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AGRONOMIA Pedologia O perfil do solo é uma seção vertical que contém horizontes ou camadas sobrejacentes ao material de origem Pedologia geral compreende: descrição/morfologia do solo (inventário das propriedades e comportamento do solo); gênese do solo (origem e desenvolvimento dos solos); sistemática (classificação dos solos de acordo com aspectos pedogenéticos) Edafologia →Estudo do solo →Utilização agrícola Características morfológicas – Perfil do solo Textura O conhecimento da textura é importante pois fornece informação sobre o solo a respeito de: i. Sua capacidade em permitir a movimentação da água (condutividade hidráulica), ii. Sua capacidade em reter/armazenar água, iii. Seu potencial de fertilidade e, iv. Sua capacidade mecânica. Areia: não tem coesão (não é plástico, nem pegajoso); baixa superfície específica; pobre em nutrientes; os poros formados entre as partículas de areia favorecem a drenagem e a aeração; armazena pouca água. Silte: Diâmetro entre 0,002 e 0,05 mm; partículas invisíveis a olho nu; sensação sedosa ao tato; é plástico, mas não é pegajoso quando molhado; retém mais água que a areia; facilmente lavável e sujeito à erosão; retém mais nutrientes que a areia. Argila: Diâmetro menor que 0,002 mm; as partículas de argila são colóides; sensação sedosa ao tato; é pegajoso e plástico (fácil de ser moldado); alta superfície específica; formam espaços porosos pequenos; alta capacidade de retenção de água; grande capacidade de adsorção de elementos químicos. Estrutura Estrutura é o arranjo das partículas primárias do solo formando agregados (torrões) A estrutura do solo é determinante para a porosidade do solo, ou seja, na distribuição e no tamanho dos poros A estrutura do solo afeta, portanto, a capacidade de retenção e a condutividade hidráulica do solo. Afeta processos tais como germinação, crescimento de raízes, erosão, etc. Porosidade Solos do Brasil Neossolos Pequeno desenvolvimento pedogenético Sem a presença de horizonte diagnóstico Pelas condições de baixa profundidade (Neossolos Litólicos ou Neossolos Regolíticos), baixa retenção de água (Neossolos Quartzarênicos) ou de elevada susceptibilidade à inundação (Neossolos Flúvicos) não são aptos para agricultura Em áreas mais planas, os Neossolos, principalmente os de maior fertilidade natural (eutróficos) e de maior profundidade tem potencial agrícola 3ª classe de solo em extensão territorial no Brasil (~13%) Neossolo Regolítico Quartzarênico Flúvico Cambissolos São solos pouco desenvolvidos, com horizonte B do tipo incipiente ou câmbico (em formação) Em alguns casos, a presença de maiores quantidades de minerais primários nos Cambissolos contribui para uma maior reserva nutricional para as plantas – florestais e perenes Textura pode ser média, argilosa ou muito argilosa Possuem presença de rochas na massa do solo, são descritos desde o relevo suave até o montanhoso Chernossolo Constituído por material mineral, com teor de matéria orgânica insuficiente para ser classificado como Organossolo Argila com elevada atividade (Ta) Caracterizado pela cor escura Esta entre as classes de solos mais férteis Ausência de Al+++ Alta saturação por bases (alto V%), geralmente > 70% 25 Argilúvico Háplico Organossolos Usualmente são solos fortemente ácidos, apresentando alta capacidade de troca de cátions e baixa saturação por bases (distróficos), apresentando, por vezes, teor de alumínio elevado. Por isso, apresentam limitações ou mesmo restrições ao uso agrícola Restrições causadas por drenagem deficiente = característica física Argissolos Podem ser arenosos, de textura média ou argilosos no horizonte mais superficial Presença de horizonte diagnóstico B textural, apresentando acúmulo de argila em profundidade devido à mobilização e perda de argila da parte mais superficial do solo Apresentam frequentemente, baixa atividade da argila (CTC), podendo ser alíticos (altos teores de alumínio), distróficos (baixa saturação de bases) ou eutróficos (alta saturação de bases) Cores vermelhas a amarelas Os Argissolos tendem a ser mais suscetíveis aos processos erosivos Suas limitações estão mais relacionadas a baixa fertilidade, acidez, teores elevados de alumínio = MANEJO 26,84% dos solos brasileiros Nitossolos Latossolos 31,49% dos solos brasileiros Cerca de 750 milhões de hectares, sendo que 300 milhões de hectares estão em território brasileiro Solos de intemperização intensa chamados popularmente de solos velhos Características gerais como: argilas com predominância de óxidos de ferro, alumínio, silício e titânio, argilas de baixa atividade (baixa CTC), fortemente ácidos e baixa saturação de bases. Normalmente baixa fertilidade, exceto quando originados de rochas mais ricas em minerais essenciais às plantas, acidez e teor de alumínio elevados. Possuem boas condições físicas para o uso agrícola, associadas a uma boa permeabilidade por serem solos bem estruturados e muito porosos. Espodossolos Identificada pela cor do horizonte espódico, que varia desde cinzenta, de tonalidade escura ou preta, até avermelhada ou amarelada, e pela nítida diferenciação de horizontes A textura é predominantemente arenosa, sendo menos comumente textura média e raramente argilosa (tendente para média ou siltosa) no horizonte B espódico. As principais limitações desta classe de solo estão relacionadas a sua textura arenosa, presença de horizonte de impedimento e baixa fertilidade Planossolo Solos minerais que apresentam desargilização (perda de argila) vigorosa da parte superficial e acumulação ou concentração intensa de argila no horizonte subsuperficial São, geralmente, pouco profundos, com horizonte superficial de cores claras e textura arenosa ou média (leve) Seguido de um horizonte B plânico (horizonte característicos dos planossolos), de textura média, argilosa ou muito argilosa, pouco permeável, com cores de redução, decorrente de drenagem imperfeita. Geralmente, apresentam alta CTC, elevada saturação por base Constituem 10,5% da região semiárida. Gleissolos Os solos desta classe encontram-se permanente ou periodicamente saturados por água, salvo se artificialmente drenados = Hidromórfico Caracterizam-se, assim, pela forte gleização, em decorrência do regime de umidade O processo de gleização implica na manifestação de cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas, devido à redução e solubilização do ferro Comumente desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água Áreas fora da proteção ambiental apresentam potencial ao uso agrícola, desde que não apresentem teores elevados de alumínio, sódio e de enxofre.