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NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS FÁRMACOS FATORES QUE INTERFEREM NA ESCOLHA DA VIA • Efeito desejado: local ou sistêmico • Propriedades do fármaco (solubilidade, grau de ionização, etc) • Objetivo terapêutico (necessidade de início rápido de ação/ tt. crônico/ restrição de acesso a um local especifico) • Idade do paciente • Adesão ao tratamento • Tempo do tratamento • Conveniência VIA ENTERAL As drogas administradas por essa via podem exercer efeito local no TGI ou serem absorvidas pela mucosa do TGI e exercerem efeitos sistêmicos. ORAL (VO) VANTAGENS: • Via mais comum → facilidade na administração • Baixo custo • Não necessita de pessoal treinado (pode ser feita pelo próprio paciente) • Ação local (TGI) / sistêmica (após absorção intestinal) DESVANTAGENS: • Paladar desagradável de alguns medic. • Necessita absorção gástrica ou enteral → ação não é imediata • A absorção do fármaco é influenciada por alguns fatores → que podem reduzir a biodisponibilidade do fármaco • Sólidos Comprimido – arredondado (pó com princípio ativo compactado) Drágea – “comprimido revestido” (resiste ao pH ácido do estômago e é liberado nos intestinos onde será absorvido pela mucosa) Cápsula – revestimento externo gelatinoso (facilitação da deglutição) Lib. Nos intestinos → mucosa int. delgado → circ. Sanguínea → circulação esplâncnica → metabolismo hepático de 1ª passagem • Líquidos Suspensões Soluções • Sólidos: administração para pacientes s/ disfunção de deglutição • Líquidos: preferencialmente Idosos Crianças – “muitas medicações possuem sabores artificiais” Pctes com dificuldade de deglutição • CONTRAINDICAÇÕES: pacientes inconscientes pacientes com dificuldade de deglutição vômito SUBLINGUAL (SL) VANTAGENS: • Absorção mais rápida que a VO (efeito sistêmico + rápido) • Não passa pela metabolização hepática de 1ª passagem • Fração biodisponível maior e efeito mais rápido • Líquidos ou sólidos • Drogas de baixa biodisponibilidade, que sofrem elevada metabolização hepática ou que precisam agir de forma rápida • Rapidamente absorvidos pela mucosa sublingual → circulação sanguínea • Efeito sistêmico →curto espaço de tempo • Permite o aumento da fração biodisponível do fármaco • Utilização em urgências médicas Ex: tt. angina pectoris – Dinitrato de isosorbida (isocordil) – vasodilatador RETAL VANTAGENS: • Alternativa à VO DESVANTAGENS: • Necessário pessoal treinado • Pcte pode se sentir desconfortável • Enemas Solução/ suspensão Ação local ou sistêmica Preparação de exames radiológicos contrastados, estimulo à evacuação, etc. INDICAÇÕES: • Pacientes comatosos • Crianças (a depender da situação) • Pcte. com restrição a dieta oral (náusea/ vomito) NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 • Efeito local ou sistêmico → necessário conhecer a região de inserção do medicamento caso deseje que este não sofra metabolização hepática de 1ª passagem • Supositórios Dissolução nas secreções retais Efeito local ou sistêmico Principal – estimulo à evacuação IMPORTANTE!!! • 1/3 superior do reto – Vv. Hemorroidárias sup. → circ. Esplâncnica → metabolização hepática de 1ª passagem • 1/3 médio e inf. → Vv. Hemorroidárias médias e inf. → circulação sistêmica VIA PARAENTERAL Introdução do fármaco diretamente em um compartimento ou cavidade do corpo (circulação sistêmica) de forma a evitar as barreiras orgânicas. É utilizada para fármacos que são pouco absorvidos no TGI ou que são muito instáveis nesse meio, para pctes impossibilitados de receber medicação oral e/ ou quando é necessário o início rápido da ação de certa droga PRINCIPAIS VIA INTRAVENOSA (IV) Absorção mais rápida do fármaco – administração direta no leito venoso (circulação sanguínea) VANTAGENS: • Efeito + rápido (acesso direto a corrente sanguínea) • Medicação pode ser administrada em dose única ou em solução continua (infusão lenta) • Permite administração de substâncias irritantes • Grau de controle sobre a quantidade de medicação DESVANTAGENS: • Risco de infecção por contaminação • Risco de embolia • Imprópria para substâncias oleosas e insolúveis • Necessita pessoal treinado • Administrada quando há necessidade de efeito rápido da medicação! (o que não é possível a partir da VO) VIA INTRAMUSCULAR (IM) VANTAGENS: • Menor custo comparando-se a via IV • Pode requerer maior intervalo entre doses (quando comparado a administração da medicação por VO) DESVANTAGENS: • Dor local pós-aplicação • Hematomas locais ocasionais • Lesões musculares e nervosas (aplicações inadequadas) • Demanda pessoal treinado • Fármaco sob a forma de: Solução aquosa (absorção rápida) Preparações de depósito (absorção lenta) NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 Drogas administradas por essa via não estão sujeitas à metabolização de primeira passagem e podem assegurar melhor controle sobre a dose real de fármaco administrada ao organismo VIA SUBCUTÂNEA (SC) Administração no TCF – taxa de absorção lenta VANTAGENS: • Minimiza os riscos de trombose ou hemólise associados a via IV • Pode proporcionar efeitos lentos, constantes e prolongados • A administração deve ser feita por pessoal treinado* Em muitos casos o próprio paciente ou familiar (previamente orientado pelo médico ou profissional da saúde) pode ser capaz de administrar a medicação em casa (facilita a adesão ao tratamento) OBS: isso é importante principalmente em medicações que requeiram uso diário e continuo • Injeção de peq. vol. <2ml de solução ou suspensão aquosa no tecido intersticial frouxo, abaixo da pele do braço, antebraço, abdome, coxa, glúteo • Absorção por difusão simples (efeitos mais lentos que a via IV) • Alternância de regiões quando a aplicação é frequente • EX: insulina – tt. de DM DM tipo I DM tipo II (casos mais graves) OUTRAS VIAS VIA TÓPICA E TRANSDÉRMICA • Efeitos colaterais e a frequência posológica são reduzidos • A obediência ao regime terapêutico não depende do paciente • Evitam-se os inconvenientes e riscos da via IV • Elimina-se a variável biodisponibilidade observada na terapia oral • TÓPICA Efeitos locais Camada córnea da epiderme (dificulta a absorção) – medicamento deve ser capaz de atravessa-la • TRANSDÉRMICA Alcança efeito sistêmico Liberação lenta e constante do fármaco • Uso tópico: pomadas, géis, cremes administrados no local da lesão • Aplicação transdérmica: usada com frequência para a oferta prolongada de fármacos (liberação lenta) – alguns ex: Adesivos de nicotina Emplastros anticoncepcionais Antiemético – escopolamina Antianginoso – nitroglicerina VIA INALATÓRIA Ação sistêmica ou em árvore respiratória • Ação sistêmica – anestésicos gerais gasosos • Ação em trato respiratório e arvore traqueobrônquica Ex: Corticosteroides, agonistas beta- 2, broncodilatadores • Ação sistêmica → indução anestésica (realização de procedimentos) • Ação em trato respiratório Tt. e controle de doenças broncopulmonares – ex: asma, DPOC, fibrose cística, etc VIA INTRAUTERINA • Ação sistêmica DIU – dispositivo intrauterino Método contraceptivo DIU de cobre / progestágeno• Ação sistêmica – método anticoncepcional • Colocação e acompanhamento pelo médico ginecologista NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 VIA VAGINAL (INTRAVAGINAL) Efeito local (mucosa vaginal) • Efeito local (mucosa vaginal) • Necessário uso de aplicador • Ex de Indicações: Tt. de infecções aumento da lubrificação EX: pcte com queixa de corrimento vaginal – médico receita nitrato de miconazol (antifúngico) Alguns fatores atrapalham a ação sistêmica desses fármacos, dentre eles: ciclo menstrual, composição das secreções, volume das secreções VIA INTRAÓSSEA • Terço distal do fêmur/ terço proximal da tíbia OBS: utilizada somente em situações emergenciais! VIA EPIDURAL (EXTRADURAL) Ligamento supraespinal → ligamento interespinal → ligamento amarelo → espaço epidural • Injeção feita entre a dura-máter e a parede do canal raquidiano • Punção a nível de L2-L5 • Parto normal / adm. Analgésicos / pequenas cirurgias • Anestésicos→ ex: Lidocaína, Bupivacaína – perda da sensibilidade (aferência dolorosa) Parto normal Cirurgias de pequeno porte • Analgésicos – ex: opioides VIA INTRATECAL (SUBARACNÓIDEA = RAQUIDIANA) Medicação ultrapassa a BHE – efeitos no SNC → Bloqueio das raízes anteriores e posteriores – perda da atividade sensitiva, motora e • Punção lombar L2-L5 • Injeção do fármaco diretamente no canal medular (LCS) → menores quantidades • Procedimentos cirúrgicos – ex: pelve e MMII • Cesarianas • Utilizada quando é necessário que o medicamento produza efeitos rápidos e locais no cérebro, medula ou meninges Antineoplásicos Anestésicos Analgésicos (opioides – morfina, fentanil e sulfentanil) TT de infecções do SNC
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