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DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
prof.luisalberto@gmail.com / www.provasvirtuais.com.br 
 
Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL 
 
INTRODUÇÃO 
 
? CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
1) CONCEITO DE DIREITO PENAL 
 
O Direito Penal é o ramo do Direito Público que trata do estudo das normas que ligam o crime a 
pena, disciplinando as relações jurídicas daí resultantes, ou seja, o Estado proíbe determinadas condutas, 
impondo sanção àqueles que as violam. O “direito de punir” do Estado ou o jus puniendi importa uma 
coerção jurídica particularmente grave, cuja imposição propõe-se a evitar que o autor cometa novas 
violações. 
 
Código Penal: data de 1940 (Decreto-lei 2.848) com uma alteração substancial em 1984 (Lei 7.209) e 
contém a maioria das leis penais, divide-se em parte geral (princípios gerais) e parte especial (enumera os 
crimes). 
 
 
2) Fontes do Direito Penal: a fonte de uma ciência jurídica é a origem que provém algo que juridicamente 
será aplicado no cotidiano de cada um de nós, seja por meio da edição das normas constitucionais ou 
leis, atos administrativos etc. 
No Direito Penal, que tem como origem basicamente no Estado, as fontes de conteúdo do referido ramo 
do direito se dividem em: 
 
2.1) Imediata ou direta: é a lei, em sentido genérico e; 
 
2.2) Mediatas: são os costumes, as jurisprudências, os princípios gerais do direito, os Tratados 
Internacionais etc. 
 
Nessa ótica, as fontes do Direito Penal estão dividas da seguinte maneira: 
Fontes do Direito Penal 
Imediatas ou diretas 
A lei é a única fonte formal imediata ou 
direta do direito penal, pois não há crime e 
nem pena sem prévia disposição legal. 
Mediatas 
Costumes 
Doutrina 
Jurisprudência 
Tratados Internacionais 
 
 
1 O Direito público é o ramo do direito que regula as relações entre Estado e seus agentes e a sociedade, ou 
seja, visa organizar e disciplinar as relações dos poderes públicos entre si, e destes com os particulares como 
membros de uma coletividade, e na defesa do interesse público. Compõe-se de vários sub-ramos, quais sejam 
o direito constitucional, o administrativo, o penal, o previdenciário, o eleitoral, processual civil e processual 
penal, do trabalho, tributário e financeiro etc. 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
prof.luisalberto@gmail.com / www.provasvirtuais.com.br 
 
Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
FCC – OAB – SP – 2005 
 
1) A fonte formal direta no Direito Penal 
 
a) pode ser a lei e a eqüidade, esta somente no tocante à fixação da pena. 
b) pode ser a lei, os costumes e os princípios gerais do direito. 
c) pode ser a lei e a analogia in bonan partem. 
d) é somente a lei. 
 
 
3) PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
 
3.1) Princípio da legalidade: Tanto a Constituição Federal em seu artigo 5o, inciso XXXIX, 
quanto o Código Penal em seu artigo 1o consagram o princípio da legalidade. A doutrina, 
portanto, orienta-se maciçamente no sentido de não haver diferença entre legalidade e reserva 
legal. Já uma parcela menor defende que a legalidade é gênero que compreende duas espécies: 
reserva legal e anterioridade da lei penal. 
 
• 3.1.1) Princípio da anterioridade da lei penal: É necessário que a lei já esteja em 
vigor na data em que o fato é praticado. 
 
• 3.1.2) Princípio da reserva legal: Somente a lei, em seu sentido mais estrito, pode 
definir crimes e cominar penalidades, pois a matéria penal deve ser expressamente 
disciplinada por uma manifestação de vontade do poder legislativo. Veda-se assim o 
uso de decretos, medidas provisórias ou outras formas legislativas para incriminar 
condutas. 
 
O princípio da legalidade possui quatro funções fundamentais, quais são: 
 
a) proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia); 
 
b) proibir a criação de crimes e penas pelos costumes (nullum crimen nulla poena sine lege scripta); 
 
c) proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla 
poena sine lege stricta); 
 
d) proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa) 
 
 
3.2) Princípio do in dubio pro reo: Se persistir dúvida, após a utilização de todas as formas interpretativas, 
a questão deverá ser resolvida da maneira mais favorável ao réu. 
 
 
3.3) Princípio da vedação do bis in idem: Significa que ninguém pode ser condenado duas vezes pelo 
mesmo fato. Além disso, por esse princípio, determinada circunstância não pode ser empregada duas vezes 
em relação ao mesmo crime, quer para agravar, quer para reduzir a pena. Assim, quando alguém comete um 
homicídio por motivo fútil, incide a qualificadora do art. 121, § 2o, II, do Código Penal, mas não pode ser 
aplicada, concomitantemente, a agravante genérica do motivo fútil, prevista no art. 61, II, a. 
 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
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Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
3.4) Princípio da Intervenção Mínima: O Direito Penal mínimo ou princípio da intervenção mínima sugere 
ao ordenamento jurídico penal uma mitigação dos mecanismos punitivos do Estado ao mínimo necessário. 
Assim, a intervenção penal somente se justifica caso não seja suficiente a aplicação de outras regras do 
ordenamento jurídico. 
A sanção penal constitui uma intervenção mais radical do direito penal na liberdade do indivíduo, 
pois apenas as condutas mais graves e perigosas que lesem os bens jurídicos de maior relevância serão 
punidas. O princípio da insignificância preconiza que, não se deve dar importância a toda e qualquer conduta 
lesiva, já que o poder incriminador do Estado se aplica como recurso extremo e nos casos de ofensas 
significativas a bens jurídicos essenciais. Se houver outros procedimentos mais suaves para preservar ou 
restaurar a ordem jurídica, o Direito Penal não está legitimado a intervir. 
 
 
3.5) Princípio da Insignificância (ou da bagatela): em decorrência do princípio da intervenção mínima e 
fragmentariedade foi o reconhecimento do princípio da insignificância, não considerando delitos a lesão ao 
bem jurídico tutelado pela lei penal que é de tal forma irrisória que não justifica a movimentação da máquina 
judiciária. 
O efeito da aplicação do referido princípio, quando se reconhece a irrelevância penal da conduta ou de seu 
resultado, diante da irrelevância do fato para o direito penal, apesar de haver tipicidade formal, a tutela penal é 
afastada porque não há tipicidade material, ou seja, não existe necessidade de ingerência do Direito Penal. 
Tem sido aceito em crimes como furto (de uma bala, p. ex.), sonegação fiscal (de R$ 1,00, p. ex.), 
lesão corporal (uma alfinetada, p. ex.). É evidente que não há como se cogitar da aplicação desse princípio 
em crimes com ele incompatíveis, como ocorre, dentre outros, com o homicídio ou o estupro. 
Segundo entendimento do STJ, uma quantidade mínima de cocaína apreendida, em hipótese 
alguma, pode constituir causa justa para trancamento da ação penal, com base no princípio da 
insignificância. 
 
• Crime de descaminho (Art. 334, 2a parte, do CP) 
 
É matéria pacifica na doutrina e na jurisprudência pátrias aplicação do princípio da insignificância, 
visando o trancamento de ação penal, no delito de descaminho, tipificado na segunda parte do artigo 334 do 
Código Penal, que consiste na introdução de mercadoria no território nacional que não seja proibida, com a 
fraude do pagamento dos tributos devidos. Caso ocorra a introdução de mercadoria proibida estaríamos 
diante do crime de contrabando (art. 265 do CP).3.6) Princípio da Intranscendência 
 
O princípio da intranscedência destaca que a responsabilidade penal é pessoal e intransferível, ou 
seja, a pena não pode ultrapassar a pessoa do agente. Já, a sanção pelo ilícito civil alcança tanto a pessoa do 
agente quanto os indivíduos que a lei civil imputar responsabilidade de indenizar pelo fato ocorrido, pois 
esses ilícitos, assim que cometidos, geram a obrigação civil em relação à responsabilidade de indenizar. A 
leitura do art. 5o, XLV da CF/88 facilita a compreensão do dispositivo. 
 
 
4) CONSEQUÊNCIAS DOS PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL 
 
4.1) Abollitio criminis ou novatio legis (quando deixa de ser crime). Art 2o, caput do CP. Tal fato se 
dá quando lei posterior deixa de considerar como infração penal fato que outrora era assim 
considerado. Isto ocorre, quase sempre, por questões de política criminal. Exemplo: Adultério 
Art. 240, retirado do Código Penal pela lei 11.106/05. 
 
4.2) Novatio legis in melius. Art 2o, parágrafo único do CP. É o caso de lei nova que em algum 
aspecto trás benefícios ao réu. Exemplo: a pena era de 3 a 5 anos de reclusão e passou a ser de 1 
a 3 anos de reclusão. Nesse caso, os efeitos dessa nova lei deverão atingir o réu, pois irão 
beneficiá-lo. 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
prof.luisalberto@gmail.com / www.provasvirtuais.com.br 
 
Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
Obs: Referimo-nos apenas aos efeitos penais, os demais efeitos tais como, administrativos, 
cíveis etc. permanecem. 
 
4.3) Novatio legis in pejus. É o caso de lei nova que trás conseqüências mais severas para o réu ou 
acusado. Face ao princípio da anterioridade da lei penal, tal medida não tem aplicação na esfera 
penal brasileira. 
 
4.4) Novatio legis incriminadora. Por violar expressamente o princípio da legalidade, tal lei só produz 
efeitos após a sua entrada em vigor. 
 
Obs: A única hipótese em que a lei poderá trazer malefícios ao réu, mesmo após o término da 
sua vigência, será no caso do Art 3 odo CP, quando destaca que a lei excepcional ou temporária, 
embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-
se ao fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – STF – 2008 
 
2) Acerca do tratamento dado ao princípio da insignificância e seus consectários pela 
jurisprudência mais recente do STF, julgue os seguintes itens. 
 
Em caso de habeas corpus impetrado perante o STF com a finalidade de ver trancada a ação penal pela 
prática de crime de furto, se o julgador verificar que o crime está prescrito, deverá analisar o pedido de 
aplicação do princípio da insignificância, o qual, por gerar atipicidade da conduta, é mais benéfico ao réu. 
Nesse caso, não cabe, então, falar-se em prejudicialidade do pedido principal pela ocorrência de extinção da 
punibilidade. 
 
 
CESPE/UNB – JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ – TO – 2007 
 
3) Assinale a opção correta no que diz respeito ao entendimento do STJ acerca do princípio 
da insignificância e sua aplicação ao direito penal. 
 
a) O fato de o réu possuir antecedentes criminais impede a aplicação do princípio da insignificância. 
b) O pequeno valor da res furtiva, por si só, autoriza a aplicação do princípio da insignificância. 
c) São sinônimas as expressões “bem de pequeno valor” e “bem de valor insignificante”, sendo a 
conseqüência jurídica, em ambos os casos, a aplicação do princípio da insignificância, que exclui a 
tipicidade penal. 
d) Uma quantidade mínima de cocaína apreendida, em hipótese alguma, pode constituir causa justa para 
trancamento da ação penal, com base no princípio da insignificância. 
 
 
CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – 2008 
 
4) É cabível a aplicação do princípio da insignificância para fins de trancamento de ação penal em 
que se imputa ao acusado a prática de crime de descaminho. 
 
 
CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – 2008 
 
5) Uma vez aplicado o princípio da insignificância, que deve ser analisado conjuntamente com os 
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, a própria tipicidade penal, 
examinada na perspectiva de seu caráter material, é afastada ou excluída. 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
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CESPE/UNB – PROCURADOR FEDERAL – AGU – 2007 
 
6) Em caso de abolitio criminis, a reincidência subsiste, como efeito secundário da infração penal.
 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – SECAD – TO - 2008 
 
7) Acerca dos princípios constitucionais que norteiam o direito penal, julgue os itens abaixo. 
 
Prevê a Constituição Federal que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e 
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Referido dispositivo constitucional 
traduz o princípio da intranscendência. 
 
 
CESPE/UNB – AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS - ES – 2008 
 
8) Acerca do princípio da intranscedência, julgue: 
 
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do 
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do 
valor do patrimônio transferido em virtude da herança. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – SECAD – TO - 2008 
 
9) Considere que um indivíduo seja preso pela prática de determinado crime e, já na fase da 
execução penal, uma nova lei torne mais branda a pena para aquele delito. Nessa situação, o 
indivíduo cumprirá a pena imposta na legislação anterior, em face do princípio da 
irretroatividade da lei penal. 
 
 
CESPE/UNB – FISCAL DE TRIBUTOS – P.M. DO RIO BRANCO – AC - 2007 
 
Positivamente falando, todo direito nasce e morre na Constituição Federal, fundamento que é da validade da 
ordem jurídica, já que as leis não formam um conjunto desordenado de disposições, mas, sim, um sistema 
lógico e hierarquizado, estando todas as normas subordinadas ao texto constitucional. Não é de estranhar, por 
conseguinte, que a Constituição Federal preveja, em um muito extenso artigo (art. 5.º), os princípios penais e 
processuais fundamentais limitadores do jus puniendi. 
Paulo Queiroz. Direito Penal: parte geral. 3.ª ed. São Paulo: 
Saraiva, 2006 (com adaptações). 
 
10) Acerca dos princípios constitucionais do direito penal, julgue os itens a seguir. 
 
O princípio da estrita legalidade ou da reserva legal e o da irretroatividade da lei penal controlam o exercício 
do direito estatal de punir, ao afirmarem que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal. 
 
 
CESPE/UNB – FISCAL DE TRIBUTOS – P.M. DO RIO BRANCO – AC - 2007 
 
11) O princípio da anterioridade, no direito penal, proíbe que uma lei penal seja aplicada a um delito 
cometido menos de um ano após a publicação da norma incriminadora que passou a prever o 
fato como criminoso. 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
prof.luisalberto@gmail.com / www.provasvirtuais.com.br 
 
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(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
 
 
CESPE/UNB – PAPILOSCOPISTA – POLÍCIA CIVIL – SECAD/TO - 2008 
 
12) No que concerne à parte geral do Código Penal, aos princípios processuais penais e à 
efetiva aplicação da legislação especial, julgue os itens a seguir. 
 
O enunciado segundo o qual “nãohá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal” traz insculpidos os princípios da reserva legal ou legalidade e da anterioridade. 
 
 
CESPE/UNB – PAPILOSCOPISTA – POLÍCIA CIVIL – SECAD/TO - 2008 
 
13) Considere a seguinte situação hipotética. 
 
Célio, penalmente imputável, praticou um crime para o qual a lei comina pena de detenção de 6 meses a 2 
anos e multa e, após a sentença penal condenatória recorrível, nova lei foi editada, impondo para a mesma 
conduta a pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. Nessa situação, a nova legislação não poderá ser aplicada 
em decorrência do princípio da irretroatividade da lei mais severa. 
 
 
CESGRANRIO – INVESTIGADOR POLÍCIA CIVIL – RJ – 2006 
 
14) É compatível com o Estado de direito e o princípio da legalidade: 
 
a) proibir edição de normas penais em branco. 
b) criar crimes, fundamentar ou agravar penas através da aplicação de analogia. 
c) criar crimes e penas com base nos costumes. 
d) fazer retroagir a lei penal para agravar as penas de crimes hediondos. 
e) proibir incriminações vagas e indeterminadas. 
 
 
CESPE/UNB - OAB – DF – 2005 
 
15) O abolitio criminis, também chamada de novatio legis, significa que: 
 
a) A lei antiga possui ultra-atividade, desde que mais severa; 
b) A lei nova não retroage, ainda que mais benéfica; 
c) Constitui fato jurídico extintivo da punibilidade; 
d) Não extingue a punibilidade. 
 
 
CESPE/UNB –AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL – SNJ/MJ – 2005 
 
João e Pedro ajustaram entre si a prática de um furto a uma loja de produtos importados que 
julgavam estar abandonada. Segundo o acerto, João entraria na loja, de lá subtrairia um televisor, no valor de 
R$ 3.500,00, e retornaria ao carro em que Pedro, ao volante, o estaria aguardando. 
No dia do crime, 15 de março de 2004, por volta das onze horas da manhã, João, ao ingressar na loja, 
deparou-se com Maria, que lá estava sem que João ou Pedro o soubessem. Antes de subtrair o televisor, 
João, com a intenção de matar Maria e com isso assegurar o proveito da subtração, atacou-a com uma faca e 
produziu ferimentos que acarretaram, posteriormente, a retirada de um de seus rins. Maria, no momento da 
investida de João, resistiu e atingiu-o com um forte soco, que provocou a fratura de um dos ossos do rosto de 
João. 
Impossibilitado de prosseguir no ataque a Maria, em razão da intensa dor que sentiu no rosto, João 
fugiu e levou consigo o televisor para o carro em que Pedro o aguardava. 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
prof.luisalberto@gmail.com / www.provasvirtuais.com.br 
 
Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
Maria, empregada da loja, mesmo ferida pela faca utilizada por João, telefonou para a polícia, que, 
imediatamente, de posse da descrição de João e do carro utilizado na fuga, pôs-se a procurá-lo nas 
redondezas. 
No final da tarde, a polícia efetuou a prisão de João e de Pedro, que já tinham vendido a Carlos, sabedor 
da origem criminosa, o televisor subtraído da loja. 
 
16) A respeito da situação hipotética acima, julgue o item a seguir. 
 
Caso se considere que, em março de 2005, tenha entrado em vigor uma lei que tornou atípica a conduta de 
furtar bens de valor inferior a R$ 5.000,00, João e Pedro não seriam beneficiados, uma vez que, ao tempo da 
ação, o fato realizado constituía crime. 
 
 
FCC – TÉCNICO ADM – MPU – 2007 
 
17) Dispõe o artigo 1o do Código Penal: "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há 
pena sem prévia cominação legal". Tal dispositivo legal consagra o princípio da 
 
a) ampla defesa. 
b) legalidade. 
c) presunção de inocência. 
d) dignidade. 
e) isonomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
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Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
TÍTULO I 
 
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
5) A LEI PENAL NO TEMPO. 
 
Tempo do crime. 
 
O art. 4º do Código Penal afirma: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou da 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. 
 
Nosso Código Penal adotou a Teoria da Atividade, considerando a prática do delito no momento da 
ação ou da omissão, e não a ocorrência do resultado, ou seja, não se leva em conta o momento da 
consumação. 
 
OBS: Ao analisar a questão da maioridade penal, lembre-se de que o momento do crime é o da ação ou 
omissão, não o momento em que o resultado ocorre. 
 
Ex1: Se no dia 30 de novembro alguém coloca uma bomba em um navio, e esta vem a explodir no dia 
3 de dezembro, matando os passageiros, tem-se por ocorrido o crime na data em que se colocou a bomba. 
 
Ex2: Se Lucas, com 17 anos de idade, 11 meses e 29 dias atira em Beto e este vem a falecer após 10 
dias, consumou-se o crime de homicídio. Porém, Lucas não poderá ser punido conforme as regras do art. 4o 
do CP, ou seja, no momento da ação ele era menor de idade. Com isso, sua responsabilidade será fixada nos 
termos do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), e não do Código Penal. 
 
Ex3: Pablo efetua disparo de arma de fogo contra Júlio, que possui 13 anos, 11 meses e 29 dias e este 
vem a falecer depois de já haver completado 14 anos. Lembramos que, no homicídio doloso, a pena será 
majorada de 1/3 se a vítima for menor de 14 anos. Sendo assim, conforme a teoria da atividade será aplicável 
o aumento da pena para Pablo, pois no momento da ação a vítima tinha menos de 14 anos. 
 
 
6) RETROATIVIDADE E ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL. 
 
A função da lei é estabelecer conseqüências jurídicas para a ocorrência de determinados fatos. Se o 
Código Penal afirma, por exemplo: quem matar alguém sofrerá reclusão, de seis a vinte anos, isso significa 
que, ocorrendo um homicídio (fato), seu autor estará sujeito à pena ali fixada. Isso dá ao Estado o poder de 
privá-lo de sua liberdade por 6 a 20 anos logo após a sentença transitada em julgado. 
 
Normalmente a lei passa a poder produzir seus efeitos somente em relação aos fatos que tenham lugar 
após sua vigência. Mas é possível que uma lei venha a estabelecer conseqüências jurídicas para fatos 
pretéritos — isso se chama retroação (de retroagir). 
 
Também é possível que uma lei, mesmo não tendo mais vigência (revogação), venha a determinar as 
conseqüências de um fato ocorrido após deixar de vigorar. Dá-se a tal procedimento o nome de ultra-ação. 
 
A Constituição Federal estabelece que as leis penais só podem retroagir para benefício do réu, 
atingindo, nesse caso, até mesmo a coisa julgada (CF, art. 5º., XL). 
 
A lei penal nova pode beneficiar o réu de duas formas: 
 
a) fazendo com que o fato deixe de ser criminoso (abolitio criminis) ou; 
 
b) reduzindo a pena prevista para a prática do delito. 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
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Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
 
Na primeira hipótese — o fato deixa de ser criminoso — nem inquérito policial poderá haver. Se 
houver inquérito, será arquivado. Se o processo está em curso, o réu será imediatamente absolvido (por 
extinção da punibilidade). Se houver condenação, a execução da pena será obstada. E se estiver o condenado 
cumprindo pena, esta será imediatamente extinta. 
 
Se a lei nova traz alguns benefícios ao réu, mas também reduz algumas vantagens, caberá ao juiz 
escolher qual delas é, no seu conjunto, mais benéfica, não podendo combinar elementos de uma ou de outra. 
Isso porque não cabe ao juiz criar uma lei nova, mas apenas determinar qual é a lei que está em vigor. 
 
 
IMPORTANTE!!! 
O que acontece naprática de um crime (permanente ou continuado) sob a vigência de uma lei, vindo 
a se prolongar até a entrada em vigor de outra lei? 
Crime Permanente (Ex seqüestro) – aplica-se a última lei, mesmo que seja mais severa. 
Crime Continuado (Ex: furto dos quartos de um hotel) – aplica-se a nova lei apenas aos atos praticados sob 
a sua vigência. 
 
ULTRA AÇÃO 
 
Ocorre ultra ação da lei penal quando a lei nova cria uma modalidade criminosa que não existia na 
lei anterior ou aumenta a pena prevista para o delito. Nesse caso, a lei anterior, embora revogada, continua a 
ser utilizada para o julgamento dos fatos que tenham ocorrido durante a sua vigência. 
 
Exemplo: Se um fato ocorrer na vigência de lei mais benéfica, mas descoberta e iniciada a ação penal muito 
tempo depois, já com lei mais rigorosa, qual lei se aplica? 
 
Aplica-se a lei mais benéfica vigente à época do fato. Isto porque, o magistrado não pode aplicar 
uma lei mais gravosa que não vigia ao tempo da infração cometida, porque implicaria prejuízo ao agente e 
afronta ao art. 5º XL da CF, o qual preceitua que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Trata-
se, portanto, da ultra-atividade da lei penal. Isto significa que a lei anterior mais benéfica, revogada por lei 
posterior mais gravosa, deverá ser aplicada aos fatos pretéritos cometidos sob a sua vigência, a fim de 
beneficiar o agente. 
 
 
7) LEI EXCEPCIONAL E TEMPORÁRIA. 
 
Diz o art. 3º do CP que “A lei excepcional ou temporária, embora tenha decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua 
vigência”. 
 
As leis excepcionais, cuja vigência depende da ocorrência ou duração de um determinado fato, são 
editadas para atender a circunstâncias incomuns, tais como, guerra, calamidade etc. Exigem, por vezes, um 
maior endurecimento do sistema penal. Dessa forma, os fatos ocorridos durante o período de 
excepcionalidade são, em si mesmos, considerados mais graves. 
 
A lei temporária, que surge já com prazo de validade fixado, traz em seu texto a data de cessação de 
sua vigência. São consideradas leis ultra-ativas, pois regulam atos praticados durante sua vigência, mesmo 
após a revogação. 
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8) A LEI PENAL NO ESPAÇO. 
 
• Lugar do crime (art. 6°) 
 
 “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em 
parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. 
 
O nosso Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade, abrangendo a atividade (prática da ação ou 
omissão) e o resultado. Assim, o lugar do crime é tanto o da conduta quanto do resultado. 
 
Exemplo: Se alguém é seqüestrado em Recife, levado para Olinda e morto em Jaboatão, todos esses 
locais serão considerados lugares do crime. 
 
Da mesma forma, se alguém, situado no Paraguai, atira contra um brasileiro, que vem a falecer em 
nosso território, o crime ocorreu nos dois países, podendo, inclusive, ser julgado no Brasil. 
 
OBS: O Código do Processo Penal, ao contrário, adotou como regra para fixação da competência a que se 
estabelece ser competente o foro (a comarca) no qual o crime se consumou (art. 70). Logo, adotou a Teoria 
do Resultado. 
 
 
9) TERRITORIALIDADE 
 
Nosso código adotou o Princípio da Territorialidade Temperada. A lei nacional se aplica 
aos fatos praticados em seu território, mas, excepcionalmente, permite-se a aplicação da lei 
estrangeira, quando assim estabelecer algum tratado ou convenção internacional. Art. 5°: “Aplica-se a 
lei brasileira, sem prejuízo, de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime 
cometido no território nacional”. 
 
 
10) EXTRATERRITORIALIDADE 
 
Princípio da extraterritorialidade: É a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos criminosos 
ocorridos no exterior. A extraterritorialidade pode ser incondicionada ou condicionada. 
 
• A incondicionada é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos ocorridos no 
estrangeiro, sem que, para tanto, seja necessário o concurso de qualquer condição nos termos do 
artigo 7o inciso I do CP. 
 
• A condicionada encontra-se prevista no artigo 7o inciso II do CP quando o crime, por tratado ou 
convenção, o Brasil se obrigou a reprimir ou quando o crime for praticado por brasileiro ou 
praticados a bordo de aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. As condições para aplicação da lei penal 
brasileira nesses casos são as previstas no parágrafo 2o do artigo 7o inciso II do CP. 
 
O art. 7°, traça as seguintes regras referentes à aplicação de lei nacional a fatos ocorridos no 
exterior: 
 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
 
I - os crimes. 
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a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; 
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de 
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída 
pelo Poder Público; 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; 
 
II - os crimes: 
 
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; 
b) praticados por brasileiro; 
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, 
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 
 
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou 
condenado no estrangeiro. 
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes 
condições: 
 
a) entrar o agente no território nacional; 
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; 
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a 
punibilidade, segundo a lei mais favorável. 
 
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora 
do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: 
 
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; 
b) houve requisição do Ministro da Justiça. 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – 2008 
 
18) Com relação ao tempo do crime, o CP adotou a teoria da atividade, pela qual se considera praticado o 
crime no momento da ação ou da omissão, exceto se outro for o momento do resultado. 
 
 
CESPE/UNB – ADVOGADO – SGA – AC - 2008 
 
19) Considere a seguinte situação hipotética. Fernando, com intenção de matar, desferiu dois disparos de 
arma de fogo contra George, seu desafeto que foi hospitalizado e, após um mês, em razão das lesões 
sofridas em decorrência da conduta de Fernando, faleceu. Nessa situação, considera-se praticado o crime 
de homicídio no dia em que a vítima faleceu. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – SECAD/TO - 2008 
 
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20) Na hipótesede o agente iniciar a prática de um crime permanente sob a vigência de uma lei, vindo o 
delito a se prolongar no tempo até a entrada em vigor de nova legislação, aplica-se a última lei, mesmo 
que seja a mais severa. 
 
 
CESPE/UNB – 136o EXAME – OAB – SP - 2008 
 
21) Ainda de acordo com o que dispõe o CP, assinale a opção correta. 
 
a) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela 
a execução e os efeitos penais e civis da sentença condenatória. 
b) Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem 
como onde se produziu o resultado, sendo irrelevante o local onde deveria produzir-se o resultado. 
c) A lei excepcional ou temporária, embora tenha decorrido o período de sua duração ou cessadas as 
circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência. 
d) Considera-se praticado o crime no momento da produção do resultado. 
 
 
CESPE/UNB – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – SGA – AC – 2008 
 
Em cada um dos itens abaixo, é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser 
julgada, a respeito da lei penal no tempo e no espaço. 
 
22) No dia 21 de outubro de 2003, Amanda praticou crime de adultério, vindo a ser condenada 
definitivamente, no dia 3 de dezembro de 2003, à pena de 30 dias de detenção. Posteriormente, no ano 
de 2005, sobreveio uma lei que deixou de considerar o adultério como crime. Nessa situação, como 
Amanda já havia sido condenada por sentença condenatória transitada em julgado, sua situação jurídico-
penal não será alterada, de forma que, se vier a praticar novo crime, será considerada reincidente. 
 
CESPE/UNB – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – SGA – AC - 2008 
 
23) Em 10 de outubro de 2007, Caio desferiu cinco disparos de arma de fogo em direção a Túlio, com 
intenção de matar. Túlio entrou em coma e veio a falecer no dia 10 de janeiro de 2008. Nessa situação, 
considera-se tempo do crime o dia 10 de outubro de 2007. 
 
 
CESPE/UNB – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – SGA – AC - 2008 
 
24) Petrônio ofendeu a integridade física de Régis, causando-lhe lesões corporais, em crime praticado a 
bordo de aeronave norte-americana de propriedade privada que estava em vôo no espaço aéreo 
brasileiro. Nessa situação, não se aplica a lei penal brasileira, mas, sim, a norte-americana. 
 
 
CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXEC. DE MANDADOS – TJDF - 2008 
 
Considerando a aplicação da lei penal no tempo e no espaço, à luz do Código Penal, julgue os itens a 
seguir. 
 
Considere a seguinte situação hipotética. 
 
25) Entrou em vigor, no dia 1.º/1/2008, lei temporária que vigoraria até o dia 1.º/2/2008, na qual se 
preceituou que o aborto, em qualquer de suas modalidades, nesse período, não seria crime. Nessa 
situação, se Kátia praticou aborto voluntário no dia 20/1/2008, mas somente veio a ser denunciada no 
dia 3/2/2008, não se aplica a lei temporária, mas sim a lei em vigor ao tempo da denúncia. 
 
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CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – EXEC. DE MANDADOS – TJDF - 2008 
 
26) Aplica-se a lei penal brasileira ao crime praticado a bordo de aeronave estrangeira de propriedade 
privada, em vôo no espaço aéreo brasileiro. 
 
 
CESPE/UNB - AUDITOR FISCAL DO TESOURO MUNICIPAL – PMV - 2007 
 
27) No que concerne à aplicação da lei penal no tempo, é correto afirmar que o costume representado pela 
reiterada tolerância da sociedade e até pelo poder público a determinadas situações é causa excludente 
da ilicitude da conduta, podendo o direito consuetudinário revogar, tacitamente, a lei penal. 
 
 
CESPE/UNB – DEFENSOR PÚBLICO SUBSTITUTO – DPG – CE - 2008 
 
28) Considere a seguinte situação hipotética. 
 
Peter, de nacionalidade norte-americana, desferiu cinco tiros em direção a John, também norte-americano, 
matando-o. O crime aconteceu no interior de uma embarcação estrangeira de propriedade privada em mar 
territorial do Brasil. Nessa situação, não se aplica a lei brasileira ao crime praticado por Peter. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – MJ/DPF - 2002 
 
Em cada um dos itens subseqüentes, é apresentada uma situação hipotética relativa à aplicação da lei 
penal no espaço, seguida de uma assertiva a ser julgada. 
 
29) Em águas territoriais do Brasil, a bordo de um navio mercante que ostentava a bandeira da Argentina, 
um brasileiro praticou um homicídio contra um argentino, ambos tripulantes da embarcação. Nessa 
situação, aplicar-se-á a lei penal argentina. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – MJ/DPF - 2002 
 
30) Em alto-mar, a bordo de uma embarcação de recreio que ostentava a bandeira do Brasil, Júlio praticou 
um crime de latrocínio contra Lauro. Nessa situação, aplicar-se-á a lei penal brasileira. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – MJ/DPF - 2002 
 
31) Um navio mercante que ostentava a bandeira do Brasil naufragou em alto-mar. Sobre os destroços da 
embarcação, Leonardo ceifou a vida de Bento. Nessa situação, aplicar-se-á a legislação do primeiro país 
em que Leonardo descer à terra após o homicídio (prevenção). 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – MJ/DPF - 2002 
 
32) Whesley, cônsul honorário no Brasil do país BBB, exasperou-se com a secretária no consulado daquela 
República por causa de um ex-namorado dela, tendo-a constrangido, mediante violência, a manter com 
ele conjunção carnal e cópula anal. Nessa situação, pelo fato de o autor dos eventos ser funcionário 
consular, aplicar-se-á a lei do país BBB. 
 
 
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CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL – MJ/DPF - 2002 
 
33) Augusto, diplomata em serviço na embaixada do Brasil no país CCC, exigiu de alguns fornecedores 
estrangeiros a importância de US$ 1.200 para agilizar o pagamento de serviços prestados e de 
mercadorias adquiridas pela embaixada. Nessa situação, Augusto ficará sujeito à lei penal brasileira.
 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL (NACIONAL) – DPF – 2004 
 
34) No dia 1.º/3/1984, Jorge foi preso em flagrante por ter vendido lança-perfume (cloreto de etila), 
substância considerada entorpecente por portaria do Ministério da Saúde de 27/1/1983. Todavia, no dia 
4/4/1984, houve publicação de nova portaria daquele Ministério excluindo o cloreto de etila do rol de 
substâncias entorpecentes. Posteriormente, em 13/3/1985, foi publicada outra portaria do Ministério da 
Saúde, incluindo novamente a referida substância naquela lista. Nessa situação, de acordo com o 
entendimento do STF, ocorreu a chamada abolitio criminis, e Jorge, em 4/4/1984, deveria ter sido posto 
em liberdade, não havendo retroação da portaria de 13/3/1985, em face do princípio da irretroatividade 
da lei penal mais severa. 
 
 
CESPE/UNB – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL (NACIONAL) – DPF – 2004 
 
35) Célio praticou crime punido com pena de reclusão de 2 a 8 anos, sendo condenado a 6 anos e 5 
meses de reclusão em regime inicialmente semi-aberto. Apelou da sentença penal condenatória, 
para ver sua pena diminuída. Pendente o recurso, entrou em vigor lei que reduziu a pena do 
crime praticado por Célio para reclusão de 1 a 4 anos. Nessa situação, Célio não será beneficiado 
com a redução da pena, em face do princípio da irretroatividade da lei penal previsto 
constitucionalmente. 
 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL– DPF – 2002 
 
36) Adauta foi denunciada pelo MP pela práticado crime de tráfico ilícito de entorpecente, em razão 
de ter sido presa em flagrante, no dia 18/6/2000, trazendo consigo, para fins de difusão ilícita, 
setecentos frascos da substância entorpecente denominada cloreto de etila, vulgarmente 
conhecida como lança-perfume, proibida em todo o território nacional pela Portaria n.º 344, de 
12/5/1998, da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (SVS/MS), alterada pela 
Resolução n.º 480, de 23/9/1999, da ANVISA. A Resolução RDC n.º 104, publicada no DOU de 
7/12/2000, excluiu o cloreto de etila da lista das substâncias psicotrópicas de uso proscrito no 
Brasil (lista F2 da Portaria SVS/MS n.º 344/1998) para incluí-la na lista D2 (insumos químicos 
utilizados como precursores da fabricação e síntese de entorpecentes). Posteriormente, em 
15/12/2000, foi republicada a Resolução RDC n.º 104, com a inclusão do cloreto de etila na lista 
de substâncias de uso proscrito (lista B1). Nessa situação, em relação a Adauta, verificou-se a 
abolitio criminis, que é causa de extinção da punibilidade. 
 
 
IPAD - PERITO CRIMINAL – POLÍCIA CIVIL – PE – 2006 
 
37) Considera-se tempo do crime: 
 
a) o momento da conduta criminosa. 
b) o momento da produção do resultado. 
c) depende do crime - para alguns crimes considera-se o tempo da ação, para outros, o tempo do resultado. 
d) o momento do fim do resultado. 
e) ambos os momentos: o da ação e o do resultado. 
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CESPE/UNB – AGENTE CARCERÁRIO – PCRR – 2003 
 
38) Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva 
a ser julgada. 
 
Bento praticou o crime de receptação, cuja pena é de reclusão de um a quatro anos. Posteriormente, por 
ocasião de seu julgamento, passou a viger lei que, regulando o mesmo fato, impôs pena de um a cinco anos. 
Nessa situação, a lei posterior será aplicada em face do princípio da retroatividade de lei mais severa. 
 
 
FCC - ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – TRE/PB - 2007 
 
39) A respeito da Lei penal no tempo e no espaço considere: 
 
I. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude 
dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
II. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
III. Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações 
brasileiras de natureza pública, privada ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se 
encontrem. 
IV. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra o patrimônio ou a 
fé pública de autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público. 
 
De acordo com o Código Penal brasileiro, está correto o que consta APENAS em: 
 
a) II, III e IV.  
b) I, II e III.  
c) I, II e IV.      
d) III e IV.  
e) I e II.   
 
 
CESPE/UNB – ESCRIVÃO POLÍCIAL FEDERAL– DPF – 2002 
 
40) O Brasil não possui legislação específica que puna atos terroristas como crime; em 
conseqüência, se for promulgada lei nova que trate do assunto, ela não poderá, em nenhuma 
hipótese, aplicar-se a atos de terrorismo praticados anteriormente à sua entrada em vigor, devido 
ao princípio da irretroatividade da lei penal. 
 
 
CESPE/UNB – AGENTE CARCERÁRIO – PCRR – 2003 
 
41) Tales estava sendo processado por ter estabelecido jogo de azar em uma praça de sua cidade. 
Posteriormente, surgiu uma lei que deixou de considerar o fato como infração penal. Nessa 
situação, o processo deve ser encerrado em virtude da abolitio criminis. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL– DPF – 2002 
 
Considere a seguinte situação hipotética. 
 
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42) Instaurou-se inquérito policial contra Jorge, sendo ele indiciado pela prática de crime contra a 
flora (art. 46, parágrafo único, da Lei n.º 9.605, de 12/2/1998), por haver sido flagrado, em 
23/9/1997, transportando uma partida de toras de madeira com uma autorização de transporte de 
produto florestal inválida. Por ocasião da infração penal, estava em vigor a Lei n.º 4.771/1965, 
que previa como mera contravenção penal o transporte de madeira sem licença válida. Nessa 
situação, em face do princípio da irretroatividade da lei penal mais gravosa, a Lei n.º 9.605/1998 
não poderá ser aplicada. 
 
 
CESPE/ UNB - OAB – DF – 2005 
 
43) O Código Penal Brasileiro adotou: 
 
a) A teoria do resultado, em relação ao tempo do crime e, a teoria da ubiqüidade, em relação ao lugar do 
crime; 
b) A teoria da atividade, em relação ao tempo do crime e, a teoria da ubiqüidade, em relação ao lugar do 
crime; 
c) A teoria da atividade, em relação ao tempo do crime e, a teoria do resultado, em relação ao lugar do 
crime; 
d) A teoria do resultado, em relação ao tempo do crime, e a teoria da atividade, em relação ao lugar do 
crime. 
 
 
VUNESP – 1290 OAB – SP – 2006 
 
44) Segundo a teoria da atividade, considera-se tempo do crime 
 
a) o momento da conduta. 
b) o momento da consumação do crime. 
c) o momento em que se realiza o efeito da ação ou omissão. 
d) o momento da conduta ou o momento do resultado. 
 
 
ESAF – ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CORREIÇÃO – CGU – 2006 
 
45) A lei penal aplica-se retroativamente quando: 
 
a) a contravenção penal torna-se crime. 
b) o crime torna-se contravenção penal. 
c) a pena de detenção torna-se de reclusão. 
d) a pena de multa torna-se de detenção. 
e) ocorrer a prescrição da pretensão punitiva. 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL (REGIONAL) – DPF – 2004 
 
46) Um cidadão sueco tentou matar o presidente do Brasil, que se encontrava em visita oficial à 
Suécia. Nessa hipótese, o crime praticado não ficará sujeito à lei brasileira. 
 
 
I EXAME OAB – DF – 2006 
 
47) A ocorrência da abolitio criminis possibilita ao réu: 
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a) ver cessada a execução e os efeitos penais da sentença condenatória; 
b) ver cessada a execução e os efeitos civis da sentença condenatória; 
c) eximir-se da obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
d) livrar-se do confisco 
 
 
FCC – TÉCNICO ADM – MPU – 2007 
 
48) Em matéria penal, a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos 
fatos anteriores, 
 
a) desde que o representante do Ministério Público não tenha apresentado a denúncia. 
b) desde que a autoridade policial ainda não tenha instaurado inquérito policial a respeito. 
c) ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
d) desde que ainda não tenha sido recebida a denúncia apresentada pelo Ministério Público. 
e) desde que a sentença condenatória ainda não tenha transitado em julgado. 
 
 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL (NACIONAL) – DPF – 2004 
 
49) Laura, funcionária pública a serviço do Brasil na Inglaterra, cometeu, naquele país, crime de 
peculato. Nessa situação, o crime praticado por Laura ficará sujeito à lei brasileira, em face do 
princípio da extraterritorialidade. 
 
 
11) CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL 
 
 
11.1) Norma Penal Incriminadora – (lei penal em sentido estrito) é a que define os tipos penais e comina 
asrespectivas sanções; ou seja, descreve a conduta proibida. 
 
Exemplo1: Art 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. 
 
Exemplo2: Art. 121. Matar alguém. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 20 (vinte) anos. 
 
11.2) Norma Penal Não Incriminadora – (lei penal em sentido amplo) podem ser: 
 
• Explicativas ou Complementares – São aquelas que tornam claras questões penais ou explicam o 
conteúdo de outras normas. Ex: Art 327, CP. “Considera-se funcionário público, para os efeitos 
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública.” 
 
• Permissivas – são as que não consideram como ilícitos ou isentam de pena o autor de fatos que, em 
tese, são típicos. Ex: Art 24 do Código Penal (estado de necessidade). 
 
11.3) Norma Penal em Branco – são aquelas normas de conteúdo incompleto, que exigem complementação 
por outra norma jurídica para que possam ser aplicadas ao caso concreto. Não é possível a aplicação dessa lei 
sem que se consulte outro dispositivo legal (decreto, lei etc.). São exemplos: 
 
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a) o art. 268; 269 (omissão de notificação de doença pelo médico): uma outra lei, ou regulamento é que 
dirá quais as doenças de notificação compulsória; 
 
b) o art. 237 do CP dispõe que "Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe 
cause a nulidade absoluta". Os impedimentos que geram a nulidade absoluta estão dispostos no art. 
1521 do Novo Código Civil; 
 
c) o art 28 da Lei 11.343/06 que concerne a seguinte redação: "Quem adquirir, guardar, tiver em 
depósito, transportar ou trazer consigo sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar será submetido às seguintes penas:[...]". E assim dispõe o Parágrafo único do art 1º. da 
mesma lei: "Para fins desta lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de 
causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente 
pelo Poder Executivo da União." Portanto, percebemos que para saber se a substância é ou não 
considerada entorpecente, devemos consultar “listas” elaboradas pelo Poder Executivo. 
 
CESPE/UNB – DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO – PC - ES - 2006 
 
50) O delito de tráfico ilícito de entorpecentes refere-se a norma penal em branco estando seu 
complemento contido em norma de outra instância legislativa. Nos crimes tipificados na lei 
antitóxicos, a complementação está expressa em Portaria do Ministério da Saúde. 
 
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12) CONFLITOS DE NORMAS 
 
Para impedir que incida de duas ou mais disposições penais regularem o mesmo fato, ou melhor, 
com a intenção de se solucionarem diversas dúvidas a respeito de qual tipo penal, X ou Y, a ser imposto face 
a um caso concreto, é que se instituíram os "princípios para solução de conflitos aparentes de normas". Esse 
princípio subdivide-se em: 
 
 
12.1) PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE 
 
Quando, no caso concreto, percebe-se um aparente conflito de duas ou mais normas penais 
aplicáveis para a mesma situação, uma delas poderá ser considerada especial em relação à outra, conforme o 
princípio da especialidade ou da especificidade, ou seja, a norma que regesse uma conduta de maneira mais 
específica passaria a ser aplicada em detrimento da norma de caráter geral. 
 
Ex1: O crime de contrabando (art. 334 do CP) é absorvido pelo delito de tráfico de drogas Lei 11343/ 2006 
com a aplicação do princípio da especialidade. 
 
Ex2: O crime de infanticídio é caracterizado como: "matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio 
filho, durante o parto ou logo após" (art. 123). Trata-se de uma forma de homicídio, afinal, essa mãe realiza a 
conduta "matar alguém", tipificação do delito de homicídio (art. 121). Pelo princípio da especialidade, 
aplica-se a esta mulher a pena correspondente ao crime de infanticídio em detrimento à pena de homicídio, 
por ser este o tipo que de forma mais específica prevê a conduta em tela. 
 
Em destaque, recordamos que o princípio da especialidade afasta o bis in idem, ou seja, impede que 
uma pessoa seja punida duplamente em face de um mesmo delito já que há a incidência de dois tipos penais 
a uma mesma conduta. No caso acima, por exemplo, a mulher não iria responder pelos crimes de homicídio e 
infanticídio. 
 
As qualificadoras dos crimes ou às causas de privilégio são consideradas disposições especiais em 
relação aos tipos fundamentais, geralmente descritos nos caputs dos dispositivos. Sendo assim, considera-se 
norma especial aquela que possui elementos da norma geral mais alguns. 
 
Ex3: A lesão corporal de natureza grave (art. 129, § 1.º, CP) é considerada norma especial em relação ao tipo 
penal básico descrito no caput do mesmo artigo (lesão corporal de natureza leve). 
 
 
12.2) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE 
 
Quando uma conduta criminosa se enquadrar em mais de um dispositivo legal e ao analisar esses 
conteúdos normativos percebe-se que um deles é subsidiário ao outro, aplica-se a norma principal em 
detrimento da subsidiária. 
Em breve síntese, esse princípio estabelece que o todo predomine sobre a parte, ou seja, aplica-se a 
norma primária (mais abrangente) em face a norma subsidiária (menos abrangente). Logo, concluímos que a 
norma subsidiária possui caráter residual, ou seja, será utilizada, apenas, quando a primária não puder ser 
aplicada. 
 A norma subsidiária descreve um grau de menor violação de um bem jurídico, ou seja, a pena do tipo 
principal sempre é mais grave que a do tipo subsidiário. 
 
Exemplo: Quando não se consegue caracterizar o crime de estupro, art. 213 – “Constranger mulher à 
conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.”-, o 
interprete tenta encaixar o fato a norma subsidiária, isto é, tipifica-se o como o constrangimento Ilegal, art. 
146 – “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por 
qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não 
manda: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.”- . 
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12.3) PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO 
 
Quando uma ou mais infrações penais figuram unicamente como meios ou fases necessárias para a 
consecução do crime-fim, aplica-se o princípio da consunção, ou seja, nesse caso só terá sentido a inquirição 
do "crime mais grave". 
 
Ex1: Lesão corporal que resulta morte é absorvida pela tipificação do homicídio. 
 
Ex2: Aplicamos o princípio da consunção se João, com o intuito de furtar bens de uma residência, escala o 
muro que a cerca e, utilizando-se de chave falsa, abre-lhe a porta e penetra no seu interior, subtraindo-lhe os 
bens e fugindo logo em seguida. Neste caso, o furto qualificado pela escalada e pelo emprego de chave falsa 
(art. 155, § 4º, II, 3ª figura, e III, do Código Penal) absorve o crime de violação de domicílio qualificada (art. 
150, § 1º, 1ª figura, do Código Penal), que lhe serviu de meio ou fase executória necessária. 
 
 
12.4) PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE 
 
Sendo admitido por alguns doutrinadores e criticado por outros, o princípio da alternatividade visa à 
solução de conflitos surgidos em face de crimes de ação múltipla, que são aqueles em que a norma 
incriminadora descreve várias formasde execução no próprio dispositivo legal. 
Temos como exemplo de crime de ação múltipla os seguintes crimes: 
 
a) Receptação. "Art. 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou 
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba 
ou oculte." 
 
b) Participação em suicídio "Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio 
para que o faça: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, 
de 1 (um) a 3 (três), se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.” 
 
A despeito das várias modalidades de condutas praticadas nos crimes acima transcrito, é 
imprescindível que exista nexo de causalidade entre elas e que sejam praticadas no mesmo contexto fático. 
Nesse caso, o agente será punido apenas por uma das modalidades descritas no tipo. Caso contrário, 
haverá tantos crimes quantas forem às condutas praticadas. 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
CESPE/UNB - I EXAME OAB – DF – 2006 
 
51) No conflito aparente de normas, quando se evidencia a ocorrência de um crime-meio para a 
caracterização de um crime-fim, a questão vem solucionada pelo: 
 
a) princípio da subsidiariedade fática; 
b) princípio da consunção; 
c) princípio da especialidade; 
d) princípio da alternatividade. 
 
 
CESPE/UNB - OAB – DF – 2005 
 
52) O conflito aparente de normas penais é resolvido: 
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a) Pelos princípios da especialidade, da subsidiariedade e da consunção, alguns autores incluindo 
também o princípio da alternatividade; 
b) Pelos princípios da especialidade e da consunção, não dizendo respeito à questão o princípio da 
subsidiariedade, que é relativo à ação penal; 
c) Exclusivamente pelo princípio da especialidade; 
d) Pelos princípios da especialidade e da subsidiariedade. 
 
 
13) INFRAÇÕES PENAIS 
 
 
Diz-se que Infração Penal é o gênero do qual crime e contravenção seriam espécies. Cumpre frisar 
que não há diferenças significativas ou substancias entre ambos, sendo diferenciados apenas por questões de 
política criminal, podendo algo que hoje seja contravenção amanhã ser elevado a categoria de crime e vice-
versa. 
Ex: Até 1997 a conduta de portar uma arma ilegalmente caracterizava a contravenção, porém, com a 
vinda da Lei 9.437/97, a mesma conduta passou a ser apreciada como crime/delito. 
 
 A lei de introdução ao código penal e a Lei de Contravenções Penais (Dec-Lei 3914/41) diferenciou 
os dois tipos de infração penal em seu art 1o “ Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena 
de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer cumulativamente com a pena de multa; contravenção 
penal, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, 
alternativa ou cumulativamente.” Um exemplo de contravenção seria o jogo do bicho que é previsto na Lei 
de Contravenções (Decreto-Lei no 3688/41) em seu artigo 58. 
 
Concluímos então que os crimes possuem condutas mais graves, logo a eles são imputadas penas 
mais rígidas (reclusão ou detenção e/ou multa). Já as contravenções, por serem condutas menos graves, são 
punidas com penas menos rígidas (prisão simples e/ou multa). 
 
 
Curiosidades !!! 
 
A diferença entre as penas de reclusão e de detenção é puramente formal: no primeiro o 
cumprimento da pena se dá nos três regimes existentes (fechado, semi-aberto e aberto) e no segundo o 
cumprimento da pena se dá apenas nos regimes semi-aberto e aberto. Ressalvando que, de acordo com o art. 
33 do CP e 118 da lei 7210/84 (LEP) em caso de regressão (imposição de agravante em face do cometimento 
de falta grave), o condenado a pena de detenção pode vir a cumpri-la em regime fechado. 
A conceituação de prisão simples está disposta no art. 6º da Lei das Contravenções Penais e diz o 
seguinte “a pena de prisão simples deve ser cumprida sem o rigor penitenciário, em estabelecimento especial 
ou seção especial de prisão comum, em regime semi- aberto ou aberto”. Ressaltando que a pena de prisão 
simples pode ser substituída por penas restritivas de direitos, desde que satisfeitos os requisitos do art. 44 do 
CP, sendo que durante a execução pode ocorrer a sua conversão em prisão simples, nos termos do art. 180 da 
lei 7210/84 (LEP). 
 
 
 
 
 
14) CARACTERÍSTICAS DOS CRIMES E DAS CONTRAVENÇÕES 
- Os crimes podem ser de ação pública (condicionada ou incondicionada) ou privada; as contravenções 
sempre se apuram mediante ação pública incondicionada. 
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- A peça inicial nos crimes é a denúncia ou a queixa, dependendo da espécie de ação penal prevista na lei; 
nas contravenções a peça inicial é sempre a denúncia. 
- Nos crimes, a tentativa é punível; nas contravenções, a tentativa não é punível. 
- Em certos casos, os crimes cometidos no exterior podem ser punidos no Brasil, desde que presentes os 
requisitos legais; já as contravenções cometidas no exterior nunca podem ser punidas no Brasil. 
- O elemento subjetivo do crime é o dolo ou a culpa; para a contravenção, entretanto, basta à voluntariedade 
(art. 3°, LCP). 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
ESAF - AFRF – Auditor Fiscal da Receita Federal - 2000 
 
53) Na legislação brasileira, a contravenção penal é identificada pela: 
 
a) quantidade da pena 
b) regime de execução da pena 
c) inexistência de prisão preventiva 
d) inexistência da pena de multa 
e) natureza da pena 
 
 
TÍTULO II 
 
DO CRIME 
 
15) Definição de crime: 
 
Atualmente existem duas correntes que estudam o conceito de crime: 
 
Teoria Bipartida: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para os que defendem esta teoria, tais como, Damásio, Mirabete e Celso Delmanto, René Ariel Dotti 
e Fernando Capez, a culpabilidade seria pressuposto da pena, não sendo parte integrante do conceito de 
crime. De outro lado, temos severas críticas a esta teoria, pois conforme a doutrina oposta, todos os 
elementos do crime são pressupostos de uma pena aplicada. 
 
 
Teoria Tripartida: 
 
 
 
 
 
“CRIME É O FATO TÍPICO 
 E 
ANTIJURÍDICO” 
“CRIME É O FATO TÍPICO, 
ANTIJURÍDICO 
E 
CULPÁVEL” 
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Idealizada por Hans Welzel e tendo como defensores, Rogério Greco, Luiz Regis Prado, César 
Roberto Bitencourt entre outros. A teoria tripartida possui características pertencentes à Teoria Finalista da 
Ação a qual sustenta que toda conduta é direcionada a um fim, não existindo vontade sem finalidade. 
Um fator relevante a ser comentado a respeito dessa teoria é que o dolo e culpa migraram da 
culpabilidade para a tipicidade. 
 
Nos próximos tópicos, faremos uma análise mais detalhada da teoria supracitada. 
 
 
16) ELEMENTOS DO CRIME 
 
16.1)FATO TÍPICO: é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca um resultado 
(em regra) e é previsto na lei penal como infração. 
 
Ex.: Mario esfaqueia Joana, que vem a falecer devido às lesões. (art.121 do CP - homicídio). 
 
O fato típico é composto dos seguintes elementos: 
 
I. conduta humana dolosa ou culposa; 
 
II. resultado (salvo nos crimes de mera conduta); 
 
III. nexo de causalidade entre a conduta e o resultado (salvo nos crimes de mera conduta e formaisque 
serão estudados logo abaixo). No exemplo acima há uma conduta, a de o sujeito esfaquear a vítima. 
O resultado é a morte. O nexo entre a conduta e o resultado é que a vítima faleceu em conseqüência 
das lesões produzidas pelas facadas. E o acontecimento se enquadra no art.121 do CP.; 
 
IV. Tipicidade: é o somatório de conduta, resultado e nexo a uma norma penal incriminadora. 
 
 
 
 
 
 + + = + 
 
 
 
 
                                 NEXO CAUSAL  
 (liame) 
 
 A Teoria Finalista, que em suma diz que não se pode dissociar a vontade da conduta (ação ou 
omissão) da vontade do agente, já que a conduta é precedida de um raciocínio que o leva a realizá-la ou não. 
 Sendo assim, é indispensável o dolo ou a culpa na conduta do agente, pois sem estes pré-requisitos 
da conduta, o fato será atípico. 
 Em pequena síntese afirmamos que o comportamento humano, voluntário e consciente (doloso ou 
culposo) dirigido a uma finalidade que pode ser executada por um único ou vários atos é denominado 
conduta. 
 
 
CONDUTA 
 
(ação ou omissão) 
RESULTADO 
(dano efetivo ou 
perigo) 
TIPICIDADE 
(Adequação da conduta à 
lei) 
 
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16.2) RESULTADO: essencial à maior parte dos delitos, é, no sentido natural, a modificação das 
relações exteriores influenciada pelos atos agente; e no sentido normativo, a lesão ou perigo de 
lesão do bem jurídico. 
A relação de causalidade é o liame (ligação) entre a conduta e o resultado, no sentido de causa e efeito. 
 
16.3) TIPICIDADE: é o nome que se dá ao enquadramento da conduta concretizada pelo agente na 
norma penal descrita em abstrato , ou seja, o fato que se enquadra impecavelmente na descrição legal de um 
crime. Para que ocorra o crime é necessário que o sujeito realize, no caso concreto, todos os elementos 
componentes da descrição típica, ou seja, conduta, nexo de causalidade e tipicidade. 
 
A tipicidade divide-se em: 
 
16.3.1) Formal: é o sinônimo de adequação típica, ou seja, é a perfeita adequação da conduta do agente ao 
modelo abstrato (tipo) previsto na lei penal. Exemplo: João chega numa loja e portando um revólver calibre 
38 pratica um roubo. Irá responder pelo art. 157 (roubo) - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para 
outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à 
impossibilidade de resistência. Não há dúvidas sobre o enquadramento perfeito da conduta do agente com o 
tipo penal previsto. 
 
A tipicidade formal pode ser: 
 
16.3.1.1) Direta ou imediata: O agente pratica a ação de uma forma direta. Decorre de uma autoria 
(realização da conduta descrita no tipo) e da consumação do ilícito penal. Ex: Art. 121 do CP – crime de 
homicídio descreve a conduta de matar alguém. Logo, quem efetua um disparo de arma de fogo e provoca a 
morte da vítima tem uma adequação típica direta ou imediata, pois realizou perfeitamente a conduta descrita 
no tipo penal incriminador.. 
 
 
16.3.1.2) Indireta ou mediata: Quando a materialização da tipicidade exige a utilização de uma norma da 
parte geral do CP, sem a qual seria absolutamente impossível enquadrar a conduta no tipo. É o que ocorre 
nas hipóteses de concurso de pessoas (art. 29) e tentativa (art. 14, II). 
 
Ex: Aproveitando o exemplo acima e imaginando que alguém emprestasse uma arma de fogo para a prática 
do homicídio. Quem emprestou a arma matou alguém? Não. Em princípio, não poderia ser punido. Mas, a 
tipicidade de sua conduta decorre da previsão do art. 29 do CP: “Quem, de qualquer modo, concorre 
para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.” Assim, ocorre a 
adequação típica mediata ou indireta do participe, havendo a extensão do tipo do art. 121 do CP. 
Da mesma forma, a tentativa seria atípica não o fosse a norma de extensão do art. 14, II, do CP, 
uma vez que o art. 121, em tese, só pune quem mata e não quem tenta matar, mas não consegue. 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
CESPE/UNB – AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL (NACIONAL) – DPF – 2004 
 
54) Marcelo, com intenção de matar, efetuou três tiros em direção a Rogério. No entanto, acertou 
apenas um deles. Logo em seguida, um policial que passava pelo local levou Rogério ao 
hospital, salvando-o da morte. Nessa situação, o crime praticado por Marcelo foi tentado, sendo 
correto afirmar que houve adequação típica mediata. 
 
 
CESPE/UNB – 135O EXAME – OAB – SP - 2008 
 
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55) Ernesto, funcionário público, após se aposentar, permitiu o fornecimento de sua senha de 
acesso aos bancos de dados da administração pública a Vinícius, que, por acaso, acabou perdendo a 
senha. Na situação narrada, a conduta de Ernesto é 
 
a) atípica, por se tratar de funcionário público aposentado. 
b) atípica, porque não houve prejuízo para a administração pública. 
c) típica e consiste em violação de sigilo funcional através de sistema informatizado. 
d) típica e consiste em inserção de dados falsos em sistema de informações. 
 
 
CESPE/UNB – 135O EXAME – OAB – SP - 2008 
 
56) Alguém que tenha, em sua residência, para consumo pessoal, substância entorpecente, sem 
autorização legal, pratica, segundo a nova legislação sobre o tema, conduta caracterizada como 
 
a) contravenção. 
b) crime. 
c) infração penal sui generis. 
d) fato atípico. 
 
 
CESPE/UNB – 135O EXAME – OAB – SP - 2008 
 
57) Assinale a opção correta quanto às formas de exteriorização da conduta típica. 
 
a) O crime de seqüestro exige uma conduta omissiva. 
b) O crime de omissão de socorro é classificado como omissivo impróprio. 
c) A apropriação de coisa achada é delito de conduta omissiva e comissiva ao mesmo tempo. 
d) A apropriação indébita previdenciária é crime de conduta comissiva, apenas. 
 
 
CESPE/UNB – PROCURADOR FEDERAL – AGU - 2007 
 
58) O servidor que recebe dinheiro de particular e emprega-o na própria repartição para fins de 
melhoria do serviço público pratica conduta atípica. 
 
 
CESPE/UNB - AUDITOR FISCAL DO TESOURO MUNICIPAL – PMV - 2007 
 
59) Suponha que um funcionário público, detentor de competência para determinado ato de ofício, 
solicite vantagem indevida a um particular para a prática do ato, vindo a receber deste vantagem de natureza 
patrimonial. Nessa situação, o funcionário deve responder por corrupção passiva, enquanto a conduta do 
particular é considerada atípica. 
 
 
CESPE/UNB – FISCAL DE TRIBUTOS – P.M. DO RIO BRANCO – AC - 2007 
 
60) Quando um agente pratica uma conduta típica, a regra é a de que essa conduta também é 
antijurídica ou ilícita, contudo, há ações típicas que se apresentam perante o direito como ações lícitas. 
 
 
 
16.3.2) Conglobante: sempre quando falar em tipicidade conglobante, é preciso verificar dois aspectos 
fundamentais: Se a conduta do agente é antinormativa e se o fato é materialmente típico (tipicidade material), 
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neste caso, o estudo do princípio da insignificância reside nesta segunda vertente, ou seja, a chamada 
tipicidade material. Então, a tipicidade conglobante divide-se em: 
 
16.3.2.1) Material: O bem tutelado deve ser relevante. O furto de uma bala numa loja de departamentosnão 
possuiu para o direito penal nenhuma relevância, visto que o princípio a ser seguido, inclusive pelo próprio 
STF, é da intervenção mínima. Ou seja, o direto penal só deve ser utilizado quando outros ramos do direito 
não puderem punir a conduta praticada de forma eficaz. 
 
16.3.2.2) Antinormativa: Matar alguém é proibido, em princípio. No caso de guerra declarada poderá o 
agente do Estado matar, ou melhor, em certos casos estará obrigado a tal. Logo, a conduta do agente, não é 
contrária a norma penal (antinormativa), sendo assim, será permitida. Tal teoria decorre de que o 
ordenamento jurídico é perfeito, não podendo haver, portanto, confronto de normas. Se uma lei manda matar 
e outra proíbe, a conclusão obvia é que tal proibição não se aplica a todas as pessoas. 
 
 
Resumo (para memorização): 
 
 
 
 Direta ou Imediata 
 
 Formal 
 
Tipicidade Indireta ou mediata 
 
 
 
 Material 
 
 Conglobante 
 
 Antinormativa 
 
 
17) FATO ANTIJURÍDICO OU ILICITUDE 
 
 É a conduta contrária ao ordenamento jurídico (por não estar protegida pela lei penal com a exclusão 
da ilicitude), ou seja, a antijuridicidade revela a ilicitude de um fato típico frente o ordenamento jurídico. 
Em regra, onde há tipicidade há antijuridicidade. Entretanto, a tipicidade, por si só, não é suficiente 
para constituir o delito, pois nem todo fato típico é antijurídico. 
 
Ex1: matar alguém ,art. 121 do CP, é fato típico se o agente o fez dolosa ou culposamente, mas não será 
antijurídico se o agente praticar a conduta em estado de necessidade, em legítima defesa, etc (art. 23, CP). 
 
Ex2: o art.. 129 do CP trata do crime de lesão corporal, “Ofender a integridade corporal ou a saúde de 
outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.”, porém a legislação de boxe permite a prática desta 
conduta típica, sem que os atletas cometam crime. 
 
18) CULPABILIDADE 
 
 É a reprovabilidade de uma conduta típica e ilícita, isto é, autor adota uma conduta proibida pelo 
Direito, mesmo sabendo que poderia agir de modo diverso. Costuma ser definida como juízo de 
censurabilidade e reprovação exercido sobre alguém que praticou um fato típico e ilícito. Não se trata de 
elemento do crime, mas um pressuposto de aplicação de pena, ou seja, quanto maior a culpa, maior deve 
ser a pena. 
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São teorias da culpabilidade: 
 
a) teoria psicológica - tendo por fundamento a teoria causal ou naturalista da ação, de acordo com essa 
teoria a culpabilidade consiste na relação psíquica entre o autor e o resultado, na forma de dolo ou culpa. 
Aqui, portanto, a culpabilidade confunde-se com o dolo e a culpa, sendo pressupostos destes a 
imputabilidade e a exigibilidade da conduta diversa. 
 
b) teoria psicológica normativa - O dolo e a culpa não são espécies de culpabilidade, mas elementos 
complementares desta, ao lado da imputabilidade, da consciência da ilicitude e da exigibilidade da conduta 
diversa. A consciência atual da ilicitude é elemento do dolo (dolo normativo). 
 
c) teoria normativa pura da culpabilidade (ou extremada da culpabilidade) – Adotada pelo Código Penal 
Brasileiro e inspirada na teoria finalista, transfere o dolo e a culpa para a conduta (elementos do fato típico), 
ou seja, essa teoria não alcança os requisitos do crime, mas é apenas um pressuposto para a aplicação da 
pena. Em conseqüência, a culpabilidade possui os seguintes elementos: imputabilidade, exigibilidade de 
conduta diversa, potencial consciência da ilicitude. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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? Quadro resumo (para fixação) 
 
 São inimputáveis (não respondem pelo crime, isenção 
de pena): 
 Imputabilidade A)Menor de 18 anos 
 B) Desenvolvimento mental incompleto /retardado 
 .C) Embriaguez completa - força maior/caso fortuito 
 
 
 
 Potencial consciência Sinônimo de erro de proibição: 
 Ilicitude . se invencível: isenta de pena. 
 . se vencível: reduz a pena 
Culpabilidade 
 
 Coação Moral 
 - Irresistível: Exclui a pena 
 - Resistível: diminui a pena 
 
 Coação Física: 
 - Irresistível: Não há tipicidade. 
Exigibilidade de 
Conduta diversa Obediência Hierárquica 
- ordem manifestamente ilegal: os mandantes 
e os executores respondem. 
- ordem não manifestamente ilegal: o 
subordinado não responde, só o superior 
hierárquico. 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
CESPE/UNB – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – STJ – 2008 
 
Quanto a tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade e causas de exclusão de ilicitude e 
culpabilidade, julgue o item abaixo. 
 
61) De acordo com parte da doutrina, a evolução da teoria da culpabilidade fez que, nos dias atuais, 
não se exija mais a consciência da ilicitude, contentando-se o direito com a consciência profana do injusto, 
consubstanciada pelo conhecimento da anti-sociedade, da imoralidade e da lesividade da conduta, conforme 
normas gerais de conduta e de princípios morais e éticos. 
 
 
IPAD – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – PE – 2006 
 
62) O Código Penal adotou que teoria para basear a culpabilidade ? 
 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
prof.luisalberto@gmail.com / www.provasvirtuais.com.br 
 
Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
a) Teoria normativa pura da culpabilidade. 
b) Teoria extremada da culpabilidade. 
c) Teoria da graduabilidade da culpabilidade. 
d) Teoria limitada da culpabilidade. 
e) Teoria psicológico-normativa da culpabilidade. 
 
 
FCC – ANAL. PROCESSUAL – MPU – 2007 
 
63) Dentre os elementos do fato típico, NÃO se inclui 
 
a) o resultado. 
b) a ação ou a omissão. 
c) o dolo ou a culpa. 
d) a relação de causalidade. 
e) a tipicidade. 
 
 
FCC – ISS – SP – 2007 
 
64) Adotada a teoria finalista da ação, o dolo e a culpa integram a 
 
a) punibilidade. 
b) tipicidade. 
c) culpabilidade. 
d) imputabilidade. 
e) antijuridicidade. 
 
 
CESPE/UNB – PAPILOSCOPISTA POLÍCIAL FEDERAL (NACIONAL) – DPF – 2004 
 
65) Acerca do direito penal brasileiro, julgue os seguintes itens. 
 
 De acordo com a teoria bipartida, o crime é o fato típico e antijurídico, sendo a culpabilidade 
pressuposto de aplicação da pena. 
 
 
FCC – ISS – SP – 2007 
 
66) São pressupostos da culpabilidade 
 
a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta diversa. 
b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de cuidado. 
c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado. 
d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a falta de cuidado. 
e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. 
 
 
CESGRANRIO – INV. POLÍCIA CIVIL – 2006 
 
67) Analise os seguintes elementos: 
 
I. imputabilidade; 
II. potencial consciência sobre a ilicitude do fato; 
III. exigibilidade de conduta diversa; 
DIREITO PENAL – PARTE GERAL – TEORIA + QUESTÕES 
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Autor: Profº Luis Alberto 
 
(Direitos reservados. Leis 9.609/98 e 9.610/98.) 
 
IV. culpa ou dolo; 
V. conduta comisssiva. 
 
Segundo a concepção finalista, constituem os elementos da culpabilidade:

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