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Contexto • O contexto ainda é o da Guerra Fria, porque ela começa no final da Segunda Guerra Mundial e termina em 1991. Com essa perspectiva, poderemos entender que ainda havia muitos conflitos acontecendo pelo mundo. • Os EUA ainda estavam marcando presença no território vietnamita. A invasão estava perto do fim, mas ainda não tinha acabado. Vale lembrar, ainda, que tiveram que voltar antes de terem dominado aquela região, então não havia sido uma vitória estadunidense. • Blangladesh estava se separando de Paquistão e no Chile um presidente marxista havia sido eleito. O nome dele era Salvador Allende (1908-1973). Salvador, depois de um tempo, foi morto e deram início a Ditadura no Chile, uma das mais violentas da América Latina. • No começo da década de 1970, tivemos o início das gravações do seriado Chaves no México e, também, a Copa do Mundo de 1970. A seleção brasileira vence e ainda é uma das seleções mais lembradas e bem vistas. Sendo uma das seleções mais famosas da história do futebol. • Na Inglaterra, tivemos o início da Marcha do Orgulho LGBT e percebemos que não é apenas o começo de transformações políticas, mas também de transformações culturais; • No meio de todos esses acontecimentos, tivemos a eleição que elegeu Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), que durante o governo de Costa e Silva, era o chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI). • Essa eleição aconteceu no final de 1969 (30 de outubro de 1969), quase um ano depois do AI-Nº5. • O AI-Nº5 foi decretado no dia 13 de dezembro de 1968 e havia fechado o Congresso, então, foi preciso reabri-lo para acontecer a eleição em 1969. • Durante o Regime Militar brasileiro, sabemos que não havia uma eleição direta para eleger o presidente, só uma pequena parcela da população poderia votar. Por isso, na eleição do Médici, tínhamos dois partidos ativos naquele momento: o Arena (Aliança Renovadora Nacional), que era, inclusive, o partido dos militares e, de oposição, o MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Só podia votar no Médici ou em outo candidato quem fosse de um desses dois partidos. • Pelo Arena, Médici recebeu 239 votos. Quem pertencia ao MDB, não votou em Médici e nem no candidato de oposição. Escolheram fazer uma abstenção em massa. O contexto da época de repressão do Estado interferiu na decisão de voto desses políticos. Entretanto, no fim, Médici foi eleito e governaria o Brasil no início da década de 1970. Principais Características • De 30 de outubro de 1969 até 15 de março de 1974, o presidente Médici seria, então, o presidente do Brasil e seu governo teria, basicamente, três grandes projetos: 1. Econômico – era uma manutenção da política econômica de seu antecessor Costa e Silva. Médici deu segmento com um novo plano PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). Foi mantido até mesmo Defilm Netto (nasceu: 1928), como Ministro da Fazenda. Então, as obras de infraestrutura iriam continuar. No final do ano, a notícia que todos esperavam veio: crescimento no PIB (Produto Interno Bruto) 1969: 9,5% 1970: 10,4% 1971: 11,3% 1972: 11,9% 1973: 14% • Era a propaganda perfeita para Médici. Havia um slogan muito famoso: “Ninguém mais segura esse país” • O que muita gente não percebia é que essa economia que ia muito bem, só ia muito bem por um fator: o preço do petróleo. O Brasil era extremamente dependente do petróleo internacional, mas não havia tanto problema porque naquela época o preço do barril de petróleo era barato, custava aproximadamente 3$ (dólares). • Em 1973, uma grande crise do petróleo fez com que seu preço aumentasse, passando a custar 10$. Consequentemente, o quadro econômico no Brasil mudou. Podemos concluir, então, que o plano de Médici foi efetivo, mas com a crise do petróleo, a economia tornou-se conturbada. 2. Político Militar – Médici utiliza o AI-Nº5 durante todo seu mandato. Em 1970, foram 500 presos políticos e, dessas 500 pessoas, 230 eram estudantes. • A partir de abril de 1970, uma novidade chega: a censura prévia de livros e periódicos. Alguns livros e jornais poderiam ser proibidos de serem publicados. Dessa forma, o governo, através da censura, consegue controlar a opinião pública. As pessoas só seriam informadas daquilo que seria conveniente para o governo. • A fórmula mágica do Governo Médici para controlar a opinião pública era: censurar de um lado e propagandear do outro. 3. Social - Existia um projeto social, mas não necessariamente para melhorar a vida social das pessoas. Naquele período, houve uma concentração de renda, então, para muita gente, a vida havia ficado um pouco mais difícil. • Esse projeto social envolvia uma ideia de legitimidade, o governo queria ser legítimo. Queria, de certa forma, um apoio de pelo menos parcela da população. • O governo também utilizava a técnica da distração. Por exemplo: na Copa do Mundo de 1970, quando o Brasil ganhou, o governo queria que aquela notícia fosse muito mais discutida do que outras questões políticas e sociais. Dessa forma, as pessoas estariam muito mais atentas a um evento esportivo do que a um evento político. • Nem todo mundo aceitava o Regime Militar. Durante o governo de Costa e Silva e Médici, houve uma maior presença de lutas armadas. Uma pequena parcela da população se armou e se envolveu em grupos como: ALN, PPR, Colina, POLOP, MR-8. • As pessoas que participavam desses grupos, corriam risco de vida por lutarem contra o Regime Militar. Se fosse uma guerrilha na cidade, chamariam de Guerrilha Urbana. Se fosse no campo, seriam Guerrilhas Rurais. • Para acabar com essas Guerrilhas, o Governo não mediu esforços para lutar com repressão. Teve direito a tortura e presos políticos sumiram. • No ano de 1970, foram mais de 1000 denúncias de tortura. • A guerrilha foi duramente reprimida. Aqueles grupos militares foram desaparecendo aos poucos. No Araguaia, a resistência durou até 1974, mas mesmo assim também caiu diante do poder militar do Governo. • Oficialmente, foram 434 mortes diretamente relacionadas à repressão do Estado. Entretanto, falar em um número exato de mortes durante a Ditatura, é uma tarefa complicada, sabemos que naquela época alguns arquivos eram destruídos, alguns eram queimados e alguns eventos nem eram registrados. • Toda essa repressão era mal vista pela maioria das pessoas. Algumas já criticavam a intensidade de repressão por parte do Estado, mas é importante lembrar que até entre os militares tinham alguns que criticavam essa intensidade.
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