3 pág.

Pré-visualização | Página 1 de 1
Capítulo 01 “A crise de legitimidade e representação na política é um fenômeno global” ● Conjuntura contemporânea se marca por crises multissetoriais ● Crise é um fenômeno social que causa um prolongamento da precariedade da vida (econômica e social) ● Instabilidade como fator sistêmico Ruptura da relação entre governantes e governados é expressa pela incapacidade social em lidar/superar com a multiplicidade de fatores em crise Deslegitimação da representação nas democracias como sistema político + desconfiança das instituições = colapso gradual de modelos de governança e manutenção de preservação de interesses comuns ● Rejeição a representação como principio democrático causa alterações profundas na ordem política social e mundial ● “novos fenômenos políticos” – negação a formas partidárias (pré)existentes (anti establishment) “caos pós liberal” – decomposição de sistema político expresso em crises institucionais ● O principal desdobramento das crises políticas e “caos liberal” é situação da consolidação de regimes autoritários (maioria) ou, a incipiência de novas formas de organização entre representação parlamentar e representação social (minoria) ● Horizonte instável de difíceis alianças e equilíbrio entre forças políticas e visões de mundo “Democracia se constrói a partir de relações de poder social” ● A democracia liberal se adapta a evolução e divisão de poder das instituições ● “Crise de legitimidade é a quebra do vínculo subjetivo entre cidadãos e os eleitos para tomar decisões em seu nome” ● A estabilidade das instituições depende da vigência da manutenção da “legitimidade” como um fator estruturante do sistema político democrático “A origem da crise está na forma de atuação de políticos e partidos que detém o “monopólio de poder dentro de um quadro preestabelecido”, e zelam mais por seus interesses do que o interesse comum” ● A repetida frustração de pautas e esperanças políticas leva a descrença e a ressignificação da legitimidade e indignação (com consequências para o funcionamento social, político e econômico) O problema da rejeição a política é o não conhecimento ou interesse do funcionamento da burocracia institucional, que rege as formas de distribuição e exercício de poder (no limite definindo o que é possível/ desejável ou não, no processo de tomada de decisão e atuação do Estado) ● A globalização alterou o funcionamento das instituições econômicas e políticas de diversos países ao redor do mundo, fazendo com que o enfrentar de problemas diversos encontrasse paralelos e desafios na proposição de soluções e equilíbrios cada vez mais distantes ● A articulação transnacional derivou numa atuação em redes que por um lado facilitou o processo de gestão da globalização, e por outro lado, minou capacidades institucionais e estatais de responder a demandas complexas e sobrepostas ● “Há uma crise identitária surgida a partir do processo de globalização” o que leva a fraturas sociais e econômicas, que mobilizam sentido para além do sentido político e reproduzem e acentuam contradições A corrupção é um dos fatores que mais contribuiu para a emergência da crise de legitimidade ● “se a aplicação de regras de convivência não constrange aquelas que as fazem e discutem, por que deveria se aplicar aos indivíduos sociais?” ● Corrupção é uma característica sistêmica da política atual ● A extensão da democracia liberal por ser “incapaz” de atenuar a corrupção é falha (pressuposto de questionamento a legitimidade do sistema político democrático) O personalismo no sistema político democrático liberal é um fator que contribuiu para a ascensão da crise de legitimidade ● A dinâmica de construção de uma mensagem simples e facilmente debatível em um universo multiforme conduz à personalização (polarização) da política. ● A forma de luta política mais eficaz é a destruição de confiança através da destruição moral e da imagem de quem se postula como líder. ● Política do escândalo - inspira o sentimento de desconfiança e reprovação moral sobre o conjunto dos políticos e da política, contribuindo assim para a crise de legitimidade. A incapacidade do indivíduo social de questionar e verificar informações diversas na ação do direito e da atividade política é responsável pela desarticulação entre vínculo pessoal e institucional. Capítulo 02 “Política do medo”- princípio político que em nome da segurança faz com sejam aceitas atitudes de vigilância, militarização e formas de controle social que incutem e se introjetam no desempenho de atividades e relações sociais Terrorismo (grupos não estatais) x contra terrorismo (estados e organizações internacionais) – mobilização do medo como discurso, ação e ideologia para o alcance de interesses e ganhos políticos, justificando e legitimando atos de violência, vigilância e controle “O terrorismo transformou internacionalmente a arena política em um campo de batalha” ● “Assume-se aqui como válido o fato de que o terrorismo de matriz islâmica é fruto da marginalização e segregação de indivíduos cujos interesses diversos não são reconhecidos ou relevados” ● A busca de um sentido social, associada ao promover o encontro de soluções fora do escopo político descreditado e deslegitimado, permite o assumir da “violência” como um instrumento social e político para a realização no alcance de interesse ● “narrativa sistemática sobre o vazio”- a consciência da precariedade social, política e econômica a se encontrarem em discursos e práticas extremas ● Repressão policial ou militar, pode atenuar mas não eliminar efeitos negativos e atos de violência decorrentes da radicalização e “restrição sistemática de reconhecimento e liberdade” A “hipocrisia da democracia liberal” vincula a promulgação de um Estado de emergência permanente justificável no imaginário coletivo quanto a restrição sistemática das liberdades civis e políticas, retro alimentando contradições que minam capacidades de superação de assimetrias e desequilíbrios entre coletividades e grupos
Página1