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8o. ano Volume 4 ooo Ciências Livro do professor Diversidade de animais: os invertebrados 2 7 8 Diversidade de animais: os vertebrados 30 O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As ilustrações, diagramas e figuras contribuem para a construção correta dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com temas de estudo. Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones: Representação artística Imagem ampliada Fora de escala numérica Escala numérica Formas em proporção Imagem microscópica Coloração artificial Coloração semelhante à natural Fora de proporção Coloração artificial Representação artística Imagem ampliada Fora de escala numérica Escala numérica Formas em proporção Imagem microscópica Coloração artificial Coloração semelhante à natural Fora de proporção Livro didático ©Sh utte rsto ck/T om Mid dlet on O reino dos animais abrange uma grande variedade de indivíduos, incluindo nós, os seres humanos. De um modo geral, podemos separar os animais em dois grandes grupos: vertebrados e invertebrados. 1. Que características identificam um animal? 2. Você saberia dizer quais são as diferenças entre vertebrados e invertebrados? 3. Observe com atenção as imagens acima e circule os animais invertebrados. Por que você fez essas escolhas? Diversidade de animais: os invertebrados 7 Este tema está ausente na BNCC devido ao enfoque dado a outros temas. É necessário, portanto, um novo olhar para o ensino dos animais. Alguns termos e exemplos foram suprimidos nessa transição, o que exigirá uma adaptação curricu- lar. Caso julgue necessário, amplie alguns enfoques, de acordo com a realidade local. Nessa etapa de grande mudança na educação, construiremos juntos uma nova forma de ver e ensinar Ciências. Encaminhamento do tema de abertura do capítulo.1 © Sh ut te rst oc k: An dr ey _K uz m in /N at ali a Ku zm in a/ Dr M or ley R ea d/ Ar en d Tr en t/ Ia n D yb al l/F M Po rte lla /D en ni s J ac ob se n/ Vl ad im ir W ra ng el /U w e Be rg w itz / Do be rm ar an er /S J T ra ve l P ho to a nd V id eo /A sr ul A qr on i/E rla nt z P .R /J . T . C ha pm an /A qu ap ix/ Al ek se i V er ho vs ki ; © W ik im ed ia C om m on s/ Jo na th an W ilk in s 2 © Sh ut te rs to ck /R ic ha rd W hi tc om be Objetivos • Caracterizar os animais invertebrados. • Identificar diferentes grupos de animais invertebrados. • Associar os invertebrados ao seu modo de vida. • Compreender a importância ecológica dos invertebrados. Todos os animais têm células eucarióticas, ou seja, suas células apresentam núcleo celular diferenciado; são constituídos por várias células; e, também, são organismos heterótrofos, isto é, alimentam-se de outros seres presentes no ambiente. Os animais podem ser divididos em dois grupos principais: os invertebrados e os vertebrados. Vamos iniciar o estudo dos animais pelos invertebrados, estudando inicialmente os poríferos e os cnidários. Poríferos e cnidários Os invertebrados fazem parte do grupo mais numeroso e variado de animais. Alguns têm o corpo mole, outros, uma concha ou um esqueleto externo que os protege, mas todos têm como característica o fato de não terem vértebras (ossos formadores da coluna vertebral). Há mais de 600 milhões de anos, o nosso planeta era muito diferente do que conhecemos hoje. Os continen- tes, os oceanos, a atmosfera, o clima e os seres vivos que existiam aqui eram muito diferentes. Atualmente já se sabe que os primeiros seres vivos sugiram na água e que os primeiros animais eram aquáticos e invertebrados. Poríferos Você já viu uma esponja-do-mar? Esse animal faz parte do filo dos poríferos, um grupo numeroso, que, na sua maioria, vive em ambien- te marinho. As esponjas são organismos sésseis e bentônicos, isto é, vivem fixas e no fundo dos oceanos ou dos rios. Elas têm tamanhos va- riados, podendo ser muito pequenas, em formas de tubo, ou grandes, como as esponjas-barril, que podem ter mais de um metro de diâ- metro. Apresentam várias células (multicelulares) que não formam tecidos verdadeiros. As esponjas são animais filtradores, isto é, retiram seu alimento da água que circula pelos seus corpos. Essa circulação de água é fundamental para esses seres vivos, uma vez que não se locomovem. A circulação da água e a absorção dos nutrientes por filtração acontecem com a participação de células especializadas, denominadas coanócitos. A água que entra através dos poros sai por uma abertura maior, chamada de ósculo. Importante destacar que a categoria dos invertebrados não forma um grupo homogêneo. É um agrupamento com grande variedade de organismos, mas, apesar disso, essa denominação é muito utilizada. O filo dos poríferos é assim chamado por conter animais que apresentam diversos poros na superfície do corpo (porífero significa “portador de poros”). Água e partículas alimentares entram pelos poros Ósculo Saída da água via ósculo Flagelo Poro Espículas Coanócito Partículas alimentares entrando no coanócito Circulação de água através do corpo de uma esponja. No detalhe, coanócitos, células que auxiliam na circulação e digestão das esponjas. • Esponja-barril, encontrada em mares tropicais Ja ck A rt. 2 01 2. D ig ita l. 1, 5 m 3 As esponjas têm textura e rigidez variadas. Seu esqueleto mineral é formado por espículas, que são estrutu- ras microscópicas entrelaçadas. Também podem apresentar uma rede feita de um material proteico, a espon- gina. Elas apresentam uma grande capacidade de regeneração, refazendo porções perdidas. O fragmento que se desprende também pode se regenerar, dando origem a um novo indivíduo. A reprodução dos poríferos acontece de duas formas: assexuada e sexuada. A reprodução assexuada ocorre, normalmente, pela formação de um broto que se desenvolve e dá origem a uma nova esponja (brotamento). Esponja Brotamento Broto Esponja recém-formada • Reprodução assexuada por brotamento em uma esponja Na reprodução sexuada, os gametas masculinos são lançados na água e seguem até uma esponja fêmea, na qual passam pelos poros e se fundem às células para atingir o óvulo. Indivíduos de algumas espécies formam os dois tipos de gametas (são hermafroditas). A fecundação dá origem a uma larva, que se locomove com a ajuda de cílios. Essa larva se fixa a um substrato e se desenvolve, transformando-se numa esponja adulta. Larva Assentamento da larva e transformação Espermatozoides Esponjas adultas Óvulo Libe raçã o da larv a • Reprodução sexuada nos poríferos Importância ecológica dos poríferos Os poríferos são fundamentais para o equilíbrio dos ambientes aquáticos, pois servem de abrigo, alimento e local para reprodução de diversos seres vivos, como peixes, crustáceos e moluscos. Além disso, as esponjas estabelecem uma relação ecológica com microalgas em que ambos os organismos se beneficiam. A esponja fornece proteção às algas, que, em troca, fornecem nutrientes essenciais à esponja. As cores variadas das esponjas resultam, muitas vezes, dessa associação com microalgas. Por filtrarem uma grande quantida- de de água, as esponjas são sensíveis à poluição dos ambientes aquáticos, indicando as condições ambientais do local. Por esse motivo, as esponjas são importantes bioindicadores. Sugestão de leitura. 2 Sugestão de leitura: Esponjas contra o câncer.3 © Sh ut te rs to ck /P ho to by no rm an • Moreia-pintada em uma esponja Os bioindicadores são organismos que respondem às alterações ambien- tais, pois a qualidade, a quantidade e o comportamento dos indivíduos, bem como a presença de contaminantes em seus tecidos, podem indicar o estado de contaminação do ecossistema, fornecendo informações sobre a situação ambiental, como os efeitos da poluição do ar, da água ou do solo. Os pesquisadores, ao observarem o comportamento dos bioindica- dores, podem monitorar as condições ambientais e perceber alterações nosambientes. São exemplos de bioindicadores: os poríferos, os liquens, os insetos, os anfíbios, as bactérias, os corais, etc. Ilu st ra çõ es : J ac k Ar t. 20 12 . D ig ita l. 1 m 1 m 8o. ano – Volume 44 É comum encontrar caravelas e águas-vivas na areia da praia, trazidas pelas correntes marinhas e pela ação dos ventos. Como elas têm nematocistos capazes de provocar queimaduras, o recomendável é ter bastante cuidado ao chegar próximo desses animais, evitando, principalmente, tocar em seus tentáculos. Em algumas espécies, os nematocistos continuam ativos mesmo após a morte do animal. Os cnidários alimentam-se de peixes, crustáceos, vermes e outros animais. As presas capturadas pela ação dos nematocistos têm as partes moles do seu corpo digeridas; as partes mais duras são eliminadas pela boca. Cnidários como as anêmonas, os corais e as hidras são encontrados fixos a um substrato. Essa forma de vida recebe o nome de pólipo. Já as águas-vivas são capazes de nadar livremente, sendo essa forma chamada de medusa. Os pólipos apresentam o corpo em forma tubular, uma de suas extremidades é fechada e fixa a um substrato; a outra extremidade, onde se localiza a boca, é aberta e ro- deada de tentáculos. Em muitas espécies fixas, a deposição do esqueleto calcário de diversas gerações forma os corais, que, ao longo do tempo, podem se tornar muito extensos, formando os recifes de corais. Observe a ilustração ao lado. O grupo dos poríferos é considerado como o mais simples entre todos os animais. No entanto, entre as esponjas-do-mar, existem algumas que são mais complexas que outras. Você seria capaz de determinar, entre os tipos de esponjas apresentadas nas imagens, qual é o mais complexo? E o mais simples? Justifique as suas respostas. Organize as ideias Cnidários O filo dos cnidários é representado por águas-vivas, caravelas, anêmonas e corais. Mesmo sendo invertebrados simples, os cnidários apresentam células organizadas em tecidos, isto é, con- juntos de células especializadas para realizar determinada função, como o revestimento do corpo. Por apresen- tarem várias células, organizadas em tecidos verdadeiros, os cnidários são considerados pluricelulares. O nome “cnidário” deve-se ao fato de que os animais desse grupo apresentam cnidoblastos (células especializadas) no interior dos quais existe uma estru- tura, o nematocisto, capaz de produ- zir uma substância urticante, utilizada como mecanismo de defesa e captura de suas presas. Por causa deles, os organismos perten- centes ao filo dos cnidários podem provo- car queimaduras e irritações também na pele humana, como as conhecidas quei- maduras por águas-vivas, acidentes mui- to comuns em algumas praias brasileiras em determinadas épocas do ano. Áscon Sícon Lêucon As esponjas do tipo lêucon são as mais complexas por apresentarem uma rede de canais internos ao corpo, em que circula a água. Já as do tipo áscon são as mais simples, pois a água circula apenas em um canal na porção interna da esponja. Tentáculos urticantes Boca Cnidoblasto Nematocisto Filamento Ao receber o estímulo, ocorre a liberação do nematocisto • Localização do cnidoblasto em água-viva e esquema da ação desse tipo de célula para ataque e defesa A caravela é um exemplo de colônia, ou seja, um conjunto de seres vivos da mesma espécie que estão unidos. As caravelas são responsáveis por muitos acidentes no Brasil, pois o contato com seus tentáculos pode causar queimaduras graves. Ilu st ra çõ es : J ac k Ar t. 20 12 . D ig ita l. 30 m © Sh ut te rs to ck /N at al ia K uz m in a 5 © Sh ut te rs to ck /M at tia AT H © Sh ut te rs to ck /T om e2 13 Cavidade digestiva Boca Tentáculos Cavidade digestiva Medusa Boca Pólipo 20 c m 50 c m Sugestão de filme: Procurando Nemo.4 ©Shutterstock/ABC.pics • Trecho da barreira de corais australiana • Estrutura corporal de um pólipo (anêmona) e de uma medusa (cubomedusa) Águas-vivas adultas lançam seus gametas na água Larva Fase de pólipo Pólipos com fase imatura de medusa (éfira) Liberação da éfira • Brotamento em hidra (pólipo) Os cnidários podem se reproduzir de forma assexuada e sexuada. Os pólipos, como as anêmonas, geralmente apresentam reprodução assexuada por brotamento, semelhante ao que ocorre com os poríferos. As águas-vivas, por sua vez, realizam reprodução sexuada. Elas têm sexos separados e lançam seus gametas na água, onde ocorre a fecundação. Vivendo sozinhos ou em colônias, todos os cnidários são aquáticos e a maioria vive em ambiente marinho. Os corais se desenvolvem em águas quentes, com temperatura superior a 18 °C durante todo o ano. Vivem em águas rasas com, no máximo, 36 metros de pro- fundidade, uma vez que necessitam da luz solar para o crescimento de algas que auxiliam na alimentação e na formação do esqueleto da colônia. Importância ecológica dos cnidários Os cnidários são animais de grande importância ecológica nos ambientes ma- rinhos, participando da maioria das teias alimentares marinhas. Os recifes de corais são fundamentais para o equilíbrio dos sistemas aquáticos de diversas partes do mundo. Eles propiciam abrigo para muitas espécies de peixes e de outros animais, atraindo predadores de lugares distantes, que buscam alimento ali. No nordeste brasileiro, há regiões com recifes de corais, mas a maior dessas for- mações é a grande barreira de corais existente na Austrália, com cerca de 2 000 km de comprimento. Algumas espécies de cnidários podem apresentar alternância de gerações, na qual ocorre tanto a reprodução sexuada quanto a assexuada. Nesse tipo de ciclo de vida, estão presentes as duas formas: pólipos e medusas. A fase de pólipo gera, assexuadamente, uma forma imatura de medusa, que se transforma em uma medusa adulta. Esta realiza reprodução sexuada, gerando uma larva que, ao encontrar um substrato, origina um pólipo. • Ciclo de reprodução com alternância de gerações em cnidários © Sh ut te rs to ck /R at tiy a T ho ng du m hy u Broto 12 m m Ja ck A rt. 2 01 2. D ig ita l. 8o. ano – Volume 46 © Sh ut te rs to ck /E kk ap an P od da m ro ng • Branqueamento dos corais Informações adicionais sobre recifes de corais.5 Atividades 1. Leia atentamente o texto a seguir. Muitos corais se associam com algas chamadas de zooxantelas. Nessa relação, a alga fornece alimento para o coral, que a retribui fornecendo sais minerais e gás carbônico. Além disso, essas algas colaboram para a formação do esqueleto calcário do coral. O aquecimento global e a poluição dos mares interrompem a relação dos corais com as algas, causando o fenômeno do branqueamento, que pode ocasionar a morte dos corais e das espécies que dependem deles. MARANHA, Fernanda. Esponjas monitoram poluição do ambiente. Disponível em: <http://www.usp.br/aun/antigo/exibir?id=5432&ed= 964&f=18>. Acesso em: 14 nov. 2018. De acordo com o texto e seus conhecimentos, responda às questões propostas. a) O que são bioindicadores? São organismos que indicam o estado do ambiente, refletindo as alterações do seu hábitat. b) Quais as características dos poríferos que fa- zem deles bioindicadores? São filtradores e, por isso, são sensíveis às alterações ambientais de diversos ambientes aquáticos. Sobre algumas características encontradas nesse grupo animal, marque C para as afirmativas corre- tas e I para as incorretas. Converta as frases incor- retas em corretas e registre-as nas linhas a seguir. a) ( C ) O nome do grupo – poríferos – está relacionado com o grande número de poros existentes no corpo desses animais. b) ( I ) As esponjas são animais com tecidos complexos e esqueleto formado por espí- culas ósseas. c) ( C ) Os poríferos dependem da água para se nutrir, uma vez que filtram dela pequenas partículas orgânicas que servem de alimento. d) ( I ) As esponjas adultas são capazes de na- dar livremente em determinadas épocas do ano, em busca de parceirospara se reproduzir. Foi Aristóteles quem clas- sificou as esponjas como plantas, na Grécia Antiga, mais ou menos em 350 a.C. Nesta época, também come- çou a utilização de uma espécie de esponja para esfregar a pele durante o banho, méto- do usado até hoje, mesmo com a industriali- zação de esponjas artificiais. A classificação no reino animal só se deu no século XVIII, depois dos poríferos terem sua fisiologia es- tudada e reconhecida como sendo a de um animal. © Sh ut te rs to ck /F lo or MUSITANO, Manuela. Esponjas. Disponível em: <http://www.invivo.fiocruz. br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1021&sid=2>. Acesso em: 14 nov. 2018. 2. Uma característica marcante dos poríferos é a presença de a) uma substância urticante, utilizada na defesa e captura de alimentos. b) diferentes tipos de tecido. X c) coanócitos, células com função de filtração. d) muitas espécies na forma de medusa. e) esqueleto, o que possibilita a formação dos recifes. 3. Leia atentamente o texto a seguir. d) As esponjas são animais fixos aos substratos. Apenas suas larvas podem nadar. b) As esponjas são animais simples, sem tecidos verda- deiros, com esqueleto formado por espículas ou por espongina. Estes animais, do filo Porifera, alimentam-se por filtração de água e têm sua fisiologia baseada apenas em aproximadamente 20 tipos de células. Sem órgãos nem tecidos desenvolvidos, possuem até mesmo características de seres unicelulares. [...] Por permanecerem fixas no solo, estão ex- postas às alterações do ambiente e, graças a sua sensibilidade, conseguem registrar tais alterações. São excelentes filtradores, chegando a filtrar até 24 mil litros de água, por quilograma, por dia [...]. Ciências 7 4. Observe as ilustrações e, depois, responda às questões propostas. a) Quais são os processos realizados pelas esponjas que estão indicados nas letras A e B, respectivamen- te? Na letra A, reprodução por brotamento; na letra B, regeneração. b) Explique como ocorre a reprodução nos poríferos. Os poríferos podem se reproduzir de formas assexuada e sexuada. Na forma assexuada, ocorre a formação de um broto na lateral da esponja, que dá origem a um novo indivíduo. Esse tipo de reprodução é chamado de brotamento. Na sexuada, os gametas são lançados na água e entram, por meio dos poros, no corpo de outra esponja, onde realizam a fecundação. 5. Os cnidários são animais aquáticos que apresentam formas diferentes, de acordo com o modo de vida. Observe as ilustrações que representam essas formas em corte longitudinal. a) Como são denominadas as formas I e II? I – pólipo; II – medusa. b) Escreva a seguir quais são os animais representados. I – hidra ou anêmona; II – água-viva. c) Em relação à sobrevivência no ambiente, qual a vanta- gem que a forma II tem sobre a forma I? As formas de medusa podem explorar diferentes locais para a reprodução e para a procura de alimento. 6. Na época do verão, aumenta a frequência de acidentes com cnidários, principalmente águas-vivas. Leia algumas recomendações para tratar das lesões causadas por esses animais. III • Lavar o local ou fazer compressas com água do mar gelada. • Aplicar vinagre (lavar o local e fazer compressas ou aplicar uma pasta de vinagre e farinha de trigo). Esponja íntegra Broto Indivíduo unido Esponja desagregada Esponjas reconstruídas A B HADDAD JUNIOR, Vidal. Animais aquáticos de importância médica no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 36, n. 5, p. 596, set./out. 2003. a) Quais são as células do cnidário responsáveis pelas queimaduras? Cnidoblastos. b) Qual a importância dessas células na vida dos cnidários? Captura de presas e defesa. Ja ck A rt. 2 01 2. D ig ita l. Lu is M ou ra . 2 01 0. D ig ita l. 8o. ano – Volume 48 Platelmintos Os platelmintos têm o corpo mole e achatado e podem viver livremente nos ambientes aquáticos e ter- restres úmidos. Há as espécies parasitas, como a tênia e o esquistossomo, e as de vida livre, como a planária. Planária A planária é um platelminto de vida livre, isto é, não é parasita, e pode ser encontrada tanto nos ambientes aquá- ticos quanto terrestres de grande umidade. Alimenta-se de pequenos animais e de restos de animais mortos. O corpo da planária tem uma coloração que a ajuda a ficar camuflada no ambiente. Na extremidade anterior do corpo, localizam- -se os ocelos, estruturas mais simples que os olhos, com ca- pacidade de perceber as diferenças de luminosidade. Na região ventral, há pequenos cílios que a auxiliam na locomoção e abertura da faringe. Para se alimentar, a planária lança a faringe sobre o alimento, que é parcialmente digerido e segue para o intestino. A planária é hermafrodita, ou seja, cada animal tem o sistema reprodutor masculino e o feminino. Na reprodução, duas planárias se unem por seus poros genitais e trocam espermatozoides; por isso, a fecundação é cruzada. Depois, as duas planárias lançam seus ovos na água, os quais, após algum tempo, ao eclodir, dão origem a planárias jovens. As planárias também podem se reproduzir de modo assexuado, quando o corpo se alonga e se divide em dois. Também apresentam grande capacidade de regeneração. Platelmintos e nematódeos Leia, com bastante atenção, a tirinha a seguir. © Ca lv in & H ob be s, Bi ll W at te rs on 1 99 2 W at te rs on /D ist . b y An - dr ew s M cM ee l S yn di ca tio n WATTERSON, Bill. Os dias estão simplesmente lotados. Cambuci: Best News, 1995. v. 1, p. 61. • Para você, o que é um verme? O que esse termo lembra? Que animais são considerados vermes? • Discuta esse assunto com seus colegas. Depois, escreva a conclusão a que vocês chegaram. Apesar de a maioria das pessoas já ter ouvido falar sobre vermes, parece ser um pouco difícil encontrar uma definição para o que é realmente um verme. Os platelmintos e os nematódeos são exemplos de animais que popularmente são conhecidos como vermes. Normalmente, a palavra “verme” faz lembrar alguns animais rastejantes e moles e as doenças a eles relacio- nadas, chamadas de verminoses. É importante lembrar que muitas espécies não são parasitas, ou seja, muitas delas têm vida livre. Orientação sobre a atividade.6 Ocelos Região dorsal Região ventral Poro genital Boca Faringe • Desenho esquemático das princi- pais regiões do corpo da planária Ja ck A rt. 2 01 2. D ig ita l. Ciências 9 Ciclo da esquistossomose 1. Os esquistossomos (Schistosoma mansoni) se alojam no intestino da pessoa infectada, local onde deposi- tam os seus ovos, que são eliminados para o exterior com as fezes, conta- minando o solo e a água. Na água, os ovos liberam pequenas larvas chama- das de miracídios. 2. Essas larvas penetram facilmente nas partes moles dos caramujos do gênero Biomphalaria, onde se mul- tiplicam e se transformam em outra larva, chamada cercária. 3 e 4. As cercárias saem do caramujo e nadam até encontrar uma pessoa, na qual penetram através da pele e iniciam a infecção. 5. As cercárias invadem o corpo, onde se alimentam de sangue e se tornam vermes adultos. Por volta do vigésimo dia após a infecção, os vermes se reproduzem, as fêmeas novamente botam ovos e inicia-se um novo ciclo. Esquistossomo É o verme responsável por causar uma doença chamada esquistossomose, popularmente conhecida como barriga-d’água. Essa doença está relacionada à contaminação da água e depende da ação de outro invertebrado, um caramujo que vive na água doce (Biomphalaria). 1 2 3 4 5 Fo to s: © W ik im ed ia C om m on s/ Fr ed A . L ew is/ Yu ng -s an Li an g/ Ni th ya R ag ha va n/ M at ty Kn ig ht ; © Ge tty Im ag es /S ci en ce P ho to L ib ra ry /N IB SC • No detalhe acima (5), Schistosoma mansoni ma- cho, em azul, e fêmea, em rosa (cores artificiais) Se uma pessoa ingerir os ovos da Taenia solium, que podem estar presentes na água ou em ali- mentos contaminados, ela adquirea cisticer- cose. Nessa doença, as larvas que eclodem dos ovos (cisticercos) podem se alojar no cérebro, originando a neurocisticercose. O esquistossomo macho, adulto, mede cerca de 1 cm e a fêmea, 1,5 cm. Macho e fêmea vivem unidos, ocu- pando os vasos sanguíneos do fígado e do baço, o que aumenta o volume da região abdominal, de onde vem o nome popular da doença: barriga-d’água. A pessoa infectada pode eliminar centenas de ovos diariamente. Tênia A tênia, conhecida popularmente por solitária, é responsável por causar a teníase. O corpo da tênia é achatado, com um formato que parece uma fita, e é dividido em três partes: a cabeça ou escólex; o pescoço ou colo; e o corpo, formado por anéis chamados de proglotes ou proglótides. Nos seres humanos, a infestação ocorre principalmente por meio de duas espécies de tênias, a Taenia solium, que tem o porco como hospedeiro, e a Taenia saginata, cujo hospedeiro é o boi. Os nutrientes de que a tênia adulta necessita para sobreviver são retirados diretamente do intestino delgado do seu hospedeiro. As tênias se fixam à parede intestinal por meio de ganchos e/ou ventosas. A reprodução da tênia é sexuada e ocorre pelo encontro do espermatozoide com o óvulo no interior da tênia por autofecundação, pois as tênias são hermafroditas e produzem seus próprios gametas femininos e masculinos. Os proglotes cheios de ovos, localizados na porção final do corpo da tênia, são liberados, reiniciando o ciclo de vida das tênias. Ja ck A rt. 2 01 2. D ig ita l. 8o. ano – Volume 410 Importância ecológica dos platelmintos O filo dos platelmintos tem uma importância ecológica relevante, principalmente porque parasitam diver- sos seres vivos, incluindo seres humanos e outros mamíferos, diversas espécies de peixes, aves e insetos. Em muitos casos, essas doenças parasitárias podem levar à morte de seu hospedeiro. Muitos platelmintos de vida livre, que vivem no solo e em ambientes aquáticos, alimentam-se de restos de animais, tendo grande importância na degradação da matéria orgânica. Algumas espécies de vida livre são bioindicadoras da qualidade ambiental, pois são sensíveis a diversos tipos de poluente. Nematódeos Os nematódeos são vermes de corpo cilíndrico, alongado e com as extremidades afiladas (semelhantes a fios). A maioria deles é encontrada em vida livre, mas alguns são parasitas. Os animais do filo dos nematódeos apresentam estrutura corporal mais complexa do que os platelmintos. Os nematódeos mais conhecidos são as lombrigas, os ancilóstomos e as filárias. Ancilóstomo e necátor O Ancylostoma duodenale e o Necator americanus são dois nematódeos responsáveis por causar uma doen- ça denominada ancilostomíase, popularmente chamada de amarelão pelo fato de os doentes apresentarem a pele amarelada, resultado de uma forte anemia. Esses vermes parasitam o ser humano, fixando-se nas paredes do intes- tino. Uma vez fixo, o verme perfura a parede intestinal e se alimenta do sangue do hospedeiro. Os vermes adultos apresentam sexos separados e, normalmente, as fêmeas são maiores que os machos. Eles aca- salam no intestino do hospedeiro, onde é feita a postura dos ovos que serão eliminados com as fezes. Em contato com o solo, os ovos se abrem, liberando as larvas que penetram através da pele das pessoas. Uma di- ferença importante em relação a outras verminoses é a forma de contágio, pois não ocorre a ingestão de ovos, mas, sim, a penetração de suas larvas pela pele, principalmente quando a pessoa anda descalça sobre o solo contaminado. Fo to s: © La tin st oc k/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y A B Organize as ideias Analise novamente o ciclo de vida da Taenia solium e pense em algumas formas de se evitar a doença. Ano- te suas conclusões. Lembre-se de que, para evitar a doença, é preciso quebrar o ciclo. Dica: o cisticerco presente no músculo morre em contato com altas temperaturas. • Detalhe da região bucal do verme Ancylostoma duodenale (A), observado em microscopia eletrônica, com aumento de 250×, e do Necator americanus (B), observado em microscopia eletrônica, com aumento de 825×. Saneamento básico adequado (evitando assim o contato das fezes com o solo e a água), cuidado com a alimentação de por- cos e bois, fiscalização da carne comercializada e consumo de carnes bem passadas. Di vo . 2 01 3. D ig ita l. Carne de porco com larva de Taenia solium Ciclo da teníase Ingestão das larvas na carne contaminada e malcozida. Fixação das larvas no intestino delgado e início do desenvolvimento. Ingestão dos ovos pelos porcos, reiniciando o ciclo. Verme adulto Ovo de Taenia solium observado em microscopia óptica com aumento de 200x. Liberação das proglótides com centenas de ovos juntamente com as fezes do hospedeiro. © Sh ut te rs to ck /D yo m a © W iki m ed ia C omm ons/Ciência e Saúde XXI ©Fotoarena/Alam y/M ediscan 1,5 m 3 m Ciências 11 Lombriga Ciclo da ascaridíase Ancilostomíase e Adolfo Lutz Em 1800, pouco se conhecia sobre os vermes, seus ciclos biológicos e as doenças causadas por eles, que acometiam grande parte da população brasileira. Alguns médicos acreditavam que os vermes intestinais pode- riam ser benéficos, separando os resíduos alimentares. No Brasil, um dos pioneiros nas pesquisas sobre doenças causadas por vermes foi Adolfo Lutz. Ele nasceu em 1855, no Rio de Janeiro, formou-se médico, foi professor e pesquisador. Em 1885, publicou uma série de trabalhos relacionados à ancilostomíase, sendo o primeiro a pesquisar sobre o assunto em nosso país. Abordou os aspectos históricos, geográficos e biológicos, bem como a interferência deles na disseminação de várias verminoses, contribuindo enormemente para a campanha de saneamento no Brasil. Conexões Um nematódeo muito comum é o Ascaris lumbricoi- des, popularmente conhecido como lombriga, causador da doença chamada ascaridíase. As lombrigas parasitam o intestino dos seres humanos, alimentando-se dos nutrientes que a pessoa consome. No intestino, tornam-se adultos e se reproduzem. Diferentemente das tênias, as lombrigas apresentam sexos separados. Em uma mesma pessoa, podem ser en- contradas várias lombrigas. A reprodução é sexuada e uma mesma fêmea é capaz de liberar milhares de ovos por dia, que são eliminados com as fezes da pessoa doente. Observe, neste esquema, o ciclo da ascaridíase. As fezes eliminadas no ambiente podem conter ovos de Ascaris lumbricoides. As pessoas podem beber a água contaminada (sem tratamento) ou utilizá-la, por exemplo, para regar hortas. Assim, os ovos também podem ser ingeridos nos alimentos mal-lavados. As lombrigas adultas se desenvolvem no intestino da pessoa parasitada, absorvendo nutrientes. As fêmeas liberam seus ovos, que são eliminados com as fezes do infectado. © Sh ut te rs to ck /R at tiy a T ho ng du m hy u Ascaris lumbricoides, popularmente conhecido como lombriga; na imagem, uma lombriga fêmea (mede cerca de 35 cm) e outra macho (mede cerca de 25 cm). 25-35 cm Ra qs on u. 2 00 1. D ig ita l. 8o. ano – Volume 412 Importância ecológica dos nematódeos Os nematódeos estão relacionados a parasitoses de diversos seres vivos. Além das parasitoses humanas, eles também podem parasitar invertebrados que são considerados pragas em lavouras. Por esse motivo, acabam sendo utilizados como agentes de controle biológico de pragas. Porém, podem também ser prejudiciais às lavouras, quando parasitam plantas de interesse econômico, como cana-de-açúcar, batata e beterraba. Esses parasitas de plantas retiram substâncias nutritivas e alguns liberam substâncias tóxicas no interior da célula vegetal. Os nematódeos de vida livre são importantes para o solo, pois auxiliam na decomposição da matéria orgânica. Também se alimentam de micro-organismos, como bactérias, fungos e algas. Algumas espécies de nematódeos são consideradas predadoras, pois se alimentam de invertebrados, anelídeos e até mesmo de outras espécies de nematódeos.Controle biológico é a tentati- va de controlar pragas agrícolas com o uso de seus “inimigos” naturais, que podem ser preda- dores ou parasitas, como vermes, fungos, vírus ou bactérias. O controle biológico geralmen- te é inofensivo ao ambiente e à saúde da população, sendo uma alternativa mais saudável do que o uso de agrotóxicos, que são altamente poluentes. Atividades Gabarito e leitura complementar.7 1. A ilustração a seguir não representa a realidade, mas ilustra, de forma lúdica, uma das fases de uma doença bastante comum no Brasil, a esquistossomose, que che- ga a atingir 7 milhões de pessoas por ano. a) Sobre o ciclo do esquistossomo, complete as informações. Os vermes que estão “pegando carona” no caramujo causam a doença conhecida como esquistossomose ou barriga-d’água . Os ovos presentes na água contaminada dão origem às larvas chamadas miracídios , que, ao encontrar o caramujo do gênero Biomphalaria, penetram em suas partes moles, multiplicam-se, transformam-se em larvas cercárias e retornam à água. Quando um indivíduo entra na água, as larvas que se desenvolveram no caramujo penetram em sua pele e, por meio do sangue, atingem o intestino, onde se tornam adultas, acasalam e depositam seus ovos, que são eliminados com as fezes, contaminando o solo e a água, assim iniciando um novo ciclo . b) Nas regiões em que o caramujo do gênero Biomphalaria não é encontrado, pode ocorrer dissemina- ção da esquistossomose na população? Justifique sua resposta. Não, porque a larva do Schistosoma mansoni, que se desenvolve a partir do ovo eliminado nas fezes, termina seu desenvolvi- mento somente no organismo do caramujo e, na ausência dele, as larvas morrem. c) Existem alguns peixes que são predadores naturais do caramujo que faz parte do ciclo da esquis- tossomose. A inclusão desses peixes em lagoas contaminadas pode ser considerada uma forma de prevenção da doença? Por quê? Sim, porque pode impedir o desenvolvimento do verme, interrompendo o ciclo. É uma forma de controle biológico do cara- mujo. 2. Em um dos contos do livro Urupês, Monteiro Lobato retrata um caboclo chamado Jeca Tatu. Ele levava uma vida simples, era representado sempre sem calçados e sofria de cansaço e de fraqueza. A figura de Jeca Tatu também é associada a uma verminose. Que verminose é essa? Justifique sua resposta. An to ni o Éd er . 2 01 2. D ig ita l. Ancilostomíase. A fraqueza é justificada pelas hemorragias que o verme causa. Ciências 13 Moluscos e anelídeos Você conhece algum representante do grupo dos moluscos? Já viu algum anelídeo por aí? Reflita bem antes de responder, pois, se disser que não, provavelmente estará enganado. Você pode até não conhecer esses ani- mais pelo nome do grupo de invertebrados do qual fazem parte, mas os dois grupos incluem animais bastante familiares para a maioria das pessoas. Observe, a seguir, alguns representantes desses grupos. © Sh ut te rs to ck /L ad th ap ho n Ch ue ph ud ee © Sh ut te rs to ck /M ar tin P el an ek © Sh ut te rs to ck /A le ks an da r G ro zd an ov sk i © Sh ut te rs to ck /Z he ng za ish ur u • Minhoca • Sanguessuga • Caramujo • Polvo • Agora que você já conhece alguns representantes dos moluscos e dos anelídeos, discuta as questões a seguir com os seus colegas e o professor. a) Em quais ambientes podemos encontrar esses animais? b) Qual é o papel desses animais no ambiente em que vivem? Moluscos Os moluscos são invertebrados de corpo mole e úmido, encontrados em ambientes aquáticos e terrestres. Grande parte das espécies desse filo apresenta cabeça, um pé muscular para a locomoção e concha como proteção. Na concha, há a massa visceral, que contém os órgãos vitais. A maioria dos moluscos vive em hábitat marinho, e algumas espécies vivem fixas em rochas ou enterradas na areia. Elas respiram filtrando a água que passa por suas brânquias. Os moluscos mais comuns são classificados em gastrópodes, cefalópodes e bivalves. Gastrópodes Fazem parte desse grupo: os caramujos, as lesmas e os caracóis. Os gastrópodes são caracterizados por apresentar o corpo formado por pé, cabeça e massa visceral, que pode estar protegida por uma concha ou não, como no caso das lesmas. Geralmente, alimentam-se de plantas, mas algumas espécies podem ser carnívoras e outras se alimentam de detritos. Na boca, eles têm uma estrutura chamada rádula, que é utilizada para raspar os alimentos. As respostas são pessoais. Esperamos que os alunos citem ambientes terrestres e aquáticos, além de variadas relações desses animais em seus ambientes. A palavra gastrópode deri- va da combinação dos ter- mos “ventre” (gastro) e “pés” (pode) e inclui os moluscos que rastejam. 3. Você já viu um cachorro na praia? Pois saiba que em muitas praias é proibida a presença desses animais. Pesquise um problema de saúde conhecido popularmente como “bicho-geográfico”, mas que a medicina chama de “larva migrans cutânea”, e responda às questões a seguir. a) Qual é a causa desse problema? b) Como ele ocorre? c) Qual é a relação entre a presença de cães na praia e esse problema de saúde? d) Do seu ponto de vista, esse motivo justifica a proibição de cães na praia? Explique. © Sh ut te rs to ck /M ar at r 14 cm 6 cm 8 cm 3 m 8o. ano – Volume 414 © Ge tty Im ag es /J ef f R ot m an Cefalópodes A característica que dá nome ao grupo dos cefalópodes é a presença dos pés (ou braços) ligados à cabeça. Nesse grupo, estão os polvos, as lulas, as sépias e os náutilos. Os polvos não têm concha; nas lulas, a concha é interna e, nos náutilos, é externa. Polvos, lulas e sépias têm na pele um grande número de células especializadas, denominadas cromatóforos, que alteram a coloração do animal de acordo com o ambiente e com a luminosidade. Pela ação dos cromatóforos, as lulas mudam ra- pidamente as cores de seus corpos durante os rituais de acasalamento, e os polvos se camuflam. • Partes do corpo de um molusco gastrópo- de; no detalhe, rádula com cores artificiais ampliada 2 500× em microscopia eletrônica © Sh ut te rs to ck /K ar la M tz • Náutilo © Ge tty Im ag es /W ild H or izo n • Polvo gigante do Pacífico expelindo jato de tinta durante fuga • Casal de lulas mudando suas cores durante o acasalamento O desenvolvimento dos cefalópodes é direto, ou seja, não há estágio de larva. As lulas são muito rápidas. Pelo sifão, lançam para fora do corpo fortes jatos de água, que as impulsionam, deslocando-as velozmente pela água e possibilitando-lhes fugir em situações de perigo. Tanto as lulas quanto os polvos são capazes de lançar uma substância escura na água (semelhante à tinta nanquim) com o objetivo de confundir os predadores. Também apresentam tentáculos com ventosas que auxiliam a capturar as presas das quais vão se alimentar. A reprodução dos cefalópodes é sexuada. Na união dos gametas produzidos por machos e fêmeas, surgem embriões que ficam abri- gados no interior de ovos. Os ovos são deixados no ambiente e o desenvolvimento do embrião origina pequenos cefalópodes parecidos com os adultos. Os cromatóforos po- dem ser encontrados em espécies de outros grupos de animais, como nos camaleões e nos lagartos. Outras espécies marinhas também utilizam a ca- muflagem no ambiente como estratégia de defesa contra seus predadores naturais, como o lingua- do, uma espécie de peixe que se confunde com a areia no fundo do mar. 20 cm 25 cm 5 m © Sh ut te rs to ck /A ne st Rádula Pé Olho Cabeça Concha contendo a massa visceral Tentáculos A maioria das espécies é hermafrodita e faz fecundação cruzada. Há algumas espécies marinhas com sexos separados (macho e fêmea). © Gett y Im ag es/ Da vid Sp ea rs FR PS F RM S 8 cm Rádula Ciências 15 O acúmulo de substâncias tóxicas nos bivalves faz com que eles provoquem intoxica-ções alimentares nos animais que se alimentam deles, inclu- sive os seres humanos. Leitura complementar sobre Achatina fulica. 8 Bivalves O grupo dos bivalves tem esse nome porque os animais que o compõem apresentam concha formada por duas valvas (partes) unidas por fortes mús- culos e ligamentos. Ostras, vieiras, mariscos e mexilhões fazem parte desse grupo. O pé dos bivalves é adaptado para cavar e rastejar. Muitas espécies vivem enterradas na areia, enquanto outras se fixam em rochas ou em outras es- truturas encontradas no mar, como cascos de barcos e carapaças de ou- tros animais. Os bivalves apresentam sexos separados. A fecundação ocorre na água, onde são lançados os gametas masculinos e femininos. Ao longo de seu desenvolvimento, apresentam vários estágios larvais até chegar à forma adulta. Importância ecológica dos moluscos Os bivalves, assim como os poríferos, são animais filtradores e, por isso, retêm substâncias dissolvidas na água, incluindo as substâncias tóxicas. Essa característica faz com que eles sejam usados como bioindicadores. Há uma grande variedade de moluscos que servem como alimento para muitos animais. Na nossa culinária, ostras, mexilhões, polvos e lulas são ingredientes de muitos pratos. Alguns moluscos são hospedeiros intermediários de vermes, como ocorre com o caramujo Biomphalaria, que hospeda uma fase do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose. Já as lesmas e caracóis podem atacar lavouras causando prejuízos aos produtores. Algumas espécies, como o caramujo gigante Achatina fulica, foram introduzidas, pelos seres humanos, em regiões diferentes do seu hábitat de origem e se tornaram um problema ao competir com espécies locais. Anelídeos Leia a tirinha a seguir. GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Disponível em: <www2.uol.com.br/niquel>. Acesso em: 30 jan. 2017. © Ní qu el N áu se a/ Fe rn an do G on sa le s • Essa tirinha traz uma característica interessante das minhocas. Qual é essa característica? • Além de participar das teias alimentares, você conhece outra função importante das minhocas para o ambiente? © Sh ut te rs to ck /S tu di o Gr an d W eb • Vieira Algumas ostras são conhecidas por estarem associadas à formação de pérolas. A pérola se forma quando partículas estranhas, como um grão de areia ou um verme, entram no manto de uma ostra perlífera. Ocorre, então, a produção de várias camadas de uma substância chamada madre- pérola (ou nácar), isolando a partícu- la estranha e formando a pérola. Ter vários corações. Na verdade, as minhocas têm vasos sanguíneos dilatados (arcos aórticos) que atuam de forma semelhante a corações. Produzem o húmus e arejam o solo. 7 c m 8o. ano – Volume 416 Poliquetas Os poliquetas são anelídeos que têm um grande número de cerdas distribuídas ao longo da superfície do corpo. A maior parte dos representantes dessa classe vive em ambiente marinho, como o Nereis sp. As minhocas fazem parte do grupo dos anelídeos, cuja principal característica é o corpo formado por diversos anéis. Os anelídeos podem ter entre dois e quinze pares de arcos aórticos (a minhoca tem cinco pares), vasos sanguíneos dilatados que impulsionam o sangue para todo o corpo do animal (semelhantes a corações). Os animais do filo dos anelídeos podem ser encontrados em diversos ambientes aquáticos, como no mar e na água doce, além de ambientes terrestres. Muitas espécies têm cerdas (semelhantes a pelos curtos, mas muito mais resistentes), que são utilizadas como estruturas auxiliares na locomoção. A presença ou ausência dessas estruturas e a sua quantidade são os critérios utilizados para a classificação dos anelídeos em três classes distintas: hirudíneos ou aquetas, oligoquetas e poliquetas. Hirudíneos ou aquetas São anelídeos que não têm cerdas em seu corpo, tais como as sanguessugas. Os aquetas alimentam-se de pequenos animais ou da matéria orgânica em decomposição. As sanguessugas podem sugar o sangue de vertebrados, como peixes, aves e, até mesmo, seres humanos. Têm o corpo achatado, alongado e bastante flexível, o que lhes possibilita uma movimentação característica, com a fixação alternada das ventosas (anterior e posterior). Oligoquetas Os oligoquetas são anelídeos com poucas cerdas. As minhocas fazem parte desse grupo. São encontradas em ambientes terrestres úmidos, seu corpo é cilíndrico e dividido em anéis. No primeiro anel do corpo, está localizada a boca e, no último, o ânus. Na região mais próxima à boca, ocorre uma dilatação, o clitelo, estrutura que participa da formação do casulo com os ovos no processo de reprodução. A respiração nas minhocas é cutânea, isto é, feita através da pele. O oxigênio é levado a todo o corpo pelo sangue. Os arcos aórticos, também chamados de corações dos anelídeos, não têm a mesma estrutura do coração de animais vertebrados. © Sh ut te rs to ck /O le ks an dr Ly se nk o Na saliva das sanguessugas, existe uma substância cha- mada hirudina, que é anti- coagulante, ou seja, não deixa o sangue coagular enquanto ela o suga. • Sanguessuga © Sh ut te rs to ck /E rn i © W ik im ed ia C om m on s/ Ha ns H ill ew ae rt • Nereis sp. Cerdas Clitelo Arcos aórticos Boca • Anatomia de uma minhoca Leitura complementar sobre minhocas.9 • Troca de espermatozoides entre duas minhocas A minhoca é um animal hermafrodita, mas realiza fecunda- ção cruzada, com troca de espermatozoides entre dois indiví- duos, com uma minhoca fecundando os óvulos da outra. 6 cm Ed ua rd o Bo rg es . 2 01 1. D ig ita l. 10 cm 20 cm A reprodução ocorre na água, local em que são lançados os gametas masculinos e femininos. Do ovo, eclode uma larva que depois se transforma na forma adulta. Ciências 17 Fazendo Ciência Composteira Em grupo, construa uma composteira e observe a ação das minhocas na produção de húmus. Materiais: fita adesiva larga; pedaço de meia-calça de náilon; elástico ou barbante; luvas; pequena quantidade de areia e terra; pequena quantidade de serragem; minhocas; sobras de alimentos (cascas de frutas e legumes, cascas de ovos, pó de café e folhas – não use carne de nenhum tipo, materiais gordurosos, ossos, derivados de leite ou alimentos com muito sal ou açúcar); duas garrafas de plástico (uma delas com a tampa), que deverão ser cortadas (por um adulto); a tampa da parte B deverá ser perfurada (também por um adulto), como mostram as ilustrações. Como fazer 1. Coloque as luvas e dê início à montagem da com- posteira. Utilize somente as partes das garrafas indicadas pelas letras A e B. As outras partes (des- tacadas com X) devem ir para o lixo reciclável. 2. Coloque areia no fundo da parte da garrafa indi- cada pela letra A. Essa areia vai absorver o líquido formado na decomposição dos alimentos e evitar o mau cheiro. 3. Feche a garrafa indicada pela letra B com a tampa perfurada e encaixe-a, com a tampa voltada para baixo, dentro da garrafa A (imagem C). Prenda as duas partes com a fita adesiva. 4. Coloque uma camada de areia na garrafa B. Em se- guida, despeje uma camada de terra. Afofe a terra e coloque as minhocas sobre ela. © Sh ut te rs to ck /M or oz ov A le xe y Importância ecológica dos anelídeos As minhocas são muito importantes para o ambiente. Elas cavam galerias que afofam e arejam o solo. Alimentam-se de animais, folhas ou outros organismos em decomposição e produzem, como resíduo da digestão, um material conhecido como húmus de minhoca, que torna o solo fértil e favorece o desenvolvimento das plantas. Atualmente, é raro que as sanguessugas sejam utilizadas para tratar hemorragias, mas, no passado, o uso desses animais já foi comum. Os poliquetas marinhos apresentam grande importância nas teias alimentares aquáticas, nas quais são utilizados como alimentos por diversas espécies de peixes. A CB 5. Em cima da terra, coloque os restos de alimentos. Se as sobras de alimentos utilizados forem picadas em pedaços bempequenos, o processo aconte- ce mais rapidamente. Intercale camadas de terra com camadas de sobras de alimentos. Cubra tudo com serragem. 6. Tampe a abertura da garrafa com um pedaço de meia-calça e prenda-a com um elástico ou com um barbante. 7. Deixe a composteira em local protegido da chuva e ventilado. O processo de produção de adubo orgânico pode demorar cerca de dois meses. 8. Quando perceber que o conteúdo da composteira se parece com uma terra escura, abra-a e utilize essa terra para adubar vasos ou canteiros. Recolha as minhocas e reinicie o processo. Conclusão 1. Qual é o papel das minhocas no processo de compostagem? 2. Como você poderia explicar a importância ecoló- gica do processo de compostagem? Orientações sobre o experimento.10 A tampa pode ser furada com um prego quente ou uma furadeira com broca fina. Isso deve ser feito por um adulto. Ed ua rd o Bo rg es . 2 01 2. D ig ita l. • Húmus de minhoca 8o. ano – Volume 418 4. As sanguessugas são consideradas parasitas, mas, em alguns locais do mundo, são utilizadas no tratamento de feridas. Isso acontece porque as sanguessugas conseguem liberar uma substância, a hirudina, que im- pede a coagulação do sangue. Sobre esses animais, responda às ques- tões propostas. a) Em qual grupo de animais as sanguessugas são classificadas? b) Cite duas características das sanguessugas. 5. Explique como é o processo de reprodução das minhocas. Para isso, monte um esquema. 6. Pode ser que você tenha estranhado o nome de alguns grupos de animais. Você sabia que a maior parte dos nomes científicos tem origem grega ou latina e indicam características importantes desses seres? Preencha a tabela a seguir, identificando essas características. Nome do grupo Característica que deu origem ao nome Exemplos Moluscos Corpo mole. polvo, ostra, caracol Gastrópodes Pés no ventre – rastejantes. caracol, lesma Cefalópodes Pés na cabeça – tentáculos. polvo, lula Bivalves Concha em duas valvas. ostras, mexilhões Anelídeos Corpo dividido em anéis. minhocas, sanguessugas Aquetas Sem cerdas no corpo. sanguessugas Oligoquetas Poucas cerdas no corpo. minhocas Poliquetas Muitas cerdas no corpo. Nereis Atividades Gabaritos.11 1. Complete o quadro conforme as características principais encontradas em cada um dos grupos de moluscos. Características Gastrópodes Cefalópodes Bivalves Em qual ambiente vivem? Terrestre e aquático. Marinho. Aquático. De que se alimentam? Como se alimentam? Utilizam a rádula para se ali- mentarem de plantas e matéria orgânica. Têm braços com ventosas para agarrar peixes e outros vertebra- dos e invertebrados. Filtram a matéria orgânica da água. Como se locomovem? Rastejam ou nadam (como as lesmas aquáticas). Por meio de jatos de água. A maioria vive fixa. Alguns podem se impulsionar movimentando as valvas. 2. A concha presente em alguns moluscos é importante, porque a) ajuda na locomoção. b) permite ao animal que seja mais bem visuali- zado. c) facilita a reprodução. d) aumenta o peso do animal. X e) protege e sustenta o corpo do animal. 3. Analisando as imagens a seguir, cite duas semelhanças e duas diferenças entre lulas e polvos. © Sh ut te rs to ck /S er ge i P rim ak ov • Utilização de sanguessugas em tratamento medicinal 6 cm Ja ck A rt. 2 01 2. D ig ita l. Ciências 19 Artrópodes e equinodermos Artrópodes O filo dos artrópodes é o grupo com maior diversidade de animais, com cerca de um milhão de espécies conhecidas. Os principais grupos que fazem parte do filo dos artrópodes são: crustáceos, aracnídeos, insetos, quiló- podes e diplópodes. Os artrópodes apresentam o corpo formado por segmentos e prote- gido por um esqueleto externo, chamado exoesqueleto. As pernas são articuladas (daí o nome arthro = articulação; podos = pés, patas) e os órgãos sensoriais, bem desenvolvidos. A presença do exoesqueleto fornece pro- teção contra os predadores e dificulta a desi- dratação. Ele é formado por uma substância denominada quitina, que é muito resistente, mas que limita o crescimento do animal. © Sh ut te rs to ck /H ad ot 7 60 • Libélula saindo do esqueleto antigo (exúvia) As antenas apresentam diversas funções, como captar odores, sentir os ambientes e perceber vi- brações do ar. Por exem- plo, alguns mosquitos machos captam sons produzidos pelas fêmeas. Asas Cabeça Abdômen Pernas articuladas Tórax Antenas • Representação ilustrativa da anatomia externa de um gafanhoto Observação do ciclo de vida das borboletas. 12 Ovo Larva Pupa Adulto • Representação ilustrativa da meta- morfose completa de uma mosca O corpo da maioria dos artrópodes é formado por cabeça, tórax e abdô- men, mas, em alguns grupos, a cabe- ça e o tórax são fundidos, formando o cefalotórax, como nos aracnídeos e nos crustáceos. Outros podem apresentar o corpo com segmentos sem diferenciação visual entre o tó- rax e o abdômen. Os insetos realizam reprodução sexuada com produção de ovos, que são depositados no solo, na água, em plantas ou no corpo de outros animais. Depois de saírem dos ovos, os insetos podem se desenvolver de forma direta (sem metamorfose) ou indireta (metamorfose completa ou incompleta). Quando o inseto passa pelas fases de ovo, larva, pupa e adul- to, seu desenvolvimento é com metamorfose completa. A larva (ou lagarta) é sempre muito diferente do adulto. A pupa é um estágio da transformação que acontece no interior de um casulo. Moscas, besouros, joaninhas, formigas, abelhas, vespas, mariposas e borboletas apresentam metamorfose completa. 7- 8 cm Ca ro lin a Po nt es . 2 01 1. D ig ita l. Lu is M ou ra . 2 00 9. D ig ita l. Para crescerem, os artrópodes abandonam o exoesqueleto antigo e formam um novo. Esse processo, chamado de muda ou ecdise, ocorre diversas vezes até que o artrópode se torne adulto. Insetos Os insetos formam o grupo de seres vivos com maior variedade de espécies. Eles são encontrados em quase todos os ambientes, exceto nos oceanos e nos mares. Os insetos têm seis pernas e a maioria é capaz de voar – são os únicos inverte- brados capazes disso. Para tanto, apresentam dois pares de asas, mas alguns, como as moscas, têm somente um par. Outros, como as pulgas, não têm asas. O corpo dos insetos é dividido em cabeça, tórax e abdômen. Na cabeça, há um par de olhos compostos, os quais são capazes de formar imagens, e um par de olhos simples, que percebem o claro e o escuro. Há também um par de antenas. 8o. ano – Volume 420 O corpo dos crustáceos é dividido em cefalotórax e abdômen. O exoesqueleto, além de quitina, tem carbonato de cálcio, o que o torna mais duro do que o corpo dos insetos. Esses animais têm um par de olhos compostos pedunculados, dois pares de antenas sensoriais e vá- rios pares de pernas. No siri e no caranguejo, o primei- ro par de pernas é transformado em pinças ou garras, utilizadas para defesa e captura dos alimentos. No siri, o último par de pernas, o télson, está adaptado à nata- ção, funcionando como remo. Há dimorfismo sexual e a fecundação é interna. Em algumas espécies, a massa de ovos, uma vez fe- cundada, fica aderida ao corpo das fêmeas. Outros insetos, como baratas, gafanhotos, grilos, barbeiros, cupins e piolhos, têm metamorfose incompleta. Nesse caso, do ovo sai uma ninfa, uma miniatura do adulto, mas sem asas ou com asas reduzidas. A ninfa passa por diversas mudas até atingir a fase adulta. Finalmente, há alguns insetos que já saem dos ovos com a aparência muito semelhante à adulta. Esse tipo de desenvolvimento é chamado de desenvolvimento direto ou sem metamorfose. Entre os animais que realizam desenvolvimento direto, estão as traças-do-livro. Ovo Ninfas Adulto • Representação ilustrativa da meta- morfose incompleta do barbeiro Ovo Adulto • Representação ilustrativa do desenvol- vimento direto das traças-do-livro zooplâncton: conjunto de organismos que flutuam na superfície da água; não realiza fotossíntesee sua locomoção depende das correntezas. dimorfismo sexual: diferença externa entre machos e fêmeas. Crustáceos Existem mais de 30 mil espécies de crustáceos conhecidas. São animais predominantemente aquáticos, que vivem em água doce ou salgada. Os tatuzinhos-de-jardim são um dos poucos exemplos de crustáceos terrestres. Grande parte das espécies de crustáceos apresenta indivíduos machos e fêmeas, mas a craca é um exemplo de crustáceo hermafrodita. Com a fecundação, formam-se ovos que passam por um ou mais estágios larvais, dependendo da espécie. Geralmente, essas larvas passam a fazer parte do zooplâncton. Observe as imagens de algumas espécies de crustáceos. © W ik im ed ia C om m on s/ Ha ns H ill ew ae rt © Sh ut te rs to ck /B re tt Ho nd ow • Pitu Abdôm en Pernas locomotoras Antenas Carapaça Cefalotó rax Pinça • Representação esquemática da estrutura corporal de uma lagosta Os olhos são chamados de peduncula- dos porque se localizam na extremidade de uma haste (pedúnculo), permitindo ao animal ampla exploração do ambiente. 18 cm 2 cm 20 cm Ilu st ra çõ es : L ui s M ou ra . 2 00 9. D ig ita l. • Tatuzinho-de-jardim • Caranguejo © W ik im ed ia C om m on s/ T ha i N at io - na l P ar ks /R us he nb Ciências 21 Diplópodes Atualmente, são conhecidas cerca de 10 mil espécies de diplópo- des. As mais comuns são os piolhos-de-cobra, também chamados de embuás ou gongolos. Esses animais têm dois pares de pernas em cada um dos muitos segmentos do corpo. Os piolhos-de-cobra podem variar de 2 mm a 30 cm de comprimento. São animais terrestres de ambientes úmidos e sombrios e vivem embaixo de pedras e de troncos de árvores. Os diplópodes alimentam-se, principalmente, de vegetação em decom- posição e poucas espécies são carnívoras. Quilópodes O grupo dos quilópodes tem, aproximadamente, 2 500 espé- cies e inclui as centopeias, também conhecidas como lacraias. A maioria das espécies de quilópodes é predadora e pode ser encontrada embaixo de pedras e troncos úmidos, assim como os diplópodes. O corpo dos quilópodes é achatado e pode ter até 170 pa- res de pernas, um par em cada segmento do corpo. Na cabeça desse animal, são encontradas forcípulas, que são estruturas usadas para injetar peçonha. Aracnídeos Essa classe inclui as aranhas, os escorpiões, os carrapatos e os ácaros. A maioria dos aracnídeos vive em ambiente terrestre, mas há representan- tes marinhos e de água doce. O corpo desses animais divide-se em cefalotórax e abdômen. A maio- ria das espécies é carnívora. Sarnas e carrapatos são exemplos de aracní- deos parasitas. Muitas espécies de aranhas e escorpiões são peçonhentas e algumas podem causar a morte, principalmente de crianças e idosos. Os aracnídeos têm quatro pares de pernas, um par de quelíceras e um par de pedipalpos. As quelíceras são estruturas adaptadas para a captura do alimento e para a inoculação de peçonha (substância tóxica). Os pedipalpos, além de serem utilizados como apêndices sensoriais, em algumas espécies, também são utiliza- dos na alimentação e no acasalamento. O fio da teia das aranhas é produzido por glândulas fiandeiras que ficam no fim do abdômen. Essas glândulas produzem um fio de seda, com o qual o animal tece a teia e envolve as presas. Os aracnídeos são animais dioicos (sexos separados), realizam fecundação interna e produzem ovos dos quais eclodem filhotes imaturos semelhantes aos pais (desenvolvimento direto). Informações adicionais sobre os ácaros.13 © Sh ut te rs to ck /K ai sk yn et S tu di o © P. Im ag en s/ Vi m o- M oa cr i F ra nc isc o • Anatomia externa de um escorpião e de uma aranha © Sh ut te rs to ck /W i6 99 5 © Sh ut te rs to ck /F ra nk 60 • Lacraia • Piolho-de-cobra Os representantes dos quilópodes e dos diplópodes têm o corpo dividido em cabeça e tronco. O tronco é a união do tórax e do abdômen, que formam uma peça única, segmentada. O número de pernas por segmento é a maneira mais fácil de diferenciar esses dois grupos de artrópodes. Principais aranhas brasileiras.14 Pedipalpo Aguilhão Abdômen Cefalotórax Perna Quelícera © P. Im ag en s/ Vi m o- M oa cr i F ra nc isc oPedipalpo Abdômen Cefalotórax Fiandeira Perna Quelícera 7 cm 5 cm 15 cm 10 cm 8o. ano – Volume 422 Muitas espécies têm importância econômica, pois servem de ali- mento para os seres humanos, como o caso de camarões, caranguejos, lagostas e, até mesmo, escorpiões, aranhas e insetos diversos, os quais são apreciados em algumas culturas. Outros produtos feitos por artrópo- des são consumidos pelos seres humanos, como o mel. Além disso, as abelhas produzem geleia real, própolis e cera. Do casulo das lagartas de uma mariposa conhecida como “bicho-da- -seda”, é extraído o fio com o qual é produzido o tecido chamado de seda. Importância ecológica dos artrópodes Entre os artrópodes, os insetos têm importante papel para o ambiente, ajudando nos processos de decomposição dos resíduos orgânicos. Por exemplo, os besouros se alimentam de animais e plantas mortas. Os insetos também participam ativamente das teias alimentares, servindo como alimento para grande número de animais, como sapos, lagartixas, tamanduás, tatus e aves. Também são polinizadores de muitas plantas. Sem a atividade polinizadora de abelhas, vespas e besouros, por exemplo, a produtividade das lavouras seria muito menor. © Sh ut te rs to ck /M rfi za © Sh ut te rs to ck /R at ha po rn N an th ap re ec ha © Fa bi o Co lo m bi ni • Casulo do bicho-da-seda • Aranha se alimentando de uma formiga Muitas espécies de animais produzem feromônios, substâncias químicas que po- dem ser percebidas por indivíduos da mesma espécie e que têm por objetivo esti- mular um determinado comportamento, como acasalamento, alarme, agregação, coleta de alimentos, defesa, ataque, etc. As abelhas o utilizam para indicar a rota para o néctar das flores e a volta para a colmeia, bem como a localização de água. Os insetos são os animais que mais liberam feromônios na natureza. • Mosquito Aedes • Lagarta da mariposa Lonomia obliqua © Sh ut te rs to ck /S tu di oS m ar t • Favo de mel com abelhas Os microcrustáceos, como o krill, são importantes componentes do zooplâncton. O krill é o principal alimento de muitos animais aquáticos, inclusive das baleias-azuis. Alguns insetos, no entanto, como os mosquitos, transmitem doenças como a dengue, a malária, a febre amarela, a zika e a chikungunya. Algumas lagartas, também chamadas de taturanas, como no caso da Lonomia obliqua, causam acidentes graves, pois o contato com elas pode provocar danos que levam à morte. Assim como essas lagartas, algumas espécies de aranhas e os escorpiões podem provocar acidentes aos seres humanos. Piolhos, pulgas e carrapatos também podem causar danos aos humanos e a outros animais. 2, 5 cm 2 cm 3 cm 1 cm 7 cm © Sh ut te rs to ck /D m itr y Na um ov Ciências 23 Equinodermos O nome equinodermo significa “espinhos no corpo”, referindo-se a animais que apresentam, como princi- pais características, a pele recoberta por espinhos e a presença de um esqueleto interno de calcário (resistente). São exclusivamente marinhos e incluem as estrelas-do-mar, as bolachas-da-praia, os ouriços-do-mar, os lírios-do-mar e os pepinos-do-mar. Os equinodermos têm um sistema de canais internos chamado de sistema ambulacrário, por onde circula a água do mar. A presença desse sistema é importante para as funções de locomoção, alimentação, respiração e reprodução, além de funcionar como estrutura sensorial. Os ouriços-do-mar apresentam uma estrutura composta de “dentes”, chamada de lanterna de Aristóteles; é por meio dela que esses animais raspam algas presas nas rochas para se alimentarem. Os equinodermos apresentam sexos separados e reprodução sexuada, com gametas masculinos e femininos lançados na água, local onde ocorre a fecundaçãoe a formação dos ovos. Ao eclodirem, os ovos liberam pequenas larvas que nadam livremente no ambiente, facilitando a dispersão dos novos equinodermos no ambiente marinho. Na ilustração a seguir, estão representadas as principais classes de equinodermos. As estrelas-do-mar são organis- mos conhecidos pela sua gran- de capacidade de regeneração. Algumas espécies são capazes de formar outros indivíduos apenas com pequenas partes do seu corpo, ou seja, apresentam reprodução assexuada, em um processo conhecido como fis- são, em que o disco central da estrela se divide ao meio, origi- nando duas novas estrelas. Importância ecológica dos equinodermos Exclusivamente marinhos e lentos, os equinodermos geralmente atuam no fundo dos mares. Ao se arrastar sobre o fundo, ajudam a revolver os sedimentos e, com isso, disponibilizam alimento para outros organismos. Como têm esqueleto de calcário, eles ajudam a fixar o carbono presente na atmosfera na forma de carbona- to de cálcio. Isso faz deles importantes participantes do ciclo do carbono na natureza. Asteroides Estrelas-do-mar: têm o corpo semelhante a uma estrela. Geralmente têm cinco braços, mas há espécies com mais de vinte. Rastejam sobre o fundo dos mares. Crinoides Lírios-do-mar: vivem fixos no fundo dos mares, geralmente sobre recifes de corais. Apresentam longos braços, com várias ramificações, utilizados para a captura de alimento. Holoturoides Pepinos-do-mar: têm o corpo alongado. Quando se sentem ameaçados, podem lançar parte do sistema digestório para fora do corpo. Equinoides Ouriços-do-mar e bolachas-da-praia: têm corpo arredondado e sem braços. Os ouriços-do-mar apresentam espinhos longos e pontiagudos. Ofiuroides Serpentes-do-mar: têm longos braços presos a um corpo com forma de pentágono. Ra qs on u. 2 01 9. D ig ita l. 8o. ano – Volume 424 Os equinodermos fazem parte da dieta de muitos organismos, tais como alguns peixes, gaivotas e caranguejos. Embora não sejam usualmente utiliza- dos na culinária humana, em alguns países do oriente, os pepinos-do-mar e ouriços-do-mar são considerados iguarias. Os ovos e as larvas de muitas espécies de equinodermos fazem parte do zooplâncton e acabam servindo como alimento para outras espécies de animais. Já as estrelas-do-mar adultas são predadoras de diversos animais. Os ouriços-do-mar fizeram parte das primeiras pesquisas com gametas, realizadas em 1875. Desde então, esses animais são utilizados em estudos sobre fecundação e desenvolvimento de embriões. Em 2006, a análise do material genético dos ouriços-do-mar indicou que eles têm mais de 7 000 genes em comum com os seres humanos. Estudos em ecologia apontam que os ouriços-do-mar podem ser indicadores da qualidade da água. © Sh ut te rs to ck /T om M id dl et on Os equinodermos apresentam grande importância nas teias alimentares marinhas. Atividades I. Considerando as características desse animal, é possível concluir que ele pertence ao mesmo filo das a) planárias e dos esquistossomos. X b) aranhas e dos carrapatos. II. Como você chegou a essa conclusão? Considerando a presença de exoesqueleto e a de quatro pares de pernas. É, portanto, um artrópode do grupo dos aracnídeos. 2. Durante um trabalho de campo, um biólogo identificou e registrou vários invertebrados, representados a seguir. Separe esses artrópodes em três grupos e cite duas características típicas de cada grupo. Camarão, caranguejo e lagosta: crustáceos, apresentam dois pares de antenas e cinco ou mais pares de patas. Abelha, besouro, formiga, gafanhoto e mosca: insetos, esses animais apresentam um par de antenas e três pares de patas. Aranha e escorpião: aracnídeos, apresentam quatro pares de patas e não apresentam antenas. e) lesmas e das lulas.c) hidras e dos corais. d) minhocas e das sanguessugas. Existem mais de mil espécies de opiliões no Brasil, mas uma delas ganhou as manchetes de jornais do mundo, pois recebeu o nome de Iandumoema smeagol, em homenagem ao personagem Sméagol, do livro O Senhor dos Anéis. O animal, que vive em cavernas, não tem olhos nem pigmentação e apresenta exoesqueleto e quatro pares de pernas, sendo o segundo par cinco vezes maior do que os demais. © W iki m ed ia Co m m on s/ Ri ca rd o Pi nt o- da -R oc ha / Ra fa el Fo ns ec a- Fe rre ira /M ar ia Eli na B ich ue tte • Iandumoema smeagol 1. Leia a informação a seguir e responda às questões propostas. Opiliões são aracnídeos, mas não são aranhas. Estudos indicam que os equinodermos capturam 0,1 gigatoneladas de carbono por ano. Para efeitos de comparação, os seres humanos produzem 5,5 gigatoneladas por ano. Assim, esses pequenos animais têm importante papel na diminuição da concentração do carbono atmosférico. 50 c m 8 cm 3 cm Gabaritos.15 Co re l Ciências 25 ANIMAIS MARINHOS: PREVENÇÃO DE ACIDENTES E PRIMEIROS CUIDADOS Verão, sol, mar, praia... quase sempre trazem boas recor- dações e sensações de prazer. Mas o litoral tem surpresas nem sempre agradáveis. [...] Além de se prevenir contra queimaduras solares, de- sidratação, infecções e picadas de mosquitos, aquele que se aventura num mergulho ou numa caminhada ao longo da praia ou do costão rochoso tem que se preocupar também com os animais marinhos que ali vivem. [...] Lembre-se de que um animal pode tornar-se “perigoso” para nós apenas quando invadimos inadvertidamente seu território, 3. Observe o gráfico. Ele demonstra o crescimento de dois seres vivos. Ta m an ho Tempo I II • Qual linha representa o crescimento de um artrópode? Justifique sua resposta. A linha II. Os artrópodes, para crescer, precisam trocar o exoesqueleto rígido por um maior. Por isso, há períodos em que o animal permanece com o mesmo tamanho e períodos de crescimento com a troca do exoesqueleto (ecdise). 4. Pensando no modo de reprodução dos equinodermos, como pode ser explicada a grande ocupação do am- biente marinho por esse grupo que tem representantes sésseis, isto é, que vivem presos ao fundo do mar? Após a fecundação, os equinodermos formam larvas que têm a capacidade de nadar e que são levadas pelas correntes marítimas. Portanto, podem se deslocar por grandes distâncias. 5. As estrelas-do-mar da espécie Pycnopodia helianthoides podem atingir até um metro de diâmetro. São os maiores equinodermos asteroides conhecidos. Sobre esse animal, representado na foto, assinale as afirmativas corretas. a) ( ) Têm cinco braços e movimentam-se rapidamente sobre o substrato. b) ( X ) Podem ser predadores de outros animais. c) ( X ) São caracterizados pela sua grande capacidade de regene- ração. d) ( X ) São seres que vivem junto ao substrato, geralmente em ro- chas, costões, corais e areia ou lodo no fundo do mar. 6. Os lírios-do-mar se alimentam filtrando pequenas partículas orgânicas da água. São espécies de equino- dermos indicadores do bom estado dos fundos marinhos. Quais fatores podem afetar, de forma negativa, as populações desses animais? 7. A imagem mostra o esqueleto da espécie Mellita quinquiesperforata, conhe- cida, popularmente, como bolacha-da-praia. a) Qual é a principal diferença entre o esqueleto dos artrópodes e o esque- leto dos equinodermos? b) Com qual equinodermo a bolacha-da-praia apresenta maior parentesco? • Pycnopodia helianthoides © Sh ut te rs to ck /M at th ew R M cC lu re + Zoom © Sh ut te rs to ck /A SB 63 • Ouriço-do-mar © W ik im ed ia C om m on s/ Ed B ow lb y, NO AA /O ly m - pi c Co as t N M S/ OA R/ O ffi ce o f O ce an E xp lo ra tio n. 1 m 5-14 cm 7-15 cm 8o. ano – Volume 426 chegamos muito perto dele ou o manuseamos sem os devidos cuidados. Se alguns organismos apresentam estruturas ou comportamentos que potencialmente nos ameaçam, é porque precisam deles na captura de alimento ou como defesa. Vários animais oferecem riscos pelo contato com a pele (“queimaduras”), por meio de mordidas, ferroadas ouarranhões, e ainda pela ingestão [...]. A primeira regra é não tocar em nenhum organismo, lembrando que mesmo aqueles que se encontram aparentemente inertes na praia podem manter venenos ativos depois de mortos, como é o caso das águas-vivas [...]. Em locais rochosos ou com pedras soltas, caminhe sempre com os pés protegidos por um calçado firme de solado antider- rapante (tênis ou sapatilha). Rochas são, geralmente, cobertas por cracas e ostras, que têm bordos muito cortantes. Por causa da presença de bactérias e fungos na superfície desses animais, é comum a ocorrência de infecções secundárias nos ferimentos. Cuidado adicional deve ser tomado em locais poluídos, pois cortes e ferimentos são portas abertas para infecções por bacté- rias que podem ser graves. Portanto, todo o cuidado é pouco. Caranguejos e siris possuem pinças ou garras que podem causar beliscadas fortes e cortes. Tome cuidado ao manuseá-los sem conhecer a técnica correta. Evite colocar as mãos desprotegidas em tocas ou sob rochas. Os ouriços-do-mar são responsáveis pela maioria dos acidentes envolvendo organismos marinhos no lito- ral. Se você não estiver familiarizado com a região, evite caminhar sobre rochas, especialmente durante marés baixas. Use um calçado com sola antiderrapante e fique longe das áreas com grandes populações de ouriços. [...] Esponjas-do-mar: [...] Possuem espículas – minúsculas estruturas semelhantes a agulhas –, que facilmente penetram na pele quando manuseadas. Há também a presença de substâncias irritantes na superfície de muitas esponjas. [...] Não manuseie diretamente o animal. Caravelas ou Bexiguinhas [e] Águas-vivas: [...] Não nade quando caravelas e águas-vivas estiverem por perto. Se souber que houve acidentes nas proximidades, fique alerta e não entre na água. Os cuidados devem ser redobrados com relação às crianças, que são, particularmente, mais sensíveis do que os adultos. Polvos: [...] Não coloque a mão em tocas. Não se aproxime de exemplares grandes. Se ficar preso por um polvo, mantenha a calma e aperte a cabeça do animal, o que fará com que ele solte os tentáculos. Ouriços-do-mar: [...] cuidado ao caminhar no costão rochoso, principalmente sobre pedras úmidas, que são muito escorregadias. Utilize um calçado firme e forte. Ao mergulhar no mar agitado, evite locais com ouriços-do-mar. MIGOTTO, Alvaro E.; HADDAD JUNIOR, Vidal; SOUZA, Shirley P. de. Animais marinhos: prevenção de acidentes e primeiros cuidados. Disponível em: <http://cebimar.usp.br/images/cebimar/servicos-e-produtos/edicoes/folheto_animais_marinhos.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2018. © Sh ut te rs to ck /L au ra D in ra th s © Sh ut te rs to ck /A er ia l-m ot io n • Esponjas-do-mar • Polvo © Sh ut te rs to ck /V ak la v • Água-viva Gabaritos.16 1 m 1 m 3 m Agora, responda às questões propostas. 1. Por que é aconselhável caminhar nos costões rochosos usando calçados firmes e antiderrapantes? 2. Quais invertebrados são citados no texto? A qual grupo cada um pertence? Ciências 27 Hora de estudo 4. (OBC) O ciclo biológico do Schistosoma mansoni, que causa no homem a esquistossomose e tem como hospedeiro inter- mediário um molusco, está representado na figura a seguir. As figuras 1, 2, 3 e 4 ilustram medidas profiláticas para doen- ças causadas por parasitos. Assinale a opção que apresenta medidas profiláticas corretas para a esquistossomose e as formas do parasito que conta- minam, respectivamente, o molusco e o homem: a) 1 e 2; miracídio e ovo. b) 2 e 4; cercária e miracídio. c) 1 e 3; cercária e ovo. d) 2 e 3; ovo e cercária. X e) 1 e 4; miracídio e cercária. Faça uma pesquisa sobre as doenças destacadas no texto e responda às questões propostas. a) Em qual grupo de vermes são incluídos os causadores da oncocercose e da filariose? b) De que modo esses vermes são transmitidos aos seres humanos? c) Quais são as consequências das infestações causadas por esses vermes? d) Por que a filariose linfática também é conhecida como elefantíase? Gabaritos.17 Subsídio para a pesquisa sugerida.18 OBC: Olimpíada Brasileira de Ciências. Em outubro de 2015, vários jornais publicaram notícias sobre os ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina daquele ano. Eles desenvolveram terapias inovadoras no tratamento de algumas doenças parasitárias utilizando a avermectina, um medicamento cujos derivados diminuíram a incidência da oncocercose (também conhecida como “cegueira dos rios”) e da filariose linfática (elefantíase). 1. Alguns estudos apontam que os ouriços-do-mar são responsáveis por cerca da metade dos acidentes aquá- ticos no Brasil. Na outra metade das causas dos acidentes, estão alguns peixes (como bagres e tubarões) e as águas-vivas. a) Em que grupo são classificados os ouriços-do-mar? E as águas-vivas? b) De que modo as águas-vivas podem causar acidentes com os banhistas? c) Como agir em caso de acidente com água-viva? 2. Deve-se tomar bastante cuidado com a origem dos alimentos e da água que consumimos. O consumo de carne contaminada com as larvas da tênia causa a teníase, mas essa não é a única doença que a Taenia solium (do porco) pode causar. Ao se alimentar de vegetais e até mesmo ingerir a água contaminada pelos ovos da Taenia solium, pode- -se adquirir a cisticercose. Nessa doença, a larva (cisticerco) se aloja principalmente no cérebro, podendo provocar diversos sintomas, como dor de cabeça, convulsões, confusão mental, vômitos e até morte. A cisticercose tem a mesma forma de prevenção da teníase? Como a cisticercose pode ser evitada? 3. Leia atentamente o texto a seguir. 28 MOON, Peter. Verme ameaça a produção de ostras, vieiras e mexilhões. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/verme-ameaca-a- producao-de-ostras-vieiras-e-mexilhoes/>. Acesso em: 20 nov. 2018. a) Em qual grupo de moluscos as ostras, as vieiras e os mexilhões são classificados? b) Quais as principais características desse grupo? c) Quais as características dos poliquetas? Em que categoria de ambiente eles vivem? d) Faça uma pesquisa sobre as espécies invasoras e escreva um texto explicando o que são elas. e) Quais os riscos representados pelas espécies invasoras? 6. Em uma excursão à praia, alunos de uma escola, sob a supervisão de seus professores, coletaram orga- nismos que foram colocados em baldes e identificados como esponjas, cracas, gastrópodes, mexilhões, ouriços-do-mar, caranguejos e estrelas-do-mar. a) Organize os animais coletados por filos. b) Agora, organize os animais coletados de acordo com a mobilidade (fixos ou os que se deslocam). 7. Relacione as colunas identificando os anelídeos. ( 1 ) Poliquetas ( 2 ) Oligoquetas ( 3 ) Hirudíneos ( 1 ) Anelídeos marinhos. ( 3 ) Sanguessugas. ( 2 ) Minhocas. ( 2 ) Têm poucas cerdas. ( 3 ) Não têm cerdas. ( 1 ) Têm muitas cerdas. 8. Uma empresa dedetizadora publicou o seguinte anúncio: Analisando a propaganda da empre- sa, notam-se alguns erros relevantes quanto aos grupos de animais rela- cionados. Cite quais são esses erros e justifique sua resposta. 9. Agora você já sabe mais sobre a diversidade e a importância de cada grupo de invertebrados. Também já aprendeu que muitas vezes o nome científico está relacionado a uma característica importante do ser vivo. Relembre os grupos que estudou até aqui completando o quadro com a característica principal de cada um. Animais invertebrados Característica principal Poríferos Poros no corpo. Cnidários Células urticantes. Platelmintos Vermes de corpo achatado. Nematódeos Vermes de corpo cilíndrico. Anelídeos Corpo dividido em anéis. Moluscos Corpo mole, muitas vezes protegido por concha. Artrópodes Articulações no esqueleto externo. Equinodermos Espinhos no corpo e presença de esqueleto interno. 5. Leia a notícia a seguir e depois responda ao que se pede. A produção nacional em cativeiro de ostras, vieiras e mexilhões corre riscos devido à infestação de um verme anelídeo da classe Polychaeta,
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