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Estudo Dirigido KEOANE

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Geografia das Relações Internacionais	
Prof. Dra. Claudete Vitte. 
Estudo dirigido do texto: KEOHANE, Robert O, Soberania estatal e instituições multilaterais: respostas à interdependência assimétrica, In José Álvaro Moisés, ed., O futuro do Brasil: A América Latina e o fim da guerra fria, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992, pp.165-191.
Aluna: Carolina Franchini Santiago RA: 159643
_______________________________________________________________
1. O que R. Keohane define por interdependência e porque ela é assimétrica?
O conceito de interdependência está associado à “dependência mútua” (p. 167). Contudo essa dependência não está associada à benefícios ou prejuízos para ambos os lados, quando ocorre alguma ação dos “atores” (termo utilizado pelo autor) envolvidos, por isso a assimetria. Nem sempre quando uma ação for boa para um país, esta mesma também será interessante para o interdependente. Dependendo da do nível de interdependência assimétrica “ geram-se recursos de poder e por esse motivo apresentam problemas clássicos de estratégia política: como utilizar esses recursos em situação de interação mútua com outros. ” (p. 168). Com isso, é possível estabelecer como que as relações de interdependência acabam se tornando assimétricas, devido à condição política e financeira de cada um dos envolvidos.
2. Qual a diferença para o autor entre soberania e autonomia?
Segundo o autor soberania significa que um Estado “não está submetido a nenhum outro Estado e tem poderes plenos e exclusivos em sua própria jurisdição, sem prejuízo dos limites estabelecidos pela legislação aplicável. ” (p. 183). Essa soberania, ainda segundo o autor, pode ser ramificada em duas: soberania operacional e soberania formal. Já a autonomia está relacionada com o poder que pode ser exercido por um país, ou seja, “conforme aumenta a sensibilidade e a vulnerabilidade de um Estado às ações dos outros, provavelmente cresce também sua disposição de trocar parte da liberdade legal de ação por maior influência sobre a política dos outros, já que essa influência pode levar à melhores resultados” (p.184). Desse modo, quanto mais fraco um Estado, mais a sua autonomia é ameaçada. 
3. Qual a diferença para o autor entre soberania formal e soberania operacional?
Para o autor, a chamada “soberania formal”, está relacionada à capacidade que um Estado tem de promover “supremacia legal sobre quaisquer outras autoridades em um determinado território e é legalmente independente de autoridade externa no exercício de sua obrigatoriedade [...]. ” (p. 183). Com isso, ela não é afetada pela interdependência de um Estado com outros, sendo apenas uma propriedade que permite ao Estado decidir sobre aderir ou não em acordos que acabam por limitar a sua liberdade legal de ação. Quando se fala sobre o termo “soberania operacional” é possível correlacionar a questão ao fato de que o Estado “consente” a perda da soberania, “em geral os governos reduzem a sua própria liberdade de ação somente em contrapartida a limitações similares na liberdade de ação de outros. ” (p. 184). Com isso, os Estados abrem mão da sua liberdade de ação legal para tentar, ao menos, influenciar parte da política externa de outros países que, de maneira piamente dolorosa, acaba influenciando no contexto de cooperação internacional.
4. O que se entende por regime internacional e por instituições multilaterais?
O regime internacional é relacionado à redução “de incerteza dos outros Estados acerca do comportamento dessas potências [...].” (p.186). O regime internacional busca dar uma espécie de “freio” às potências e permite maior grau de liberdade aos países em desenvolvimento. As instituições multilaterais, por sua vez, tendem a “promover a reciprocidade difusa em vez da reciprocidade específica. ” (p. 186). Quando essas instituições cumprem o seu papel de maneira efetiva facilitam as cooperações entre os países e que passam a oferecer acordos que são mutuamente benéficos para os países envolvidos.
5. Como autor define a abordagem (neo)liberal na análise política e por quais razões ele a adota?
O autor deixa explícito que, “ o liberalismo também enfatiza a importância da natureza cambiável dos processos políticos cambiáveis, mais do que estruturas sociais imutáveis: enfatiza de que forma seres humanos, e as instituições que eles criam, podem influenciar as condições de sua existência. [...] O neoliberalismo tal como o concebo reconhece explicitamente as limitações impostas pela estrutura econômica e pelo poder. ” (p. 169). Segundo ele, essa ideia não é adotada, mas sim, apenas exprimida durante o seu texto que a visão a partir do ponto de vista da sociedade industrializada, em que o número de classes sociais é restringido.
6. Apresente brevemente as quatro metáforas de interdependência (correias de transmissão ou canais; os elefantes e a relva; mesas de negociação e Planeta Terra), apontando em cada uma delas os riscos da interdependência para os países hegemônicos e para os países pobres (ou em desenvolvimento).
De maneira suscita o autor apresenta que, a primeira metáfora “ilumina os efeitos diferenciados das políticas e dos choques internos e as limitações maiores sob as quais o lado mais fraco opera” (p. 188). A segunda metáfora, está relacionada com “ a crescente pressão colocado sobre Estados fora dos principais blocos, cada um deles com uma ou várias das tradicionais grandes potências comerciais. ”(p.188). Já na terceira metáfora fala sobre negociação e a quantidade de “pilhas” que são colocadas sob as mesas, com isso, é possível depreender o quanto um país acaba sendo mais influente do que um outro. Na quarta e última metáfora fala que “a degradação do nosso ambiente natural por qualquer um de nós afeta a todos nós. ” (p. 171). 
As duas primeiras metáforas “enfatizam o risco em relação às grandes potências, as quais impõe custos a outros como efeitos laterais de suas próprias políticas e deliberadamente se valem de seu poder para impor reciprocidade específica como forma de realizar seus objetivos. ” (p.188). Com relação às duas últimas metáforas “sugerem que os países em desenvolvimento podem ter certas vantagens políticas que uma estratégia inteligente pode lhes converter em benefícios. ” (p. 188). Em cada uma das metáforas é possível perceber como que o equilíbrio acaba sendo deslocado para um dos lados, seja o país hegemônico ou em desenvolvimento, isso ocorre porque o regime internacional, a partir das instituições multilaterais, fazem com que o poder de decisão possa ser deferido com acordos de multilateralidade. 
7. Quais as vantagens e desvantagens para os países ricos e para os países pobres em participarem de instituições multilaterais, em contexto de interdependência.
Para o autor, a questão da vantagem e da desvantagem depende do tipo de acordo que os países envolvidos irão realizar. Os acordos multilaterais tendem a colocar uma espécie de freio nas grandes potências para que o acordo, seja de fato, bom para ambos os lados que participam das questões e, normalmente é ruim para os países desenvolvidos. Para os países ricos as vantagens estão em estabelecer maior poder financeiro e até de autonomia nos países os quais possui acordo, enquanto que para os países menos hegemônicos, a vantagem está em poder estar atuando no cenário das relações externas comerciais e que podem, a partir do acordo, estabelecer relações de conexão com as potências hegemônicas.

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