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JUIZ DE GARANTIAS

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DIREITO PROCESSUAL PENAL I
JUIZ DE GARANTIAS
 Trata-se de instituto novo (Pacote Anticrime – Lei 13.964/19). Fazer com que o juiz que sentencie não participe na fase de investigação. O juiz fica responsável apenas para parte da investigação, e outro juiz fica responsável pela instrução processual e sentenciar. Entendeu-se por prestigiar o sistema acusatório. 
 OBS: este instituto não está em vigor (STF: Min. Fux)
Hoje: Por conta da decisão do Min. FUX, o mesmo juiz é quem atua na fase de investigação (ex. determinar uma busca e apreensão ou escuta telefônica) e na fase de instrução e julgamento. (art. 83 do CPP)
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO – atualmente existe uma regra de prevenção, de que o juiz que toma conhecimento da causa, que primeiro atua nos autos, ele se vincula ate o julgamento. A ideia de juiz de garantia é romper com isso, dividir a função dos juízes. 
CPP: Art. 83.  Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa.
Hoje, com a inclusão do Juiz de Garantias, o Juiz responsável pelo julgamento está proibido de atuar na fase investigatória. Caberá ao Juiz de Garantias analisar pedidos de prisão preventiva, busca e apreensão, cautelares, pedido de escuta telefônica, enfim, tudo que for necessária a atuação do Poder Judiciário, ANTES do início da ação penal (antes do oferecimento da denúncia)
Código de Processo Penal (Juiz de Garantias):
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente:     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(O JUIZ DE GARANTIAS QUE FARÁ A AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA) – principal tarefa do juiz de garantias. A audiência de custódia primeiro objetivo dela é diminuir o encarceramento, segundo é verificar se houve tortura ou maus tratos ou tortura no momento da prisão. Tem um prazo de 24 horas para ocorrer, caso contrário o sujeito deve ser posto em liberdade (essa regra está suspensa, apesar de estar previsto em lei). 
CPP: Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:       (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - relaxar a prisão ilegal; ou           (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou              (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.              (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de revogação.    (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019)- se o juiz verifica na audiência de custódia que o sujeito praticou o ato por legitima defesa ou estado de necessidade, o juiz pode conceder liberdade ao sujeito (artigo suspenso). 
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)- nessas hipoteses a regra é que o juiz denegue a liberdade do sujeito 
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão.   (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)- os juízes terão que obedecer a esse prazo de 24h para realização da audiência sob pena de serem responsabilizados. 
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.      (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) SUSPENSO DECISÃO MIN. FUX (STF) – encerrada as 24h não foi feita a audiência de custódia, aguarda-se mais 24h, se em 48h não for realizada a audiência o sujeito deve ser liberado, exceto se o juiz converter em prisão preventiva 
Art. 3 B (...) IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)  OBS: Basta petição simples (Não há necessidade de HC) – atualmente se verifica que o inquérito policial não tem indícios mínimos para o seu prosseguimento pode ingressar com HC para parar esse inquérito. No entanto, quando houver o juiz de garantia será possível peticionar ao juiz de garantias, então uma simples petição será eficaz.
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XI - decidir sobre os requerimentos de:    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar;     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) acesso a informações sigilosas;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimentoda denúncia;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – se houver HC impetrado antes do oferecimento da denuncia é o juiz de garantias quem julga. 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – delega fará uma petição solicitando ao juiz de garantia que instaure incidente de insanidade. 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – marco que determine o fim do juiz de garantia e o início do processo pelo juiz da causa é o recebimento da denuncia 
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – vai de acordo com a Súmula vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – é possível que a parte requera que seu perito pessoal acompanhe a perícia 
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação;    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – o delegado de policia também pode realizar acordo de colaboração premiada, o juiz de garantia é o juiz de garantia, ele irá verificar todo o acordo.
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) ATENÇÃO
OBS: como regra, o IP deve ser concluído em 10 dias (réu preso) e 30 dias (réu solto). No caso de réu solto, é possível reiteradas prorrogações, ouvido o MP e autorizado pelo Juiz competente. No entanto, hoje, em caso de réu preso, se o IP não encerrar em 10 dias, deve ser colocado em liberdade. Com a nova redação do pacote anticrime, haverá a possibilidade de se requerer a aplicação 1 única vez do prazo de conclusão de IP de réu preso (prorrogação: 15 dias)
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo [JECRIM], e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código.   (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Não se aplica JUIZ de GARANTIAS AO JECRIM
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)   ATENÇÃO
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado.  (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)- juiz de garantia recebe os autos sobre investigação, como regra, não manda nada ao juiz de instrução, exceto provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou antecipação. 
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Art 4 e 5 tratam do inquérito policial)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal.     (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.    (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) – muitas vezes ocorre o julgamento público do caso, a vida da pessoa é exposta, isso faz com que haja um pré-julgamento, a pessoa é condenada antes mesmo da decisão do processo criminal. A prisão não precisa ser um espetáculo, não precisa expor de maneira demasiada os presos 
OBS: Decisão Dias Toffoli (decisão suspensa pela decisão do Fux): não se aplica o JUIZ DE GARANTIA às seguintes situações:
(a) processos de competência originária dos tribunais, os quais são regidos pela Lei nº 8.038/1990; - exemplo, processos criminais envolvendo prefeitos
(b) processos de competência do Tribunal do Júri;
(c) casos de violência doméstica e familiar; e
(d) processos criminais de competência da Justiça Eleitoral.

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