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MAterial de apoio 05 - Ação de Oposição

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Oposição 
Art. 682 ao 686 
 
1) Objeto e Natureza Jurídica 
 
Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem 
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. 
 
- Conforme determina o art. 682, a ação de oposição será proposta por aquele se denomina 
terceiro e ingressa com a citada ação buscando/pleiteando direito ou coisa sobre a qual 
controvertem autor e réu. 
- Isto significa dizer que por meio da ação de oposição o autor (da ação de oposição) 
buscará obter para si o direito ou coisa que é objeto de disputa entre as partes em processo 
já instaurado (ação principal). 
- Em relação ao objeto disputado a ação de oposição poderá ser total ou parcial, isto é, se 
o autor e réu disputam (na ação principal) o domínio de 10 hectares de terra, o opoente 
pode pretender o reconhecimento de seu domínio em relação a toda a área (oposição total) 
ou apenas de parte da área (oposição parcial). 
EXEMPLO¹: Autor e Réu disputam um carro em uma ação judicial e um Terceiro 
ingressa com ação de oposição, pleiteando O MESMO OBJETO, para que seja atribuído 
a ele o domínio do bem, em detrimento das partes da demanda originária. 
EXEMPLO²: Imagine que em uma ação de consignação em pagamento, 
CONSIGNANTE (Autor/Devedor) e CONSIGNADO (Réu/Credor) controvertem a 
respeito de valores referentes a uma prestação. Nesse caso, Terceiro poderá ingressar com 
ação de oposição alegando ser o verdadeiro titular do direito obrigacional discutido. 
EXEMPLO³: Imagine que uma viúva ajuíze ação em desfavor do INSS requerendo o 
pagamento de pensão por morte. Pode uma terceira pessoa, alegando ser companheira do 
falecido, ingressar com oposição requerendo que a ela seja atribuída a aludida pensão. 
- Nesse sentido, é importante diferenciar a ação de oposição da ação de embargos de 
terceiro, especialmente por conta da sua maior diferença: a existência de uma ameaça ou 
efetiva constrição judicial. 
OBSERVAÇÃO: Devemos lembrar que só existem embargos de terceiro quando houver 
indevida constrição judicial de bem de terceiro. 
- Porém, em que pese ser uma das mais notórias diferenças, essa não é a única. Os 
institutos são especialmente diferenciados quanto ao objeto tutelado por esses institutos 
jurídicos. 
• Ao levarmos em consideração os embargos de terceiro, ao embargante não 
interessa o direito material discutido na ação principal, porque para ele é 
irrelevante saber quem tem razão naquela demanda, isto é, se o autor ou réu. Além 
disso, para um eventual sucesso da ação de embargos de terceiro basta a 
demonstração de que a constrição foi realizada indevidamente para pleitear a 
liberação do bem constrito. 
• Lado outro, na ação de oposição, o autor terá que discutir o direito material 
controvertido na ação principal, isso porque, o objetivo da ação de oposição é 
demonstrar que o direito material não pertencente nem ao autor e nem ao réu da 
ação principal. 
IMPORTANTE: É fundamental que a ação de oposição seja proposta enquanto a ação 
originária (principal) ainda estiver em curso1, isto porque, se o processo já tiver sido 
concluído, então o interessado em deduzir a oposição deverá propor uma demanda 
comum em face do ganhador do primeiro processo para, então, fazer prevalecer seu 
interesse em relação àquele que foi judicialmente reconhecido. 
- Em consequência, devemos lembrar que o autor da oposição é qualificado como terceiro 
em relação a ação originária (principal) e, por isso, não está sujeito a coisa julgada, 
conforme indica o art. 5062 do CPC. 
2) Procedimento 
- A petição inicial deverá ser proposta seguindo as regras gerais previstas nos artigos 319 
e 320 do CPC. Além do cumprimento desses requisitos, na petição inicial deverá ser 
formado um litisconsórcio entre autor e réu do processo já em trâmite, uma vez que a 
coisa ou direito discutido (na ação principal) é o objeto da ação de oposição. 
Resumindo: Deverão figurar como réus na oposição TODAS as partes do processo 
originário. 
- Em razão disso, deve-se formar um litisconsórcio com as seguintes características: 
• Inicial: Porque no momento que for proposta a ação de oposição ele já deve estar 
formado. 
• Passivo: Porque obrigatoriamente deve ser formado no polo passivo, trazendo 
nele o autor(es) e o réu(s) da ação principal. 
• Necessário: Por conta da previsão expressa em lei, indicando ser obrigatória a sua 
formação. 
 
1 Sobre o tema, há entendimentos diferentes a respeito de qual momento pode-se propor a Ação de 
Oposição. 
Posição: Marinoni, Mitidiero e Arenhart indicam que deve-se desmistificar uma compreensão errônea que 
existe: que a ação de oposição só pode ser apresentada antes de proferida a sentença. Na realidade, mesmo 
depois de proferida a sentença ainda é possível o oferecimento da oposição, já que ainda não foi definida a 
relação entre as partes da ação originária. O que se tem, em verdade é que, somente após o trânsito em 
julgado da sentença da ação originária, definida estará a controvérsia entre as partes e, por isso, perderá a 
função a ação de oposição, já que não haverá dois sujeitos litigando sobre direito ou coisa que interessa ao 
opoente. 
Posição: Fernando Gajardoni indica que a ação de oposição deve ser veiculada antes da sentença. Explica 
sua posição indicando que após ser proferida a decisão, eventual conexão não mais ensejaria reunião dos 
processos e muito menos julgamento simultâneo (art. 55, § 1º e Súmula 235 do STJ). Assim, proferida a 
sentença deverá o terceiro valer-se de ação ordinária autônoma. 
2 Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
• Simples: Porque o juiz não está obrigado a decidir da mesma maneira para ambos 
os litisconsortes, além de que o opoente dirigirá a cada oposto pretensões distintas. 
OBSERVAÇÃO: Além da possibilidade de decisão diferente para os litisconsortes, este 
é caracterizado como simples em razão da previsão do artigo 684 do NCPC, já que este 
admite a possibilidade do reconhecimento jurídico do pedido por um dos opostos e, 
mesmo com esse reconhecimento jurídico a demanda poderá prosseguir em relação ao 
outro oposto. 
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra o outro prosseguirá o 
opoente. 
- Aqui há uma aplicação da autonomia dos litisconsortes (art. 1173 do NCPC), o qual 
prevê e permite que o ato de disposição de direito praticado por um litisconsorte gere seus 
regulares efeitos mesmo sem a anuência e a coparticipação dos demais litisconsortes. 
ATENÇÃO: Se estivéssemos diante de um litisconsórcio unitário, o reconhecimento 
jurídico do pedido por somente um dos litisconsortes não geraria nenhum efeito no 
processo. 
IMPORTANTE: Se o autor da ação principal reconhecer o pedido do opoente, estará 
renunciado ao direito sobre o qual se funda aquela demanda e, assim, esta deverá ser 
extinta. 
IMPORTANTE: GAJARDONI entende que se quem reconheceu o pedido foi o réu da 
ação originária, esta não será extinta, uma vez que o réu, coerentemente, impugnou a 
demanda do autor e, em momento posterior, reconheceu o direito do terceiro. Nesta 
hipótese, a oposição será parcialmente extinta em relação ao oposto que reconheceu a 
procedência do pedido, mas tanto esta quanto a ação principal terão prosseguimento e 
serão julgadas. 
Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura 
da ação. 
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos citados, na pessoa de 
seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias. 
- De acordo o parágrafo único do artigo 683, a distribuição da ação de oposição será por 
dependência ao processo principal, assim sendo, a competência do juízo em que tramita 
o processo que tem como objeto a coisa ou o direito pretendido pelo opoente tem caráter 
funcional, portantoé absoluta. 
- Nessa mesma previsão que estabelece a dependência na distribuição da ação, há também 
a indicação de que os opostos serão citados na pessoa de seus advogados. Em relação a 
essa questão, divide-se a doutrina em duas correntes relacionadas à forma como o 
advogado deve ser citado. 
 
3 Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes 
distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os 
outros, mas os poderão beneficiar. 
 
• Entendimento 01: Parcela da doutrina entende que a simples publicação no diário 
oficial do nome dos advogados dos opostos serve como citação e encontra-se 
fundamentada no princípio da celeridade e economia processual, sendo 
inegavelmente mais rápido e barato o meio de comunicação, bem como não traz 
graves prejuízos para a segurança jurídica. 
• Entendimento 02: Majoritariamente, a doutrina considera que a citação pode ser 
realizada na pessoa do seu advogado, porém, para essa corrente, não basta a 
simples publicação no diário oficial, devendo a citação também ser pessoal, pelas 
vias tradicionais de citação (carta AR, oficial, edital, meio eletrônico). 
OBSERVAÇÃO: Em um ou outro caso, ainda que divirjam quanto ao modo de citação 
do advogado, a doutrina e os tribunais superiores são pacíficos em entender que para ser 
citado, o advogado não precisa de poderes expressos, vez que essa citação tem origem na 
própria lei. 
- Ainda, a norma indica que o prazo de contestação será de 15 (quinze) dias e, 
ATENÇÃO, ainda que os opostos tenham advogados diferentes (já que são adversários 
no processo original) não será aplicado a regra de contagem em dobro prevista no art. 
2294 do NCPC, assim, prevalecerá a aplicação da regra específica prevista no rito especial 
de oposição. 
IMPORTANTE: Lembra Gajardoni (2019), que não se aplica o raciocínio de citação por 
intermédio dos advogados se as partes estiverem representadas pela Defensoria Pública, 
caso em que sua citação necessitará ser pessoal, não podendo ser realizada na pessoa do 
defensor público. 
OBSERVAÇÃO: Caso a ação de oposição seja distribuída e uma das partes do processo 
originário não tenha advogado constituído neste primeiro processo, deverá essa parte 
SEM ADVOGADO ser citada pessoalmente, na forma da lei. 
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará 
simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz 
suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade 
da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo. 
 
- Nos termos do artigo 685, temos que, admitido o processamento da ação de oposição 
esta será apensada aos autos e tramitará, preferencialmente de maneira simultânea à ação 
originária, sendo que ambas devem ser julgadas pela mesma sentença. 
- Nesse sentido, o parágrafo único do art. 685 indica modos de agir pelo magistrado caso 
a ação de oposição seja proposta após o início da audiência de instrução. Em casos assim, 
o juiz poderá: 
 
4 Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, 
terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. 
 
• Suspender o curso do processo ao fim da produção das provas 
o OU 
• Se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração 
razoável do processo, suspenderá desde logo o processo e instruirá conjuntamente 
as duas ações (principal e de oposição) 
- Significa dizer que enquanto não for decidida a ação originária em primeiro grau, a 
oposição pode repercutir de duas maneiras diferentes em relação ao primeiro processo. 
1. Se a oposição for ajuizada antes do início da audiência de instrução no processo 
originário, deve este aguardar até que a oposição chegue no mesmo estágio, 
prosseguindo a partir daí simultaneamente as duas ações, isto é, a ação originária 
(principal) e a ação de oposição para que haja um julgamento conjunto. 
2. Se no processo originário já estivermos diante de uma audiência de instrução, 
então o juiz deverá determinar imediata suspensão do processo ou conclusão da 
audiência de instrução para, posteriormente, suspender a ação. 
INTERPRETAÇÃO: Assumpção (2020) indica que a redação do parágrafo único do 
art. 685 afasta a possibilidade de duas sentenças em momentos distintos, de forma que o 
julgamento dos dois processos com o mesmo objeto – originário (ação principal) e 
oposição – deverá ser sempre realizado por meio de uma mesma sentença. 
INTERPRETAÇÃO: Mitidiero, Arenhart e Marinoni (2018) consideram que a primeira 
demanda e a ação de oposição devem tramitar de modo simultâneo e, sempre que 
possível, devem ser julgadas em conjunto. 
- Em verdade, indicam que a leitura do dispositivo orienta para que seja interpretado como 
uma obrigatoriedade em julgamento simultâneo da ação originária e da oposição. 
Entretanto, interpretando a referida norma com o art. 686 do NCPC, essa impressão é 
desfeita, já que cabe ao juiz decidir simultaneamente, ou seja, há permissão que em 
algumas situações ocorra julgamento em momentos distintos. 
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a oposição, desta conhecerá 
em primeiro lugar. 
- Ao julgar o processo principal e a ação de oposição em uma mesma sentença, o juiz 
resolverá antes a oposição. Essa necessidade de julgar antes a oposição ocorre por conta 
do caráter prejudicial que tem a ação de oposição em relação a ação originária, explico: 
• Procedente: Caso a ação de oposição seja julgada procedente, a ação principal 
perderá o objeto, porque, sendo o direito ou coisa declarada como do opoente, não 
tem sentido discutir se essa mesma coisa ou direito pertence a autor ou réu da ação 
originária (principal). 
• Improcedente: Entretanto, caso seja a oposição julgada improcedente, o juiz 
passará a analisar a ação principal para decidir se a coisa ou direito é do autor ou 
do réu da ação originária. 
 
- IMPORTANTE: Em que pese a regra indicar o julgamento por uma mesma sentença, 
o STJ5 tem aplicado o princípio da instrumentalidade das formas, indicando não serem 
nulas a prolação de duas sentenças ocorridas e publicadas na mesma data, sendo uma 
delas julgando ação principal e outra julgando a ação de oposição. 
POSICIONAMENTO: Gajardoni (2019) entende que não há impedimento para que as 
demandas sejam julgadas em momentos separados, especialmente quando a oposição já 
estiver madura para julgamento e a ação principal (originária) ainda demandar dilação 
probatória. Ainda assim, o autor lembra que deve ser sempre respeitada a relação de 
prejudicialidade entre as ações, isto é, a ação de oposição deve ser sempre julgada antes 
da ação originária. 
AUTONOMIA ENTRE AÇÕES: A extinção da ação originária não acarreta a da 
oposição, que consiste em ação incidental e autônoma. 
OBSERVAÇÃO: O recurso cabível será apelação. 
 
 
5 Informativo nº. 531/STJ – 3ª Turma – REsp nº. 1.221.369/RS

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