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PRODUÇÃO-TEXTUAL-ASPECTOS-METODOLÓGICOS

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2 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3 
1 A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO CONTEXTO ESCOLAR .................................. 4 
1.1 A concepção de linguagem e a produção de textos ..................................... 4 
1.2 O que é produção de texto na escola? ......................................................... 6 
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E 
ESCREVER TEXTOS NA ESCOLA .................................................................................... 8 
3 PRODUÇÃO DE TEXTO: COMO INCENTIVAR OS ALUNOS A ESCREVER 
MELHOR? ......................................................................................................................... 15 
4 POR QUE APRENDER TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO? ......... 17 
4.1 Escrever um texto é verdadeiramente uma ciência! ................................... 17 
5 A PRODUÇÃO TEXTUAL - UMA ANÁLISE DISCURSIVA ............................... 18 
6 O PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL ...................................................... 19 
7 O QUE É UM TEXTO? ...................................................................................... 23 
8 GÊNEROS TEXTUAIS ...................................................................................... 27 
8.1 Textos literários e textos não literários ........................................................ 27 
9 COMO ENSINAR OS ALUNOS A ESCREVER DE FORMA CLARA? .............. 29 
10 ELABORAR BONS TEXTOS EXIGE, ENTRE OUTRAS COISAS, TÉCNICA, 
COERÊNCIA E CRIATIVIDADE ........................................................................................ 32 
10.1 Leitura e produção de textos ................................................................... 32 
10.2 Dicas para facilitar a produção de textos ................................................. 34 
11 A PRODUÇÃO DE TEXTO COMO PRÁTICA SOCIAL ..................................... 35 
11.1 O processo de escrever ........................................................................... 35 
11.2 Estratégias para produzir textos .............................................................. 38 
11.3 Produção textual na escola ..................................................................... 39 
12 PROGRESSÃO TEXTUAL: ELEMENTO FUNDAMENTAL PARA UM BOM 
TEXTO 42 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 44 
14 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 44 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da 
sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se 
levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para 
que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a 
pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é 
a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e 
prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 A PRODUÇÃO DE TEXTOS NO CONTEXTO ESCOLAR 
A produção de textos, na escola, é uma questão de grande preocupação social. 
Apesar da elaboração de variados textos durante o período de ensino básico obrigatório, 
muitas pessoas se sentem despreparadas ao se deparar com propostas de construção de 
texto no dia a dia. Diante dessas dificuldades com relação às produções textuais, cabe 
analisar algumas questões: Quais são as origens dessa dificuldade dos alunos ao construir 
textos? De que forma a produção de textos deve ser abordada na escola e como o professor 
deve intervir nas dificuldades dos alunos em suas produções? 
1.1 A concepção de linguagem e a produção de textos 
No Brasil, muitos estudantes possuem dificuldades na utilização da língua seja de 
forma oral ou escrita. No entanto, essa dificuldade não deve ser classificada como uma 
incapacidade de expressão desses estudantes, mas sim como uma incapacidade de 
sintetizar informações e juízos para transformá-los em sentenças linguísticas. 
A linguagem é a forma ou instrumento que os falantes de uma determinada língua 
utilizam para expressar ou comunicar algo a alguém. Segundo Koch (2012), a linguagem é 
a capacidade que o ser humano tem de interagir com o meio social através de uma língua, 
das mais variadas formas e variados propósitos e resultados. Em outras palavras, a 
linguagem, seja na modalidade oral ou escrita, pode se manifestar de diferentes formas, 
levando em conta os propósitos e resultados daquilo que é dito ou escrito. 
A linguagem pode ser concebida de formas diferentes que norteiam como ela é 
apresentada, seja oralmente ou em forma de escrita. As concepções de linguagem podem 
ser divididas em três modalidades. A primeira é a linguagem como expressão de 
pensamento. O autor João Wanderley Geraldi (2006) aponta-a como tradicionalista. Para 
ele, se essa concepção de linguagem é adotada, é como se afirmasse que as pessoas não 
conseguem se expressar por não pensarem. Em síntese, essa concepção admite a 
expressão puramente como produto do pensamento, sem levar em conta o contexto e o 
receptor da mensagem que envolve essa expressão linguística. 
Em comparação a Geraldi, Koch (2012) apresenta essa concepção que, por sinal, é 
a mais antiga das concepções linguísticas, como uma forma de representação do 
 
 
 
 
5 
 
pensamento e conhecimento de mundo do homem por meio da língua, isto é, a língua tem 
a finalidade somente de representar o pensamento humano. Essa concepção valoriza a 
gramática pura no processo comunicativo. Quando se leva em conta essa concepção na 
escrita de um texto, aquele que o escreve expõe no papel as suas ideias, valendo-se da 
gramática normativa, sem pensar se aquele texto atingirá seus objetivos e poderá ser 
compreendido por outras pessoas no ato da leitura. 
A segunda concepção apresenta a linguagem como instrumento de 
comunicação. Nela, leva-se em consideração a interação entre o emissor e o receptor da 
mensagem. Os autores Geraldi e Koch apontam essa concepção da língua como um código 
que somente transmite a mensagem ao receptor, que, por sinal, recebe-a de forma passiva. 
Geraldi ainda diz que geralmente essa concepção é a mais vista em livros didáticos, 
instruções ou propostas de produção de textos. Ao se valer dessa concepção nas propostas 
de produção de textos, o professor somente delimita aquele para quem será escrito o texto, 
porém, o emissor da mensagem não recebe o papel comunicativo que deve representar no 
ato da escrita, nem mesmo o contexto que se deve levar em conta no processo da escrita. 
A terceira e última concepção, é a linguagem como forma de interação. Nesse 
sentido, ela assume um papel diferenciado das concepções anteriores. Em oposição à 
linguagem como expressão do pensamento e como forma de comunicação, essa terceira 
envolve a interação entre o emissor e receptor da mensagem, ambos participam de forma 
ativa no processo comunicativo. 
A linguagem se torna a ponte entre o locutor e o interlocutor no processo da fala e 
da escrita. Geraldi (2006) afirma que nessa concepção interacionista. 
(...) mais do que possibilitar uma transmissãode informações de um emissor a um 
receptor, a linguagem é vista como um lugar de interação humana. Por meio dela, 
o sujeito que fala pratica ações que não conseguiria levar a cabo, ao não ser 
falando; com ela o falante age sobre o ouvinte, constituindo compromissos e 
vínculos que não preexistiam à fala. (GERALDI, 2006, p. 41, Apud BATISTA W. 
2018) 
Por meio das palavras de Geraldi, pode-se compreender que a linguagem como 
forma de interação vai além do ato de ler e escrever. Essa envolve a interação entre atores 
comunicativos e contexto social ou cultural em que o locutor e interlocutor vivem. 
 As propostas de produção textual elaboradas pelo professor, quando assumem a 
concepção interacionista, permitem ao aluno saber qual papel ele deve exercer e de que 
 
 
 
 
6 
 
forma ele pode permitir a participação do receptor da mensagem ou leitor do seu 
texto. Dessa forma, os alunos têm consciência de perguntas essenciais para a escrita de 
um bom texto, tais como: Quem é o enunciador? (Aquele que escreve o texto); quem é o 
enunciatário? (Aquele que recebe a mensagem ou leitor do texto); qual é o propósito do 
texto e em qual gênero deve ser escrito? Quando essas perguntas são usadas nas 
construções de textos, os alunos se sentem mais seguros na sua elaboração e, ao mesmo 
tempo, as correções das produções se tornam mais claras, tanto para o professor quanto 
ao aluno. 
1.2 O que é produção de texto na escola? 
A produção de textos na escola, muitas vezes, é um tormento para muitos alunos e 
também para os professores. Um dos influenciadores da dificuldade dos alunos na criação 
de textos está relacionado com os temas propostos para os textos. Segundo Geraldi (2006), 
os alunos anualmente fazem redações com os mesmos temas e esses geralmente são 
baseados em datas comemorativas. 
 Essa repetição de propostas faz com que os alunos não gostem de produzir textos, 
por ser uma atividade exaustiva e repetitiva, além de escreverem textos com temas sem 
utilidade prática. Os textos produzidos na escola além de trazer dissabores para os alunos, 
também se tornam algo ruim para os professores, que se sentem frustrados ao avaliar 
textos mal redigidos e ver a falta de interesse dos alunos de melhorar nas produções 
textuais. 
Geraldi (2006) mostra que as produções de texto na escola são feitas voltadas para 
o professor que é, geralmente, o único leitor do texto. Com isso, os estudantes se sentem 
desmotivados e não demonstram empenho na escrita de algo que será somente lido por 
uma pessoa que, no caso, é o professor. O emprego da língua, na escola, então, foge de 
sua utilidade real que deveria contar com a participação e interação de vários atores no 
processo comunicativo e isso torna o emprego da língua artificial. 
É interessante que os alunos escrevam textos que possam ser compartilhados com 
outros alunos da escola e até mesmo para outras pessoas fora da escola. O professor 
precisa promover atividades com os textos redigidos pelos alunos para que, dessa forma, 
os estudantes se sintam motivados a produzir bons textos para que outros possam lê-los. 
 
 
 
 
7 
 
 Outra questão importante na produção de textos é a leitura. Quanto mais se lê, maior 
é a bagagem de conhecimento argumentativo na elaboração de um bom texto. A leitura é 
um fator importante para se produzir bons textos e esse é um problema que acomete o 
sistema escolar brasileiro. Um ditado popular brasileiro afirma que o “brasileiro não gosta 
de ler”. Não é que o brasileiro não goste de ler. A raiz do problema é que muitos brasileiros 
não têm um bom hábito de leitura. 
 
Fonte: casaarteria.com.br 
Essa falta de interesse pela leitura é refletida na escola desde o início das séries 
iniciais até o fim do ensino fundamental. Os discentes geralmente leem por “obrigação” 
livros que o professor considera importantes para a sua formação. A maioria dos 
professores seja conscientemente ou não, por algum motivo ou outro delimita o que os 
alunos precisam ler e não permitindo sugestões. Com isso, os alunos não possuem acesso 
a alguns tipos e gêneros textuais e desconhecem outros que fazem diferença na sua 
formação de bons leitores e escritores. 
As maiores dificuldades com relação a produções de textos pelos alunos se deve a 
falta de objetivos claros nas propostas e inadequações dos temas propostos. A produção 
de texto na escola muitas vezes possui aspecto limitado, no qual são privilegiados alguns 
tipos e gêneros textuais, resultando em desconhecimento e insegurança por parte dos 
 
 
 
 
8 
 
alunos ao se depararem com uma proposta de produção de texto. A produção textual é 
vista de maneira negativa pelos alunos, por ser na maioria das vezes, algo repetitivo e 
desgastante. Diante disso, o professor precisa se preocupar em variar temas e tipos 
textuais, além de definir objetivos claros em suas propostas de produção de textos. 
Com relação à correção e avaliação dos textos produzidos pelos alunos, 
compreende-se que o professor precisa se valer de diferentes critérios linguísticos claros, 
para que se possam identificar as dificuldades dos alunos e consequentemente pensar em 
estratégias de intervenção nessas dificuldades. Quando não há critérios de correção 
definidos, o professor seja de forma consciente ou inconsciente, fica desorientado, correndo 
o risco de não ter argumentos diante de questionamento de alunos e até mesmo de pais, 
com relação aos “erros de ortografia” e inadequações das propostas de textos. É 
importante que o professor encare a produção de textos de forma qualitativa, para que sua 
avaliação tenha por objetivo de ajudar ao aluno e não o reprovar. 
Contudo a produção de textos na escola é algo de grande preocupação, por que 
durante todo o tempo de escola, são feitas muitas produções de textos e ainda assim, 
muitas pessoas saem da escola inseguranças e incapazes de produzir bons textos. A 
competência de escrita de bons textos, de fato é, um aspecto importante e até mesmo 
decisivo no mercado de trabalho, por isso, desde cedo o trabalho com a produção de textos 
na escola seja ela pública ou particular, precisa desenvolver essa capacidade nos alunos, 
para que estes no futuro possam estar preparados e possam concorrer de forma justa com 
outros candidatos, na busca de uma colocação no mercado de trabalho. 
2 LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL: O DESAFIO DE ENSINAR A LER E ESCREVER 
TEXTOS NA ESCOLA 
A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o 
desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do 
intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa 
maneira, quando lemos ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem 
desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso crítico 
por meio da capacidade de interpretação. Nesse sentido, vale lembrar que a “interpretação” 
dos textos é uma das chaves essenciais da leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar os 
 
 
 
 
9 
 
códigos linguísticos, faz-se necessário compreender e interpretar essa leitura. Muitos são 
os benefícios que a leitura proporciona: desenvolvimento da imaginação, da criatividade, 
da comunicação, bem como o aumento do vocabulário, dos conhecimentos gerais e do 
senso crítico. Além desses benefícios, com a leitura exercitamos nosso cérebro, o que 
facilita a interpretação de textos de forma a promover competência e habilidade na escrita. 
Ao ler, o indivíduo adquire maior repertório, ampliando e expandindo seus horizontes 
cognitivos. Para além disso, estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida 
em que reduz o estresse ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura 
deve ser incentivada desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e 
criar hábitos são condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela 
leitura. 
Partindo da concepção da línguaescrita como sistema formal (de regras, 
convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo 
nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos levados a admitir o paradoxo 
inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não 
admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e 
comunicação; por outro, um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, 
um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (Geraldi, 93). Para 
produzir textos de qualidade, os alunos precisam saber o que querem dizer, para quem 
escrevem e qual é o gênero textual que melhor exprime essas ideias. O segredo é ler muito 
e revisar constantemente a escrita. A priori, o reconhecimento dos diversos tipos de gênero 
textual discursivo é essencial para a organização da escrita e, consequentemente, o 
planejamento das ideias. Assim o trabalho com os gêneros textuais na sala de aula é 
primordial para o incentivo e desenvolvimento da leitura e escrita. Como professor de 
Redação do Ensino Fundamental e Médio no Sistema Educacional RADAR, posso afirmar 
o quanto é perceptível o desenvolvimento dos alunos com a escrita, ao se trabalhar com os 
gêneros textuais, pois sempre os envolvo com estes de forma a promover práticas sociais 
reais, uma vez que os alunos precisam escrever dentro da escola e, sobretudo, fora dela 
também. Assim é enfatizado o trabalho com a leitura de gêneros textuais diversificados, 
sejam eles didáticos ou não didatizados. 
A produção de textos escritos é um eixo da língua materna que deve ser ensinado e 
desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento desse ensino se dá através dos 
 
 
 
 
10 
 
gêneros textuais discursivos. Sendo assim, vamos discutir um pouco acerca dos gêneros 
textuais. Segundo Marcuschi (2008). 
O estudo dos gêneros textuais é hoje uma área interdisciplinar, com atenção especial 
para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. Desde que 
não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como estruturas rígidas, mas 
como formas culturais e cognitivas de ação social (Miller, 1984) corporificadas na 
linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades, cujos limites e demarcação 
se tornam fluidos (MARCUSCHI, 2008, p. 151). 
Ainda de acordo com Marcuschi, “É impossível não se comunicar verbalmente por 
um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente por algum texto”. Isso 
porque toda manifestação verbal se dá sempre por meio de textos realizados em algum 
gênero. Daí a centralidade da noção de gênero textual no trato sociointerativo da produção 
linguística. Nessa perspectiva, ele acrescenta que gêneros textuais são: 
[...] os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os gêneros 
textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam 
padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, 
objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças 
históricas, sociais, institucionais e técnicas (MARCUSCHI, 2008, p. 155, Apud 
SILVA E. G. 2018). 
Ao produzir um texto, o aluno precisa dominar estratégias de organização e 
planejamento de texto; para tanto, faz-se necessária a elaboração de esquemas 
topicalizados, ou seja, o uso do pré-texto ou texto prévio que auxiliará o aprendiz a expor 
suas ideias, primeiramente de forma esquemática, para, então, construí-lo de forma clara, 
com argumentos consistentes e que atendam à proposta. Antunes (2003, p. 54) aborda que 
o texto escrito não é somente a codificação de ideias ou de informações através de sinais 
gráficos. Para ela, o ato de escrever supõe etapas interdependentes e 
intercomplementares, e a primeira delas implica o planejamento, para, em seguida, ser 
executada a escrita propriamente dita e, então, a revisão e a reescrita. É no planejamento 
que ocorre a escolha dos critérios de ordenação das ideias ou aquilo que será relevante no 
texto: a finalidade de sua escrita e como estruturá-lo de maneira adequada. 
Já conforme Marcuschi (2008), o texto é o resultado de uma ação linguística e suas 
fronteiras são determinadas pelo mundo em que ele está inserido. Ressalta, ainda, que o 
texto pode ser tido como um tecido estruturado, uma entidade significativa, uma entidade 
 
 
 
 
11 
 
de comunicação e um artefato sócio histórico. É possível se dizer que o texto é uma (re) 
construção do mundo, e não uma simples refração ou reflexo. 
 
Fonte:mensagens.culturamix.com 
A escola assume uma grande responsabilidade ao manter e controlar a 
aprendizagem com o propósito de superar a crise da expressão escrita dos alunos. Uma 
atribuição que deve ser tomada pela escola é fazer com que os alunos tenham acesso a 
uma aprendizagem mais significativa, traçando estratégias que promovam a melhoria da 
expressão escrita e que contribuam para a resolução das dificuldades que os alunos 
enfrentam quando escrevem textos. Uma das finalidades fundamentais da escola é ensinar 
o aluno a ler e a escrever. No entanto, a prática pedagógica tem revelado um resultado 
relativamente insuficiente no desenvolvimento da capacidade de escrever dos alunos. 
Uma configuração linguística só é um texto quando consegue provocar sentido. 
Marcuschi (2008) considera que os problemas ortográficos ou sintáticos não atrapalham a 
compreensão se o texto estiver inserido numa cultura e circular entre indivíduos que a 
dominam. A textualidade não depende de regras sintáticas ou ortográficas, e sim das 
condições cognitivas e discursivas. Um texto se dá numa complexa relação interativa entre 
a linguagem, a cultura e os sujeitos históricos que operam nesses contextos. Assim, um 
 
 
 
 
12 
 
texto se fundamenta sobretudo pela sua discursividade, inteligibilidade e articulação que 
ele põe em movimento. 
Por isso mesmo, na produção de um texto, deve-se, então, planejar não só o 
momento da escrita, mas todo o processo de pré-escrita, assim como o momento relativo 
à sua organização e os dados relativos à situação de interlocução nos quais se incluem o 
texto e seu produtor. Koch (2002, p.15) afirma que o sujeito “[...] ao estar firmado em um 
lugar de interação, faz vir à tona uma entidade psicossocial de caráter ativo”. 
A atividade da escrita pressupõe a interação e o uso da linguagem. Segundo Antunes 
(2010), “Não há linguagem sem a utilização da escrita, da fala, da escuta e da leitura”. A 
escrita deve ocorrer de uma maneira que sejam percebidas a atividade interativa de 
expressões, intenções, crenças, manifestações verbais ou sentimentos que queremos 
partilhar com alguém, interagindo com ele. Desse modo, a condição prévia para o êxito da 
atividade de escrever é ter o que dizer, pois as palavras medeiam e fazem ponte entre 
quem fala e quem escuta, entre quem escreve e quem lê. O fato de saber o que dizer em 
determinada situação caracteriza-se pela capacidade do conhecimento linguístico inerente 
a cada pessoa. 
A escrita, portanto, é uma forma de atuação social entre dois ou mais sujeitos. 
Conforme os PCN (2000, p. 24): 
É na interação em diferentes instituições sociais (a família, o grupo de amigos, as 
comunidades de bairro, as igrejas, a escola, o trabalho, as associações, etc.) que o 
sujeito aprende e apreende as formas de funcionamento da língua e os modos de 
manifestação da linguagem; ao fazê-lo, vai construindo seus conhecimentos 
relativos aos usos da língua e da linguagem; em diferentes situações. Também 
nessas instâncias sociais, o sujeito constrói um conjunto de representações sobre 
o que são os sistemas semióticos, o que são as variações de uso da língua e da 
linguagem, bem como qual seu valor social. (Apud SILVA E. G. 2018) 
A prática crescente da competência para a escrita ocorre no decorrer do contato 
diário com a escrita e a leitura e do exercício de cada evento, com as regraspróprias de 
cada tipo e de cada gênero textual. Antunes (2010, p.116) expõe que “A escrita é uma forma 
de atuação social entre dois ou mais sujeitos que realizam o exercício do dizer. Tudo isso 
significa dizer que a escrita da escola deve ser a escrita de textos”. Por isso, é 
extremamente relevante que o professor trabalhe com os alunos os mais diversos gêneros 
textuais. 
 
 
 
 
13 
 
Assim sendo, faz-se necessário que o docente promova condições interacionistas 
no sentido de desencadear uma melhor aprendizagem nas atividades, no caso aqui 
específico, nas produções de textos escritos, para que os textos produzidos apresentem 
sentido, discursividade e que sejam compreendidos por estarem simplesmente 
contextualizados. 
O sentido de um texto, qualquer que seja a sua situação comunicativa, não depende 
tão somente da estrutura textual em si mesma. Os objetos de discursos a que o texto faz 
referência são apresentados, em grande parte, de forma lacunar, permanecendo muita 
coisa implícita. O produtor de um texto pressupõe, da parte do leitor/ouvinte, conhecimentos 
textuais situacionais e enciclopédicos. Entrelaçados a esses eixos, encontra-se, de forma 
muito sincronizada, o contexto situacional permanente no texto, o qual interliga o percurso 
discursivo, inferindo as ideias dialogicamente nele percebidas. 
A escrita é uma atividade processual, ou seja, uma atividade durativa, um percurso 
que se vai fazendo pouco a pouco, ao longo de nossas reflexões, de nosso acesso a 
diferentes fontes de informação. O pouco êxito conseguido com a escrita de textos na 
escola se explica muito pela visão estática e pontual da escrita, como se escrever fosse 
apenas um ato mecânico de fazer alguns sinais sobre a folha de papel e, assim, um ato 
que começa e termina no intervalo de tempo que foi dado para se escrever. 
Para Marcuschi (2008), o texto não é feito apenas de palavras e, portanto, não é 
composto apenas do material linguístico que aparece em sua superfície. Nele, o significado 
de uma parte depende das outras com que se relaciona. O seu significado global não é o 
resultado da mera soma de suas partes, mas de certa combinação geradora de sentidos. 
A produção de um texto, de alguma forma, acaba sendo uma maneira de reorganizar 
o pensamento e o universo interior da pessoa. A escrita não é apenas uma oportunidade 
para que se mostre, comunique, mas também para que se descubra o que é, o que pensa, 
o que quer, em que acredita, etc. Tudo isso porque todo ato de escrita pertence a uma 
prática social. Ninguém escreve por escrever. A escrita tem sempre um sentido e uma 
função. Levar esses princípios em consideração vai implicar uma avaliação 
multidimensional bem mais ampla e bem mais mobilizadora também, pois será 
constantemente recriada e englobará estratégias, recursos e instrumentos diversificados, 
diferentemente da mesmice com que ela ocorre nas práticas atuais. 
 
 
 
 
14 
 
Portanto, as atividades de produção e recepção de textos merecem destaque no 
ensino da língua portuguesa, pois os alunos precisam produzir textos correspondentes aos 
diferentes usos sociais da escrita, ou seja, que contemplem aquilo que se vivencia fora da 
escola. Além disso, deve-se proporcionar a eles a escrita de textos de gêneros textuais que 
possuam uma função social determinada. 
Para ocorrer de fato um progresso na escrita, o ideal é que se crie com os discentes 
a prática do planejamento, do rascunho e da revisão, de maneira que a primeira versão de 
seus textos tenha sempre um caráter de produção provisória. Só assim, os alunos podem 
construir e aprimorar cada vez mais seus textos. 
Portanto, para aproximar a produção escrita das necessidades enfrentadas no dia a 
dia, o caminho atual é enfocar o desenvolvimento dos comportamentos leitores e escritores. 
Ou seja: levar a criança a participar de forma eficiente de atividades da vida social que 
envolvam leitura e escrita. Noticiar um fato num jornal, ensinar os passos para fazer uma 
sobremesa ou argumentar para conseguir que um problema seja resolvido por um órgão 
público: cada uma dessas ações envolve um tipo de texto com uma finalidade, um suporte 
e um meio de veiculação específico. Conhecer esses aspectos é condição mínima para 
decidir, enfim, o que escrever e de que forma fazer isso. Fica evidente que não são apenas 
as questões gramaticais ou notacionais (a ortografia, por exemplo) que ocupam o centro 
das atenções na construção da escrita, mas a maneira de elaborar o discurso. 
Produzir textos é um processo que envolve diferentes etapas: planejar, escrever, 
revisar e reescrever. A revisão não consiste em corrigir apenas erros ortográficos e 
gramaticais, como se fazia antes, mas cuidar para que o texto cumpra sua finalidade 
comunicativa. A leitura, assim como a escrita, supre as necessidades do nosso cérebro de 
aumentar sua capacidade intelectual. É fato que uma pessoa que tem o hábito da leitura 
possui mais facilidade para produzir um texto. Isso ocorre justamente porque ao lermos 
estamos aumentando nossa capacidade de comunicação bem como nosso repertório 
interpretativo. Portanto, uma boa dica para facilitar cada vez mais a leitura é a escrita, ou 
seja, a produção de textos. 
 
 
 
 
 
15 
 
3 PRODUÇÃO DE TEXTO: COMO INCENTIVAR OS ALUNOS A ESCREVER 
MELHOR? 
Incentive a leitura 
 
No ambiente escolar, um dos primeiros contatos dos estudantes com o texto 
acontece pela leitura. Ela estimula e instiga a criatividade infantil com histórias que 
apresentam diferentes cenários, personagens e valores que são internalizados nas 
crianças. 
O hábito de ler faz com que o estudante crie compreensão dos diversos estilos de 
contar uma história: narrativa, fábula, argumentação, conto, poesia etc. Portanto, estimular 
a leitura em sala de aula é uma maneira de incentivar a produção textual. 
É importante, porém, que os livros sejam apresentados como elementos de diversão 
e fonte de conhecimento. Ou seja, os estudantes não podem encarar a leitura como uma 
obrigação acadêmica, tornando a prática maçante e pouco atrativa. 
Promover rodas de leituras, buscar produções que dialoguem com a realidade do 
estudante e deixar os livros acessíveis são maneiras de incentivar a prática. 
 
Fortaleça a autoconfiança 
 
Muitos estudantes têm medo de escrever. O nervosismo e a falta de confiança são 
impeditivos para liberarem sua criatividade e deixarem o texto fluir. Em alguns casos, essa 
barreira pode significar o sentimento de limitação no conhecimento de vocabulário ou das 
regras gramaticais. 
Para tentar superar essa barreira, o professor tem um papel fundamental. É ele quem 
precisa estimular a autoconfiança dos estudantes, mostrando que a prática leva ao 
melhoramento da escrita. Criar ambientes abertos para discussão também auxilia os 
estudantes a se sentirem menos inibidos a pedir ajuda para os seus colegas de sala e para 
o próprio docente. 
Abordar a produção textual como uma atividade divertida e útil para os estudantes 
também facilita a autoconfiança. Além disso, o professor precisa compreender que cada 
http://54.207.29.105/o-que-e-sala-de-aula-invertida-e-quais-as-vantagens-desse-metodo/
 
 
 
 
16 
 
aluno expressará a escrita de forma pessoal e que isso precisa ser valorizado. Afinal, 
escrever é um exercício bastante íntimo. 
 
Fonte: br.freepik.com 
Valorize a criatividade 
 
Para conseguir desenvolver boas produções textuais é fundamental ter criatividade. 
Por isso, o professor deve valorizar e estimular ambientes que instiguem e fortaleçam essa 
característica nos estudantes. 
Por exemplo, mostrar os vários estilos existentes é uma maneira de inspirar os 
alunos a encontrarem e criarem o seu próprio. Se as histórias em quadrinhos são os 
maiores atrativos, peça para que o estudante desenvolva um texto baseado nesse formato. 
O professor também pode deixar um tempo para que cada aluno faça uma escrita 
livre. Nessecaso, não é necessário apontar temas, formatos ou padrão, apenas permitir 
que o estudante desenvolva um conteúdo sobre o seu gosto pessoal. Assim eles 
conseguirão superar o nervosismo e liberar a escrita. 
 
Mostre que a escrita é uma forma de expressão 
 
 
 
 
 
17 
 
O estudante precisa conectar-se com a escrita. Para tanto, é fundamental que ele 
consiga expressar os seus sentimentos e valores por meio dela. A partir do momento que 
o aluno compreender que a escrita é um modo de expressar os seus pensamentos, a 
produção textual será menos desafiadora para ele. 
Esse raciocínio é fundamental para superar, por exemplo, a redação do Enem. O 
texto dissertativo — estilo cobrado no exame — pede para que o aluno seja capaz de 
construir uma proposta de intervenção diante da problemática apresentada, isso 
considerando a realidade vivida. Sem uma verdadeira conexão entre o estudante e a 
produção textual, o conteúdo pode ficar vazio e pouco atraente para o avaliador. 
4 POR QUE APRENDER TÉCNICAS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTO? 
O ensino tradicional da disciplina de Redação traz, muitas vezes, um “ranço” para os 
estudantes. Essa expressão caracteriza a falta de vontade do aluno em escrever. Esse fator 
não é culpa nem dos professores, nem dos próprios alunos. O que se tem na verdade é o 
pouco tempo para ensinar e explorar a disciplina, que quase sempre só dispõe de uma ou 
duas aulas no currículo. 
A maioria dos alunos pouco aproveita desse momento de aprendizagem. E quando 
finalizam seus estudos percebem a dificuldade que possuem em produzir textos, ou ainda, 
a culpam por não conseguirem. 
4.1 Escrever um texto é verdadeiramente uma ciência! 
Pense bem: você irá colocar em um papel o seu raciocínio sobre determinado tema. 
Se os seus pensamentos não estão organizados, como você irá desenvolver uma escrita 
que deve possuir sequência, coerência, coesão, entre outros fatores e, ainda, domínio dos 
aspectos gramaticais? 
Complicado? Não! O Português é a sua língua materna, portanto, não há nada de 
complicado. É preciso entender que você já tem bagagem. O que deve ser feito é, em um 
primeiro momento, compreender os aspectos da comunicação que já se tem na prática 
passando-os para o entendimento da teoria e depois retransformar esse aprendizado de 
teoria para a prática novamente. 
 
 
 
 
18 
 
É neste momento que entra o desenvolvimento e a aprendizagem das técnicas 
redacionais. Falar sobre técnicas, não é só apresentar aspectos como, por exemplo, causa 
e consequência, até porque existe muito conteúdo a ser compreendido em torno desta 
ciência de escrever! É preciso, com toda certeza, ir além! 
Às vezes, muitas pessoas escrevem sem noção alguma do que estão construindo. 
Muitos até dizem que é só escrever. Talvez seja isso mesmo, mas compreender o que está 
sendo construído é fundamental. Existem dúvidas, que solitariamente, não se consegue 
sanar quando se está produzindo um texto. Afinal, você pode até ter a prática, mas não 
compreende a teoria que é recheada de técnicas de redação e auxiliam no bom 
desenvolvimento da produção textual. 
5 A PRODUÇÃO TEXTUAL - UMA ANÁLISE DISCURSIVA 
Redigir um texto parece, para muitos, um procedimento difícil... Concepção esta que, 
caso não seja aprimorada, acaba se tornando um estigma e, consequentemente, um 
entrave para o emissor no decorrer de sua trajetória cotidiana. O fato é que o ato da escrita 
requer do emissor determinadas habilidades que envolvem conhecimentos de forma 
específica. 
Em uma primeira instância, reportamo-nos à ideia de que todo discurso tem um fim 
em si mesmo, ou seja, perfaz-se de uma intenção que se caracteriza de acordo com os 
objetivos que se deseja alcançar com a mensagem ora transmitida. Intenções essas 
materializadas sob a forma de um texto informativo, instrutivo, persuasivo, humorístico, 
didático, dentre outros. Desta feita, torna-se imprescindível que o emissor parta deste 
princípio: o que se busca mediante o trabalho com a linguagem? 
Tais pressupostos tendem a se reafirmar quando comparados à fala de José 
Saramago: 
 As palavras são apenas pedras a atravessar a corrente de um rio, se estão ali é 
para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é o que importa. (Apud 
DUARTE V. M. N. 2018) 
Numa transcrição do metafórico para o sentido real, temos que “as pedras” que 
atravessam a corrente de um rio nada mais são que o acervo lexical que a língua nos 
proporciona e este acervo vai se incorporando ao nosso vocabulário à proporção que 
 
 
 
 
19 
 
desenvolvemos o hábito de leitura. Mas elas não são suficientes para chegarmos “à outra 
margem do rio”, pois neste ínterim também estão correlacionados dois outros fatores de 
considerável relevância – os conhecimentos linguísticos (gramaticais) e o próprio 
conhecimento de mundo –, sendo que este último envolve o condicionante social, haja vista 
que para discorrermos acerca de um determinado assunto, temos que, necessariamente, 
elencar os argumentos que a ele faz referência. 
Numa transcrição do metafórico para o sentido real, temos que “as pedras” que 
atravessam a corrente de um rio nada mais são que o acervo lexical que a língua nos 
proporciona e este acervo vai se incorporando ao nosso vocabulário à proporção que 
desenvolvemos o hábito de leitura. Mas elas não são suficientes para chegarmos “à outra 
margem do rio”, pois neste ínterim também estão correlacionados dois outros fatores de 
considerável relevância – os conhecimentos linguísticos (gramaticais) e o próprio 
conhecimento de mundo –, sendo que este último envolve o condicionante social, haja vista 
que para discorrermos acerca de um determinado assunto, temos que, necessariamente, 
elencar os argumentos que a ele faz referência. 
6 O PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL 
 Para alguns, escrever é um dom, para outros, depende da inspiração de cada um. 
Segundo Koch & Elias (2010, p. 32), “essa pluralidade de respostas nos faz pensar que o 
modo pelo qual concebemos a escrita não se encontra dissociado do modo pelo qual 
entendemos a linguagem, o texto e o sujeito que escreve”. Isto é, a nossa visão sobre a 
escrita se dá em função do modo como olhamos para os elementos chave desse processo. 
A partir disso, Koch & Elias (2010) ainda discorrem sobre as concepções que surgem 
com base nos diferentes enfoques dados à escrita. A primeira concepção apresentada é 
aquela que tem como foco a língua. De acordo com as autoras, um sujeito que detém seu 
foco na língua vê a linguagem como um sistema acabado e inalterável e, portanto, 
compreenderá o texto a partir dessa perspectiva, ou seja, o verá como um produto pronto, 
uma escrita de códigos a serem decodificados, negando qualquer implicitude. 
Outra concepção apresentada pelas autoras é aquela que tem como foco o escritor. 
Sob esse viés, a linguagem é entendida como expressão do pensamento e, por isso, o texto 
tende a ser visto como uma representação de ideias do autor, sem a pressuposição de uma 
 
 
 
 
20 
 
interação ou interlocução, considerando apenas o indivíduo (escritor) em si e ignorando 
qualquer relação com um suposto leitor. 
 
Fonte:soumamae.com.br 
Já a terceira concepção abordada pelas autoras é a que tem como foco a interação 
e servirá de base para compreendermos o processo de produção textual. “Nessa 
concepção interacional (dialógica) da língua, tanto aquele que escreve como aquele para 
quem se escreve são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos que - 
dialogicamente - se constroem e são construídos no texto [...]” (KOCH; ELIAS, 2010, p. 34). 
Dessa forma, entende-se que a escrita não é um processo individual e rígido, mas, pelo 
contrário, coletivo e flexível, pois não é algo relativo somente à linguagem ou ao escritor, 
trata-se de um conjunto que envolve, além de aspectos linguísticos e intenções do autor, 
um interlocutor. 
Mas, então, o que configura um texto? A escrita precisa fazer sentido paraser texto; 
um exemplo disso é quando escrevemos palavras soltas com o objetivo de não nos 
esquecermos de algo, como o nome de um lugar em que precisamos ir, o nome de um 
material de aula que precisamos levar, entre outras. Essas palavras vão fazer sentido para 
nós, que escrevemos com essa intenção específica, mas se perdermos o papel em que 
anotamos essas palavras e outra pessoa o encontrar, provavelmente aquilo que estiver 
 
 
 
 
21 
 
escrito não fará sentido nenhum para esse leitor. Isso porque “um texto não existe, como 
texto, a menos que alguém o processe como tal” (BEAUGRANDE apud MARCUSCHI, 
2008, p. 89). E é neste ponto que está a complexidade da escrita: precisamos nos fazer 
entender por meio dela. 
Conforme Marcuschi (2008), para se produzir um texto, é necessário entendimento 
sobre o funcionamento da língua, do sistema linguístico. Isso pelo fato de que “[...] o texto 
não é um puro produto nem um simples artefato pronto; ele é um processo e pode ser visto 
como um evento comunicativo sempre emergente” (MARCUSCHI, 2008, p. 242). E 
tomando o texto como um evento comunicativo, precisamos organizá-lo como tal, tendo em 
vista a finalidade e o leitor que se pretende alcançar, o que significa saber utilizar os 
recursos linguísticos em função do seu objetivo textual. Como afirma Koch (2016, p. 7), “o 
processo de produção textual, no quadro das teorias sociointeracionais da linguagem, é 
concebido como atividade interacional de sujeitos sociais, tendo em vista a realização de 
determinados fins”. 
Assim, um texto, para cumprir sua função como tal, precisa ser compreendido não 
só por quem o escreve, mas essencialmente por quem o lê, para que seu objetivo seja, de 
fato, alcançado. Por isso, quando escrevemos um texto, devemos sempre ter em mente o 
porquê de estarmos escrevendo e para quem o estamos fazendo. Nesse contexto, é 
importante pressupor “leitores que vão dialogar com o texto produzido: concordar e 
aprofundar ou discordar e argumentar, tomando o texto como matéria-prima para seu 
trabalho” (GUEDES, 2009, p. 90), pois, assim, tomamos mais cuidado para não expressar 
ideias confusas ou escrever um emaranhado de frases desconexas. Afinal, “[...] o texto não 
é uma caixinha de surpresas ou algum tipo de caixa preta. Se assim fosse, ninguém se 
entenderia e viveríamos em eterna confusão. Há, pois, limites para a compreensão textual” 
(MARCUSCHI, 2008, p. 242). 
Quanto à clareza de nossas ideias no texto, há outro fator que precisa ser observado: 
como são transcritas as abstrações. Quando estamos nos expressando verbalmente, 
podemos utilizar vários recursos que podem nos ajudar a nos exprimir da forma que 
pretendemos, como gestos, expressões faciais e corporais, entre outros. Já na escrita 
esses recursos precisam entrar no texto, seja por meio da escolha das palavras ou dos 
sinais de pontuação, para dar conta de externar adequadamente aquilo que pensamos. Daí 
 
 
 
 
22 
 
a importância de sabermos o funcionamento do sistema linguístico, para que saibamos nos 
expressar adequadamente, sendo compreendidos da mesma forma. 
Ao dizer que as palavras soltas que escrevemos com objetivos específicos não 
configuram textos, não se está afirmando que um texto não pode ser constituído de uma só 
palavra; é o que se pode observar no exemplo da placa de trânsito PARE (KOCH, 2016). 
Mesmo tendo apenas uma palavra, qualquer pessoa, ao ver a placa de trânsito PARE em 
qualquer lugar, sabe o que ela significa. Isso evidencia que um sentido global pode, sim, 
estar atrelado a uma única palavra. 
Na verdade, o texto é um objeto complexo que envolve não apenas operações 
linguísticas como também cognitivas, sociais e interacionais. Isso quer dizer que na 
produção e compreensão de um texto não basta o conhecimento da língua, é 
preciso também considerar conhecimentos de mundo, da cultura em que vivemos, 
das formas de interagir em sociedade (KOCH; ELIAS, 2016, p. 15, Apud SANTOS 
B. R. 2018). 
Então, o que faz com que saibamos a sua significação não é somente o 
entendimento que temos da palavra, que engloba o seu significado dicionarizado e sua 
classificação gramatical, mas é um conjunto - de conceito, contexto de situação e 
conhecimento de mundo. Pode parecer estranho considerar uma palavra um texto, mas o 
número de palavras ou o tamanho delas não é um dos critérios para textualidade. Os 
critérios gerais da textualidade, definidos primeiramente por Beaugrande e Dressler, em 
1981 (apud MARCUSCHI, 2008), dizem respeito a coesão, coerência, intencionalidade, 
aceitabilidade, situacionalidade, intertextualidade e informatividade. 
 Mas o que compreende cada um desses critérios? Coesão e coerência, embora 
sejam semelhantes e, muitas vezes, confundidos, tratam de aspectos distintos do texto. 
Segundo Marcuschi (2008), coesão se refere aos elementos de estruturação do texto, ou 
seja, é por meio dos elementos de coesão que se constrói o sentido do texto, pois são eles 
que conectam as ideias e fazem com que o texto flua. Já a coerência diz respeito às 
relações de sentido que se estabelecem de diversas maneiras, não de forma explícita ou 
em razão da estrutura sintática, mas em relação à ligação interna entre os enunciados, que 
permite entendermos uma parte em função de outra, seja por estarem tratando de um 
mesmo assunto ou de ideias conexas. 
Os outros critérios para a textualidade citados pelo autor são: a intencionalidade, que 
tem a ver com o que se pretende dizer, com qual objetivo e para quem; a aceitabilidade, 
 
 
 
 
23 
 
que está associada ao ato de convencer por meio das palavras, de modo a conduzir o leitor 
a aceitar o que é dito; a situacionalidade, que está relacionada ao contexto em que o texto 
é produzido; a intertextualidade, que é trazer ideias de outros autores, tanto para 
incrementar o texto quanto para dar credibilidade ao que se diz; e a informatividade, que 
tem relação com a quantidade de informações contidas no texto. 
Ainda, em relação à intertextualidade, cabe destacar que o texto é dialógico em todos 
os sentidos, tanto na relação entre os sujeitos sociais envolvidos, como também na 
perspectiva de que nada do que é dito é próprio e exclusivo de quem profere, nossos 
discursos dialogam entre si e com os outros. 
7 O QUE É UM TEXTO? 
Um texto é, maioritariamente, um conjunto organizado de palavras, que formam 
frases, que formam parágrafos, que formam o próprio texto. Essa unidade estruturada 
apresenta um sentido completo e tem um objetivo comunicativo. 
O conceito de texto, contudo, tem vindo a ser alargado ao longo do tempo, 
abrangendo não só textos escritos e verbais, como também textos orais e visuais. O mais 
importante é que haja uma intenção comunicativa definida e que apresente um sentido 
completo. 
 
Tipos de texto 
Os textos podem ser classificados em tipos textuais, conforme a finalidade e as 
características que apresentam. 
 
Texto narrativo 
Um narrador conta uma história formada por uma sucessão de acontecimentos reais 
ou imaginários estruturados em introdução, desenvolvimento e conclusão. O enredo da 
história é vivenciado por personagens num determinado tempo e espaço. 
É caracterizado por narrar uma história, ou seja, contar uma história através de uma 
sequência de várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de acontecimentos é 
contada por um narrador e está estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. 
 
 
 
 
24 
 
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os principais elementos da narração: 
espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. 
 
Fonte: blog.sindiclubesp.com.br 
Texto descritivo 
É feita uma descrição de um objeto, ser, pessoa, paisagem, situação… que permite 
ao leitor criar uma imagem mental do que está sendo descrito. A descrição pode ser mais 
objetiva, focando aspectos físicos, ou mais subjetiva, focando aspectos psicológicos e 
emocionais. Pode ainda ser sensorial, visandoprovocar diferentes sensações no leitor. 
É caracterizado por descrever algo ou alguém detalhadamente, sendo possível ao 
leitor criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito, de acordo com a descrição 
efetuada. Descrição essa, tanto dos aspectos mais importantes e característicos que 
generalizam um objeto ou ser, como dos pormenores e detalhes que os diferenciam dos 
outros. 
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, encontrando-se presente em outros 
textos, como o texto narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração quando 
há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para caracterizar pormenorizadamente 
 
 
 
 
25 
 
um objeto, um lugar ou uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar a 
atenção do leitor. 
 
Texto dissertativo 
É feita uma exposição clara, objetiva e rigorosa sobre um determinado assunto, com 
o objetivo de informar e esclarecer o leitor. Um texto dissertativo-expositivo não procura 
convencer o leitor, dado que pretende apenas expor um ponto de vista. Já um texto 
dissertativo-argumentativo pretende persuadir o leitor, convencendo-o a concordar com a 
tese defendida. 
Tem como objetivo persuadir e convencer, ou seja, levar o leitor a concordar com a 
tese defendida. É expressa uma opinião crítica acerca de um assunto, sendo defendida 
uma tese sobre esse assunto através de uma argumentação clara e objetiva, fundamentada 
em fatos verídicos e dados concretos. 
 
Texto explicativo 
É fornecida uma informação acerca de um determinado procedimento visando 
instruir e guiar a ação do leitor. Mediante o grau de obrigatoriedade no cumprimento das 
instruções dadas, pode ser considerado injuntivo ou prescritivo. Os textos explicativos 
injuntivos permitem que haja uma certa liberdade de atuação do leitor. Já os textos 
explicativos prescritivos limitam a liberdade do leitor, exigindo que se proceda de um 
determinado modo. 
São textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, 
como incitam à ação, guiando a conduta do leitor. 
Embora considerados sinônimos por alguns autores, podemos distinguir os textos 
injuntivos dos textos prescritivos devido ao grau de obrigatoriedade existente no 
seguimento das instruções dadas. Os textos injuntivos informam, ajudam, aconselham, 
recomendam e propõem, dando alguma liberdade de atuação ao interlocutor. Os textos 
prescritivos obrigam, exigem, ordenam e impõem, exigindo que as determinações sejam 
cumpridas da forma que estão referidas, sem margem para alterações. 
 
Texto injuntivo e texto prescritivo 
 
 
 
 
 
26 
 
 São textos cuja finalidade é a instrução do leitor. Não só fornecem uma informação, 
como incitam à ação, guiando a conduta do leitor. 
Embora considerados sinônimos por alguns autores, podemos distinguir os textos 
injuntivos dos textos prescritivos devido ao grau de obrigatoriedade existente no 
seguimento das instruções dadas. Os textos injuntivos informam, ajudam, aconselham, 
recomendam e propõem, dando alguma liberdade de atuação ao interlocutor. Os textos 
prescritivos obrigam, exigem, ordenam e impõem, exigindo que as determinações sejam 
cumpridas da forma que estão referidas, sem margem para alterações. 
 
Texto injuntivo 
O texto injuntivo (ou instrucional) apresenta as seguintes características: 
 Instrui o leitor acerca de um procedimento; 
 Induz o leitor a proceder de uma determinada forma; 
 Permite a liberdade de atuação ao leitor; 
 Utiliza linguagem objetiva e simples; 
 Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo 
com indeterminação do sujeito. 
Exemplos: receita culinária, bula de remédio, manual de instrução, livro de 
autoajuda, guia rodoviário, … 
 
Texto prescritivo 
O texto prescritivo apresenta as seguintes características: 
 Instrui o leitor acerca de um procedimento; 
 Exige que o leitor proceda de uma determinada forma; 
 Não permite a liberdade de atuação ao leitor; 
 Apresenta caráter coercitivo; 
 Utiliza linguagem objetiva e simples; 
 Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo 
com indeterminação do sujeito. 
Exemplos: cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos 
públicos, regras de trânsito, … 
 
 
 
 
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8 GÊNEROS TEXTUAIS 
Os aspectos gerais dos tipos de texto acima descritos concretizam-se, no dia a dia, 
em textos que apresentam uma intenção comunicativa bem definida. Esses textos, usados 
em situações cotidianas de comunicação, são chamados de gêneros textuais: 
 Notícias; 
 Entrevistas; 
 Reportagens 
 Cartas; 
 E-mails; 
 Contos; 
 Romances; 
 Crônicas; 
 Lendas; 
 Receitas; 
 Verbetes de dicionário; 
 Manuais de instruções; 
 Bulas de medicamento; 
 Listas de compras; 
 
8.1 Textos literários e textos não literários 
Dos gêneros de textos acima referidos, facilmente se consegue compreender que 
alguns são considerados textos literários, como os romances, os contos, as lendas, e outros 
são considerados textos não literários, como as notícias, as entrevistas, as receitas, as 
bulas dos medicamentos, … 
Um texto literário tem como principal objetivo entreter o leitor, possuindo uma função 
estética. Faz uma recriação subjetiva e pessoal da realidade, sujeita a várias interpretações. 
Utiliza uma linguagem polissêmica e conotativa, bem como diversas figuras de linguagem 
e outros recursos estilísticos e expressivos, visando despertar emoções no leitor. 
 
 
 
 
28 
 
Um texto não literário tem como principal objetivo fornecer uma informação objetiva 
e real, possuindo uma função utilitária. Transmite fatos de forma impessoal, usando uma 
linguagem denotativa e clara, sem recursos expressivos que possam prejudicar a 
compreensão do conteúdo do texto. 
 
Fonte: www.google.com 
 
Produção de texto 
A produção textual é um processo complexo que mobiliza diversas capacidades e 
conhecimentos de escrita. Tem como objetivo transmitir uma mensagem, cumprindo uma 
finalidade comunicativa. 
Para uma eficaz produção de texto, é importante que o autor entenda bem o assunto 
sobre o qual vai escrever, bem como qual será o propósito comunicativo do texto. Conhecer 
os diferentes tipos de texto é também essencial para que possa utilizar uma estrutura que 
mais se adéque ao objetivo do texto. Por fim, é imprescindível que se domine o código 
escrito da língua portuguesa e que se escreva com coesão e coerência. 
A produção de um texto estrutura-se em três procedimentos complementares e 
indispensáveis: o planejamento do texto, a escrita do texto e a revisão do texto. 
 
 
 
 
29 
 
9 COMO ENSINAR OS ALUNOS A ESCREVER DE FORMA CLARA? 
Estabeleça objetivos compatíveis com a série escolar 
 
O desenvolvimento da competência de escrita é um processo longo. Nele, está 
envolvido o domínio de uma série de conhecimentos linguísticos e gerais adquiridos 
gradualmente, no decorrer da escolaridade. Entre as qualidades que contribuem para a 
proficiência na escrita, podemos destacar: 
 Vocabulário; 
 Bom uso da pontuação e da gramática; 
 Compreensão da finalidade e da estrutura de cada gênero textual. 
Portanto, essa habilidade é desenvolvida à medida que o aluno tem contato com os 
conteúdos acima e, principalmente, aprende a aplicá-los na comunicação. Por esse motivo, 
os objetivos referentes à produção textual precisam ser estabelecidos de forma 
progressiva, coerente com o nível de ensino. Eles devem desafiar o aluno a alcançar um 
novo patamar, mas sempre de acordo com suas possibilidades. 
 
Destaque a leitura no processo de aprendizagem 
O ser humano tem, naturalmente, o impulso da comunicação. Aprendemos a falar a 
partir da nossa interação com falantes. Quando se trata da escrita, esse diálogo acontece 
por meio da leitura. 
Por isso, o primeiro passo para formar escritores competentes é criar bons leitores. 
À medida que o aluno apreciae valoriza tudo o que recebe por meio da leitura, ele se sente 
estimulado a compartilhar suas próprias experiências, percepções e opiniões por meio da 
escrita. Portanto, trata-se da construção de significado e valor (do “por que escrever”). 
A partir do momento em que dá aos estudantes uma motivação para escrever, a 
leitura passa a desempenhar outros papéis. Ela veicula informações e amplia o repertório 
do aluno, fazendo com que ele tenha “o que escrever”. Finalmente, essa prática o 
familiariza com os diferentes gêneros textuais, para que ele saiba “como escrever”. 
 
Escolha estratégias efetivas para o grupo 
 
https://gutennews.com.br/blog/2017/10/20/producao-textual/
https://gutennews.com.br/blog/2018/07/24/como-mapear-as-habilidades-de-leitura-dos-alunos/
 
 
 
 
30 
 
Assim como os objetivos, as estratégias utilizadas devem ser compatíveis com a 
série e o nível de desenvolvimento dos estudantes. É essencial fornecer estímulos 
adequados a cada faixa etária, promovendo o engajamento e despertando o prazer de 
compartilhar pensamentos ou experiências por meio da escrita. 
Para ensinar os alunos a escrever de forma clara ou proficiente, a produção textual 
precisa ser muito bem planejada e executada. É necessário que ela seja o ponto culminante 
de um processo de aprendizagem — e não uma atividade isolada. 
 
Torne a produção textual consciente 
 
A atividade de escrita deve ser desenvolvida de forma consciente. Isso significa que 
o estudante precisa, em primeiro lugar, ter um objetivo claro ao desenvolvê-la. Qual é o 
propósito do texto que será construído? Ele vai contar uma história? É preciso convencer o 
leitor de determinada ideia ou posicionamento? Será narrado um fato, uma ocorrência? 
Pretende-se emocionar, divertir ou informar? 
A partir dessa definição, o estudante pode estabelecer o gênero textual mais 
apropriado para alcançar seu objetivo. Mais do que isso, ele deve conhecer a estrutura e 
os elementos de cada um deles, além de aprender a usá-los de modo a transmitir sua 
mensagem. 
Portanto, o professor ensina a planejar e executar as diferentes etapas da produção 
textual, como título, enredo e estrutura. Depois, ele atua como orientador na escrita 
do conteúdo e na revisão do texto. À medida que se torna cada vez mais consciente desse 
processo, o aluno adquire a capacidade de realizar esse ciclo sozinho no futuro. 
 
Forneça subsídios 
 
Professores e alunos estão em um processo constante de construção de 
conhecimento. Mesmo quem já concluiu várias etapas de ensino se depara com assuntos 
que não conhece, além de temas novos e desafiadores, que exigem pesquisa e estudo. 
Por esse motivo, todo trabalho de escrita deve ser precedido de um preparo. É 
extremamente produtivo explorar o tema da produção por diferentes perspectivas: vídeos 
https://gutennews.com.br/blog/2018/05/03/leitura-na-escola-como-ela-ajuda-no-desenvolvimento-do-aluno/
https://gutennews.com.br/blog/2018/04/13/em-busca-conteudo-perfeito/
 
 
 
 
31 
 
e análises de imagens ou textos de vários gêneros (jornalísticos, charges, quadrinhos, 
poesias), além de uma ampla discussão. 
Recorra à tecnologia 
A tecnologia é uma fonte infinita de pesquisa, na qual o educador consegue 
encontrar todos os recursos necessários para a etapa anterior. Eles estão não só nos sites 
abertos da internet, mas também em plataformas desenvolvidas especificamente para 
contribuir com o trabalho do professor. 
Além de ser uma fonte de conhecimento, a tecnologia desempenha outro papel 
fundamental: o de veículo de compartilhamento. Afinal, os textos são produzidos pensando 
sempre em um destinatário. 
O jornal escreve para seus leitores, a mensagem de aplicativo é destinada aos 
amigos, o autor do livro tem um público em mente. Sem um destinatário, a produção se 
torna desestimulante. Planejar, escrever e revisar para ver o produto arquivado em uma 
gaveta, na maioria das vezes, faz o escritor entender que o esforço não vale a pena. 
Nesse sentido, a web ganha destaque. O educador pode criar espaços virtuais que 
reúnem diferentes grupos de alunos, nos quais as produções são publicadas e discutidas. 
 
Mostre a importância da revisão 
 
Além de planejar e escrever o texto, o aluno precisa ser ensinado a revisá-lo e 
reescrevê-lo. Essas ações também fazem parte da produção e contribuem para que o 
escritor se certifique de que as ideias foram expressas de acordo com seus objetivos. Para 
tanto, a revisão não pode ser apenas ortográfica ou gramatical. O desenvolvimento da 
capacidade de enxergar o texto com os olhos do leitor e de identificar pontos que não estão 
claros ou transmitindo a ideia que o escritor intencionava deve começar cedo. 
Há muitas formas de desenvolver esse olhar, inclusive trabalhando em grupos. Já 
no Ensino Fundamental, os alunos podem receber trechos que necessitem de 
aperfeiçoamento, discuti-los em grupo e reelaborar uma escrita em conjunto. Com o passar 
do tempo, o professor deve incentivá-los a fazer essa revisão e reescrita por meio de troca 
e, finalmente, a demonstrar tal consciência em relação à própria produção. 
https://gutennews.com.br/blog/2017/10/19/novos-recursos/
https://gutennews.com.br/blog/2018/07/24/entenda-por-que-e-interessante-oferecer-livros-para-criancas/
 
 
 
 
32 
 
10 ELABORAR BONS TEXTOS EXIGE, ENTRE OUTRAS COISAS, TÉCNICA, 
COERÊNCIA E CRIATIVIDADE 
Produção de textos pode ser mais fácil do que muitos imaginam. Conseguir colocar 
no papel de maneira clara e objetiva um pensamento ou ideia relacionada a determinado 
assunto exige apenas estudo e prática. Para isso, é importante utilizar algumas regras que 
contribuirão para deixar o conteúdo escrito coeso, interessante e de fácil entendimento. 
Produzir textos de qualidade pode ser um grande diferencial para os estudantes que 
estão se preparando para o vestibular em busca de uma vaga na universidade. 
Mas, o que é preciso para elaborar bons textos? 
 
Fonte: universoracionalista.org 
10.1 Leitura e produção de textos 
Primeiro é fundamental ter noção da importância da leitura para uma boa escrita. 
Quem tem o hábito de ler, seja livro, revista, jornal, blog, etc., consegue desenvolver 
uma excelente capacidade de produção de textos. Isso porque a leitura estimula a mente, 
 
 
 
 
33 
 
aprimora o repertório cultural com novas informações, expande o vocabulário, sendo 
possível conhecer uma variedade de novas palavras e seus significados. 
Tudo isso contribui para que, na produção de textos, seja possível elaborar um 
conteúdo mais relevante, eloquente e persuasivo. 
Para isso, ninguém precisa se ver obrigado a ler sobre absolutamente tudo, de 
imediato, para conseguir produzir os melhores textos. Uma dica para começar a criar o 
hábito da leitura é escolher assuntos de acordo com as preferências pessoais. Por exemplo, 
ler revistas sobre o estilo musical favorito; matérias sobre novos games, para quem gosta 
de jogos e tecnologia; textos sobre o universo da moda e beleza; livros com histórias de 
ficção; entre outros. 
Dessa forma, a leitura não será vista como uma obrigação, e sim, como um prazer. 
Consequentemente, isso impactará de forma positiva na produção de textos bons, atrativos 
e interessantes. 
 
Estrutura dos textos 
Todos os tipos de textos são estruturados em três 
partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Porém, não se deve esquecer de um 
detalhe muito importante: o título. 
O título é uma parte fundamental no texto, pois é ele que pode chamar a atenção e 
atrair para a leitura do conteúdo. Muitas pessoas, deixam para definir o título após a 
produção do texto, enquanto outras deixam para elaborá-lo depois. Não há uma regra 
definida para isso. 
A introdução deve conter os principais pontos sobre o assunto que será abordado no 
decorrer do texto. Nesse momento, o leitor terá uma noção geral do tema e a importância 
da sua abordagem. 
Para que essa primeira parte do texto sejaatrativa e prenda a atenção de quem está 
lendo é imprescindível usar a criatividade e, a depender do tema, aspectos que mostrem o 
impacto do assunto para a sociedade. 
Na sequência vem o desenvolvimento. É a parte do texto onde estarão 
os argumentos que reforçarão o que foi introduzido no primeiro parágrafo. Pode-se usar 
fatos de conhecimento geral, dados estatísticos e/ou exemplos reais, sem excessos, para 
que o texto não perca a atratividade. 
 
 
 
 
34 
 
Por fim, a conclusão, que como o próprio nome diz, encerra o texto e conterá um 
resumo objetivo de tudo que foi abordado, além de uma proposta de solução para o 
problema. 
Nas redações de vestibular, é comum o limite de 30 linhas para o texto. Nesse caso, 
a estrutura pode ser dividida da seguinte forma: 
 Introdução: média de cinco linhas 
 Desenvolvimento: média de 14 a 18 linhas 
 Conclusão: média de quatro a seis linhas 
10.2 Dicas para facilitar a produção de textos 
Além de todas as técnicas citadas acima, as características que determinam um bom 
texto perpassam, principalmente, pela coesão e coerência. 
Apresentar ideias que sigam uma linha de raciocínio lógico, sem contradições, com 
o uso correto das regras gramaticais e de concordância, são fundamentais para alcançar 
um texto de qualidade. 
Algumas dicas que poderão ajudar a desenvolver a capacidade de produção de 
textos: 
 Criar o hábito de ler, inicialmente sobre assuntos de preferência, expandindo para 
leitura sobre temas diversos; 
 Conhecer os tipos de texto; 
 Usar a criatividade, explorando o que for possível de acordo com o tema; 
 Ter atenção com as regras gramaticais. Um texto com erros desse tipo não passa 
credibilidade; 
 Usar uma linguagem adequada, sem gírias ou palavras informais; 
 Evitar repetir palavras, utilizando-se de sinônimos para enriquecer o texto; 
 Ser coeso e coerente para não fugir do tema escolhido. 
Assim como em relação à leitura, pode-se iniciar a produção de textos sobre os 
temas que mais gosta e, aos poucos, começar a abordar assuntos de impacto social, 
ligados à saúde, educação, segurança, meio ambiente, política, esportes, entre outros. 
Acompanhar os jornais e o que está sendo debatido nas rodas de conversa e redes sociais 
também é importante para ter um parâmetro no momento da produção de textos. 
 
 
 
 
35 
 
Desta forma, será possível assimilar as técnicas, corrigir possíveis erros ou 
equívocos, aumentar a capacidade crítica e avaliar o seu próprio desenvolvimento. 
Produção de textos não é um “bicho de sete cabeças” e pode ser aprendida por 
qualquer um que esteja disposto. Esse aprendizado só trará benefícios e será levado para 
toda a vida, da escola à faculdade e na vida profissional. Além disso, saber escrever bem 
pode também ser considerado um importante diferencial, inclusive, no momento do 
processo seletivo. 
11 A PRODUÇÃO DE TEXTO COMO PRÁTICA SOCIAL 
Quantas vezes já ouvimos que “escrever é um dom”, que “só os dotados pela 
natureza escrevem bons textos” ou ainda que “escrita é inspiração”? Se não com essas 
palavras, certamente já nos deparamos com a ideia expressa por elas. Mas, será mesmo 
que só escrevem bem uns poucos privilegiados? 
Estudantes de todos os níveis de ensino relatam dificuldades para escrever, 
tornando-se um desafio para os educadores, em curtos períodos letivos, não só motivar os 
estudantes a praticar a produção textual, mas também a obter resultados positivos no que 
se refere à competência dos textos produzidos. 
Tratamos a produção de texto como prática social e interacional, levando em conta 
determinado interlocutor no processo de escrever. Abordamos também algumas 
estratégias para o desenvolvimento das ideias e a organização do texto, além de 
ressaltarmos a importância da coesão e da coerência para a interligação e associação dos 
elementos que compõem o texto, concatenando as ideias nele contidas. 
11.1 O processo de escrever 
A concepção interacional que vimos apresentando para entender a linguagem e o 
texto nos impede de abordar a prática de produção de texto apenas com foco na língua ou 
no autor do texto. Considerando o caráter dialógico da língua, é possível compreender que, 
tanto aquele que escreve um texto, quanto o leitor desse texto são construtores sociais que, 
no processo de interação, dão sentido à escrita. 
 
 
 
 
36 
 
Como observa Antunes (2005), “não tem sentido escrever quando não se está 
procurando agir com outro, trocar com alguém alguma informação, alguma ideia, dizer-lhe 
algo, sob algum pretexto”. Ou seja: ao escrever, o autor deve pensar em seu leitor, com 
foco na interação. Escrever sob essa perspectiva significa abandonar o foco na língua ou 
no escritor. 
Koch e Elias (2018, pp. 32-33) explicam que subjacente à concepção de escrita com 
foco na língua encontra-se uma ideia de linguagem como um sistema pronto, acabado, 
devendo o escritor se apropriar desse sistema e de suas regras. O texto, nesse caso, é 
visto como simples produto de uma codificação realizada pelo escritor e decodificado pelo 
leitor, bastando, para isso, conhecer a língua. 
Por outro lado, o foco no escritor implica em que a atividade de escrever é entendida 
como representação do pensamento, subordinada a um “sujeito psicológico, individual, 
dono e controlador de sua vontade e de suas ações”. O texto é visto como um produto do 
pensamento do escritor e a escrita expressa esse pensamento. Com esse entendimento, o 
autor não leva em conta as experiências e o conhecimento do leitor nem a interação 
presente no processo de escrever. 
Ainda de acordo com as autoras, compreender a escrita como produção textual 
“significa dizer que o produtor, de forma não linear, ‘pensa’ no que vai escrever e em seu 
leitor, depois escreve, lê o que escreveu, revê ou reescrever o que julga necessário, em um 
movimento constante e on-line guiado pelo princípio interacional” (KOCH; ELIAS, 2018, p. 
34). Dessa forma, a escrita pode ser entendida como: 
[...] atividade de produção textual que se realiza, evidentemente, com base nos 
elementos linguísticos e na sua forma de organização, mas requer, no interior do 
evento comunicativo, a mobilização de um vasto conjunto de conhecimentos do 
escritor, o que inclui também o que esse pressupõe ser do conhecimento do leitor 
ou do que é compartilhado por ambos (TORRANCE; GALBRAITH, 1999 apud 
KOCH, ELIAS, 2018, p.35, Apud LÓPEZ M. S. 2018). 
Textos são muito mais do que simples formas, mais do que palavras ou conjunto de 
palavras, mais do que frases isoladas ou combinadas de uma determinada forma. O texto 
é onde ocorre a interação e, portanto, só ganha existência dentro de um processo 
interacional, sendo o produto de uma coprodução entre interlocutores. 
Por isso, escrever não se trata de dominar a língua enquanto uma forma, mas sim 
saber como usá-la de maneira adequada e competente para ser compreendido. Trata-se 
 
 
 
 
37 
 
de escrever textos, o que não significa desconsiderar o aspecto linguístico e sim usar esse 
conhecimento para produzir textos socialmente relevantes, de um determinado gênero, 
com objetivos claros, supondo um leitor. 
 
Fonte:oantesdeamanha.wordpress.com 
Além do conhecimento linguístico (ortografia, gramática, léxico da língua), segundo 
Koch e Elias (2018), o escritor ativa outros tipos de conhecimento ao escrever, tais como o 
conhecimento enciclopédico (sobre coisas do mundo, vivências e experiências) e o 
conhecimento de textos e conhecimentos interacionais. O processo de produção de 
sentidos ocorre quando o leitor coloca seus conhecimentos em interação com os conteúdos 
do texto e, assim, vai construindo sua interpretação do que é dito. 
Para entendermos melhor o processo de escrever, nos valemos novamente de 
Antunes (2005). A autora nos explica que da compreensão do que seja escrever derivam 
as práticas da escrita. Ela nos apresenta algumas noções sobre o que caracteriza a 
atividade de escrever.Vamos a elas: 
 Escrever é uma atividade de interação. 
 Escrever é uma atividade cooperativa. 
 Escrever e uma atividade contextualizada. 
 Escrever é uma atividade necessariamente textual. 
 
 
 
 
38 
 
 Escrever é uma atividade tematicamente orientada. 
 Escrever é uma atividade intencionalmente definida. 
 Escrever é uma atividade que envolve, além de especificidades linguísticas, outras 
pragmáticas. 
 Escrever é uma atividade que se manifesta em gêneros particulares de textos. 
 Escrever é uma atividade que retoma outros textos. 
 A escrita é uma atividade em relação de interdependência com a leitura. 
11.2 Estratégias para produzir textos 
Produzir textos relevantes e adequados aos vários propósitos interativos é uma 
tarefa perfeitamente possível, desde que haja compromisso e dedicação e muita prática 
daquele que almeja uma escrita mais proficiente. Escrever bem significa desenvolver 
habilidades, cada um no seu tempo e ritmo, para produzir textos que cumpram com seus 
objetivos de comunicação. 
Antunes explica que o sucesso de na elaboração de um texto escrito supõe etapas 
de idas e vindas, etapas interdependentes e intercomplementares, que acontecem desde 
o planejamento, passando pela escrita, até o momento posterior da revisão e da reescrita. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais também relacionam as etapas da produção 
textual. Vejamos quais são. 
 
Etapas da produção textual 
 
 Estabelecimento de tema; 
 Levantamento de ideias e dados; 
 Planejamento; 
 Rascunho; 
 Revisão; 
 Versão final. 
 
Quando escrevemos, procuramos fazê-lo de forma articulada, encadeando ideias, 
ligando palavras, períodos, parágrafos, de forma a dar continuidade ao texto e não deixar 
 
 
 
 
39 
 
nada solto. Buscamos um fio condutor para expressar nossas ideias e nos fazer entender. 
Assim, conforme Antunes, o texto vai sendo tecido, numa unidade possível de ser 
interpretada. A normalidade dos textos com que interagimos são aqueles em que se 
reconhece um tipo qualquer de continuidade, de articulação (2005, p. 46). 
11.3 Produção textual na escola 
Durante muito tempo, o ensino da escrita foi alicerçado no ensino da língua 
portuguesa. Assim, para escrever, uma criança deveria se apropriar da escrita do português 
e, para isso, partia-se das menores unidades (letra, sílaba, palavra) até chegar nas 
unidades maiores (frase/oração/texto). Inicialmente, produzir textos na escola era 
entendido como saber utilizar uma escrita correta, seguir as regras gramaticais e 
ortográficas, insistindo-se nas aulas de análises morfológica e sintática de palavras e frases 
isoladas. Como nos explica Marcushi (2010), os textos eram compreendidos como um 
agrupamento de palavras e frases, e para escrevê-los bastava que os alunos aprendessem 
a escrever e, depois de alfabetizados, aprendessem a juntar frases gramaticalmente 
corretas. 
Na atualidade, aprender um gênero implica em escolher adequadamente os 
objetivos que desejamos alcançar ao escrever ou falar. O objetivo principal da produção de 
textos na escola passou a ser a participação ativa e crítica do estudante na sociedade. Daí 
a importância de a escola propor situações de produção que se reportem a práticas sociais 
e a gêneros textuais que existem de fato, que circulem socialmente e sejam passíveis de 
serem reconstituídos, ainda que parcialmente, em sala de aula. 
Mais recentemente, ensinar produção de texto na escola significa também trabalhar 
com o uso de outras linguagens que não só a verbal, para privilegiar letramentos 
múltiplos, práticas plurais, culturalmente sensíveis e significativas à formação de 
cidadãos protagonistas (MARCUSHI, 2010, Apud LÓPEZ M. S. 2018). 
A compreensão de que a linguagem se efetua na relação de interação por meio dos 
diversos gêneros que circulam socialmente nos impede de aceitar que a produção de textos 
seja apenas algo mecânico, ou de que a língua escrita é meramente um código que 
materializa a fala. A ótica sociointeracionista nos leva a entender o trabalho de produção 
de textos, não mais como uma atividade mecânica, mas como prática social, pois a 
 
 
 
 
40 
 
interação se manifesta por meio de textos que circulam socialmente e não por meio de 
frases sem nexo e isoladas. 
Durante muito tempo, a produção textual em sala de aula teve o objetivo de colocar 
em prática os conhecimentos gramaticais adquiridos pelos alunos. O processo de ensino e 
aprendizagem focado, basicamente, nos aspectos formais do texto tem como resultado 
uma escrita sem objetivos, desprovida de função social, como prima a perspectiva 
interacional e discursiva da língua. 
Como orienta os PCNs (BRASIL, 1998), é preciso oferecer aos alunos a 
oportunidade de se tornarem reais usuários da língua para atender às múltiplas demandas 
sociais e responder a propósitos comunicativos, definidos de acordo com as diferentes 
condições de produção textuais. Dessa forma, o trabalho com os gêneros textuais nas aulas 
de produção de textos revela-se propositivo, na medida em que permite ao estudante 
compreender que a escrita ultrapassa a tarefa da sala de aula, vai além da aquisição do 
código e das regras gramaticais (ROSA, 2012). 
Práticas inerentes ao processo ensino-aprendizagem, a leitura e a produção de 
textos no âmbito escolar têm sido objetos de estudo de diversos pesquisadores. Afinal, a 
escola é o primeiro lugar onde o indivíduo aprende e exercita essas práticas e é na sala de 
aula que, na maioria das vezes, a atividade de ler e escrever encontra forte resistência da 
parte dos estudantes, que revelam não gostar de ler e/ou de escrever. 
Pesquisadores do ensino da linguagem apontam que não se tem despertado no 
aluno o prazer de ler e de escrever, que é necessário fazer com que o estudante conviva 
com essas práticas de forma natural, que ele tome consciência do poder transformador da 
leitura e da escrita sobre a realidade social. 
Nesse sentido, muito se tem discutido sobre como trabalhar os textos nas escolas e 
não só nas aulas de Língua Portuguesa, já que a escola não existe sem a leitura de textos 
escritos, e essa atividade permeia todas as disciplinas. Portanto, a leitura está estritamente 
relacionada à escrita e é competência indispensável para a aprendizagem em cada uma 
das áreas. 
Qual a melhor alternativa, então, para se trabalhar visando formar leitores e 
produtores de texto competentes? Quais práticas vêm se consolidando como proficientes? 
O que se pode fazer para aprimorar a prática pedagógica? Pensar essas questões significa 
 
 
 
 
41 
 
buscar formas adequadas de utilizar recursos tecnológicos na educação para atender a 
demanda de professores e alunos. 
 
 
Fonte:razelaya.blogspot.com/ 
Na sociedade contemporânea, também conhecida como sociedade da informação 
ou sociedade da comunicação, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) 
assumem papel preponderante em diversas esferas de atuação e o profissional que 
pretende trabalhar com tecnologias educacionais deve repensar o cotidiano escolar, 
buscando integrar as TICs à educação de forma criativa e inovadora. 
As tecnologias educacionais deixam de ser apenas ferramentas para tornar mais 
eficientes práticas e processos já utilizados, podendo constituir-se em elementos 
estruturantes de diferentes metodologias de ensino, quando corretamente adequadas ao 
contexto educacional em que estão inseridas. Por isso, entendemos que os estudantes 
deste curso devem compreender os processos educativos e de aprendizagem para atuar 
na análise e desenvolvimento de alternativas no processo de ensino-aprendizagem. 
Leitura e produção de texto devem ser objeto de estudo em todos os níveis do ensino 
– infantil, fundamental, médio e superior com abordagem e adequada à esfera em que estão 
sendo estudadas. Ao profissional licenciado para atuar com Tecnologias Educacionais cabe 
pensar como vencer as barreiras impostas pelos alunos nos

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