 Os Objectivos da EPT - Educação Para Todos, “Declaração de Dakar (2000-2015)”
Reunidos em Dakar em abril de 2000, os participantes da Cúpula Mundial de Educacao, comprometeram se no alcance dos objectivos e das metas de Educação Para Todos (EPT), para cada cidadão e cada sociedade.
Os Objectivos da Educacao Para Todos (EPT), acordados entre os países no ano 2000, em Dakar, constituíram um tratado que tinha como principal objectivo assegurar que todos os cidadãos, sem discriminação tivessem acesso à educação básica de qualidade, até o ano de 2015.
Em Dakar, os países membros, dentre eles Moçambique, comprometeram-se a atingir os seguintes objectivos para o sector da educação:
· Expandir e melhorar o cuidado e a educação da criança pequena (em idade pré-escolar), especialmente para as crianças mais vulneráveis e em maior desvantagem;
· Assegurar que todas as crianças, com ênfase especial nas meninas e crianças em circunstâncias difíceis, tenham acesso à educação primária, obrigatória, gratuita e de boa qualidade, até o ano 2015;
· Assegurar que as necessidades de aprendizagem de todos os jovens e adultos sejam atendidas pelo acesso equitativo à aprendizagem apropriada, as habilidades para a vida e a programas de formação para a cidadania;
· Alcançar uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos até 2015, especialmente para as mulheres, e acesso equitativo à educação básica e contínua para todos os adultos;
· Eliminar disparidades de género na educação primária e secundária até 2005 e alcançar a igualdade de género na educação até 2015, com enfoque na garantia ao acesso e o desempenho pleno e equitativo de meninas na educação básica de boa qualidade;
· Melhorar todos os aspectos da qualidade da educação e assegurar excelência para todos, de forma a garantir a todos resultados reconhecidos e mensuráveis, especialmente na alfabetização, matemática e habilidades essenciais à vida.
Moçambique, na qualidade de signatário da Declaração de Dakar comprometeu-se a trabalhar para o cumprimento destes Objectivos. Assim, o Governo ter-se-á mobilizado e mobilizado os seus parceiros nacionais e internacionais, no sentido de atingir os Objectivos da Declaração de Dakar e promover uma educação de qualidade para todos os cidadãos.
2.3.2 Objectivos para a educação delineados no Plano Quinquenal do Governo (PQG) 2015-2019
Figuraram no PQG para o quinquênio de 2015-2019, os seguintes objectivos:
· Potenciar a aquisição de habilidades e de competências de leitura, escrita, escrita e calculo no ensino primário;
· Assegurar oportunidades educativas para crianças com necessidades educativas especiais;
· Reforçar a formação de professores para o ensino inclusivo de alunos com necessidades educativas especiais;
· Fortalecer a formação, valorização e motivação dos professores no sistema de educação;
· Promover o uso de línguas moçambicanas no processo de ensino e aprendizagem; 
· Conceber e oferecer programas diversificados de alfabetização e educação não formal para jovens fora da escola e adultos, com enfoque na aquisição de habilidades para a vida;
· Fortalecer a capacidade de planificação e de gestão de escolas e implementar padrões de qualidade no nível local;
· Assegurar maiores oportunidades educativas no ensino secundário e técnico-profissional presencial, semipresencial e a distância relevante e sustentável visando obter maior eficiência;
· Assegurar uma educação profissional (técnica e vocacional) de qualidade e relevante, assente em adores de competências e que responda as necessidades e especificidades do mercado laboral;
· Implementar cursos de formação vocacional com destaque para matéria de construção civil (pedreiros, pintores, canalizadores, eletricistas, carpinteiros e marceneiros), visando a qualificação do capital humano, em função das necessidades no mercado de trabalho, como uma das vias de facilitação do acesso ao emprego e a habitação própria para a população em geral, com um enfoque especial para jovens e mulheres;
· Promover o acesso a ensino superior técnico-profissional de qualidade;
· Estabelecer programas e sinergias com as instituições de ensino superior, técnico-profissional de investigação e debate tecnológico que contribua para estimular a inovação e empreendedorismo;
· Garantir o acesso a formação de pós-graduação para o fortalecimento da capacidade de investigação no país;
· Prosseguir a eletrificação de escolas em zonas rurais através de sistemas solares assegurando a melhoria da qualidade dos serviços de educação para o cidadão;
· Implementar programas e ações de formação profissional alinhada as necessidades do sector produtivo, estimulando a participação massiva dos jovens;
· Promover a reconversão e aperfeiçoamento profissional;
· Reforçar os mecanismos de formação profissional com envolvimento do sector privado;
· Desenvolver um programa de bolsas de estudo e formação orientada para as áreas de maior carência de mão-de-obra especializada;
· Adquirir novas unidades moveis para incrementar o acesso a formação profissional nas zonas rurais;
· Promover o interesse dos alunos pelo estudo das ciências naturais 
· Consolidar a implementação de programas de promoção da ciências básicas e iniciação cientifica;
· Realizar amostras e feiras de transferência de conhecimento e de tecnologias; 
· Promover a equidade de gênero, a pratica de actividades de férias extracurriculares que concorram para a aquisição de conhecimentos e hábitos saudáveis, incluindo o uso sustentável de recursos naturais e a defesa do meio ambiente;
· Promover e expandir o uso e acessibilidade de tecnologia de informação e comunicação no sistema de educação e em áreas essências para o desenvolvimento socioeconômico;
· Consolidar e expandir centros multimídia comunitária (CMCs) de modo a aumentar o acesso das tecnologias de informação e comunicação;
· Promover programas de educação e mudanças de comportamentos nutricionais dirigidos a utilização de culturas e alimentos fortificados com micronutrientes. 
Conclusão
Ao fim deste conclui-se que:
· Após a independência em junho de 1975, a educação foi caracterizada, pela adopção do padrão que a FRELIMO implementou nas zonas libertadas na época da guerra de libertação nacional. Entretanto referido padrão de ensino se coloca nos seguintes parâmetros:
1. O ensino tem que funcionar com os seus próprios recursos;
2. Todas as pessoas devem aprender e ensinar;
3. Fazer uma conexão entre a teoria e a prática;
4. Lutar contra o tribalismo, racismo e nepotismo;
5. Fazer uma ligação entre a educação, produção e a comunidade;
6. Tornar a escola um meio democrático.
· Na área da educação, em 1981 ocorreram às primeiras iniciativas tomadas para uma planificação da educação a nível nacional, isto aconteceu devido à aprovação dos princípios e objetivos gerais de Sistema Nacional de Educação. Cujo no seu plano pedagógico tinha, dentre outros objectivos os seguintes: Acabar com o analfabetismo, Inserir a obrigatoriedade da escola consoante o desenvolvimento do país, como sendo o fator de garantir a educação básica para os jovens de Moçambique; Formar os professores profissionalmente conscientes, Formar especialistas bem qualificados para possibilitar o desenvolvimento da pesquisa científica consoante o que o país necessita.
· Contudo, no período pôs independência, figuraram como alguns dos objectivos da educação no sistema vigente, os seguintes: 
a) Formar cidadãos com uma sólida preparação científica,técnica, cultural e física e uma elevada educação moral, cívica e patriótica;
b) Formar o professor como educador e profissional consciente com profunda preparação científica e pedagógica, capaz de educar os jovens e adultos;
Referencias Bibliograficas
INTAQUE, S. T. & SUBUHANA, C.. “Educacao pôs-independência em Moçambique”. In: Revista África e africanidades. 26 ̸ 4. Brasil, Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), 2018. pp. 1-13.
UACIQUETE, A. S.. Modelo da administração da educação em Moçambique 1983-2009. Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação – Departamento de Ciências da Educação, Aveiro. Universidade de Aveiro. 2010. 124p.
ZIMBICO, O. J. “História, Política e educação: o novo modelo de escolarização primaria em Moçambique”. In: Revista educação. V.42. Porto Alegre. Universidade Eduardo Mondlane, 2019. Pp. 67-76.
MASSIMACULO, A.. Politicas educativas para a educação básica em Moçambique e a diversidade cultural: o caso de escolas do município de Nampula. Dissertação de mestrado em educação área especializada em sociologia de educação e politicas educativas. Universidade de Minho: instituto de educação. Minho. 2010
MINED. Política nacional de educação e estratégias de implementação. Maputo. Minerva Central. 1995
MINED. Relatório sobre os seis objectivos da educação para todos. Maputo. 2015
CONSELHO DE MINISTROS. Programa Quinquenal do Governo 2015-2019. Maputo. 2015

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