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32 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Unidade II 5 PROGRAMA NACIONAL DE SEGURANÇA DO PACIENTE (PNSP) Lançado em 2013 pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa, propõe um conjunto de medidas para prevenir e reduzir a ocorrência de incidentes nos serviços de saúde – eventos ou circunstâncias que poderiam resultar ou que resultaram dano desnecessário ao paciente. A administração de um medicamento em dosagem maior que a adequada sem causar dano, a queda do paciente de uma maca ou leito hospitalar (o incidente com dano é um evento adverso) ou o alerta de um profissional antes de um procedimento ser realizado em paciente errado são exemplos de incidentes. O Brasil compõe, junto com outros países, a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, estabelecida pela Organização Mundial de Saúde em 2004. A Aliança tem como principal proposta instituir medidas que aumentem a segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde através do comprometimento político dos signatários. Estudos recentes mostram, porém, que a incidência de eventos adversos no País é alta: 7,6%. Desses, 66% são evitáveis, colocando o Brasil à frente de Nova Zelândia, Austrália, Espanha, Dinamarca, Canadá e França em proporção de incidentes dessa natureza. São dados que revelam que a segurança do paciente é um tema que muitas vezes não tem o grau de prioridade que deveria. O PNSP foi instituído pela Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, que definiu os conceitos relevantes na área da segurança do paciente e as principais estratégias para implementação do Programa: suporte à execução de práticas seguras nos hospitais, criação de um sistema de notificação de incidentes, elaboração de protocolos e promoção de processos de capacitação (BRASIL, 2013a). A primeira medida é a obrigatoriedade de todos os hospitais do País, públicos e privados, criarem os Núcleos de Segurança do Paciente. Esses núcleos deverão promover ações para a implantação da gestão de risco no serviço de saúde, com vistas à segurança do paciente, e a integração e articulação multiprofissional nos processos de gerenciamento e gestão de riscos. Sua missão é, também, entre outros pontos, fixar e acompanhar o uso dos protocolos de segurança do paciente. O Programa estabeleceu, ainda, a criação do Comitê de Implementação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (CIPNSP) para promover e apoiar iniciativas voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção à saúde. Formado por representantes do governo, da sociedade civil, de entidades de classe e universidades, o CIPNSP será uma referência para a tomada de decisão na área e de apoio à implantação do Programa. Outra estratégia proposta pelo Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi a elaboração de protocolos que ofereçam aos profissionais de saúde conceitos e orientações precisas, por meio da 33 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR adoção de estratégias capazes de reduzir a ocorrência de incidentes. Tais estratégias deverão incluir a avaliação de risco dos pacientes, a adoção de normas, além de indicar os procedimentos operacionais mais recomendados para manter a segurança do paciente. Outro eixo do Programa Nacional de Segurança do Paciente é a capacitação de profissionais. Figura 4 – Folder da Campanha de Segurança do Paciente 5.1 Evento adverso Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), evento adverso é um incidente que resulta em dano não intencional decorrente da assistência, e não relacionado à evolução natural da doença de base do paciente. No Brasil, o Ministério da Saúde, em parceria com a Anvisa, inseriu esse tema na agenda prioritária do sistema de saúde público e privado do país, por meio do lançamento, em abril de 2013, do Programa Nacional de Segurança do Paciente. 34 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Os protocolos desenvolvidos visam orientar profissionais na ampliação da segurança do paciente nos serviços de saúde. Além deles, o programa criou Núcleos de Segurança do Paciente nos serviços de saúde, tanto públicos como particulares, e prevê a notificação de eventos adversos associados à assistência do paciente, bem como a chamada pública do setor produtivo da saúde para apresentação de medidas de ampliação da segurança dos pacientes em serviços de saúde. Os protocolos e seus objetivos: Protocolo de Identificação do Paciente: tem a finalidade de reduzir a ocorrência de incidentes. O processo de identificação deve assegurar que o cuidado seja prestado à pessoa para a qual se destina. Protocolo para Prevenção de Úlcera por Pressão: visa a prevenir a ocorrência dessa e de outras lesões da pele, visto que é uma das consequências mais comuns da longa permanência em hospitais. Sua incidência aumenta proporcionalmente à combinação de fatores de riscos, entre eles, idade avançada e restrição ao leito. Protocolo de Segurança em Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos: objetiva a promoção de práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde. Segundo o protocolo, estima-se que os erros de medicação em hospitais provoquem mais de 7 mil mortes por ano nos Estados Unidos, acarretando custos tangíveis e intangíveis. Protocolo para Cirurgia Segura: diz respeito à definição de medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura, desenvolvida pela OMS. Protocolo para a Prática de Higiene das Mãos em Serviços de Saúde: aborda informações sobre a instituição e promoção da higiene das mãos nos serviços de saúde do País. Seu intuito é prevenir e controlar as infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras), visando à segurança do paciente, dos profissionais de saúde e de todos aqueles envolvidos nos cuidados aos pacientes. Protocolo de Prevenção de Quedas: tem como meta reduzir a ocorrência de queda de pacientes nos pontos de assistência e o dano dela decorrente, por meio da execução de medidas que contemplem a avaliação de risco do paciente, garantam o cuidado multiprofissional 35 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR em um ambiente seguro e promovam a educação do paciente, de familiares e profissionais (FIOCRUZ, 2013). Lembrete O Brasil compõe a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, fixada pela OMS em 2004. A Aliança tem como principal proposta instituir medidas que aumentem a segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde através do comprometimento político dos signatários. 5.2 Dez passos para a segurança do paciente O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), ciente de que a equipe de enfermagem possui um papel fundamental nos processos que envolvem a atenção ao paciente, assumiu, para o ano de 2010, o compromisso de promover uma grande campanha pela segurança do paciente, esclarecendo a categoria de enfermagem e chamando-a à responsabilidade de lançar um novo olhar sobre suas práticas cotidianas e identificar falhas no processo possíveis de gerar erros. Apesar de os passos descreverem processos básicos de cuidado de enfermagem para a promoção da segurança do paciente, entende-se que sua implementação nos diferentes locais de prestação de assistência possa ser um processo complexo frente à cultura organizacional vigente em grande parte do sistema de saúde nacional. 5.2.1 Passo 1 – identificação do paciente A identificação do paciente é prática indispensável para garantir sua segurança em qualquer ambiente de cuidado à saúde, incluindo, por exemplo, unidades de pronto atendimento, coleta de exames laboratoriais,atendimento domiciliar e em ambulatórios. Erros de identificação podem acarretar sérias consequências para a segurança do paciente, como medicação indevida, falhas durante a transfusão de hemocomponentes, em testes diagnósticos, procedimentos realizados em pacientes diferentes e/ou em locais incorretos, entrega de bebês às famílias erradas, entre outros. Para assegurar que o paciente seja devidamente identificado, todos os profissionais devem participar ativamente do processo de identificação, da admissão, da transferência ou recebimento de pacientes de outra unidade ou instituição, antes do início dos cuidados, de qualquer tratamento ou procedimento, da administração de medicamentos e soluções. A identificação deve ser feita por meio de pulseira, prontuário, etiquetas e solicitações de exames, com a participação ativa do paciente e familiar, durante a confirmação de sua identidade. 36 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Figura 5 5.2.2 Passo 2 – cuidado limpo e cuidado seguro (higienização das mãos) Higienizar as mãos é remover sujidade, suor, oleosidade, pelos e células descamativas da microbiota da pele, com a finalidade de prevenir e reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde. Vejamos quando proceder à higienização das mãos: • antes e após o contato com o paciente; • antes e após a realização de procedimentos assépticos; • após contato com material biológico; • após contato com o mobiliário e equipamentos próximos ao paciente. 5.2.3 Passo 3 – cateteres e sondas (conexões corretas) A administração de fármacos e soluções por cateteres, sondas e seringas é prática de enfermagem comum que pode ser desenvolvida em ambientes de atendimento à saúde. A infusão de soluções em vias erradas, como soluções que deveriam ser administradas em sondas enterais serem aplicadas em cateteres intravenosos por causa de conexão indevida, é um evento frequente, porém pouco documentado, que pode causar graves consequências e até a morte do paciente. A capacitação, a orientação e o acompanhamento contínuo sobre os riscos à segurança do paciente frente às conexões erradas devem ser destinados a todos os profissionais de saúde. 5.2.4 Passo 4 – cirurgia segura Apresenta medidas para tornar o procedimento cirúrgico mais seguro e ajudar a equipe de saúde a reduzir a ocorrência de danos ao paciente, promovendo a realização do procedimento certo, no local e paciente corretos. O uso de uma ou de várias listas de verificação (check-list) traz inúmeras vantagens. 37 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR Os serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo da complexidade dos procedimentos que são efetuados. Figura 6 – Cirurgia segura 5.2.5 Passo 5 – sangue e hemocomponentes (administração segura) A administração intravenosa de sangue total ou hemocomponentes é feita de um indivíduo (doador) para outro (receptor). Está indicada para pacientes que sofreram perda sanguínea significante ou alterações hematológicas decorrentes de doenças ou procedimentos (exemplo: choque, traumatismo, hemorragia, doenças sanguíneas, intervenções cirúrgicas, entre outros). A infusão só poderá ocorrer após a confirmação da identidade do paciente e sua compatibilidade com o produto (glóbulos vermelhos, plaquetas, fatores da coagulação, plasma fresco congelado, glóbulos brancos). A administração deve limitar-se, sempre que possível, ao componente sanguíneo que o indivíduo necessita, pois a administração do produto específico é mais segura e evita reações em decorrência da infusão de componentes desnecessários. Erros na administração de sangue total e hemocomponentes comprometem a segurança do paciente. Figura 7 – Sangue e hemocomponentes 38 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II 5.2.6 Passo 6 – paciente envolvido com sua segurança O paciente pode e deve contribuir para a qualidade dos cuidados à sua saúde, fornecendo informações importantes a respeito de si mesmo e interagindo com os profissionais da saúde. Ele deve ser estimulado a participar da assistência prestada e encorajado a fazer questionamentos, uma vez que é ele quem tem o conhecimento de seu histórico de saúde, da progressão de sua doença e dos sintomas e experiências com os tratamentos aos quais já foi submetido. Além disso, desenvolver um ambiente que proporcione cuidados centrados no paciente, tornando-o, bem como seus familiares, agentes ativos na busca de sua segurança, promove interesse, motivação e satisfação com o cuidado prestado, aspectos que possibilitam ter um bom resultado nas condições de saúde. Figura 8 – Paciente envolvido com sua segurança 5.2.7 Passo 7 – comunicação efetiva A comunicação é um processo recíproco, uma força dinâmica capaz de interferir nas relações, facilitar e promover o desenvolvimento e o amadurecimento das pessoas, influenciando comportamentos. A comunicação é um processo recíproco, uma força dinâmica capaz de interferir nas relações, facilitar e promover o desenvolvimento e o amadurecimento das pessoas e influenciar comportamentos. Existem diversas formas de comunicação, como verbal, não verbal, escrita, telefônica, eletrônica, entre outras, sendo fundamental que ocorra de forma adequada, permitindo o entendimento entre as pessoas. 39 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR O paciente recebe cuidados de diversos profissionais e em diferentes locais, o que torna imprescindível a comunicação eficaz entre os envolvidos no processo (BRASIL, 2005, p. 22). Figura 9 – Comunicação efetiva 5.2.8 Passo 8 – prevenção de queda A queda pode ser definida como a situação na qual o paciente, não intencionalmente, vai ao chão ou a algum plano mais baixo em relação à sua posição inicial. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para ocorrência de queda orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção (BRASIL, 2005, p. 25). Vejamos os fatores de risco para ocorrência de queda: 1. Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos. 2. Agitação/confusão. 3. Déficit sensitivo. 4. Distúrbios neurológicos. 5. Uso de sedativos. 6. Visão reduzida (glaucoma, catarata). 7. Dificuldades de marcha. 8. Hiperatividade. 40 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II 9. Mobiliário (berço, cama, escadas, tapetes). 10. Riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos escorregadios, superfícies irregulares). 11. Calçado e vestuário não apropriado. 12. Bengalas ou andadores não apropriados (BRASIL, 2005, p. 25). Figura 10 – Prevenção de quedas 5.2.9 Passo 9 – prevenção de lesão por pressão Úlcera por pressão é uma lesão na pele e/ou nos tecidos ou estruturas subjacentes, geralmente localizada sobre uma proeminência óssea, resultante de pressão isolada, ou combinada com fricção e/ou cisalhamento. A avaliação periódica dos riscos que cada paciente apresenta para a ocorrência de úlceras por pressão orienta os profissionais a desenvolver estratégias para sua prevenção (BRASIL, 2005, p. 27). A seguir destacamos os fatores de risco para úlcera por pressão: 1. Grau de mobilidade alterado. 2. Incontinência urinária e/ou fecal. 41 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR 3. Alterações da sensibilidade cutânea. 4. Alterações do estado de consciência. 5. Presença de doença vascular. 6. Estado nutricional alterado (BRASIL, 2005, p. 27). Figura 11 – Regiões de incidência de lesão por pressão 5.2.10 Passo 10 – segurança na utilização da tecnologia A segurança na utilização da tecnologia compreende o benefício e o impacto no uso de um ou mais recursos em prol do restabelecimento da saúde do paciente. Visa identificar soluções que têmcomo propósito promover melhorias específicas em áreas de maior risco na assistência à saúde para que a tecnologia seja utilizada de maneira apropriada (BRASIL, 2005, p. 29). 42 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Figura 12 Saiba mais Para entender a Portaria de segurança do paciente, leia: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Brasília: Ministério da Saúde, 2013a. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ gm/2013/prt0529_01_04_2013.html>. Acesso em: 11 maio 2018. 6 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra define os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visando à promoção da equidade em saúde da população negra (BRASIL, 2007b). Ela se insere na dinâmica do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de estratégias de gestão solidária e participativa, que incluem: utilização do quesito cor na produção de informações epidemiológicas para a definição de prioridades e tomada de decisão; ampliação e fortalecimento do controle social; desenvolvimento de ações e estratégias de identificação, abordagem, combate e prevenção do racismo institucional no ambiente de trabalho, nos processos de formação e educação permanente de profissionais; implementação de ações afirmativas para alcançar a equidade em saúde e promover a igualdade racial (BRASIL, 2007b). 43 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR Pará Amazonas Roraima Amapá Rondônia Acre Mato Grosso Mato Grosso do Sul Distrito Federal Goiás Minas Gerais São Paulo Paraná Rio Grande do Sul Bahia Piauí Tocantins Maranhão Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Santa Catarina Rio de Janeiro Espírito Santo 2 1 ? 1 1 2 3 3 4 1 27 4 1 1 1 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Número de pessoas que responderam ao questionário Figura 13 – Avaliação da implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), Brasil, 2016 6.1 A população negra no Brasil e a luta pela cidadania O desenvolvimento da sociedade colonial e o processo de objetificação dos milhões de negros escravizados, trazidos do continente africano nos porões dos navios negreiros, marcaram um período longo da história brasileira. A despeito das péssimas condições de vida e trabalho e das diversas formas de violência às quais foram submetidos, episódios de resistência e luta foram as bases para a formação de quilombos. Os quilombos, a princípio comunidades autônomas de escravos fugitivos, converteram-se em importante opção de organização social da população negra e espaço de resgate de sua humanidade, cultura e fortalecimento da solidariedade e da democracia, nos quais negros se constituíam e se constituem até hoje como sujeitos de sua própria história. Após a abolição oficial da escravatura, foram muitos os anos de luta envolvendo denúncias sobre a fragilidade do modelo brasileiro de democracia racial, até a fundação da Frente Negra Brasileira, em 1931. A partir de então, as questões e demandas de classe e de raça ganharam projeção na arena política brasileira, fortalecidas, posteriormente, pelo Movimento Social Negro, que atua organizadamente desde a década de 1970. 44 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Entre as décadas de 1930 e 1980, eclodiram no mundo inúmeros movimentos sociais que manifestaram aos chefes de Estado a insatisfação dos negros em relação à sua qualidade de vida. Assumiram proeminência a luta dos negros dos Estados Unidos contra as regras de segregação racial vigentes naquele país e a dos negros sul-africanos contra o sistema do apartheid. No Brasil, a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, constituiu um marco na luta por condições dignas de saúde para a população brasileira, uma vez que fechou questão em torno da saúde como direito universal de cidadania e dever do Estado. Na conferência, o Movimento Social Negro participou ativamente ao lado de outros movimentos, em especial o Movimento pela Reforma Sanitária, do processo de elaboração e aprovação das propostas. Ainda nesse período, o movimento de mulheres negras conferiu maior visibilidade às questões específicas de saúde da mulher negra, sobretudo aquelas relacionadas à saúde sexual e reprodutiva. O racismo e o sexismo imprimem marcas segregadoras diferenciadas, que implicam restrições específicas dos direitos desse segmento, vitimando-o, portanto, com um duplo preconceito. A atuação do Movimento Social Negro brasileiro na 11ª e na 12ª Conferências Nacionais de Saúde, efetuadas em 2000 e 2003, respectivamente, fortaleceu e ampliou sua participação social nas instâncias do SUS. Como resultado dessa atuação articulada, foram aprovadas propostas para o estabelecimento de padrões de equidade étnico-racial e de gênero na política de saúde do País. Nos anos 2005 e 2006, ocorreram diversos seminários, encontros, reuniões técnicas e políticas, que culminaram com a aprovação desta Política pelo CNS, em 10 de novembro de 2006. Merece destaque ainda a realização do II Seminário Nacional de Saúde da População Negra, marcado pelo reconhecimento oficial por parte do Ministério da Saúde da existência do racismo institucional nas instâncias do SUS. 6.2 A situação de saúde da população negra no Brasil e seus determinantes sociais Os dados do censo contribuem para conferir maior visibilidade às iniquidades que atingem a população negra. Assim, no setor da educação, enquanto entre os brasileiros a taxa de analfabetismo era de 12,4%, em 2001, entre os negros, a proporção era de 18,2% e, entre os brancos, de 7,7%. Em média, a população branca estudava 6,9 anos e a negra, 4,7 anos. A menor média de anos de estudo dos brasileiros foi observada na Região Nordeste: 5,7 anos para os brancos e 4 anos para os negros. Na Sudeste, onde se encontra a maior média de anos de estudo do conjunto da população – 6,7 anos –, os negros estudavam, em média, 2,1 anos menos que os brancos (JACCOUD; BEGHIN, 2002). No que se refere à pobreza, dados revelam que os negros correspondem a 65% da população pobre e 70% da população extremamente pobre, embora representem 45% da população brasileira. Os brancos, por sua vez, são 54% da população total, mas somente 35% dos pobres e 30% dos extremamente pobres (JACCOUD; BEGHIN, 2002). O baixo nível de renda, tanto individual quanto domiciliar per capita, restringe as liberdades individuais e sociais do sujeito, fazendo com que todo o seu entorno seja deficiente, desgastante e 45 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR produtor de doença. Em 2001, mais de 32 milhões de negros com renda de até meio salário mínimo eram potencialmente demandantes de serviços de assistência social e viviam, em sua maioria, em lugares com características indesejáveis de habitação (JACCOUD; BEGHIN, 2002). Entre os nascidos vivos negros, a porcentagem de nascimentos provenientes de mães adolescentes de 15 a 19 anos foi de 29%, portanto, 1,7 vez maior que a de nascidos vivos brancos. Verificou-se ainda que 62% das mães de nascidos brancos referiram ter passado por sete ou mais consultas de pré-natal. O cenário referente à prematuridade e à mortalidade infantil também apresenta uma disparidade quando relacionado à raça, cor e etnia. A maior porcentagemde nascidos vivos prematuros (gestação <37 semanas) foi registrada nos recém-nascidos indígenas e pretos, ambos com 7%. Os menores percentuais de recém-nascidos prematuros foram observados entre os nascidos amarelos e pardos, ambos com 6% (BRASIL, 2005). O relatório destaca os dados associados às crianças menores de 5 anos. O risco de uma criança preta ou parda morrer antes dos 5 anos por causas infecciosas e parasitárias é 60% maior do que o de uma criança branca. Também o risco de morte por desnutrição expressa diferenças alarmantes, sendo 90% maior entre crianças pretas e pardas que entre brancas (BRASIL, 2005). Ainda prevalecem os diferenciais de raça, cor e etnia, quando a análise está centrada na proporção de óbitos por causas externas. O risco de uma pessoa negra morrer por causa externa é 56% maior que o de uma pessoa branca; no caso de um homem negro, o risco é 70% maior que o de um homem branco. No geral, o risco de morte por homicídios foi maior nas populações negra e parda, independentemente do sexo (BRASIL, 2005). A análise dos índices de homicídios associada a anos de escolaridade mostrou que pessoas com menor escolaridade apresentam risco maior de morte quando comparadas àquelas de maior escolaridade. Entretanto, ser preto ou pardo aumentou o risco de morte por homicídio em relação à população branca, independentemente da escolaridade. É interessante notar que as diferenças no risco de homicídio na população preta ou parda em relação à branca foram ampliadas no grupo de maior escolaridade (BRASIL, 2005). Foram também realizadas análises da mortalidade por doenças transmissíveis e não transmissíveis. O estudo destaca a diferença de raça e cor para o risco de morte por tuberculose quando consideradas as taxas padronizadas de mortalidade para o ano de 2003: tendo como base de comparação a população branca, o risco de morrer por tuberculose foi 1,9 vez maior para o grupo de cor parda e 2,5 vezes maior para o de cor preta (BRASIL, 2005). A dimensão político-programática de combate ao racismo institucional é caracterizada pela produção e disseminação de informações sobre as experiências diferentes e/ou desiguais em nascer, viver, adoecer e morrer; pela capacidade em reconhecer o racismo como um dos determinantes das desigualdades no processo de ampliação das potencialidades individuais; pelo investimento em ações e programas específicos para a identificação de práticas discriminatórias; pelas possibilidades de elaboração e 46 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II implementação de mecanismos e estratégias de não discriminação, combate e prevenção do racismo e intolerâncias correlatas – incluindo a sensibilização e capacitação de profissionais; pelo compromisso em priorizar a formulação e execução de mecanismos e estratégias de redução das disparidades e promoção da equidade (BRASIL, 2005). Lembrete A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra define os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população. 7 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS A proposta da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas integrada à Política Nacional de Saúde foi regulamentada pelo Decreto nº 3.156, de 27 de agosto de 1999, que dispõe sobre as condições de assistência à saúde dos povos indígenas, e pela Medida Provisória nº 1.911-8. Esta proposta inclui a transferência de recursos humanos e todos os bens destinados às atividades relacionadas à saúde da Funai para a Funasa (BRASIL, 2002a). A política supracitada requer um modelo diferenciado e organizado dos serviços de assistência à proteção, à promoção e à recuperação da saúde dessa população. Resumindo, a garantia de o índio assumir sua cidadania. Para tal fato se concretizar, é necessária a criação de uma rede de serviços no território indígena, a fim de suprir as deficiências de cobertura, acesso e aceitação do sistema para esta população. Todos os princípios do SUS, como descentralização, universalidade, equidade, participação comunitária e controle social devem ser adotados para viabilizar e aperfeiçoar toda estruturação do sistema. Para que tais medidas se tornem realidade, é preciso haver uma atenção diferenciada, respeitando as características culturais, epidemiológicas, crenças e valores desses povos. Isso não exclui a necessidade do uso de tecnologias apropriadas na organização dos serviços (BRASIL, 2002a). 7.1 Contexto histórico Os povos indígenas, desde a chegada dos colonizadores (invasores), sofrem maus-tratos, trabalhos forçados, confinamentos e sedentarização. Centenas de povos desapareceram com o processo de colonização, no qual se destacaram as práticas da escravidão, das chacinas, das guerras e das epidemias por doenças infecciosas. Dessa forma, podemos afirmar que a relação do Estado brasileiro com os povos indígenas sempre foi marcada pelo preconceito e pelo descaso (BRASIL, 2002a). As políticas implementadas desde o período colonial visavam à integração ou ao extermínio dos mais diferentes povos, e a perspectiva de integração destes à sociedade nacional justificou diversas ações etnocidas. Considerados “entraves ao desenvolvimento”, o destino dos povos indígenas sempre foi traçado nos termos do dominador (BRASIL, 2002a). 47 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR O direito de existência futura, com distintos modos de pensar, de organizar-se e relacionar-se com o mundo, sempre foi-lhes negado. A falta de políticas públicas relativas à educação e saúde, e a demarcação de territórios insuficientes para o modo de vida tradicional são respostas históricas com premissas integracionistas. Não é à toa que o atendimento à saúde restringe-se a medidas paliativas e emergenciais. Em 1910 foi criado o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), órgão associado ao Ministério da Agricultura, que se destinava a proteger os índios e integrá-los progressivamente à comunhão nacional, bem como esvaziar as terras por eles habitadas para que fossem entregues ao sistema de produção e exploração. A assistência à saúde prestada aos povos indígenas continuou desorganizada e era exercida de forma precária. As ações se destinavam aos casos emergenciais ou inseridos em processos de “pacificação” (BRASIL, 2002a). Na década de 1950, formou-se o Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (Susa), vinculado ao Ministério da Saúde. Tinha como objetivo prestar assistência na área de saúde às populações indígenas e rurais em áreas de difícil acesso. As ações eram de vacinação, atendimento odontológico, controle de tuberculose e outras doenças transmissíveis. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (Funai), que nasceu por conta de denúncias contra o SPI. No âmbito da Funai, foram concebidas as Equipes Volantes de Saúde (EVS). Estas passaram a prestar serviços médicos esporádicos, realizando vacinação e supervisionando os poucos trabalhos de saúde nas aldeias, quase que exclusivamente prestados por auxiliares ou atendentes de enfermagem. As EVS existiram até a década de 1970. Em 1986 ocorreu a primeira Conferência Nacional de Proteção à Saúde do Índio, no contexto da VIII Conferência Nacional de Saúde, que estabeleceu os princípios para o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovado na Assembleia Constituinte de 1988. Esta Conferência contou com a participação de um pequeno grupo de lideranças indígenas e organizações de apoio e propôs pela primeira vez em caráter oficial um modelo de atendimento específico e diferenciado aos povos indígenas do Brasil (BRASIL, 2002a). De acordo com as deliberações aprovadas, os povos indígenas deveriam ter garantidos o acesso universal e integral à saúde e a participação em todas as etapas do processo de planejamento, execução e avaliaçãodas ações desenvolvidas. Esse modelo de assistência específico e diferenciado lançou as bases para a implantação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (Sasi-SUS), sob a gestão direta do Ministério da Saúde. 7.2 Situação atual de saúde da população indígena Com a criação do Sasi-SUS e dos DSEIs, quase todos os serviços de saúde (atenção básica, prevenção e saneamento) passaram a ser executados através de convênios firmados com organizações da sociedade civil – organizações indígenas e indigenistas – e com alguns municípios. A perspectiva, no âmbito do Ministério da Saúde, era de que a União deveria transferir as suas responsabilidades no tocante à gestão e execução das ações em saúde indígena para terceiros. 48 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Essa política de parceria proposta pelo governo foi aceita por muitas dessas entidades com as seguintes condições: que fosse uma solução temporária; que o governo trabalharia na construção de um marco regulatório para a relação com essas organizações; que houvesse o aprimoramento da capacidade gestora do governo para a execução direta das ações de saúde indígena. Infelizmente, o Governo Federal nunca cumpriu o disposto. A partir dessas mudanças, as deliberações das Conferências Nacionais de Saúde tornaram-se inócuas, e os Conselhos de Saúde Indígena, em muitos lugares, entes figurativos diante das ações e decisões das entidades conveniadas. O controle social foi sendo paulatinamente desconsiderado por grande parte dos gestores, ampliando com isso os problemas nos espaços de organização dos serviços de saúde. Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que seriam a base de toda a política, tornaram-se apenas uma espécie de referência geográfica para que a Funasa pudesse definir os tipos de convênios e as atribuições dos prestadores de serviços. A terceira Conferência Nacional de Saúde Indígena, realizada em 2001, foi conduzida pelos agentes da Funasa com o objetivo de referendar a perspectiva da terceirização e a diminuição ou restrição à participação indígena no controle social. Através das portarias nº 69 e 70, em 2004 a Funasa estabeleceu novas diretrizes para a saúde indígena, visando recuperar a execução direta e reduzir o papel das conveniadas, limitando-as à contratação de pessoal, à atenção nas aldeias com insumos, ao deslocamento dos indígenas das aldeias e à compra de combustível para a execução desses deslocamentos. Em 2006 foi instituído o Fórum de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena para atuar em caráter consultivo e propositivo, em consonância com as demais instâncias decisórias do SUS. No processo de realização da quarta Conferência Nacional de Saúde Indígena, ocorrida em 2006, várias conferências distritais apresentaram a proposta de criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), em razão do agravamento dos problemas recorrentes de má gestão, autoritarismo, uso político e corrupção nas coordenações regionais e instâncias centrais da Funasa. Essa proposta foi levada ao plenário da etapa nacional da conferência e acabou derrotada por uma pequena margem de votos, motivando a denúncia por grande parte da delegação indígena de manipulação nos trabalhos da conferência. Em 17 de outubro de 2007, foi editada pela Funasa a polêmica Portaria nº 2.656 (BRASIL, 2007a), que dispunha sobre a regulamentação dos Incentivos de Atenção Básica e Especializada aos Povos Indígenas, revogando a Portaria nº 1.633/GM, de 14 de setembro de 1999. Essa portaria gerou grandes manifestações dos povos indígenas, insatisfeitos com a política que tinha como gestora a Funasa, e eles reivindicaram a criação de um modelo de política compatível com a Lei Arouca e com as diretrizes da II Conferência Nacional de Saúde Indígena. A portaria, além de fortalecer a Funasa, abria perspectivas concretas para a municipalização da saúde indígena, exatamente na contramão do que pretendiam os povos indígenas (BRASIL, 2007a). 49 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR Posto de saúde Posto de saúde Polo base Referência SUS Casa de saúde do índio Posto de saúde Posto de saúde Posto de saúde Comunidade indígena Comunidade indígena Comunidade indígena Comunidade indígena Comunidade indígena Figura 14 – Modelo de organização dos Distritos Especiais Indígenas (Dsei) Os povos indígenas estão presentes em todos os estados brasileiros, exceto no Piauí e no Rio Grande do Norte, vivendo em 579 terras indígenas que se encontram em diferentes situações de regularização fundiária e que ocupam cerca de 12% do território nacional. Uma parcela vive em áreas urbanas, geralmente em periferias. Cerca de 60% dessa população vivem no Centro-Oeste e Norte do país, onde estão concentradas 98,7% das terras indígenas. Os outros 40% da população indígena estão confinados em apenas 1,3% da extensão das terras indígenas, localizadas nas regiões mais populosas do Nordeste, Leste e Sul do país. Ainda que numericamente constituam uma parcela de somente 0,2% da população brasileira, em algumas regiões a presença indígena é significativa. Em Roraima, por exemplo, representa cerca de 15% da população do Estado; 4% no Amazonas; e 3% no Mato Grosso do Sul. Tomando-se como base a população municipal, em grande número de localidades a população indígena é maioria, tanto em municípios amazônicos, quanto em outros das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. [...] 50 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Em termos gerais, observa-se um crescimento demográfico entre os povos indígenas do país, fato normalmente associado à conservação do ambiente natural, estabilização das relações interétnicas, demarcação das terras indígenas e melhoria do acesso aos serviços de atenção básica à saúde. [...] Em relação à morbidade, verifica-se uma alta incidência de infecções respiratórias e gastrointestinais agudas, malária, tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis, desnutrição e doenças preveníveis por vacinas, evidenciando um quadro sanitário caracterizado pela alta ocorrência de agravos que poderiam ser significativamente reduzidos com o estabelecimento de ações sistemáticas e continuadas de atenção básica à saúde no interior das áreas indígenas. [...] A tuberculose é um dos agravos que acometem com maior frequência e severidade as comunidades indígenas. Embora precários, os dados disponíveis indicam taxas de incidência altíssimas, superiores em muito àquelas encontradas entre a população branca do País. [...] Os dados epidemiológicos do Departamento de Saúde da Funai, antes mencionado e relativo ao mesmo ano, indicam que a tuberculose foi responsável por 22,7% do total dos óbitos indígenas registrados por doenças infectoparasitárias (2,2% dos óbitos por todas as causas), ou seja, duas vezes a taxa mundial de mortalidade específica por tuberculose. A fraca cobertura sanitária das comunidades indígenas, a deterioração crescente de suas condições de vida em decorrência do contato com os brancos, a ausência de um sistema de busca ativa dos casos infecciosos, os problemas de acessibilidade (geográfica, econômica, linguística e cultural) aos centros de saúde, a falta de supervisão dos doentes em regime ambulatorial e o abandono frequente pelos doentes do tratamento favorecem a manutenção da endemia de tuberculose entre as populações indígenas no Brasil. A infecção pelo HIV/Aids também é um agravo que tem ameaçado um grande número de comunidades. A partir de 1988, começaram a ser registrados os primeiros casos entre os índios, número que vem aumentando com o passar dos anos, sendo que, dos 36 casos conhecidos até 2000, oito foram notificados em 1998, distribuídos por todas as regiões do Brasil. O curto período de tempo transcorrido entre o diagnóstico e o óbito dos pacientes e a falta deinformações entre os índios sobre os modos de transmissão do vírus e prevenção da 51 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR doença, bem como as limitações de ordem linguística e cultural para a comunicação com eles são desafios a serem enfrentados e expressam a situação altamente vulnerável frente à tendência de interiorização da epidemia no país. A compreensão das redes de transmissão e os determinantes dos processos sociais e culturais originados do contato com a sociedade envolvente, bem como as relações intergrupais, é fator importante para a tomada de decisões e implementação de ações de prevenção (BRASIL, 2002a, p. 9-12). O relatório da Funasa de 1998 indicou 385 casos registrados. A deficiência do sistema de informações em saúde, que não contempla, entre outros dados, a identificação étnica e o domicílio do paciente indígena, dificulta a construção do perfil epidemiológico e cria dificuldades para a sistematização de ações voltadas para a atenção à saúde dos povos indígenas (BRASIL, 2002a). A descontinuidade das ações e a carência de profissionais fizeram com que muitas comunidades indígenas se mobilizassem, desde os anos 1970, de diversas maneiras, especialmente por intermédio de suas organizações juridicamente constituídas, para adquirir conhecimentos e controle sobre as doenças e agravos de maior impacto sobre sua saúde, dando origem a processos locais de capacitação de agentes indígenas de saúde e de valorização da medicina tradicional indígena, com a participação das diversas instituições envolvidas com a assistência à saúde indígena. O propósito dessa política é garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura. Para o alcance desse propósito, são estabelecidas as seguintes diretrizes, que devem orientar a definição de instrumentos de planejamento, execução, avaliação e controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas: — Organização dos serviços de atenção à saúde dos povos indígenas na forma de Distritos Sanitários Especiais e Polos-Base, no nível local, onde a atenção primária e os serviços de referência se situam. — Preparação de recursos humanos para atuação em contexto intercultural. — Monitoramento das ações de saúde dirigidas aos povos indígenas. — Articulação dos sistemas tradicionais indígenas de saúde. — Promoção do uso adequado e racional de medicamentos. 52 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II — Promoção de ações específicas em situações especiais. — Promoção da ética na pesquisa e nas ações de atenção à saúde envolvendo comunidades indígenas. — Promoção de ambientes saudáveis e proteção da saúde indígena. — Controle social (BRASIL, 2007a). 8 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Como qualquer cidadão, as pessoas com deficiência têm o direito à atenção integral à saúde e podem procurar os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) quando necessitarem de orientações ou cuidados, incluindo serviços básicos, como imunização, assistência médica ou odontológica, ou ainda serviços de atenção especializada como reabilitação ou atenção hospitalar. Instituída por meio da Portaria nº 1.060, de 5 de junho de 2002 (BRASIL, 2002b), a Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência está voltada para a inclusão das pessoas com deficiência em toda a rede de serviços do SUS e caracteriza-se por reconhecer a necessidade de implementar o processo de respostas às complexas questões que envolvem a atenção à saúde das pessoas com deficiência no Brasil. São diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência: — Promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiência. — Assistência integral à saúde da pessoa com deficiência. — Prevenção de deficiências. — Ampliação e fortalecimento dos mecanismos de informação. — Organização e funcionamento dos serviços de atenção à pessoa com deficiência. — Capacitação de recursos humanos (BRASIL, 2002b). 53 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR Figura 15 – Folder do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência É de responsabilidade do Ministério da Saúde coordenar o processo de formulação, implementação, monitoramento e avaliação da Política de Saúde da Pessoa com Deficiência, observados os princípios e diretrizes do SUS, através de cooperação e assessoria técnica a Estados, a Municípios e ao Distrito Federal para o desenvolvimento de ações e da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do SUS. É vital a articulação intra e intersetorial, incluindo os movimentos sociais, organizações não governamentais e instituições afins e a transversalização para o desenvolvimento das ações dessa Política, que inclui o fomento e a promoção de mecanismos para a formação, a capacitação de recursos humanos, assim como pesquisas relacionadas à atenção à saúde da pessoa com deficiência. A inclusão da assistência aos familiares é essencial para um atendimento humanizado e eficaz, com ações de apoio psicossocial, orientações para atividades de vida diária e suporte especializado em situações de internamento (hospitalar/domiciliar). Nas unidades especializadas, de abrangência regional, qualificadas para atender às necessidades específicas das pessoas com deficiência, a atenção será multiprofissional e interdisciplinar, com a presença de alguns dos seguintes profissionais: médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo e assistente social, conforme o perfil do serviço. Assim, será possível a avaliação de cada caso para a dispensação de órteses, próteses e meios auxiliares da pessoa com deficiência. Nesse contexto, é importante trabalhar os processos de acolhimento, atenção, referência e contrarreferência voltados às especificidades das pessoas com deficiência para que elas possam ter acesso às unidades de saúde em todo o País, sem barreiras (arquitetônicas ou atitudinais), como todos os demais cidadãos brasileiros. 54 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II De acordo com suas características, as pessoas com deficiência têm direito ao encaminhamento para serviços mais complexos e a receber assistência específica nas unidades especializadas de média e alta complexidade para reabilitação física, auditiva, visual e intelectual, bem como às ajudas técnicas, órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção de que necessitem, complementando o trabalho de reabilitação e as terapias. As equipes das unidades de reabilitação devem ser multiprofissionais e trabalhar de forma interdisciplinar, envolvendo nas famílias as unidades básicas de saúde e as comunidades, buscando recursos locais que facilitem o desenvolvimento integrado de processos de inclusão da pessoa com deficiência. A Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência tem como principal meta a criação, a ampliação e a articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com deficiência temporária ou permanente; progressiva, regressiva, ou estável; intermitente ou contínua, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). São diretrizes para o funcionamento da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência:I – Respeito aos direitos humanos, com garantia de autonomia, independência e de liberdade às pessoas com deficiência para fazerem as próprias escolhas. II – Promoção da equidade. III – Promoção do respeito às diferenças e aceitação de pessoas com deficiência, com enfrentamento de estigmas e preconceitos. IV – Garantia de acesso e de qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar. V – Atenção humanizada e centrada nas necessidades das pessoas. VI – Diversificação das estratégias de cuidado. VII – Desenvolvimento de atividades no território que favoreçam a inclusão social com vistas à promoção de autonomia e ao exercício da cidadania. VIII – Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares. IX – Organização dos serviços em rede de atenção à saúde regionalizada, com estabelecimento de ações intersetoriais para garantir a integralidade do cuidado. X – Promoção de estratégias de educação permanente. 55 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR XI – Desenvolvimento da lógica do cuidado para pessoas com deficiência física, auditiva, intelectual, visual, ostomia e múltiplas deficiências, tendo como eixo central a construção do projeto terapêutico singular. XII – Desenvolvimento de pesquisa clínica e inovação tecnológica em reabilitação, articuladas às ações do Centro Nacional em Tecnologia Assistiva (MCT) (BRASIL, 2012a). Saiba mais Leia na íntegra a Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência em: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.060, de 5 de junho de 2002. Política Nacional de Saúde da Pessoa Portadora de Deficiência. Brasília: Ministério da Saúde, 2002b. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/ images/documentos/portaria_1060.pdf>. Acesso em: 16 maio 2018. 8.1 Saúde da população em situação de rua Segundo a Política Nacional para a População em Situação de Rua, Considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória (BRASIL, 2009). Desse modo, devemos compreender o tema da pessoa em situação de rua tendo em vista essa multiplicidade de fatores que a levou a essa situação, desde os fatores estruturais, como os citados, até os fatores mais pessoais, como o rompimento das relações familiares e outros infortúnios (em alguns casos dependência de álcool/drogas, perda de bens, transtornos mentais). Existem poucos dados sobre a quantidade de crianças e adolescentes em situação de rua. Em 2010, a Secretaria de Direito Humanos e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável realizaram a Pesquisa Censitária Nacional sobre Crianças e Adolescentes em Situação de Rua. Essa análise foi executada em 75 cidades brasileiras, abrangendo as capitais e cidades com população superior a 300 mil habitantes. A pesquisa identificou 23.973 crianças e adolescentes em situação de rua no País e revelou que a maioria é de meninos/adolescentes (71,8%), enquanto 28,2% são meninas/adolescentes. 56 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II A pesquisa revelou que a população em situação de rua é composta predominantemente de homens (82%), sendo a proporção de negros (67%) consideravelmente maior que o percentual de negros na população brasileira (50,7%, segundo Censo Demográfico de 2010), e que a maioria dessa população é composta de trabalhadores que exercem alguma atividade remunerada (70%). Os principais motivos que os levaram à situação de rua foram: desemprego (29,8%), conflitos familiares (29,1%) e alcoolismo/ drogas (35,5%). Com relação ao recorte raça/cor, 72,8% das crianças e adolescentes em situação de rua são negros (49,2% pardos e 23,6% pretos), enquanto 23,8% são brancos. Considerando-se os dados do Censo do IBGE de 2010 que apontam que a população brasileira era composta por 47,7% brancos, 7,6% pretos e 43,1% pardos, percebemos que o percentual de crianças e adolescentes negros em situação de rua é consideravelmente maior que o percentual de negros na população brasileira (BRASIL, 2014, p. 13-14). É importante destacar que os motivos que causaram a ida à rua das crianças e adolescentes diferem pouco dos motivos que levaram adultos a viverem nas ruas. De acordo com dados da pesquisa citada, os principais motivos são: brigas verbais com pai/mãe/irmãos, violência doméstica, alcoolismo/drogas e busca por liberdade. A vida na rua tem uma dinâmica que permite muitas possibilidades e perigos, exigindo um amadurecimento precoce, já que expõe a pessoa a situações de vulnerabilidade. O Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH), lançou a campanha sobre a Saúde da População em Situação de Rua (BRASIL, 2014). Com o slogan “Cuidar da Saúde de Todos. Faz bem para a população em situação de rua. Faz bem para o Brasil”, a campanha tem por objetivo valorizar a saúde como um direito humano de cidadania e ressaltar que as pessoas em situação de rua – independentemente das roupas, das condições de higiene, do uso de álcool e outras drogas ou da falta de documentação – têm o direito de serem atendidas na rede de serviços do SUS. São objetivos da campanha: • sensibilizar os profissionais de saúde para o acesso e atendimento da população em situação de rua nos serviços de saúde; • diminuir o preconceito da sociedade em relação a ela, contribuindo no acolhimento desse público pelos serviços de saúde; • empoderá-las quanto aos seus direitos de cidadãs. Para isso, a campanha prevê a distribuição de cartazes para unidades de saúde do SUS em municípios com população em situação de rua e para os serviços de assistência social e direitos humanos que atendem a essa população nos estados. 57 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR Além disso, a ação inclui materiais informativos voltados para os profissionais de saúde e para movimentos sociais da população em situação de rua. Cuidar bem desse público, garantindo um atendimento humanizado e integral, requer a colaboração de todos: profissionais de saúde, sociedade, movimentos, população de rua e a segurança pública. 8.2 Estratégias e ações de saúde voltadas para a população em situação de rua Viver na rua expõe as pessoas em situação de rua a diversos fatores de risco que ampliam sua vulnerabilidade, como: violência, preconceito, invisibilidade social, dificuldade de acesso a políticas públicas, alimentação incerta e pouca disponibilidade de água potável, privação de sono e afeição e a dificuldade de adesão a tratamento de saúde. Em 2013, as ações do Ministério da Saúde para promover a saúde dessa população passaram a ser orientadas pelo Plano Operativo de Ações para a Saúde da População em Situação de Rua, que desenvolveu diversas ações, entre as quais se destacam: • implantação de consultórios na rua; • equipes que prestam atendimento itinerante, conforme as necessidades das pessoas em situação de rua. Observação O Ministério da Saúde conta com 144 equipes do Consultório na Rua. O Consultório na Rua não é a única porta de entrada da PSR (pessoa em situação de rua) no SUS, seu acesso também pode se dar por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), principalmente nos municípios onde não houver Consultório na Rua. Dados do Ministério da Saúde apontam que os problemas de saúde mais recorrentesentre essa população são: • problemas nos pés; • infestações; • DST, HIV/aids; • gravidez de alto risco; • doenças crônicas; 58 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II • consumo de álcool e drogas; • saúde bucal; • tuberculose. As principais causas de internação são: uso de substâncias psicoativas (álcool, crack e outras drogas), problemas respiratórios e causas externas (acidentes e violência). A Pesquisa Nacional sobre a Saúde da População em Situação de Rua, realizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) em 2008, ouviu cerca de 32 mil pessoas adultas em situação de rua em 71 cidades, revelando que: — 18,4% já passaram por experiências de impedimento de receber atendimento na rede de saúde. — 29,7% dos entrevistados afirmaram ter algum problema de saúde. — Os problemas mais prevalentes foram: hipertensão (10,1%), problemas psiquiátricos/mentais (6,1%), HIV/aids (5,1%) e problemas de visão/ cegueira (4,6%). — 18,7% dos entrevistados afirmaram que fazem uso de algum medicamento, e os postos/centros de saúde são os principais meios de acesso a eles. — 43,8% dos entrevistados afirmaram que procuram primeiramente o hospital/emergência quando estão doentes, e 27,4% procuram o posto de saúde. — Os locais mais usados pelas pessoas em situação de rua para tomar banho são a rua (32,6%), os albergues/abrigos (31,4%), os banheiros públicos (14,2%) e a casa de parentes ou amigos (5,2%). — Os locais mais usados pelas pessoas em situação de rua para fazer suas necessidades fisiológicas são a rua (32,5%), os albergues/ abrigos (25,2%), os banheiros públicos (21,3%), os estabelecimentos comerciais (9,4%) e a casa de parentes ou amigos (2,7%) (BRASIL, 2014, p. 25-26). Diante de tantos desafios, vale ressaltar que somente com a participação e controle social poderemos aprimorar os serviços do SUS. Os usuários devem ser ouvidos e é essencial que haja espaço para participação! 59 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 ENFERMAGEM INTERDISCIPLINAR A presença de representantes do Movimento da População de Rua nos conselhos de saúde e a criação de Comitês Técnicos Estaduais ou Municipais de Saúde da PSR são iniciativas que promovem a participação social e certamente contribuem para o aperfeiçoamento do atendimento. Precisamos urgentemente sensibilizar cada vez mais nossos trabalhadores para que a discriminação e o preconceito nos serviços não sejam um entrave ao acesso e ao cuidado em saúde. Observação A Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) mantém agenda permanente com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCITIE) a fim de garantir a articulação entre as propostas de incorporação e inovação tecnológica às necessidades de saúde das pessoas com deficiência. Resumo Nesta unidade, vimos que o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional. A segurança do paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura. As seis metas do PNSP são: • identificar corretamente o paciente; • melhorar a comunicação entre os profissionais de saúde; • melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos; • assegurar cirurgia em local de intervenção, procedimento e paciente corretos; • higienizar as mãos para evitar infecções; • reduzir o risco de quedas e úlceras por pressão. O paciente informado sobre os riscos de danos que poderá sofrer em um cuidado de saúde contribui para que tais medidas sejam cumpridas. 60 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Unidade II Também demos ênfase nas particularidades das populações negra, indígena, pessoas com deficiência e em situação de rua. A construção dessas políticas é resultado da luta histórica pela democratização da saúde encampada pelos movimentos sociais. É fruto da pactuação de compromissos entre o Ministério da Saúde e a Secretaria Especial de Políticas, a fim de superar situações de vulnerabilidade em saúde que atingem parte significativa dessas populações. Esse esforço conjunto, dialogado e construído a partir da corresponsabilidade do Estado e da sociedade, e que tem como insígnia a transversalidade, foi apenas o primeiro grande passo. 61 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 THE_MIDDLESEX_HOSPITAL%3B_SEEN_FROM_THE_SOUTH-EAST._ENGRAVING_WELLCOME_L0010833. JPG. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/The_Middlesex_Hospital%3B_ seen_from_the_south-east._Engraving_Wellcome_L0010833.jpg>. Acesso em: 11 maio 2018. Figura 2 1920PX-EWS21.11.JPG. Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/5a/ EWS21.11.jpg/1920px-EWS21.11.jpg>. Acesso em: 11 maio 2018. Figura 4 SEGURANCA_PACIENTE.JPG. Disponível em: <http://www.hse.rj.saude.gov.br/profissional/boletim/bol46/ imagens/seguranca_paciente.jpg>. Acesso em: 12 maio 2018. Figura 5 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 6. Disponível em: <http:// portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. Figura 6 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 16. Disponível em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. Figura 7 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 19. Disponível em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. Figura 8 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 21. Disponível em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. 62 Re vi sã o: V ito r - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 1 7/ 05 /1 8 Figura 9 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 23. Disponível em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. Figura 10 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 25. Disponível em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>. Acesso em: 7 maio 2018. Figura 11 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Guia para prevenção de úlcera por pressão ou escara. Orientação para pacientes adultos e famílias. USP: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, [s.d.]. Disponível em: <http://www2.eerp.usp.br/site/grupos/feridascronicas/images/images/manual_guia_prevencao_ pressao_ou_escara.pdf>. Acesso em: 12 maio 2018. Figura 12 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil: uma análise da situação de saúde no Brasil. Brasília, 2005. p. 30. Disponível em: <http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/10_passos_seguranca_paciente_0.pdf>.Acesso em: 7 maio 2018. Figura 13 1678-4464-CSP-33-S1-E00090516-GF1.JPG. 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