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M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 1 Diarreia 1 K Perda excessiva de a gua e eletró litós atrave s das fezes, resultandó em aumentó dó vólume e freque ncia das evacuaçó es e diminuiça ó na cónsiste ncia das fezes. É importante ter em mente que um episódio de fezes amolecidas não caracteriza diarréia! Para definir que um paciente tem diarreia, é necessário que esteja alterada a consistência e também a frequência das fezes. K Presença de 3 óu mais evacuaçó es de cónsiste ncia diminuí da óu, peló menós uma evacuaça ó cóntendó sangue visí vel num perí ódó de 24hóras. K Classificação K AGUDA: limitada a 14 dias. Na maiória das vezes tem órigem infecciósa. Ale m dissó e subdivida em aguda aquósa e aguda sanguinólenta. K PERSISTENTE: entre 14 e 30 dias K CRÔNICA: acima de 30 dias, pódendó óu na ó haver sí ndróme de ma absórça ó assóciada. K DISENTERIA: Presença de sangue nas fezes, pódendó haver presença de mucó óu pus. OBS: NEONATOS E LACTENTES, EM ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO, PODEM APRESENTAR ESSE PADRÃO DE EVACUAÇÃO SEM QUE SEJA CONSIDERADO DIARREIA AGUDA. OBS: DISENTERIA É A DIARREIA COM A PRESENÇA DE SANGUE E/OU LEUCÓCITOS NAS FEZES. K Intestino Delgado K Ingesta ó: A gua: 2000 ml/dia + 6 – 8 litrós de secreçó es. K Os seres humanós fazem nórmalmente a ingesta ó de 2000 ml de a gua pór dia e próduzem cerca de 6-8 litrós de secreçó es (ex. saliva, secreça ó biliar, secreça ó pancrea tica...). K PORÇÕES DO INTESTINO DELGADO: K Duódenó: 20 cm. K Jejunó: 2,5 m. K I leó: 3,5 m. A capacidade absortiva do intestino delgado é cerca de 600x maior do que seu tamanho. Isso se dá graças a capacidade que o intestino delgado possui de se organizar em vilosidades, aumentando sua superfície absortiva. K Superfí cie absórtiva = 300 m2 (600x maiór). K A principal funça ó dó intestinó delgadó e a absórça ó de nutriente, fluidós e eletró litós. K O epite lió dó intestinó delgadó e um epite lió cilí ndricó simples fórmadó pór enteró citós. K Ce lulas intestinais = enteró citós. K Os enteró citós juntós fórmam a vilósidades (estruturas que cónferem a capacidade absórtiva apurada dó intestinó). K Os enteró citós tambe m fórmam as criptas intestinais, ónde encóntramós as gla ndulas de Lieberkuhn. K As gla ndulas de Lieberkuhn sa ó fórmadas pór va riós tipós de ce lulas: K -Ce lulas secretóras de enzimas (sucrase, maltase...). K -Ce lulas pródutóras de hórmó niós (secretina, mótilina...). K -Ce lulas calicifórmes (ce lulas pródutóras de mucó). K As gla ndulas de Lieberkuhn póssuem funça ó tantó endó crina quantó exó crina. K Absorção intestinal K Existem 3 micrónutrientes principais relaciónadós a absórça ó intestinal. Esses nutrientes córrespóndem aós: • Carbóidratós • Górduras • Próteí nas K CARBOIDRATOS • Transpórte ativó de mónóssacarí deós • Difusa ó facilitada. São absorvidos pelos enterócitos através de um transporte ativo de monossacarídeos ou por difusão facilitada. K GORDURAS • Difusa ó simples de micelas • Exócitóse de lipópróteí nas (quilómí cróns). O intestinó geralmente absórve cerca de 8 litrós pór dia. M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 2 As gorduras são transportadas ou por difusão simples de micelas ou por exocitose de lipoproteínas. K PROTEÍNAS • Transpórte ativó de aminóa cidós. • Difusa ó facilitada. As proteínas são transportadas tanto por transporte ativo como por difusão facilitada. Assim, tanto os carboidratos como as proteínas são absorvidos da mesma forma. K Abordagem inicial K A abórdagem inicial dó paciente cóm diarre ia e feita inicialmente atrave s da anamnese/histó ria e exame fí sicó. ANAMNESE K Na anamnese, ós fatóres que devem ser realçadós sa ó: 1. CARACTERÍSTICAS DAS FEZES K Padra ó tempóral da diarre ia • De quantó em quantó tempó acóntece ó episó dió de diarreia. • Perguntar se e uma diarre ia cóntí nua óu recórrente (se fór recórrente perguntar depóis de quantós dias ó quadró diarreicó retórnóu). 2. FATORES DESENCADEANTES Ex: Estresse e alimentação (alimento específico desencadeia?). 3. ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES K Familiares cóm histó ricó de DM2, dóenças pancrea ticas, intólera ncia a lactóse, hipertireóidismó, imunóssupressa ó, cirurgias digestivas amplas. 4. CONSUMO DE CARNE CRUA OU MAL COZIDA E PRODUTOS NÃO PASTEURIZADOS. K A grandes maiórias das diarreias sa ó de órigem infecciósa, principalmente pór bacte rias que sa ó micrórganismós capazes de infectar e permanecer via vel em alimentós mal cózidós. 5. PASSAGEM POR ÁREAS ENDÊMICAS E EPIDÊMICAS DE CÓLERA. K Sempre impórtante perguntar para ó paciente cóm diarre ia se ele passóu pór alguma a rea ende mica de certas patólógias que próvócam quadró clí nicó diarreicó. K Existem certós pató genós cómó ós parasitas (giardia, entamóeba...) que sa ó tí picós de a reas ende micas. EXAME FÍSICO M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 3 K EXAME FÍSICO: Tóque retal (sangue, mucó e pus na luva). K E impórtante realizar ó exame de tóque retal nós pacientes cóm diarreia que na ó tenham cónhecimentó óu ate mesmó na ó saibam definir e caracterizar as suas fezes dós episó diós diarreicós. K Principalmente quandó ha suspeita de diarre ia de órigem baixa (có lón), vale a pena realizar ó exame de tóque retal para determinar se nó dedó de luva vem a presença de sangue, mucó e pus. K O exame de tóque retal ajuda inclusive a determinar as causas de diarreia baixa. K SINAIS DE ALERTA: Ale m de tudó issó e impórtante ficar atentó aós sinais de gravidade nós pacientes cóm diarre ia. • Os fatóres de gravidade esta ó elencadós a seguir. FATORES DE RISCO DE GRAVIDADE K Idade > 70 anós K Diarre ia > 48 hóras K Sangue/ mucó nas fezes. K Imunóssupressa ó (drógas/HIV). K Dór abdóminal intensa em paciente maiór que 50 anós. K Temperatura maiór que 38,5°C. K Mais de 8 evacuaçó es/dia → Muitó assóciada a uma sí ndróme mal absórtiva, principalmente se estiver assóciada a uma histó ria cró nica óu subaguda. K Desidrataça ó nó exame fí sicó. K Desnutriça ó K Taquicardia tendendó a hipótensa ó → Os pacientes idósós, principalmente, pódem apresentar quadrós de chóque hipóvóle micó em decórre ncia da sua cóndiça ó diarreica. A presença de pelo menos um desses sinais justifica a coleta de exames. É importante ter em mente todos esses sinais de gravidade em pacientes com diarréia para que se possa desenvolver a melhor conduta na emergência, no sentido de solicitar a investigação desses pacientes a partir de exames laboratoriais. OBS: NA MAIORIA DOS QUADROS DE DIARRÉIAS AGUDAS NÃO HÁ NECESSIDADE DE SOLICITAÇÃO DE EXAMES. A MAIORIA DAS DIARRÉIAS AGUDAS SÃO DE ETIOLOGIA VIRAL E AUTOLIMITADAS. K Diarreia Aguda K Epidemiologia K Infecça ó e desnutriça ó córrespóndem aós dóis grandes próblemas da diarre ia aguda. • 60 a 70% das mórtes se devem a desidrataça ó. • A desidrataça ó pór diarre ia aguda córrespónde a 2ª Causa de mórte em crianças menóres que 5 anós. K Existe um cicló viciósó que faz cóm que a diarreia aguda se tórne persistente nós pacientes que apresentam cóndiçó es e cómórbidades pre -existentes. • A capacidade absórtiva da mucósa intestinal prejudicada nó paciente cóm diarreia aguda leva a me dió/lóngó prazó ó desencadear de um quadró de desnutriça ó nesse paciente. • Um paciente desnutridó e mais susceptí vel a prócessós infecciósós. OBS1: INFECÇÃO E DESNUTRIÇÃO SÃO DUAS CONDIÇÕES QUE ANDAM DE BRAÇOS DADOS. OBS2: ESSA RELAÇÃO DE DESNUTRIÇÃO E INFECÇÃO É MUITO MAIS SIGNIFICATIVA NAS CRIANÇAS DO QUE NA POPULAÇÃO IDOSA. K Classificação quanto a localização M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 4 K Pór sua vez, alguns prócessós infecciósós pódem próvócar na instalaça ó dequadrós diarreicós infecciósós, prógredindó cóm ó cicló ilustradó na imagem abaixó. K Nó que se refere lócalizaça ó, existem algumas maneiras de se classificar diarreia aguda. K Quantó a lócalizaça ó, a diarreia agudam póde ser classificada em: ALTA K Se órigina nó intestinó delgadó. K Caracterizada pór ser muitó aquósa e vólumósa. K Geralmente apresenta póuca freque ncia aó lóngó dó dia. K Os ví rus sa ó principais pató genós que causam esse tipó de diarreia. BAIXA K Se órigina nó intestinó gróssó (có lón) Origem cóló nica. K As fezes na diarreia baixa, geralmente apresentam sangue, pus óu mucó. K Geralmente e póucó vólumósa. K E muitó frequente. K O paciente que apresenta diarreia baixa cursa cóm dór abdóminal dó tipó có lica, cóm tenesmó e dór anórretal frequente. K As causas principais de diarreia baixa sa ó bacterianas. Na imensa maioria das vezes, o que se ver é a apresentação clínica mista (combina características de diarreia alta com as características da diarreia baixa). Num primeiro momento, quando não é possível recolher de forma suficiente como a história da diarreia e como começou, fica mais complicado determinar se o paciente apresenta diarreia alta ou baixa. K Classificação quanto a etiologia K Outra fórma de classificar a diarreia aguda e atrave s dós agentes etióló gicós. Esses agentes pódem ser divididós em dóis grupós: VÍRUS K O rótaví rus e ó ví rus que mais causa diarreia aguda nó mundó. K O córónaví rus póde próduzir quadrós clí nicós de diarreia aguda nós pacientes infectadós. BACTÉRIAS K A Shigela e a causa mais cómum de diarreia bacteriana nó mundó. K A bacte ria que mais causa diarreia aguda nó mundó e a shigela. PROTOZOÁRIOS M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 5 K Os principais prótózóa riós causadóres de diarreia agudam esta ó listadós na tabela a seguir e córrespóndem a Giardia, E. Histólytica e Crypióspóridum K 90% dós quadrós de diarreia aguda sa ó de órigem infecciósa. K Na maiória das vezes, a diarreia aguda apresenta K iní ció su bitó e duraça ó limitada. É por conta dessas características supracitadas que a grande maioria dos pacientes com diarreia aguda não requerem a solicitação de exames para investigação. K O prócessó de lesa ó tecidual que culmina nó quadró de diarreia aguda póde ócórrer pór diferentes prócessós definidós a seguir: TOXIGENICIDADE K Nesse mecanismó, determinadas bacte rias próduzem tóxinas e essas tóxinas agridem e estimulam ós enteró citós de uma fórma a próduzir diarreia. K Os principais pató genós que agridem a mucósa intestinal pór tóxigenicidade próduzindó diarreia aguda sa ó E. Cóli enterótó xica, có lera e Ví briós INVASÃO K Nó mecanismó de invasa ó, ó pró prió agente etióló gicó invade a mucósa intestinal, lesandó ós enteró citós e próduzindó ó prócessó diarreicó agudó. K Os pató genós relaciónadós a esse mecanismó sa ó a E. Cóli Enteróinvasiva, Shiguela, Salmónella, C. jejuni. ADERÊNCIA K Nesse mecanismó ó pató genó se adere a superfí cie celular dó enteró citó próvócandó lesa ó e culminandó em diarreia. K Os pató genós relaciónadós aó mecanismó de adere ncia sa ó principalmente a E. COLI Enteróhemórra gica e a E. Cóli Enteróadesiva/agregativa. SECREÇÃO K O agente etióló gicó estimula ó enteró citó a próduzir e secretar certas substa ncias. K Durante esse prócessó de secreça ó ha perda de a gua e eletró litós. K Um exempló de bacte ria causadóra desse mecanismó geradór dó prócessó diarreicó e a E. Cóli Enterópatóge nica. MISTO K Cómbinaça ó de tódós ós mecanismós supracitadós. K Principais pató genós: Ví rus, Y. enterócólí tica. K Algumas bacte rias póssuem caracterí sticas impórtantes quantó a apresentaça ó clí nica de diarreia aguda: M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 6 S. AUREUS K Diarreia que se manifesta muitó rapidamente → Manifesta-se 1-6 hóras pó s-ingesta ó dó alimentó cóntaminadó pelas tóxinas da bacte ria. K Tóxina pre fórmada nós alimentós cóntaminadós (O alimentó e cóntaminadó peló Staphilócóccus que ja próduz e libera sua tóxina nó alimentó). K Essa tóxina entra em cóntató cóm a ce lula epitelial dó intestinó (enteró citó) induzindó ó mecanismó de inflamaça ó, desencadeandó assim, ó prócessó que vai levar aó desenvólvimentó da diarre ia. OBS: MUITO COMUM QUE APENAS UMA PESSOA APRESENTE O QUADRO DIARREICO MESMO QUE OUTRAS PESSOAS TAMBÉM TENHAM SE ALIMENTADO DO MESMO ALIMENTO. ISSO ACONTECE POIS A VEZES, APENAS UMA PORÇÃO DO ALIMENTO ENCOTRA-SE CONTAMINADA COM O STAFILOCOCCUS PRODUZINDO A TOXINA. ENTEROBACTÉRIAS K Geralmente ó perí ódó de incubaça ó e mais lóngó (24 hóras). K Próvóca diarreia principalmente em crianças. K Próduz diarreia dó tipó secretóra. SHIGELA K E a causa mais cómum de diarreia nó mundó. K Manifesta-se geralmente 48 hóras apó s a expósiça ó (ingesta ó dó alimentó). K Próduz có lica e tenesmó mais intensós. SALMONELLA K Paciente cursa cóm diarreia dó tipó disenteria (sí ndróme disente rica). K O paciente apresenta manifestaçó es mais siste micas. K E mais grave. GIARDIA E ENTAMOEBA K Esta ó mais assóciadas a diarre ias cró nicas. K Classificação quanto ao mecanismo fisiopatológico K Sa ó 5 mecanismós fisiópatóló gicós principais desencadeadóres de diarreia. Esses mecanismós caracterizam a diarreia cómó sendó ósmó tica, secretóra, invasiva, mal absórtiva e pór alteraça ó de mótilidade. K Ale m de existir esses 5 tipós de mecanismós, uma mesma diarre ia póde apresentar mais de um mecanismó fisiópatóló gicó desencadeadór. EX: Um paciente com infecção por E. Coli pode ter diarreia por mecanismo secretor e invasivo, ambos ocorrendo simultaneamente na indução do processo diarreico. K OSMÓTICA: Caracterizada pela retença ó de lí quidós dentró dó lu men intestinal devidó a presença de sólutós ósmóticamente ativós na ó absórvidós. K SECRETORA: E caracterizada peló aumentó da secreça ó intestinal de a gua e eletró litós, Cl- e HCO3+. • Maiór vólume fecal • A desidrataça ó ócórre rapidamente. K INVASIVA: Tambe m chamada de inflamató ria. • Ocórre lesa ó da ce lula epitelial dó intestinó, impedindó a absórça ó de nutrientes. • Tambe m póde ter um mecanismó secretór. K Existem tambe m óutrós dóis tipós de diarre ia, menós cómuns que as supracitadas que córrespóndem a: • DIARRÉIA MALABSORTIVA • DIARRÉIA POR ALTERAÇÃO DA MOTILIDADE. *É comum ter mais de um mecanismo numa mesma enfermidade. K Diarreia Osmótica K A diarre ia ósmó tica e caracterizada pela perda de lí quidós para dentró dó lu men intestinal pór cónta da presença de sólutós e substa ncias ósmóticamente ativas. M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 7 K Prócessó infecciósó (enterópató genós e ví rus) → Lesiónam enteró citós → ↓ Atividade das dissacaridases (as dissacaridases sa ó enzimas lócalizadas na bórda em escóva dó intestinó que prómóvem a quebra dó dissacarí deó em mónóssacarí deó→ ↓Digesta ó e ↓absórça ó desses açucares → Acu muló desses açucares na luz intestinal → ↑Osmólaridade luminal → Sequestró de lí quidó para luz intestinal (paciente póssui a sensaça ó de que ha “a gua na barriga”) → ↑Cónteu dó fecal → DIARRÉIA OSMÓTICA. K Geralmente, ós pacientes cóm diarre ia ósmó tica apresentam uma diarre ia dó tipó vólumósa. K A diarre ia ósmó tica alivia/suspende cóm ó jejum. Pór óutró ladó, ó tratamentó da diarre ia aguda na ó englóba a realizaça ó de jejum, muitó peló cóntra rió, a alimentaça ó precóce e uma das medidas utilizadas para fazer ó tratamentó póis permite um a recuperaça ó mais ra pida da mucósa intestinal acómetida. K As causas principais da diarre ia ósmó tica englóbam: K -Usó de laxantes (medicamentós ósmó ticós). K OBS: Os laxantes ósmó ticós sa ó muitó utilizadós antes de prócedimentós cómó a cólónóscópia.K -Ingesta ó exagerada e em curtó espaçó de tempó de alimentós que cónte m grande quantidade de açu car (balas, bómbóns, tórtas...). K Esse prócessó permite ó desenvólvimentó de diarre ia ósmó tica pór cónta dó aumentó da ósmólaridade luminal. K A deficie ncia da lactase e um dós exemplós que permitem a ócórre ncia da diarre ia ósmó tica. Essa deficie ncia caracteriza ó quadró clí nicó de intólera ncia a lactóse. K Diarreia Secretora K As causas principais da diarre ia secretóra sa ó as bacte rias e tóxinas. K As Bacte rias pór diferentes mecanismós (agregaça ó, adesa ó óu próduça ó de tóxinas) atuam a ní vel de receptóres celulares dós enteró citós→ ↑AMP, GMP e Ca→ Secreça ó ativa (gastó de energia) de a gua e eletró litós para ó lu men dó intestinó→ Diarreia secretóra. K Clinicamente, a diarre ia secretóra e caracterizada pela presença de fezes vólumósas. K Geralmente ós pacientes na ó apresentam dór abdóminal. K A diarre ia persiste cóm ó jejum. K O paciente apresenta um aumentó de só dió e póta ssió e só dió nas fezes e cónsequentemente uma perda (de ficit desses eletró litós nó sangue). K O quadró a seguir evidencia as causas mais cómuns para a diarre ia secretóra. K E póssí vel classificar as causas de diarre ia secretóra em dóis grandes grupós: K CAUSAS INTESTINAIS: Infecçó es intestinais. K CAUSAS EXTRA INTESTINAIS (ALGUMAS PATOLOGIAS PODEM POSSUIR COMO APRESENTAÇÃO CLÍNICA MAIS CARACTERÍSTICA A DIARRÉIA). • Tumóres neuróendó crinós. • Drógas • Tóxinas metais pesadós (pacientes expóstós a alguns metais pesadós em suas ócupaçó es labórais devem ter esse aspectó pesquisadó e analisadó póis a expósiça ó a alguns metais cómó chumbó e arse nió pódem induzir a ócórre ncia de uma diarre ia aguda dó tipó secretóra). M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 8 K Diarreia Inflamatória/Invasiva K O mecanismó depende dó lócal de inflamaça ó; K A diarreia invasiva póde acóntecer a ní vel de intestinó finó óu intestinó gróssó. K O mecanismó de diarreia inflamató ria/invasiva e desencadeadó pór uma ruptura da integridade da mucósa ó que culmina na fórmaça ó de um exsudató óu ulceraça ó. OBS: NA DIARREIA OSMÓTICA E SECRETORA NÃO OCORRE RUPTURA DA INTEGRIDADE DA MUCOSA. ESSE PROCESSO SÓ É DESENCADEADO NA DIARRÉIA INFLAMATÓRIA. K Qualquer mecanismó que leve a ruptura de integridade de um tecidó cómó, pór exempló, a pró pria pele, havera fórmaça ó de exsudató e ulceraça ó (pequenas ulceraçó es e micróulceraçó es) nó lócal agredidó. K Póde na ó estar apenas assóciadó a exsudaça ó, pódendó ócórrer tambe m ós seguintes prócessós: • ↓ Absórça ó lipí diós • ↓ Absórça ó hidróeletrólí tica • Hipersecreça ó • Hipermótilidade. IMPORTANTE: O intestino entende a lesão/exsudato/ulceração como uma barreira a ser vencida. Por isso, que num primeiro momento, há estímulo para aumento da peristalse e motilidade intestinal para tentar vencer o processo inflamatório desencadeado. K Clinicamente, ós pacientes cóm diarreia inflamató ria/invasiva va ó apresentar um quadró de sintómas siste micós tambe m assóciadós cóm ó prócessó diarreicó. • Desses sintómas siste micós, ó paciente geralmente apresenta febre, dór, hemórragia e óutras manifestaçó es inflamató rias (cefaleia, tremóres, calafriós, mal estar geral, dentre óutrós). K A diarreia inflamató ria/invasiva e caracterizada pór persistir na presença de jejum. K O vólume de dejeçó es póde óu na ó estar aumentadó. K As fezes geralmente apresentam mucó, sangue óu pus, sendó caracterizadas cómó fezes mucósas/mucópurulentas. K Em casós de inflamaça ó grave, e impórtante se atentar aó desenvólvimentó de anasarca. • Muitós dós pacientes cóm quadró de diarreia inflamató ria/invasiva, póssuem essa diarreia em decórre ncia de patólógias cró nicas cómó as DII. • Póde ser cómum ó atendimentó de pacientes cóm diarreia inflamató ria invasiva que ja persiste ha meses óu anós, sendó muitas vezes caracterizadas cómó diarreias persistentes óu ate mesmó cró nicas. • Nesses casós de diarreia cró nica, póde ócórrer dó paciente desenvólver desnutriça ó grave que culmine na fórmaça ó de anasarca. K Se ó paciente na ó cónsegue caracterizar as suas fezes quantó a presença de mucó óu sangue, ó prófissiónal póde fazer a sólicitaça ó de uma ana lise fecal em labórató rió para detecça ó de leucó citós, sangue, óu pródutós derivadós. • Pesquisa de sangue ócultó em fezes. M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 9 • Pesquisa de mucó em fezes. K As principais causas de diarre ia inflamató ria/invasiva esta ó listadas nó quadró a seguir: K A fótógrafia a seguir traz uma ana lise cómparativa entre a dóença de Cróhn e a retócólite ulcerativa. As caracterí sticas principais grifadas na imagem córrespóndem a: K RECORRÊNCIA DA DIARREIA INFLAMATÓRIA: • O fató de a diarreia ser recórrente na ó implica necessariamente que a diarreia deva ser persistente. O paciente cóm diarreia inflamató ria/invasiva na ó necessariamente apresenta esse quadró diarreicó de fórma cóntinua. O paciente póde apresentar a diarreia de fórma recórrente. • Na dóença de Cróhn a recórre ncia da diarreia e póucó frequente. • Na retócólite ulcerativa, a recórre ncia da diarreia e bastante frequente. K PRESENÇA DE SANGUE NAS FEZES: • A respeitó da presença de sangue nas fezes, e muitó mais frequente na retócólite ulcerativa dó que na dóença de Cróhn. E em decórre ncia dissó, que e muitó impórtante sólicitar exames labóratóriais de ana lise fecal principalmente para aqueles pacientes que na ó cónseguem caracterizar as fezes direitó. K Outrós aspectós que diferenciam a dóença de Cróhn para a retócólite ulcerativa sa ó: K PRESENÇA DE FÍSTULAS: • Mais cómum na dóença de Cróhn (dóença trans mural) • Mais rara na retócólite ulcerativa (dóença que atinge apenas a mucósa). K ÁREAS QUE PODEM SER AFETADAS: • Dóença de Cróhn → Tódó ó sistema digestivó póde ser acómetidó (da bóca aó a nus). • Retócólite ulcerativa → Apenas ó retó e ó intestinó gróssó (apesar de póder existir manifestaçó es extraintestinais na retócólite, ó acómetimentó pór cónta de inflamaça ó vai ócórrer apenas nas regió es córrespóndentes aó retó e intestinó gróssó). K As fótógrafias a seguir córrespóndem aó exame de cólónóscópia e retratam ó estadó dó intestinó de um paciente cóm retócólite ulcerativa. • A imagem a esquerda representa de fórma clara a presença de u lceras acómetendó a mucósa intestinal. • A figura a direita faz uma cómparaça ó de uma mucósa intestinal nórmal cóm uma mucósa intestinal inflamada. K As fótógrafias a seguir fóram tiradas tambe m de um exame de cólónóscópia e retratam ó estadó dó intestinó de pacientes cóm dóença de Cróhn. • E póssí vel verificar que as u lceras sa ó mais espaçadas e na ó muitó lóngas. • As u lceras da dóença de Cróhn geralmente sa ó recóbertas pór fibrina (esbranquiçadas) e sa ó mais prófundas que as encóntradas em pacientes cóm retócólite ulcerativa. *Ambas são chamadas de colite (inflamação do cólon) mas são melhores definidas como colite de Crohn e colite da retocolite ulcerativa. K Diarreia Mal absortiva K A diarreia mal absórtiva póde ser ócasiónada pór 3 mecanismós distintós: 1. Ma digesta ó intraluminal Patólógias que próvócam ma digesta ó intraluminal e cursam cóm diarre ia malabsórtiva: K INSUFICIÊNCIA PANCREÁTICA EXÓCRINA: M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 10 • *O sulcó digestivó próduzidó peló pa ncreas exó crinó e ó principal respónsa vel pela digesta ó de próteí nas e lipí diós. A insuficie ncia na pórça ó exó crina dó pa ncreas pórtantó, cómprómete a digesta ó desses cómpóstós. • *Essa insuficie ncia pancrea tica exó crina póde ser próvócada pór diversós prócessós cómó a óbstruça ó dó ductó pancrea ticó principal óu óbstruça ó de mu ltiplóspequenós ductós dó pa ncreas. • *Essa óbstruça ó póde ser próvócada pór prócessós de calcificaça ó (muitó cómuns em quadrós de pancreatite cró nica), pela presença de cistós, pela fórmaça ó de uma neóplasia óu ate mesmó pór uma ma fórmaça ó dó pa ncreas. • *Esses prócessós óbstrutivós pódem culminar na deficie ncia de próduça ó das enzimas pancrea ticas, levandó aó quadró de ma digesta ó intraluminal. • *As enzimas próduzidas acabam pór na ó ser suficientes para fazer a digesta ó dó póól de próteí nas e lipí diós que chegam na primeira pórça ó dó intestinó delgadó. K PROLIFERAÇÃO BACTERIANA ID K CIRROSE/OBSTRUÇÃO BILIAR 2. Ma absórça ó na mucósa: Nesse mecanismó, ócórre uma lesa ó da mucósa intestinal que acaba pór desencadear a ma absórça ó dós diferentes cómpóstós derivadós da dieta pela mucósa acómetida. As principais patólógias que próvócam ó prócessó de lesa ó da mucósa e cónsequente ma absórça ó da mucósa sa ó: K DOENÇA CELÍACA (NESSA DOENÇA OCORRE O PROCESSO DE INFLAMAÇÃO CRÔNICA DA MUCOSA) K SPRUE TROPICAL K DOENÇA DE WHIPPLE K ABETALIPOPROTEINEMIA. 3. Obstruça ó linfa tica: As patólógias que culminam na óbstruça ó linfa tica e cóm issó na diarreia mal absórtiva sa ó: K LINFANGIECTASIA INTESTINAL CONGÊNITA. K OBSTRUÇÃO LINFÁTICA ADQUIRIDA: Nesse casó, a óbstruça ó linfa tica vai ser próvócada pór prócessós cómó usó de quimiótera picós, radiaça ó lócal, tratamentó de radióterapia de ó rga ó próximós que póde ter induzidó a óbstruça ó linfa tica dós vasós ali presentes, ressecça ó de linfónódós que acónteceu inadvertidamente pór cónta de determinada cirurgia. K Clinicamente, ós pacientes va ó se apresentar cóm fezes górdurósas e pastósas, de cór clara e que póssuem um brilhó óleósó. K E cómum que ó paciente cóm diarre ia mal absórtiva apresente esteatórreia. Pór óutró ladó, essa esteatórre ia só vai acóntecer quandó ha mais de 7g/dia de górdura fecal. OBS1: 7 GRAMAS DE GORDURA FECAL É MUITO! OBS2: GERALMENTE HÁ UMA DETERIORAÇÃO DA FUNÇÃO EXÓCRINA PANCREÁTICA MUITO SIGNIFICATIVA PARA HAVER PRESENÇA DE CÉLULAS DE GORDURAS NAS FEZES. • Desse módó, a maiória dós pacientes cóm diarre ia mal absórtiva na ó va ó apresentar esteatórreia. A maiória dós pacientes va ó relatar que as fezes esta ó “brilhósas”. K E muitó cómum que ó paciente cóm diarre ia mal absórtiva apresente de fices nutriciónais principalmente dós seguintes nutrientes e vitaminas: • FERRO • CÁLCIO • VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS. K E cómum tambe m que esses pacientes apresentem de fices de cóagulaça ó pór cónta dó de ficit de vitamina K. K Perda pónderal • Pacientes cóm diarre ia mal absórtiva apresentam dificuldades significativas em fazer a absórça ó de nutrientes, principalmente de aminóa cidós. • A deficie ncia na absórça ó de aminóa cidós leva aó quadró de hipóalbuminemia extremamente frequente nesses pacientes. • A perda de pesó vai resultar principalmente dó prócessó de desnutriça ó induzidó pela diarre ia mal absórtiva. K Aumentó dó de bitó fecal cóm a alimentaça ó. M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 11 K Na diarre ia mal absórtiva pórtantó, havera deficie ncia na absórça ó de lipí diós e de tudó aquiló que e lipóssólu vel cómó ós aminóa cidós e vitaminas (principalmente as lipóssólu veis). K O quadró a seguir demónstra ós prócessós de causa e cónseque ncia da mal absórça ó. K Pacientes que se submetem a gastrectómia, que póssuem ressecça ó ga strica óu vagótómia. • Esses pacientes apresentam deficie ncia na absórça ó de próteí nas e acabam desenvólvendó edema, perda de pesó e perda de massa muscular. K Pacientes cóm pancreatite cró nica, gastrinóma, aclóridria óu intestinó curtó. • Esses pacientes desenvólvem um cómprómetimentó na absórça ó principalmente de carbóidratós. K Pacientes cóm dissacaridases • Apresentam ma absórça ó de zincó. K Pacientes cóm dóença de Hartnup (defeitós especí ficós em transpórtadóres) óu dóença de Cróhn (defeitós glóbais). • Esses pacientes apresentam deficie ncia na absórça ó de ferró, cóbalamina (vitamina B12) e fólató (a cidó fó licó), ó que póde induzir a instauraça ó de um quadró de anemia. K Pacientes cóm linfangiectasia (patólógias que causam óbstruça ó dós vasós linfa ticós). • Esses pacientes apresentam cómprómetimentó na absórça ó de ca lció e magne sió. K Diarreia por alteração de Motilidade K As causas da diarreia pór alteraça ó de mótilidade sa ó divididas em dóis grupós: 1. Aumentó da mótilidade intestinal K Geralmente a diarreia pór alteraça ó da mótilidade e próvócada pór prócessós que induzem ó aumentó da mótilidade intestinal. K As dóenças mais cómuns que levam aó aumentó da mótilidade intestinal e cónsequentemente a diarreia sa ó: • HIPERTIREOIDISMO (DONÇAS DA TIREOIDE) • SÍNDROME CARCINOIDE • FÁRMACOS (DROGAS QUE AUMENTAM A MOTILIDADE INTESTINAL). 2. Diminuiça ó da mótilidade intestinal K DIABETES *Gastroparesia → Acomete todo o trato digestivo. O paciente com gastroparesia apresenta o trânsito intestinal mais lento que o normal. K NEUROMIOPATIAS VISCERAIS PRIMÁRIAS K PSEUDO-OBSTRUÇÃO INTESTINAL ADQUIRIDA IDIOPÁTICA. K OUTRAS DOENÇAS METABÓLICAS TAMBÉM PODEM CURSAR COM DIMINUIÇÃO DA MOTILIDADE INTESTINAL. M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 12 K O mecanismó fisiópatóló gicó de diarreia pór alteraça ó de mótilidade encóntra-se muitó mais assóciadó a quadrós de diarreia cró nica dó que diarreia aguda. K Na sí ndróme dó intestinó irrita vel, pór exempló, temós uma dóença funciónal cóntemplada nó cónsensó de Róma IV. K O cónsensó de Róma IV fói ó u ltimó cónsensó que estabeleceu crite riós diagnó sticós para a sí ndróme dó intestinó irrita vel. Dentre esses crite riós diagnó sticós, temós: • Dór óu descónfórtó abdóminal cómó sintóma principal. • Essa dór abdóminal deve ócórrer peló menós nós u ltimós 6 meses, sendó mais relevante/prevalente nós u ltimós 3 meses, devendó estar presente em peló menós 3 dias em cada me s. K Essa dór abdóminal deve ócórrer assóciada a peló menós 2 dós seguintes crite riós: • MELHORA COM A EVACUAÇÃO. • INÍCIO ASSOCIADO A ALTERAÇÕES NA FREQUÊNCIA DAS EVACUAÇÕES (DIARREIA, PRISÃO DE VENTRE). • INÍCIO ASSOCIADO A ALTERAÇÃO NA FORMA/APARÊNCIA DAS FEZES (LÍQUIDAS, PASTOSAS, ENDURECIDAS). K Geralmente esses pacientes cóm sí ndróme dó intestinó irrita vel va ó apresentar: • Episó diós de aumentó da freque ncia fecal. • Os prócessós diarreicós geralmente cessam a nóite e alternam cóm perí ódós de prisa ó de ventre (alterna ncia dó ritmó intestinal). • A dór abdóminal alivia nórmalmente cóm a defecaça ó. • A perda pónderal póde acóntecer, mas e muitó rara. K Sa ó pacientes que apresentam diagnó sticó de SII, mas que ha muitó tempó na ó apresenta uma manifestaça ó clí nica dessa cóndiça ó e sa ó expóstós a algum fatór desencadeante de prócessó diarreicó agudó cómó uma gastróenterite. K A gastróenterite, nesse casó, sera a principal desencadeadóra da SII. K O paciente enta ó, se apresenta cóm uma diarreia aguda que na verdade córrespónde a uma exacerbaça ó de uma dóença cró nica pre -existente (SII). IMPORTANTE: Gastroenterites virais são doenças extremamente comuns de provocar crises de síndrome do intestino irritável. *Os pacientes com SII geralmente não apresentam manifestações sistêmicas. K Diagnóstico de diarreia aguda infecciosa K O diagnó sticó etióló gicó, na maiória das vezes, na ó sera óbtidó a ní vel de emerge ncia póis ós exames que sa ó sólicitadós para determinar ó diagnó sticó etióló gicó da diarre ia aguda dó paciente geralmente na ó ficam próntós em 24hrs. K Alguns desses exames esta ó listadós abaixó, sendó sólicitadós sempre que ó prófissiónal apresenta uma suspeita diagnó stica baseada nó quadró clí nicó apresentadó peló paciente. Sa ó, pórtantó, exames mais especí ficós e direciónadóspara a suspeita clí nica. • Diarre ia bacteriana → Cultura de fezes • Rótaví rus→ Rótazine • Có lera → Micróscópia cóm fundó negró • C. Jejuni → Meiós de culturas seletivós (Skirrów). • ECEH → PCR (identificaça ó de tóxinas) • ECEH, ECEP, ECEA Próvas genótí picas K Assim, cómó ó resultadó desses exames demóra um póucó para sair, a abórdagem inicial aó paciente cóm diarre ia aguda se baseia nós seguintes aspectós: K ANAMNESE: • Identificaça ó de desidrataça ó e desnutriça ó. • Identificaça ó dós fatóres de riscó e gravidade. K AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR BÁSICA • Hemógrama • Eletró litós • Próvas inflamató rias (VHS, PCR) K Prevenção M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 13 K Vacinas nós primeirós 6 meses de vida (rótaví rus). K -2 dóses em duas ócasió es. K Higiene K Saneamentó ba sicó K Tratamento K O tratamentó da diarre ia aguda e direciónadó para causa: 1. Sintóma ticós K Cómó numa abórdagem inicial, geralmente na ó se tem ainda ó cónhecimentó da causa exata dó prócessó diarre icó, ó inició dó tratamentó e feitó cóm sintóma ticós e depóis melhór direciónadó quandó se tem uma nóça ó da causa da diarre ia aguda dó paciente. 2. Córreça ó da desidrataça ó K E indicada a terapia de reidrataça ó óral (TRO) • Sóluça ó da OMS cla ssica (90mEq/L de só dió) • Sóluçó es módificadas (75 e 60 mEq/L de só dió) K Ca lculó → TRO (ml): Pesó (g) X Pórcentagem dó pesó perdidó X 2 K Pacientes cóm desidrataça ó grave (geralmente idósós) devem realizar infusa ó venósa de sóluça ó fisióló gica a 0,9% - 20ml/kg/hóra óu em bólus em casós de chóque. K A hidrataça ó dó paciente deve ser realizada ate a diurese dele ficar clara. 3. Realimentaça ó precóce K A instruça ó da realimentaça ó deve ser dada peló me dicó que se encóntra assistindó ó paciente cóm diarre ia aguda nó primeiró atendimentó. K SHIGELLA, SALMONELLA, ECEI • Se ha suspeita de diarre ia infecciósa dó tipó bacteriana e impórtante prómóver a isença ó de lactóse da dieta dó paciente assim cómó de tódós ós alimentós que tenham cómó efeitó a hiper estimulaça ó dó intestinó (cafe , cóndimentós, górduras...). OBS: A PROFESSORA GOSTA DE FAZER A SUSPENSÃO DE CARNE VERMELHA DA DIETA PELO MENOS NOS PRIMEIROS 5 DIAS DE DIARRÉIA AGUDA PRINCIPALMENTE QUANDO HÁ SUSPEITA DE CAUSA BACTERIANA. K ROTAVÍRUS E ECEP • Para rótaví rus e ECEP recómenda-se que seja feita uma dieta semielementares (dieta a base de peptí deós). • Existem suplementós via óral e que pódem ser administradós via sónda, mas, de uma fórma geral, geram ma aceitaça ó pór cónta dó góstó ruim. • E mais fa cil se fazer uma restriça ó para apenas carne branca, dó que óferecer uma próteí na mais cómplexa cómó a vermelha. • Póde tambe m escólher a utilizaça ó de próteí nas vegetais. • A adóça ó dessa dieta mais leve deve ser feita pór peló menós ó perí ódó de recuperaça ó intestinal. IMPORTANTE: O tempo de restrição na dieta é de 5 dias pois esse é o tempo que a membrana da célula leva para chegar à superfície. Por isso que se recomenda que os pacientes com diarréia aguda, nesses primeiros 5 dias sigam rigorosamente com uma dieta mais leve de fácil absorção e de absorção proximal para que a mucosa intestinal consiga se recuperar e volte ao normal. 4. Usó de antibió ticós K Usó recómendadó: • Pacientes cóm diarre ia pór có lera • Pacientes imunóssuprimidós (HIV) • Pacientes cóm neóplasias malignas • Pacientes cóm hemóglóbinópatias • Pacientes em tratamentó imunóssupressór • Crianças menóres de 3 meses. K Indicaça ó relativa: • Pacientes cóm diarre ia dó viajante • Pacientes cóm diarre ia pór C. difficile fracamente sanguinólenta M A R I A L U I Z A F E R N A N D E S – G A S T R O E N T E R O L O G I A P á g i n a | 14 • Infecça ó siste mica pór Aerómónas • Shigellóses K Os antibió ticós que devem ser utilizadós para cada causam especí fica de diarre ia esta ó listadós na imagem a seguir. 5. Usó de próbió ticós K As cepas mais utilizadas para se fazer próbió ticós sa ó: • S. bóulardi • Lacidóphilus • B.lactis • L caseii *A concentração deve estar sempre em 10 à décima! Se estiver numa concentração menor, as chances de não haver efeito são muito grandes. 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