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AVALIAÇÃO AUDIOLÓGICA I PERDAS AUDITIVAS CONDUTIVAS E MISTAS • Malformações; • Otites; • Otosclerose. PERDAS AUDITIVAS SENSORIONEURAIS • Viral; • Bacteriana; • Vascular; • Doença de Meniére; • Autoimune; • Paralisia facial; • Trauma acústico; • Fístula perilinfática; • Ototoxicidade; • Presbiacusia; • Perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevada. PERDAS AUDITIVAS RETROCOCLEARES Schwannoma do vestibular e espectro da neuropatia auditiva. SISTEMA AUDITIVO Sistema auditivo periférico – pavilhão auditivo até o nervo auditivo Sistema auditivo central – tronco encefálico e cérebro. Nervo vestibulococlear = nervo auditivo NERVO COCLEAR + NERVO VESTIBULAR = NERVO AUDITIVO O nervo coclear sai da cóclea O nervo vestibulococlear manda as informações elétricas ao tronco encefálico, que direciona essas informações ao cérebro. Cóclea – labirinto anterior Sistema vestibular (canais semicirculares) – labirinto posterior. MALFORMAÇÕES DA ORELHA EXTERNA E MICROTIA Na fase embrionária, o pavilhão se forma quase ao mesmo tempo que a OI, então se a criança nasce com uma má formação na orelha externa, TALVEZ tenha uma má formação na OI. FÍSTULA OU FOSSETA PRÉ-AURICULAR Um buraquinho que indica uma alteração na fase embrionária. MICROTIA Ausência/má formação pequena do pavilhão auditivo. APÊNDICES Parecem verruguinhas – alteração na fase embrionária. OTITE É uma inflamação que pode ocorrer em alguma das orelhas – orelha externa, orelha média e orelha interna. CAUSAS Proveniente de alergias ou de ações fúngicas, virais ou bacterianas. SINTOMAS • Otalgia; • Febre; • Cefaleia • Plenitude aural; • Presença de líquido espesso e amarelado; • Dificuldade para ouvir. TIPOS • Otite externa; • Otite média; • Otite interna; • Otite crônica; • Otite aguda. OTITE EXTERNA Origem bacteriana e fúngica. Podem aparecer por entrada de água suja no ouvido, que ficou parada e foi contaminando o ouvido (água do mar) Paciente sente dor, coceira. OTITE EXTERNA DIFUSA Presença de secreção e descamação no conduto, podendo se complicar para uma otite externa maligna, que acomete toda a parte cartilaginosa. OTITE MÉDIA Infecção do muco periósteo que reveste a OM, independente da etiologia ou patologia. É classificada em: AGUDA – infecção aguda na OM com início rápido e sintomas nasais RECORRENTE – 3 episódios de OMA em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses. CRÔNICA – infecção na OM que dura mais de 3 meses e é acompanhada de secreção com membrana timpânica intacta ou otorreia associada com perfuração de membrana timpânica. A orelha média é localizada na porção petrosa do osso temporal e contém os ossículos e seus anexos (articulações, ligamentos e músculos), revestido por mucosa do tipo respiratória. A OM se comunica com a faringe por meio da tuba auditiva, permitindo que a pressão na OM se equalize à pressão ambiental. TUBA AUDITIVA – comunica a OM com a nasofaringe • Mede de 31 a 38 mm • Porção óssea (abre na OM) e porção cartilaginosa (abre na rinofaringe) • No adulto possui uma inclinação de 30 a 45º e na criança, 10º. Em repouso – fechada Abre durante a deglutição, fala, espirro, e nas crianças no choro. DISFUNÇÃO TUBÁRIA Maior produção de muco devido a ineficiência da troca de ar do ambiente externo pra OM pelas células epiteliais dessa OM, esse muco vira um líquido. Antes do acúmulo do líquido na OM, a membrana timpânica começa a se retrair em direção a cadeia ossicular. Manifestações clínicas – plenitude auricular, sensação de ouvido tampado, autofonia e dor (barotrauma) Após um tempo da disfunção tubária, pode virar uma otite. OTITE MÉDIA SEROSA/SECRETORA Presença de secreção (líquido) na cavidade da OM com membrana timpânica integra e sem sinais ou sintomas de inflamação aguda. CAUSAS – obstrução tubária, hipertrofia de adenoide, alergias, fissura palatina. OTITE MÉDIA POR EFUSÃO Produção da secreção que ficou na OM, comprometendo os sons. Quando esse líquido é infectado por sinusite, faringite ou amigdalite, esses micróbios vão subindo até a tuba até atingir a OM, esse líquido infecta e aumenta mais ainda a produção de líquido causando dor e virando uma otite média aguda. Essa otite média aguda apresenta muita vascularização na membrana timpânica, e o líquido não é mais fininho, se tornou uma secreção purulenta, causa muita dor, febre e mal estar. TUBO DE VENTILAÇÃO – no paciente que possui otite média crônica serosa ou otite por efusão, situação em que ocorre acúmulo de secreção que vem do nariz, entra pelo tubo auditivo e fica preso atrás do tímpano, ou quando há retrações do tímpano, otites de repetição, tumores ou disfunção tubária. É feito um pequeno corte no tímpano para que a secreção seja aspirada e é colocado o tubo. COLESTEATOMA Acúmulo de massa composta por tecido epitelial (pele) que se forma dentro da OM. SINTOMAS – Saída de secreção amarelada e com odor forte, zumbido, perda auditiva, dor. OTITE MÉDIA CRÔNICA Infecção na OM, com duração de pelo menos 3 meses, podendo haver os seguintes distúrbios na OM: • Perfuração do tímpano que não cicatriza; • Danos aos ossículos do ouvido; • Perda auditiva; • Acúmulo de fluídos no interior do ouvido; • Secreção com odor; • Otalgia; A otite média crônica classifica-se em simples, secretora ou colesteatomatosa, nessa última ocorre o desenvolvimento de um tumor benigno no interior do ouvido, próximo ao tímpano, chamado de colesteatoma. DOENÇAS DA ORELHA INTERNA Todo comprometimento coclear em geral não tem tratamento, diferente das lesões de orelha externa e média que podem ser usados medicamentos/cirurgia. Para algumas doenças o uso de medicamentos pode melhorar na causa, mas não vai fazer crescer novas células ciliadas, já que elas não se regeneram. DOENÇA DE MENIERE • Perda auditiva flutuante (hora escuta bem, hora escuta mal). A endolinfa vem com aumento de concentração, aumenta a pressão dentro do ducto coclear e as células ciliadas externas começam a ter dificuldade de se movimentar. Além da perda auditiva, há o zumbido e a tontura. Esses sintomas pioram quando o paciente está em crise. • Perda maior em frequências graves (no ápice da cóclea) e uma perda menor nas frequências agudas (base da cóclea). • O paciente pode apresentar plenitude auricular (sensação de ouvido tampado). PAIR/PAINPSE Perda auditiva induzida por ruído/Perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevado. • É a segunda doença mais frequente causando danos irreversíveis à audição. • Jovens e adolescentes começam a ter esse quadro e mesmo que não tenham esses sintomas na juventude, podem ter depois dos 30 anos uma perda auditiva de caráter irreversível. • É uma doença progressiva. TRAUMA ACÚSTICO • É um evento isolado/súbito – o paciente passa por um som forte e que provoca a morte das células ciliadas. PRESBIACUSIA Perda auditiva do envelhecimento. É uma doença multifatorial – genética, alimentação, hábitos que prejudicam a saúde cardiovascular etc. A perda auditiva começa na base da cóclea (sons agudos) e segue para o ápice (sons graves) As queixas mais comuns são: • Escuto, mas não entendo. • Ouço bem num local silencioso, mas não consigo ouvir quando há ruído – quando a gente grita com o idoso, só amplifica o som das vogais. PERDA AUDITIVA VASCULAR Pode ser causada por: • Doenças hematológicas; • Problemas cervicais; • Hipertensão; • Problemas cardíacos; • Insuficiência renal – O rim funciona como filtro, se o rim não funciona bem temos concentração de alguns ÍONS (cálcio) que podem danificar a cóclea. As perdas podem ser súbitas x progressivas• Reversíveis (quando faz o tratamento no início) • Irreversíveis (depende de quando descobre, se é muito tarde etc.) A configuração da audiometria pode ser: plana, ascendente, descendente. RECRUTAMENTO – o desconforto com som intenso e dificuldade de ouvir sons de fraca intensidade (perdeu primeiro as células ciliadas externas). PERDA AUDITIVA METABÓLICA Pode ser causada por: • Disfunções hormonais ovarianas; • Insuficiência adrenocortical; • Obesidade; • Diabetes; • Alterações vasculares; Características audiológicas gerais: • PASN – perda auditiva sensorioneural; • Uni ou bilateral; • Grau variável (leve a profundo) • Simétrica ou assimétrica (igual nas duas orelhas ou mais acentuada em uma orelha do que na outra) • Curva audiométrica em "U" invertido ou ascendente (escuta pior os sons mais graves e sons mais agudos e escuta melhor sons de frequência média). PERDA AUDITIVA GENÉTICA O indivíduo já nasce com alteração em algum cromossomo e essa manifestação leva a uma perda auditiva. • Progressiva – vai perdendo a audição com o tempo. • Congênita – já nasce com a perda auditiva. FÍSTULA PERILINFÁTICA Ocorre um rompimento da janela redonda, a membrana se rompe e a perilinfa caí dentro da orelha média. • Perda auditiva profunda; • Quadro cirúrgico; • Tontura intensa. PAROTIDITE – CAXUMBA A parotidite causa perda auditiva porque a glândula parótida edemaciada pode levar algum prejuízo a cóclea. Em adultos não há muitos sintomas, já as crianças são mais sensíveis. A parotidite se dissemina pela estria vascular (vasos sanguíneos – arteriais e venosos – da cóclea) e células basais do utrículo e sáculo (labirinto post. do sist. vestibular) compromete a perilinfa, promove uma fibrose no labirinto e o órgão de Corti começa a morrer. PERDA AUDITIVA PÓS MENINGITE A meningite mais perigosa para a audição é a bacteriana. O ducto endolinfático faz conexão direta com o líquido cefalorraquidiano, e quando está inflamado o líquido cefalorraquidiano vai até a cóclea. A endolinfa contaminada leva uma fibrose da cóclea, o labirinto membranoso ossifica e o paciente evolui para uma perda auditiva (é progressiva). É mais frequente em crianças. OTOTOXICIDADE Medicamentos e outros produtos que atingem a cóclea ou o nervo auditivo. Alguns remédios renais causam danos a cóclea, quimioterápicos também etc. A incidência é variável – há dois indivíduos expostos a mesma substância um pode ter perda auditiva e outro não. Os sintomas incluem -zumbido e tontura. A diferença para a Doença de Meniére é que ela não tem relação com medicamentos. SURDEZ SÚBITA É caso de pronto socorro. Realiza a otoscopia – normal Exames e já começa a tratar com medicação. Causas: • Origem viral; • Alterações vasculares; • Idiopáticas (causa desconhecida). Características: • Perda unilateral (98-99% dos casos); • Zumbido em 70% dos casos; • Tontura em 40% dos casos; • Muitos pacientes referem IVAS. Quanto mais profunda a perda auditiva, menos chances de recuperação. • 45 a 60% dos pacientes se recuperam; • 25% recuperação total; • 50% recuperação parcial; • 25% nenhuma recuperação. AUDIOMETRIA TONAL LIMINAR A audiometria tonal liminar é fundamental para o processo diagnóstico audiológico e determina os limiares auditivos comparando os valores obtidos com os padrões de normalidade, usando como referência o tom puro (Lopes, Munhoz e Bozza, 2015). Determina a existência de deficiência auditiva quanto ao seu tipo, grau e configuração da perda auditiva. LIMIAR AUDITIVO É a menor intensidade que um sinal auditivo é percebido em 50% das apresentações. MEIOS DE PESQUISA DO LIMIAR VIA AÉREA – fones supra aurais ou de inserção. VIA ÓSSEA – vibrador ósseo no processo mastóideo. VIA ÓSSEA NA FRONTE – é usado quando não foi possível realizar no processo matóideo. Ex. casos de mastoidite CAMPO LIVRE – caixa de som no ambiente (usado quando não foi possível verificar a VA/VO, normalmente é feito com bebês. ESCOLHA DA FREQUÊNCIA A frequência inicial do teste é de 1k Hz e em seguida serão obtidos os limiares de audibilidade nas frequências de 2k, 3k, 4k, 6k, 8k, 500 e 250Hz. Os limiares das frequências de 750Hz e 1500Hz são pesquisados somente quando há uma diferença significativa entre 500Hz e1k Hz e entre 1k e 2k. * a frequência se mantém até encontrar o limiar. MÉTODO DE PESQUISA DA INTENSIDADE O método de pesquisa mais utilizado é o descendente- ascendente. ESCOLHA DA INTENSIDADE O audiômetro é configurado para variar a intensidade a cada 5 dB. Se o paciente responder, diminui a intensidade em 10 dB. Se o paciente não responder, aumenta 5 dB até encontrar o limiar. TIPO DE ESTÍMULO Tom puro é um som de uma única frequência, podendo ser: • Tom puro contínuo – PIIII • Tom puro modulado – WARBLE • Tom puro pulsátil – PI PI PI É sempre usado o pulsátil ou modulado. VIA ÓSSEA A VO é utilizada para saber se a perda auditiva é condutiva ou sensorioneural. Se houver uma alteração pela VO, a perda auditiva é em orelha interna, podendo ser sensorioneural ou mista. A VO pesquisa de 500Hz a 4000Hz. 250 Hz é tão grave que, dependendo da intensidade, o paciente tem uma percepção tátil (sente vibrar) e nas frequências mais agudas não existe energia para pesquisar os limiares de 6k e 8k. O máximo de intensidade usada na VO é de 70 dB No audiograma não se liga a via óssea, somente a via aérea. AUDIOGRAMA Tudo o que está acima do audiograma o paciente não escuta, tudo o que está abaixo do audiograma o paciente escuta. A “linha” é o 50%, hora escuta, hora não escuta. SIMBOLOGIA Os símbolos audiométricos servem para diferenciar orelha direita e orelha esquerda, VA e VO, limiares mascarados, presença e ausência de resposta e o tipo de transdutores. LAUDO AUDIOLÓGICO Tem o objetivo de descrever os resultados encontrados na avaliação audiológica e auxiliar no diagnóstico etiológico, sindrômico e evolutivo do paciente. Deve conter: • Tipo • Grau • Configuração • Lateralidade TIPO DE PERDA AUDITIVA PERDA AUDITIVA CONDUTIVA – há um problema na condução do som, podendo ser em OE ou OM. • Limiares de via óssea menores ou iguais a 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo maior ou igual a 15 dB, em pelo menos UMA das frequências. PERDA AUDITIVA SENSORIONEURAL – há um problema na OI (cóclea ou nervo auditivo) • Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo de até 10 dB. • Possui acoplamento da VA e VO. PERDA AUDITIVA MISTA – há um problema na OE/OM e OI. • Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo maior ou igual a 15 dB. • Possui gap aéreo-ósseo maior que 15dB e acoplamento de VA e VO. GRAU DA PERDA AUDITIVA Auxilia na identificação do prejuízo causado pela perda auditiva na comunicação. A classificação mais recente (Organização Mundial da Saúde 2014, 2019) baseia-se na média aritmética (soma todas e divide por 4) entre os limiares tonais de VA nas frequências de 500, 1000, 2000 e 4000Hz em cada orelha. Adulto MÉDIA GRAU 0 - 25 dB Audição normal 26 - 40 dB Leve 41 - 60 dB Moderado 61 - 80 dB Severo acima de 81 dB Profundo Crianças até 7 anos de idade MÉDIA GRAU 0 a 15 dB Audição normal 16 - 30 dB Leve 31 - 60 dB Moderada 61 - 80 dB Severa acima de 81 dB Profunda CONFIGURAÇÃO DA PERDA AUDITIVA A configuração é o "desenho" que o limiar faz, essa classificação é feita considerando os limiares somente da VA. Sempre verificar das mais graves (esquerda) às mais agudas (direita). ASCENDENTE – melhora igual ou maior que 5dB por oitava em direção as frequências altas. HORIZONTAL – limiaresalternando melhora ou piora de 5 dB por oitava em todas as frequências (fica tudo na mesma média). DESCENDENTE – piora entre 5 a 10 dB por oitava em direção às frequências altas. DESCENDENTE ACENTUADA – piora entre 15 a 20 dB por oitava em direção às frequências altas. DESCENDENTE EM RAMPA – curva horizontal ou descendente leve com piora brusca igual ou maior que 25 dB por oitava em direção as frequências altas. CONFIGURAÇÃO EM U – limiares das frequências extremas (graves e agudas) melhores que as frequências médias com diferença maior ou melhor que 20 dB. CONFIGURAÇÃO EM U INVERTIDO – limiares das frequências extremas (graves e agudas) piores que as frequências médias com diferença maior ou melhor que 20 dB. CONFIGURAÇÃO EM ENTALHE – curva horizontal com descendência acentuada (igual ou melhor que 15 dB) em uma ÚNICA frequência, com recuperação na frequência subsequente. LATERALIDADE BILATERAL SIMÉTRICA – mesmo grau e/ou mesma configuração nas duas orelhas BILATERAL ASSIMÉTRICA – grau e configurações diferentes UNILATERAL – audição contralateral normal. LOGOAUDIOMETRIA A logoaudiometria é um teste que avalia a habilidade do paciente para DETECTAR e RECONHECER A fala. Normalmente os pacientes começam a notar uma perda auditiva quando possuem uma dificuldade em reconhecer e compreender a fala. Ela contribui para o diagnóstico de diferentes distúrbios auditivos, já que em algumas doenças/alterações otológicas há uma dificuldade maior do paciente entender a fala do que em outras. Quanto mais interno for o problema, pior será o reconhecimento e compreensão da fala. A logoaudiometria é feita somente por VA. Por meio da logoaudiometria, é possível avaliar: SRT – Limiar de Reconhecimento de Fala; SDT – Limiar de Detecção de fala; IPRF – Índice Percentual de Reconhecimento de fala. CALIBRAÇÃO DO AUDIÔMETRO Os testes de fala podem ser apresentados a voz ao vivo, usando o microfone do audiômetro ou por material gravado. Utilizando apresentação da voz ao vivo, é importante monitorar o controle do volume (VU) mantendo em 0, pois variações no nível da voz ou a distância do microfone podem alterar o nível do sinal apresentado ao paciente. Ex. se o medidor VU estiver em -5dB em um nível de apresentação de 40dB, apenas 35dB será apresentado ao paciente. Então é necessário manter o tom de voz durante todo o teste, regulando a intensidade que vai sair no fone do paciente pelo botão de ajuste de dB. É necessário monitorar continuamente o medidor VU durante todo o teste para garantir que o nível permaneça estável. SRT – LIMIAR DE RECONHECIMENTO DE FALA O SRT é um teste de fala que busca a menor intensidade em que o paciente reconhece a fala em 50% das palavras apresentadas. Ele deve escutar, reconhecer e repetir a palavra da forma que entendeu. MÉTODO DE PESQUISA DO SRT Devemos começar em uma intensidade confortável, que eu sei que o paciente vai ouvir. Os estímulos de fala são geralmente mais familiares ao paciente do que os tons puros. Método de pesquisa: descendente em intervalos de 10 dB e ascendente em intervalos de 5dB. Usa-se blocos de 4 a 5 palavras em cada intensidade pesquisada. Modus operandi: Na audiometria tonal o limiar do paciente foi em torno de 15dB, eu começo o SRT em 50 dB e falo uma palavra, diminuo 10dB e falo mais uma palavra, somente para o paciente entender que a intensidade está diminuindo. Quando estiver próximo ao limiar eu falo as 4 palavras, se dessas 4 palavras o paciente não acertar nenhuma ou só uma, eu subo 5dB e falo mais 4 palavras, se ele acertar 2 ou mais eu volto a diminuir a intensidade. Ex. em 20 dB ele acertou 3 palavras Em 15 dB ele não acertou nenhuma palavra Em 25 dB ele acertou todas O SRT dele é 20dB. SRT - VERIFICAÇÃO CRUZADA Os limiares do SRT devem ser parecidos com os limiares tonais, já que ele serve para confirmar a audiometria tonal. O SRT tem que dar igual ou até 10dB acima da média tritonal. Limiares da VA em 500, 1000 e 2000Hz 3 Ex. A média tritonal da audiometria deu 35dB, o SRT será de 35dB até no máximo 45dB Quando a PA é descendente (acentuada ou rampa) o SRT pode dar melhor, a sugestão é fazer uma média quadritonal, pensando na frequência de 250Hz. SDT – LIMIAR DE DETECÇÃO DE FALA O SDT é um teste de fala que busca a menor intensidade em que o paciente é capaz de detectar a fala. O SDT é feito quando NÃO foi possível obter o SRT, como por exemplo: • Bebês e crianças muito pequenas • Pacientes com PASN severa/profunda • Pacientes com comprometimento da fala/linguagem • Pacientes com comprometimento físico ou neurológico grave. Materiais de fala: • “oi” “olá” • Nome do paciente • Sílabas “pa pa pa” / “po po po” SDT – VERIFICAÇÃO CRUZADA O limiar encontrado deve ser exatamente IGUAL ao melhor limiar da VA entre 250 e 6000Hz na mesma orelha, já que o paciente só precisa detectar a fala. Quando são feitos o SRT e o SDT, geralmente o SDT é 5 a 10dB melhor que o SRT. É importante lembrar que o SRT/SDT não dão diagnóstico, eles só confirmam a audiometria tonal. ÍNDICE PERCENTUAL DE RECONHECIMENTO DE FALA - IPRF O IPRF avalia a capacidade auditiva do paciente de reconhecer e compreender palavras em nível conversacional confortável e supraliminar (acima do limiar) ESCOLHA DA INTENSIDADE Usamos uma única intensidade que seja confortável para o paciente, de 30 a 40dB NS acima do SRT. O dB NS (Nível de Sensação) é o número de dB acima do limiar auditivo de um indivíduo. Ex. Arnaldo Miriam 35dB NA 15dB NA 40dB NS 40dB NS 75dB NA 55dB NA A intensidade e mantém a mesma durante todo o teste. Em PASN recrutante (escuta muito mal sons de fraca intensidade, e sons de forte intensidade incomodam) o nível de maior conforto se encontra em torno de 20 a 30dB NA acima dos limiares tonais. Ou então, quanto mais descendente for a PA, os valores de 30 a 40 dB não serão suficientes já que o paciente perderá muitos sons que ele conseguiria ouvir. Nesse caso, podemos deixar o paciente escolher a intensidade. MÉTODO DE PESQUISA DO IPRF IPRF - Materiais de fala É usado uma lista com 25 palavras foneticamente balanceadas (todos os fonemas da língua aparecem), podendo serem apresentadas por voz ao vivo usando o microfone do audiômetro ou por materiais digitalmente gravados. Contamos quantas palavras o paciente errou e fazemos o seguinte cálculo: 25 100% 1 X 25x = 100% x = 100 / 25 = 4 Uma palavra errada corresponde a 4% De 25 palavras, o paciente errou 3 = 12% 100% - 12% = 88% O IPRF DO PACIENTE É 88% IPRF abaixo de 88% é considerado alterado *os resultados sempre serão múltiplos de 4. IPRF – INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS • Pacientes com audição normal e com PA condutiva/mista geralmente têm um IPRF acima de 88% • Pacientes com PASN severa/profunda dificilmente irá acertar as palavras mono, levando em consideração que, quanto maior o número de sílabas de uma palavra, mais inteligível ela se torna. Por isso, é esperado que o desempenho do paciente melhore à medida que se aumenta a extensão da palavra. • Se o desempenho for satisfatório com monossílabas, não há necessidade de pesquisar o reconhecimento com dissílabas ou trissílabas. • Se o desempenho com monossílabas não alcançar 88% / 92%, uma lista com dissílabas deverá ser utilizada. IPRF menores que 80% para dissílabas, deverá testar com trissílabas. • Se o paciente tem uma PA coclear, o IPRF varia de acordo com grau e configuração audiométrica • Se o paciente tem uma PA retro coclear, o IPRF pode ser mais pobre do que se esperaria. *quanto mais internoo problema, pior o reconhecimento da fala. MASCARAMENTO DE VIA AÉREA Há necessidade de utilizar um ruído mascarador na orelha não testada sempre que o estímulo na orelha testada puder ser detectado pela cóclea da orelha não testada. Na pesquisa de limiares de VA o mascaramento é necessário quando houver diferença de 40dB ou mais entre a VA da orelha testada e VO da orelha não testada. ATENUAÇÃO INTERAURAL – é o quanto de energia o som perde no meio do caminho, até chegar à outra cóclea. Isso acontece porque o som depende do tempo e da distância, quanto maior o tempo e a distância, mais fraco ele é. 40 DB É A MENOR ATENUAÇÃO INTERAURAL POSSÍVEL. Ou seja, toda vez que tiver uma diferença de 40dB ou mais entre o limiar da VO da orelha que eu não estou pesquisando e o limiar de VA da orelha que eu estou pesquisando, vou precisar mascarar. Ex. estou dando um estímulo de 60 dB na OD, a OE tem um limiar de 10dB. O som de 60dB atravessa a cabeça e perde 40dB, chega na cóclea da OE em 20 dB, se o mínimo que essa orelha escuta é 10dB, um som de 20dB ela vai detectar. Então precisa mascarar. Se o limiar dessa OE fosse 30dB e o som chegasse em 25dB, não precisaria mascarar porque o MÍNIMO que esse paciente ouve é 30dB, ele não vai ouvir um som de 25dB. ESCOLHA DO RUÍDO Para cobrir um tom puro, eu devo utilizar um ruído que NÃO seja um tom puro. Na audiometria tonal, o ruído mascarador costuma ser de banda estreita, variando conforme a frequência de tom puro pesquisada. É conhecido como narrow band/banda estreita (NB), pois é um estímulo sonoro centrado na frequência pesquisada (tom puro), mas que também tem componentes sonoros em frequências adjacentes. Ele vai de 1/3 de oitava para mais grave e para mais aguda. TIPOS DE RUÍDOS WN - WHITE NOISE - Ruído de banda larga NB - NARROW BAND - ruído de banda estreita (esse é o mais o utilizado) SN - SPEECH NOISE - ruído para logoaudiometria ESCOLHA DA INTENSIDADE DO RUÍDO O mascaramento utilizado somente poderá ser considerado SUFICIENTE quando de fato for capaz de esconder o estímulo que puder ser detectado pela cóclea da orelha não testada. Assim, precisa ter maior intensidade que o sinal chegado à esta cóclea após a atenuação interaural. 10 dB é o mínimo de intensidade que eu posso colocar acima do que está chegando, se o som chega na OE em 25dB, eu coloco um ruído de 35dB. PREENCHIMENTO NO AUDIOGRAMA Mascaro a melhor orelha e mudo o símbolo da pior orelha. Coloco a intensidade do mascaramento embaixo da pior orelha. A intensidade do mascaramento é marcada no quadro abaixo da orelha que está sendo testada (pior orelha) com a cor da orelha que está sendo mascarada (melhor orelha) O símbolo da orelha que está sendo testada (pior orelha) muda. *faz todo o exame sem mascaramento e depois retoma nas frequências que precisa mascarar. MASCARAMENTO DE VIA ÓSSEA A atenuação interaural da VO é de 0dB, já que o vibrador ósseo estimula as duas cócleas ao mesmo tempo. Ou seja, eu SEMPRE vou precisar mascarar quando fazer a VO. EXCEÇÃO: PODE NÃO HAVER NECESSIDADE DE MASCARAMENTO NAS PASN SIMÉTRICAS O ruído sempre será apresentado pela VA (fones). Quando for PA condutiva/mista é necessário somar o GAP. Ex. OD - 750Hz - 40dB OE - 750Hz - 5dB Se o limiar é 5dB e eu quero piorar para 50dB NA (40 dB + 10 dB), eu preciso de 45dB NS. Basta olhar pra VA e adicionar os mesmos 45dB = 85dB Na PASN simétrica os limiares de VA e VO das DUAS ORELHAS estão acopladas (podendo haver uma pequena diferença em algumas frequências). Ex: VA OD = 2kHz - 55dB VA OE = 2kHz - 55dB VO OD = 2kHz - 55dB VO OE = 2kHZ - 55dB Nesse caso as duas escutam em 55dB, se a VA está simétrica e a VO da orelha que eu estou pesquisando dá o mesmo limiar, nem preciso pesquisar a VO da orelha esquerda e não precisa mascarar. MASCARAMENTO DE LOGOAUDIOMETRIA A atenuação interaural da logoaudiometria é de 45dB. O ruído usado é o speech noise. Se tem um SRT na OD de 70, perde 45 e chega na OE em 25. Se o SRT da OE é 30, não precisa mascarar. No SRT, utiliza-se um mascaramento de 15dB acima da média do paciente. No SDT, a atenuação interaural é de 40dB. MASCARAMENTO DE IPRF OD - 80Db Chega na OE em 35dB, se a média (SRT) do paciente é 35dB, precisa cobrir com um ruído de 10 ou 15dB (em prova +10dB é o correto) e fica 45dB/50dB de mascaramento OE - 70db Passa pela atenuação interaural -45dB e chega na OD em 25dB, a meta é piorar para 35/40dB. Se tem GAP, eu faço a média tritonal da VO (10dB). De 10dB até 40dB eu tenho 30dB NS A média tritonal da VA é 50dB + 30dB (GAP) = 80dB de mascaramento. IPRF DA OE É 65, PERDE 45DB E CHEGA NA OD EM 20DB QUERO PIORAR ESSA OD PARA 35DB SE A MÉDIA DA VO DA OD É 10, DE 10 ATÉ 35 É 25DB NS O SRT DA OD É 50, EU ADICIONO 25 = 75DB DE MASCARAMENTO IPRF da OE é 95, perde 45 e chega na OD em 50. Eu quero piorar OD pra 65dB A média tritonal da VO é 10dB De 10 até 65 é 55 + 35 (SRT da OD) = 90 Se o SRT da OD é 35, eu adiciono 65 = 90 IMITANCIOMETRIA "Quando uma onda mecânica incide sobre uma superfície de separação como a membrana timpânica, entre dois meios de propagação diferentes (OE e OM), parte da onda é refletida e a outra parte é transmitida/absorvida)" Quanto mais espesso for a superfície de separação, mais ele reflete (volta) e menos ele absorve (passa para o outro lado). Se tiver líquido na orelha média, a propagação do som fica mais difícil. O som nunca será 100% absorvido porque mudou de ambiente, mas, quando mais normal está a membrana timpânica, mais absorverá do que refletir. IMITANCIA ACÚSTICA É o estudo do que impede/favorece a propagação do som na orelha média. É o estudo da admitância e impedância. IMPEDÂNCIA ACÚSTICA – é o estudo do que impede a propagação da onda sonora. ADMITÂNCIA ACÚSTICA – é o estudo do que favorece a propagação da onda sonora. “A parte da energia que foi absorvida é amplificada pela concentração da energia da onda sonora na janela oval.” COMO É REALIZADO? É colocado uma sonda no MAE do paciente, vedando bem a entrada. A sonda fica presa em uma oliva imitanciométrica. Dentro da sonda há 3 componentes principais: SONDA ALTO-FALANTE – emite um som grave contínuo de 226Hz. MICROFONE – o som refletido é captado pelo microfone e analisa as respostas. O microfone mede o tempo que a onda sonora levou para sair do alto falante e retornar, e permite saber a distância que esse som percorreu. Som mais intenso – reflete mais Som menos intenso – reflete menos BOMBA DE AR – ligada ao manômetro, que faz o controle de pressão do ar. Controle de pressão – daPa Controla a pressão atmosférica do ar do lado de fora (OE), Já que a pressão atmosférica do ar da OM não tem como controlar. CRITÉRIOS PARA FAZER IMITANCIOMETRIA 1. Orelha externa sem obstrução (corpo estranho, rolha de cerume, secreção) 2. Membrana timpânica íntegra. MEDIDAS DE IMITANCIA ACÚSTICA 1. Timpanometria 2. Reflexos acústicos TIMPANOMETRIA A timpanometria mede a reflexão do som da MEMBRANA TIMPÂNICA enquanto a pressão do ar no MAE é variada. Auxilia na avaliação das estruturas da OE e OM, incluindo a tuba auditiva. INDICAÇÕES A timpanometria deve ser feita apenas quando tiver uma membrana timpânica integra, exceto na indicação de prova de função tubária. CONTRA INDICAÇÕES 1. Alterações de OE – rolha de cerume, otite externa, descamação, corpo estranho. 2. Cirurgia otológica – estapedotomia (risco de descolamento da prótese) 3. Quadros inflamatórios agudos, pois pode causar desconforto e dor intensa. OBJETIVO "Verifica a variação da complacência decorrente da mudança de pressão no MAE, refletindo as mudanças nas propriedades físicasda membrana timpânica, da cadeia ossicular e das condições da orelha externa." Acompanhar como estão as funções de orelha média, condições da cadeia tímpano-ossicular. É representada graficamente por uma curva que mostra a MOBILIDADE da membrana timpânica. Vario a pressão do conduto para positiva – neutra – negativa, até achar o ponto em que a membrana timpânica fica complacente/maleável, favorecendo a passagem do som. A pressão é medida em milímetros de água (ml) ou decapascal (daPa) Deve-se colocar pressão positiva e negativa no conduto vedado pela oliva; “O OBJETIVO É IGUALAR/EQUALIZAR A PRESSÃO INTERNA E EXTERNA PARA MOVIMENTAR A MEMBRANA TIMPÂNICA.” "Quando a OM está normal, a pressão do ar na caixa do tímpano DEVE ser igual a pressão atmosférica externa (do ambiente)" Isso significa que, tendo a membrana timpânica INTEGRA, a estrutura responsável por deixar essa pressão equalizada é a TUBA AUDITIVA. Pressão atmosférica ambiental e pressão aérea da OM são equalizadas pela abertura da tuba auditiva. 0daPa – corresponde a nossa pressão atmosférica (neutralidade) Quanto mais negativa a pressão, mais retraída a membrana timpânica estará. COMO É FEITA? 1. Liga a bomba de pressão 2. Variação da pressão Início com pressão positiva: +200 daPa Nesse momento eu aumentei a impedância à passagem do som. Criei uma condição em que a pressão na OE está diferente da OM. Na OM está neutra porque a tuba auditiva está equalizando. Na OE está uma pressão positiva, deixando a membrana timpânica rígida. Se ela está rígida, aos poucos eu desloco até a pressão ficar negativa, observando em que ponto ela fica mais complacente. Com a pressão positiva, a agulha que marca a pressão de ar também será deslocada para a direita. Quando chega em +200daPa, só terei o volume (tamanho) referente a OE (MAE). Nesse momento, a agulha que marca o volume (tamanho) irá apontar para um valor numérico, que corresponde ao volume da OE (MAE). “SE EU EMITO UM SOM E A MEMBRANA TIMPÂNICA ESTÁ RÍGIDA (NÃO MEXE NADA) O QUE É REFLETIDO É TODO O VOLUME/DISTÂNCIA DA OE.” 3. Vario a pressão para negativa ATÉ chegar em - 200daPa, ou menor, se necessário. 4. Conforme a pressão for reduzida, ao passar pela posição neutra, a membrana timpânica ficará complacente e o volume irá aumentar. EXEMPLO: Volume da OE – 0,7mL Aumentou para 2,0mL Volume da OM – 1,3mL “A medida de complacência é obtida por meio da comparação entre a medida obtida na pressão positiva (+200daPa) e a medida na posição neutra, que corresponde ao volume da OM + volume do MAE.” MARCAÇÃO NO GRÁFICO No gráfico é marcado somente a medida dinâmica da timpanometria, não o que tinha antes. EXEMPLO: OD – De 1,3 se movimentou até 2,0 = 0,7 Vou na linha do 0,7 e marco com a caneta vermelha (referente a OD) OE – de 0,9 se movimentou até 1,5 = 0,6 Vou na linha do 0,6 e marco de caneta azul (referente a OE) CURVAS TIMPANOMÉTRICAS CURVA A Mobilidade normal do sistema timpano-ossicular • Audição normal ou perda auditiva sensorioneural. Pressão = de +50daPa até -100daPa Volume da complacência = de 0,25ml a 1,7ml CURVA AS/AR Complacência diminuída e baixa mobilidade do sistema tímpano-ossicular. Indica rigidez da membrana e das estruturas da orelha média. Curva com pressão neutra em torno de 0daPa. É uma curva baixa. • Espessamento da membrana timpânica • Timpanosclerose • Otosclerose – fixação da cadeia ossicular. A membrana timpânica até se movimenta, mas chega um momento que encontra resistência (conforme a doença progride, a curva vai baixando). Pressão = de -100 até +100DAP Volume da complacência = abaixo de 0,25ml CURVA AD Complacência extremamente elevada • Mobilidade elevada das estruturas da OM • Desarticulação da cadeia ossicular ou membrana timpânica flácida Pressão = de 0daPa até -100daPa Volume de complacência = acima de 1,65ml CURVA TIPO B Complacência/volume muito reduzido ou nenhuma variação de complacência durante o teste • Ausência de pico quando varia a pressão • A curva fica quase horizontal, não sai do lugar. Tem algo na OE ou OM impedindo a movimentação • Rolha de cerume; • Otite média (aguda, com efusão, adesiva, colesteatoma) • Malformações genéticas Curva plana sem pico de máxima complacência ou com complacência muito reduzida. TIPO C Pico da curva deslocado para o lado esquerdo do gráfico, indicando pressão negativa dentro da OM • Disfunção tubária sem líquido (sem ar dentro da OM) • Membrana timpânica retraída Pressão = desviado para pressão negativa superior a - 100daPa Volume da complacência = de 0,30 a 1,65 ml. TIPO D • É o tipo mais raro • Curva com duplo pico • Neonatos A hora que bate e volta é o momento da máxima complacência. NO AUTOMÁTICO EU SOMO O VOLUME DE OE INICIAL + A COMPLACÊNCIA = VOLUME TOTAL NO ANALÓGICO EU SUBTRAIO O VOLUME TOTAL - VOLUME INICIAL = COMPLACÊNCIA REFLEXO ACÚSTICO O reflexo acústico tem função de proteger a orelha interna dos danos causados por sons intensos, principalmente nas baixas frequências, além disso, tem função na discriminação de fala e no PAC. O reflexo acústico é o resultado da contração do musculo estapediano da OM, em resposta a um sinal acústico ativador. 1. Contração do músculo estapediano mediante estimulação sonora; 2. O musculo estapediano está ligado a porção posterior da cabeça do estribo; 3. A pressão do estribo na janela oval diminui com a contração do m. estapediano, protegendo a cóclea; O arco reflexo é mediado pelo tronco encefálico, sendo um reflexo eferente (do tronco encefálico ao m. estapediano). O nervo facial é o responsável pelo arco reflexo MÉTODO DE PESQUISA Se a pressão neutra na timpanometria foi em -50, eu pesquiso o reflexo em -50. Utilizo um tom puro contínuo de forte intensidade. Objetivo – pesquisar qual a menor intensidade entre esses tons elevados que eu desencadeio o reflexo. Quando o m. estapediano se contrai, ele puxa o estribo para cima, que movimenta a bigorna, o martelo e a membrana timpânica, que aumenta de volume no MAE. Se o volume aumentado foi mais do que 0,05ml, significa que o m. contraiu e todas as estruturas se moveram. Anoto a frequência e em qual intensidade se moveu. Sempre começo em 70dB e vou dando platôs de 5 em 5dB. Quando há uma movimentação, é quando há o reflexo. Faço isso em todas as frequências – 500Hz, 1000Hz, 2000Hz e 4000Hz.M´ Método de pesquisa ascendente – pesquiso do som mais fraco até o mais forte. Quanto mais forte o som, maior a pressão do estribo na janela oval e maior é a movimentação dos líquidos da cóclea. A cóclea atenua o som em até -10dB para proteger a cóclea, então se um som de 90dB contrai o meu m. estapediano, eu o sinto como um som de 80dB. Pessoas com audição normal desencadeiam o reflexo em torno de 70 a 90dB NS (acima do limiar). Ex. paciente com limiar de 10dB Reflexo estapediano – 85dB Está em 75dB NS O m. tensor do tímpano auxilia no mecanismo do reflexo, puxando o cabo do martelo e a membrana timpânica para dentro da cavidade timpânica. COMO O RELFEXO ACONTECE? Quando o som passa para o nervo auditivo, ele chega no tronco encefálico e entra em uma bolinha chamada núcleo coclear, que recebe as fibras aferentes da cóclea. NÚCLEO COCLEAR – identifica a intensidade dos sons e quando o som está muito forte. Quando o som está muito forte, o núcleo coclear pede "ajuda" ao complexo olivar superior – oliva superior direita e esquerda – que é o responsável pelo arco reflexo. COS – MEDIADOR DO REFLEXO ACÚSTICO Quando chega no complexo olivar, ele pede "ajuda" ao núcleo facial, que leva a informação a periferia econtrai o m. estapediano e movimenta a cadeia tímpano-ossicular. Se eu dou um som na OE, eu vejo o reflexo estapediano na OE (ipsilateral – do mesmo lado) e na OD (contralateral – lado contrário) REFLEXO IPSILATERAL O reflexo ipsilateral é dado pela sonda na OD. Esse reflexo é aferente D e eferente D. Porque a sonda está dando o som e captando na mesma orelha. (exemplo) • O ipsi é pesquisado somente com a sonda; • O ipsi é aferente e eferente da orelha testada. REFLEXO CONTRALATERAL Para medir o reflexo contra, a sonda continua na OD. Coloco o fone na OE, o som será apresentado pelo fone. A orelha que está escutando é a OE, é ela que pede “ajuda”, mas o reflexo acontece nas duas. CONTRA ESQUERDO – É CONTRÁRIO AO LADO ESQUERDO, ESTOU MEDIDNO O LADO CONTRÁRIO DO E, QUE É O D (QUE ESTÁ COM A SONDA). No contralateral, o som sai pelo fone. Uma vez que eu encontrei o reflexo contra: • A orelha que escutou com o fone não é tão ruim; • A orelha que eu captei o reflexo com a sonda não tem alteração de OM. Aferência – fone Eferência – sonda IPSILATERAL D – MARCADO DE VERMELHO Aferente D Eferente D IPSILATERAL E – MARCADO DE AZUL Aferente E Eferente E CONTRALATERAL D Aferente D – fone Eferente E – sonda Nesse caso, o fone está na OD e a sonda na OE. A cor será azul, porque a sonda está na OE. Marco no quadro da OD, que é a aferente com a caneta azul. CONTRALATERAL E Aferente E Eferente D Nesse caso, o fone está na OE e a sonda na OD. A cor será vermelha, porque a sonda está na OD. Marco no quadro da OE, que é a aferente com a caneta vermelha. SONDA DO LADO D Estou pesquisando o Ipsilateral D e o Contralateral E A dona do reflexo é a E SONDA DO LADO E Estou pesquisando o Ipsilateral E e o Contralateral D A dona do reflexo é a D A COR DA CANETA É SEMPRE DA ORELHA ONDE A SONDA ESTÁ TRAJETO DO ARCO REFLEXO IPSILATERAL OE > OM > OI > Nervo coclear > Núcleo coclear ipsilateral > Núcleo ipsilateral do COS > Nervo facial ipsilateral > M. estapediano ipsilateral. TRAJETO DO ARCO REFLEXO CONTRALATERAL OE > OM > OI > Nervo coclear > Núcleo coclear ipsilateral > Núcleo contraletral do COS > Nervo facial contralateral > M. estapediano contralateral. REFLEXO ACÚSTICO Ocorre entre 85 e 100dB NA em quem tem audição normal. 4000Hz - muito frequente a ausência. EXAME Equipamento – cada equipamento tem um tipo de resposta (alguns marcam o gráfico para cima, outros para baixo). Inicia em 500Hz – 70dB por 2 a 3seg. Em pacientes com perda profunda pode começar em 95dB. O REFLEXO ESTÁ PRESENTE EM QUEM TEM AUDIÇÃO NORMAL. Em pacientes com PA coclear ocorre o fenômeno do recrutamento. RECRUTAMENTO – PERCEPÇÃO ANORMAL DO AUMENTO DA INTENSIDADE. Não ouve sons de fraca intensidade, pois elas necessitam da movimentação das CCE, e na perda coclear não há CCE. O recrutamento está presente em PASN coclear de grau leve a moderado. No recrutamento, terá uma diferença de 65dB NS entre o limiar do paciente e o reflexo acústico. COMO EU VEJO O RECRUTAMENTO NA IMITANCIOMETRIA? Observo que a diferença entre o limiar e a intensidade necessária para desencadear o reflexo foi muito baixa (menor que 65dB). MARCAÇÃO NO QUADRO Limiar tonal – limiar auditivo do paciente na frequência pesquisada. Nível reflexo contra – intensidade que desencadeou o reflexo da orelha que está a sonda, mesmo que o som tenha sido apresentado na outra orelha. Pesquisa recrutamento – diferença entre o limiar e a intensidade que desencadeou o reflexo contra. Se esse valor está abaixo de 65dB é porque tem recrutamento. Decay 5s – Ipsilateral OE/OD – intensidade que desencadeou o reflexo ipsi. VALORES DO REFLEXO ACÚSTICO PRESENTE EM NÍVEIS NORMAIS Entre 70 e 100dB NS PRESENTE E DIMINUÍDO Diferença menor ou igual a 65dB entre o limiar de VA e o reflexo estapediano contralateral. PRESENTE E AUMENTADO Diferença maior que 100dB entre o limiar da VA e o reflexo estapediano contalateral. AUSENTE Reflexo não desencadeado até a saída máxima do equipamento. RESULTADOS Se o reflexo está presente em “nível do relflexo contra” nas duas orelhas, nenhuma delas tem PA condutiva. Se o reflexo está ausente em “nível do reflexo contra D” há PA condutiva ou mista na OE. Se o reflexo está ausente em “nível do reflexo contra E” há uma PA condutiva ou mista na OD. PERDA CONDUTIVA NÃO CAPTA REFLEXO. Se os valores em “nível do reflexo” estão muito altos (ex. 115, 120) esse paciente pode ter uma PASN moderada. Não é severa nem profunda, porque não tem como o paciente começar a ouvir (limiar) em 80dB e ter o reflexo em 110,120dB... porque PASN severa e profunda NÃO recruta. RECRUTAMENTO – DIFERENÇA DE 65DB OU MENOS ENTRE O LIMIAR E O NÍVEL DO REFLEXO. Ex. Limiar – 60dB Reflexo – 110dB Diferença – 50dB > recrutamento ESTÁ COMPATÍVEL COM UMA PASN MODERADA. ALTERAÇÕES NA CAPTAÇÃO OU AUSÊNCIA DO REFLEXO ACÚSTICO 1. Presença de limitação sensorial na porção aferente do arco reflexo (PASN severa/profunda) 2. Patologia de OM ou lesão na porção eferente do sistema (VII – nervo facial) Se tiver uma paralisia facial do lado onde eu estou captando o reflexo, mesmo que a outra orelha escute bem, não consigo captar o reflexo porque essa informação não veio pelo nervo facial, já que o nervo está comprometido. 3. Lesão de tronco cerebral – ausência de reflexos contralaterais e a presença de reflexos ipsilaterais. APLICAÇÕES CLÍNICAS DO REFLEXO ACÚSTICO • Diagnostico diferencial entre as perdas condutivas; • Avaliação quantitativa da função tubária; • Pesquisa do recrutamento objetivo de Mertz; • Pesquisa do declínio do reflexo acústico; • Diagnóstico otoneurológico; • Perdas auditivas funcionais (simuladores). Uma vez que eu encontrei o reflexo contra: 1. a orelha que escutou (fone) não é tão ruim 2. a orelha onde eu captei (sonda) não tem alteração de orelha média. PA RETROCOCLEAR – LESÃO NO N. AUDITIVO ✓ Timpanometria normal ✓ Ausência de reflexo acústico Neuropatia – estímulos sonoros não vão de forma síncrona. Não chega uma informação consistente no núcleo coclear, o reflexo sequer aparece ou precisa de um som muito forte para desencadear o reflexo. ADAPTAÇÃO PATOLÓGICA Diminuição da sensitividade auditiva na presença de um estímulo contínuo. Ex. ouço um som, no começo ele é forte. Com o tempo passando e esse som forte continua, eu me acostumo com ele e nem ouço mais. Isso se chama adaptação patológica. Quando o paciente tem uma PA retrococlear há uma chance maior de ter adaptação patológica – parar de ouvir antes do esperado. Se uma parte do nervo estiver sendo comprimida, não terá a mesma quantidade de neurônios trabalhando. O indivíduo para de ouvir antes do previsto. DECAY – DECLÍNIO DO REFLEXO ACÚSTICO ✓ Pesquisados somente em 500Hz e 1000Hz. ✓ Não é pesquisado em 2000Hz e 4000Hz porque são sons mais agudos, então há uma adaptação ANTES de 10seg. Pesquiso em 500Hz e 1000Hz, 10dB acima do nível do reflexo estapediano, durante 10seg. (tom puro contínuo). Se antes ou até 5seg. o reflexo tem um declínio – cai 50% ou mais – (o m. parou de contrair) o som deixou de ser escutado. Isso significa que há uma adaptação patológica, sugerindo uma PA retrococlear. É essencial para verificar perda retrococlear. Se cair mais que 50% depois dos primeiros 5 segs. NÃO foi adaptação patológica. Na PA coclear o Decay é ausente, o reflexo se mantém. Na PA retro o Decay é presente, o reflexo cai – adaptação patológica. PESQUISA DE FUNÇÃO TUBÁRIA ✓ Verificar o funcionamento da tuba auditiva A cada deglutição a tuba auditiva abre e fecha de forma a trocar o ar da OM com o ar de fora (do ambiente)– isso é considerado normal. Quando há perfuração timpânica o médico solicita a prova de função tubária para saber o funcionamento da tuba. MÉTODO DE PESQUISA Coloco uma pressão de +200daPa e dou um copo de água para o paciente solicitando que ele tome um gole de água (3x). Se após os três goles de água a pressão escapou (diminuiu até 0dB), significa que a tuba está funcionando. Se a pressão estava em +200daPa: 1º gole – +150daPA 2º gole – +120daPa 3º gole – +100daPa TUBA AUDITIVA NÃO ESTÁ FUNCIONANDO TÃO CORRETAMENTE. Se o paciente toma todos os goles e a pressão continua em +200daPa significa que a tuba está fechada – não está funcionando corretamente. RESULTADOS • Se a pressão chegou em 0daPa até o 3 gole – tuba permeável • Se há pressão residual após o 3º gole – parcialmente permeável • Se tomou todos os goles e a pressão não mudou – tuba impermeável. ACUMETRIA – TESTES COM DIAPASÃO Objetivo – avaliação qualitativa da audição. Auxilia no topodiagnóstico das lesões e confirma os dados da audiometria. RINNE O teste recebe o nome em homenagem ao médico Heinrich Adolf Rinne. Objetivo – comparação entre a VA e a VO da mesma orelha. VO – Coloca o diapasão para vibrar e encosta a ponta no processo mastoideo e solicita que o paciente informe quando deixar de ouvir. VA – coloca os dois arcos em frente ao pavilhão da mesma orelha, se o paciente ouve quer dizer que a condução aérea está favorecendo a audição desse paciente. RINNE POSITIVO Transmissão do som por VA dura mais tempo do que pela VO. Quando ouve pela VA e VO. Não tem nenhuma alteração de OM. RINNE NEGATIVO Na PA condutiva ele ouve por bastante tempo pela VO, mas quando coloca os arcos em direção ao pavilhão (VA) ele não escuta. Se for audição normal ele ouve dos dois jeitos, se for condutiva ele deixa de ouvir rapidamente e quando é colocado por VO ele volta a ouvir. ORELHA NORMAL OU PASN – RINNE POSITIVO Condução aérea melhor que a condução óssea. PA CONDUTIVA – RINNE NEGATIVO Condução óssea melhor que a aérea. WEBER O teste recebe o nome em homenagem ao Ernest Heinrich Weber. Objetivo – comparar a condução óssea entre as duas orelhas. Método – teste com diapasão na fronte (estimula as duas orelhas ao mesmo tempo) Existindo uma PA condutiva a VO fica melhorada, o fato de deixar de ouvir pela VA favorece a percepção dos sons por condução óssea, ficando mais fácil de perceber o som pela orelha com alteração condutiva. O teste de Weber pode detectar PA condutiva unilateral (se for unilateral esquerda, ele dirá que o lado esquerdo ouve melhor). PASN unilateral – perda do lado esquerdo, ele dirá que está ouvindo melhor do lado que não tem perda, ou seja, lado direito. CONDUTIVA Lateraliza para o lado pior – lado da queixa. SENSORIONEURAL Lateraliza para o lado melhor INDIFERENTE Perdas simétricas ou normal. MISTA Se o paciente tem uma perda condutiva a direita e uma mista a esquerda, o Weber será para a direita, onde o GAP é maior. WEBER AUDIOMÉTRICO Vibrador ósseo na fronte. É possível realizar em todas as frequências até a intensidade máxima – 70dB. PASN A DIREITA Weber para E Se for bilateral assimétrica – vai para o lado melhor. PA CONDUTIVA A DIREITA Weber para D PA CONDUTIVA BILATERAL Weber indiferente – se for simétrica. Se a perda for maior na OE, Weber será para a esquerda. Se a perda for maior na OD, Weber será para a direita. MARCAÇÃO NO GRÁFICO Indiferente – seta para cima ou para baixo, ou para os dois lados. Direita – seta para direita de vermelho. Esquerda – seta para a esquerda de azul. TESTES SUPRALIMINARES Testes para diagnóstico diferencial do recrutamento auditivo. O recrutamento está presente em pacientes com PASN leve e moderada. A LESÃO DAS CCE LEVA A UMA NÃO ESTIMULAÇÃO A INTENSIDADES FRACAS, MAS NÃO IMPEDE A ESTIMULAÇÃO DIRETA DAS CCI, A PARTIR DE CERTA INTENSIDADE (50DB). O FENÔMENO DO RECRUTAMENTO, CARACTERÍSTICO DE LESÃO DAS CCE, PODE SER EXPLICADO TANTO PELA ESTIMULAÇÃO DIRETA DAS CCI, QUANTO PELA NÃO INIBIÇÃO DE ESTÍMULOS FORTES, PELA FALHA DA CONTRAÇÃO LENTA DAS CCE (MEDIADA PELO SISTEMA EFERENTE). Somente as ondas a partir de 50dB são capazes de movimentara membrana basilar o suficiente para colocar os cílios das CCI em contato com a membrana tectória e as estimular diretamente. ABLB OU TESTE DE FOWLER TESTE DE BALANCEAMENTO BINAURAL ALTERNADO DA SENSAÇÃO DE INTENSIDADE . Compara o crescimento da sensação de intensidade em uma frequência para as duas orelhas. É realizado em indivíduos que apresentam diferença de 20 a 30dB entre as orelhas na frequência a ser testada (que tenham a orelha melhor praticamente normal. PROCEDIMENTO O paciente identifica em um lado a intensidade que lhe parece igual a sensação de intensidade que percebe do outro lado. Isso é repetido em aumentos de 20dB por pelo menos três níveis ou até alcançar o limite do audiômetro. Em cada nível, o tom é alternado e comparado entre os dois lados até estabelecer a equivalência do loudness. Anota-se a intensidade em que a igualdade das sensações ocorreu. “Escolho uma frequência e apresento um tom puro alternando entre a pior orelha e a melhor orelha. O paciente precisa dizer quando ele está sentindo na pior orelha a mesma coisa que ele sente na melhor orelha. Na melhor orelha eu aumento a intensidade em 20dBNS. Anoto a intensidade em que o paciente relatou a igualdade das sensações de intensidade” Quando segue a mesma proporção, é compatível com uma perda condutiva. Ex: OD OE 0 - 30 20 - 50 40 - 70 60 - 90 Em uma PASN leve ou moderada, a proporção é diferente. Ex: OD OE 0 – 35 20 - 50 40 - 65 60 - 75 80 - 80 NÃO É NECESSÁRIO PESQUISAR RECRUTAMENTO EM PACIENTE COM PERDA CONDUTIVA. Perda condutiva – segue a mesma proporção Perda coclear – vai nivelando Perda retrococlear – vai aumentando a diferença entre a orelha ruim e a orelha boa, não nivela. MLB OU TESTE DE REGER TESTE DE BALANCEAMENTO MONOAURAL ALTERNADO DA SENSAÇÃO DE INTENSIDADE Compara a audição na mesma orelha, em frequências diferentes onde existe a perda. Utiliza dois tons – bitonal Ex: coloco 1000Hz e 2000Hz. Dou um tom em 1000Hz, um tom em 2000Hz, alternando. Na frequência melhor aumento de 20 em 20 dB; Na frequência pior vai aumentando de 5 em 5dB. Fawler – binaural, monotonal. Riger – bitonal, monoaural. SISI – ÍNDICE DE SENSIBILIDADE A PEQUENOS INCREMENTOS A percepção de pequenos incrementos de intensidade (1dB) NÃO é esperada em indivíduos com audição normal. Já pacientes que recrutam irão perceber esses incrementos. Utilizo um tom contínuo de 20dBNS na frequência examinada (realizado nas frequências de 500 a 4000Hz) e dou incrementos de 1dB. Ex: Limiar de 40dB Coloco um som de 60dB Deixo o som contínuo de 60dB durante 1 minuto, esse som vai pra 61dB e volta pra 60dB, sem parar. Ele faz isso 20 vezes ao longo desse 1 minuto. Se o paciente percebe muito esses incrementos de 1dB, é porque ele recruta. O paciente responde apertando um botão ou levantando a mão. O resultado é anotado em %, para cada reconhecimento correto do incremento de 1dB, é dado o valor de 5%. RESULTADOS • Entre 70 e 100% - alteração coclear; • Entre 0 e 20% - cóclea normal; • Entre 20 e 60% - resultados considerados duvidosos e podem ser encontrados em indivíduos com alterações retrococlear ou mesmo coclear. OBS.: O TESTE ESTÁ LIMITADO A FREQUÊNCIAS EM QUE O LIMIAR É DE PELO MENOS 40DB . O SISI é pouco utilizado por ter pessoas que tem uma audição treinada e percebe esses sons, dando um falso positivo. OS TESTES MAIS UTILIZADOS SÃO FAWLER E RIGER. FAWLER – A PA PRECISA SER ASSIMÉTRICA; SE FORSIMÉTRICA, REALIZA O RIGER. OUTRAS FORMAS DE OBSERVAR RECRUTAMENTO IPRF – paciente com audição normal/perda condutiva tem um bom desempenho no IPRF. Já o paciente com PASN leve/moderado eu não consigo colocar 30/40dBNS. Se o limiar dele é 60 eu não consigo fazer IPRF em 100dB, ele vai ter um desempenho muito baixo. TESTES AUDITIVOS SUPRALIMINARES PARA INVESTIGAÇÃO DA ADAPTAÇÃO PATOLÓGICA Adaptação patológica – diminuição da sensitividade auditiva na presença de um estímulo contínuo. DECAY imitanciometrico é um teste. TDT – TONE DECAY TEST Prova de fadiga auditiva. É feito no audiômetro, não no imitanciometro. Coloco 5dB acima do limiar do paciente. Deixo 1 minuto com um estímulo contínuo e peço para o paciente abaixar a mão quando deixar de ouvir, quando ele abaixar a mão eu dou um incremento de 5dB e ele vai voltar a ouvir. Peço para o paciente ficar com a mão levantada o tempo todo e só abaixar quando deixar de ouvir. Se depois de 1 minuto ele tiver baixado a mão 5 ou 6 vezes significa que eu precisei dar 5, 6 incrementos. Da intensidade que eu comecei para a intensidade que eu acabei, eu aumentei 30dB, isso sugere adaptação patológica. Se ele abaixou 3 vezes eu aumentei 15dB, não sendo sugestivo de adaptação patológica. Anoto a intensidade que comecei e que terminei. • Pode ser feito em perdas uni ou bilaterais; • Qualquer audiômetro; • Tom contínuo; • Qualquer frequência. RESULTADOS 0 a 5dB – normal 10 a 15 dB – leve 20 a 25dB – moderado 30dB ou mais – acentuado. STAT – TESTE DE ADAPTAÇÃO SUPRALIMINAR Utilizo um tom contínuo a 100dBNA em qualquer frequência durante 1 minuto. Enquanto o paciente ouvir, ele permanece com a mão levantada, quando parar de ouvir ele abaixa a mão. Se ele abaixar a mão uma única vez já é positivo para adaptação patológica. Paciente com limiar de até 80dB eu consigo fazer o STAT. CUIDADOS TDT – mascaramento contralateral se necessário; STAT - sempre com mascaramento contralateral. CASOS PARA PESQUISAR ADAPTAÇÃO PATOLÓGICA PA retrococlear Adulto com PASN unilateral – até que se prove o contrário é perda retrococlear. A maioria das PASN são cocleares. Ex.: • VA e VO acoplados; • Grau leve/moderado; • Reflexo estapediano presente com recrutamento; • Não teve reflexo; • Fiz testes de recrutamento e não teve resultado; • IPRF – desproporcional para o grau da perda Faço STAT ou TDT para pesquisar adaptação patológica. PERDA AUDITIVA FUNCIONAL Simulador. Fatores conscientes e inconscientes que levam o sujeito a apresentar esse quadro: • Distúrbios perceptuais e linguísticos; • Falta de motivação; • Dificuldades para entender o teste; • Interesse financeiro PSEUDO-HIPOACUSIA • Dificuldade na obtenção do limiar; • Falta de compreensão das instruções; • Incapacidade de responder adequadamente; • Desejo de esconder a PA • Simulação. DURANTE O EXAME • Inconsistência de respostas; • Lentidão nas respostas; • Respostas falso negativo. COMPORTAMENTO GERAL • Dificuldade exagerada de compreensão da fala; • Esforço exagerado para ouvir; • Mexe constantemente nos fones; • Sinais de agitação e tensão; • Dificuldade na obtenção do SRT; • Discrepância com a média dos limiares tonais; • Repetição da palavra pela metade; • Demora para repetir; IMITANCIOMETRIA Diferença entre o nível do reflexo estapediano e o limiar tonal. INDICADORES DE PA FUNCIONAL • Examinador – virar ou abaixar o rosto retirando o apoio visual durante a conversa; • Pesquisa do RCP; • Ausência de curva sombra; • Teste de Weber – respostas confusas na PA unilateral ou respostas para fronte; • Discrepância entre SRT e média tonal; TESTE DE LOMBARD Solicito ao paciente que ele leia um texto em voz alta com fones em ambas as orelhas com ruído de banda larga e ir aumentando a intensidade do ruído, se o paciente aumentar a voz junto com o ruído provavelmente é um simulador. TESTE DE FEEDBACK ACÚSTICO ATRASADO Gravar o texto que o paciente leu em voz alta e depois solicito que ele leia o mesmo texto ouvindo a própria voz com um segundo de atraso a 60Dbns na pior orelha. Se for um simulador ele apresentará trocas, hesitações e confusões porque o som vai impedi-lo. TESTE DE VOZ ALTERNADA Indicado para perdas uni ou bilaterais assimétricas. Apresentar trechos da mesma história simultaneamente através dos dois canais e ir alternando a história rapidamente de uma orelha para a outra. Depois solicito que o paciente relate a história, se ele relatar algum trecho apresentado na pior orelha ele pode ser um simulador. TESTE DE STENGER • Perda unilateral • Utilizo um tom puro ou palavras; Vou falando as palavras, na orelha normalmente eu coloco 10dBNS, na orelha da perda eu vou aumentando a intensidade de 5 em 5dB. O paciente deve dizer em qual orelha está o som mais forte, se for simulador ele vai dizer que não escuta nada, se não for simulador vai dizer que escuta pela melhor orelha.
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