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Unidade I ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE PROJETOS DE ENSINO FUNDAMENTAL Profa. Eliana Chiavone Delchiaro Para começar a reflexão “Somos sempre aprendizes da profissão e estagiários da vida.” (Alves Franco). Estágio e docência, de Selma Garrido Pimenta e Maria do Socorro Lucena Lima. São Paulo: Cortez, 2010 (página 125) Objetivos da disciplina Esta disciplina caracteriza-se por: Articular teoria e prática no que diz respeito ao cotidiano das escolas de Ensino Fundamental. Entender o estágio de observação e aEntender o estágio de observação e a participação nas práticas educativas como possibilidades de compreensão da escola como cenário principal, relacionando-os às teorias educacionais. Objetivos da disciplina Constituir um campo de conhecimento que se produz na interação entre a formação inicial, a universidade e a instituição escolar. O estágio é uma articulação entre o currículo do curso de Pedagogia e a realidade escolar, problematizando-a, compreendendo suas raízes, oferecendo, assim, condições para que os acadêmicos possam constituir suas identidades como futuros professoresidentidades como futuros professores. Unidade I O conceito de docência, a atuação do acadêmico nos estágios de observação, seus desafios e dificuldades. Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, Resolução nº 4, de 13/07/2010, e ao lado elencar os objetivos do Ensino Fundamental, comentando algumas concepções imprescindíveis como criança, currículo e aprendizagem. Estágio e docência “Estágio é pra gente observar como os alunos são, pra avaliar a nossa capacidade de observar a sala de aula e transformar essa observação em relatório.” “A escola tem tantos problemas! Não vejo como ajudar! Sendo estagiário a gente nem é aluno eajudar! Sendo estagiário, a gente nem é aluno e nem é professor... Temos a impressão de que os alunos nos olham diferente, eles têm mais liberdade conosco.” “Como serei recebido na escola em que vou estagiar?” “Deve haver bastante aprendizado quando a gente leva a sério o estágio!” Estágio e docência, de Selma Garrido Pimenta e Maria do Socorro Lucena Lima. São Paulo: Cortez, 2010 (página 103 à 105). Fundamentação legal do curso de Pedagogia O Conselho Nacional de Educação (CNE) define as diretrizes curriculares para os cursos de graduação no país Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006 art. 3º “Parágrafo único. Para a formação do licenciado em Pedagogia é central:em Pedagogia é central: I. o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania; II. a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse daresultados de investigações de interesse da área educacional; III. a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino.” Fundamentação legal do curso de Pedagogia Artigo 2º, inciso 1: “As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos ”previstos conhecimentos pedagógicos.” (grifo nosso) Fundamentação legal do curso de Pedagogia – Art. 2º Conceito de docência como ação educativa e processo pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais, étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos princípios e objetivos daconceitos, princípios e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e deaprendizagem, de socialização e de construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes visões de mundo. O papel do estágio Estágios e formação inicial Estágios e articulação teórico-prática O processo de aprender o ofício de ser professor é contínuo amplia o conceito da formação inicial como um ç conjunto de conhecimentos formais adquiridos na universidade e suficientes para o exercício da profissão. A escola como instituição social e organização de trabalho é o local adequado para uma formação no seu lócus onde os acadêmicos poderão recuperar a teoria apreendida e perceber o quanto a dominam ou não. A escola pode ajudar ou dificultar as atividades do estagiário Do atendimento ao acompanhamento, até a participação em reuniões e horários coletivos. Segundo Ostetto (1997), a entrada dos estagiários na instituição escolar é uma conquista, como ela mesma diz: tudo depende de “como se entra”, “pedindo licença ou invadindo”, e do quanto estamos dispostos a lidar com as novas experiências que iremos vivenciar. Observação Observar não é invadir o espaço do outro, sem pauta, sem planejamento nem devolução, e muito menos sem encontro marcado. Observar uma situação pedagógica é olhá-la, fitá-la, mirá-la, admirá-la, para ser iluminada por ela. Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto é, estar e permanecer acordado por l li id d d t ã dela, na cumplicidade da construção do projeto, na cumplicidade pedagógica. (Madalena Freire, 1996, p. 14) O estagiário é um profissional em formação Ao observar a realidade, poderá confrontar as observações registradas com os conhecimentos teóricos adquiridos e ainda discuti-los com seus orientadores, colegas de curso, com os tutores de todas as disciplinastutores de todas as disciplinas. As disciplinas têm fundamentos teóricos que devem se articular à prática. Em outras palavras, caracteriza-se por um momento rico, no qual se aprende a pensar sobre a ação: teoria e práticapensar sobre a ação: teoria e prática tornam-se aliadas. A escola será o nosso cenário de reflexão De acordo com Pimenta (2002), é indiscutível a importância da reflexão no exercício da docência para a valorização da profissão docente, dos conhecimentos dos professores, do seu trabalho coletivo e das próprias escolas como espaço de formação.próprias escolas como espaço de formação. Valer-se também de vários documentos da escola: o Plano Escolar, o Projeto Político-Pedagógico, a Organização Curricular, os Planos de Aula, os Planos de Utilização dos Recursos Financeiros e os Registros das Discussões dos HoráriosRegistros das Discussões dos Horários Coletivos, que muito contribuirão para um entendimento do processo educativo como um todo. Eles são a história, a memória e a vida da escola. As observações e o registro As observações e experiências do estagiário nas instituições devem ser registradas, o que podemos chamar de registro da prática observada – o registro das atividades que serão acompanhadas e que num primeiro momentoe que, num primeiro momento, representam a narração dos fatos e a descrição dos acontecimentos a partir das observações feitas. Num segundo momento, se transformam em reflexões contextualizadas à luz dosem reflexões contextualizadas à luz dos conhecimentos adquiridos e das discussões realizadas nas oficinas, nos seminários das práticas na universidade ou nos fóruns de discussão. Escola: local de aprendizagem para o acadêmico O educador é: Leitor no sentido amplo, aquele que lê a realidade, os outros e a si próprio, interpretando, buscando seus significados. Escritor que registra seu fazer pedagógico, questionando-o, perguntando-se sobre as hipóteses do seu pensar. Este aprendizado do registro é o maisEste aprendizado do registro é o mais poderoso instrumento da consciência pedagógica e política do educador. (Madalena Freire, 1996, p. 6) InteratividadeO principal objetivo do estágio é: a) Registrar tudo o que acontece durante a observação de uma aula. b) Corrigir os cadernos dos alunos para colaborar com a professora da classe.colaborar com a professora da classe. c) Dar uma aula na ausência da professora da classe. d) Articular teoria e prática, constituindo um campo de conhecimento. e) Uma exigência legal sem fundamento, já que não conduz a boa experiência. Modalidades de estágios a) Aprendizagem pela observação e imitação. b) Aprendizagem pelo uso de técnicas. c) Aprendizagem como prática investigativa.investigativa. Aprendizagem pela observação e imitação Conforme visto em Pimenta e Lima (2010, p. 35), a aprendizagem pela imitação tem sido chamada por alguns autores de artesanal, pois é caracterizada por um modo tradicional da atuação docente tendo comoda atuação docente, tendo como fundamento considerar a realidade do ensino imutável e também a realidade da escola. Aprendizagem pela observação e imitação A prática de aprendizagem pela imitação e observação é limitada se não for acompanhada de uma recriação e reflexão. O estágio que tem por objetivo tão somente a observação e a imitação irá formar um professor incapaz de refletir e pensar sobre sua prática de uma forma mais crítica e fundamentada teoricamente. Com isso, mantém-se uma concepção tradicional do ensino em que a atividade docente se restringe a um modelo pronto (PIMENTA e LIMA, 2010). Aprendizagem pela observação e imitação A forma de aprender a profissão a partir da imitação pode ser uma etapa na formação do professor, que precisa partir de um modelo. Nunca partimos do nada! Não existe ação educativa que não prescinda de modelos, parâmetros. Isso é válido para um primeiro movimento, como ela fundamenta. Porém, espera-se que o aprendiz avance e possa recriar. (Madalena Freire 2008)(Madalena Freire, 2008). Aprendizagem pela observação e imitação “Aprender é superar modelos, recriando-os, e ao mesmo tempo, construindo o seu próprio. Superação que se constitui num longo e permanente processo de aprendizagem de imitação: copiando re(a)presentandode imitação: copiando, re(a)presentando, para depois recriar [...]. Superamos modelos reconhecendo o quanto foram importantes e fundadores de nosso saber atual, para avançarmos, ampliarmos nosso conhecimento naampliarmos nosso conhecimento, na construção de nosso voo (pensamento), tão próprio, único, original como o próprio choro ao nascer [...]” (Madalena Freire, 2008, p. 73). Aprendizagem pelo uso de técnicas Aprendizagem de técnicas, ou seja, a instrumentalização de técnicas para executar determinadas ações. A atividade de estágio, nessa visão, se resume ao “como fazer”, ao desenvolvimento de habilidades para controlar a classe, ao preenchimento de planilhas e fichas de observação, técnicas de atuação, ao repasse de atividades elaboradas por técnicos. Aprendizagem pelo uso de técnicas Conforme Pimenta (2010) reforça, o mito das técnicas e das metodologias não está presente somente no universo dos professores, mas também na instituição escolar e nas políticas dos governos. Ela chama esse movimento de pedagogiachama esse movimento de pedagogia compensatória, presente nas formações dos docentes de “treinamentos”, que visam à apresentação de pacotes prontos, de métodos e técnicas que buscam solucionar todos os problemasbuscam solucionar todos os problemas educacionais. Aprendizagem pelo uso de técnicas Outras vezes, os estagiários são utilizados como mão de obra “barata” na confecção de material didático e pedagógico para suporte de aulas. Essa atividade desvinculada de um aporte teórico também de nada contribui parateórico também de nada contribui para sua formação. É a simples aprendizagem da confecção de materiais. Teoria e prática no cenário escolar A ideia proposta é superar os modelos de estágio que dividem a atividade prática da atividade teórica, pois, ao diferenciarmos o conceito de ação (praticada pelos sujeitos) e o conceito de prática (que diz respeito às instituições) a concepção de estágio ganhainstituições), a concepção de estágio ganha um novo entendimento. O acadêmico precisa se aproximar da realidade em que vai atuar, mas só isso não basta. É preciso ir além, entendê-la, contextualizá-la, transformá-la, propor , , p p encaminhamentos, ou seja, será uma atividade teórica instrumentalizadora pela práxis docente. Será no cotidiano escolar, dos sistemas educacionais de ensino, que a práxis acontecerá. Aprendizagem como prática investigativa O exercício de pensar sobre a prática como objeto de reflexão constitui a formação de um professor que pensa no que faz e enquanto faz – é o exercício da reflexão. Dessa forma, o professor desenvolve seu pensamento na medidadesenvolve seu pensamento na medida em que constrói o conhecimento por meio da prática. O que se propõe é a busca de um novo conhecimento, confrontando as explicações existentes com as novasexplicações existentes com as novas possibilidades advindas da pesquisa estágio como campo de conhecimento investigativo. Aprendizagem como prática investigativa A formação será de um professor reflexivo aquele que é capaz de construir conhecimento por meio da reflexão, da prática, e com isso abre-se a perspectiva para o professor pesquisador, uma vez que ele vai buscar outras situações paraque ele vai buscar outras situações para responder às necessidades que emergem no cotidiano escolar. Há uma forte valorização da prática nesta perspectiva – uma prática refletida, reconhecendo o professor como produtorreconhecendo o professor como produtor de conhecimento, não separando teoria e prática, uma vez que se espera um permanente diálogo entre o conhecimento pessoal, a ação e a busca de novos encaminhamentos. Para Pimenta e Lima (2010, p. 88), o professor é: “Um profissional humano que contribui para o desenvolvimento pessoal e intersubjetivo do aluno, sendo um facilitador de seu acesso ao conhecimento, é um ser de cultura que domina sua área de especialidadedomina sua área de especialidade científica e pedagógico-educacional e seus aportes para compreender o mundo; um analista crítico da sociedade, que nela intervém com uma atividade profissional; um membro de umaprofissional; um membro de uma comunidade científica, que produz conhecimento sobre sua área e sobre a sociedade.” Para Madalena Freire (2010): Um dos pilares centrais na formação de um professor é o desenvolvimento da sua capacidade de reflexão. Esse exercício pode ser motivado pelo resgate da sua identidade. A autora sugere que o professor pode iniciar a suaprofessor pode iniciar a sua “realfabetização” pelo registro da sua própria história, ao reavivar suas lembranças, sentimentos e vivências, e com isso poderá recriar e refazer suas experiências, associando-as aosexperiências, associando as aos contextos sociais, pessoais e profissionais do momento. Consciência política do educador Alfabetizar o educador significa torná-lo um leitor da prática pedagógica, exercitando sua capacidade de entender o que está por trás daquilo que está vendo. O professor torna-se um decifrador do mundo, dando significados ao que ouve e ao que vê, ao registrar e tomar seu registro como um exercício de estudo teórico e prático, num processo contínuo e reflexivo do seu cotidianoe reflexivo do seu cotidiano. Madalena Freire (1996, p. 39) afirma: “O ato de refletir é libertador porque instrumentaliza o educador no que ele tem de mais vital: o seu pensar”. Ao refletir fundamentado pela teoria, o professor conduz o seu pensamento para uma ação transformadora, que gera um compromisso com o ato de ensinar. O professor deve saber o que ensinar, como ensinar e o seu planejamento. Registro: deixar marcas O aprendizado de observar, escrever, compartilhar, socializarsuas dúvidas e valer-se de fundamentos teóricos formará um professor escritor, protagonista, autor de sua prática, recuperando seu papel de intelectual querecuperando seu papel de intelectual que estuda e tem capacidade para criar, em parceria com seus alunos, o conhecimento. Ciência da educação A observação, o registro e a reflexão tornam o professor escritor de sua prática, intelectual da educação, alguém que pode se reconhecer como um sujeito capaz de intervir e transformar a realidade em que atua buscandorealidade em que atua, buscando, pesquisando, se educando. É uma tarefa difícil, mas talvez seja a resposta para construirmos uma educação transformadora, ao tornar a reflexão uma possibilidade de se fazerreflexão uma possibilidade de se fazer ciência, ciência da educação (FREIRE, 2010). Interatividade Escolha a alternativa que se reporta ao estágio fundamentado na prática da observação, registro, reflexão e pesquisa: a) Aprendizagem pela observação e imitação. b) Aprendizagem pelo uso de técnicas. c) Aprendizagem como prática investigativa. d) Aprendizagem pela orientação e supervisãosupervisão. e) Aprendizagem pela elaboração de um projeto. O registro e os relatórios dos estágios Espaço do estágio como lugar de troca e interlocução de ensino e aprendizagem 1. Roteiro do estágio: a) observação e registro; b) participação; c) registro. 2. Registro do estágio: dados e caracterização da instituição; registro comentado das atividades vivenciadas; análise do Projeto Politíco-Pedagógico e da Proposta Curricular; considerações finais. 3. Reflexão e socialização da vivência de estágio. Pimenta e Lima (2010, p. 118) listaram diferentes aprendizagens durante os estágios Aprendizagens: a) do contexto; b) de chegada; c) de aprofundamento; d) do Projeto Político-Pedagógico; e) sobre a vida dos professores; f) formas de organização do processo de ensino-aprendizagem; g) sobre a sala de aula;g) sobre a sala de aula; h) sobre os saberes de investigação. Entendendo um pouco mais a escola, nosso cenário Escola como lugar de aprendizagens. Escola como um ambiente agradável, lúdico, convidativo ao estudo e à pesquisa. Escola como espaço que garante oEscola como espaço que garante o direito das crianças a viverem uma infância saudável. Quais são as concepções que embasam a escola? Qual a função social da escola? Qual a função social da escola? O Ensino Fundamental: objetivos e fundamentação legal A educação básica é um direito universal e indispensável para o exercício da cidadania. Há uma urgência na consolidação desse direito e da construção de uma escola cidadã, inclusiva solidária que possa organizarinclusiva, solidária, que possa organizar, estruturar significativamente formas de ensinar e aprender na efetivação dos direitos definidos na Constituição Federal de 88, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 1990), na LDBENdo Adolescente (ECA 1990), na LDBEN (1996) e em vários dispositivos legais complementares que consagram ao cidadão o direito a uma educação de qualidade. LDBEN “Art. 21. A educação escolar compõe-se de: I. educação básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e médio; II. educação superior.II. educação superior. Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredire fornecer lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.” Diretrizes Nacionais Gerais para a Educação Básica (DCNEB): “Art. 21. São etapas correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacional: I. a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a Pré-Escola, com duração de 2 (dois) anos. II. o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais.” Cuidar e educar no EF “Art. 23 [...] Parágrafo único. No Ensino Fundamental, acolher significa também cuidar e educar, como forma de garantir a aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe possibilitem ainda sentir seque lhe possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens.” Mais tempo para aprender Com a aprovação da Lei 11.274/2006, em 06/02/2006, que instituiu o Ensino Fundamental de nove anos de duração, ocorrerá a inclusão de um maior número de crianças no sistema educacional, portanto deve se observar não sóportanto, deve-se observar não só ingresso das crianças de seis anos no Ensino Fundamental, organizado em duas fases, como também observar que, no parágrafo único, ressalta-se que as mesmas deverão ser acolhidas no seumesmas deverão ser acolhidas no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. Como posso favorecer a vivência de uma infância brincante e rica de aprendizagens? Concepções devem ser discutidas: de criança; de professor; de ensino; de aprendizagem. Para a implantação de uma proposta d ó ipedagógica. O confronto entre a realidade e o ideal As condições da realidade das escolas públicas brasileiras causam impacto a muitos acadêmicos ao confrontarem o apresentado nos discursos oficiais com os fundamentos teóricos aprendidos na universidade e o que está acontecendouniversidade e o que está acontecendo na prática da sala de aula. Por outro lado, não são divulgadas as experiências bem-sucedidas. Depoimento: “Quando cheguei à escola, não sabia analisar o que via. Era uma escola pública e eu nunca tinha vivido uma situação daquelas. Faltou merenda escolar! No meio daquela confusão, eu sentia um misto de pânico esentia um misto de pânico e incompetência, além de ver-me completamente perdido. Tinha vontade de sair correndo daquele lugar. No outro dia, eu estava doente na hora de ir para o estágio.”estágio. (PIMENTA e LIMA, 2010, p. 103) Educação: um ato político! A educação é uma ação política; não é neutra, há de buscar uma coerência entre o que pensamos e o que fazemos. Não cabem mais atitudes individuais e salvacionistas, mas sim ações para enfrentar a situação agindo de formaenfrentar a situação, agindo de forma coerente entre aquilo que se acredita (ideal) e o que se pratica (realizável e desejável). O estagiário deve perceber que a escola é uma organização social que suaé uma organização social, que sua estrutura e organização estão previstas legalmente num sistema de ensino e que suas ações não acontecem no improviso – têm intencionalidade. Será possível construir uma escola com uma educação de qualidade, que integre todas as dimensões do ser humano? Interatividade É preciso recuperar a escola como instituição social formadora e transformadora, comprometida com o desenvolvimento de um aluno cidadão. Para tanto, é indispensável a figura do: a) Político, na elaboração de políticas publicas. b) Diretor de escola, na gestão da instituição. c) Professor, na construção de conhecimentos e fundamentos.conhecimentos e fundamentos. d) Conselho de Escola, na constituição de uma sociedade democrática. e) Secretário de Educação, garantindo políticas educacionais locais. Concepções imprescindíveis Pensar criticamente algumas concepções que fundamentam a prática pedagógica, isto é: entender e saber colocar em prática o que é ser criança, seus direitos, qual o papel do professor, o significado do que é conhecimentoo significado do que é conhecimento, ensino, aprendizagem e o conceito de currículo são exigências para a concretização de uma prática docente crítica e condizente com as mudançasnecessárias para a construção de umanecessárias para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, inclusiva e democrática. Concepção de criança e de professor Os conceitos de criança e infância são construções históricas. O que mudou na infância de hoje? E de ontem? Pense um pouquinho em como é aPense um pouquinho em como é a infância das crianças hoje. Como foi a sua? E a de suas avós? Sem nostalgia e nem saudosismo, procure listar vantagens e desvantagens em ser criança hoje e ontemem ser criança hoje e ontem. Binômio educar e cuidar O que significa isso na prática? Integrar esses conceitos num único objetivo. Há autores que denominam as ações de cuidado como aquelas que se referem ao respeito às necessidades integrais das crianças, tais como conforto, alimentação, socialização e descanso, como também as que envolvem as necessidades emocionais e características individuais como respeito à sua identidade racial cultural e deà sua identidade racial, cultural e de gênero. Binômio educar e cuidar Há outros autores que abordam o cuidado pelo viés da ética, ou seja, como um dever que faz parte, de forma integral, de qualquer nível de ensino. Independentemente da faixa etária envolvida todos nós devemos serenvolvida, todos nós devemos ser cuidados (CAMPOS, 2009). Direito de ser criança O primeiro direito da infância e da adolescência é o de viver a especificidade desses tempos de vida, viver seu tempo humano. Esse reconhecimento avança em diferentes documentos, tais como a Convenção sobre os Direitos da Criança e o Estatuto da Criança e do Adolescente. O respeito à especificidade da vivência desses tempos está sendo alvo de estudos políticas e programasalvo de estudos, políticas e programas governamentais. Direito de ser criança Para Campos (2009), os primeiros anos de vida são importantes para a aprendizagem e socialização das crianças. Ao se aproximarem dos seis anos, elas se mostram curiosas e interessadas em aprender detendointeressadas em aprender, detendo condições para uma programação mais voltada às áreas do conhecimento. No entanto, isso não deve significar uma escolarização precoce. A passagem da criança aos seis anosA passagem da criança aos seis anos para o Ensino Fundamental deve ocorrer de forma harmoniosa, sem representar rupturas, e os conteúdos e métodos devem ser ajustados às suas características e potencialidades. Papel do professor No que se refere ao pensamento sobre o papel do professor, há muito já superamos a associação a uma figura maternal. Precisamos do profissional que conheça a criança, as fases de seu desenvolvimento, suas necessidades e potencialidades: um profissional da educação. O que se espera do professor é que ele seja capaz de se tornar um gestor do conhecimento, alguém capaz de se responsabilizar pela sua aprendizagem e também de ampliar e desenvolver habilidades e capacidades em seus alunos. Mudar O professor faz leituras da sua realidade, escuta atentamente seu grupo de alunos, pesquisa possibilidades de intervenção, é um aprendiz curioso para a criação de rotas autônomas pautadas em dados relevantes e significativosrelevantes e significativos. O professor em questão observa, reflete, planeja e avalia, num movimento dialético e fundamentado. Em outras palavras, a formação que se inicia na universidade vai percorrer sua trajetóriauniversidade vai percorrer sua trajetória profissional continuadamente, produzindo saberes e tornando-o autor de sua prática. Concepção de currículo e aprendizagem Temos, então, a necessidade de ampliar o entendimento: o que é currículo? Na letra da lei, encontramos a expressão de que os sujeitos dão vida ao currículo e à escola. Isso nos remete a pensar: quem são esses sujeitos?são esses sujeitos? Currículo: um rol de conteúdos organizados hierarquicamente a serem trabalhados com as crianças? O currículo também nos traz a ideia de caminho percorrido, de trajetória? Currículo A palavra currículo, tão familiar, atende a distintas concepções e deriva das mais variadas influências teóricas, que são afetadas pelos fatores socioeconômicos, políticos e culturais. Segundo Moreira e Candau (1995), o currículo deve ser entendido como os conteúdos a serem ensinados, bem como as experiências vividas pelos alunos através de planos elaborados pelos professores escolas e sistemaspelos professores, escolas e sistemas educacionais. Currículo O currículo deve ser compreendido como o conjunto de experiências vivenciadas pelas crianças nas instituições escolares que garantam oportunidades para que elas vivam o tempo da infância e da adolescência emtempo da infância e da adolescência em toda sua plenitude. Os atores envolvidos nessa rica tarefa de construção coletiva, podemos dizer que somos todos nós: alunos (colocados na centralidade da ação pedagógica)centralidade da ação pedagógica), professores, famílias, gestores, comunidade. O currículo, a LDB e as DCNEB Art. 11 das DCNEB: “A escola de Educação Básica é o espaço em que se ressignifica e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das diferentes regiões doraízes próprias das diferentes regiões do país. Parágrafo único. Essa concepção de escola exige a superação do rito escolar, desde a construção do currículo até os critérios que orientam a organização do trabalho escolar em sua multidimensionalidade; privilegiaem sua multidimensionalidade; privilegia trocas, acolhimento e aconchego para garantir o bem-estar de crianças, adolescentes, jovens e adultos no relacionamento entre todas as pessoas.” O currículo e as DCNEB Art. 13: O currículo, assumindo como referência os princípios educacionais garantidos à educação, assegurados no artigo 4º desta Resolução, configura-se como o conjunto de valores e práticas que proporcionam ade valores e práticas que proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem intensamente para a construção de identidades socioculturais dos educandos, somando: proposta curricular como experiênciasproposta curricular como experiências escolares; percurso formativo, aberto e contextualizado; concepção do espaço curricular e físico imbricados; O currículo e as DCNEB Art. 13: tempos e espaços ressignificados; escolha da abordagem didático-pedagógica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar oupluridisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar pela escola, que oriente o Projeto Politico-Pedagógico; compreensão da matriz curricular entendida como propulsora de movimento, dinamismo curricular emovimento, dinamismo curricular e educacional, de tal modo que os diferentes campos do conhecimento possam se coadunar com o conjunto de atividades educativas; O currículo e as DCNEB Art. 13: entendimento de que eixos temáticos são uma forma de organizar o trabalho pedagógico, limitando a dispersão do conhecimento, fornecendo o cenário no qual se constroem objetos de estudo, propiciando a concretização da proposta pedagógica centrada na visão interdisciplinar, superando o isolamento das pessoas e a compartimentalização de conteúdos rígidosde conteúdos rígidos. O currículo e os Parâmetros Curriculares Os PCN têm, desse modo, a intenção de provocar debates a respeito da função da escola e reflexões sobre o que, quando, como e para que ensinar e aprender, que envolvam não apenas as escolas mas também pais governo eescolas, mas também pais, governo e sociedade. São essas definições que servem de norte para o trabalho das diferentes áreas curriculares, que estruturam o trabalho escolar + a importância emtrabalho escolar + a importância em trazer para dentro da escola e da sala de aula a discussão e o estudo de questões que preocupam a sociedade brasileira. A forçado currículo É através dele que os conteúdos se materializam, ganham corpo conceitual. O professor, nesse processo, é um ator fundamental, uma vez que ele fará a mediação entre o formalmente concebido e o praticado na sala de aula, entre a cultura e a criança. Os currículos devem estar formalmente propostos em documentos que expressam a concepção da escola, daquela comunidade escolar. No entanto, ele vai se concretizando nas relações da prática, no cotidiano da realidade sociocultural em que a proposta se efetiva. Concepções de desenvolvimento humano mais presentes na educação 1. Inatista, apriorista e maturacionista Dá ênfase à maturação do organismo. O conhecimento se dá de dentro para fora. As características físicas e psicológicas As características físicas e psicológicas são herdadas geneticamente e, conforme a criança vai amadurecendo biologicamente, vai desenvolvendo suas potencialidades. Não há preocupação com a avaliação Não há preocupação com a avaliação, uma vez que a criança chegará à “maturação desejada” com o passar do tempo. Concepções de desenvolvimento humano mais presentes na educação 2. Ambientalista – behaveorista – empirismo O desenvolvimento se dá de fora para dentro. Dá ênfase ao treino e à mecanização.Dá ênfase ao treino e à mecanização. A aprendizagem se dá por cópia de modelos, sem recriação, condicionamento, castigos, estímulos e recompensas (prática ainda presente). O aluno é uma tábula rasa O aluno é uma tábula rasa. O professor tem função de observar e registrar os resultados dos alunos. Aprendizagem fragmentada. Concepções de desenvolvimento humano mais presentes na educação 3. Construtivista – interacionista O desenvolvimento se dá na interação do sujeito com o objeto. Enfatiza as relações dialéticas do sujeito com o mundo.com o mundo. A interação com os sujeitos pode gerar confrontos. Aceita o erro que possibilita o questionamento da ação. O conhecimento é visto como um processo de construção através do exercício da reflexão – o repensar e recriar valores, normas e conceitos. Concluindo, esperamos: ter deixado clara a importância de um trabalho que avance na direção de um currículo construído e estruturado numa lógica formadora, que respeite a especificidade de cada tempo de vida; ter contribuído com os fundamentos apresentados nesta unidade para uma melhor compreensão das práticas educativas, que são imprescindíveis para o conhecimento do futuro educador e com certeza permitirão uma observaçãocom certeza permitirão uma observação mais cuidadosa de nossas crianças e do nosso trabalho educativo. Interatividade Dentre as concepções apresentadas de desenvolvimento humano, qual melhor se encaixa com a visão de currículo indicada pelas DCNEB? a) Inatista. b) Behaviorista. c) Apriorista. d) Construtivista-interacionista. e) Ambientalista. ATÉ A PRÓXIMA! Unidade II ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE PROJETOS DE ENSINO FUNDAMENTAL Profa. Eliana Chiavone Delchiaro Objetivos da Unidade II Explicitar as formas de organizar o tempo didático através da metodologia de projetos e outras modalidades presentes no cotidiano escolar. A fábula da convivência Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem às condições do climase adaptarem às condições do clima hostil. Foi então que uma manada de porcos-espinhos, em uma tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir ajuntar se mais e mais Assim cadaunir, ajuntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, aqueciam-se naquele inverno tenebroso. A fábula da convivência Porém, a vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morteou morte. E afastaram-se feridos, magoados e sofridos. Dispersaram-se por não suportarem por mais tempo os espinhos de seus semelhantes. Doíam muito... Mas essa não foi a melhor solução. Afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. A fábula da convivência Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com preocupações, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem magoarsuficiente para conviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram. Função social das escolas “Entendendo que a função da escola não é só ‘transmitir conteúdos’, mas também facilitar a construção da subjetividade para as crianças e adolescentes, de maneira que tenham estratégias e recursos para interpretar o mundo no qual vivem einterpretar o mundo no qual vivem e sintam-se parte dele, precisamos com urgência rever a forma como estamos trabalhando.” (HERNÁNDEZ, 1998) Como será a realidade das escolas brasileiras? Mais uma vez somos obrigados a reconhecer que ainda temos na escola uma incoerência entre a teoria e a prática. Embora tenhamos uma flexibilização curricular indicada pela LDB (art. 15), que permite um trabalho mais aberto, a escola continua autoritária, difundindo um conhecimento fragmentado, imposto, memorizado, confrontando-se com a exigência do mundo globalizado, que é a formação de um indivíduo inteiro capazformação de um indivíduo inteiro, capaz de estabelecer relações, criativo, que se torne apto para resolver desafios e viver num mundo conectado. (KLEIMAN e MORAES, 2002) Como responder a esses questionamentos? Como equacionar estas duas situações: de um lado, a escola difunde um conteúdo fragmentado e, do outro, a sociedade exige um homem por inteiro? Como enfrentar essa realidade? Que saída podemos encontrar para romper com um currículo que fragmenta o conhecimento? Modalidades organizativas do tempo didático Atividades permanentes: Sistemáticas e intencionais. Marca principal é a regularidade. São suportes para outras propostas mais complexascomplexas. Favorecem o intercâmbio de informações e ampliam as relações vividas entre os colegas da classe. Modalidades organizativas do tempo didático Atividades ocasionais: São situações esporádicas. São assuntos importantes que devem ser trabalhados, mas variam e se resumem a uma única atividade.resumem a uma única atividade. Devem ser planejadas com intencionalidade e antecedência. Exemplos de atividades ocasionais: programar visitas a recursos naturais, culturais visitas diversas estudos doculturais, visitas diversas, estudos do meio, uma campanha sobre saúde etc. Modalidades organizativas do tempo didático Atividade sequenciada ou sequência didática: Conjunto de atividades planejadas e orientadas com o objetivo de promover aprendizagens específicas. O critério é o nível de dificuldade. A sequência apresenta problemas que a criança deverá resolver de diferentes modos: fazendo, pensando, experimentando, afirmando, perguntandoexperimentando, afirmando, perguntando etc. Ao contrário das atividades permanentes, essas sequências têm duração limitada. Vamos conhecer mais sobre a metodologia de projetos? Os projetos são sequências de ações organizadas por um determinado propósito e que culminam na elaboração de um produto final compartilhado com o grupo de alunos. Sua duração pode variar conforme o objetivo o desenrolarvariar conforme o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o desejo e o interesse pelo assunto tratado. Eles têm o mérito de articular propósitos didáticos e comunicativos, colocando em ação um propósito relevante pelaem ação um propósito relevante pela perspectiva do aluno. Eles contextualizam conteúdosde forma interdisciplinar. Artigo 13 das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica I. Concepção e organização do espaço curricular e físico que se imbriquem e alarguem, incluindo espaços, ambientes e equipamentos que não apenas as salas de aula da escola, mas, igualmente, os espaços de outras escolas e osespaços de outras escolas e os socioculturais e esportivo-recreativos do entorno, da cidade e mesmo da região. (grifo nosso) Que tal começar pela reorganização da sala de aula do Ensino Fundamental?sala de aula do Ensino Fundamental? Inspiração na Educação Infantil “Está na hora de pensarmos numa organização espacial mais voltada para os interesses e autonomia das crianças, quebrando o paradigma das carteiras perfiladas, móveis fixos, armários chaveados e um aluno dependente dochaveados e um aluno dependente do adulto para qualquer atividade.” (BARBOSA e HORN, 2008) Cantos diversificados Podemos buscar inspiração na Educação Infantil, que desenvolve um trabalho muito interessante. A sala de aula é transformada em cantos de atividades diversificadas. O espaço i d t t t átiorganizado num contexto temático com cantos e recantos permite o livre trânsito das crianças, proporcionando autonomia intelectual e liberdade de escolhas. Um ambiente rico e instigante sugere possibilidades de descobertas e opossibilidades de descobertas e o desenvolvimento de projetos. (BARBOSA e HORN, 2008, p. 51) Interatividade A organização do currículo por projetos é uma das propostas para o desenvolvimento integral do ser humano. Portanto, na sua realização deve-se considerar a elaboração de projetos: a) Que sejam integrados, interdisciplinares, fruto de planejamento conjunto, com participação ativa e compartilhada de todos os envolvidos, considerando-se,compartilhada de todos os envolvidos, considerando se, também, a realidade sociocultural e os interesses dos alunos. b) Que priorizem os programas governamentais como forma de atingir os índices satisfatórios de aprendizagem. c) Com um tema comum, de interesse pessoal, previamente aprovado pelo conjunto dos professores. d) Que reorganizem os espaços educativos como forma de manter a disciplina dos alunos na escola. e) Que sejam interligados com as necessidades dos educadores, tendo em vista as precárias condições de trabalho em que se encontram. Projetos: resgate histórico Escolhemos os estudos de Maria da Graça Souza Horn e Maria Carmen Silveira Barbosa (2008)* para subsidiar nossos estudos. O uso da palavra projeto é antigo, provavelmente surgiu em Florença, no período do Renascimento, com o nascimento dos esboços de projetos técnicos, como por exemplo, da arquitetura e da engenharia mecânica, usados como antecipações metódicasusados como antecipações metódicas (“Projetos Pedagógicos na Educação Infantil”. Editora Artmed: Porto Alegre, 2008) Projetos: resgate histórico No Iluminismo também surgem discussões sobre projetos sociais com o objetivo de usar o conhecimento para se pensar em uma vida melhor para o futuro. O próprio Emílio, de Rousseau, era um projeto educacional inovador para a época, que detinha uma visão revolucionária de criança. Projetos: resgate histórico No período entre os séculos XIX e XX, o movimento denominado Escola Nova, representado por Decroly, Montessori e Dewey, entre outros, fez uma crítica à escola tradicional e procurava criar formas de organizar o ensino que tivesseformas de organizar o ensino que tivesse como característica a integração dos conhecimentos. No Brasil esse movimento foi coordenado por educadores expressivos como Lourenço Filho e Paschoal Lemmecomo Lourenço Filho e Paschoal Lemme, que criaram o documento “Manifesto dos Pioneiros pela Educação”, em 1932. Projetos: resgate histórico Tivemos outras experiências com Decroly e os centros de interesse; com Dewey e seu seguidor Kilpatrick tivemos o nascimento dos projetos. Dewey defendia que os seres humanos têm desejo de aprender e conhecer, e a partir de suas dúvidas buscam respostas e explicações válidas para os seus questionamentos. A partir dessa premissa, a escola deveria auxiliar a criança a compreender o mundo por meio de pesquisa e debates. A participação da comunidade e da família eram consideradas importantes. Projetos: resgate histórico Dewey (1959, p. 47)* é considerado o grande responsável por essa pedagogia, pois ele dizia que preparar uma criança para a vida seria colocá-la em condições de projetar, de buscar meios de realizar seus próprios empreendimentos e deseus próprios empreendimentos e de realizá-los pela própria experiência. Ele afirmava que “projetar e realizar é viver em liberdade”. (*DEWEY, John. “Vida e Educação”. São Paulo: M lh t 1959)Melhoramentos,1959) Projetos: resgate histórico Para Horn e Barbosa (2008): No século XX várias escolas americanas tentaram implantar o trabalho com projetos, mas enfrentaram entraves como o ensino tradicional, que devido a uma densa programação de conteúdos fragmentados e impostos, conflitava com a proposta. Outro fator prejudicial foi o rigor na previsão de tempo para a duração do projeto. Antes mesmo de implantá-lo, o seu prazo já estava predeterminado, o que se tornava incoerente com a ideia original, ou seja, a de respeitar o tempo de interesse dos envolvidos. E por fim Na tentativa de incorporar os conteúdos e o controle do tempo, a proposta foi adaptada para outro modelo de organização de ensino chamada unidades de ensino, as quais abandonaram os princípios importantesabandonaram os princípios importantes dos projetos, transformando-se em unidades didáticas, com temas e tempo controlados, e a centralidade das decisões ficava a cargo dos adultos. Projetos aproximam-se dos temas geradores de Paulo Freire A proposta de trabalho partia dos interesses e das necessidades dos alunos, tomando como referência a realidade socioeconômica deles e era associada aos conteúdos e às habilidades a serem desenvolvidashabilidades a serem desenvolvidas. Podemos dizer que os projetos foram pensados com objetivo de romper com o modelo tradicional de ensino e seus criadores. Conforme confirmam as autoras buscavam a inovação e tinham aautoras, buscavam a inovação e tinham a convicção de romper com o modelo tradicional vigente. Comparação com base em Hernández e Ventura (1998) O quadro presente no livro-texto traz uma comparação dos modos de organizar o ensino ao longo da história, conforme já explanamos. Nele pode-se observar as diferenças e as semelhanças mais relevantes entre os modelos: temamais relevantes entre os modelos: tema gerador, unidade didática, centro de interesse e projetos. A comparação transcrita está baseada em Hernández e Ventura (1998) no livro “A organização do currículo por projetos“A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio” e consta também em Barbosa e Horn (2008, pp. 20-21). Comparação com base em Hernández e Ventura (1998) Tema gerador. Unidade didática. Centro de interesses. Projetos. Parafraseando Hernández (1998) Atualmente, estamos ajudando nossos alunos a globalizar, a estabelecer relações entre os diferentes conhecimentos a partir do trabalho que estamos fazendo na sala de aula? Atenção à reflexão dos autores! Quando não se compreende o que se aprende, não há uma boa aprendizagem, isso indica a necessidade de se reorganizar o currículo a partir de uma nova abordagem, por que não? Os projetos de trabalho. Portanto, mudar a forma de se trabalhar a organização do currículo é mudar a organização do espaço e do tempo. São questões que envolvem o entendimento da função da escola como geradora de cultura e não só de aprendizagem de conteúdos. (HERNÁNDEZ, 1998, p. 32) Considerando que: Não é recente na história da educação a pedagogiade projetos. Voltamos a tratar deles hoje, diferente do formato proposto pelos escolanovistas. Há necessidade de se modificar aHá necessidade de se modificar a estrutura e a organização da vida escolar, tendo em vista a dinâmica da sociedade contemporânea. Conclui-se que os projetos podem ser uma forma de se trabalhar os conteúdosuma forma de se trabalhar os conteúdos de forma integrada e interdisciplinar. Outros argumentos são necessários para revigorar a pedagogia dos projetos “O currículo globalizado e interdisciplinar converte-se assim em uma categoria ‘guarda-chuva’ capaz de agrupar uma variedade de práticas educacionais desenvolvidas nas salas de aula, e é um exemplo significativo do interesse emexemplo significativo do interesse em analisar a forma mais apropriada de contribuir para melhorar os processos de ensino aprendizagem.” (SANTOMÉ apud BARBOSA e HORN. 2008, p. 44) Novas formas de aprender O conhecimento é socialmente construído nas interações entre os sujeitos e o ambiente físico e social do qual fazem parte: “Não só a escola, mas todo o ambiente ensinar-aprender significa criar cultura”. (BARBOSA e HORN, 2008) Nova forma de organização do conhecimento e da gestão do tempo e do espaço na escola “O tempo é pensado em períodos de trabalho, onde o que se valoriza é o que cada aluno vai aprendendo, pois ele se torna responsável pela sua aprendizagem, tendo no professor um mediador, juntamente com a participação de outrosjuntamente com a participação de outros alunos.” (HERNÁNDEZ, 1998) A organização curricular por projetos de trabalho leva em conta a ideia de integrar os conhecimentos Não é uma tarefa fácil mudar. A escola tem ainda que construir muitos caminhos e depende dos profissionais docentes, das expectativas das famílias e das políticas públicas e governamentais para concretizargovernamentais para concretizar mudanças que envolvem rever estruturas consolidadas há muitas décadas. Interatividade De acordo com os estudos apresentados, são modalidades organizativas da aprendizagem: I. Projetos. II. Sequências didáticas. III. Atividades permanentes. IV.Atividades ocasionais. Escolha o(s) item(ns) correto(s): a) I e II b) III e IVb) III e IV c) I, apenas d) IV, apenas e) Todos os itens. Conceito Vamos conhecer o significado da palavra projeto? A palavra projeto vem do latim projectu, que significa colocar adiante, lançar-se à frente. É uma ação intencional, um plano de ação que propõe algo, que se antecipa em um esboço que se concretiza por várias representações, sejam elas desenhos, textos, cálculos, plantas com vistas a vislumbrar a passagem do intencional para se tornar real. Para Machado apud Barbosa e Horn (2008, p. 32) Projetar é uma das características do homem: “Os sonhos, as ilusões e as utopias são essenciais para alimentar a imaginação quando se pensa na elaboração de projetos, mas é o caráter operatório dos projetos que os distingue das utopias.” (MACHADO, Nilson. “Educação: projetos e valores”. São Paulo: Escrituras, 2000) Diferentes denominações para projetos Projeto político-pedagógico. Projeto de trabalho pedagógico. Projeto pedagógico. Projeto didático. Projeto de trabalho, entre outros nomes. E as siglas que esses nomes representam? Cuidado com os modismos! O modismo dos projetos tem sido representado nas escolas por projetos temáticos que envolvem um trabalho em grupo com um tema, como a Copa ou as Olimpíadas, ou ainda um projeto do meio ambienteambiente. Muitas vezes, esses “projetos” se resumem a um cartaz enfeitado para emoldurar as paredes das salas de aula. São na maioria reducionistas e superficiais na aquisição dosuperficiais na aquisição do conhecimento. Barbosa e Horn (2008) nos alertam que o projeto: Tem como marca a inovação, mas isso não significa que devemos imputar a essa marca um poder mágico na metodologia que ele abarca, existem preceitos básicos dos quais não podemos nos esquecerpodemos nos esquecer. Dá um sentido novo na forma de aprender, mas outras possibilidades devem ser levadas em conta, dependendo do momento e da natureza dos conhecimentosdos conhecimentos. Vamos verificar os pontos em comum em um projeto? Barbosa e Horn (2008, p. 33) apontam que no âmbito educativo Alguns momentos decisivos são universais na sua elaboração e estão presentes em quase todos os projetos. São eles: A definição do problema.A definição do problema. O planejamento do trabalho. A coleta, a organização e o registro. A avaliação e a comunicação. Projetar, portanto, vai além do sonho, da utopia Nogueira (2002) criou um roteiro de ações para a implantação de um projeto e ainda esclarece que esse roteiro é o que diferencia um projeto de trabalho de um projeto temático, a saber: 1. Ter clareza nos objetivos. 2. Elaborar. 3. Planejar e definir um percurso. 4. Levantar hipóteses e fazer investigaçõesinvestigações. 5. Executar e replanejar, se necessário. 6. Apresentar e avaliar. A palavra chave é participação Um projeto não é um plano de trabalho ou um conjunto de atividades justapostas. Ele é uma intervenção pedagógica que tem um sentido claro, ou seja, é uma necessidade de aprendizagem de situações-problemas reais e diversificadas. Permite, assim, que os alunos, ao participarem do processo, decidam, opinem, debatam, construam sua autonomia e seu compromisso com o social, formando-se como sujeitos culturais. Para Hernández (1998) Os projetos de trabalho são possibilidades de se ressignificar os espaços de aprendizagem de forma que eles venham a contribuir para a formação de sujeitos ativos, reflexivos e participantesparticipantes. Os projetos criam necessidades de aprendizagem de novos conteúdos, que poderão ser aprofundados e sistematizados em módulos de aprendizagem que por sua vez irãoaprendizagem, que por sua vez irão repercutir sobre as situações e as intervenções dos alunos em outros momentos da vida escolar. Nogueira (2002) diz que projeto é “uma ação de investigação que possa propiciar a interação do sujeito aprendiz com meio e com o objeto de conhecimento, gerando por consequência a pesquisa, criação, elaboração, depuração, (re) elaboração e múltiplas aquisições ”elaboração e múltiplas aquisições.” Projetos de trabalho ou projetos didáticos os que são desenvolvidos na sala deos que são desenvolvidos na sala de aula, aqueles elaborados pelo professor a partir e com a participação dos alunos. Projetos da escola Os projetos da escola são aqueles que envolvem as famílias, a comunidade escolar, as equipes docentes e técnica, por exemplo, o projeto político-pedagógico, ou os projetos organizados para serem trabalhadosorganizados para serem trabalhados com as famílias e os alunos ou ainda só para a formação de pais. O projeto político-pedagógico é um conjunto de intenções que revelam uma concepção de mundo sociedade econcepção de mundo, sociedade e educação da escola. Projeto político-pedagógico A sua construção envolve participação, compromisso e comprometimento de toda equipe escolar, pais e comunidade escolar. Nesse trabalho, muitas reuniões são feitas para discussão e cabem as mais diversas questões no seu debate para a elaboração de um documento que expresse a “cara”da escola define a carta de intenções das ações pedagógicas da escolapedagógicas da escola. Projeto político-pedagógico Que tipo de escola se quer construir: com que características, valores e diretrizes? Que tipo de aluno se quer formar, com que valores, conhecimentos, habilidades, capacidades para participarem da sociedade onde vivem? Como devem ser as relações com a comunidade escolar? Nogueira (2002) traz em seu livro “Pedagogia dos projetos” Projetos Manguezais: importância da preservação. Projetos Pipas: um exemplo de projeto interdisciplinar. ProjetoCentro Médico: um exemploProjeto Centro Médico: um exemplo transdisciplinar. Exemplos de projetos sobre o sistema solar. Aniversário da cidade. As etapas de um projeto, segundo Nogueira Sonhos, utopias, desejos e necessidades. Planejamento. Execução e realização. Depuração Depuração. Apresentação e exposição. Avaliação e crítica. As etapas de um projeto, segundo Barbosa e Horn Definição do problema. Mapeamento de recursos. Coleta de informações. Sistematização e reflexão das informaçõesinformações. Documentação e comunicação do projeto. Resumindo Um projeto é: “[...] uma abertura de possibilidades amplas e com vasta gama de variáveis, de percursos imprevisíveis, criativos, ativos, inteligentes acompanhados de uma grande flexibilidade de organização.” (BARBOSA e HORN, 2008) Interatividade Uma característica significativa de um projeto de trabalho e que o diferencia das outras modalidades organizativas da aprendizagem é que ele conta com: a) A determinação da secretaria de educação. b) A decisão exclusiva do professor. c) A participação ativa dos alunos no processo de seu desenvolvimento. d) A influência da realidade locald) A influência da realidade local. e) O suporte de recursos materiais da Associação de Pais e Mestres. Interdisciplinaridade A proposta de se trabalhar com projetos vem superar a ideia linear e fragmentada dos currículos. Os projetos representam novas configurações curriculares, que favorecem a interação da escola com a realidade, evitando a transmissão do conhecimento e incentivando a formulação de perguntas e da pesquisa. Interdisciplinaridade É vital que o professor compreenda a contribuição de cada área do conhecimento na construção dos saberes dos alunos, permitindo com isso um diálogo entre as disciplinas. No entanto, dizer que a interdisciplinaridade se resume à tarefa de criar uma integração entre as disciplinas é perder-se no conceito, empobrecê-lo. A interdisciplinaridade é marca do trabalho coletivo na medida em que aborda a intersubjetividade. Vamos entender melhor o que isso significa? A interdisciplinaridade combate a fragmentação do conhecimento entre os diferentes campos do saber, que apenas informa o aluno do conhecimento histórico produzido. Os currículos conduzem os alunos a um acúmulo de informações e a cada dia novas disciplinas se agregam a ele, avolumando ainda mais os conhecimentos a serem organizados e sistematizadossistematizados. Vamos entender melhor o que isso significa? “Com a adoção de novas metodologias de trabalho, algumas escolas têm abandonado o currículo tradicional e dado ênfase a novos conhecimentos, pautados no senso comum, considerados mais atuais. Esquecem se com isso que essa atitude éEsquecem-se, com isso, que essa atitude é conservadora, pois pode gerar prepotência ainda maior que o conhecimento científico.” (FAZENDA, 2001, p. 17) Vamos entender melhor o que isso significa? Fazenda (2001) continua: “o senso comum, quando interpenetrado do conhecimento científico, pode gerar racionalidades – o conhecimento não seria privilégio de um, mas de vários.” Isso significa dizer que o pensar disciplinar tenta um diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Aceita-se o senso comum como válido, ampliado através do diálogo com o conhecimento científico Assim em umconhecimento científico. Assim, em um projeto, causa e intenção se fundem, conseguindo captar a profundidade das relações entre as pessoas e as coisas. Fazenda (2001) reforça: O projeto sob essa ótica não se orienta para produzir, mas como um ato de vontade. O projeto interdisciplinar “não se ensina, nem se aprende, vive-se, exerce-se”. Isso exige entender a passagem da subjetividade para a intersubjetividade, quando o envolvimento e o desejo de busca de um contaminam o outro e o grupo, reelaborando-se a busca de um novo conhecimento que não é interessenovo conhecimento, que não é interesse e nem privilégio de alguns, mas de todos. Metáfora da Professora Sandra Lúcia Ferreira Compara a compreensão de interdisciplinaridade ao conhecimento de uma sinfonia. Com objetivo de executá-la, é necessária a integração de muitos elementos: os instrumentos, as partituras, os músicos, o maestro, o público e os equipamentos eletrônicos, entre outros. Organizada a orquestra, todos os elementos são igualmente importantes, pois eles se ligam em um todo, em um movimento contínuo, equilibrado. O projeto é o mesmo para todos, ou seja, o foco é a execução da música. Metáfora da Professora Sandra Lúcia Ferreira Todavia, cada uma das partes desse projeto tem sua marca, sua individualidade. Para a sinfonia se concretizar, é preciso contar com a participação de seus envolvidos, da harmonia do maestro e a expectativa dos que a assistem para a composição de um todo integrado. Assim é a interdisciplinaridade: É a integração das muitas ciências, como possibilidade de enriquecer e ultrapassar a construção dos muitos elementos que compõem o conhecimento. A interdisciplinaridade tem a característica de integrar todos os elementos do conhecimento, mas pressupõe ainda um movimento ininterrupto, criando outros pontos de discussão reinventando se buscandodiscussão, reinventando-se , buscando novas combinações e desdobramentos entre as pessoas que participam dessa busca. A sinfonia então não termina... ... ela se recria, transforma-se, combinando cada um dos seus elementos, respeitando a sua ideia norteadora por eixos comuns: a intenção, a humildade, o respeito pelo outro, a totalidade, a consciência da importância do diálogoimportância do diálogo. Sem esses elementos não estaríamos aprendendo uma atitude interdisciplinar que é pensar que um fato ou acontecimento nunca é isolado, mas uma consequência da relação entreuma consequência da relação entre muitos fatos. (FERREIRA, 2001, pp. 33-34) Exemplo de uma prática interdisciplinar A pipa (NEIRA, 2008, pp. 88-89) Para Ferreira (2001, p. 35), a interdisciplinaridade é: “norteada por quatro eixos básicos: a intenção, a humildade, a totalidade, o respeito pelo outro [...]”. A autora explica que um fato nunca está sozinho, mas ele é consequência da relação entre muitos outros fatoresoutros fatores. Complementando, Fazenda (1993) diz: é importante considerar a necessidade de se assumir uma nova postura diante do conhecimento, ou seja, o ponto de partida e chegada de uma práticapartida e chegada de uma prática interdisciplinar depende da ação do diálogo que acontece entre as disciplinas e os sujeitos da ação. Interdisciplinaridade Integra horizontalmente os conteúdos, superando a fragmentação deles e aponta para a construção de um currículo mais vivo, articulado e participativo. Diante do exposto, retornamos o início da unidade II com a reflexão da fábula da convivência, ao se abordar a importância de sentir-se componente de um todo e que para isso precisamos nos desintegrar no outro e integrar nosdesintegrar no outro e integrar-nos novamente, em um movimento que envolve a unidade e a totalidade, a razão e o humano. Resumindo O projeto de trabalho é uma modalidade organizativa do tempo didático que visa: Compartilhar objetivos mediante um propósito educacional. Elaborar um produto final que possa serElaborar um produto final que possa ser partilhado, divulgado. A organização/planejamento de etapas de trabalho em que todos devem se envolver. Comprometer todos os envolvidos pois Comprometer todos os envolvidos, pois suas ideias, intenções e desejos estão circulando pelo projeto, constituindo e estruturando o projeto. O projeto de trabalho visa Promover o trabalho cooperativo, já que é preciso tomar decisões. Discutir ideias e avaliar em conjunto. Ampliar o conhecimento de um determinadosaber, informação,determinado saber, informação, situação, acontecimento. Ter como referência inicial o levantamento de dados conhecidos, evidenciados em uma dada situação (conhecimentos prévios do grupo).(conhecimentos prévios do grupo). Por que trabalhar com projetos? Porque eles propiciam aprendizagens significativas, tiram o aluno da passividade, vão além do conteúdo conceitual, permitem uma formação mais ampla, auxiliam no desenvolvimento como um todo e oferecem acomo um todo e oferecem a aprendizagem em diferentes áreas: emocional, social, afetivo, motor e cognitivo. Por que trabalhar com projetos? O trabalho com projeto favorece o aluno, pois o coloca no centro da atenção pedagógica. Parte da ideia das crianças, simboliza uma aprendizagem mais significativa, impulsiona o desenvolvimento e a autonomia dodesenvolvimento e a autonomia do aluno, criam-se aulas dialogadas que partem de necessidades, problemas, perguntas e hipóteses dos alunos e ele nunca é um planejamento de passos fechados.fechados. Interatividade Do que aprendemos, cabe à disciplina OPPEF, em relação à formação do futuro professor: I. Contribuir para a construção de novos modelos didáticos. II. Colaborar para a solidificação das informações adquiridas durante seu processo escolaradquiridas durante seu processo escolar. III. Ajudá-lo a compreender que o ponto de partida é o conhecimento prévio do aluno. A única resposta correta é: a) I, II, III. b) I e II. c) Apenas a III. d) Apenas a II. e) I e III. ATÉ A PRÓXIMA! Unidade III ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE PROJETOS DE ENSINO FUNDAMENTAL Profa. Eliana Chiavone Delchiaro Começamos a reflexão com Madalena Freire (2010) Escolhas e práticas educativas “A cada encontro: o imprevisível. A cada interrupção da rotina: algo inusitado. A cada elemento novo: surpresasA cada elemento novo: surpresas. A cada elemento já parecidamente conhecido: desconhecimento. A cada encontro: um novo desafio, mesmo que supostamente já vivido. A cada tempo: novo parto, novo compromisso. (cont.) Começamos a reflexão com Madalena Freire (2010) A cada conflito: nova faceta insuspeitável. A cada aula: descobrimento de terras ainda não desbravejadas. A cada aula uma aventura. A cada aulaA cada aula uma aventura. A cada aula uma revelação. A cada aula uma perplexidade. A cada aula um caminho na busca de mim mesma. A cada aula um nascimento com o outro.” Orientação de práticas e projetos de História e Geografia Na unidade III, você não encontrará planos de aula e nem tampouco projetos prontinhos para serem usados. Coerentes com o que acreditamos, na capacidade autora e autônoma do professor, iremos apresentar sugestões de propostas de atividades que, aliadas ao fundamento de cada área, poderão se constituir em repertório para a organização da sua prática educativa. Apresentamos aqui pontos de partida, propostas inspiradoras. Autoria e autonomia O planejamento é uma ação intencional, você poderá definir se para um determinado conteúdo é mais interessante um projeto, um estudo do meio ou uma atividade sequenciada. Tudo vai depender do conteúdo a ser desenvolvido e das relações que se espera estabelecer. Dimensão vertical do currículo A presente unidade pretende expor a fundamentação dos eixos teóricos de História e Geografia ao apresentar os seus conteúdos, isso porque o professor precisa conhecer a sua função e aproximar o aluno do patrimônioaproximar o aluno do patrimônio histórico construído pela humanidade. No entanto, esse conhecimento não pode ser transmitido de forma imposta e fragmentada. O professor do Ensino Fundamental Polivalente, cabe a ele: Fazer a interdisciplinaridade das áreas. Fazer suas opções metodológicas para propiciar uma aprendizagem significativa.significativa. Realizar a reflexão e o registro da prática pedagógica. Fundamentos da área de História e Geografia e práticas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental O verdadeiro potencial do ensino de História é aquele que permite ao aluno sentir-se capaz de exercer a crítica, a participação, a inclusão histórica, lendo e interpretando criticamente o mundo em que viveque vive. Preste atenção a essas questões O ensino de História que você teve garantiu-lhe essa possibilidade? A História é uma disciplina trabalhada nas escolas de forma viva e dinâmica? É possível ensinar História de formaÉ possível ensinar História de forma prazerosa e instigante? O ensino de História de ontem Apresentação dos heróis, das datas fundamentais e das “conquistas” da sociedade brasileira. Os conteúdos são informados de maneira hierárquica e linear. Grande ênfase na memorização. Os conflitos e os movimentos populares não eram identificados nessa abordagem. Uma história apresentada com t i t f t i l dacontecimentos e fatos isolados e estanques. A visão de um país rico pela beleza de seus recursos naturais. Um conteúdo cívico, pouco reflexivo. Karnal (2009, p. 21) nos esclarece: “Cada estudante precisa se perceber, de fato, como sujeito histórico, e isso só se aprende quando ele se dá conta dos esforços que nossos antepassados fizeram para chegarmos ao estágio civilizatório em que nos encontramoscivilizatório em que nos encontramos. Para o mal, mas também para o bem.” Inclusão histórica Os alunos precisam perceber que as relações do homem com o mundo são mutáveis e condicionadas cultural e historicamente, permitindo uma reinterpretação do passado para uma maior compreensão da origemmaior compreensão da origem sócio-histórica dos conflitos do seu país e do mundo em que vive. Assim, o aluno tomará consciência temporal de sua própria vivência, percebendo se como um ser social;percebendo-se como um ser social; sentindo-se um homem do seu tempo e com possibilidades para escolher e mudar a sua realidade. O que é ensinar História? De acordo com a LDEBN 9394/96, o ensino de História no Ensino Fundamental, conforme expressa o artigo 32 (incisos I, II, II, IV), diz que se espera promover a formação básica do cidadão a compreensão do ambientecidadão, a compreensão do ambiente natural e social, e dos valores em que se fundamentam a sociedade, com destaque à solidariedade humana, a formação de atitudes e valores, o fortalecimento de vínculos de famíliafortalecimento de vínculos de família (PENTEADO, 2009, p. 9). Guia orientador Os Parâmetros Curriculares Nacionais (2001), em seu quinto volume, trazem contribuições importantes de natureza metodológica e conceitual do ensino de História que valem a pena serem estudadas pelo professor em formaçãoestudadas pelo professor em formação inicial ou aqueles em exercício das séries iniciais do Ensino Fundamental. Alfabetização histórica A ênfase para o ensino de História será para o conhecimento e a alfabetização, aqui entendida como um processo que não se esgota em si mesmo, que não depende da alfabetização das técnicas de escrever e ler, mas que se desdobra em leituras domas que se desdobra em leituras do mundo, que lida com os produtos da criação humana. Isso significa dizer que, ao estudar História e Geografia, a criança deverá expressar-se, ampliar seu vocabulário com as palavrasampliar seu vocabulário com as palavras correspondentes aos conceitos trabalhados no campo de conhecimentos das Ciências Humanas, que é a “criação humana”, ou seja, alfabetizar-se histórica e geograficamente. História é referência - Precisa ser bem ensinada Assim, trabalhar conhecimentos humanistas em História é humanizar o homem, é percebê-lo na sua organização social de produção e compreender suas criações. O professor é quem adequará a linguagem da construção histórica com a do aluno para que este veja sentido e consiga estabelecer conexões. Nunca podemos perder de vista seu papel social de ser um mediador do patrimônio cultural da humanidadecom o conhecimento e cultura do aluno, levando este último ao progresso intelectual e cultural. Interatividade Escolha a alternativa que não expressa o ensino de História tradicional: a) Os conteúdos são informados de maneira hierárquica e linear. b) Grande ênfase na memorização.b) Grande ênfase na memorização. c) Uma história apresentada com acontecimentos e fatos isolados e estanques. d) Conteúdo cívico, com ênfase nas comemorações e pouco reflexivocomemorações e pouco reflexivo. e) Cada criança deve se perceber como um sujeito histórico e, ao mesmo tempo, um sujeito ativo do seu tempo. Orientações metodológicas para o ensino de História e Geografia 1. Os conteúdos apresentados devem ser considerados a partir da faixa etária da criança, levando-se em consideração seu desenvolvimento e sua capacidade de abstração. É2. É importante para as duas disciplinas o professor acreditar que a criança já traz um conhecimento prévio, ela tem a sua história, já possui referências históricas e geográficas. Princípios comuns a essas disciplinas “Próximo para o distante” “Concreto para o abstrato” “Parte para o todo” “Passado e presente” Estrutura básica conceitual Quadro conceitual elaborado por Heloísa Dupas Penteado (2009), presente no livro “Metodologia do Ensino de História e Geografia” Corpo conceitual Quadro conceitual elaborado por Heloísa Dupas Penteado (2009), presente no livro “Metodologia do Ensino de História e Geografia” Portanto, o ensino de História e Geografia deverá ser orientado por: 1. Trabalhar em todas as séries, além dos conhecimentos específicos, os conceitos da estrutura conceitual básica, ainda que em níveis diferentes. 2. Incidir sobre as dimensões de natureza e cultura assumidas pelo tempo e pelo espaço. 3. Organizar os conceitos específicos na seguinte sequência: natureza, cultura, espaço e tempo histórico. Quadro elaborado por Ana Lucia Nemi e João Carlos Martins, em “Didática de História – o tempo vivido: uma outra história”, p. 97 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano Tempo/ Espaçop ç Semelhança/ Diferença Permanência /Mudança Cultura Trabalho Progressiva ampliação do estudo dos conceitos Quadro inspirado em Ana Lucia Nemi e João Carlos Martins, em “Didática de História – o tempo vivido: uma outra história” 1ª série 2ª série 3ª série 4ª série Família e história pessoal Escola atual e História Bairro ontem e hoje – Inclusão bairro/ município – História do estado: “Composição social do estado” – Recuo mais Tema: “Trabalho escravo e assalariado no Brasil” Comunidade atual e História Fundamentos do bairro – Localização espacial ampliação da localização espacial e do recuo no tempo – Município ontem e hoje longo no tempo, partindo dos dias de hoje – Análise dos grupos sociais e suas relações políticas e de trabalho – Enfoque: – Trabalho no Brasil hoje: salários, legislação e reivindicações – História do trabalho no Brasil:espacial em casa, na escola e na comunidade Enfoque: índios, portugueses, negros, imigrantes (séc. XIX) e migrantes (séc. XX) no Brasil: escravos e assalariados Reforçando A escola trabalha com a cultura, seja no interior da sala de aula ou nos demais ambientes escolares. Desta forma, a História e a Geografia são uma construção social e histórica. Elas são veículo de culturas, devem ser analisadas com base no tipo de seleção que pode ser feita, na construção desse saber sistematizado. É importante ressaltar as preocupações fundamentais apresentadas nos temas transversais, relacionando-as com as questões emergenciais para a conquista da cidadania. Primeiro ano: contribuições de Fonseca (2010) Segundo a autora, o primeiro eixo temático proposto pelo PCN é a “história local e do cotidiano integrado aos temas transversais, portanto possibilita estudar as histórias de vida das crianças, a construção das identidades e asconstrução das identidades e as relações nos grupos sociais mais próximos, como a família e a escola. O desenvolvimento das noções de tempo e espaço deve permear todo o processo dos primeiros anos”. Todo cuidado édos primeiros anos . Todo cuidado é necessário ao se abordar a temática das famílias, visto que a organização das famílias hoje mudou bastante. Segundo ano: contribuições de Fonseca (2010) O estudo das relações e vivências na localidade da criança, os diversos espaços sociais e históricos e também modos de viver desenvolvem conceitos como os de sujeito histórico, trabalho, natureza e espaço num processonatureza e espaço, num processo dinâmico, criativo e dialético. Terceiro ano: contribuições de Fonseca (2010) O desenvolvimento das noções de espaço e tempo (sucessão, ordenação, simultaneidade, mudanças, permanências) e a expressão oral e escrita devem combinar-se à construção de noções de cidadania e participação dos alunos paracidadania e participação dos alunos, para que estes se sintam sujeitos da história e do conhecimento. Para quem mora em São Paulo, ela sugere pensar nos problemas da cidade e o que pode ser ampliado para as cidades depode ser ampliado para as cidades de cada município brasileiro, ou seja, os problemas locais, tais como meio ambiente, trânsito, violência, dificuldades encontradas nas grandes metrópoles. Quarto ano: contribuições de Fonseca (2010) A autora sugere “explorar os diferentes significados do trabalho em nossas vidas: sua dimensão econômica, da realização pessoal, política, cultural.” Pode-se ampliar o foco não apenas no trabalho local mas em outras épocas datrabalho local, mas em outras épocas da história do Brasil. O trabalho infantil pode ser explorado de forma crítica. Quinto ano: contribuições de Fonseca (2010) O tema das comunidades indígenas destacado nos PCNs é obrigatório desde 2008 e pode ser incorporado como proposta para as crianças conhecerem e investigarem as formas de viver dos indígenas, trabalhar os estereótipos, o tratamento das culturas eos estereótipos, o tratamento das culturas e o respeito à diversidade. Outra proposta presente como eixo temático dos PCNs é a história das organizações populacionais, em que se estudam os movimentos, as contradições e as relações sociais, políticas e econômicas a partir da vivência da criança, ampliando-se as noções até atender a diversidade do Brasil, os processos históricos de conquistas, ocupação e exploração do território. O vasto panorama apresentado deve ser explorado com atividades que poderão compor projetos, atividades sequenciadas e situações significativas e motivadoras de aprendizagem para o desenvolvimento de seus futuros alunosdesenvolvimento de seus futuros alunos. Interatividade Como tornar o ensino de História interessante e significativo? a) Decorando as datas comemorativas. b) Interpretando e entendendo os fatos e os acontecimentos ao longo do tempo.acontecimentos ao longo do tempo. c) Ensinando para a erudição. d) Decorando características de cada tempo histórico. e) Não se preocupando com o que passou. O importante é olhar para o futuro. Segundo Kozel e Filizola (2010) Em Geografia, a criança pode começar pela compreensão da relação do homem com a natureza, enfatizando os seguintes aspectos: 1. Processo de trabalho, tempo, espaço, t f ã d ã dtransformação e produção de necessidades. 2. Observação do mais próximo do aluno ao mais distante. 3. Valorizar informações que os alunos l l d llevam para a sala de aula. 4. Ponto inicial vizinhança e separação/ ordem e sucessão/continuidade/escola/ ambiente/casa. Segundo Kozel e Filizola (2010) 5. Maquete/mapas: apresentação de formas planas (bidimensionais) da realidade (tridimensional). 6. Mapas são fotografias da paisagem e não contêm tudo que nela se vê. Traços, cores e símbolos auxiliam nessa construção. 7. Escala intuitiva do que é maior e do que é menor. 8. Trabalhar com mapas envolve
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