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SLIDE Orientação e Práticas de Projetos do Ensino Fundamental

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Unidade I 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE 
PROJETOS DE ENSINO 
FUNDAMENTAL
Profa. Eliana Chiavone Delchiaro
Para começar a reflexão
“Somos sempre aprendizes da profissão e 
estagiários da vida.” (Alves Franco).
 Estágio e docência, de Selma Garrido 
Pimenta e Maria do Socorro Lucena 
Lima. São Paulo: Cortez, 2010 
(página 125)
Objetivos da disciplina
Esta disciplina caracteriza-se por:
 Articular teoria e prática no que diz 
respeito ao cotidiano das escolas de 
Ensino Fundamental. 
 Entender o estágio de observação e aEntender o estágio de observação e a 
participação nas práticas educativas 
como possibilidades de compreensão da 
escola como cenário principal, 
relacionando-os às teorias educacionais.
Objetivos da disciplina
 Constituir um campo de conhecimento 
que se produz na interação entre a 
formação inicial, a universidade e a 
instituição escolar. 
 O estágio é uma articulação entre o 
currículo do curso de Pedagogia e a 
realidade escolar, problematizando-a, 
compreendendo suas raízes, oferecendo, 
assim, condições para que os 
acadêmicos possam constituir suas 
identidades como futuros professoresidentidades como futuros professores.
Unidade I
 O conceito de docência, a atuação do 
acadêmico nos estágios de observação, 
seus desafios e dificuldades.
 Diretrizes Curriculares Nacionais para o 
curso de Pedagogia.
 Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais 
para a Educação Básica, Resolução nº 4, 
de 13/07/2010, e ao lado elencar os 
objetivos do Ensino Fundamental, 
comentando algumas concepções 
imprescindíveis como criança, currículo 
e aprendizagem.
Estágio e docência
“Estágio é pra gente observar como os alunos 
são, pra avaliar a nossa capacidade de observar 
a sala de aula e transformar essa observação 
em relatório.”
“A escola tem tantos problemas! Não vejo como 
ajudar! Sendo estagiário a gente nem é aluno eajudar! Sendo estagiário, a gente nem é aluno e 
nem é professor... Temos a impressão de que os 
alunos nos olham diferente, eles têm mais 
liberdade conosco.”
“Como serei recebido na escola em que vou 
estagiar?”
“Deve haver bastante aprendizado quando a 
gente leva a sério o estágio!”
 Estágio e docência, de Selma Garrido 
Pimenta e Maria do Socorro Lucena Lima. 
São Paulo: Cortez, 2010 (página 103 à 105).
Fundamentação legal do curso de 
Pedagogia
 O Conselho Nacional de Educação (CNE) 
define as diretrizes curriculares para os 
cursos de graduação no país  Resolução 
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006  art. 3º
“Parágrafo único. Para a formação do licenciado 
em Pedagogia é central:em Pedagogia é central:
I. o conhecimento da escola como organização 
complexa que tem a função de promover a 
educação para e na cidadania;
II. a pesquisa, a análise e a aplicação dos 
resultados de investigações de interesse daresultados de investigações de interesse da 
área educacional;
III. a participação na gestão de processos 
educativos e na organização e 
funcionamento de sistemas e 
instituições de ensino.”
Fundamentação legal do curso de 
Pedagogia
Artigo 2º, inciso 1:
 “As Diretrizes Curriculares para o curso 
de Pedagogia aplicam-se à formação 
inicial para o exercício da docência na 
Educação Infantil e nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental, nos cursos de 
Ensino Médio, na modalidade Normal, e 
em cursos de Educação Profissional na
área de serviços e apoio escolar, bem 
como em outras áreas nas quais sejam 
previstos conhecimentos pedagógicos ”previstos conhecimentos pedagógicos.”
(grifo nosso)
Fundamentação legal do curso de 
Pedagogia – Art. 2º
 Conceito de docência  como ação 
educativa e processo pedagógico 
metódico e intencional, construído em 
relações sociais, étnico-raciais e 
produtivas, as quais influenciam 
conceitos princípios e objetivos daconceitos, princípios e objetivos da 
Pedagogia, desenvolvendo-se na 
articulação entre conhecimentos 
científicos e culturais, valores éticos e 
estéticos inerentes a processos de 
aprendizagem, de socialização e deaprendizagem, de socialização e de 
construção do conhecimento, no âmbito 
do diálogo entre diferentes visões de 
mundo.
O papel do estágio
Estágios e formação inicial
Estágios e articulação teórico-prática
 O processo de aprender o ofício de ser 
professor é contínuo  amplia o 
conceito da formação inicial como um ç
conjunto de conhecimentos formais 
adquiridos na universidade e suficientes 
para o exercício da profissão.
 A escola como instituição social e 
organização de trabalho é o local 
adequado para uma formação no seu 
lócus onde os acadêmicos poderão 
recuperar a teoria apreendida e perceber 
o quanto a dominam ou não.
A escola pode ajudar ou dificultar 
as atividades do estagiário
 Do atendimento ao acompanhamento, 
até a participação em reuniões e horários 
coletivos.
 Segundo Ostetto (1997), a entrada dos 
estagiários na instituição escolar é uma 
conquista, como ela mesma diz: tudo 
depende de “como se entra”, “pedindo 
licença ou invadindo”, e do quanto 
estamos dispostos a lidar com as novas 
experiências que iremos vivenciar.
Observação
 Observar não é invadir o espaço do 
outro, sem pauta, sem planejamento nem 
devolução, e muito menos sem encontro 
marcado.
 Observar uma situação pedagógica é 
olhá-la, fitá-la, mirá-la, admirá-la, para 
ser iluminada por ela.
 Observar uma situação pedagógica não 
é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, 
isto é, estar e permanecer acordado por 
l li id d d t ã dela, na cumplicidade da construção do 
projeto, na cumplicidade pedagógica.
(Madalena Freire, 1996, p. 14)
O estagiário é um profissional em 
formação
 Ao observar a realidade, poderá 
confrontar as observações registradas 
com os conhecimentos teóricos 
adquiridos e ainda discuti-los com seus 
orientadores, colegas de curso, com os 
tutores de todas as disciplinastutores de todas as disciplinas.
 As disciplinas têm fundamentos teóricos 
que devem se articular à prática. Em 
outras palavras, caracteriza-se por um 
momento rico, no qual se aprende a 
pensar sobre a ação: teoria e práticapensar sobre a ação: teoria e prática 
tornam-se aliadas.
A escola será o nosso cenário de 
reflexão
 De acordo com Pimenta (2002), é indiscutível 
a importância da reflexão no exercício da 
docência para a valorização da profissão 
docente, dos conhecimentos dos 
professores, do seu trabalho coletivo e das 
próprias escolas como espaço de formação.próprias escolas como espaço de formação.
 Valer-se também de vários documentos da 
escola: o Plano Escolar, o Projeto 
Político-Pedagógico, a Organização 
Curricular, os Planos de Aula, os Planos de 
Utilização dos Recursos Financeiros e os 
Registros das Discussões dos HoráriosRegistros das Discussões dos Horários 
Coletivos, que muito contribuirão para um 
entendimento do processo educativo como 
um todo. Eles são a história, a memória e a 
vida da escola.
As observações e o registro
 As observações e experiências do 
estagiário nas instituições devem ser 
registradas, o que podemos chamar de 
registro da prática observada – o registro 
das atividades que serão acompanhadas 
e que num primeiro momentoe que, num primeiro momento, 
representam a narração dos fatos e a 
descrição dos acontecimentos a partir 
das observações feitas.
 Num segundo momento, se transformam 
em reflexões contextualizadas à luz dosem reflexões contextualizadas à luz dos 
conhecimentos adquiridos e das 
discussões realizadas nas oficinas, nos 
seminários das práticas na universidade 
ou nos fóruns de discussão.
Escola: local de aprendizagem para 
o acadêmico
O educador é:
 Leitor no sentido amplo, aquele que lê a 
realidade, os outros e a si próprio, 
interpretando, buscando seus 
significados.
 Escritor que registra seu fazer 
pedagógico, questionando-o, 
perguntando-se sobre as hipóteses do 
seu pensar.
 Este aprendizado do registro é o maisEste aprendizado do registro é o mais 
poderoso instrumento da consciência 
pedagógica e política do educador.
(Madalena Freire, 1996, p. 6)
InteratividadeO principal objetivo do estágio é:
a) Registrar tudo o que acontece durante a 
observação de uma aula.
b) Corrigir os cadernos dos alunos para 
colaborar com a professora da classe.colaborar com a professora da classe.
c) Dar uma aula na ausência da professora 
da classe.
d) Articular teoria e prática, constituindo 
um campo de conhecimento.
e) Uma exigência legal sem fundamento, já 
que não conduz a boa experiência.
Modalidades de estágios
a) Aprendizagem pela observação e 
imitação.
b) Aprendizagem pelo uso de técnicas.
c) Aprendizagem como prática 
investigativa.investigativa.
Aprendizagem pela observação e 
imitação
 Conforme visto em Pimenta e Lima 
(2010, p. 35), a aprendizagem pela 
imitação tem sido chamada por alguns 
autores de artesanal, pois é 
caracterizada por um modo tradicional 
da atuação docente tendo comoda atuação docente, tendo como 
fundamento considerar a realidade do 
ensino imutável e também a realidade da 
escola.
Aprendizagem pela observação e 
imitação
 A prática de aprendizagem pela imitação 
e observação é limitada se não for 
acompanhada de uma recriação e 
reflexão. 
 O estágio que tem por objetivo tão 
somente a observação e a imitação irá 
formar um professor incapaz de refletir e 
pensar sobre sua prática de uma forma 
mais crítica e fundamentada 
teoricamente. 
 Com isso, mantém-se uma concepção 
tradicional do ensino em que a atividade 
docente se restringe a um modelo 
pronto (PIMENTA e LIMA, 2010).
Aprendizagem pela observação e 
imitação
 A forma de aprender a profissão a partir 
da imitação pode ser uma etapa na 
formação do professor, que precisa 
partir de um modelo. Nunca partimos do 
nada!
 Não existe ação educativa que não 
prescinda de modelos, parâmetros. Isso 
é válido para um primeiro movimento, 
como ela fundamenta. Porém, espera-se 
que o aprendiz avance e possa recriar. 
(Madalena Freire 2008)(Madalena Freire, 2008).
Aprendizagem pela observação e 
imitação
 “Aprender é superar modelos, 
recriando-os, e ao mesmo tempo, 
construindo o seu próprio. Superação 
que se constitui num longo e 
permanente processo de aprendizagem 
de imitação: copiando re(a)presentandode imitação: copiando, re(a)presentando, 
para depois recriar [...].
 Superamos modelos reconhecendo o 
quanto foram importantes e fundadores 
de nosso saber atual, para avançarmos, 
ampliarmos nosso conhecimento naampliarmos nosso conhecimento, na 
construção de nosso voo (pensamento), 
tão próprio, único, original como o 
próprio choro ao nascer [...]”
(Madalena Freire, 2008, p. 73).
Aprendizagem pelo uso de técnicas
 Aprendizagem de técnicas, ou seja, a 
instrumentalização de técnicas para 
executar determinadas ações.
 A atividade de estágio, nessa visão, se 
resume ao “como fazer”, ao 
desenvolvimento de habilidades para 
controlar a classe, ao preenchimento de 
planilhas e fichas de observação, 
técnicas de atuação, ao repasse de 
atividades elaboradas por técnicos.
Aprendizagem pelo uso de técnicas
 Conforme Pimenta (2010) reforça, o mito 
das técnicas e das metodologias não 
está presente somente no universo dos 
professores, mas também na instituição 
escolar e nas políticas dos governos. Ela 
chama esse movimento de pedagogiachama esse movimento de pedagogia 
compensatória, presente nas formações 
dos docentes de “treinamentos”, que 
visam à apresentação de pacotes 
prontos, de métodos e técnicas que 
buscam solucionar todos os problemasbuscam solucionar todos os problemas 
educacionais.
Aprendizagem pelo uso de técnicas
 Outras vezes, os estagiários são 
utilizados como mão de obra “barata” na 
confecção de material didático e 
pedagógico para suporte de aulas. Essa 
atividade desvinculada de um aporte 
teórico também de nada contribui parateórico também de nada contribui para 
sua formação. É a simples aprendizagem 
da confecção de materiais.
Teoria e prática no cenário escolar
 A ideia proposta é superar os modelos de 
estágio que dividem a atividade prática da 
atividade teórica, pois, ao diferenciarmos o 
conceito de ação (praticada pelos sujeitos) 
e o conceito de prática (que diz respeito às 
instituições) a concepção de estágio ganhainstituições), a concepção de estágio ganha 
um novo entendimento.
 O acadêmico precisa se aproximar da 
realidade em que vai atuar, mas só isso não 
basta. É preciso ir além, entendê-la, 
contextualizá-la, transformá-la, propor , , p p
encaminhamentos, ou seja, será uma 
atividade teórica instrumentalizadora pela 
práxis docente. Será no cotidiano escolar, 
dos sistemas educacionais de 
ensino, que a práxis acontecerá.
Aprendizagem como prática 
investigativa
 O exercício de pensar sobre a prática 
como objeto de reflexão constitui a 
formação de um professor que pensa no 
que faz e enquanto faz – é o exercício da 
reflexão. Dessa forma, o professor 
desenvolve seu pensamento na medidadesenvolve seu pensamento na medida 
em que constrói o conhecimento por 
meio da prática.
 O que se propõe é a busca de um novo 
conhecimento, confrontando as 
explicações existentes com as novasexplicações existentes com as novas 
possibilidades advindas da pesquisa 
estágio como campo de conhecimento 
investigativo.
Aprendizagem como prática 
investigativa
 A formação será de um professor reflexivo 
 aquele que é capaz de construir 
conhecimento por meio da reflexão, da 
prática, e com isso abre-se a perspectiva 
para o professor pesquisador, uma vez 
que ele vai buscar outras situações paraque ele vai buscar outras situações para 
responder às necessidades que emergem 
no cotidiano escolar.
 Há uma forte valorização da prática nesta 
perspectiva – uma prática refletida, 
reconhecendo o professor como produtorreconhecendo o professor como produtor 
de conhecimento, não separando teoria e 
prática, uma vez que se espera um 
permanente diálogo entre o conhecimento 
pessoal, a ação e a busca de novos 
encaminhamentos.
Para Pimenta e Lima (2010, p. 88), o 
professor é:
 “Um profissional humano que contribui 
para o desenvolvimento pessoal e 
intersubjetivo do aluno, sendo um 
facilitador de seu acesso ao 
conhecimento, é um ser de cultura que 
domina sua área de especialidadedomina sua área de especialidade 
científica e pedagógico-educacional e 
seus aportes para compreender o 
mundo; um analista crítico da sociedade, 
que nela intervém com uma atividade 
profissional; um membro de umaprofissional; um membro de uma 
comunidade científica, que produz 
conhecimento sobre sua área e sobre a 
sociedade.”
Para Madalena Freire (2010):
 Um dos pilares centrais na formação de 
um professor é o desenvolvimento da 
sua capacidade de reflexão. Esse 
exercício pode ser motivado pelo resgate 
da sua identidade. A autora sugere que o 
professor pode iniciar a suaprofessor pode iniciar a sua 
“realfabetização” pelo registro da sua 
própria história, ao reavivar suas 
lembranças, sentimentos e vivências, e 
com isso poderá recriar e refazer suas 
experiências, associando-as aosexperiências, associando as aos 
contextos sociais, pessoais e 
profissionais do momento.
Consciência política do educador
 Alfabetizar o educador significa torná-lo 
um leitor da prática pedagógica, 
exercitando sua capacidade de entender 
o que está por trás daquilo que está 
vendo. 
 O professor torna-se um decifrador do 
mundo, dando significados ao que ouve 
e ao que vê, ao registrar e tomar seu 
registro como um exercício de estudo 
teórico e prático, num processo contínuo 
e reflexivo do seu cotidianoe reflexivo do seu cotidiano.
Madalena Freire (1996, p. 39) afirma:
“O ato de refletir é libertador porque 
instrumentaliza o educador no que ele tem 
de mais vital: o seu pensar”.
 Ao refletir fundamentado pela teoria, o 
professor conduz o seu pensamento 
para uma ação transformadora, que gera 
um compromisso com o ato de ensinar.
O professor deve saber
 o que ensinar, como ensinar e o seu 
planejamento.
Registro: deixar marcas
 O aprendizado de observar, escrever, 
compartilhar, socializarsuas dúvidas e 
valer-se de fundamentos teóricos 
formará um professor escritor, 
protagonista, autor de sua prática, 
recuperando seu papel de intelectual querecuperando seu papel de intelectual que 
estuda e tem capacidade para criar, em 
parceria com seus alunos, o 
conhecimento.
Ciência da educação
 A observação, o registro e a reflexão 
tornam o professor escritor de sua 
prática, intelectual da educação, alguém 
que pode se reconhecer como um sujeito 
capaz de intervir e transformar a 
realidade em que atua buscandorealidade em que atua, buscando, 
pesquisando, se educando. 
 É uma tarefa difícil, mas talvez seja a 
resposta para construirmos uma 
educação transformadora, ao tornar a 
reflexão uma possibilidade de se fazerreflexão uma possibilidade de se fazer 
ciência, ciência da educação (FREIRE, 
2010).
Interatividade
Escolha a alternativa que se reporta ao 
estágio fundamentado na prática da 
observação, registro, reflexão e pesquisa:
a) Aprendizagem pela observação e 
imitação.
b) Aprendizagem pelo uso de técnicas.
c) Aprendizagem como prática 
investigativa.
d) Aprendizagem pela orientação e 
supervisãosupervisão.
e) Aprendizagem pela elaboração de um 
projeto.
O registro e os relatórios dos 
estágios
Espaço do estágio como lugar de troca e 
interlocução de ensino e aprendizagem
1. Roteiro do estágio:
a) observação e registro;
b) participação;
c) registro.
2. Registro do estágio:
 dados e caracterização da instituição;
 registro comentado das atividades 
vivenciadas;
 análise do Projeto Politíco-Pedagógico e 
da Proposta Curricular;
 considerações finais.
3. Reflexão e socialização da 
vivência de estágio.
Pimenta e Lima (2010, p. 118) 
listaram diferentes aprendizagens 
durante os estágios
Aprendizagens:
a) do contexto;
b) de chegada;
c) de aprofundamento;
d) do Projeto Político-Pedagógico;
e) sobre a vida dos professores;
f) formas de organização do processo de 
ensino-aprendizagem;
g) sobre a sala de aula;g) sobre a sala de aula;
h) sobre os saberes de investigação.
Entendendo um pouco mais a 
escola, nosso cenário
 Escola como lugar de aprendizagens.
 Escola como um ambiente agradável, 
lúdico, convidativo ao estudo e à 
pesquisa.
 Escola como espaço que garante oEscola como espaço que garante o 
direito das crianças a viverem uma 
infância saudável.
 Quais são as concepções que embasam 
a escola?
 Qual a função social da escola? Qual a função social da escola?
O Ensino Fundamental: objetivos e 
fundamentação legal
 A educação básica é um direito universal 
e indispensável para o exercício da 
cidadania. Há uma urgência na 
consolidação desse direito e da 
construção de uma escola cidadã, 
inclusiva solidária que possa organizarinclusiva, solidária, que possa organizar, 
estruturar significativamente formas de 
ensinar e aprender na efetivação dos 
direitos definidos na Constituição 
Federal de 88, no Estatuto da Criança e 
do Adolescente (ECA 1990), na LDBENdo Adolescente (ECA 1990), na LDBEN 
(1996) e em vários dispositivos legais 
complementares que consagram 
ao cidadão o direito a uma 
educação de qualidade.
LDBEN
“Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I. educação básica, formada pela 
Educação Infantil, Ensino Fundamental e 
médio;
II. educação superior.II. educação superior.
Art. 22. A educação básica tem por 
finalidades desenvolver o educando 
assegurar-lhe a formação comum 
indispensável para o exercício da cidadania 
e fornecer-lhe meios para progredire fornecer lhe meios para progredir 
no trabalho e em estudos posteriores.”
Diretrizes Nacionais Gerais para a
Educação Básica (DCNEB):
“Art. 21. São etapas correspondentes a 
diferentes momentos constitutivos do 
desenvolvimento educacional:
I. a Educação Infantil, que compreende: a 
Creche, englobando as diferentes etapas 
do desenvolvimento da criança até 3 
(três) anos e 11 (onze) meses; e a 
Pré-Escola, com duração de 2 (dois) 
anos.
II. o Ensino Fundamental, obrigatório e 
gratuito, com duração de 9 (nove) anos, 
é organizado e tratado em duas fases: a 
dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 
(quatro) anos finais.”
Cuidar e educar no EF
“Art. 23 [...]
 Parágrafo único. No Ensino 
Fundamental, acolher significa também 
cuidar e educar, como forma de garantir 
a aprendizagem dos conteúdos 
curriculares, para que o estudante 
desenvolva interesses e sensibilidades 
que lhe permitam usufruir dos bens 
culturais disponíveis na comunidade, na 
sua cidade ou na sociedade em geral, e 
que lhe possibilitem ainda sentir seque lhe possibilitem ainda sentir-se 
como produtor valorizado desses bens.”
Mais tempo para aprender
 Com a aprovação da Lei 11.274/2006, em 
06/02/2006, que instituiu o Ensino 
Fundamental de nove anos de duração, 
ocorrerá a inclusão de um maior número 
de crianças no sistema educacional, 
portanto deve se observar não sóportanto, deve-se observar não só 
ingresso das crianças de seis anos no 
Ensino Fundamental, organizado em 
duas fases, como também observar que, 
no parágrafo único, ressalta-se que as 
mesmas deverão ser acolhidas no seumesmas deverão ser acolhidas no seu 
processo de desenvolvimento e 
aprendizagem.
Como posso favorecer a
vivência de uma infância brincante 
e rica de aprendizagens?
Concepções devem ser discutidas:
 de criança;
 de professor;
 de ensino;
 de aprendizagem.
Para a implantação de uma proposta
d ó ipedagógica.
O confronto entre a realidade e o 
ideal
 As condições da realidade das escolas 
públicas brasileiras causam impacto a 
muitos acadêmicos ao confrontarem o 
apresentado nos discursos oficiais com 
os fundamentos teóricos aprendidos na 
universidade e o que está acontecendouniversidade e o que está acontecendo 
na prática da sala de aula. Por outro 
lado, não são divulgadas as experiências 
bem-sucedidas.
Depoimento:
 “Quando cheguei à escola, não sabia 
analisar o que via. Era uma escola 
pública e eu nunca tinha vivido uma 
situação daquelas. Faltou merenda 
escolar! No meio daquela confusão, eu 
sentia um misto de pânico esentia um misto de pânico e 
incompetência, além de ver-me 
completamente perdido. Tinha vontade 
de sair correndo daquele lugar. No outro 
dia, eu estava doente na hora de ir para o 
estágio.”estágio.
(PIMENTA e LIMA, 2010, p. 103)
Educação: um ato político!
 A educação é uma ação política; não é 
neutra, há de buscar uma coerência 
entre o que pensamos e o que fazemos. 
Não cabem mais atitudes individuais e 
salvacionistas, mas sim ações para 
enfrentar a situação agindo de formaenfrentar a situação, agindo de forma 
coerente entre aquilo que se acredita 
(ideal) e o que se pratica (realizável e 
desejável).
 O estagiário deve perceber que a escola 
é uma organização social que suaé uma organização social, que sua 
estrutura e organização estão previstas 
legalmente num sistema de ensino e que 
suas ações não acontecem no improviso 
– têm intencionalidade.
 Será possível construir uma escola com 
uma educação de qualidade, que integre 
todas as dimensões do ser humano?
Interatividade
É preciso recuperar a escola como 
instituição social formadora e 
transformadora, comprometida com o 
desenvolvimento de um aluno cidadão. Para 
tanto, é indispensável a figura do:
a) Político, na elaboração de políticas 
publicas.
b) Diretor de escola, na gestão da instituição.
c) Professor, na construção de 
conhecimentos e fundamentos.conhecimentos e fundamentos.
d) Conselho de Escola, na constituição de 
uma sociedade democrática.
e) Secretário de Educação, garantindo 
políticas educacionais locais.
Concepções imprescindíveis
 Pensar criticamente algumas 
concepções que fundamentam a prática 
pedagógica, isto é: entender e saber 
colocar em prática o que é ser criança, 
seus direitos, qual o papel do professor, 
o significado do que é conhecimentoo significado do que é conhecimento, 
ensino, aprendizagem e o conceito de 
currículo são exigências para a 
concretização de uma prática docente 
crítica e condizente com as mudançasnecessárias para a construção de umanecessárias para a construção de uma 
sociedade mais justa, igualitária, 
inclusiva e democrática.
Concepção de criança e de 
professor
 Os conceitos de criança e infância são 
construções históricas.
 O que mudou na infância de hoje? E de 
ontem?
 Pense um pouquinho em como é aPense um pouquinho em como é a 
infância das crianças hoje.
 Como foi a sua? E a de suas avós?
 Sem nostalgia e nem saudosismo, 
procure listar vantagens e desvantagens 
em ser criança hoje e ontemem ser criança hoje e ontem.
Binômio educar e cuidar
O que significa isso na prática?
 Integrar esses conceitos num único 
objetivo. Há autores que denominam as 
ações de cuidado como aquelas que se 
referem ao respeito às necessidades 
integrais das crianças, tais como 
conforto, alimentação, socialização e 
descanso, como também as que 
envolvem as necessidades emocionais e 
características individuais como respeito 
à sua identidade racial cultural e deà sua identidade racial, cultural e de 
gênero. 
Binômio educar e cuidar
 Há outros autores que abordam o 
cuidado pelo viés da ética, ou seja, como 
um dever que faz parte, de forma 
integral, de qualquer nível de ensino. 
Independentemente da faixa etária 
envolvida todos nós devemos serenvolvida, todos nós devemos ser 
cuidados (CAMPOS, 2009).
Direito de ser criança
 O primeiro direito da infância e da 
adolescência é o de viver a 
especificidade desses tempos de vida, 
viver seu tempo humano. 
 Esse reconhecimento avança em 
diferentes documentos, tais como a 
Convenção sobre os Direitos da Criança 
e o Estatuto da Criança e do 
Adolescente. O respeito à especificidade 
da vivência desses tempos está sendo 
alvo de estudos políticas e programasalvo de estudos, políticas e programas 
governamentais.
Direito de ser criança
 Para Campos (2009), os primeiros anos 
de vida são importantes para a 
aprendizagem e socialização das 
crianças. Ao se aproximarem dos seis 
anos, elas se mostram curiosas e 
interessadas em aprender detendointeressadas em aprender, detendo 
condições para uma programação mais 
voltada às áreas do conhecimento. No 
entanto, isso não deve significar uma 
escolarização precoce.
 A passagem da criança aos seis anosA passagem da criança aos seis anos 
para o Ensino Fundamental deve ocorrer 
de forma harmoniosa, sem representar 
rupturas, e os conteúdos e métodos 
devem ser ajustados às suas 
características e potencialidades.
Papel do professor
 No que se refere ao pensamento sobre o 
papel do professor, há muito já 
superamos a associação a uma figura 
maternal.
 Precisamos do profissional que conheça a 
criança, as fases de seu desenvolvimento, 
suas necessidades e potencialidades: um 
profissional da educação.
 O que se espera do professor é que ele 
seja capaz de se tornar um gestor do 
conhecimento, alguém capaz de se 
responsabilizar pela sua aprendizagem e 
também de ampliar e desenvolver 
habilidades e capacidades 
em seus alunos.
Mudar
 O professor faz leituras da sua realidade, 
escuta atentamente seu grupo de alunos, 
pesquisa possibilidades de intervenção, 
é um aprendiz curioso para a criação de 
rotas autônomas pautadas em dados 
relevantes e significativosrelevantes e significativos. 
 O professor em questão observa, reflete, 
planeja e avalia, num movimento 
dialético e fundamentado. Em outras 
palavras, a formação que se inicia na 
universidade vai percorrer sua trajetóriauniversidade vai percorrer sua trajetória 
profissional continuadamente, 
produzindo saberes e tornando-o autor 
de sua prática.
Concepção de currículo e 
aprendizagem
 Temos, então, a necessidade de ampliar 
o entendimento: o que é currículo? Na 
letra da lei, encontramos a expressão de 
que os sujeitos dão vida ao currículo e à 
escola. Isso nos remete a pensar: quem 
são esses sujeitos?são esses sujeitos?
 Currículo: um rol de conteúdos 
organizados hierarquicamente a serem 
trabalhados com as crianças?
 O currículo também nos traz a ideia de 
caminho percorrido, de trajetória?
Currículo
A palavra currículo, tão familiar, atende a 
distintas concepções e deriva das mais 
variadas influências teóricas, que são 
afetadas pelos fatores socioeconômicos, 
políticos e culturais.
 Segundo Moreira e Candau (1995), o 
currículo deve ser entendido como os 
conteúdos a serem ensinados, bem 
como as experiências vividas pelos 
alunos através de planos elaborados 
pelos professores escolas e sistemaspelos professores, escolas e sistemas 
educacionais.
Currículo
 O currículo deve ser compreendido 
como o conjunto de experiências 
vivenciadas pelas crianças nas 
instituições escolares que garantam 
oportunidades para que elas vivam o 
tempo da infância e da adolescência emtempo da infância e da adolescência em 
toda sua plenitude.
 Os atores envolvidos nessa rica tarefa de 
construção coletiva, podemos dizer que 
somos todos nós: alunos (colocados na 
centralidade da ação pedagógica)centralidade da ação pedagógica), 
professores, famílias, gestores, 
comunidade.
O currículo, a LDB e as DCNEB
Art. 11 das DCNEB:
 “A escola de Educação Básica é o espaço em 
que se ressignifica e se recria a cultura 
herdada, reconstruindo-se as identidades 
culturais, em que se aprende a valorizar as 
raízes próprias das diferentes regiões doraízes próprias das diferentes regiões do 
país.
 Parágrafo único. Essa concepção de escola 
exige a superação do rito escolar, desde a 
construção do currículo até os critérios que 
orientam a organização do trabalho escolar 
em sua multidimensionalidade; privilegiaem sua multidimensionalidade; privilegia 
trocas, acolhimento e aconchego para 
garantir o bem-estar de crianças, 
adolescentes, 
jovens e adultos no relacionamento 
entre todas as pessoas.”
O currículo e as DCNEB
Art. 13:
O currículo, assumindo como referência os 
princípios educacionais garantidos à 
educação, assegurados no artigo 4º desta 
Resolução, configura-se como o conjunto 
de valores e práticas que proporcionam ade valores e práticas que proporcionam a 
produção, a socialização de significados no 
espaço social e contribuem intensamente 
para a construção de identidades 
socioculturais dos educandos, somando: 
 proposta curricular como experiênciasproposta curricular como experiências 
escolares;
 percurso formativo, aberto e 
contextualizado;
 concepção do espaço curricular 
e físico imbricados;
O currículo e as DCNEB
Art. 13:
 tempos e espaços ressignificados;
 escolha da abordagem 
didático-pedagógica disciplinar, 
pluridisciplinar, interdisciplinar oupluridisciplinar, interdisciplinar ou 
transdisciplinar pela escola, que oriente 
o Projeto Politico-Pedagógico;
 compreensão da matriz curricular 
entendida como propulsora de 
movimento, dinamismo curricular emovimento, dinamismo curricular e 
educacional, de tal modo que os 
diferentes campos do conhecimento 
possam se coadunar com o 
conjunto de atividades 
educativas;
O currículo e as DCNEB
Art. 13:
 entendimento de que eixos temáticos 
são uma forma de organizar o trabalho 
pedagógico, limitando a dispersão do 
conhecimento, fornecendo o cenário no 
qual se constroem objetos de estudo, 
propiciando a concretização da proposta 
pedagógica centrada na visão 
interdisciplinar, superando o isolamento 
das pessoas e a compartimentalização 
de conteúdos rígidosde conteúdos rígidos.
O currículo e os Parâmetros 
Curriculares
 Os PCN têm, desse modo, a intenção de 
provocar debates a respeito da função 
da escola e reflexões sobre o que, 
quando, como e para que ensinar e 
aprender, que envolvam não apenas as 
escolas mas também pais governo eescolas, mas também pais, governo e 
sociedade.
 São essas definições que servem de 
norte para o trabalho das diferentes 
áreas curriculares, que estruturam o 
trabalho escolar + a importância emtrabalho escolar + a importância em 
trazer para dentro da escola e da sala de 
aula a discussão e o estudo de 
questões que preocupam a 
sociedade brasileira.
A forçado currículo
 É através dele que os conteúdos se 
materializam, ganham corpo conceitual. 
 O professor, nesse processo, é um ator 
fundamental, uma vez que ele fará a 
mediação entre o formalmente 
concebido e o praticado na sala de aula, 
entre a cultura e a criança. 
 Os currículos devem estar formalmente 
propostos em documentos que 
expressam a concepção da escola, 
daquela comunidade escolar. No 
entanto, ele vai se concretizando nas 
relações da prática, no cotidiano da 
realidade sociocultural em que 
a proposta se efetiva.
Concepções de desenvolvimento 
humano mais presentes na 
educação
1. Inatista, apriorista e maturacionista
 Dá ênfase à maturação do organismo.
 O conhecimento se dá de dentro para 
fora.
 As características físicas e psicológicas As características físicas e psicológicas 
são herdadas geneticamente e, conforme 
a criança vai amadurecendo 
biologicamente, vai desenvolvendo suas 
potencialidades.
 Não há preocupação com a avaliação Não há preocupação com a avaliação, 
uma vez que a criança chegará à 
“maturação desejada” com o passar do 
tempo.
Concepções de desenvolvimento 
humano mais presentes na 
educação
2. Ambientalista – behaveorista –
empirismo
 O desenvolvimento se dá de fora para 
dentro.
 Dá ênfase ao treino e à mecanização.Dá ênfase ao treino e à mecanização.
 A aprendizagem se dá por cópia de 
modelos, sem recriação, 
condicionamento, castigos, estímulos e 
recompensas (prática ainda presente).
 O aluno é uma tábula rasa O aluno é uma tábula rasa.
 O professor tem função de observar e 
registrar os resultados dos alunos.
 Aprendizagem fragmentada.
Concepções de desenvolvimento 
humano mais presentes na 
educação
3. Construtivista – interacionista
 O desenvolvimento se dá na interação do 
sujeito com o objeto.
 Enfatiza as relações dialéticas do sujeito 
com o mundo.com o mundo.
 A interação com os sujeitos pode gerar 
confrontos.
 Aceita o erro que possibilita o 
questionamento da ação.
 O conhecimento é visto como um 
processo de construção através do 
exercício da reflexão – o repensar e 
recriar valores, normas e 
conceitos.
Concluindo, esperamos:
 ter deixado clara a importância de um 
trabalho que avance na direção de um 
currículo construído e estruturado numa 
lógica formadora, que respeite a 
especificidade de cada tempo de vida;
 ter contribuído com os fundamentos 
apresentados nesta unidade para uma 
melhor compreensão das práticas 
educativas, que são imprescindíveis para 
o conhecimento do futuro educador e 
com certeza permitirão uma observaçãocom certeza permitirão uma observação 
mais cuidadosa de nossas crianças e do 
nosso trabalho educativo.
Interatividade
Dentre as concepções apresentadas de 
desenvolvimento humano, qual melhor se 
encaixa com a visão de currículo indicada 
pelas DCNEB?
a) Inatista.
b) Behaviorista.
c) Apriorista.
d) Construtivista-interacionista.
e) Ambientalista.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade II 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE 
PROJETOS DE ENSINO 
FUNDAMENTAL
Profa. Eliana Chiavone Delchiaro
Objetivos da Unidade II
 Explicitar as formas de organizar o 
tempo didático através da metodologia 
de projetos e outras modalidades 
presentes no cotidiano escolar.
A fábula da convivência
 Durante uma era glacial muito remota, 
quando parte do globo terrestre esteve 
coberto por densas camadas de gelo, 
muitos animais não resistiram ao frio 
intenso e morreram indefesos, por não 
se adaptarem às condições do climase adaptarem às condições do clima 
hostil.
 Foi então que uma manada de 
porcos-espinhos, em uma tentativa de se 
proteger e sobreviver, começou a se 
unir ajuntar se mais e mais Assim cadaunir, ajuntar-se mais e mais. Assim, cada 
um podia sentir o calor do corpo do 
outro. E todos juntos, bem unidos, 
aqueciam-se naquele inverno 
tenebroso.
A fábula da convivência
 Porém, a vida ingrata, os espinhos de 
cada um começaram a ferir os 
companheiros mais próximos, 
justamente aqueles que forneciam mais 
calor, aquele calor vital, questão de vida 
ou morteou morte.
 E afastaram-se feridos, magoados e 
sofridos. Dispersaram-se por não 
suportarem por mais tempo os espinhos 
de seus semelhantes. Doíam muito...
 Mas essa não foi a melhor solução.
 Afastados, separados, logo começaram a 
morrer congelados.
A fábula da convivência
 Os que não morreram voltaram a se 
aproximar, pouco a pouco, com jeito, 
com preocupações, de tal forma que, 
unidos, cada qual conservava uma certa 
distância do outro, mínima, mas 
suficiente para conviver sem magoarsuficiente para conviver sem magoar, 
sem causar danos recíprocos.
 Assim, suportaram-se, resistindo à longa 
era glacial.
 Sobreviveram.
Função social das escolas
“Entendendo que a função da escola não é 
só ‘transmitir conteúdos’, mas também 
facilitar a construção da subjetividade para 
as crianças e adolescentes, de maneira que 
tenham estratégias e recursos para 
interpretar o mundo no qual vivem einterpretar o mundo no qual vivem e 
sintam-se parte dele, precisamos com 
urgência rever a forma como estamos 
trabalhando.” 
(HERNÁNDEZ, 1998)
Como será a realidade das escolas 
brasileiras?
 Mais uma vez somos obrigados a 
reconhecer que ainda temos na escola 
uma incoerência entre a teoria e a prática. 
 Embora tenhamos uma flexibilização 
curricular indicada pela LDB (art. 15), que 
permite um trabalho mais aberto, a escola 
continua autoritária, difundindo um 
conhecimento fragmentado, imposto, 
memorizado, confrontando-se com a 
exigência do mundo globalizado, que é a 
formação de um indivíduo inteiro capazformação de um indivíduo inteiro, capaz 
de estabelecer relações, criativo, que se 
torne apto para resolver desafios e viver 
num mundo conectado. 
(KLEIMAN e MORAES, 2002)
Como responder a esses 
questionamentos?
 Como equacionar estas duas situações: 
de um lado, a escola difunde um 
conteúdo fragmentado e, do outro, a 
sociedade exige um homem por inteiro?
 Como enfrentar essa realidade?
 Que saída podemos encontrar para 
romper com um currículo que fragmenta 
o conhecimento?
Modalidades organizativas do 
tempo didático
Atividades permanentes:
 Sistemáticas e intencionais.
 Marca principal é a regularidade.
 São suportes para outras propostas mais 
complexascomplexas.
 Favorecem o intercâmbio de 
informações e ampliam as relações 
vividas entre os colegas da classe.
Modalidades organizativas do 
tempo didático
Atividades ocasionais:
 São situações esporádicas.
 São assuntos importantes que devem 
ser trabalhados, mas variam e se 
resumem a uma única atividade.resumem a uma única atividade.
 Devem ser planejadas com 
intencionalidade e antecedência.
 Exemplos de atividades ocasionais: 
programar visitas a recursos naturais, 
culturais visitas diversas estudos doculturais, visitas diversas, estudos do 
meio, uma campanha sobre saúde etc.
Modalidades organizativas do 
tempo didático
Atividade sequenciada ou sequência 
didática:
 Conjunto de atividades planejadas e 
orientadas com o objetivo de promover 
aprendizagens específicas.
 O critério é o nível de dificuldade.
 A sequência apresenta problemas que a 
criança deverá resolver de diferentes 
modos: fazendo, pensando, 
experimentando, afirmando, perguntandoexperimentando, afirmando, perguntando 
etc.
 Ao contrário das atividades permanentes, 
essas sequências têm duração 
limitada.
Vamos conhecer mais sobre a 
metodologia de projetos?
 Os projetos são sequências de ações 
organizadas por um determinado 
propósito e que culminam na elaboração 
de um produto final compartilhado com o 
grupo de alunos. Sua duração pode 
variar conforme o objetivo o desenrolarvariar conforme o objetivo, o desenrolar 
das várias etapas, o desejo e o interesse 
pelo assunto tratado.
 Eles têm o mérito de articular propósitos 
didáticos e comunicativos, colocando 
em ação um propósito relevante pelaem ação um propósito relevante pela 
perspectiva do aluno. Eles 
contextualizam conteúdosde forma 
interdisciplinar.
Artigo 13 das Diretrizes
Curriculares Nacionais Gerais para 
a Educação Básica
I. Concepção e organização do espaço 
curricular e físico que se imbriquem e 
alarguem, incluindo espaços, ambientes 
e equipamentos que não apenas as salas 
de aula da escola, mas, igualmente, os 
espaços de outras escolas e osespaços de outras escolas e os 
socioculturais e esportivo-recreativos do 
entorno, da cidade e mesmo da região. 
(grifo nosso)
 Que tal começar pela reorganização da 
sala de aula do Ensino Fundamental?sala de aula do Ensino Fundamental?
Inspiração na Educação Infantil
“Está na hora de pensarmos numa 
organização espacial mais voltada para os 
interesses e autonomia das crianças, 
quebrando o paradigma das carteiras 
perfiladas, móveis fixos, armários 
chaveados e um aluno dependente dochaveados e um aluno dependente do 
adulto para qualquer atividade.”
(BARBOSA e HORN, 2008)
Cantos diversificados
 Podemos buscar inspiração na 
Educação Infantil, que desenvolve um 
trabalho muito interessante. 
 A sala de aula é transformada em cantos 
de atividades diversificadas. O espaço 
i d t t t átiorganizado num contexto temático com 
cantos e recantos permite o livre trânsito 
das crianças, proporcionando autonomia 
intelectual e liberdade de escolhas. 
 Um ambiente rico e instigante sugere 
possibilidades de descobertas e opossibilidades de descobertas e o 
desenvolvimento de projetos. 
(BARBOSA e HORN, 2008, p. 51)
Interatividade 
A organização do currículo por projetos é uma das 
propostas para o desenvolvimento integral do ser humano. 
Portanto, na sua realização deve-se considerar a elaboração 
de projetos:
a) Que sejam integrados, interdisciplinares, fruto de 
planejamento conjunto, com participação ativa e 
compartilhada de todos os envolvidos, considerando-se,compartilhada de todos os envolvidos, considerando se, 
também, a realidade sociocultural e os interesses dos 
alunos.
b) Que priorizem os programas governamentais como 
forma de atingir os índices satisfatórios de 
aprendizagem.
c) Com um tema comum, de interesse pessoal, previamente 
aprovado pelo conjunto dos professores. 
d) Que reorganizem os espaços educativos como forma de 
manter a disciplina dos alunos na escola. 
e) Que sejam interligados com as necessidades dos 
educadores, tendo em vista as precárias condições de 
trabalho em que se encontram. 
Projetos: resgate histórico
 Escolhemos os estudos de Maria da 
Graça Souza Horn e Maria Carmen 
Silveira Barbosa (2008)* para subsidiar 
nossos estudos.
 O uso da palavra projeto é antigo, 
provavelmente surgiu em Florença, no 
período do Renascimento, com o 
nascimento dos esboços de projetos 
técnicos, como por exemplo, da 
arquitetura e da engenharia mecânica, 
usados como antecipações metódicasusados como antecipações metódicas
(“Projetos Pedagógicos na Educação Infantil”. 
Editora Artmed: Porto Alegre, 2008)
Projetos: resgate histórico
 No Iluminismo também surgem 
discussões sobre projetos sociais com o 
objetivo de usar o conhecimento para se 
pensar em uma vida melhor para o 
futuro. 
 O próprio Emílio, de Rousseau, era um 
projeto educacional inovador para a 
época, que detinha uma visão 
revolucionária de criança.
Projetos: resgate histórico
 No período entre os séculos XIX e XX, o 
movimento denominado Escola Nova, 
representado por Decroly, Montessori e 
Dewey, entre outros, fez uma crítica à 
escola tradicional e procurava criar 
formas de organizar o ensino que tivesseformas de organizar o ensino que tivesse 
como característica a integração dos 
conhecimentos. 
 No Brasil esse movimento foi 
coordenado por educadores expressivos 
como Lourenço Filho e Paschoal Lemmecomo Lourenço Filho e Paschoal Lemme, 
que criaram o documento “Manifesto dos 
Pioneiros pela Educação”, em 1932. 
Projetos: resgate histórico
 Tivemos outras experiências com 
Decroly e os centros de interesse; com 
Dewey e seu seguidor Kilpatrick tivemos 
o nascimento dos projetos.
 Dewey defendia que os seres humanos 
têm desejo de aprender e conhecer, e a 
partir de suas dúvidas buscam respostas 
e explicações válidas para os seus 
questionamentos. 
 A partir dessa premissa, a escola deveria 
auxiliar a criança a compreender o 
mundo por meio de pesquisa e debates. 
A participação da comunidade e da 
família eram consideradas 
importantes.
Projetos: resgate histórico
 Dewey (1959, p. 47)* é considerado o 
grande responsável por essa pedagogia, 
pois ele dizia que preparar uma criança 
para a vida seria colocá-la em condições 
de projetar, de buscar meios de realizar 
seus próprios empreendimentos e deseus próprios empreendimentos e de 
realizá-los pela própria experiência. 
 Ele afirmava que “projetar e realizar é 
viver em liberdade”.
(*DEWEY, John. “Vida e Educação”. São Paulo: 
M lh t 1959)Melhoramentos,1959)
Projetos: resgate histórico
Para Horn e Barbosa (2008):
 No século XX várias escolas americanas 
tentaram implantar o trabalho com 
projetos, mas enfrentaram entraves como 
o ensino tradicional, que devido a uma 
densa programação de conteúdos 
fragmentados e impostos, conflitava com 
a proposta.
 Outro fator prejudicial foi o rigor na 
previsão de tempo para a duração do 
projeto. Antes mesmo de implantá-lo, o 
seu prazo já estava predeterminado, o que 
se tornava incoerente com a ideia original,
ou seja, a de respeitar o tempo
de interesse dos envolvidos.
E por fim
 Na tentativa de incorporar os conteúdos 
e o controle do tempo, a proposta foi 
adaptada para outro modelo de 
organização de ensino chamada 
unidades de ensino, as quais 
abandonaram os princípios importantesabandonaram os princípios importantes 
dos projetos, transformando-se em 
unidades didáticas, com temas e tempo 
controlados, e a centralidade das 
decisões ficava a cargo dos adultos.
Projetos aproximam-se dos temas 
geradores de Paulo Freire
 A proposta de trabalho partia dos 
interesses e das necessidades dos 
alunos, tomando como referência a 
realidade socioeconômica deles e era 
associada aos conteúdos e às 
habilidades a serem desenvolvidashabilidades a serem desenvolvidas.
 Podemos dizer que os projetos foram 
pensados com objetivo de romper com o 
modelo tradicional de ensino e seus 
criadores. Conforme confirmam as 
autoras buscavam a inovação e tinham aautoras, buscavam a inovação e tinham a 
convicção de romper com o modelo 
tradicional vigente.
Comparação com base em 
Hernández e Ventura (1998)
 O quadro presente no livro-texto traz 
uma comparação dos modos de 
organizar o ensino ao longo da história, 
conforme já explanamos. Nele pode-se 
observar as diferenças e as semelhanças 
mais relevantes entre os modelos: temamais relevantes entre os modelos: tema 
gerador, unidade didática, centro de 
interesse e projetos. 
 A comparação transcrita está baseada 
em Hernández e Ventura (1998) no livro 
“A organização do currículo por projetos“A organização do currículo por projetos 
de trabalho: o conhecimento é um 
caleidoscópio” e consta também em 
Barbosa e Horn (2008, pp. 20-21).
Comparação com base em 
Hernández e Ventura (1998)
 Tema gerador.
 Unidade didática.
 Centro de interesses.
 Projetos.
Parafraseando Hernández (1998)
 Atualmente, estamos ajudando nossos 
alunos a globalizar, a estabelecer 
relações entre os diferentes 
conhecimentos a partir do trabalho que 
estamos fazendo na sala de aula?
Atenção à reflexão dos autores!
 Quando não se compreende o que se 
aprende, não há uma boa aprendizagem, 
isso indica a necessidade de se 
reorganizar o currículo a partir de uma 
nova abordagem, por que não? 
 Os projetos de trabalho.
 Portanto, mudar a forma de se trabalhar 
a organização do currículo é mudar a 
organização do espaço e do tempo. São 
questões que envolvem o entendimento 
da função da escola como geradora de 
cultura e não só de aprendizagem de 
conteúdos. 
(HERNÁNDEZ, 1998, p. 32)
Considerando que:
 Não é recente na história da educação a 
pedagogiade projetos.
 Voltamos a tratar deles hoje, diferente do 
formato proposto pelos escolanovistas.
 Há necessidade de se modificar aHá necessidade de se modificar a 
estrutura e a organização da vida 
escolar, tendo em vista a dinâmica da 
sociedade contemporânea.
 Conclui-se que os projetos podem ser 
uma forma de se trabalhar os conteúdosuma forma de se trabalhar os conteúdos 
de forma integrada e interdisciplinar.
Outros argumentos são necessários 
para revigorar a pedagogia dos 
projetos 
“O currículo globalizado e interdisciplinar 
converte-se assim em uma categoria 
‘guarda-chuva’ capaz de agrupar uma 
variedade de práticas educacionais 
desenvolvidas nas salas de aula, e é um 
exemplo significativo do interesse emexemplo significativo do interesse em 
analisar a forma mais apropriada de 
contribuir para melhorar os processos de 
ensino aprendizagem.”
(SANTOMÉ apud BARBOSA e HORN. 2008, p. 44)
Novas formas de aprender
 O conhecimento é socialmente construído 
nas interações entre os sujeitos e o 
ambiente físico e social do qual fazem 
parte:
“Não só a escola, mas todo o ambiente 
ensinar-aprender significa criar cultura”.
(BARBOSA e HORN, 2008)
Nova forma de organização do 
conhecimento e da gestão do tempo 
e do espaço na escola
“O tempo é pensado em períodos de 
trabalho, onde o que se valoriza é o que 
cada aluno vai aprendendo, pois ele se 
torna responsável pela sua aprendizagem, 
tendo no professor um mediador, 
juntamente com a participação de outrosjuntamente com a participação de outros 
alunos.” 
(HERNÁNDEZ, 1998)
A organização curricular por 
projetos de trabalho leva em conta a 
ideia de integrar os conhecimentos
 Não é uma tarefa fácil mudar. A escola 
tem ainda que construir muitos 
caminhos e depende dos profissionais 
docentes, das expectativas das famílias 
e das políticas públicas e 
governamentais para concretizargovernamentais para concretizar 
mudanças que envolvem rever 
estruturas consolidadas há muitas 
décadas.
Interatividade
De acordo com os estudos apresentados, 
são modalidades organizativas da 
aprendizagem:
I. Projetos.
II. Sequências didáticas.
III. Atividades permanentes.
IV.Atividades ocasionais.
Escolha o(s) item(ns) correto(s):
a) I e II 
b) III e IVb) III e IV
c) I, apenas
d) IV, apenas
e) Todos os itens.
Conceito
 Vamos conhecer o significado da palavra 
projeto?
 A palavra projeto vem do latim projectu, 
que significa colocar adiante, lançar-se à 
frente. 
 É uma ação intencional, um plano de 
ação que propõe algo, que se antecipa 
em um esboço que se concretiza por 
várias representações, sejam elas 
desenhos, textos, cálculos, plantas com 
vistas a vislumbrar a passagem do 
intencional para se tornar real.
Para Machado apud Barbosa e Horn 
(2008, p. 32)
 Projetar é uma das características do 
homem:
“Os sonhos, as ilusões e as utopias são 
essenciais para alimentar a imaginação 
quando se pensa na elaboração de 
projetos, mas é o caráter operatório dos 
projetos que os distingue das utopias.”
(MACHADO, Nilson. “Educação: projetos e 
valores”. São Paulo: Escrituras, 2000)
Diferentes denominações para 
projetos
 Projeto político-pedagógico.
 Projeto de trabalho pedagógico.
 Projeto pedagógico.
 Projeto didático.
 Projeto de trabalho, entre outros nomes.
E as siglas que esses nomes representam?
Cuidado com os modismos!
 O modismo dos projetos tem sido 
representado nas escolas por projetos 
temáticos que envolvem um trabalho em 
grupo com um tema, como a Copa ou as 
Olimpíadas, ou ainda um projeto do meio 
ambienteambiente. 
 Muitas vezes, esses “projetos” se 
resumem a um cartaz enfeitado para 
emoldurar as paredes das salas de aula. 
São na maioria reducionistas e 
superficiais na aquisição dosuperficiais na aquisição do 
conhecimento.
Barbosa e Horn (2008) nos alertam 
que o projeto:
 Tem como marca a inovação, mas isso 
não significa que devemos imputar a 
essa marca um poder mágico na 
metodologia que ele abarca, existem 
preceitos básicos dos quais não 
podemos nos esquecerpodemos nos esquecer.
 Dá um sentido novo na forma de 
aprender, mas outras possibilidades 
devem ser levadas em conta, 
dependendo do momento e da natureza 
dos conhecimentosdos conhecimentos.
 Vamos verificar os pontos em comum 
em um projeto?
Barbosa e Horn (2008, p. 33) 
apontam que no âmbito educativo
 Alguns momentos decisivos são 
universais na sua elaboração e estão 
presentes em quase todos os projetos. 
São eles:
 A definição do problema.A definição do problema.
 O planejamento do trabalho.
 A coleta, a organização e o registro.
 A avaliação e a comunicação.
Projetar, portanto, vai além do 
sonho, da utopia
Nogueira (2002) criou um roteiro de ações 
para a implantação de um projeto e ainda 
esclarece que esse roteiro é o que 
diferencia um projeto de trabalho de um 
projeto temático, a saber:
1. Ter clareza nos objetivos.
2. Elaborar.
3. Planejar e definir um percurso.
4. Levantar hipóteses e fazer 
investigaçõesinvestigações.
5. Executar e replanejar, se necessário.
6. Apresentar e avaliar.
A palavra chave é participação
 Um projeto não é um plano de trabalho 
ou um conjunto de atividades 
justapostas.
 Ele é uma intervenção pedagógica que 
tem um sentido claro, ou seja, é uma 
necessidade de aprendizagem de 
situações-problemas reais e 
diversificadas.
 Permite, assim, que os alunos, ao 
participarem do processo, decidam, 
opinem, debatam, construam sua 
autonomia e seu compromisso com o 
social, formando-se como sujeitos 
culturais.
Para Hernández (1998)
 Os projetos de trabalho são 
possibilidades de se ressignificar os 
espaços de aprendizagem de forma que 
eles venham a contribuir para a 
formação de sujeitos ativos, reflexivos e 
participantesparticipantes.
 Os projetos criam necessidades de 
aprendizagem de novos conteúdos, que 
poderão ser aprofundados e 
sistematizados em módulos de 
aprendizagem que por sua vez irãoaprendizagem, que por sua vez irão 
repercutir sobre as situações e as 
intervenções dos alunos em outros 
momentos da vida escolar.
Nogueira (2002) diz que projeto é
“uma ação de investigação que possa 
propiciar a interação do sujeito aprendiz 
com meio e com o objeto de conhecimento, 
gerando por consequência a pesquisa, 
criação, elaboração, depuração, (re) 
elaboração e múltiplas aquisições ”elaboração e múltiplas aquisições.”
 Projetos de trabalho ou projetos 
didáticos
 os que são desenvolvidos na sala deos que são desenvolvidos na sala de 
aula, aqueles elaborados pelo professor 
a partir e com a participação dos alunos.
Projetos da escola
 Os projetos da escola são aqueles que 
envolvem as famílias, a comunidade 
escolar, as equipes docentes e técnica, 
por exemplo, o projeto 
político-pedagógico, ou os projetos 
organizados para serem trabalhadosorganizados para serem trabalhados 
com as famílias e os alunos ou ainda só 
para a formação de pais.
 O projeto político-pedagógico é um 
conjunto de intenções que revelam uma 
concepção de mundo sociedade econcepção de mundo, sociedade e 
educação da escola.
Projeto político-pedagógico
 A sua construção envolve participação, 
compromisso e comprometimento de 
toda equipe escolar, pais e comunidade 
escolar. 
 Nesse trabalho, muitas reuniões são 
feitas para discussão e cabem as mais 
diversas questões no seu debate para a 
elaboração de um documento que 
expresse a “cara”da escola  define a 
carta de intenções das ações 
pedagógicas da escolapedagógicas da escola.
Projeto político-pedagógico
 Que tipo de escola se quer construir: 
com que características, valores e 
diretrizes?
 Que tipo de aluno se quer formar, com 
que valores, conhecimentos, 
habilidades, capacidades para 
participarem da sociedade onde vivem?
 Como devem ser as relações com a 
comunidade escolar?
Nogueira (2002) traz em seu livro 
“Pedagogia dos projetos”
 Projetos Manguezais: importância da 
preservação.
 Projetos Pipas: um exemplo de projeto 
interdisciplinar.
 ProjetoCentro Médico: um exemploProjeto Centro Médico: um exemplo 
transdisciplinar.
 Exemplos de projetos sobre o sistema 
solar.
 Aniversário da cidade.
As etapas de um projeto, segundo 
Nogueira
 Sonhos, utopias, desejos e 
necessidades.
 Planejamento.
 Execução e realização.
 Depuração Depuração.
 Apresentação e exposição.
 Avaliação e crítica.
As etapas de um projeto, segundo 
Barbosa e Horn
 Definição do problema.
 Mapeamento de recursos.
 Coleta de informações.
 Sistematização e reflexão das 
informaçõesinformações.
 Documentação e comunicação do 
projeto.
Resumindo
Um projeto é:
“[...] uma abertura de possibilidades amplas 
e com vasta gama de variáveis, de 
percursos imprevisíveis, criativos, ativos, 
inteligentes acompanhados de uma grande 
flexibilidade de organização.”
(BARBOSA e HORN, 2008)
Interatividade
Uma característica significativa de um 
projeto de trabalho e que o diferencia das 
outras modalidades organizativas da 
aprendizagem é que ele conta com:
a) A determinação da secretaria de 
educação.
b) A decisão exclusiva do professor.
c) A participação ativa dos alunos no 
processo de seu desenvolvimento.
d) A influência da realidade locald) A influência da realidade local.
e) O suporte de recursos materiais da 
Associação de Pais e Mestres.
Interdisciplinaridade
 A proposta de se trabalhar com projetos 
vem superar a ideia linear e fragmentada 
dos currículos.
 Os projetos representam novas 
configurações curriculares, que 
favorecem a interação da escola com a 
realidade, evitando a transmissão do 
conhecimento e incentivando a 
formulação de perguntas e da pesquisa.
Interdisciplinaridade
 É vital que o professor compreenda a 
contribuição de cada área do 
conhecimento na construção dos 
saberes dos alunos, permitindo com isso 
um diálogo entre as disciplinas. 
 No entanto, dizer que a 
interdisciplinaridade se resume à tarefa 
de criar uma integração entre as 
disciplinas é perder-se no conceito, 
empobrecê-lo. 
 A interdisciplinaridade é marca do 
trabalho coletivo na medida em que 
aborda a intersubjetividade.
Vamos entender melhor o que isso 
significa?
 A interdisciplinaridade combate a 
fragmentação do conhecimento entre os 
diferentes campos do saber, que apenas 
informa o aluno do conhecimento 
histórico produzido.
 Os currículos conduzem os alunos a um 
acúmulo de informações e a cada dia 
novas disciplinas se agregam a ele, 
avolumando ainda mais os 
conhecimentos a serem organizados e 
sistematizadossistematizados.
Vamos entender melhor o que isso 
significa?
“Com a adoção de novas metodologias de 
trabalho, algumas escolas têm abandonado 
o currículo tradicional e dado ênfase a 
novos conhecimentos, pautados no senso 
comum, considerados mais atuais. 
Esquecem se com isso que essa atitude éEsquecem-se, com isso, que essa atitude é 
conservadora, pois pode gerar prepotência 
ainda maior que o conhecimento 
científico.” 
(FAZENDA, 2001, p. 17)
Vamos entender melhor o que isso 
significa?
Fazenda (2001) continua:
“o senso comum, quando interpenetrado do 
conhecimento científico, pode gerar 
racionalidades – o conhecimento não seria 
privilégio de um, mas de vários.”
 Isso significa dizer que o pensar disciplinar 
tenta um diálogo com outras formas de 
conhecimento, deixando-se interpenetrar 
por elas. Aceita-se o senso comum como 
válido, ampliado através do diálogo com o 
conhecimento científico Assim em umconhecimento científico. Assim, em um 
projeto, causa e intenção se fundem, 
conseguindo captar a profundidade das 
relações entre as pessoas e as 
coisas.
Fazenda (2001) reforça:
 O projeto sob essa ótica não se orienta 
para produzir, mas como um ato de 
vontade. 
 O projeto interdisciplinar “não se ensina, 
nem se aprende, vive-se, exerce-se”. 
Isso exige entender a passagem da 
subjetividade para a intersubjetividade, 
quando o envolvimento e o desejo de 
busca de um contaminam o outro e o 
grupo, reelaborando-se a busca de um 
novo conhecimento que não é interessenovo conhecimento, que não é interesse 
e nem privilégio de alguns, mas de 
todos.
Metáfora da Professora Sandra 
Lúcia Ferreira
 Compara a compreensão de 
interdisciplinaridade ao conhecimento de 
uma sinfonia. 
 Com objetivo de executá-la, é necessária 
a integração de muitos elementos: os 
instrumentos, as partituras, os músicos, 
o maestro, o público e os equipamentos 
eletrônicos, entre outros. 
 Organizada a orquestra, todos os 
elementos são igualmente importantes, 
pois eles se ligam em um todo, em um 
movimento contínuo, equilibrado. 
 O projeto é o mesmo para todos, ou seja, 
o foco é a execução da música.
Metáfora da Professora Sandra 
Lúcia Ferreira
 Todavia, cada uma das partes desse 
projeto tem sua marca, sua 
individualidade. 
 Para a sinfonia se concretizar, é preciso 
contar com a participação de seus 
envolvidos, da harmonia do maestro e a 
expectativa dos que a assistem para a 
composição de um todo integrado.
Assim é a interdisciplinaridade:
 É a integração das muitas ciências, 
como possibilidade de enriquecer e 
ultrapassar a construção dos muitos 
elementos que compõem o 
conhecimento. 
 A interdisciplinaridade tem a 
característica de integrar todos os 
elementos do conhecimento, mas 
pressupõe ainda um movimento 
ininterrupto, criando outros pontos de 
discussão reinventando se buscandodiscussão, reinventando-se , buscando 
novas combinações e desdobramentos 
entre as pessoas que participam dessa 
busca.
A sinfonia então não termina...
... ela se recria, transforma-se, combinando 
cada um dos seus elementos, respeitando a 
sua ideia norteadora por eixos comuns: a 
intenção, a humildade, o respeito pelo 
outro, a totalidade, a consciência da 
importância do diálogoimportância do diálogo. 
 Sem esses elementos não estaríamos 
aprendendo uma atitude interdisciplinar 
que é pensar que um fato ou 
acontecimento nunca é isolado, mas 
uma consequência da relação entreuma consequência da relação entre 
muitos fatos. 
(FERREIRA, 2001, pp. 33-34)
Exemplo de uma prática 
interdisciplinar
 A pipa
(NEIRA, 2008, pp. 88-89)
Para Ferreira (2001, p. 35), a 
interdisciplinaridade é: 
 “norteada por quatro eixos básicos: a 
intenção, a humildade, a totalidade, o 
respeito pelo outro [...]”. A autora explica 
que um fato nunca está sozinho, mas ele 
é consequência da relação entre muitos 
outros fatoresoutros fatores.
 Complementando, Fazenda (1993) diz: é 
importante considerar a necessidade de 
se assumir uma nova postura diante do 
conhecimento, ou seja, o ponto de 
partida e chegada de uma práticapartida e chegada de uma prática 
interdisciplinar depende da ação do 
diálogo que acontece entre as 
disciplinas e os sujeitos da ação.
Interdisciplinaridade
 Integra horizontalmente os conteúdos, 
superando a fragmentação deles e 
aponta para a construção de um 
currículo mais vivo, articulado e 
participativo.
 Diante do exposto, retornamos o início 
da unidade II com a reflexão da fábula da 
convivência, ao se abordar a importância 
de sentir-se componente de um todo e 
que para isso precisamos nos 
desintegrar no outro e integrar nosdesintegrar no outro e integrar-nos 
novamente, em um movimento que 
envolve a unidade e a totalidade, a razão 
e o humano.
Resumindo
O projeto de trabalho é uma modalidade 
organizativa do tempo didático que visa: 
 Compartilhar objetivos mediante um 
propósito educacional.
 Elaborar um produto final que possa serElaborar um produto final que possa ser 
partilhado, divulgado.
 A organização/planejamento de etapas 
de trabalho em que todos devem se 
envolver.
 Comprometer todos os envolvidos pois Comprometer todos os envolvidos, pois 
suas ideias, intenções e desejos estão 
circulando pelo projeto, constituindo e 
estruturando o projeto.
O projeto de trabalho visa
 Promover o trabalho cooperativo, já que 
é preciso tomar decisões.
 Discutir ideias e avaliar em conjunto.
 Ampliar o conhecimento de um 
determinadosaber, informação,determinado saber, informação, 
situação, acontecimento.
 Ter como referência inicial o 
levantamento de dados conhecidos, 
evidenciados em uma dada situação 
(conhecimentos prévios do grupo).(conhecimentos prévios do grupo).
Por que trabalhar com projetos?
 Porque eles propiciam aprendizagens 
significativas, tiram o aluno da 
passividade, vão além do conteúdo 
conceitual, permitem uma formação mais 
ampla, auxiliam no desenvolvimento 
como um todo e oferecem acomo um todo e oferecem a 
aprendizagem em diferentes áreas: 
emocional, social, afetivo, motor e 
cognitivo.
Por que trabalhar com projetos?
 O trabalho com projeto favorece o aluno, 
pois o coloca no centro da atenção 
pedagógica. Parte da ideia das crianças, 
simboliza uma aprendizagem mais 
significativa, impulsiona o 
desenvolvimento e a autonomia dodesenvolvimento e a autonomia do 
aluno, criam-se aulas dialogadas que 
partem de necessidades, problemas, 
perguntas e hipóteses dos alunos e ele 
nunca é um planejamento de passos 
fechados.fechados.
Interatividade
Do que aprendemos, cabe à disciplina OPPEF, em 
relação à formação do futuro professor:
I. Contribuir para a construção de novos 
modelos didáticos.
II. Colaborar para a solidificação das informações 
adquiridas durante seu processo escolaradquiridas durante seu processo escolar.
III. Ajudá-lo a compreender que o ponto de partida 
é o conhecimento prévio do aluno.
A única resposta correta é:
a) I, II, III. 
b) I e II. 
c) Apenas a III.
d) Apenas a II.
e) I e III.
ATÉ A PRÓXIMA!
Unidade III 
ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE 
PROJETOS DE ENSINO 
FUNDAMENTAL
Profa. Eliana Chiavone Delchiaro
Começamos a reflexão com 
Madalena Freire (2010)
Escolhas e práticas educativas
“A cada encontro: o imprevisível.
A cada interrupção da rotina: algo 
inusitado.
A cada elemento novo: surpresasA cada elemento novo: surpresas.
A cada elemento já parecidamente 
conhecido: desconhecimento.
A cada encontro: um novo desafio, 
mesmo que supostamente já vivido.
A cada tempo: novo parto, novo 
compromisso.
(cont.)
Começamos a reflexão com 
Madalena Freire (2010)
A cada conflito: nova faceta 
insuspeitável.
A cada aula: descobrimento de terras 
ainda não desbravejadas.
A cada aula uma aventura. A cada aulaA cada aula uma aventura. A cada aula 
uma revelação.
A cada aula uma perplexidade.
A cada aula um caminho na busca de 
mim mesma.
A cada aula um nascimento com o 
outro.”
Orientação de práticas e projetos de 
História e Geografia
 Na unidade III, você não encontrará 
planos de aula e nem tampouco projetos 
prontinhos para serem usados.
 Coerentes com o que acreditamos, na 
capacidade autora e autônoma do 
professor, iremos apresentar sugestões 
de propostas de atividades que, aliadas 
ao fundamento de cada área, poderão se 
constituir em repertório para a 
organização da sua prática educativa.
 Apresentamos aqui pontos de partida, 
propostas inspiradoras.
Autoria e autonomia
 O planejamento é uma ação intencional, 
você poderá definir se para um 
determinado conteúdo é mais 
interessante um projeto, um estudo do 
meio ou uma atividade sequenciada. 
 Tudo vai depender do conteúdo a ser 
desenvolvido e das relações que se 
espera estabelecer.
Dimensão vertical do currículo
 A presente unidade pretende expor a 
fundamentação dos eixos teóricos de 
História e Geografia ao apresentar os 
seus conteúdos, isso porque o professor 
precisa conhecer a sua função e 
aproximar o aluno do patrimônioaproximar o aluno do patrimônio 
histórico construído pela humanidade. 
 No entanto, esse conhecimento não 
pode ser transmitido de forma imposta e 
fragmentada.
O professor do Ensino Fundamental 
Polivalente, cabe a ele:
 Fazer a interdisciplinaridade das áreas.
 Fazer suas opções metodológicas para 
propiciar uma aprendizagem 
significativa.significativa.
 Realizar a reflexão e o registro da prática 
pedagógica.
Fundamentos da área de História e 
Geografia e práticas do 1º
ao 5º ano do Ensino Fundamental
 O verdadeiro potencial do ensino de 
História é aquele que permite ao aluno 
sentir-se capaz de exercer a crítica, a 
participação, a inclusão histórica, lendo 
e interpretando criticamente o mundo em 
que viveque vive.
Preste atenção a essas questões
 O ensino de História que você teve 
garantiu-lhe essa possibilidade?
 A História é uma disciplina trabalhada 
nas escolas de forma viva e dinâmica?
 É possível ensinar História de formaÉ possível ensinar História de forma 
prazerosa e instigante?
O ensino de História de ontem
 Apresentação dos heróis, das datas 
fundamentais e das “conquistas” da 
sociedade brasileira.
 Os conteúdos são informados de 
maneira hierárquica e linear.
 Grande ênfase na memorização.
 Os conflitos e os movimentos populares 
não eram identificados nessa 
abordagem.
 Uma história apresentada com 
t i t f t i l dacontecimentos e fatos isolados e 
estanques.
 A visão de um país rico pela beleza de 
seus recursos naturais.
 Um conteúdo cívico, pouco reflexivo.
Karnal (2009, p. 21) nos esclarece:
 “Cada estudante precisa se perceber, de 
fato, como sujeito histórico, e isso só se 
aprende quando ele se dá conta dos 
esforços que nossos antepassados 
fizeram para chegarmos ao estágio 
civilizatório em que nos encontramoscivilizatório em que nos encontramos. 
Para o mal, mas também para o bem.”
Inclusão histórica
 Os alunos precisam perceber que as 
relações do homem com o mundo são 
mutáveis e condicionadas cultural e 
historicamente, permitindo uma 
reinterpretação do passado para uma 
maior compreensão da origemmaior compreensão da origem 
sócio-histórica dos conflitos do seu país 
e do mundo em que vive. 
 Assim, o aluno tomará consciência 
temporal de sua própria vivência, 
percebendo se como um ser social;percebendo-se como um ser social; 
sentindo-se um homem do seu tempo e 
com possibilidades para escolher e 
mudar a sua realidade.
O que é ensinar História?
 De acordo com a LDEBN 9394/96, o 
ensino de História no Ensino 
Fundamental, conforme expressa o 
artigo 32 (incisos I, II, II, IV), diz que se 
espera promover a formação básica do 
cidadão a compreensão do ambientecidadão, a compreensão do ambiente 
natural e social, e dos valores em que se 
fundamentam a sociedade, com 
destaque à solidariedade humana, a 
formação de atitudes e valores, o 
fortalecimento de vínculos de famíliafortalecimento de vínculos de família 
(PENTEADO, 2009, p. 9).
Guia orientador
 Os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(2001), em seu quinto volume, trazem 
contribuições importantes de natureza 
metodológica e conceitual do ensino de 
História que valem a pena serem 
estudadas pelo professor em formaçãoestudadas pelo professor em formação 
inicial ou aqueles em exercício das 
séries iniciais do Ensino Fundamental.
Alfabetização histórica
 A ênfase para o ensino de História será 
para o conhecimento e a alfabetização, aqui 
entendida como um processo que não se 
esgota em si mesmo, que não depende da 
alfabetização das técnicas de escrever e ler, 
mas que se desdobra em leituras domas que se desdobra em leituras do 
mundo, que lida com os produtos da 
criação humana.
 Isso significa dizer que, ao estudar História 
e Geografia, a criança deverá expressar-se, 
ampliar seu vocabulário com as palavrasampliar seu vocabulário com as palavras 
correspondentes aos conceitos trabalhados 
no campo de conhecimentos das Ciências 
Humanas, que é a “criação humana”, ou 
seja, alfabetizar-se histórica e 
geograficamente.
História é referência - Precisa ser 
bem ensinada
 Assim, trabalhar conhecimentos 
humanistas em História é humanizar o 
homem, é percebê-lo na sua organização 
social de produção e compreender suas 
criações. 
 O professor é quem adequará a 
linguagem da construção histórica com a 
do aluno para que este veja sentido e 
consiga estabelecer conexões.
 Nunca podemos perder de vista seu 
papel social de ser um mediador do 
patrimônio cultural da humanidadecom 
o conhecimento e cultura do aluno, 
levando este último ao progresso 
intelectual e cultural.
Interatividade 
Escolha a alternativa que não expressa o 
ensino de História tradicional:
a) Os conteúdos são informados de 
maneira hierárquica e linear.
b) Grande ênfase na memorização.b) Grande ênfase na memorização.
c) Uma história apresentada com 
acontecimentos e fatos isolados e 
estanques.
d) Conteúdo cívico, com ênfase nas 
comemorações e pouco reflexivocomemorações e pouco reflexivo.
e) Cada criança deve se perceber como um 
sujeito histórico e, ao mesmo tempo, um 
sujeito ativo do seu tempo.
Orientações metodológicas para o 
ensino de História e Geografia
1. Os conteúdos apresentados devem ser 
considerados a partir da faixa etária da 
criança, levando-se em consideração 
seu desenvolvimento e sua capacidade 
de abstração.
É2. É importante para as duas disciplinas o 
professor acreditar que a criança já traz 
um conhecimento prévio, ela tem a sua 
história, já possui referências históricas 
e geográficas.
Princípios comuns a essas 
disciplinas
“Próximo para o distante”
“Concreto para o abstrato”
“Parte para o todo”
“Passado e presente”
Estrutura básica conceitual
 Quadro conceitual elaborado por Heloísa 
Dupas Penteado (2009), presente no livro 
“Metodologia do Ensino de História e 
Geografia”
Corpo conceitual
 Quadro conceitual elaborado por Heloísa 
Dupas Penteado (2009), presente no livro 
“Metodologia do Ensino de História e 
Geografia”
Portanto, o ensino de História e 
Geografia deverá ser orientado por:
1. Trabalhar em todas as séries, além dos 
conhecimentos específicos, os 
conceitos da estrutura conceitual básica, 
ainda que em níveis diferentes.
2. Incidir sobre as dimensões de natureza e 
cultura assumidas pelo tempo e pelo 
espaço.
3. Organizar os conceitos específicos na 
seguinte sequência: natureza, cultura, 
espaço e tempo histórico.
Quadro elaborado por Ana Lucia Nemi e 
João Carlos Martins, em “Didática de 
História – o tempo vivido: uma outra 
história”, p. 97
1º 
ano
2º 
ano
3º 
ano
4º 
ano
5º 
ano
Tempo/
Espaçop ç
Semelhança/
Diferença
Permanência
/Mudança
Cultura
Trabalho
Progressiva ampliação do estudo 
dos conceitos
Quadro inspirado em Ana Lucia Nemi e 
João Carlos Martins, em “Didática de 
História – o tempo vivido: uma outra 
história”
1ª série 2ª série 3ª série 4ª série
Família e 
história
pessoal
Escola atual e
História
Bairro ontem e 
hoje
– Inclusão 
bairro/
município –
História do 
estado:
“Composição 
social do
estado”
– Recuo mais 
Tema: 
“Trabalho 
escravo e
assalariado no 
Brasil”
Comunidade 
atual e História
Fundamentos 
do bairro
– Localização 
espacial
ampliação
da localização 
espacial e
do recuo no 
tempo
– Município 
ontem e hoje
longo no tempo,
partindo dos 
dias de hoje
– Análise dos 
grupos sociais e
suas relações 
políticas e de
trabalho
– Enfoque:
– Trabalho no 
Brasil hoje: 
salários, 
legislação e
reivindicações
– História do 
trabalho
no Brasil:espacial
em casa, na 
escola e na
comunidade
Enfoque: 
índios, 
portugueses,
negros, 
imigrantes (séc. 
XIX) e
migrantes (séc. 
XX)
no Brasil: 
escravos e
assalariados
Reforçando
 A escola trabalha com a cultura, seja no 
interior da sala de aula ou nos demais 
ambientes escolares.
 Desta forma, a História e a Geografia são 
uma construção social e histórica. Elas 
são veículo de culturas, devem ser 
analisadas com base no tipo de seleção 
que pode ser feita, na construção desse 
saber sistematizado.
 É importante ressaltar as preocupações 
fundamentais apresentadas nos temas 
transversais, relacionando-as com as 
questões emergenciais para a conquista 
da cidadania.
Primeiro ano: contribuições de 
Fonseca (2010)
 Segundo a autora, o primeiro eixo 
temático proposto pelo PCN é a “história 
local e do cotidiano integrado aos temas 
transversais, portanto possibilita estudar 
as histórias de vida das crianças, a 
construção das identidades e asconstrução das identidades e as 
relações nos grupos sociais mais 
próximos, como a família e a escola. 
O desenvolvimento das noções de tempo 
e espaço deve permear todo o processo 
dos primeiros anos”. Todo cuidado édos primeiros anos . Todo cuidado é 
necessário ao se abordar a temática das 
famílias, visto que a organização das 
famílias hoje mudou bastante.
Segundo ano: contribuições de 
Fonseca (2010)
 O estudo das relações e vivências na 
localidade da criança, os diversos 
espaços sociais e históricos e também 
modos de viver desenvolvem conceitos 
como os de sujeito histórico, trabalho, 
natureza e espaço num processonatureza e espaço, num processo 
dinâmico, criativo e dialético.
Terceiro ano: contribuições de 
Fonseca (2010)
 O desenvolvimento das noções de espaço 
e tempo (sucessão, ordenação, 
simultaneidade, mudanças, permanências) 
e a expressão oral e escrita devem 
combinar-se à construção de noções de 
cidadania e participação dos alunos paracidadania e participação dos alunos, para 
que estes se sintam sujeitos da história e 
do conhecimento.
 Para quem mora em São Paulo, ela sugere 
pensar nos problemas da cidade e o que 
pode ser ampliado para as cidades depode ser ampliado para as cidades de 
cada município brasileiro, ou seja, os 
problemas locais, tais como meio 
ambiente, trânsito, violência, 
dificuldades encontradas nas 
grandes metrópoles.
Quarto ano: contribuições de 
Fonseca (2010)
 A autora sugere “explorar os diferentes 
significados do trabalho em nossas 
vidas: sua dimensão econômica, da 
realização pessoal, política, cultural.” 
Pode-se ampliar o foco não apenas no 
trabalho local mas em outras épocas datrabalho local, mas em outras épocas da 
história do Brasil. O trabalho infantil 
pode ser explorado de forma crítica.
Quinto ano: contribuições de 
Fonseca (2010)
 O tema das comunidades indígenas 
destacado nos PCNs é obrigatório desde 
2008 e pode ser incorporado como proposta 
para as crianças conhecerem e investigarem 
as formas de viver dos indígenas, trabalhar 
os estereótipos, o tratamento das culturas eos estereótipos, o tratamento das culturas e 
o respeito à diversidade. 
 Outra proposta presente como eixo temático 
dos PCNs é a história das organizações 
populacionais, em que se estudam os 
movimentos, as contradições e as relações 
sociais, políticas e econômicas a partir da 
vivência da criança, ampliando-se as noções 
até atender a diversidade do Brasil, os 
processos históricos de conquistas, 
ocupação e exploração do território.
 O vasto panorama apresentado deve ser 
explorado com atividades que poderão 
compor projetos, atividades 
sequenciadas e situações significativas 
e motivadoras de aprendizagem para o 
desenvolvimento de seus futuros alunosdesenvolvimento de seus futuros alunos.
Interatividade
Como tornar o ensino de História 
interessante e significativo?
a) Decorando as datas comemorativas.
b) Interpretando e entendendo os fatos e os 
acontecimentos ao longo do tempo.acontecimentos ao longo do tempo.
c) Ensinando para a erudição.
d) Decorando características de cada 
tempo histórico.
e) Não se preocupando com o que passou. 
O importante é olhar para o futuro.
Segundo Kozel e Filizola (2010)
Em Geografia, a criança pode começar pela 
compreensão da relação do homem com a 
natureza, enfatizando os seguintes 
aspectos:
1. Processo de trabalho, tempo, espaço, 
t f ã d ã dtransformação e produção de 
necessidades.
2. Observação do mais próximo do aluno 
ao mais distante.
3. Valorizar informações que os alunos 
l l d llevam para a sala de aula.
4. Ponto inicial  vizinhança e separação/ 
ordem e sucessão/continuidade/escola/ 
ambiente/casa.
Segundo Kozel e Filizola (2010)
5. Maquete/mapas: apresentação de formas 
planas (bidimensionais) da realidade 
(tridimensional).
6. Mapas são fotografias da paisagem e 
não contêm tudo que nela se vê. Traços, 
cores e símbolos auxiliam nessa 
construção.
7. Escala intuitiva do que é maior e do que 
é menor.
8. Trabalhar com mapas envolve

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