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A interpretação dos Sonhos Para Freud: A questão fundante do ser humano é o DESEJO Para Melanie Klein: A questão fundante é a DESTRUTIVIDADE Para Winnicott: A questão fundante é o GESTO Donald Winnicott Da pediatria à psicanálise Como pediatra observava que o adoecimento era mais por turbulências do meio ambiente e por questões psíquicas do que propriamente por questões orgânicas. O ambiente visto como condicionante do desenvolvimento do ser. O desenvolvimento emocional da criança (três fases): Integração e personalização com o bebê que nasce numa condição de dependência absoluta. Esse desenvolvimento levará à aquisição de um esquema corporal integrado (psique-soma): a personalização e o sentimento de que a pessoa habita o próprio corpo. Adaptação à realidade. A mãe ajuda o bebê a sair da subjetividade total e atenta para a realidade nova que está surgindo. A crueldade primitiva- a criança sustenta a esperança que sua mãe compreenda, ame e sobreviva aos seus ataques. O gesto humano retira o estatuto originário da coisa e dá outra dimensão. Há um gesto de apropriação que torna aquilo pessoal. O ser humano criativo é um ser de ação. E é sempre surpreendente. Importância do manejo do tempo: Para Winnicott, é mais importante brincar, porque promove o devir da criança, do que interpretar, pois brincar põe em processo um devir. A função simbolizante do jogo. Objetos transicionais: A criança toma um objeto de cuidado dela (ex.: a fralda) e outorga a ele uma vida (chama de papinho) e muda o estatuto ontológico do objeto (da fralda, no caso), que passa a ser um ser, uma personagem com quem ela interage. Para Winnicott: A realidade surge no horizonte psíquico pela ilusão. A criança cria a realidade. A dificuldade de uma pessoa de lidar com a realidade é porque não pôde se apropriar da realidade como uma experiência pessoal. Para ele o homem só pode ser compreendido em sua existência. O sentido da vida é o aspecto fundante. Mais importante que curar alguém ou superar um sintoma é o individuo conseguir colocar a sua existência sob o domínio do seu gesto. O mais importante não é o acontecido, mas o advir. O que o paciente busca, o que necessita, o anseio de ser. “ O andarilho na cama da mãe cede lugar ao bebê no colo da mãe”. “ Isso implica em uma teoria do amadurecimento humano. A condição do ser humano não é a de ser um Édipo potencial, mas a de ser um ser humano frágil, que precisa de um outro ser humano para continuar existindo e alcançar o desenvolvimento do que é potencialmente intrínseco. A capacidade da mãe em dedicar-se à maternagem cria condições para a manifestação do sentimento de unidade entre duas pessoas. Dessa relação saudável emergem os fundamentos da constituição da pessoa e do desenvolvimento emocional afetivo da criança. Essa capacidade da mãe de identificar-se com seu filho permite-lhe satisfazer a função sintetizada por Winnicott na expressão holding, base para a transformação de um ser que se experimenta a si mesmo. A função do holding é fornecer apoio egóico, antes do aparecimento da integração do ego. Inclui segurar fisicamente o bebê, que é uma forma de amar e que se amplia a ponto de incluir a provisão ambiental total ao conceito de viver com, isto é, da emergência do bebê como uma pessoa separada, que se relaciona com outras pessoas separadas dele. Ao olhar o bebê, a mãe se oferece como espelho no qual o bebê pode se ver. Esse estado leva à autonomia, da dependência absoluta para a relativa e os objetos transicionais exercem essa função de amparo, indispensável, por substituir a mãe. Winnicott fala em três espaços psíquicos: O interno (mundo psíquico); O externo (modulador das projeções da criança); O transicional (zona intermediária). O Self é o núcleo singular de cada indivíduo. O falso self surge pela incapacidade da mãe de interpretar as necessidades da criança e esta experimenta sensações subjetivas de vazio, futilidade e irrealidade, até desenvolver tendências antissociais, psicopatias e psicoses. São alterações no desenvolvimento, criando uma casca ao verdadeiro self. A mãe suficientemente boa é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe assim, a experiência de onipotência primária, base do fazer criativo.
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