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Donald Winnicott (6)

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A interpretação dos Sonhos
Para Freud:
A questão fundante do ser humano é o DESEJO
Para Melanie Klein:
A questão fundante é a DESTRUTIVIDADE
Para Winnicott:
A questão fundante é o GESTO 
Donald Winnicott
Da pediatria à psicanálise
Como pediatra observava que o adoecimento era mais por turbulências do meio ambiente e por questões psíquicas do que propriamente por questões orgânicas. 
O ambiente visto como condicionante do desenvolvimento do ser.
O desenvolvimento emocional da criança
(três fases):
 Integração e personalização com o bebê que nasce numa condição de dependência absoluta. Esse desenvolvimento levará à aquisição de um esquema corporal integrado (psique-soma): a personalização e o sentimento de que a pessoa habita o próprio corpo.
 Adaptação à realidade. A mãe ajuda o bebê a sair da subjetividade total e atenta para a realidade nova que está surgindo.
 A crueldade primitiva- a criança sustenta a esperança que sua mãe compreenda, ame e sobreviva aos seus ataques.
 O gesto humano retira o estatuto
 originário da coisa e dá outra dimensão.
 
 Há um gesto de apropriação que torna 
 aquilo pessoal. 
 O ser humano criativo é um ser de ação. 
 E é sempre surpreendente. 
Importância do manejo do tempo: 
Para Winnicott, é mais importante brincar, porque promove o devir da criança, do que interpretar, pois brincar põe em processo um devir. 
A função simbolizante do jogo. 
Objetos transicionais: 
A criança toma um objeto de cuidado dela (ex.: a fralda) e outorga a ele uma vida (chama de papinho) e muda o estatuto ontológico do objeto (da fralda, no caso), que passa a ser um ser, uma personagem com quem ela interage.
Para Winnicott:
 A realidade surge no horizonte psíquico pela ilusão. A criança cria a realidade.
A dificuldade de uma pessoa de lidar com a realidade é porque não pôde se apropriar da realidade como uma experiência pessoal.
Para ele o homem só pode ser compreendido em sua existência. 
O sentido da vida é o aspecto fundante. Mais importante que curar alguém ou superar um sintoma é o individuo conseguir colocar a sua existência sob o domínio do seu gesto. 
O mais importante não é o acontecido, mas o advir. O que o paciente busca, o que necessita, o anseio de ser. 
“ O andarilho na cama da mãe 
cede lugar ao bebê no colo da mãe”.
“
Isso implica em uma teoria do amadurecimento humano. 
A condição do ser humano não é a de ser um Édipo potencial, mas a de ser um ser humano frágil, que precisa de um outro ser humano para continuar existindo e alcançar o desenvolvimento do que é potencialmente intrínseco. 
A capacidade da mãe em dedicar-se à maternagem cria condições para a manifestação do sentimento de unidade entre duas pessoas. Dessa relação saudável emergem os fundamentos da constituição da pessoa e do desenvolvimento emocional afetivo da criança. 
Essa capacidade da mãe de identificar-se com seu filho permite-lhe satisfazer a função sintetizada por Winnicott na expressão holding, base para a transformação de um ser que se experimenta a si mesmo.
 
A função do holding é fornecer apoio egóico, antes do aparecimento da integração do ego. Inclui segurar fisicamente o bebê, que é uma forma de amar e que se amplia a ponto de incluir a provisão ambiental total ao conceito de viver com, isto é, da emergência do bebê como uma pessoa separada, que se relaciona com outras pessoas separadas dele. 
Ao olhar o bebê, a mãe se oferece como espelho no qual o bebê pode se ver. 
Esse estado leva à autonomia, da dependência absoluta para a relativa e os objetos transicionais exercem essa função de amparo, indispensável, por substituir a mãe. 
Winnicott fala em três espaços psíquicos:
 
 O interno (mundo psíquico);
 O externo (modulador das projeções da
 criança);
 O transicional (zona intermediária). 
O Self é o núcleo singular de cada indivíduo. 
O falso self surge pela incapacidade da mãe de interpretar as necessidades da criança e esta experimenta sensações subjetivas de vazio, futilidade e irrealidade, até desenvolver tendências antissociais, psicopatias e psicoses. São alterações no desenvolvimento, criando uma casca ao verdadeiro self.
A mãe suficientemente boa é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o mundo é criado por ele, concedendo-lhe assim, a experiência de onipotência primária, base do fazer criativo.

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