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Organização do Estado 1. Formas de Estado O Estado pode ser unitário ou composto/federativo, indicando a organização do poder político naquele país. No Unitário, o Estado está centralizado no poder da União, a relação entre ela e os poderes regionais ou locais é guiada pela subordinação, pela hierarquia. Já no Estado Federativo, a relação entre os entes federativos é de colaboração, não havendo hierarquia entre eles. 2. Características da Federação Autonomia– Os entes federativos União, Estados, DF e Municípios , pessoas jurídicas de direito público– – no âmbito interno, são autônomos, possuindo Governo próprio, administração própria e organização própria, conforme dispõe o art. 18 da CF. Os entes também possuem autonomia legislativa, tributária, financeira e orçamentária.. Há uma diferença de grau de autonomia, mas não há hierarquia entre eles. Os Municípios não possuem Judiciário próprio (o do Estado julga), não tem representação no Senado, etc. Os Territórios não são entes federativos, são apenas descentralizações político- administrativas da União (os que existiam foram extintos com a nova CF, ADCT: Art. 15 – Fernando de Noronha e Art. 14 Roraima e Amapá), mas os municípios de Territórios gozam– – de autonomia (art. 33, CF) A soberania é um atributo da República Federativa do Brasil. No Brasil, adotamos o federalismo tricotômico, com 3 manifestações de poder: Nacional, regional e local; em nenhuma outra Constituição o município goza de autonomia como a que foi concedida aqui. É importante lembrar que o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios, segundo dispõe o art. 32 da CF, e acumula funções de Município e Estado. Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. O federalismo clássico é dual, com poderes nacional e regional, apenas. 3. Características da Federação Descentralização Política– Na federação há descentralização política, significando que a divisão do Poder Público será realizada através da repartição constitucional de competências, contida nos arts. 21 a 24, 25 e 30 da Constituição, e é conduzida pela predominância de interesses. Este é apenas um ponto de partida, também existindo competências concorrentes e cumulativas. 3..1. Competência Material, Política ou Administrativa Não envolvem a edição de uma lei para a sua efetivação, são assuntos tratados por atos administrativos ou política de gestão, delimitando decisões políticas. O art. 21 estabelece as competências exclusivas da União, tratando de assuntos de forte interesse nacional, como a emissão de moeda, declarar guerra, cuidar do sistema de serviço postal, etc. Essas matérias não são passíveis de delegação aos demais entes federativos. No art. 23 estão as competências comuns, cumulativas ou paralelas, matérias divididas entre a União, Estados, DF e Municípios já que não é possível observar a predominância de um interesse sob o outro, como a proteção ao meio ambiente e combate à pobreza. Representa um federalismo cooperativo, de participação entre os entes, cuja atuação é definida pelo princípio da predominância de interesses. 3..2. Competência Legislativa No artigo 22 encontra-se a competência privativa da União, sendo possível a delegação de parte dessas matérias para os Estados e Distrito Federal por meio de lei complementar, segundo o parágrafo único deste artigo. Requisitos para a delegação: • Formal : Lei Complementar Federal • Material : Legislar sobre questões específicas • Implícito : Respeito ao princípio da isonomia federativa (Art. 19, III) A matéria em si não é passível de delegação, mas pequenas questões associadas àquele tema podem ser objeto da lei complementar federal. Além disso, a lei deve ser destinada a todos os Estados da federação e ao Distrito Federal, cabendo a estes decidirem se irão ou não criar a norma. Municípios não recebem delegação para dispor sobre assuntos do art. 22. O artigo 24 cuida da competência legislativa concorrente entre União, Estados e Distrito Federal, competindo à União editar normas gerais sobre a matéria (§1º) e aos Estados e Distrito Federal a suplementação (§2º), sem ofender ou contrariar a norma da União. Na falta de uma norma geral disciplinando os assuntos do artigo 24, Estados e DF podem criar suas próprias leis para atender às suas necessidades. Entretanto, segundo o §4º, se surgir norma geral, ela suspenderá (não revoga) a lei regional na parte que contrariar a norma geral. Segundo o art. 30, I, é de competência dos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local, devendo ser analisado cada caso de acordo com as suas peculiaridades. A título de exemplo, o STF entende que lei municipal pode estabelecer o tempo de espera em filas de banco e filas de cartório (RE 610.221), e também pode legislar em matéria de segurança em estabelecimentos financeiros (ARE 784.981 AgR). Em municípios mais populosos faz sentido que o comércio funcione até mais tarde, já nos menores o mesmo horário não deveria ser aplicado. No entanto, essa súmula não se aplica no que concerne aos funcionamentos bancários e instituições financeiras, pois essas transações podem repercutir além do Município. Art. 24 §1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. §2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. Art. 24. §3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. §4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Súmula Vinculante 38: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. Súmula Vinculante 49: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. Lei local impedindo a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo âmbito em determinada área não trata de assunto de interesse local, havendo a violação do princípio da livre concorrência, prevista no art. 170, IV. Também compete aos municípios, segundo o art. 30, II, suplementar a legislação federal e estadual no que couber, referindo-se às competências concorrentes previstas no art. 24. Ou seja, atua para atender às suas necessidades em caso de lacunas nas leis já existentes. É competente para legislar sobre meio ambiente no limite de seu interesse local e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (RE 586.224). 3..3. Competência Remanescente, Reservada ou Residual O Art. 25 da Constituição estabelece que é de competência dos Estados, no âmbito legislativo ou administrativo, aquelas matérias que a CF não reservou expressamente a União nem aos Municípios. É competência expressa dos Estados (§2º) explorar os serviços locais de gás canalizado, vedada a edição de medida provisória caso o ente adote essa espécie normativa para a– – sua regulamentação. Além disso, o Estado poderá, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões por meio de agrupamento de municípios limítrofes para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Art. 30. Compete aos Municípios: II suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;– Os Territórios não são entes federativos, mas apenas extensão da União Federal, não gozando de autonomia. No entanto, se for criado um território, este poderá ser dividido em municípios e eles terão autonomia, conforme o art. 33 da CF. Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. §1º Sãoreservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. 3..4. Súmulas Essa súmula foi criada com base no art. 22, XX, da CRFB/88.; muitos Estados brasileiros, em sua competência residual ou remanescente criaram leis regulamentado os bingos, alegando que a Constituição não estabelece que o bingo é matéria reservada a União. No entanto, o Supremo sempre entendeu que o bingo é uma modalidade de sorteio e, após reiteradas decisões no mesmo sentido, criou a súmula vinculante. O artigo 21, XIV, da CF estabelece que cabe à União organizar e manter essas organizações e, portanto, é consequência lógica que seja ela a legislar sobre os vencimentos, já que estes serão custeados por ela. As normas gerais de organização também estão no Art. 22, XXI, da CRFB/88. Criada com base no art. 22, I, da Constituição define que legislar sobre matéria processual é de competência da União. Sendo assim, é vedado lei estadual, distrital ou municipal que versa sobre crime de responsabilidade. 4. Características da Federação Inexistência do Direito de Secessão– Em uma federação, há uma pluralidade de autonomias vinculadas pela soberania, que por sua vez é protegida pela Constituição. Nesse contexto, não é permitido que os entes federados se separem da federação; no entanto, é possível a redefinição geográfica do país através da criação de novos Estados e Municípios, conforme disposto no art. 18. Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. Súmula Vinculante 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. Súmula Vinculante 46: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa da União. A incorporação é a união geográfica e populacional de dois ou mais Estados já existentes, fazendo com que eles percam a sua capacidade jurídica e ganhem uma nova com a formação do novo Estado-membro. Já na subdivisão haverá a criação de dois ou mais Estados-membros através de um Estado já existente, sendo que o Estado de origem perderá sua autonomia e capacidade jurídica, visto que deixará de existir. No desmembramento, um Estado já existente cede parte de seu território para formação de um novo Estado ou para acrescer a um outro Estado já existente. Nesse caso, o Estado de origem não perderá sua capacidade jurídica, mas apenas a população e território. Requisitos: • Aprovação da população diretamente interessada por meio de plebiscito • Oitiva da Assembleia Legislativa envolvida (Art. 48, VI) • Lei complementar do Congresso Nacional Esses requisitos também se aplicam para a criação de Territórios Federais. Segundo o art. 49, XV, da CRFB/88 e do art. 3º da Lei 9.709/98, a convocação desse plebiscito será feita pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo por proposta de pelo menos 1/3 dos membros de qualquer uma das casas do Congresso. Art. 18. §3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: VI incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas – as respectivas Assembleias Legislativas; Art. 18. §4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. A EC 15/96 trouxe uma dificuldade para a criação de Municípios ao estabelecer que eles deveriam ser criados dentro do período determinado por Lei Complementar Federal. Esta emenda surgiu para frear a criação de municípios, que estavam sendo criados como forma de expansão do poder familiar, não com fins federativos. Requisitos: • Estudos de viabilidade municipal • Aprovação da população por meio de plebiscito • Lei estadual no período fixado no período estipulado pela LC Federal No ano de 2007, o STF estabeleceu o prazo de 18 meses para criação da Lei Complementar Federal, visto que os municípios continuavam a ser criados mesmo sem a sua existência. A EC 57/2008 supriu a necessidade de lei complementar para a criação de certos municípios ao acrescentar o artigo 96 ao ADCT, convalidado a criação dos municípios até 2006. Em conclusão, não é possível criar municípios a partir de 2007, visto que está em falta a referida LC. 4.1.. Princípios que visam dar equilíbrio à Federação I O Estado brasileiro é laico.– II Todo documento público goza de presunção relativa de veracidade, de fé pública, ou– seja, deve parecer, pelo menos à primeira vista, verdadeiro. III Brasileiro nato ou naturalizado, de diferentes regiões, entre outros.– Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o – funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II recusar fé aos documentos públicos;– III criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.– 5. Características da Federação Existência do Bicameralismo– A Câmara dos Deputados representa a vontade do povo e o Senado Federal, órgão legislativo federativo por excelência (Art. 46)., representa a vontade dos Estados e do Distrito Federal. O Senado não representa a vontade dos Territórios, pois eles não são entes federativos (não gozam de autonomia), e nem dos Municípios por falta de previsão legal. 6. Características da Federação Cláusula Pétrea– A Federação está prevista como cláusula pétrea no artigo 60, §4º, I da Constituição. Como consequência, o princípio da imunidade recíproca entre os entes da federação, disposto no art. 150, VI, a, é considerado cláusula pétrea (ADI 939). Não se proíbe que uma emenda verse sobre federação, o que não se pode atingir é o núcleo da federação, a autonomia dos entes. 7. Intervenção A intervenção é um mecanismo que permite que, temporariamente, se determine a restrição a autonomia do ente federativo em defesa da federação, é procedimento político-administrativo. Não é o ente como instituição que sofre a intervenção, mas sim uma ou mais manifestações de sua autonomia (2018: Segurança pública do RJ, Poder Executivo de RR). Enquanto esta ocorre, a Constituição não poderá ser emendada, conforme disposto no §1º do art. 60 da CRFB/88. Dois dos seus princípios norteadores são o da não-intervenção, dispondo que esta medida só deve ser adotada de forma excepcional (Art. 34, caput), e o da temporariedade, demandando a fixação de prazo determinado para a duração da intervenção (pelo decreto interventivo, a CF não o estabelece, art. 36, §1º). Além disso, é indispensável que a intervenção esteja pautada na necessidade, em uma das situações descritas no texto da Constituição (taxativas), sob pena de tornar-se arbitrária. Inclusive, EC que amplie essas hipóteses seria discutível por possível violação ao art. 60, §4º, I. Por fim, é guiada pelo princípio da proporcionalidade,as medidas adotadas na situação de crise devem ser proporcionais aos fatos. A Intervenção Federal é a intervenção da União nos Estado ou no Distrito Federal, conforme estabelece o artigo 34 da Constituição, ou a sua intervenção em Municípios de Territórios, na forma do art. 35, pois este não tem autonomia. A intervenção estadual é a intervenção do Estado em seus Municípios, estabelecidas suas hipóteses no artigo 35. Não há previsão de intervenção federal em município de Estado, pois feriria a autonomia do Estado. Como o Distrito Federal não pode ter municípios, ele apenas sofre intervenção, mas não a realiza em ente algum. Tanto o Município quanto o Território não realizam intervenção. O decreto de intervenção é ato privativo do chefe do Executivo, não pode ser delegado e deve especificar a amplitude, prazo e condições de execução da intervenção. No âmbito federal, é feito pelo Presidente da República, com base no artigo 84, X, e, por simetria, quem a decreta no plano estadual é o Governador do Estado. Antes que o Presidente declare a intervenção federal, é necessária a oitiva do Conselho de Defesa Nacional e do Conselho da República, segundo dispõem os artigos 91, §1º, II e 90, I da CRFB/88. O Presidente não é obrigado a seguir suas recomendações, mas deve escutar. A atuação do Congresso Nacional (controle político Art. 49, IV) nos casos de intervenção– federal é uma intervenção a posteriori, conforme dispõe o artigo 36, §1º, a suspensão do decreto interventivo pode se dar a qualquer tempo. Ressalte-se que existe intervenção sem interventor. Se o Congresso não estiver funcionando (Art. 36, §2º), será feita uma convocação extraordinária no prazo de 24 horas. A atuação do CN ser dispensada nos casos dispostos no §3º do mesmo artigo. Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: I intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;– Art. 91. §1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional: I opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta – Constituição; Art. 36 §1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. §3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. 7.1. Espécies de Intervenção Federal Estão previstas no artigo 34. A intervenção espontânea é aquela em que o Presidente verifica a situação, ouve a oitiva, decreta a intervenção e submete o decreto interventivo ao controle político do Congresso. Está disposta nos incisos I a III e V. Já a intervenção provocada combina os pressupostos materiais do artigo 34 com os pressupostos formais do artigo 36. Nestes casos, haverá a requisição ou solicitação ao Presidente da República para que ele decrete a Intervenção federal, sendo que somente no caso da solicitação ele poderá negar-se a realizar o decreto Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I manter a integridade nacional;– II repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;– III pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;– V reorganizar as finanças da unidade da Federação que:– a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: IV garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;– Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: I no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto – ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário; Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VI prover a execução de lei federal, ( )– … Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral – da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. Como a requisição obriga o Presidente a decretar a intervenção, o descumprimento da ordem leva a uma situação de crime de responsabilidade. Art. 34, VII: Princípios constitucionais sensíveis Art. 36, III: Representação de inconstitucionalidade interventiva federal É possível a intervenção federal em municípios de territórios, mas não em municípios de Estados, buscando a preservação da autonomia do Município. 7.2. Espécies de Intervenção Estadual Estão previstas no artigo 35. A intervenção estadual espontânea localiza-se entre os incisos I e III, enquanto o inciso IV trata da hipótese de representação de inconstitucionalidade interventiva estadual, sendo a modalidade de intervenção provocada. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VI prover a execução de ( ) ordem ou decisão judicial;– … Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: II no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo – Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral; Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:– a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral – da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal. 7.3. Representação de Inconstitucionalidade Interventiva Federal O artigo 34, VI (1ª parte) e VII são pressupostos materiais para a representação de inconstitucionalidade interventiva federal, baseada no artigo 36, III, base processual da ação, regulamentado pela Lei 12.562/2011. Ou seja, observada a não execução a lei federal ou a violação aos princípios constitucionais sensíveis, o Procurador-Geral da República poderá ingressar com a RI Interventiva Federal. Nesse caso, a decretação de intervenção dependerá de provimento pelo Supremo da representação. É ação do controle concentrado de constitucionalidade, tendo como propósito a defesa da federação não da supremacia da Constituição visando resolver uma situação concreta– – que está violando o pacto federativo. Há controle incidental pois a análise da constitucionalidade da lei ou do ato é feita de forma acessória dentro de um caso concreto. O único legitimado para ajuizá-la é o Procurador-Geral da República, diferentemente das outras ações do controle concentrado, que possuem um amplo rol de legitimados. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida – fundada; II não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;– III não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e – desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; IV o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de – princípios indicados na ConstituiçãoEstadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VI prover a execução de lei federal, ( )– … VII assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:– a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. A Lei 12.562/2011 dispõe sobre o processo e julgamento da RI interventiva. O seu objeto não é necessariamente a lei, como no caso da omissão do Estado na defesa das pessoas encarceradas, ofendendo os direitos da pessoa humana (Art. 34, VII, b). O pedido feito na ADI Interventiva Federal não é necessariamente a intervenção, ou seja, o Supremo pode determinar que o Presidente da República suspenda o ato impugnado e, se esta suspensão for suficiente para reestabelecer a normalidade, não haverá a intervenção. No entanto, se não bastar a suspensão, se não houver ato a ser suspenso ou se entender necessário, o STF determinará que o Presidente decrete o ato interventivo. O artigo 5º da Lei 12.562/2011 inovou, permitindo a possibilidade de concessão de medida de urgência, já que enquanto a regulamentação não existia, entendia-se que era incabível. Decorrido o prazo para prestação de informações das autoridades envolvidas, deverão ser ouvidos o AGU e o PGR, conferindo uma espécie de contraditório a essa ação. Conforme o parágrafo único do artigo 7º da Lei, é possível vislumbrar a possibilidade de atuação do amicus curiae, instrumento de legitimação social das decisões do Supremo e pode participar da ADI Interventiva federal mediante autorização do relator. Art. 3º A petição inicial deverá conter: I a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for o caso de – recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas; II a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou da omissão – questionados; III a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução de lei federal;– IV o pedido, com suas especificações.– Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na representação interventiva. §1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias. §2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da representação interventiva. As decisões finais do Supremo em sede de controle concentrado costumam ser irrecorríveis, mesmo por ação rescisória, visto que não há Tribunal para o julgamento. No entanto, entende-se ser cabível a oposição de embargos de declaração, são postos perante o próprio Tribunal que proferiu a decisão, visando, por exemplo, um esclarecimento. 7.4. Representação de Inconstitucionalidade Interventiva Estadual Essa ação está disposta no art. 35, IV, sendo também chamada de ADI interventiva estadual, e é tratada no âmbito das Constituições Estaduais. A Lei que trata da RI Interventiva Federal pode ser aplicada por analogia a alguns temas da Estadual. O Governador do Estado só poderá decretar a intervenção do Estado em um de seus Municípios se o Tribunal de Justiça der provimento a essa representação, privativa do Procurador-Geral de Justiça. Se o Tribunal de Justiça acatar o pedido, pode determinar que o Governador suspenda o ato impugnado, se houver, e que decrete a intervenção estadual caso necessário. Art. 7º Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a manifestação e a juntada de documentos por parte de interessados no processo. Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: IV o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de – princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
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