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COSMETOLOGIA-CAPILAR-DESENVOLVIMENTO-E-PRESCRIÇÃO-DE-PRODUTOS

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1 
Sumário 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................... 2 
1.1 Anatomia funcional ............................................................................... 3 
1.2 Estruturas responsáveis pelo formato dos fios ..................................... 5 
2 CICLO CAPILAR ......................................................................................... 5 
2.1 Anágena ............................................................................................... 5 
2.2 Catágena .............................................................................................. 6 
2.3 Telógena .............................................................................................. 7 
2.4 Exógena e Kenógena ........................................................................... 7 
3 COMPOSIÇÃO DA HASTE CAPILAR ........................................................ 8 
3.1 Queratinas ............................................................................................ 9 
4 PROPRIEDADES FÍSICAS DO CABELO ................................................. 11 
5 TÉCNICAS DE COLORAÇÃO .................................................................. 12 
6 ALISAMENTO E PERMANENTE .............................................................. 16 
6.1 Alisamento .......................................................................................... 16 
6.2 Hidróxidos .......................................................................................... 18 
6.3 Tióis .................................................................................................... 18 
6.4 LED .................................................................................................... 20 
6.5 Formaldeídos ..................................................................................... 21 
6.6 Riscos dos formaldeídos .................................................................... 23 
6.7 Considerações finais sobre os alisantes ............................................ 25 
7 CUIDADOS COM A HASTE CAPILAR ..................................................... 26 
7.1 Xampus .............................................................................................. 26 
7.2 Condicionadores ................................................................................ 29 
8 IMPLICAÇÕES DOS TRATAMENTOS COSMÉTICOS NA HASTE 
CAPILAR .................................................................................................................. 33 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 36 
9 LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................... 40 
 
 
2 
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Mudanças na forma e cor dos cabelos têm sido, desde o início das 
civilizações, um dos indicadores de beleza. A moda não se restringe às vestimentas, 
mas expande-se aos cabelos, gerando uma busca incessante por uma aparência 
diferenciada. O alisamento dos cabelos teve seu auge registrado em meados do ano 
1900 com a técnica para alisamento de cabelos afroétnicos que utilizava vaselina 
sólida e pente de metal quente a uma temperatura entre 150 e 260°C denominada 
hot comb. Ao longo dos anos subsequentes, foram desenvolvidas substâncias 
químicas que possibilitaram alisar ou enrolar os cabelos de forma permanente e 
mais segura. Atualmente, observa-se uma tendência à busca pelos cabelos 
extremamente lisos de modo definitivo. 
 
 
Fonte: www.oextra.net 
Dúvidas sobre a ação dos cosméticos capilares sobre a saúde do corpo e dos 
cabelos são cada vez mais abordadas nas consultas dermatológicas. Somando-se a 
isso o já tradicional uso de agentes que modificam a cor natural do cabelo ou 
escondem os indesejáveis fios brancos, temos uma associação que pode realmente 
ser perigosa para a saúde dos fios. A cada dia, aumentam as consultas médicas 
para esclarecimento de quais técnicas e produtos químicos são mais indicados para 
 
3 
permitir que os cabelos sofram as alterações desejadas de seu aspecto natural e, ao 
mesmo tempo, mantenham-se saudáveis e belos. 
1.1 Anatomia funcional 
O folículo que gera a haste A pele humana contém aproximadamente 5 
milhões de folículos pilosos, com cerca de 100.000 folículos presentes no couro 
cabeludo. Este número pode variar conforme a cor dos cabelos. A maioria dos pelos 
se encontra em locais visíveis, com conotação psicossocial importante. Embora os 
três tipos principais de folículos pilosos (lanugo, vellus e terminal) tenham diferenças 
na sua estrutura e pigmentação, eles seguem os mesmos princípios de formação. 
 
Fonte: www.fitocosmetic.com.br 
Todo folículo piloso na fase anágena está totalmente formado e apresenta o 
formato de uma taça de vinho invertida. No cálice, há uma estrutura semelhante ao 
bulbo de cebola, denominada papila dérmica folicular, sendo este o local em que 
células progenitoras se dispõem no centro de forma multicilíndrica, movendo-se para 
a camada mais externa da haste capilar. 
 
4 
A presença de estruturas guias e planos de clivagem conduz este 
crescimento direcionado. A bainha interna (BI) é uma camada cilíndrica e dura de 
ceratinócitos diferenciados, que guia e guarda a haste capilar. A bainha de 
companhia é um compartimento celular independente entre a bainha externa e a 
interna e é uma peça chave na ancoragem da haste no folículo piloso. 
Os compartimentos epiteliais do folículo piloso são compostos por oito 
cilindros concêntricos: bainha externa, bainha de companhia, camada de Henle (BI), 
camada de Huxley (BI), cutícula (BI), bem como a cutícula, o córtex e a medula da 
haste capilar. A linhagem epidérmica de diferenciação é distinta em cada um desses 
cilindros. 
Três principais populações de células precursoras parecem originar a bainha 
externa, interna e a haste. O bulge é a região na qual estão às células epidérmicas 
progenitoras, daí se origina a bainha externa, enquanto aquelas que formam a BI e a 
haste se depositam no germe folicular secundário na papila folicular. 
O músculo eretor do pelo se insere no nível do bulge, local do principal sítio 
de células progenitoras foliculares. O músculo está sob controle adrenérgico, e 
contrações involuntárias em situações de estresse repentino, ansiedade, ou raiva 
fazem com que ele se “levante”. 
 
Fonte: www.glamforyou.wordpress.com 
O folículo piloso apresenta um sistema de inervação autonômica, bem como 
numerosas células de Merkel em torno do istmo, localizado entre a inserção do 
músculo eretor do pelo e o infundíbulo da glândula sebácea. Os vasos sanguíneos 
alcançam todo o folículo, através da bainha de tecido conjuntivo, e ainda se inserem 
na papila dérmica folicular dos cabelos terminais. 
 
5 
1.2 Estruturas responsáveis pelo formato dos fios 
Acreditava-se que o formato da BI era primariamente responsável pelo 
formato do cabelo, mas, atualmente, se sabe que há diferenças entre as curvaturas 
do cabelo liso e do crespo. Novos estudos foram realizados e mostraram que o 
formato da haste capilar é programado pelo bulbo, particularmente pelo grau de 
simetria/assimetria axial da matriz capilar. Foi demonstrado que no cabelo crespo 
um dos lados da cutícula do cabelo se desenvolve primeiro, dando a este bulbo o 
aspecto de taco de golfe; já no liso, o desenvolvimento é igual e reto. 
2 CICLO CAPILAR 
O ciclo capilar é tradicionalmente reconhecido por três fases: crescimento 
(anágeno I-VI), regressão (catágeno I-VIII) e repouso (telógeno). Segue-se uma 
sequência rítmica repetitiva de mudanças características na morfologia do folículo 
que obedecem a uma organização sequencial geneticamente codificada. 
2.1 Anágena 
Na fase anágena, o cabelo está crescendo ativamente, e materiais são 
depositados em sua haste pelas células da papila folicular. A duração desta fase é 
determinada geneticamentee varia dependendo do sítio anatômico estudado. No 
couro cabeludo, tem duração de 2 a 6 anos com taxa de crescimento de 
aproximadamente 0,03 a 0,045 mm por dia, sendo a taxa de crescimento mais 
acelerada nas mulheres. Aproximadamente 85- 90% de todos os cabelos estão 
nesta fase de crescimento. Há pessoas que podem ter os cabelos bem compridos 
porque têm uma fase anágena de longa duração. Entretanto, os indivíduos que 
possuem uma fase anágena curta não conseguem que seus cabelos atinjam um 
comprimento longo. Apesar de a cultura popular ensinar diversas fórmulas e 
simpatias para fazer os cabelos ficarem mais longos, o comprimento máximo do 
cabelo de cada indivíduo é geneticamente determinado e não sofre influência de 
suplementação vitamínica ou tratamentos tópicos. 
 
 
6 
 
Fonte: www.chegadequeda.com.br 
2.2 Catágena 
A fase catágena é muito controlada. A apoptose e a diferenciação terminal 
fazem a involução rápida do folículo, enquanto a fábrica real da haste capilar, o 
bulbo, é desmontada quase completamente. A papila dérmica folicular não sofre 
apoptose. Não obstante, esta se condensa, move-se para cima, e há um declínio no 
número de núcleos dos fibroblastos, provavelmente pela migração de fibroblastos da 
papila para a bainha de tecido conjuntivo proximal. 
Os sinais mais precoces do término da fase anágena e da indução da 
catágena são a retração dos dendritos dos melanócitos no folículo e a evidência 
enzimática de que a melanogênese está sendo finalizada. A maioria dos melanócitos 
do folículo sofre também apoptose. Os melanócitos destruídos no folículo são 
repostos durante a próxima fase anágena, a partir do reservatório de células-tronco 
melanocíticas no bulge e/ou dos melanócitos da bainha externa. A canície, então, 
seria em grande parte uma manutenção insuficiente no folículo piloso de células-
tronco melanocíticas. 
Durante a fase catágena, a papila folicular encolhe5 e sai, do saco epitelial, o 
cabelo em “clava”. Este tem a característica de apresentar a ponta como uma 
escova e a extremidade proximal despigmentada, uma vez que é gerada somente 
após o final da melanogênese e da transferência dos melanossomas. Menos de 1% 
dos cabelos está nesta fase de involução, que pode durar entre 2 e 3 semanas. 
 
7 
2.3 Telógena 
No fim deste processo de involução, o folículo entra no seu “estágio de 
repouso”, a fase telógena, devido à observação de que a atividade proliferativa e 
bioquímica do folículo alcança seu nível mais baixo durante o ciclo do pelo nesta 
fase. Entretanto, a telógena pode apresentar uma importância regulatória muito 
maior para o folículo do que simplesmente o “repouso” implica, pois pode servir 
como “um freio” à anágena.5 O cabelo fica em fase telógena por 3 meses, e 
aproximadamente 10-15% dos fios de cabelo estão em repouso, refletindo uma 
queda de 100-120 fios por dia normalmente. 
2.4 Exógena e Kenógena 
Existem duas outras fases recém-descritas na literatura: a exógena e a 
kenógena. Na primeira, foi demonstrado que a exclusão da haste capilar é ativa, 
altamente controlada, o que difere da fase telogênica a qual é normalmente 
quiescente. Já a fase kenógena é um fenômeno novo no ciclo capilar, que 
representa o folículo vazio entre o fim da fase telógena e a nova fase anágena. Pode 
ser achado em pessoas normais, mas parece ser mais comum em indivíduos com 
alopecia androgenética. 
 
8 
3 COMPOSIÇÃO DA HASTE CAPILAR 
 
Fonte: www.clubedocabeloecia.com.br 
A haste capilar é uma estrutura essencialmente lipoproteica e sem vida. O 
cabelo terminal é composto por três camadas: cutícula, córtex e medula. A parte 
mais externa é a cutícula que se constitui de células mortas achatadas, sobrepostas 
umas às outras como telhas de um telhado. Tais células são denominadas escamas 
e formam de cinco a dez camadas, cada uma com 350-450 nm de espessura. Cada 
célula é revestida por uma membrana externa denominada epicutícula, rica em 
cistina (aminoácido rico em enxofre) e ácidos graxos. A estrutura celular da cutícula 
é composta por três grandes camadas: a camada-A externa, que contém a maior 
quantidade de cistina (enxofre) e, portanto, é a mais resistente; a exocutícula, que 
também contém cistina, e a endocutícula interna, que é virtualmente desprovida de 
enxofre. Toda a unidade cuticular tem a propriedade de proteger o córtex de traumas 
corriqueiros como os atos de pentear e lavar os cabelos, que são responsáveis por 
certo grau de dano cuticular, principalmente nas porções mais distais do fio, 
ocasionando a tricoptilose (fenda longitudinal da haste com aspecto de ponta “dupla” 
ou partida). 
 
9 
Mais internamente, vem o córtex que constitui a área de maior massa da fibra 
capilar. As células do córtex contêm no seu interior estruturas alongadas 
denominadas macro e microfibrilas de queratina. As macrofibrilas contêm as 
microfibrilas, que, por sua vez, contêm as protofibrilas. Estas últimas são compostas 
por cadeias polipeptídicas em formato de a-hélice cuja estrutura e forma químicas 
são mantidas por ligações entre os átomos de diferentes cadeias. Essas ligações 
podem ter forças variáveis: fracas como as pontes de hidrogênio ou fortes como as 
ligações iônicas ou pontes dissulfeto. Tais ligações químicas quando rompidas, em 
caráter permanente ou temporário, possibilitam a mudança na forma física do pelo. 
As células da haste do pelo têm arranjo estrutural helicoidal e são separadas 
por um estreito espaço que contém um material proteico intercelular que as mantêm 
coesas. Dividem-se em três camadas: ortocórtex, mesocórtex e paracórtex, em que 
encontramos os polipeptídeos de queratina dispostos dois a dois, um ácido com um 
básico, formando os protofilamentos, os quais são responsáveis pela capacidade da 
queratina de ser estendida e estirada. A endocutícula é a camada mais interna da 
cada célula da cutícula e consiste em proteínas amorfas. Esta é a área mais 
vulnerável ao ataque de xampus, depósito de resíduos, a atritos e fraturas por 
tração, ao ato de pentear ou ao tratamento químico. 
3.1 Queratinas 
São proteínas filamentosas que possuem uma estrutura de a-hélice central. 
Quatro longas a-hélices separadas por três regiões não-helicoidais formam um 
tetrâmero com dímeros idênticos dispostos antiparalelamente. Estes tetrâmeros 
formam um protofilamento cujos pares formam uma protofibrila. A associação lateral 
de quatro protofibrilas forma um filamento cilíndrico de queratina. Os cilindros de 
queratina ficam dispersos em uma matriz lipoproteica. 
Conclui-se que cabelos são estruturas formadas por unidades proteicas a-
helicoidais com o formato espiralado, cujos aminoácidos se ligam através de pontes 
dissulfeto, de hidrogênio e ligações iônicas, conferindo-lhe ao mesmo tempo firmeza 
e flexibilidade. 
Cabelos são mais maleáveis e elásticos do que as unhas porque têm menor 
quantidade de pontes dissulfeto presentes na queratina, sendo estas as principais 
responsáveis pela sua forma helicoidal rígida. A queratina, com sua conformação 
 
10 
espacial típica e suas ligações químicas, é a principal responsável pela rigidez, força 
e insolubilidade da fibra. Cada ponte dissulfeto é formada por duas moléculas de 
enxofre ligadas uma a outra. 
 
Fonte: www.isic.net.br 
A queratina é incolor - A cor dos cabelos do couro cabeludo é dada pela 
melanina do córtex e da medula, possivelmente oriunda dos melanócitos do bulbo 
capilar, que compõem apenas 3% da massa do fio. Existem dois tipos de melanina 
que irão determinar a cor natural dos cabelos: cinza, loiro, castanho, vermelho e 
preto, dependendo da quantidade e a taxa de eumelanina (marrom e preta) e 
feomelanina (amarela e vermelha). A melanina presente nos grânulos encontra-se 
ligada a uma proteína referida como melanoproteína. Ambas as melaninas são 
dependentes da quantidade de cisteína presente no melanócito. 
A pigmentação do cabelo ocorre durantea fase anágena e é promovida pela 
transferência de eumelanossomas ou feomelanossomas dos melanócitos presentes 
na papila dérmica folicular. Esses melanócitos são diferentes dos presentes na 
epiderme, possuem dendritos mais longos e a relação melanócitos/ceratinócitos 
menor (1:1 – 1:4) que a da epiderme (1:25 – 1:40). 
No centro da haste, está a medula formada por uma proteína conhecida como 
tricohialina. A função da medula tem sido objeto de estudo, porém esta região não 
tem participação conhecida nos procedimentos estéticos. Sabe-se, entretanto, que, 
 
11 
em pacientes mais velhos, as células da medula aparecem mais desidratadas e com 
espaços cheios de ar, que substituem o local da medula. 
4 PROPRIEDADES FÍSICAS DO CABELO 
A resistência do cabelo é dada pelo córtex, porém uma cutícula intacta é 
necessária para a proteção do interior da haste capilar. O cabelo na água, por sofrer 
hidrólise, pode ser esticado em até 30% do seu tamanho sem sofrer nenhum dano. 
A porosidade da haste capilar é de aproximadamente 20%, e o peso do 
cabelo pode aumentar em 12-18% quando molhado. A absorção é muito rápida, com 
uma taxa de 75% de absorção dentro dos primeiros 4 minutos. 
 
 
Fonte: www.belezaesaude.com 
A eletricidade estática preferencialmente afeta cabelos secos, pois são maus 
condutores. Pode-se criar um problema estético, pois cada haste se repele dando o 
aspecto “arrepiado” do cabelo. Este problema pode ser contornado, penteando o 
cabelo sob condições de baixa temperatura ou aumentando a umidade capilar. 
Cabelos caucasianos, asiáticos e afroétnicos têm a mesma composição 
química, porém com algumas diferenças estruturais que conferem as suas 
características visuais tão peculiares a cada tipo. Os cabelos afroétnicos têm as 
moléculas de aminoácidos sulfurados dispostas de modo diferente, conferindo-lhes 
 
12 
aspecto espiralado com pontos de constrição ao longo do fio, diâmetros variados ao 
longo da haste e forma elipsoide. Oferecem menor resistência à fratura quando 
penteados, apresentam menor lubrificação ao longo do fio e maior proporção 
cutícula/ córtex, o que lhes confere menos massa. O fio é achatado em forma de fita, 
com crescimento paralelo ao couro cabeludo. Por tudo isso, é um cabelo mais difícil 
de desembaraçar e pentear. Os cabelos asiáticos são os mais lisos e mantêm um 
diâmetro invariável ao longo da haste. Têm a maior resistência à fratura quando 
penteados, maior lubrificação em toda a extensão do fio e menor proporção 
cutícula/córtex (mais massa). No corte transversal da haste, os fios são cilíndricos e 
crescem perpendicularmente ao couro cabeludo, sendo desembaraçados com maior 
facilidade. Os fios de cabelo caucasianos são intermediários em relação às 
características dos cabelos afroétnicos e asiáticos, com grande variação entre os 
indivíduos. 
5 TÉCNICAS DE COLORAÇÃO 
 
Fonte: www.ts-moda.blogspot.com.br 
A química depende do tipo de agente utilizado para a coloração. Os agentes 
são geralmente classificados quanto à durabilidade da cor: gradual, temporária, 
semipermanente e permanente. Existem pigmentos naturais e sintéticos. Entre os 
naturais, o mais conhecido é a hena, a qual confere ao fio uma tonalidade vermelho-
 
13 
alaranjada. A maioria das pessoas prefere utilizar pigmentos sintéticos que conferem 
resultados mais previsíveis. É interessante a realização de teste de contato antes da 
utilização de certos produtos, principalmente aqueles à base de derivados de 
coaltar. Muitos trabalhos tentam verificar o potencial cancerígeno da utilização de 
produtos para tingimento de cabelo, principalmente em relação ao câncer de bexiga 
e hematológico. Entretanto, os trabalhos não confirmam tal relação e, até o 
momento, os produtos são considerados seguros para a saúde por órgãos como 
Food and Drug Administration (FDA) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(Anvisa). 
 
Fonte: www.blog.aneethun.com 
Coloração gradativa: obtida por corantes metálicos como sais de chumbo, 
bismuto ou prata. Visam apenas escurecer o tom natural do cabelo em tons 
limitados de negro, marrom escuro ou cinza sendo mais procurados por homens 
principalmente pela rapidez de seu uso (5 minutos). As partículas do metal parecem 
reagir com os resíduos de cisteína da cutícula para formar metais sulfídicos, os quais 
se depositam lentamente na haste, proporcionando a pigmentação gradual. As 
desvantagens de seu uso estão no cheiro da reação química (enxofre) e na 
irreversibilidade do processo. O cabelo tratado também não pode ser tingido com 
outra técnica, pois irá partir-se. 
Coloração temporária: proporcionada por corantes solúveis em água com 
alto peso molecular, o que impede a penetração além da cutícula. Em geral, saem 
 
14 
na primeira lavagem, exceto se o cabelo foi danificado (encontra-se poroso) por 
tratamentos químicos anteriores, o que ocasiona um efeito mais prolongado, pois a 
penetração é mais profunda. A aplicação sobre fios previamente tingidos pode 
ocasionar uma coloração de tons inesperados e indesejáveis. São disponibilizados 
em xampus, géis, mousses e sprays. Raramente provocam dermatite de contato. 
 
 
Fonte: www.dhgate.com 
Coloração semipermanente: em geral, obtidas por henas sintéticas. São 
substâncias de baixo peso molecular derivados do coaltar (diaminas, aminofenóis, 
fenóis). Podem causar dermatite de contato. Difundem-se através do córtex, 
permanecendo no fio por 4 a 6 semanas ou até oito lavagens com xampus. 
Provocam pouco dano à haste capilar, porém o efeito no cabelo quimicamente 
tratado pode ser imprevisível. Podem escurecer os fios em até três tons. Estão 
disponíveis como loções e mousses. A aplicação é feita nos fios úmidos logo após o 
xampu e leva cerca de 40 minutos após os quais o produto é enxaguado. Cabelos 
danificados ou apenas retoques nas raízes necessitam de moléculas de diferentes 
pesos moleculares para que a cor se mantenha uniforme. 
Coloração permanente (oxidação): por meio de soluções alcalinas (pH 9 a 
10) à base de amônia que penetram através da cutícula. Podem escurecer ou 
clarear os fios sendo mais eficazes para os fios grisalhos ou brancos. O pigmento é 
permanente não sendo removido jamais por lavagens. A raiz deve ser tingida a cada 
 
15 
4 ou 6 semanas. A utilização de uma nova coloração sobre o cabelo já tingido pode 
danificar os fios. A coloração permanente resulta de uma reação de oxidação entre 
paraminofenóis, metaminofenóis, fenilenodiaminas e peróxido de hidrogênio. Caso o 
cabelo seja muito escuro e se queira atingir um tom muito mais claro, é necessária 
uma despigmentação prévia com persulfato de amônio e potássio e peróxido de 
hidrogênio. O pigmento definitivo é aplicado sobre os fios descoloridos. É 
recomendado que procedimentos de alisamento ou permanente sejam realizados 
pelo menos 2 semanas antes da coloração. 
 
 
Fonte: www.belezaesaude.com 
A diferença entre a coloração com tintura permanente ou semipermanente 
(tonalizante) está somente na presença de amônia na primeira. A amônia atua 
elevando o pH do fio, o que provoca seu intumescimento. Com isso, o produto 
consegue penetrar profundamente através da cutícula, podendo chegar ao córtex. 
Popularmente credita-se à amônia algum grau de toxicidade ao fio, fato que não é 
verdadeiro, pois a amônia não é tóxica, apenas aumenta a penetração de 
substâncias que são comuns aos dois tipos de tingimento. Portanto, também os 
tonalizantes contêm resorcina, resorcinol, parafenilenodiaminas e paraminofenóis, 
assim como as tinturas permanentes. Os dois diferem entre si pela presença ou 
ausência da amônia, ou seja, maior ou menor pH de atuação. 
 
16 
Descoloração (luzes, mechas): refere-se à remoção parcial ou total da 
melanina natural do cabelo. O cabelo ruivo é mais difícil de despigmentar do que o 
castanho. O método mais comum envolve o uso de peróxido de hidrogênio a 12% 
em base alcalina (amônia).Inicialmente, os grânulos de melanina são dissolvidos, e 
o fio tende à cor marrom avermelhado. Em seguida, existe uma etapa de 
descoloração mais lenta. O mecanismo de ação não é totalmente explicado, porém 
acredita-se que a primeira fase envolva a destruição de diferentes ligações químicas 
que mantêm as partículas dos pigmentos, enquanto que a segunda etapa parece 
envolver a ruptura da estrutura polimérica da melanina. É dependente do tempo e de 
difícil controle. Longos períodos de permanência como 1 a 2 horas podem danificar 
intensamente os fios. O processo também destrói algumas pontes dissulfeto da 
queratina, o que leva a um enfraquecimento do fio. Também ocorre dano à cutícula, 
o que faz com que os cabelos fiquem porosos. 
 
 
Fonte: www.skafe.com.br 
6 ALISAMENTO E PERMANENTE 
6.1 Alisamento 
Consiste na quebra, temporária ou permanente, das ligações químicas que 
mantêm a estrutura tridimensional da molécula de queratina em sua forma rígida 
original. Estas são divididas em ligações fortes (pontes dissulfeto) e ligações fracas 
 
17 
(pontes de hidrogênio, forças de Van der Waals e ligações iônicas). As forças fracas 
são quebradas no simples ato de molhar os cabelos. As ligações químicas mais 
fracas resultam da atração de cargas positivas e negativas. Existem os alisamentos 
temporários, que utilizam técnicas físico-químicas, como o secador e a piastra 
(“chapinha”), e também a técnica do “hot comb”. Temporários, pois duram até a 
próxima lavagem. Necessitam que os cabelos sejam previamente molhados, para 
que ocorra a quebra das pontes de hidrogênio no processo de hidrólise da queratina, 
permitindo, assim, a abertura temporária de sua estrutura helicoidal. Com isso, o fio 
fica liso. A desidratação rápida com o secador mantém a forma lisa da haste. A 
aplicação da prancha quente molda as células da cutícula (escamas), como se as 
achatasse paralelamente à haste. O fio adquire aspecto liso e brilhante, por refletir 
mais a luz incidente. 
 
Fonte: www.corpoacorpo.uol.com.br 
Os alisamentos definitivos visam romper as pontes dissulfeto da queratina. 
Podem ser à base de hidróxido de sódio, lítio e potássio, hidróxido de guanidina 
(hidróxido de cálcio mais carbonato de guanidina), bissulfitos e tioglicolato de 
amônia ou etanolamina, que utilizam reações químicas de redução. 
 
18 
6.2 Hidróxidos 
O hidróxido de sódio ou lítio e o hidróxido de guanidina (compõe-se de 
carbonato de guanidina e hidróxido de cálcio) são os mais potentes e destinam-se, 
em geral, aos cabelos afroétnicos. O primeiro é utilizado em concentrações que 
variam de 5 a 10%, com pH de 10 a 14%, promovendo os resultados mais 
dramáticos - e isso é o que mais danifica o cabelo. Já o hidróxido de guanidina é 
menos potente que o hidróxido de sódio, mas, mesmo assim, ainda apresenta alto 
potencial de danos à fibra. Ele age promovendo a quebra das pontes dissulfeto da 
queratina, em um processo denominado “lantionização”, que é a substituição de um 
terço dos aminoácidos de cistina por lantionina. O cabelo é composto por 
aproximadamente 15% de cistina.4 Utiliza pH alcalino (entre 9 e 14), que causa 
intumescimento da fibra e permite a abertura da camada exterior, a cutícula, para 
que o alisante nela penetre e também na camada seguinte, o córtex. Após, aplica-se 
uma substância que acidifica o pH, interrompendo o processo e voltando a fechar as 
pontes dissulfeto no novo formato desejado do fio. Em geral, usam-se xampus 
ácidos com esse fim (pH entre 4,5 e 6,0). 
 
Fonte: www.belezaesaude.com 
6.3 Tióis 
O tioglicolato de amônio ou de etanolamina pertence à família dos “tióis” e é o 
mais utilizado no Brasil. É bem menos potente do que o hidróxido de sódio e, em 
geral, mais suave do que a guanidina. É o que tem o maior custo entre todos os 
http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/40/Tratamentos-esteticos-e-cuidados-dos-cabelos--uma-visao-medica--parte-2-#ref4
 
19 
alisantes. Sua concentração depende do pH da solução de amônia. Se utilizarmos 
uma solução de tioglicolato a 6% em pH 9,8, teremos o mesmo poder de ação de 
uma solução a 10% em pH 9,35, porém a primeira solução é potencialmente mais 
irritante e, em função da maior concentração de amônia, tem um odor muito mais 
desagradável. Na maioria dos casos, utilizamos uma solução entre 7,5 e 11% em pH 
entre 9-9,3. Pode-se aplicar esse produto no cabelo seco (preferencialmente) ou 
úmido. A concentração deve ser escolhida de acordo com o tipo do cabelo. 
 
 
Fonte: www.fiquediva.com.br 
Atualmente, o tioglicolato é o mais procurado para alisamento de cabelos 
caucasianos. Ele quebra as pontes dissulfeto dos aminoácidos de cistina, o que gera 
a formação de duas cisteínas para cada cistina. Por meio desse processo, a 
queratina sofre edema, tornando-se maleável para ser enrolada (permanente) ou 
alisada. No permanente, utilizam-se rolos chamados “bigodins ou bobes” e, no 
alisamento, secamse os fios com secador e, em seguida, aplica-se a prancha quente 
para esticá-los. Um maior alisamento é obtido com a aplicação da prancha quente 
em mechas bem finas. Após, os cabelos são lavados com água corrente e 
neutraliza-se o tioglicolato com a aplicação de um agente oxidativo, em geral 
contendo peróxido de hidrogênio. Então, o processo químico é interrompido, com os 
fios sendo permanentemente mantidos no novo formato. O processo completo pode 
durar até sete horas, caso o cabelo seja pranchado em mechas finas. O chamado 
 
20 
“relaxamento” é a aplicação do tioglicolato sem o uso da prancha. O processo é 
mais rápido, porém o efeito liso é menos dramático. Em cabelos quimicamente 
tratados, há de se proceder a uma aplicação do tioglicolato em uma mecha teste 
antes do início do processo, a fim de se verificar a resistência dos cabelos ao 
produto. A aplicação de coloração permanente ou tonalizante pode ocorrer cerca de 
15 dias após o alisamento. Deve-se ter em mente que cabelos alisados tornam-se 
mais suscetíveis à química, especialmente ao clareamento. O tioglicolato não é 
compatível com os hidróxidos e a aplicação simultânea dos produtos sobre a mesma 
área acarretará na tonsura do pelo. 
6.4 LED 
LED é a sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz. 
O LED é um diodo semicondutor (junção P-N) que, quando energizado, emite luz 
visível. A luz é monocromática e é produzida pelas interações energéticas do 
elétron. O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de 
energia é denominado “eletroluminescência”. Em qualquer junção P-N polarizada 
diretamente, dentro da estrutura, próximo à junção, ocorrem recombinações de 
lacunas e elétrons. 
 
Fonte: www.adrianeboneck.com.br 
Essa recombinação exige que a energia possuída por esse elétron, que até 
então era livre, seja liberada, o que ocorre na forma de calor ou fótons de luz. 
Existem técnicas do uso de tioglicolato associado à aplicação de LED nos cabelos já 
 
21 
submetidos à aplicação do alisante. A proposta é que a luz ajudaria na penetração 
do tioglicolato, além de, por si só, gerar quebras nas pontes dissulfeto da queratina, 
o que possibilitaria o uso de concentrações menores do alisante, com menos danos 
ao fio e mais poder de alisamento. Na literatura médica, faltam estudos que 
comprovem tal resultado e justifiquem cientificamente o uso da LED em conjunto 
com o tioglicolato. 
6.5 Formaldeídos 
O uso de formol para alisamento capilar tornou-se frequente, pois, além de 
mais barato, é um processo rápido e que deixa os fios com brilho intenso. Na 
verdade, o formol é o formaldeído em solução a 37%, cuja venda em farmácias é 
proibida. A solução é empiricamente misturada à queratina líquida, que consiste em 
aminoácidos carregados positivamente e ao creme condicionador. 
 
Fonte: www.cabeloecalvicie.com 
O produto final é aplicado aos fios e espalhado com o auxílio de um pente. 
Em seguida, utilizam-se secador epiastra. O formaldeído se liga às proteínas da 
cutícula e aos aminoácidos hidrolizados da solução de queratina, formando um filme 
endurecedor ao longo do fio, impermeabilizando-o e mantendo-o rígido e liso. O 
efeito é o mesmo da calda da maçã do amor: por fora, lindo e brilhante, mas, por 
dentro, desidratado e quebradiço. O fio torna-se suscetível à fratura, em 
consequência dos traumas normais do dia a dia, como pentear e prender os 
 
22 
cabelos. O problema maior é que o formol é volátil e, depois de aquecido, uma maior 
quantidade é inalada tanto por quem aplica como por quem se submete ao 
tratamento. O formol é permitido no mercado de cosméticos em concentração de até 
0,2% como conservante e 5% como endurecedor de unhas (ANVISA - Legislação 
em vigor: Formaldeído como conservante: Resolução RDC nº 162, de 11 de 
setembro de 2001, e Formaldeído como endurecedor de unhas: Resolução RDC nº 
215, de 25 de julho de 2005), mas seu uso como alisante não é permitido devido à 
volatização. Recentemente, emitiuse uma nova resolução proibindo seu uso com 
esse fim (ANVISA - Resolução RDC nº 36, de 17 de junho de 2009). Para atingir o 
efeito alisante, o formaldeído deverá ser empregado em concentrações de 20 a 
30%, o que é totalmente vetado. 
 
Fonte: www.belezaesaude.com 
O glutaraldeído é um dialdeído saturado, ligeiramente ácido em seu estado 
natural, que vem sendo utilizado como alisante desde a proibição do formol. É um 
líquido claro, encontrado em solução aquosa a 50%. Após ativação com bicarbonato 
de sódio para tornar a solução alcalina, o líquido torna- se verde. No Brasil, após 
diluição, é comercializado como esterilizante e desinfetante de uso hospitalar em 
concentrações a 2%. O glutaraldeído (glutaral) é um conservante relativamente 
comum em cosméticos, e pode ser usado em concentrações de até 0,2%. Sua 
atividade se deve à alquilação de grupos sulfidrila, hidroxila, carboxila e amino, 
alterando DNA, RNA e síntese de proteínas. A mutagenicidade do glutaraldeído é 
 
23 
extremamente similar àquela do formaldeído. A exposição por inalação ao 
glutaraldeído e ao formaldeído resulta em danos aos tecidos do trato respiratório 
superior. O glutaraldeído é de seis a oito vezes mais forte do que o formaldeído para 
produzir ligações cruzadas na proteína do DNA e cerca de dez vezes mais intenso 
do que o formaldeído na produção de danos teciduais no interior do nariz após a 
inalação. A Internacional Agency for Research on Câncer (IARC) classifica a 
substância no grupo 2A, ou seja, como provável carcinógeno humano. Já a New 
Zealand Nurses Organization considera o glutaraldeído neurotóxico, levando à perda 
de memória e à dificuldade de concentração, além de cansaço e fadiga.6 
6.6 Riscos dos formaldeídos 
 
Fonte: www.odia.ig.com.br 
O risco do formol em sua aplicação indevida é tanto maior quanto maiores a 
concentração e a frequência do uso, e ocorre pela inalação dos gases e pelo contato 
com a pele, sendo perigoso para profissionais que aplicam o produto e também para 
usuários. 
http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/40/Tratamentos-esteticos-e-cuidados-dos-cabelos--uma-visao-medica--parte-2-#ref6
 
24 
A inalação desse composto pode causar irritação nos olhos, nariz, mucosas e 
trato respiratório superior. Em altas concentrações, pode causar bronquite, 
pneumonia ou laringite. 
Os sintomas mais frequentes no caso de inalação são fortes dores de cabeça, 
tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar. O contato 
com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar 
forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial. 
Longos períodos de exposição podem causar dermatite e hipersensibilidade, 
rachaduras na pele (ressecamento) e ulcerações principalmente entre os dedos; 
podem ainda causar conjuntivite. 
O vapor de formaldeído irrita todas as partes do sistema respiratório superior 
e também afeta os olhos. A maioria dos indivíduos pode detectar o formol em 
concentrações tão baixas como 0,5 ppm e, à medida que for aumentando a 
concentração até o atual limite de Exposição Máxima, a irritação é mais 
pronunciada. 
Medições das concentrações de formaldeído no ar em laboratórios de 
anatomia no ar têm apontado níveis entre 0,07 e 2,94 ppm (partes por milhão). Em 
ambientes nos quais se usa a substância, não pode haver mais do que 0,019 mg/m3 
no ar e certamente após o aquecimento os níveis excedem esse limite. 
A carcinogenicidade - avaliação do potencial cancerígeno - do formol foi 
investigada por quatro instituições internacionais de pesquisa e o produto foi 
classificado em 1995 pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) 
como carcinogênico para humanos (Grupo 1, julho 2004), tumorigênico e 
teratogênico, por produzir efeitos na reprodução para humanos. A Agência de 
Proteção Ambiental (EPA) e a Associação de Saúde e Segurança Ocupacional 
(OSHA), dos Estados Unidos, consideram que o agente é suspeito de causar câncer 
para humanos. O Programa Nacional de Toxicologia dos EUA (Fourth Annual Report 
on Carcinogens) de 1984 considerou que o formaldeído é um agente cancerígeno 
nas seguintes doses para ratos: via oral, 1.170 mg/kg; via dérmica, 350 mg/kg; e via 
inalatória, 15 ppm/6 horas. 
Os alisantes são produtos registrados como cosméticos de grau de risco 2 
junto à ANVISA, ou seja, necessitam de registro para comercialização. Entretanto, 
uma prática clandestina e atualmente considerada proibida é a adição de formol ou 
mesmo glutaraldeído a esses produtos, visando ampliar a capacidade alisante. Para 
 
25 
saber se um produto é registrado como cosmético grau 2, basta acessar o site da 
ANVISA. 
6.7 Considerações finais sobre os alisantes 
O fio, uma vez alisado pela aplicação de guanidina ou hidróxido de sódio, não 
pode ser alisado novamente, pois há risco de se partir. Já quando é utilizado o 
tioglicolato, recomenda- se que somente o fio novo seja alisado, porém, caso seja 
utilizada uma concentração baixa, é necessária uma nova aplicação cuidadosa, 
sempre testando uma mecha de cabelos antes do processo total. O cabelo alisado 
só pode voltar a ser submetido a um processo de alisamento com a mesma 
substância inicialmente usada. O alisamento deve ser feito pelo menos de duas a 
quatro semanas antes da coloração. 
 
Fonte: www.beleza.culturamix.com 
A escova progressiva (sem formol) consiste na aplicação de tioglicolato a 
cada quatro meses, aproximadamente, para um efeito alisante progressivo. Já a 
“escova japonesa” é a aplicação do tioglicolato em alta concentração para um 
alisamento rápido em apenas uma sessão. Os alisantes não devem ser aplicados 
diretamente no couro cabeludo - para os mais potentes, como o hidróxido de sódio, 
deve-se proteger a pele com aplicação prévia de óleos ou vaselina. 
 
26 
7 CUIDADOS COM A HASTE CAPILAR 
7.1 Xampus 
Atualmente, o objetivo dos xampus não é somente a remoção de sebum, 
suor, restos celulares, íons, ácidos graxos dos produtos de cabelo, partículas 
metálicas oxidadas e impurezas do couro cabeludo, mas também de ajudar na 
estética dos cabelos. Hoje, um xampu pode ter mais de trinta ingredientes em sua 
fórmula, pois, além dos surfactantes, que são os agentes limpadores, existem os 
agentes condicionantes para minimizar a agressão ao fio. Esses agentes podem ser 
lipídios, ácidos carboxílicos, agentes catiônicos e silicones (dimeticona, 
amodimeticona). 
 
Fonte: www.sempremais.cc 
O principal elemento de um xampu é o surfactante ou o detergente, que se 
constitui de uma molécula com uma porção apolar ou hidrófoba, a qual se liga aos 
lipídios do sebum e a outras impurezas, e uma porção polar ou hidrófila, que se liga 
à água, permitindo a remoção e o enxágue do material desejado. Há quatro 
categorias básicas de surfactantes: aniônico, catiônico, não iônico e anfotérioco. 
Cada um desses grupos tem diferentes qualidadesde limpeza do couro cabeludo e 
condicionamento dos fios. Tipicamente, muitos surfactantes são combinados em 
uma mesma fórmula para alcançar o resultado desejado. 
 
27 
Os surfactantes aniônicos, como o lauril sulfato de sódio e de amônio, laureto 
sulfato de amônio e alfa-olefin sulfonato, são os mais utilizados comercialmente. São 
excelentes para remover o sebum do couro cabeludo. Porém, não são bem aceitos 
pelos consumidores, devido ao resultado não estético com fios opacos, pouco 
maleáveis e difíceis de pentear. Para que se mantenha o poder limpador do xampu, 
mas se minimize a retirada do sebum natural dos fios, muitas fórmulas adicionam 
outros surfactantes ditos secundários como os não iônicos. Os surfactantes 
catiônicos são utilizados em xampus para cabelos secos ou quimicamente tratados 
devido a seu poder limitado de remover o sebum e por manter os cabelos macios e 
maleáveis. O surfactante catiônico mais comum é o cloreto de cetil-trimetil amônio, o 
qual forma íons carregados positivamente quando em solução aquosa e apresenta 
propriedades de limpeza e poder espumante mais fraco do que os tensoativos 
aniônicos. Devido a isso, é possível adicionar uma cadeia tipo coco ao surfactante 
catiônico para permitir maior quantidade de espuma. 
 
Fonte: www.revistaglamour.globo.com 
Já os detergentes não iônicos são utilizados em combinação com os 
aniônicos como limpadores secundários, uma vez que apresentam pequena 
capacidade de limpar o couro cabeludo. Têm como objetivo suavizar o surfactante 
aniônico. Alguns exemplos são PEG-80 laurato de sorbitano e 
cocoanfocarboxiglicerinato. 
A última categoria de surfactante é constituída por detergentes anfotéricos, 
que são substâncias que apresentam tanto o polo negativo quanto o positivo. Isso 
faz com que eles se comportem como detergente catiônico em pH baixo e como 
 
28 
aniônico em altos valores de pH. São exemplos cocodietanolamina, betaínas, 
cocoamidopropilbetaína e cocoanfoacetato. Esse tipo de surfactante é usado em 
xampus para bebês, uma vez que não irrita os olhos e também é indicado para 
cabelos finos. 
 
Fonte: www.abcfarma.org.br 
Atualmente, existe uma forte propaganda negativa sobre a presença de sais 
na fórmula de xampu. Os sais como o cloreto de sódio ou outro similar são 
necessários para o controle da viscosidade. Caso não estejam em quantidade acima 
do ideal, os sais não oferecem risco à saúde dos fios. Em quantidades muito 
elevadas, são substâncias que, por terem carga elétrica positiva, competem com o 
polímero pelo mesmo sítio de ligação, reduzindo o poder condicionante dos 
produtos. No entanto, mesmo em quantidades altas, há também o benefício de 
removerem os resíduos dos polímeros, quando estes se encontram depositados 
entre as escamas. 
Os xampus e os tratamentos químicos aumentam a carga eletrostática dos 
fios (carga negativa), o que é compensado pela aplicação de creme rinse catiônico 
(carga +). Isso gera acúmulo de resíduos na cutícula, particularmente na 
endocutícula, na área da junção entre as camadas celulares, denominada complexo 
da membrana celular. Tais resíduos aumentam a eletricidade estática do cabelo, 
elevando as escamas e dando aos cabelos aspecto esvoaçante, difíceis de pentear 
e aparência desagradável. Além disso, os ácidos graxos dos condicionadores e 
 
29 
xampus condicionantes se ligam ao cálcio e ao magnésio da água do chuveiro e se 
depositam na fibra capilar. Por isso, é necessária a aplicação semanal de xampu 
antirresíduo cujo surfactante de alto poder adstringente seja o lauril sulfato de 
amônio. 
 
Fonte: www.cabelosderainha.com.br 
7.2 Condicionadores 
São substâncias que visam desembaraçar, facilitar o penteado, reduzir a 
agressão dos efeitos físicos e químicos aos quais os cabelos são submetidos 
diariamente, como o simples ato de pentear, mantendo o aspecto cosmético do fio, 
sua maciez e diminuindo o aspecto esvoaçado (efeito antifrizz). Os condicionadores 
compõem-se de óleos vegetais e minerais, ceras, álcool de cadeia longa, 
substâncias catiônicas (carregadas positivamente), triglicerídeos, ésteres, silicones e 
ácidos graxos. 
A intenção é a ligação dessas substâncias nos pontos agredidos na cutícula e 
no córtex. As ligações e interações dos componentes dos cosméticos com a 
queratina são influenciadas por carga elétrica do ingrediente, tamanho da molécula, 
ponto isoelétrico do fio e pelos ingredientes previamente aderidos à cutícula. São 
ingredientes comuns aos condicionadores cloreto de esteralcônio, cloreto de 
cetrimônio, cloreto de dicetilamônio, polímero JR (poliquaternário 10), polímeros 
quaternários, guar catiônico, acrilamida, metacrilato, polímeros neutros (copolímeros, 
polivinil) e ácidos graxos (ácidos láurico, mirístico e palmítico). 
 
30 
Os ingredientes podem agir tanto na superfície do fio quanto na profundidade 
do córtex. As substâncias que atuam na cutícula têm alto potencial de adsorção, que 
significa uma forma de adesão ou revestimento, também denominado efeito filme. 
Substâncias de peso molecular alto atuam mais na cutícula, enquanto as de peso 
molecular baixo penetram até as camadas mais internas do fio. 
 
 
Fonte: www.cmtemplates.com 
Também existe influência do pH, pois substâncias de pH ácido atuam com 
mais rapidez, com efeito desembaraçante, por diminuírem a carga eletrostática. Já 
as substâncias alcalinas penetram mais no córtex e agem mais lentamente. As 
primeiras são os condicionadores e outros produtos de ação rápida (1 a 3 minutos) e 
as outras são as máscaras que necessitam de pelo menos 15 minutos de aplicação. 
O condicionador ideal deve ter pH entre 4,1 e 4,9. Infelizmente não é obrigatória a 
especificação do pH do produto nas embalagens. 
Uma categoria muito difundida entre os agentes condicionantes são os 
polímeros - substâncias encontradas nos xampus, condicionadores, cremes com e 
sem enxágue, mousses e fluidos. Sua função é diminuir a carga eletrostática dos 
fios e aumentar a substantividade do fio, formando um filme protetor. 
Os polímeros ligam-se ao cabelo por três tipos de ligação (iônica e covalente, 
pontes de hidrogênio e forças de atração de Van Der Waals) e são classificados em: 
 
31 
 Catiônicos: poliquaternário de amônio, dimetil amônio, cloreto de 
estearalconium ou de cetrimonium. 
 Mono e Polipeptídeos: hidrolisado de proteínas (aminoácidos), 
polipeptídeos derivados do colágeno. 
O tamanho e o peso molecular do polímero influenciam em sua absorção e 
dispersão através da fibra capilar e sua ligação com a queratina. Os polímeros de 
baixo peso molecular difundem-se no interior da fibra (PM de 10 mil a 250 mil), 
enquanto os de alto peso molecular difundem-se na superfície da fibra (acima de 
250 mil). 
 
Fonte: www.lar-natural.com.br 
Além disso, a carga elétrica dos fios permite maior ou menor ligação dos 
polímeros. A maioria dos cosméticos capilares tem pH mais alcalino do que o pH do 
fio, carregando-os negativamente e facilitando a ligação dos polímeros catiônicos. 
Os polímeros catiônicos têm difícil remoção por xampus comuns (resíduos). Os 
polipeptídeos ligam-se à fibra por terem muitos pontos iônicos e sítios de ligações 
polares. São moléculas grandes e possuem áreas para ligações de Van Der Waals. 
Já os monômeros de proteínas (metionina, tirosina, triptofano), quando em soluções 
aquosas, têm peso molecular baixo e penetram no interior da fibra. 
 
32 
 
Fonte: www.cygnuscosmeticos.com.br 
Atualmente, o agente mais utilizado como condicionador é o silicone. Os 
silicones como ciclopentasiloxane, dimeticonol, dimeticona e amodimeticona têm 
efeito filme e protegem o fio das altas temperaturas do secador e da prancha, pois 
difundem o calor ao longo da fibra. Também refletem a luz, o que aumenta o brilho. 
Os silicones auxiliam a achatar os queratinócitos anucleados da cutícula, o que faz 
com que as escamas não desprendam umas das outrase ajuda a manter os cabelos 
desembaraçados. Recentemente, o cuidado com o fio incluiu a utilização de filtros 
solares. Eles foram inicialmente usados para a preservação dos produtos capilares 
da ação da luz solar, mas hoje se sabe que esses filtros agem nos fios minimizando 
a degradação do triptofano e a quebra das ligações das pontes dissulfídicas pelos 
raios UVB através de sua absorção. Exemplos são incroquat UV 283, merquat e 
escalol HP 610. Os filtros solares quaternizados como o cloreto de cinamidopropil 
trimetil amônio e dimetilpabamidopropil laurdimonium tosylato têm carga elétrica 
positiva, que se liga ao fio com carga elétrica negativa, formando um filme protetor 
que o envolve. Todos esses produtos devem ser reaplicados quando os fios são 
molhados. 
Vale aqui ressaltar que a aplicação tópica de nutrientes, vitaminas, pró-
vitaminas, pantenol, dentre outros anunciados nos xampus e condicionadores não 
altera em nada a estrutura do fio, não havendo qualquer comprovação científica de 
benefício em sua utilização. 
 
33 
8 IMPLICAÇÕES DOS TRATAMENTOS COSMÉTICOS NA HASTE CAPILAR 
A literatura médica apresenta alguns possíveis efeitos pósalisamento: fratura 
da haste (em geral, no ponto da junção da parte previamente alisada com o cabelo 
novo que está sendo quimicamente tratado ou mesmo na parte distal do cabelo), 
alopecia cicatricial, síndrome da degeneração folicular (hot comb alopecia, cujo 
nome tende a ser substituído), indução de eflúvio telógeno e um possível dano ao 
folículo pilossebáceo. 
 
 
Fonte: www.novoscortesdecabelo.com 
Além disso, são frequentes as queimaduras de couro cabeludo que ocorrem 
quando o produto é aplicado diretamente na pele. Os corantes permanentes que 
utilizam oxidação com paradiamina são os maiores causadores de eczema de 
contato. Os mais implicados na alergia são: p-fenilenodiamina, p-toluenodiamina e 
cloro-fenilenidiamina. Também o formaldeído pode causar eczema de contato. O 
quadro de eczema tem início na periferia do couro cabeludo e atrás das orelhas, 
acompanhado de prurido no couro cabeludo. As lesões podem estender-se à face, 
em especial à região periocular e às pálpebras. A p-fenilenodiamina pode induzir 
asma em cabeleireiros. Existe uma preocupação em relação ao uso sistemático dos 
produtos para tingir os fios. Trabalhos que estudaram o potencial carcinogênico de 
diversos tipos de corantes não consideraram as substâncias atualmente disponíveis 
 
34 
no comércio como de risco. A substância 2,4-diamino anisol foi retirada do mercado 
por se relacionar à carcinogenicidade. Novos estudos sobre o potencial toxicológico 
dos corantes para cabelos continuam em desenvolvimento, abrangendo populações 
maiores e tempo de uso mais prolongado. 
Os produtos químicos usados para alisamento, permanente ou coloração 
tornam os fios ásperos, porosos e quebradiços, com menor resistência à tração, 
devido à geração de íons negativamente carregados ao longo da molécula de 
queratina. Também o xampu remove o excesso de gordura e o sebum natural 
presente ao longo do fio. Pequenos traumas diários aos quais os fios estão sujeitos, 
como o ato de penteá-los e escová-los, também geram a produção de íons 
negativos na cutícula e no córtex, principalmente nos cabelos quimicamente 
tratados. 
 
Fonte: www.saude.consultaclick.com.br 
Para minimizar esses efeitos, utilizam-se, após a lavagem, os agentes 
condicionadores, os quais objetivam manter os cabelos maleáveis, fáceis de 
pentear, brilhantes e sedosos. Os condicionadores reduzem a eletricidade estática e 
o atrito entre os fios, desembaraçando-os devido ao fato de provocarem o depósito 
de íons positivamene carregados dentro do fio, os quais se ligam aos íons 
negativamente carregados, neutralizando-os. O atrito, então, é diminuído, 
provocando um aumento na adesão das escamas da cutícula e, com isso, o fio 
reflete mais a luz incidente e fica sedoso ao toque. Há vários tipos de 
condicionadores: instantâneos, profundos (com enxágue) e “leave-in” (sem 
 
35 
enxágue). Importante assinalar que os componentes dos dois primeiros devem ser 
resistentes ao enxágue subsequente. 
 
 
Fonte: www.villacavassini.com 
Durante a gravidez e a lactação, não se recomenda a utilização de qualquer 
tipo de química capilar para tingimento, permanente ou alisamento, mesmo henna. 
Não há unanimidade quanto à segurança no uso dessas técnicas e substâncias em 
relação ao concepto, porém sabe-se que o risco é maior para os profissionais que 
aplicam os produtos químicos sem o uso de luvas e máscaras, que conferem 
proteção adequada. Há relatos de casos de neuroblastoma e alterações congênitas 
cardiovasculares provocadas pela exposição da mãe às tinturas, tanto permanentes 
como tonalizantes. Alguns autores consideram a henna mutagênica e capaz de 
deixar resíduos no couro cabeludo. 
 
36 
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40 
9 LEITURA COMPLEMENTAR 
Tratamentos Estéticos para Seborréia Associados a Tratamentos 
Dermatológicos 
 
Autor: Ana Paula Rossato Idéia1, Danielle de Cássia2 . 
 
RESUMO: Os cuidados com os cabelos são uma preocupação constante para os seres humanos. 
Porém, a desestabilização das glândulas sebáceas e do couro cabeludo acomete alterações como a 
seborréia. Este estudo tem por objetivo mostrar a sinergia dos tratamentos estéticos associados aos 
tratamentos dermatológicos para a melhora do quadro de seborreia capilar. Este trabalho é uma 
revisão de literatura, utilizando base de dados e bibliotecas da área da saúde. Além dos tratamentos 
dermatológicos para seborreia capilar, existem procedimentos estéticos como a argiloterapia, 
aromaterapia, vapor de ozônio e alta frequência que auxiliam na prevenção e no tratamento do 
mesmo. O tecnólogo em estética está preparado para atuar em conjunto com o médico 
dermatologista. E com base em seus conhecimentos, pode associar os procedimentos estéticos entre 
si e montar protocolos capazes de promover uma sinergia visando cabelos saudáveis. 
Palavras-chave: seborreia, argiloterapia, aromaterapia, eletroterapia. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os cuidados com os cabelos são uma preocupação constante para os seres 
humanos. Em algumas culturas, o aspecto dos cabelos assinala diferenças 
sociais ou profissionais, já em outras, atende a exigências religiosas ou até 
mesmo a posicionamentos políticos. A forma e a aparência dos cabelos 
demonstram diversas características como estilo, estado de saúde, o nível de 
cuidados pessoais e a autoestima de cada indivíduo. 
Em razão da estética ser valorizada pela sociedade, os cabelos têm um valor 
indiscutível como ornamento pessoal, sendo necessário um tratamento 
adequado aos mesmos e ao couro cabeludo. A desestabilização das glândulas 
sebáceas e do couro cabeludo acomete alterações como seborreia, caspa 
(Pityriasis capitis) ou dermatite seborreica (Pityriasis steatoides). 
A seborreia ou esteatorréia é o excesso de produção de sebo, uma afecção 
que causa desconforto nos indivíduos, pois os cabelos ficam pesados e com 
aparência de que não foram devidamente higienizados. Para o controle desta 
 
1 Acadêmico do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti 
do Paraná (Curitiba, PR). 
2 Tecnólogo em Estética, Prof. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR). 
 
41 
produção são utilizados ativos dermatológicos antisseborreicos e procedimentos 
estéticos aliados, como a argiloterapia, aromaterapia, vapor de ozônio e alta 
frequência, pois estimulam a microcirculação do couro cabeludo e ajudam na 
penetração dos ativos. 
Este estudo tem por objetivo mostrar a sinergia dos tratamentos estéticos 
associados aos tratamentos dermatológicos para a melhora do quadro de 
seborreia capilar. 
 
COURO CABELUDO 
 
Todos os organismos possuem um envoltório, a pele, que serve para protegê-
los, delimitando sua forma e controlando a entrada e a saída de várias substâncias. 
As funções da pele incluem proteção contra agressões físicas, químicas e 
biológicas, proteção contra radiação danosa ultravioleta dos raios do sol, formação 
da vitamina D, termorregulação e perda de água, secreção de ferormônios, 
percepção e sensibilidade, e defesa imunológica. 
O couro cabeludo estende-se dos arcos superciliares anteriormente até a 
protuberância occipital externa e as linhas nucais superiores posteriormente. Na 
lateral, continua inferiormente ao arco zigomático. É uma estrutura com múltiplas 
camadas: a pele, tecido conjuntivo denso, camada aponeurótica, tecido conjuntivo 
frouxo e pericrânio. 
A pele do couro cabeludo é espessa, com reduzida concentração de 
melanina, protegida pelos cabelos e, como as demais partes do corpo, é composta 
pela epiderme, derme e hipoderme. 
Algumas mudanças intrínsecas como alteraçõeshormonais, doença de 
imunodeficiência e hereditariedade, tanto quanto extrínsecas como estresse 
emocional e físico, temperaturas baixas e proliferação de bactérias, podem causar 
danos ao couro cabeludo e alterações nas glândulas sebáceas, provocando 
irritações, ardências e coceiras, desencadeando afecções. 
 
GLÂNDULAS SEBÁCEAS 
 
 
42 
As glândulas sebáceas encontram-se na derme e seus ductos desembocam 
na parte superior do folículo piloso. Estas glândulas estão presentes em maior 
número na face e no couro cabeludo. 
São pequenas vesículas que secretam um conteúdo oleoso na superfície da 
pele, com o objetivo de formar uma película conhecida como emulsão hidrolipídica 
ou manto epicutâneo. A função dessa emulsão é manter a hidratação da pele, 
protegê-la da ação de agentes físicos e climáticos e de alguns microorganismos, 
pois seu pH não favorece a permanência desses agentes na pele, tendo ações 
bactericida e fungistático. 
As glândulas sebáceas estão sempre associadas a um pelo, como apêndices 
do folículo piloso. São glândulas holócrinas que secretam uma substância composta 
de ácidos graxos, colesterol e lipídios, mas conhecida como sebo. 
Cada folículo piloso é provido de uma a seis glândulas sebáceas. Existe em 
média 400/900 glândulas por cm2 e produzem o sebo, cuja função é impermeabilizar 
o couro cabeludo e os cabelos deixando-os macios, flexíveis e brilhantes. 
O funcionamento das glândulas depende de diversos fatores, principalmente 
dos hormonais. A ação dos hormônios androgênios é fundamental para que haja 
produção sebácea, mas se o estímulo for muito intenso ou a glândula for mais 
sensível, a produção de sebo aumenta, assim como a oleosidade da pele. Outro 
fator que pode modificar a atividade do folículo piloso e das glândulas sebáceas é o 
estresse. 
 
SEBORREIA 
 
Seborreia ou esteatorreia é uma afecção provocada por fatores hormonais, 
genéticos ou psíquicos. Apresenta aumento do fluxo sebáceo, tornando a pele 
lipídica, eritematosa e espessa. 
Os óstios foliculares apresentam-se dilatados e as áreas mais atingidas são a 
face, o couro cabeludo e a parte superior do tronco. A temperatura mais elevada 
facilita a secreção do sebo, mas não interfere em sua produção. Os alimentos não 
têm ação sobre a secreção sebácea. 
O nível de produção de sebo considerado excessivo caracteriza a seborreia. 
Não apresenta descamação ou vermelhidão. É um fator predisponente para a 
dermatite seborreica. 
 
43 
No couro cabeludo, o excesso de oleosidade pode desencadear alopecia, ou 
seja, a queda dos cabelos. A seborreia pode estar presente ao nascimento ou 
ocorrer já nos primeiros dias de vida, porém, é mais frequente na puberdade e na 
idade adulta. 
 
TRATAMENTOS DERMATOLÓGICOS 
 
Para tratar a seborreia são prescritos; para uso tópico, xampus e loções com 
ativos reguladores e antisseborreicos e para uso sistêmico, a isotretinoina e 
bloqueadores hormonais de testosterona são indicados para casos mais 
exuberantes. 
Os princípios ativos mais frequentes nos xampus que tratam a seborreia são: 
cetoconazol, zinco, derivados de alcatrão (coaltar), ácido salicílico e octopirox. As 
loções costumam ter, principalmente, agentes antiinflamatórios, como os 
corticosteroides e o ácido salicílico. Este último, também ajuda a reduzir a 
descamação do couro cabeludo. 
Outros ativos também são indicados para o controle da seborréia. Como as 
algas marinhas, cetrimida, climbazol, enxofre líquido, enxofre precipitado, resorcina, 
sulfacetamida sódica, sulfeto de selênio, fator antigordura, Phlorogine e piritionato de 
zinco. Estes ativos são usados para diminuir o acúmulo sebáceo na superfície 
cutânea e têm ações bacteriostática, fungicida, antimicótica, antisseborreica e 
desengordurante, estimulante, adstringente, bactericida, antisséptica, queratolítica, 
antipruriginosa, cicatrizante e reguladora da secreção sebácea. 
Cabe ao dermatologista indicar os ativos ou suas combinações, que sejam 
mais adequadas ao indivíduo, tendo em vista a ação específica de cada 
componente. 
Os xampus formulados devem ser aplicados nos cabelos molhados, 
massagear suavemente, deixar agir por alguns minutos, enxaguar e repetir. A 
aplicação pode ser realizada de duas a três vezes por semana e o período de uso é 
recomendado pelo médico responsável. 
 
TRATAMENTOS ESTÉTICOS 
 
 
44 
O passo determinante da absorção cutânea é a permeação através do estrato 
córneo. Teoricamente, existem duas vias disponíveis para a penetração de 
substâncias na pele: a via transepidérmica e via apêndices. A penetração de 
substâncias pela via transepidérmica ocorre através de duas rotas: intracelular e 
intercelular, sendo as mais potenciais. Contudo, em ambas as rotas de permeação, 
a estrutura do estrato córneo obriga o fármaco a se difundir através das bicamadas 
lipídicas intercelulares. No caso de permeação via apêndices, a passagem se dá 
através dos folículos pilossebáceos e óstios. 
Procedimentos estéticos que estimulam a circulação sanguínea são 
realizados com a intenção de facilitar a permeação cutânea, promovendo uma ação 
rápida dos ativos dermatológicos. 
 
ARGILOTERAPIA 
 
Argilas são rochas sedimentares constituídas por inúmeros minerais e em 
diferentes proporções e estão associadas aos óxidos (composto binário de oxigênio 
e outro elemento) que lhes confere várias tonalidades. 
Existem dois tipos básicos de argila: a formada por alteração, classificada em 
primária, é originada pela decomposição das rochas ao longo do tempo, possui 
aspecto terroso e com granulações finas, e a formada por sedimentação, 
classificada em secundária, é decorrente pelo transporte de partículas através das 
chuvas e vento, tem um aspecto mais pastoso ou semelhante a lama. Apesar da 
diferença na formação das argilas primárias e secundárias, suas ações não são 
modificadas, sendo praticamente as mesmas. 
As argilas são antiinflamatórias, refrescantes, analgésicas, cicatrizantes, 
descongestionantes, desintoxicantes, antibióticas, bactericidas, antissépticas, 
emolientes, fortalecem os órgãos internos e possuem ação lenitiva. 
Os seus efeitos terapêuticos ocorrem devido à presença de oligoelementos 
como silício, alumínio, cobre, enxofre, ferro, manganês, magnésio e zinco. Os 
oligoelementos são metais ou metalóides, responsáveis pela catalisação das 
reações químicas processadas, constantemente, nos seres vivos, como a formação 
de enzimas, hormônios e vitaminas. Cada componente tem uma ação específica e 
age para produzir ou estimular a produção de determinadas substâncias. O 
responsável pela ação antisseborreica das argilas é o zinco. 
 
45 
A Argiloterapia ou geoterapia é o uso da terra no combate as enfermidades e 
uma das mais importantes técnicas terapêuticas da medicina natural. Também é 
usada como cosmético, não só para embelezamento, mas para tratar e prevenir 
diversas alterações de pele e cabelo. 
Em tratamentos capilares, utiliza-se a argila no couro cabeludo para controle 
de seborréia e dermatite seborreica. O estímulo provocado pela argila na superfície 
cutânea é capaz de produzir efeitos de mobilização de resíduos externos sobre a 
pele, como os de glândulas sebáceas e sudoríparas, além de aumentar a nutrição 
tópica e o fluxo sanguíneo, melhora a resistência a agentes patógenos. 
Sendo a argila um notável absorvente, ela limpa e desengordura os tecidos, 
ajuda a esfoliar, renovar e fortalecer o couro cabeludo. Pode ser usada como 
máscara, compressas ou aplicada como xampu só no couro cabeludo, e mantida 
por, no mínimo, meia hora. As argilas mais indicadas para o tratamento de afecções 
capilares são as verdes e as brancas. 
A argila verde é a mais completa entre as argilas terrosas por possuir maior 
diversidade em elementos com um equilíbrio perfeito entre seus componentes, 
sendo, inclusive, a mais rica em silício e alumínio. Combate edemas, é bactericida,cicatrizante, lenitiva, adstringente, estimulante e tonificante. A argila branca é rica 
em alumínio e oligoelementos, é indicada para o tratamento de peles sensíveis e 
delicadas, pois absorve a oleosidade sem desidratar. Promove ação 
descongestionante, esfoliante, revitalizadora e estimulante. 
Aliar a argila com outros elementos terapêuticos, como os óleos essenciais, 
proporciona uma ação ainda maior, pois ela absorve suas propriedades e as 
repassa para a pele. 
 
AROMATERAPIA 
 
Os óleos essenciais, base de toda a aromaterapia, têm princípios ativos que 
podem proporcionar bem-estar, relaxamento e ainda prevenir doenças. Esses 
princípios ativos atuam sobre os sistemas linfático, imunológico, digestivo, 
respiratório, cardiovascular e genitourinário. Atuam também em tratamentos de pele 
e beleza, em forma de cosméticos. 
É comprovada a eficácia dos óleos essenciais nas suas ações antissépticas, 
cicatrizantes, antiinfecciosas e estimulantes do couro cabeludo. Estas ações serão 
 
46 
efetivas se os óleos forem corretamente extraídos e conservados. A forma de 
tratamento dos óleos essenciais se dá através do sistema circulatório, pois eles 
possuem moléculas pequenas o bastante que podem penetrar através da pele, e os 
seus benefícios começam em aproximadamente trinta minutos. Para potencializar o 
tratamento é possível fazer uma sinergia associando dois ou mais óleos. 
A utilização dos óleos essenciais nos tratamentos capilares apresenta 
respaldo cientifico, artigos publicados comprovam seus benefícios e resultados 
positivos, porém é necessária a utilização correta dos óleos. 
São indicados para o tratamento de seborréia capilar os óleos de bergamota, 
por sua ação antisséptica; de cedro, pois é adstringente; de patchouli, com ação 
cicatrizante, antisséptico, bactericida, fungicida, antiinflamatório e tônico; de sálvia, 
sendo antisséptico, tônico, bactericida, adstringente, fungicida e antioxidante; e 
verbena-limão que é antisséptico e controla a oleosidade quando usado em xampus. 
A aromaterapia faz muito pouco para influenciar o estado do cabelo, já que o 
mesmo é uma substância morta. Mas o que está ao alcance dos óleos essenciais é 
melhorar a saúde do couro cabeludo, da qual depende a saúde do cabelo. 
 
ELETROTERAPIA 
 
A eletroterapia tem aplicações na saúde e na estética do corpo humano. Na 
estética capilar seu papel principal é a higienização, umectação, nutrição e 
estimulação do couro cabeludo. 
O vapor de ozônio é indicado para seborréia ou sempre que se busque um 
efeito bactericida e antisséptico sobre o couro cabeludo. Além desses efeitos, ele 
aumenta a oxigenação celular. Contribui, ainda, para a hidratação e a emoliência da 
camada córnea do couro cabeludo, o que facilitará a penetração dos ativos 
ionizáveis. O aparelho deve ficar a uma distância de 30 cm da cabeça e deve agir 
por dez minutos. 
O gerador de alta frequência é um aparelho que trabalha correntes alternadas 
e quando usado na superfície da pele provoca a formação de ozônio. 
É utilizada na estética com tensão aproximada de 30 mil a 40 mil volts e uma 
frequência de 150 a 200Khz, sendo um produto de corrente alternada de elevada 
frequência e baixa intensidade. Seus efeitos fisiológicos variam em condições 
térmicas, aumentando o metabolismo e, com isso, a oxigenação celular e a 
 
47 
eliminação de gás carbônico, e atuando como vasodilatador que estimula a 
circulação periférica, como bactericida e antisséptico pela formação do ozônio. Ao 
contato com o eletrodo, a pele promove um faiscamento que converte o oxigênio em 
ozônio o qual, por sua instabilidade, tem propriedades germicidas. 
O aparelho consiste em um gerador de alta frequência, bobina e diversos 
eletrodos de vidro. Possui seis tipos diferentes de eletrodos, que variam de acordo 
com a função a ser desempenhada. São eles: pente, fulgurador, standarts pequeno 
e grande, forquilha e saturador. 
Existem três técnicas de aplicação do aparelho de alta frequência: efluviação 
ou aplicação direta do eletrodo sobre a pele realizando deslizamento; faiscamento 
ou aplicação à distância, com eletrodo a milímetros da pele que produz uma grande 
diferença de potencial entre este e a pele, tornando o ar um condutor de eletricidade; 
e saturação ou aplicação indireta com eletrodo em forma de barra metálica, o qual a 
pessoa tratada segura o porta-eletrodo e o eletrodo durante o tratamento. 
A maioria das indicações do aparelho de alta frequência tem por base a ação 
bactericida podendo ser utilizado na desinfecção após extração de eflorescências 
acnéicas, desinfecção do couro cabeludo em casos de seborréia, foliculite, bem 
como feridas abertas, psoríase (fechamento das lesões), afecções ungueais, entre 
outras. 
Para a aplicação de alta frequência no couro cabeludo é usado o eletrodo 
pente e suas ações sobre a pele são: bactericida – elimina bactérias anaeróbicas, 
fungicida – atua contra fungos, bacteriostático – diminui bactérias aeróbicas, 
oxigenante – melhora a oxigenação tissular, hemostático – auxilia a cicatrização da 
pele, térmica – ação vasodilatadora e hiperemiante com aumento do metabolismo 
local. 
 
METODOLOGIA 
Esse trabalho consiste em uma revisão de literatura, utilizando base de dados 
como scielo, pubmed, lilacs e google acadêmico e bibliotecas da área da saúde. As 
referências pesquisadas variam de 1994 a 2011. 
Para a pesquisa foi utilizado os seguintes descritos: seborréia, argiloterapia, 
aromaterapia, alta frequência, vapor de ozônio, permeação cutânea, ativos 
dermatológicos, cabelos, tratamentos capilares, anatomia e fisiologia do couro 
cabeludo e glândulas sebáceas. 
 
48 
DISCUSSÃO 
 
Além dos tratamentos dermatológicos para seborréia capilar, existem 
procedimentos estéticos como a argiloterapia, aromaterapia, vapor de ozônio e alta 
frequência que auxiliam na prevenção e no tratamento do mesmo. São 
procedimentos que estimulam o fluxo sanguíneo, na intenção de levar nutrientes ao 
folículo piloso ou acelerar o efeito medicamentoso, potencializando, desta forma, a 
ação dos ativos farmacológicos e proporcionando uma melhora rápida no quadro da 
afecção. 
A pele representa uma importante barreira para a permeação de ativos 
contidos em medicamentos de uso tópico e cosméticos. O extrato córneo é a 
camada mais externa da pele, e é a principal barreira para a penetração de 
medicamentos. 
Com o objetivo de facilitar a permeação cutânea, vários métodos para 
remover reversivelmente a resistência desta barreira têm sido utilizados, como a 
esfoliação, que diminui a espessura do tecido e o aumento do fluxo sanguíneo, que 
facilita a permeação dos ativos devido a vasodilatação. 
Segundo Bonamigo, a circulação sanguínea oxigena o couro cabeludo e 
consequentemente o bulbo capilar, levando assim os nutrientes e fármacos até a 
raiz pela corrente sanguínea. Estudos mostram que tratamentos estéticos são 
eficazes no controle de afecções como a seborréia, através de procedimentos que 
fazem hiperemia e estimulação do bulbo capilar. 
Conforme descrito por Limas e Duarte, a aplicação de argilas e outros 
tratamentos estéticos provocam o aumento do fluxo sanguíneo e a esfoliação do 
estrato córneo, assim os ativos entram em contato com mais facilidade ao folículo 
piloso e estimulam o bulbo capilar. 
Para Wichrowski, um dos fatores que alteram a penetração de ativos no 
tecido cutâneo é o acúmulo de sebo. O mesmo afirma que para melhorar a 11 
absorção, devem-se usar manobras técnicas como higienização, hidratação, calor e 
alta frequência. 
Gomes concorda que para haver uma maior absorção é necessário fazer a 
higienização do couro cabeludo e afirma a importância do uso de substâncias com 
ação adstringente e antisséptica, como argilas e óleos essenciais. 
 
49 
Cruz afirma que em uma pele íntegra, os óleos essenciais são absorvidos 
através dos ductos das glândulas sebáceas e folículos

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