Buscar

AÇÃO PENAL - PROCESSO PENAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AÇÃO PENAL
É o instrumento por meio do qual o Estado brasileiro exerce o seu jus puniendi, com o objetivo de promover a paz social e da ordem pública.
INEXISTÊNCIA DE LIDE (Conflitos de direitos, e não de interesses): MP, após CF/88: busca-se a adequada aplicação da lei (e não condenação “a qualquer custo”)
CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL
a) Legitimidade das partes: “é a pertinência subjetiva da lide” (Afrânio Jardim)
Legitimidade ativa: Ministério Público (ação penal pública incondicionada e condicionada mediante representação) e Ofendido (vítima) ou representante (ação penal privada)
- Legitimidade das partes
. MP (Ação penal pública) ATIVA
CF/88: Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
·   Vítima/sucessores (Ação penal privada) ATIVA
CPP: Art. 30.  Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 31.  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADI)
OBS: cuidado c/ ação penal privada PERSONALÍSSIMA (Não cabe CADI em caso de falecimento da vítima)
 ·   Investigado/agente  PASSIVA
 Art. 5º CF    PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA (PESSOALIDADE DA PENA)
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
b) Interesse de agir: é constituído pelo trinômio: necessidade, adequação e utilidade.
Necessidade: é intrínseca, pois não há autotutela para a aplicação da pena (jus puniendi), carecendo de ação penal. (Há interesse Público na paz social). A necessidade está sempre presente
Adequação: é a adoção do meio correto para se atingir o fim almejado. No caso de ação penal privada, apresentação de queixa-crime.
Utilidade: não pode, o promotor, ingressar com denuncia de um crime já prescrito 
c) Possibilidade jurídica do pedido: deve existir um tipo penal previsto em relação à conduta perpetrada
Crime= Tipicidade + Antijuridicidade + Culpabilidade
Teoria da indiciariedade ou ratio cognoscendi (Fato típico presume-se também antijurídico) – aplicada no Brasil. Tudo o que o promotor precisa provar no momento da denuncia é que o fato é típico, provavelmente será antijurídico. Se há um tipo penal, se presume que seja antijurídica. 
OBS: Não se aplica o art. 17 do NCPC ao Processo Penal: “Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.” – não há mais possibilidade jurídica do pedido. 
CPP: Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:           
 I - for manifestamente inepta; (art. 41 CPP)        
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou      
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
(Justa causa: indícios mínimos de autoria e materialidade) – tem gente que entende que é quarta “condição”, mas não é algo pacífico, então é melhor denominar como quarto elemento, não condição da ação (quarto elemento, além das três condições da ação). Justa causa é a presença de indícios para propositura da ação penal. Art. 395 – quando o juiz deve rejeitar a denúncia, no inciso II diz que deve rejeitar quando faltar condição, e no inciso III ausência de justa causa – pro legislador justa causa não é condição da ação. 
AÇÃO PENAL SE DIVIDE EM:
1. Ação penal pública:
Ação penal pública incondicionada (O MP não precisa de qualquer “autorização” para iniciar a ação penal)
Ação penal pública CONDICIONADA (é necessário uma “autorização” prévia): REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA ou REQUISIÇÃO MINISTRO DA JUSTIÇA (casos específicos). 
1. Ação penal privada
Ação penal privada EXCLUSIVA 
Ação penal privada PERSONALÍSSIMA – nela uma vez falecida a vítima o sucessor não pode dar sequência da ação penal 
Ação penal privada SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA – tratativa especial, quando o MP se omite a vítima pode ingressar com uma ação penal privada subsidiária da pública. Na essência nasce ação penal pública. 
Resumo: a ação penal se divide em 2 grandes grupos (ação penal pública e ação penal privada). AP Pública: se subdivide em: incondicionada e condicionada (representação); privada (exclusiva - pode o CADI) e privada (personalíssima - não pode o CADI)
AÇÃO PENAL PÚBLICA
PRINCÍPIOS:
·   OBRIGATORIEDADE (Presente a Justa Causa, o MP é OBRIGADO a ingressar c/ ação penal)
MITIGAÇÃO:
- TRANSAÇÃO PENAL (JECRIM)
- ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL
·   INDISPONIBILIDADE (uma vez iniciada a ação penal, o MP não pode desistir)
CPP: Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
·   OFICIALIDADE (APENAS UM ÓRGÃO OFICIAL É QUEM PODE INICIAR A AÇÃO PENAL)
·   DIVISIBILIDADE (O MP PODE “DIVIDIR” A AÇÃO PENAL CONTRA UNS E NÃO CONTRA OUTROS – POR EX. PORQUE PRECISA INVESTIGAR MAIS PARA TER JUSTA CAUSA) * DIFERENTE DA AÇÃO PENAL PRIVADA * - na ação penal privada, ou ele entra contra todo mundo, ou não entra contra ninguém 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
- Para o seu início, é necessário uma “autorização” (O MP promove a ação penal pública condicionada, MAS, desde que 
possua uma “autorização prévia”, que é a REPRESENTAÇÃO da vítima ou a REQUISIÇÃO do Ministro da Justiça)
OBS: Lembra que o IP (inquérito policial) também não poderia ser instaurado sem a representação da vítima. – ação penal privada também precisa de autorização especial 
A REPRESENTAÇÃO é um pressuposto processual (art. 395, II do CPP)
Quem pode representar?
·   Vítima = ou + 18 anos
·   Representante legal (Vítima – 18 anos ou Incapaz)
·   E se a vítima faleceu? 
CPP: Art. 24.  Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
 § 1o  No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (CADI) ATENÇÃO: nesta ordem C, A, D, I
A REPRESENTAÇÃO EXIGE FORMALIDADES?
R: NÃO! Ela será considerada feita por meio de qualquer manifestação da vítima no sentido que deseja a realização da persecução penal (ex. ida da vítima à delegacia para relatar os fatos e indicar que pretende a punição do autor) B.O.
CPP: Art. 39.  O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
Atenção: em caso de representação por intermédio de representante legal, é necessário a outorga de mandato com poderes especiais
      Qual o prazo para oferecer a representação? R: 6 meses (sob pena de decadência)
CPP: Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. (ação penal privada subsidiária da pública)
atenção: os seis meses decadenciais são contados da data em que se toma conhecimento da identidade do autor do crime, e NÃO DA DATA DO CRIME! Não tem como denunciar um desconhecido 
 Extinção da punibilidade:
Código PENAL: Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (...)
 IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
Resumo: o prazo para a representação da vítima é de 6 meses (decadencial). Caso transcorra período superior sem a manifestação da vítima, será declarada a extinção da punibilidade do agente
PERGUNTA: EM CASO DE MAIS DE UM ACUSADO, A VÍTIMA PODE REPRESENTAR EM FACE DE UM MAS NÃO DE OUTRO? (R: NÃO! SE ELA APRESENTAR REPRESENTAÇÃO, SIGNIFICA UMA “AUTORIZAÇÃO GERAL”, CABENDO AO MP DECIDIR SE OFERECE DENÚNCIACONTRA AMBOS OU APENAS UM. A VÍTIMA NÃO PODE IMPEDIR QUE O MP OFEREÇA A DENÚNCIA CONTRA UM DOS ACUSADOS (NÃO EXISTE REPRESENTAÇÃO FRACIONADA)
O fato da vítima representar, não significa necessariamente que o MP vai denunciar, ele não é obrigado, ele vai analisar a representação, já tem o pressuposto para denunciar, se cumprir os riquisitos o fará, caso contrário não. 
É POSSÍVEL A RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO? (Quando a vítima se “arrepende” de ter representado, e deseja “voltar atrás”) R: SIM! É possível a retratação da representação, DESDE QUE até o OFERECIMENTO DA DENÚNCIA. – NÃO RECEBIMENTO, MAS SIM OFERECIMENTO. (exceção Maria da Penha, que é até o recebimento da denúncia, perante autoridade judicial). 
CPP: Art. 25.  A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
MAS: SE CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER (LEI MARIA DA PENHA), O PRAZO PARA A RETRATAÇÃO SERÁ ATÉ O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, E HAVERÁ FORMALIDADE (EM AUDIÊNCIA PRÓPRIA) 
Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha) Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
RESUMO: Retratação da representação é possível: REGRA (até o OFERECIMENTO da denúncia) EXCEÇÃO (em caso de Lei Maria da Penha – até o RECEBIMENTO da denúncia)
É POSSÍVEL A RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO? (A VÍTIMA REPRESENTA, SE ARREPENDE E “RETIRA” SUA AUTORIZAÇÃO, OU SEJA, RETRATA-SE. POSTERIORMENTE ELA MUDA DE IDEIA DE NOVO E DECIDE NOVAMENTE PROCESSAR O ACUSADO, LEVANDO ADIANTE A AÇÃO PENAL, PROCURANDO A AUTORIDADE COMPETENTE PARA UMA VEZ MAIS APRESENTAR A REPRESENTAÇÃO)
R: SIM, DESDE QUE ISTO OCORRA DENTRO DO PRAZO DECADENCIAL DE 6 MESES.
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
A requisição é direcionada ao MINISTÉRIO PÚBLICO (diferentemente da representação, que pode ser diante ao MP, delegado ou juiz)
CPP: Art. 39.  O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
A representação pode ser apresentada perante o Juiz, o MP ou o Delegado de Polícia, Já a requisição do Ministro da Justiça, sempre terá como destinatário o MP
A requisição, apesar deste nome, não vincula o Ministério Público (que poderá ou não ingressar com a ação penal). A mesma coisa da representação, o MP irá analisar se tiver indícios de materialidade e autoria deve denunciar, caso não tenha, mesmo sendo uma requisição, não vai denunciar. 
Resumo: o fato de ter sido apresentada uma representação ou requisição do ministro da justiça ao MP, não obriga ao oferecimento da denúncia, caso se verifique a inexistência de indícios suficientes de autoria ou materialidade.
 Cabe retratação da REQUISIÇÃO feita pelo Ministro da Justiça? NÃO! (por ser um Ato Administrativo)
Cabe retratação da representação; mas não cabe retratação da requisição do Ministro da Justiça
Aplica-se o prazo de 6 meses a requisição ministerial? R: NÃO! (O Ministro da Justiça pode apresentar REQUISIÇÃO enquanto o crime não estiver prescrito). 
O prazo (decadencial) de 6 meses para a representação não se aplica à requisição ministerial, que poderá ser apresentada a qualquer momento, desde que o crime não esteja prescrito.
 CPP: Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
AÇÃO PENAL PRIVADA
Legitimidade:   - Vítima = ou + 18 anos
- Representante legal (Vítima – 18 anos ou incapaz)
- Sucessores (em caso de falecimento da vítima ou a declaração de ausência da vítima, desde que não seja APPrivada Personalíssima) CADI (cônjuge, ascendente, descente e irmão). 
CADI (art. 31 CPP) OBS: Pode o companheiro?
STJ: Companheiro pode x Doutrina: Não pode
CF/88, Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Argumento usado pelo STF. 
Princípio da Legalidade (veda analogia in malam partem) – argumento usado pela doutrina
Art. 5º - XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Prazo para ajuizar a queixa-crime: 6 meses (do conhecimento do autor do fato)
CPP: Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia
Princípios (ação penal privada):
OPORTUNIDADE X OBRIGATORIEDADE (AP PÚBLICA) – presente os requisitos ele deve ingressar
Vítima pode “escolher” se irá ou não ingressar c/ação penal
DISPONIBILIDADE X INDISPONIBILIDADE (AP PÚBLICA)
Vítima pode desistir da ação ou simplesmente a abandonar
Compare:
Art. 42.  O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
INDIVISIBILIDADE X DIVISIBILIDADE (AP PÚBLICA)
CPP: Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
CPP: Art. 49.  A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. (extinção da punibilidade)
O que é renúncia?
Significa que a vítima desistiu de iniciar a ação penal (ocorre antes da propositura da ação)
Renúncia: expressa ou tácita (ato incompatível)
 OBS: A RENÚNCIA É ATO UNILATERAL (NÃO DEPENDE DA CONCORDÂNCIA DO ACUSADO)
PERDÃO.
MAS, CUIDADO: O PERDÃO É ATO BILATERAL (OCORRE APÓS O AJUIZAMENTO DA QUEIXA-CRIME E DEPENDE DE ACEITAÇÃO DO ACUSADO)
OBS: TAL COMO A RENÚNCIA, O PERDÃO TAMBÉM É INDIVISÍVEL (SE OFERECIDO E ACEITO POR UM, ESTENDE-SE A TODOS, SALVO SE HOUVER RECUSA)
CPP: Art. 51.  O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
O PERDÃO PODE TAMBÉM SER CONCEDIDO FORA DO PROCESSO (PROCESSUAL OU EXTRAPROCESSUAL – EX. ATA NOTARIAL)
CPP: Art. 51.  O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
O PERDÃO PODE TAMBÉM SER CONCEDIDO FORA DO PROCESSO (PROCESSUAL OU EXTRAPROCESSUAL – EX. ATA NOTARIAL)
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.  (Crime de dano simples – CP, Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.)
Art. 61.  Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
OBS: RENÚNCIA, PERDÃO E PEREMPÇÃO: Causas extintivas da punibilidade.
AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA: Em caso de falecimento, o direito de aforar a ação (queixa-crime) não transmite aos sucessores (não trasmite ao CADI)
Ex. CP art. 236 caput e § único
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixado contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
CPP: Art. 45.  A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo. (MAS este aditamento apenas se limita a aspectos FORMAIS). 
CPP: Art. 29.  Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Qual o prazo para o MP oferecer a denúncia?
CPP: Art. 46.  O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
Se o MP não cumprir o prazo para o oferecimento da denúncia, então, inicia-se o prazo para vítima oferecer queixa-crime (ação penal privada subsidiária da pública).
Prazo para a vítima oferecer a queixa? 06 meses
CPP: Art. 38.  Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
OBS: A ação penal privada subsidiária da pública somente é possível se o MP se mantiver INERTE ou OMISSO. ASSIM, NÃO CABE APPriv. Subsidiária da Pública se:   a) o MP requereu o arquivamento do IP ou b) requereu novas diligências.
***
REQUISITOS DA DENÚNCIA/QUEIXA-CRIME
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; 
Caso ela não tenha esses requisitos abaixo, ela é considerada inepta
Os requisitos estão previstos no artigo 41 do CPP:
CPP: Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
Quando MP ou vítima não possui a qualificação do autor:
CPP: Art. 259.  A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física.
A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
QUESTÕES
1 (Vunesp) Oferecendo o ofendido ação penal privada subsidiária da pública, o Ministério Público, nos exatos termos do art. 29 do CPP,
A perde interesse processual e deixa de intervir nos autos.
 B pode intervir em todos os termos do processo, contudo, sem capacidade recursal.
C perde a possibilidade de representar pelo arquivamento do inquérito e não pode repudiar a queixa.- pode simplesmente repudiar a queixa-crime
 D pode aditar a queixa.- sim, ele pode, na ação privada o MP só pode aditar as queixas em relação a aspectos formais, já na queixa-crime nos casos de ação privadas subsidiária da pública o MP pode editar o a queixa-crime no aspecto formal e material (adicionar mais crimes por exemplo). 
 E deixa de ser parte e passa a atuar como custos legis e não pode, por exemplo, fornecer elementos de prova.  
2 (Vunesp) A regra de que a ação penal será sempre pública, independentemente da natureza do crime, 
A vige quando o crime for praticado em detrimento de patrimônio ou interesse da União, Estado e Município.
B não se aplica quando se tratar de contravenção penal praticada contra os costumes.
C vigora para todas as infrações penais em obediência ao princípio constitucional da inafastabilidade da tutela jurisdicional.
D decorre do fundamento da República Federativa do Brasil consistente no respeito à dignidade da pessoa humana, por isso aplica-se a todos os tipos penais.  
E não é válida quando o ofendido puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.
CPP: Art. 24, § 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. 
AÇÃO CIVIL “EX-DELICTO”
É a ação aforada no juízo cível, para obter ressarcimento dos danos decorrentes do crime.
Há duas espécies:
1)Ação civil “ex-delicto” (stricto sensu): é uma ação de conhecimento visando a condenação do agente criminoso ao pagamento de indenização à vítima. Uma vez que se tem a sentença penal condenatória, pode buscar no cível a indenização, coloca em anexo a decisão do âmbito penal, não vai executá-la, vai ter o dever de indenizar. 
2) Execução civil “ex-delicto”: é a execução de título executivo judicial obtido no processo penal (sentença condenatória). O juiz penal pode fixar uma condenação mínima, mas deve haver um pedido expresso do MP e deve ter sido oportunizado a vítima o direito de se contrapor a essa condenação mínima, pode ingressar com a ação cível para pedir a diferença no valor indenizatório 
CPP:
Art. 63.  Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único.  Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.   
AQUI SE TRATA DA EXECUÇÃO CIVIL “EX-DELICTO”
CPP: Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória:       
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
AGORA, VAMOS PARA A AÇÃO CIVIL “EX-DELICTO” PROPRIAMENTE DITA:
 CPP: Art. 64.  Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.                 (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
Parágrafo único.  Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.
Ação penal e ação cível tramitam ao mesmo tempo, não espera terminar o penal para começar o cível. É possível, pois são instâncias separadas, independentes, em regra, uma não interfere na outra (há exceções conforme art. 65)
CPP: Art. 65.  Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 	(Código Penal - Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade;         
II - em legítima defesa;        
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
Excesso punível         (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.)  
CPP: Art. 66.  Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Resumo: As instâncias (Penal, Civil e Administrativa) como regra, são independentes. Assim, pode-se ter condenação em uma, enquanto se absolve em outra. No entanto, há casos em que o decidido na esfera penal causa repercussão na esfera cível, como por exemplo, o reconhecimento de causa excludenteda ilicitude ou o reconhecimento cabal da inexistência do fato tido como criminoso.
RESUMO: FAZ COISA JULGADA NO CÍVEL A SENTENÇA ABSOLUTÓRIA COM BASE EM CAUSA EXCLUDENTE DE ANTIJURIDICIDADE (EX. LEGÍTIMA DEFESA) OU QUE DECLAROU A INEXISTÊNCIA MATERIAL DOS FATOS.
CPP: Art. 67.  Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
ATENÇÃO: SENTENÇA DECLARANDO A INEXISTÊNCIA MATERIAL DO FATO (IMPEDE AÇÃO CIVIL “EX-DELICTO”) MAS, SENTENÇA RECONHECENDO QUE O FATO NÃO CONSTITUI CRIME NÃO IMPEDE AÇÃO CIVIL EX-DELICTO.
Resumo: a ação penal que NÃO declarou claramente a inexistência do fato, NÃO impede a ação civil ex-delicto (que busca o ressarcimento da vítima). Também não impede a ação civil: 1) o arquivamento do IP; 2) a decretação da extinção de punibilidade do agente (ex. prescrição); 3)o juiz declarar que o fato não constitui crime (ou seja, é fato atípico).
CPP: Art. 68.  Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público - Atenção: o art. 68 do CPP está "em transição para a inconstitucionalidade", significando que ainda está válido, enquanto há o processo de consolidação da defensoria pública.
Código Civil: Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Não produzem coisa julgada no cível, possibilitando a ação de conhecimento para apurar culpa: a) absolvição por não estar provada a existência do fato (art. 386, II, CPP); b) absolvição por não constituir infração penal o fato (art. 386, III, CPP); c) absolvição por não existir prova suficiente de ter o réu concorrido para a infração penal (art. 386, V, CPP); d) absolvição por insuficiência de provas (art. 386, VII, CPP); e) absolvição por excludentes de culpabilidade e algumas de ilicitude, estas últimas já vistas na nota 13 anterior (art. 386, VI, CPP); f) decisão de arquivamento de inquérito policial ou peças de informação (art. 67, I, CPP); g) decisão de extinção da punibilidade (art. 67, II, CPP
*Algumas de ilicitude: Excesso de legítima defesa ou estado de necessidade “agressivo”
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.         (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (AGRESSIVO: agente usa violência contra quem não provocou o dano
Entendimento sobre ABSOLVIÇÃO no Tribunal do Júri: Nunca faz coisa julgada no cível (pois os jurados são juízes leigos e não precisam fundamentar suas decisões)
Atenção: a absolvição por causa excludente da ilicitude (ex. legítima defesa), IMPEDIRÁ ação civil buscando a indenização da vítima. No entanto, a vítima poderá propor ação indenizatória em relação a eventual excesso punível praticado pelo agente, durante sua legítima defesa. Além disto, ainda que haja absolvição no Tribunal do Júri, por excludente de ilicitude, sempre é possível ação indenizatória no cível (jurado não fundamenta suas decisões).
RESUMO:
- CONDENAÇÃO (cuidado: ela não impede a ação civil “ex delicto”, mas não pode haver discussão sobre autoria)
- declarar o juiz penal que está provada a inexistência do fato (art. 386, I, CPP);
-E as causas excludentes da ilicitude (art. 23 do código penal)
(CESPE) Impede a propositura de ação civil indenizatória a decisão penal que:
A arquivar o inquérito policial.
B julgar extinta a punibilidade do agente.
C reconhecer a inexistência material do fato.
D absolver o réu em razão de o fato imputado não constituir crime
E absolver o réu em razão de não existir prova suficiente para sua condenação.

Outros materiais