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Crise Causas externas → Economia Nacional/Política, evolução tecnológica, pandemia, etc. Causas internas → Falta de inovação, conflitos entre os sócios, falta de pessoal qualificado, falta de capital de giro próprio (capital de 3°), desorganização Lei de Regência: 11.101/05 Recuperação judicial: Ação judicial, de natureza constitutiva, que possibilita ao devedor uma negociação coletiva do seu passivo Recuperação extrajudicial: Acordo extrajudicial entabulado entre devedor e credor, levado ao Poder Judiciário para homologação Falência: É um processo de execução coletiva, no qual todo patrimônio de um empresário declarado falido → PF (empresário individual) e PJ (sociedades e EIRELI) → é arrecadado, visando o pagamento da universalidade de seus credores de forma completa o proporcional, cabível quando devedor é insolvente (que pode ser presumida1) Destinatários → Empresários → EIRELI empresária → Sociedade empresária 1 1) Confessada – autofalência; 2) Impontualidade injustificada – dívida superior a 40 salário, com título executivo protestado; 3) Execução frustrada. 4) Prática de atos de falência. → Empresário irregulares → Falência sim. RJ não porque a lei exige o exercício da empresa de forma regular a pelo menos 2 anos Excluídos → Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista (ex. CEF, CONAB) ↳ Interesse público = a complementar → Instituição financeira → Cabível apenas falência (Ex. Banco Santos) → Seguradoras → Cabível apenas falência → Operadoras de Plano de Saúde → Cabível apenas falência → Concessionárias de Energia Elétrica → Cabível apenas falência Princípios Preservação da empresa: protege o núcleo da atividade econômica e, portanto, da fonte produtora de serviços ou mercadorias, da sociedade empresária, refletindo diretamente em seu objeto social e direcionando-a, sempre, na busca do lucro Exemplos: → Suspensão das ações de execução por 180 dias da recuperação judicial → art. 6° e §4° → Impossibilidade de retirada de bens essenciais durante o período de suspensão ↳ art. 49, §3° → Alienação do estabelecimento sem sucessão, inclusive tributária e trabalhista ↳ art. 60, parágrafo único → Manutenção da administração na R.J → art. 64 → Na falência, possível devedor pleitear R.J → art. 95 → Possibilidade continuação da atividade mesmo após decretação da quebra → art. 99, IX Separação da sorte da “empresa” e do “empresário”: separa a personalidade da pessoa jurídica e da pessoa física, a fim de preservar e proteger o patrimônio da sociedade, objetivando tutelar a empresa e não o empresário, “sacrificando” o empresário se for preciso para preservar a empresa/atividade Retirada da empresa inviável do mercado: a recuperação somente se justifica na medida em que o resultado da equação de reorganização da empresa for positivo para todos os envolvidos, pois não é possível querer manter uma empresa a qualquer custo quando os agentes econômicos que exploram a atividade não estão aptos a criar riqueza e podem prejudicar a oferta de crédito, a segurança e a confiabilidade do tráfico mercantil. Portanto, devem ser retirados do mercado o mais rápido possível para o bem da economia como um todo, sempre com a finalidade de evitar a criação de maiores problemas. Manter empresas absolutamente inviáveis operando, ainda que sob a titularidade de novos sujeitos, significa transferir o risco do negócio aos credores Igualdade entre os credores (par conditio creditorum): dentro da mesma classe de credores, estes devem ser tratados com igualdade; já entre classes diferentes (trabalhistas e garantia real), evidentemente poderá haver tratamento desigual Interesse e participação ativa dos credores: os credores passam a ser protagonistas nos regimes previstos na lei de falência e recuperação judicial, tendo papel de destaque nas decisões de recuperação judicial e recuperação extrajudicial Redução do custo do crédito: direitos especiais para as instituições financeiras, reduzindo os riscos que elas normalmente enfrentariam em suas operações de crédito, razão pela qual poderiam elas cobrar juros proporcionalmente mais baixos do empresariado, segundo a lógica: quanto menor o risco, menores os juros, como: a) na A.G.C, formam uma classe própria (art. 41, II) b) na falência estão em 2° lugar na ordem de pagamento, acima do FISCO (art. 83, II) Proteção ao trabalhador: a) formam 1 classe na A.G.C (art. 41, I); b) em até 1 ano os créditos vencidos devem ser pagos e em 30 dias os vencidos até 3 meses antes do pedido (art. 54) b) na falência, possuem prioridade (art. 83, I) c) crédito dos trabalhadores pelo serviço prestado depois da decretação da falência da empresa (art. 84, I) Preservação e maximização dos ativos do falido: a) venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis (art. 114) b) preferência pela venda conjunta mais abrangente possível (art. 140) c) trespasse do estabelecimento na R.J, como meio de recuperação (art. 50, VII) Favorecimento de empresas de menor porte: foi projetado o plano especial de recuperação judicial previsto nos artigos 70 ao 72, que buscou realizar o princípio da simplificação da recuperação das empresas de menor porte, como ME e EPP, previstas constitucionalmente nos artigos 170, IX, e 179, da CF. Objetiva que tal espécie de empresa não seja onerada injustificadamente pelo trâmite da recuperação judicial tradicional, geralmente lenta e custosa, a fim de ter ampliado seu acesso à recuperação Principais vantagens → Suspensão das execuções e impossibilidade da retirada de bens essenciais à empresa → Possibilidade de propor qualquer meio de pagamento aos credores, como concessão de prazos, deságios, alienação de ativos, dação em pagamento, cisão, fusão etc. → Promove uma aproximação entre o devedor e os seus credores para tratativas de negociação, sem interferência do juiz, onde o plano de pagamento aprovado pela maioria se aplicará a todos credores sujeitos à recuperação judicial → Possibilidade de alienação de bens da empresa previstos no plano de recuperação judicial sem sucessão do adquirente nas obrigações do devedor, inclusive de natureza trabalhista e fiscal → Pode ser utilizada como meio de defesa em pedido de falência. O pedido de RJ suspenderá o pedido de falência Principais desvantagens → O processo é caro → custas judiciais, honorários de advogado, adm. Judicial (até 5% sobre o valor do passivo) e negociadores → Não são todos os créditos que se sujeitam à recuperação judicial → Dificuldade de conseguir crédito ou dinheiro novo (mercado associa à falência) → Suspensão das ações e execuções não se aplica aos coobrigados → Risco de ser decretada a falência Requisitos ↳ art. 48 → Ser empresário (em sentido latu) ↳ Caso ULBRA (associação transformada em S/A para requerer recuperação judicial) ↳ Caso Cândito Mendes (associação sem fins lucrativos que requereu recuperação judicial) → Exercício regular da atividade há mais de 2 anos (da mesma atividade) ↳ Certidão da Junta Comercial ↳ Produtores Rurais (art. 971): Natureza declaratória ou constitutiva TJSP (32 de 34 casos) STJ (T.P 1.922 e T.P 2.544) Dívidas anteriores ao registro (REsp 1800032) → Não ser falido e, se foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes → Não ter obtido outra Recuperação Judicial nos últimos 5 anos → Não ter cometido crime falimentar → Se aplica aos administradores e controladores ↳ não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nessa lei Legitimidade → O próprio empresário ↳ Ltda. – Concordância de mais da metade do capital social → art. 1.071, VIII, e art.1.076, II, ambos do CC ↳ S/A. → Maioria dos votos presentes em assembleia → art. 122, IX ↳ OBS.: Questões urgentes, podem ser propostas pelos administradores, que posteriormente submeterão à assembleia de sócios para ratificação Grupos Econômicos Conceito: quando várias pessoas jurídicas estão ordenadamente exercendo suas atividades em conjunto por meio de um controle realizado pelas mesmas pessoas, pelos mesmos diretores → Conservam autonomia, ainda que façam parte do mesmo grupo. Consolidação processual (REGRA) → apenas o processamento é conjunto ↳ vários acordos, planos distintos etc Consolidação substancial (EXCEÇÃO) → Consolidação em um único plano, ignorando autonomia → Quando há confusão patrimonial → causa de desconsideração da personalidade jurídica Credores Abrangidos ↳ art. 49 → Todos os credores existentes à data do pedido, ainda que não vencidos (mesmo créditos trabalhistas, com ou sem penhora, em execução ou não) estão sujeitos à recuperação judicial → Fato gerador ou trânsito em julgado da sentença? ↳ Tema repetitivo n° 1051 (maio de 2020) → irá definir ↳ REsp. 1.841.960 (sentença que arbitrou os honorários após pedido de RJ – crédito extraconcursal) → Crédito em execução, com depósito judicial → reconhece-se a extinção (RESp 1348640) Créditos Inexigíveis ↳ art. 5° → Não podem mais ser cobrados dos empresários em recuperação judicial → Obrigações a títulos gratuito ↳ Fiança para integrante do mesmo grupo empresarial → não é a título gratuito e é, portanto, exigível em recuperação judicial → Despesas judiciais e extrajudiciais para credor tomar parte do processo de recuperação judicial Créditos Excluídos → Credores não podem cobrar créditos do empresário dentro da recuperação judicial, mas podem valer-se de outros meios → Créditos tributários → art. 187 CTN → o credor fiscal vai poder prosseguir com a sua execução individual, não estão sujeitos aos efeitos da recuperação judicial → Proprietário fiduciário de bens móveis e imóveis → art. 49, §3° → Arrendamento mercantil (Leasing) → art. 49, §3° → Proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos contratos tenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade → art. 49, §3° → Proprietário com reserva de domínio → art. 49, §3° → Adiantamento de contrato de câmbio para exportação → art. 49, §4° c/c art. 86, II ↳ Obs.: ainda que excluídos da recuperação judicial, podendo, portanto, exercer atos expropriatórios e ajuizar ações cabíveis, tais credores não poderão retirar da posse do devedor bens essenciais ao cumprimento do plano de recuperação judicial. Esse entendimento jurisprudencial se dá em razão do princípio da preservação da empresa e atendimento ao melhor interesse dos credores, afinal, se retirados os bens essenciais da posse da recuperanda, esta não conseguirá cumprir o plano de recuperação judicial. Consequentemente, todos restarão prejudicados (credores, em razão da decretação da falência; trabalhadores; fisco; etc) Juízo competente para o processamento ↳ art. 3° → Principal estabelecimento → Onde se encontram as atividades mais importantes (AgInt no CC 157969) Petição Inicial ↳ art. 319 CPC e art. 51 da LFR Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. Processamento da Recuperação Judicial Decisão → art. 52 → estando presentes todos os requisitos do art. 48 e tendo sido juntado todos os documentos do art. 51, juiz deve deferir o processamento e: → Nomeará administrador judicial → Dispensará a recuperanda de apresentar certidões de débitos fiscais para exercício da atividade, salvo para contratar com o Poder Público ou obter benefícios ou incentivos fiscais ↳ Exemplo: para alienação de bens imóveis. ↳ Licitações: Há decisão do STJ liberando, no caso de uma empresa com o objeto social eminentemente voltado a licitações → AREsp 309867 → Determinará a suspensão de todas as ações e execução, pelo prazo do art. 6° (180 dias contados do deferimento do processamento) ↳ Exceções à suspensão: a) Ações que demandam quantia ilíquida → até definição → após, cabe habilitação; b) Execuções fiscais → porém, os atos de apreensão devem ser submetidos ao juízo da R.J. → AgInt no CC 159257 c) Demais credores não sujeitos, do art. 49 d) Ações sem efeitos patrimoniais → Ex. nunciação de obra nova → Determinará que o devedor apresente contas mensalmente, o que será aferida pelo administrador mediante relatório mensal das atividades → art. 22, II, c → Determinará a intimação do MP Deve acrescer ao nome empresarial a expressão “EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL” → art. 69 → Anotação na Junta Comercial Plano de Recuperação Judicial Responsável e conteúdo: pelo devedor, contendo os requisitos do art. 53. Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Prazo: 60 dias da publicação da decisão que defere o processamento, sob pena de convolação em falência. Limites do plano: → Créditos trabalhistas e acidente de trabalho: ↳ vencidos antes do pedido, plano deve prever pagamento em até 1 ano (da concessão) ↳ créditos trabalhistas, de natureza exclusivamente salarial, vencidos nos 3 meses anteriores ao pedido, devem ser pagos em até 30 dias até o limite de 5 salários por trabalhador → Alienação de bem com garantia real → depende da anuência expressa do credor titular da respectiva garantia→ Apreciação do plano de R.J. → art. 41 e seg → Manifestação dos credores → Publicação de edital sobre recebimento do plano ↳ Em 30 dias → Objeção (basta uma) → Convocação de assembleia pelo juiz, o que deverá ocorrer em até 150 dias (desobediência não possui sanção). → Análise do plano pelos credores em assembleia: para plano ser aprovado é necessária obter votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia-geral (art. 42), nas seguintes classes: Classe I → Trabalhistas e acidente de trabalho → maioria verificada por cabeça dos presentes Classe II → Garantia real até o valor do bem → maioria verificada por cabeça e valor dos presentes Classe III → Privilégio especial (art. 964 CC) e geral (art. 965, CC), quirografário, subordinado e com garantia real (pelo valor que excede o bem dado em garantia) ↳ maioria verificada por cabeça e valor dos presentes Classe IV → ME e EPP → maioria verificada por cabeça dos presentes OBS1. Função do juiz é meramente homologatória OBS2. Imposição do plano (craw down) (art. 58, §§ 1° e 2°): I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1º e 2º do art. 45 desta Lei. Concessão da Recuperação Judicial Apresentação de certidões negativas de débitos fiscais → art. 191- A CTN → STJ tem dispensado → REsp 1512118 Concessão propriamente dita → aprovado o plano e apresentadas as certidões negativas (ou dispensadas), juiz CONCEDERÁ, por sentença, a R.J (recorrível por agravo → art. 59, §2°) Efeitos da concessão: → Vinculação de todos os credores; → Novação das obrigações → Extinção das execuções individuais (AgInt no REsp 1732178) → Retirada dos órgãos de proteção ao crédito e protestos (REsp 1.700.487); → Formação de um título executivo judicial; → Alienação de filiais e unidades produtivas sem sucessão. (In)cumprimento da Recuperação Judicial Período de observação → art. 61 → Concedida a R.J, devedor permanecerá em recuperação judicial por 2 anos Descumprimento → No período de observação → convolação em falência, inclusive de ofício – Serão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originárias → Após o período de observação → credores podem buscar o cumprimento de sentença ou a decretação da falência em ação própria Plano Especial art. 70 Para ME e EPP → Redução de custo, já que não há assembleia Plano → Apresentação em 60 dias, prevendo parcelamento em até 36 vezes, com possibilidade de desconto Suspensão das ações e execuções → Dos sujeitos Aprovação → necessidade de não objeção pela maioria dos credores, por classe do art. 83, pela maioria do crédito
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