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Direito Arcaico No período arcaico o Direito estava diretamente ligado a religião e as tradições. Nessa época, as práticas de Direito também não eram positivadas. As primeiras leis escritas só foram aparecer na antiga Mesopôtamia, com o código de Ur-Nammu e, mais tarde, com o código Hamurabi. Os direitos primitivos são “direitos em nascimento”, ou seja, ainda não ocorre uma diferenciação efetiva entre o que é jurídico do que não é jurídico. Direito Antigo Direito Grego Nesse período surgem as primeiras noções de laicidade do direito. Também nesse período afasta-se a ideia de “familismo”, afastando o sujeito da família e trazendo-o para a vida na polis, criando uma noção de solidariedade cívica. Passa-se a constatar a necessidade de uma positivação do direito. Heranças: prática da retórica jurídica, o julgamento de um cidadão por seus pares, a mediação e arbitragem de conflitos, a publicidade dos atos processuais como procedimento democrático. Na Grécia antiga o Direito e o conhecimento jurídico não estão propriamente no campo das regras, mas sim no campo da Filosofia, do direito como Ciência Política. Ou seja, os gregos promoveram uma reflexão mais aprofundada sobre o que é justo e sobre justiça do que a reflexão sobre as regras. Diferente dos gregos, os romanos preocuparam-se menos com as concepções teóricas e mais com a solução prática de conflitos. O Direito romano se formou gradativamente com normas estabelecidas em costumes, leis, decisões dos juízes e com obras dos juristas. Direito Antigo Realeza República Império (subdividido em: Principado e Dominato) A História do Direito Romano é dividida em: Realeza (da fundação de Roma até o início da República em 510 a.C.). Direito Romano Rei: era o supremo sacerdote, chefe do exército, juiz soberano e protetor da plebe. Seu cargo era vitalício, mas não hereditário - era indicado por seu antecessor ou por um senador. Senado: conselho com competência para aconselhar o rei e para confirmar as decisões dos comícios. Povo: era a sociedade romana, no início, constituída apenas pelos patrícios, depois a plebe passou a compor também a populus romanus. O povo exercia seus direitos nos comícios, onde votavam para decidir determinadas propostas. Comícios: aconteciam nas cúrias, tipo de assembleias convocadas para rejeitar ou aceitar as propostas apresentadas. Fontes do Direito: os costumes e, posteriormente, as leis escritas (fortemente influenciadas pela religião). Jurisprudência: era o exercício de práticas sacerdotais feitas nos templos pelos pontífices. No período da Realeza os poderes públicos eram realizados pelos reis, pelo senado e pelo povo: Magistrados: As magistraturas sempre eram duplas ou colegiadas e seu mandato durava um ano. Abaixo listamos as magistraturas romanas: Cônsul – exercia o comando militar. Este tinha um ano de mandato e poder absoluto sobre os cidadãos romanos. Pretor – tinha a função de administrar a Justiça. Edil - responsável por fiscalizar o comércio e conduzir a cidade. Censor – se encarregava de contar a população, fiscalizar os candidatos a edil e vigiar a conduta moral do povo romano. Questor – cobrava impostos e custodiava o patrimônio romano. Senado: exercia funções consultivas, como ratificar leis e decisões dos comícios Povo: constituída pelos patrícios e plebeus, exerciam seus direitos nos comícios. Fontes do Direito: os costumes, as leis escritas, o senatosconsultus, a jurisprudência e os editos dos magistrados. No período da República o regime político era mais plural e participativo. Nesse período a organização política era composta por magistrados, pelo senado e pelo povo: República (de 510 a. C. até a batalha de Actium, 31 a. C. ). Império Nesse período, o imperador detinha todo o poder que antes era dividido entre os magistrados. Já o Alto Império foi marcado pela sua cristianização e pela decadência política e cultural. Nessa época o monarca "invocava a vontade divina" como fonte de inspiração para sua autoridade e "o que agradava ao imperador tinha força de lei". No entanto, é no final do Alto Império que surge uma primeira grande constituição, a mando do imperador Justiniano. O Corpus Iuris Civilis é considerado até hoje uma das maiores heranças do Direito Romano para sociedade contemporânea. *Jurisconsultos: os conhecedores do Direito à época Conceitos do Direito Aceitar a ambiguidade e as contradições como normais na experiência jurídica, buscando a resolução dessas; Não se comprometer emocionalmente com uma determinada opinião; Perquirir os dois lados de uma controvérsia; Questionar, pensar criticamente; Perceber que o direito está em tudo (ou quase tudo). AS 3 QUESTÕES RECORRENTES de HERBERT HART O Direito visto como uma faculdade de obrigar; O Direito visto como sinônimo de justiça; O Direito visto como um conjunto de normas. PENSAR COMO UM JURISTA (TO THINK LIKE A LAWYER) Será que essas questões conseguem abarcar todos os aspectos do direito? O Direito também é: - O objeto da Ciência do Direito; - Um fato social; - Uma tarefa interpretativa (hermenêutica jurídica) Princípio do Mínimo Ético (George Jellinek); Visão de Immanuel Kant; Teoria do Relativismo; Utilitarismo; Teoria da Convergência. Uma das finalidades do Direito é estabelecer ou restabelecer e conservar valores. Quando os valores estão voltados para o próprio sujeito, dizemos que estamos tratando de uma espécie de ética, que é a Moral; quando esses valores estão voltados para a coletividade , dizemos que estamos tratando de outra espécie de ética, que é o Direito. Podemos concluir, portanto, que Moral e Direito são espécies do gênero ética. Direito & Moral Sobre a relação de Direito e moral, vamos ver alguns princípios e teorias de alguns estudiosos sobre o assunto. São elas: Princípio do Mínimo Ético (George Jellinek) Moral Direito O Direito representa apenas o mínimo da Moral considerado obrigatório para uma sociadade sobreviver. A maioria dos deveres são cumpridos espontaneamente pelas pessoas, e para aqueles que não são é que temos o direito. O direito faz parte da moral, não é diferente dela. Visão de Immanuel Kant Direito Moral Para Kant, o direito e a moral são diferentes e independentes. Tendo em vista isso, Kant formulou duas leis, uma para a moral e outra para o Direito. Moral: "Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como principio de uma legislação universal". Direito: "Age exteriormente de modo que o livre uso de teu arbítrio possa se conciliar com a liberdade de todos, segundo uma lei universal." Um dos critérios distintivos entre direito e moral para o autor é, portanto, o fato de uma ser uma espécie de legislação interna do sujeito (moral) e a outra uma legislação externa (direito). Essa doutrina visa à finalidade ou à consequência de uma ação moral, e não ao modo como ela foi praticada. Para os utilitaristas uma ação deve ter por finalidade proporcionar a maior quantidade de prazer (bem-estar) ao maior número de pessoas possível para que seja moralmente correta. Dessa maneira, o utilitarismo descarta por completo o imperativo categórico kantiano, tirando toda a correção moral de uma razão universal e oferecendo-a ao sujeito. Teoria do Relativismo Segundo as teorias relativistas, a verdade e a falsidade de juízos morais é mas relativa. Ou seja, a noção de moralidade varia com as tradições, culturas e diferentes crenças da sociedade humana, não existindo um padrão ou régua ética que possa servir para julgar os outros. Utilitavismo (Jeremy Benjham & John Stuart Mill) Teoria da Convergência Moral Direito Considera-se, nas teorias de convergência entre direito e moral, que são disciplinas distintas, mas não separadas uma da outra. Nesse sentido, o Direito é alimentado pela moral, tendo ela como sua base de justificação, mas cada um tem seu espaço próprio. Assim, a moral e direito convergem em alguns pontos, e em outros não se cruzam. O Jusnaturalismo ou o Direito Natural é a corrente de pensamento jurídico-filosóficaque pressupõe a existência de uma norma de conduta intersubjetiva universalmente. O Direito Natural origina-se a depender da corrente de pensamento, de Deus, da natureza das coisas ou da razão humana; ou, ainda, de misturas destes três fundamentos. Há três teses centrais do direito natural: Para os juspositivistas, não existe outro direito que não aquele posto pelo Estado: o direito positivo. O direito, portanto, decorre da vontade humana e da sua devida positivação. Nesse sentido, aquilo que estiver previsto no ordenamento jurídico estatal é direito. O que não estiver, não é direito. Há três teses centrais do Direito Positivo: Jusnaturalismo & Juspositivismo É importante entendermos, também, que o Jusnaturalismo não anula o Juspositivismo, ou vice versa. O Juspositivismo aceita o Jusnaturalismo, mas só se este estiver positivado. Já o Jusnaturalismo acredita que, independente de estar positivado ou não, o direito é algo natural, mas que existem leis positivadas que vão contra o direito natural e, nesse caso, o direito natural deve prevalece Antes de falarmos propriamente em Jusnaturalismo e Juspositivismo é importante ressaltar que não há apenas uma concepção para cada um desses pensamentos filosóficos, mas sim várias. Vários autores que denominamos jusnaturalistas ou juspositivistas formularam concepções originais a respeito de cada um desses temas. Direito ligado com a moral; Existência de princípios universais; Prevalência do Direito Natural sobre o Direito Positivo. Jusnaturalismo Juspositivismo Teorias conceituais que se encaixam ao Jusnaturalismo: - Princípio do mínimo ético - Teoria da Convergência Teorias conceituais que se encaixam ao Juspositivismo: - Pensamento Kantiano - Teoria do Relativismo Direito separado da moral; Direito como fato social; Direito supõe um sistema. Em suma, pode-se compreender o conceito de direito de Bobbio a partir de 3 elementos fundamentais: Conjunto orgânico de normas: Para Bobbio o ordenamento não é a mera soma das normas que o compõem, mas a estrutura que faz com que se estabeleça uma relação interna de unidade, coerência e completude Sanção: Para Bobbio há uma vinculação entre o direito e a sanção. Contudo, Bobbio não tratava apenas a sanção negativa, mas também do conceito de sanção positiva. Institucionalização: Além disso, Bobbio diz que a sanção é produzida pelo Estado, normativamente, e não a partir de juízos morais ou naturais, ou seja, institucionalizados. Pode-se compreender o conceito de direito de Kelsen a partir de 3 elementos fundamentais: Pureza: Kelsen tratava o Direito como uma ciência, dessa forma, buscou separar o Direito de tudo aquilo que era exterior à ele, como a Sociologia e a Moral e, até mesmo, a noção de Justiça. Hierarquia: Validade: O ordenamento jurídico trás a validade de justiça, e não a moral. Autores Juspositivistas Norberto Bobbio Hans Kelsen O conceito de direito para Kelsen tem como base a noção do direito como um conjunto hierarquizado de normas jurídicas, estruturadas na forma de uma pirâmide (pirâmide de Kelsen). No topo da pirâmide, temos o que Kelsen denomina de norma fundamental, que subordina uma Constituição. Norma Fundamental Constituição Demais Normas Fontes Formais Primárias Secundárias Legislação Doutrina*Jurisprudência Costumes Fontes Negociais Fontes Materiais Relações Sociais Valor Moral Fontes Estatais Legislação Jurisprudência Doutrina* Costumes Fontes Negociais Fontes Não Estatais Jurisprudência Revelação/criação do direito através da atividade jurisdicional (pela magistratura). Fontes negociais São fontes negociais documentos devidamente assinados que firmem um acordo entre duas ou mais partes. Para que sejam válidas são necessários quatro características: Manifestação de vontade Objeto lícito Forma prescrita ou não defesa em lei Equilíbrio contratual Doutrina Obras jurídico-científicas. Costume Prática reiterada que possui consciência da sua obrigatoriedade (convicção jurídica). Os costumes podem ser divididos em Secundum legem, Praeter legem e Contra legem: Secundim legem: quando a própria lei determina que sejam seguidos os costumes; Praeter legem: quando não há previsão na lei e, dessa forma, os costumes são usados para preencher as lacunas como diz o artigo 4° da LINDB. Contra legem: quando os costumes vão contra a lei. Fontes do Direito Elas podem ser dividas em Fontes Materiais e Fontes Formais Ou em Fontes Estatais e Não Estatais Antinomia: quando para uma mesma situação jurídica há duas consequências jurídicas possíveis, incompatíveis entre si. As antinomias podem ser divididos em antinomias reais - quando não há critérios estabelecidos e, assim, devem ser resolvidas pelo Poder Judiciário - e antinomias aparentes - quando os critérios são aqueles estabelecidos no artigo 2° da LINDB (hierarquia, especialidade e cronologia, respectivamente) Completude De acordo com Bobbio, o ordenamento jurídico deveria ter uma norma jurídica para regular qualquer caso. No entanto, existem lacunas em nossa Constituição. Para isso, segundo a característica da completude, é necessário ter expressamente no ordenamento jurídico uma regra que dite o que fazer quando houver tais lacunas, tornando, então, o ordenamento completo. Para resolver as lacunas da Lei nós podemos usar a autointegração ou heterointegração: Autointegração: é um método pelo qual o ordenamento se completa recorrendo a fonte dominante do direito, ou seja, a lei. O procedimento típico é a analogia. Heterointegração: é a técnica pela qual a ordem jurídica se completa lançando mão de fundos diversas da norma legal, como por exemplo, o costume e a equidade. Ordenamento Jurídico De acordo com o Norberto Bobbio para nosso ordenamento jurídico ser completo é preciso três características: unicidade, coerência e completude. Unicidade A unicidade do ordenamento jurídico é a característica que o define como um conjunto de normas entre as quais existe uma ordem (como foi idealizado por Kelsen). Essa ordem deve ser entendida como um relacionamento da norma com outras normas e dela com todo o sistema Coerência Segundo Bobbio, o ordenamento jurídico deve ser coerente. No entanto, em nossa Constituição, existem o que chamamos de antinomias: Teoria da Norma A regra de reconhecimento fornece critérios de identificação das normas do sistema jurídico: Vigência: A vigência é um critério temporal - a regra precisa ser vigente. Efetividade: A regra precisa ser efetiva, ou seja, precisa-se verificar se ela é ou não cumprida pelas pessoas à quem ela é dirigida. Eficácia: Capacidade jurídica que a norma tem de produzir efeitos Justiça: Este é um critério trazido por Bobbio, que diz que para que uma norma ser considerada como parte do sistema jurídico, devemos verificar se ela é justa ou não Nossa socialização é pautada por regras de conduta, ou seja, por normas. Para reconhecer uma norma como pertencentes ao sistema jurídico Herbert Hart criou o que chamamos de "Regra de Conhecimento". Regra de Conhecimento As normas podem ser dividas em normas primárias e normas secundárias: As normas primárias possuem valor de obrigação. Ou seja, impõem condutas ou abstenção de certos atos. Já as normas secundárias servem como regulamento. Ou seja, determinam como as normas primárias devem funcionar. Exemplo: LINDB As normas são mandamentos definitivos enquanto os princípios são mandamentos de otimização que podem ser cumpridos em diferentes graus. A grande diferença deles, o que chamamos de derrotabilidade, é a capacidade dos princípios de acomodarem exceções. Normas Primárias e Secundárias Regras e Princípios Atenção: Validade Vigência Ao deixar de ser vigente, a norma não deixa de ser válida. Uma norma válida é aquela que respeita as regras de reconhecimento. Ordenamento Jurídico O ordenamento jurídico é um conjunto de elementos normativos e não- normativos (repertório) que determinam as relações entre si (estrutura). Nosso ordenamentos jurídico possuium sistema dinâmico, ou seja, as normas estão num processo de contínua transformação. Embora a fonte mais importante de normas seja o legislativo, é importante destacar que nosso ordenamento não é formado apenas por leis. Fazem parte dele também os costumes, tratados, normativas, regulamentos, etc. Nosso ordenamento jurídico é hierarquizado e representado pela Pirâmide de Kelsen. Constituição Federal Legislação Atos Administrativos Sentenças Negócios e Atos Jurídicos Revogação das Leis Existem três tipos de revogação de leis: Revogação Expressa: Quando está expressamente escrito na norma revogadora qual norma esta revoga. Revogação Tácita: Quando a norma revogada está implícita, mas pode-se perceber diante da incompatibilidade das normas. Revogação Geral: Ocorre por meio de uma nova norma revogadora implícita, que mude integralmente uma matéria, mesmo que esta repita algumas leis antigas. (ex: um novo código). Além disso, uma lei pode ser revogada pela sua caducidade ou desuso: Caducidade: quando a condição fática prevista na lei deixa de existir Desuso: uma norma entra em desuso quando seus destinatários deixam de usá-la ou não se sentem mais obrigados a cumpri-la. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada desde que possa favorecer o réu, como trás o artigo 5°, inciso XL da Constituição Federal, ou nos casos descritos no artigo 106 do Código Tributário. Princípio da Irretroatividade da Lei INTEGRAÇÃO DO DIREITOIntegração do Direito Ainda que o ordenamento jurídico tenha como um de seus princípios a completude, o Direito não trás uma solução para todos os casos jurídicos possíveis. Nesse caso, de acordo com Norberto Bobbio, para satisfazer o princípio da completude é preciso que o próprio ordenamento traga expressamente uma solução para os casos em que houver lacunas nas leis. "Non liquet" é uma expressão advinda do Direito Romano que se aplicava nos casos em que o juiz não encontrava nítida resposta jurídica para fazer o julgamento e, por isso, deixava de julgar. Nos casos em que houver lacuna nas leis o ordenamento brasileiro proíbe o non liquet (art. 140 do CPC e art. 5°, XXXV, da CF) e trás, a partir do artigo 4° da LINDB, como deveremos solucionar casos em que houver lacunas na lei. Art. 4° - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Analogia A analogia é a aplicação de uma lei existente em casos semelhantes aos trazidos por ela. Costumes Os costumes tratam-se de práticas da sociedade que possuem consciência de obrigatoriedade e eles podem estar, inclusive, expressos na própria lei. No entanto, existem costumes que não estão expressos que podem ser usados como método de integração do Direito, desde que estes possuam convicção jurídica e não sejam contrários a lei (costumes contra legem) Princípios Gerais do Direito Os princípios gerais do direito são os alicerces do ordenamento jurídico, informando o sistema independentemente de estarem positivados em norma legal e devem orientar o intérprete em caso de omissão da norma. Equidade Além dos métodos trazidos pelo artigo 4° da LINDB, também é um método de integração do Direito a equidade. Nesse contexto, o intérprete deverá julgar de acordo com o que é justo para aquele caso concreto. A existência de lacunas Proibição do non liquet* Métodos de Integração Limites da Integração Nenhum método de integração gera um efeito generalizante, ou seja, ele não excluirá a existência da lacuna, apenas solucionará ela no caso específico em que ele foi introduzido. Além disso, alguns métodos de integração são vedados no Direito Penal, como a analogia que, em síntese, somente é permitida a favor do réu, jamais em seu prejuízo. Fim Social do Direito O Direito é um fenômeno histórico que carrega mudanças e que deve sempre estar aberto à estas, a fim de cumprir com sua finalidade social de atender os interesses da população. Dessa forma, assim como a sociedade se transforma, o Direito deve-se transformar junto com ela. Sendo assim, os princípios existentes em cada Constituição deverão nortear a aprovação ou a reprovação de mudanças no ordenamento jurídico. Tomamos por exemplo à analogia ao princípio da dignidade humana imposta pelo STF no que diz respeito ao casamento e à união estável de casais homo afetivos. Em princípio, tal caso não é posto pela lei, pois quando o ordenamento jurídico atual foi criado, a realidade social existente era totalmente diferente da realidade social de agora, que sofreu diversas mudanças. Dessa forma, o STF tomou por analogia um princípio vigente em nosso ordenamento, a fim de aprovar uma mudança legal que acompanha as transformações da sociedade, atendendo, assim, à finalidade social do Direito de atender as necessidades de toda população. INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO O Direito consiste em uma prática interpretativa das leis. Para que sua finalidade de atender aos interesses socais possa ser garantida, dependemos das condições das práticas argumentativas e interpretativas a ele atribuídas. Podemos distinguir 6 formas de interpretação: Interpretação literal ou gramatical; Interpretação lógica; Interpretação sistemática; Interpretação histórica; Interpretação evolutiva; Interpretação sociológica; Interpretação teleológica e axiológica; Interpretação especificadora; Interpretação restritiva; Interpretação extensiva. Consiste numa leitura inicial do texto onde se busca captar seu conteúdo e observar sua linguagem. Vemos, assim, que esta é a forma inicial da atividade interpretativa em que as palavras podem ser vagas, equívocas ou deficientes não oferecendo nenhuma garantia de espelhar com certeza o pensamento da lei. O método de interpretação literal tem sua importância, porém serve apenas como meio de se tomar um primeiro contato com o texto interpretado e não para se extrair o sentido completo que a norma pode oferecer. Interpretação e Aplicação do Direito Prática Interpretativa do Direito Interpretação Gramatical Interpretação Lógica Essa interpretação é considerada como textual-interna, tendo em vista que busca explicar a norma através do sentido intrínseco do texto. A interpretação sistemática considera que a norma não pode ser vista de forma isolada, pois o direito existe como sistema, de forma ordenada e com certa sincronia. Interpretação Sistemática Interpretação Teleológica Diferentemente de todos os métodos de interpretação analisados até agora, a interpretação teleológica concentra suas preocupações no fim a que a norma se dirige. Nesta, o intérprete deve levar em consideração valores como a exigência do bem comum, o ideal de justiça, a ética, a liberdade, a igualdade, etc. Um exemplo desta interpretação é o artigo 5º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: "Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum." Interpretação Sociológica Interpretação Evolutiva É aquela pela qual o intérprete deve adaptar o texto legal às novas condições sociais inexistentes ao tempo de sua formação, embora tenha de afastar-se inteiramente da letra e da vontade do primitivo legislador ou de atribuir à primeira um sentido forçado. Vemos, portanto, que nessa modalidade o intérprete busca descobrir a vontade atual da lei e não a vontade pretérita do legislador, vontade que deve sempre corresponder às necessidades e condições sociais. Interpretação Histórica A interpretação histórica é a que indaga sobre as condições do meio social e do momento da elaboração da norma também se preocupa com as causas pretéritas da solução dada pelo legislador. A interpretação tem que se basear no sentido estrito da lei e das mudanças sociais que constituem no fundo a razão de ser de toda a evolução jurídica. Ou seja, o método sociológico se baseia na adaptação do sentido do texto legal às realidades e necessidades sociais. A boa interpretação, assim, chega a um significado jurídico (métodos gramatical,lógico e sistemático) para a norma legal, demonstra seu alcance social (métodos histórico e sociológico) e sua efetividade (métodos teleológico e axiológico). Quando foi verificado que o legislador utilizou de forma adequada e correta todas as palavras contidas na lei, ocorrendo exata equivalência entre os sentidos e a vontade presente na lei; Interpretação Declarativa Interpretação Restritiva Quando a lei possui palavras que ampliam a vontade da lei, e acabe à interpretação reduzir esse alcance. Interpretação Extensiva Quando a lei carece de amplitude, ou seja, diz menos do que deveria dizer, devendo o intérprete verificar qual os reais limites da norma. Conclusão
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