Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI FERNANDA PRATES DE MENDONÇA ISABELA MOREIRA RAPOSO JULIA SILVA FERREIRA RENAN DE ALMEIDA RAMIRES PROJETO DE INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL Clínica de Hemodiálise SÃO PAULO 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4 2. PROBLEMA.......................................................................................................................... 6 3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 6 4. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 7 4.1. Objetivo Geral ................................................................................................................... 7 4. Objetivos Específicos .......................................................................................................... 7 5. METODOLOGIA .................................................................................................................. 7 5.1. Procedimentos .................................................................................................................. 8 5.2. Cronograma ....................................................................................................................... 9 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 10 4 1. INTRODUÇÃO O trabalho a seguir se refere a uma clínica especializada em terapia renal substitutiva (hemodiálise). Trata-se de uma clínica de multiprofissionais que oferece serviços médicos, de nutrição, enfermagem e psicologia a pacientes que realizam hemodiálise. Tal procedimento surge como uma opção de tratamento que permite remover as toxinas e o excesso de água do organismo, limpando e filtrando o sangue – nesta técnica depurativa, uma membrana artificial é o elemento principal de um dispositivo designado dialisador, comummente conhecido por “rim artificial” –, além disso, controla a pressão arterial e ajuda o organismo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio, ureia e creatinina. A clínica mencionada existe há trinta anos atuando nesse segmento para pacientes maiores de dezoito anos. Uma vez que presta serviços particulares, para convênios médicos ou pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS), seu público possui diversas classes sociais-econômicas. A clínica tem o horário de funcionamento de segunda-feira à sábado das 5h30 às 19h00. Os pacientes de hemodiálise realizam tal procedimento três vezes por semana, considerando isto, o funcionamento da clínica ocorre seguindo este roteiro: três turnos diários – sendo eles manhã, tarde e noite entre segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira, e terça-feira, quinta-feira e sábado. Os atendimentos são realizados por agendamento prévio e, em casos de emergências, os pacientes poderão ser atendidos no horário de funcionamento da clínica. Por mês, é possível atender de cem a cento e quinze pacientes considerando o número total de vagas; por sua vez, com o atendimento simultâneo há vagas para trinta pacientes por turno. O administrador e proprietário é, também, um médico nefrologista que atua efetivamente na clínica, além de contar com o auxílio de outra administradora para realizar as funções administrativa; entretanto, as funções administrativas e clínicas devem aprovadas por ele. A equipe multidisciplinar, por sua vez, é composta por vinte e seis profissionais – incluindo médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, nutricionista, serviço social e psicóloga. A equipe se divide para atender em três turnos – com exceção da nutricionista, serviço social e psicóloga que não atuam diariamente com os pacientes, mas são responsáveis por todos eles; os três possuem carga horária de vinte horas mensais na instituição. A psicóloga iniciou seu trabalho em tal 5 estabelecimento em 2005 – em função da portaria do Ministério da Saúde que tornava obrigatória a presença de um(a) psicólogo(a) para acompanhamento dos pacientes em tratamento. A equipe de enfermeiros e auxiliares de enfermagens são fixos nos turnos; os pacientes também possuem turnos fixos e, inclusive, utilizam a mesma maca ou cadeira de hemodiálise. Considerando tal fato, a interação dos pacientes com a equipe é grande, considerando que convivem com essa rotina durante todo o tratamento que, em alguns casos, pode durar até anos. Além da equipe, também há um convívio com outros pacientes do turno – que dura, em média, quatro horas. Os pacientes também possuem grande convívio com os outros pacientes do turno – que dura, em média, quatro horas. Por exigência do procedimento realizado, é oferecido um lanche aos pacientes antes e após o término da hemodiálise. Caso os pacientes tenham acompanhantes, é indicado que aguardem na recepção – com ressalva àqueles que acompanham alguém com cuidados específicos. Ao que se refere à saúde mental, os pacientes possuem o acompanhamento psicológico a partir do momento em que iniciam o tratamento na clínica. Além de tal suporte, recebem monitoramento da nutricionista e assistente social. Os três profissionais, dessa forma, os auxiliam a seguir sua vida com as novas restrições ocasionadas pela doença. Assim, por meio de uma equipe multidisciplinar que visa oferecer os cuidados necessários, a clínica oferece atendimento especializado à pacientes com doenças renais crônicas. Contudo, nem sempre tal trabalho é evidenciado com todos da equipe, considerando que, segundo a psicóloga entrevistada – Letícia –, há certa dificuldade em realizar encontros entre a equipe ou realizar uma comunicação integrada, com a finalidade de manter a sintonia entre tal e, por isso, o papel de intermediar conflitos entre a equipe acaba se tornando responsabilidade da psicóloga. Há de se considerar, ainda, que em um trabalho multidisciplinar existem uma série de desafios advindos de possíveis divergências e ruídos na comunicação. Com base nas informações obtidas na entrevista realizada com Letícia, a equipe identificou demandas de trabalhos, além de ações para facilitar o enfrentamento dos desafios de um trabalho multidisciplinar. 6 2. PROBLEMA De acordo com os apontamentos realizados por Letícia – a psicóloga entrevistada –, notamos que há uma certa complexidade em integrar a relação da equipe com os pacientes, uma vez que a falta de comunicação entre os profissionais da equipe multidisciplinar não ocorre devidamente. De tal forma, conforme informado pela psicóloga, há momentos em que ela tem de intermediar a comunicação entre funcionários e pacientes, pacientes e pacientes e funcionários e funcionários; uma vez que tal comunicação não é efetiva. Para além das questões relacionadas com a comunicação na equipe, há de se perceber que, em certos momentos, a equipe multidisciplinar pode apresentar certa dificuldade ao tomar decisões frente a situações enfrentadas – e isto pode se dar, de certa forma, por não sentirem obter autonomia o suficiente para realizar tal feito. À vista do que foi citado nos parágrafos acima, este projeto de intervenção visa aprimorar e integrar a comunicação da equipe multidisciplinar, com a finalidade de que tais divergências e sofrimentos possam ser solucionados de melhor forma, contribuindo para que tais profissionais – e, por conseguinte, a clínica – caminhe rumo a excelência em seu atendimento aos pacientes em tratamento. 3. JUSTIFICATIVA Buscar melhorias na comunicação é de extrema importância para a clínica de Hemodiálise, pois visa passar informações,tomadas de decisões corretas e desenvolver relacionamentos que integram e coordenam todas as partes na equipe. "É sabido que o tratamento hemodialítico, provoca uma sucessão de situações para os pacientes renal crônico, que compromete, além do aspecto físico, o psicológico, com repercussões pessoais, familiares e sociais"(SANTOS VALLE; FERNANDES DE SOUZA E MUSSI RIBEIRO,2012). Diversos estudos mostram que quando trabalhamos juntos a equipe tem fortalecimento em relação a autonomia, qualidade de trabalho, crescimento, desenvolvimento profissional e agilidade nos processos. Além disso, tem que lidar com a fragilidade psicológica que pode ser proveniente do tratamento, que fazem com que esses trabalhadores necessitam de um enorme equilíbrio emocional. Sendo assim há um aumento na motivação dos 7 pacientes, já que quando a equipe está informada dos objetivos da clínica, passam a sentir parte dela, o caminho no mesmo sentido, e os pacientes serão beneficiados com a qualidade dos atendimentos prestados. Para autores como Tamayo (2004), o tempo dedicado ao trabalho constitui um componente fundamental para a construção e o desenvolvimento do bem-estar pessoal e da felicidade. Consideramos que a comunicação no trabalho deve estar cada vez mais envolvida e atuante na área da saúde com equipe multidisciplinares, uma vez que ali vêm ocorrendo consideráveis mudanças, e essas são refletidas em outras importantes áreas, que demandam reflexões e atuações que considerem não apenas questões estruturais ou psicológicas, mas também a subjetividade humana e a qualidade de vida dos envolvidos. 4. OBJETIVOS Nos subcapítulos, abaixo, subscrevem-se os objetivos geral e específicos do projeto de intervenção: 4.1. Objetivo Geral Aprimorar as questões de comunicação – e, consequentemente, interação e integração – da equipe multidisciplinar da clínica. 4.2. Objetivos Específicos Promover a integração da equipe multidisciplinar – contribuindo para a compreensão de sua concepção da equipe enquanto unidade – com o objetivo de gerar maior sensação de pertencimento, autonomia e confiança, gerando maior equilíbrio e harmonia nas relações proporcionadas na clínica (considerando relações entre os funcionários e, também, deles para com os pacientes) e, dessa forma, propiciando maior consonância ao ambiente. 5. METODOLOGIA A atividade foi realizada de forma documental com enfoque qualitativo. As fontes utilizadas foram entrevista com Letícia - profissional na área de Psicologia de 8 uma clínica de hemodiálise e referências bibliográficas do livro “Oficinas em dinâmica de grupo: Um método de intervenção psicossocial” - Maria Lúcia M. Afonso - 2006”. O enfoque teórico partiu da abordagem da psicologia social no processo de pacientes com deficiência renal que precisam do tratamento de hemodiálise. Realizou-se quatro encontros com os pacientes com a intenção de realizar uma proposta de intervenção grupal que englobam aspectos recorrentes e distintos e após a explicitação das vertentes e categorias baseadas em tópicos mais expressivos para que conseguimos criar as primeiras hipóteses. A metodologia empregada encontrou os propósitos da intervenção junto com o livro de Afonso em teoria que a dinâmica que os sujeitos têm e mediam a realidade diária e continuam com a relação da saúde mental dos pacientes. 5.1. Procedimentos Serão realizados 4 (quatro) encontros com o intuito de uma maior aproximação entre a equipe multidisciplinar da clínica de hemodiálise. No primeiro encontro, previsto para ser realizado em 06 de janeiro de 2021, haverá uma roda de apresentações e explicação de como funcionará todo o processo da intervenção, pautado em trazer o objetivo de tais encontros e expor, de certa forma, as semelhanças entre os indivíduos de tal equipe, fortalecendo seu sentimento de identificação entre a equipe, bem como o sentimento de pertencimento. No segundo encontro, acontecerá a explicação da atividade psicodramática escolhida: “Roda da Paz de Pierre Wiel”, que consiste na resolução de novos problemas e depende fortemente do principio da motivação intrínseca, da criatividade e de novos desafios e tarefas heurísticas. Já no terceiro encontro, será a finalização da atividade psicodramática, explicação e conversa sobre os resultados. Por fim, a confraternização com comidas e bebidas, além do fechamento e balanço do que for percebido durante a Roda da Paz de Pierre Wie, bem como durante os encontros realizados. 9 5.2. Cronograma 1º ENCONTRO (06/01/2021) Apresentação do grupo e explicação da metodologia; 2º ENCONTRO (13/01/2021) Realização da atividade de psicodrama (Roda da Paz de Pierre Wiel); 3º ENCONTRO (20/01/2021) Reflexão com base na atividade realizada pelo grupo; 4º ENCONTRO (27/01/2021) Confraternização entre o grupo e percepções advindas dos encontros realizados. 10 REFERÊNCIAS AFONSO, Maria Lucia Miranda (org). Oficinas em Dinâmica de Grupo: Um método de intervenção psicossocial. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. TAMAYO, A. (2004). Introdução. Em A. Tamayo (Org.), Cultura e saúde nas organizações (pp. 11-16). Porto Alegre: Artmed.
Compartilhar