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ANPRO201920 [2DF] [1180819 1181258 1180825 1181421]

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Licenciatura em Engenharia Mecânica 
Anteprojeto 
2019/2020 
2ºAno / 2º Semestre 
Docente: Luís Miguel Durão 
 
 
 
ESCADAS ROLANTES 
Edifício E 
 
 
 
Trabalho Realizado por: 
Domingos Pereira, Nº1180819, 2DF 
Fernando Machado, Nº1181258, 2DF 
João Babo, Nº1180825, 2DF 
Rui Santos, Nº1181421, 2DF 
 
página propositadamente em branco 
Agradecimentos 
 
 A realização deste Anteprojeto não teria sido possível sem a ajuda fornecida por alguns 
docentes. Com isto, gostaríamos de realizar um especial agradecimento ao Sr. Engenheiro Luis Miguel 
Durão, docente da unidade curricular de anteprojeto, que, apesar de vivermos uma situação 
excecional, conseguiu manter um excelente acompanhamento e encaminhamento de todo o trabalho 
desenvolvido ao longo do semestre. Gostaríamos de agradecer ao Sr. Engenheiro João Pinho pelo seu 
seminário de fabricação aditiva pois revelou-se de extrema importância na compreensão de novos 
conteúdos aplicados no presente relatório e, por fim, gostaríamos de agradecer ao Sr. Engenheiro Rui 
Alexandre, da Sqédio, pelo seu seminário sobre algumas ferramentas do Solidworks que, apesar de se 
ter realizado nos dias anteriores à entrega do trabalho, teve bastante pertinência e utilidade para o 
nosso grupo de trabalho. 
 
 
 
página propositadamente em branco 
 
Índice 
 
Índice de Figuras ..................................................................................................................................... vi 
Índice de Tabelas .................................................................................................................................... vii 
Lista de símbolos e abreviaturas ........................................................................................................... viii 
1. Introdução ........................................................................................................................................... 9 
2. Descrição do tema do trabalho ..................................................................................................... 11 
2.1 Enquadramento histórico...................................................................................................... 11 
2.2 Princípio de funcionamento e mecanismo ........................................................................... 13 
2.3 Normas e regulamentos aplicáveis ....................................................................................... 15 
2.4 Dispositivos com finalidades semelhantes ............................................................................ 17 
2.5 Funcionamento e controlo elétrico ....................................................................................... 20 
2.6 Principais materiais e processos de fabrico .......................................................................... 22 
3. Desenvolvimento do projeto ........................................................................................................ 23 
3.1 Fases do projeto .................................................................................................................... 23 
3.2 Descrição do projeto final ..................................................................................................... 25 
3.3 Cálculo Estrutural .................................................................................................................. 30 
3.4 Resultado ............................................................................................................................... 38 
4. Fabricação Aditiva ......................................................................................................................... 39 
5. Outros trabalhos desenvolvidos/ visitas a empresas/ palestras ................................................... 43 
5.1 Seminário de fabricação aditiva ............................................................................................ 43 
5.2 Patentes ................................................................................................................................ 45 
6. Conclusões..................................................................................................................................... 50 
Bibliografia ............................................................................................................................................ 51 
Anexos ................................................................................................................................................... 53 
 
 
Índice de Figuras 
 
Figura 1 - 1º Utilização de escadas rolantes (Tecmundo, 2020) ........................................................... 11 
Figura 2 - 1º Modelo a ser comercializado (Tecmundo, 2020) ............................................................. 11 
Figura 3 - Escada rolante interior (Aecweb, 2020) ................................................................................ 13 
Figura 4 - Escada rolante exterior em Albufeira (JN, 2020) .................................................................. 13 
Figura 5 - Mecanismo de uma escada rolante ...................................................................................... 14 
Figura 6 - Tapete Rolante (Aecweb, 2020) ............................................................................................ 17 
Figura 7 – Elevador (Meu elevador, 2020) ............................................................................................ 18 
Figura 8 - Escadas estáticas do edifício E .............................................................................................. 23 
Figura 9 - Esboço 3D da abordagem escolhida ..................................................................................... 25 
Figura 10 - Plataforma para suporte da escada rolante........................................................................ 27 
Figura 11 - Vista em corte do modelo 3D.............................................................................................. 28 
Figura 12 - Proteções laterais da escada rolante .................................................................................. 29 
Figura 13 - Proteções laterais da escada rolante em corte ................................................................... 29 
Figura 14 - Sistemas de fixação das proteções laterais ......................................................................... 29 
Figura 15 - Diagrama de corpo livre da escada rolante ........................................................................ 30 
Figura 16 – Diagrama de Corpo Livre da viga de suporte das escadas rolantes ................................... 31 
Figura 17 - Perspetiva da viga de suporte ............................................................................................. 36 
Figura 18 - Representação do esforço de corte no suporte das escadas rolantes ............................... 36 
Figura 19 - Perspetiva foto realista do esboço 3D ................................................................................ 38 
Figura 20 - Perspetiva lateral superior .................................................................................................. 38 
Figura 21 - Perspetiva do patamar superior ......................................................................................... 38 
Figura 22 - Perspetiva do topo das escadas .......................................................................................... 38 
Figura 23 - Perspetiva da sala de espera ............................................................................................... 38 
Figura 24 - Perspetiva inferior das escadas ........................................................................................... 38 
Figura 25 - Pré-visualização da base do esboço .................................................................................... 39 
Figura 26 - Pré-visualizaçãodo piso intermédio do esboço .................................................................. 39 
Figura 27 - Pré-visualização do piso superior do esboço ...................................................................... 39 
Figura 28 - Pré-visualização da lateral do esboço ................................................................................. 40 
Figura 29 - Pré-visualização da plataforma de suporte das escadas rolantes ...................................... 40 
Figura 30 - Pré-visualização das escadas rolantes................................................................................. 40 
Figura 31 - Pré-visualização do esboço em bruto sem suportes ........................................................... 41 
Figura 32 - Pré-visualização do esboço em bruto com suportes .......................................................... 41 
 
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Índice de Tabelas 
 
Tabela 1 - Velocidades de elevadores para edifícios residenciais (Moreira Guedes, 2017) ................. 19 
Tabela 2 - Velocidades de elevadores para edifícios não-residenciais (Moreira Guedes, 2017) .......... 19 
Tabela 3 - Grandezas para o cálculo da potência do motor.................................................................. 20 
Tabela 4 - Principais componentes e materiais no fabrico de escadas rolantes (Especificação Técnica 
para Instalação de Escadas Rolantes para o Edificio IBC para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, 2014) 22 
Tabela 5 - Relação da inclinação das escadas rolantes com a largura dos degraus (Schindler) ........... 26 
Tabela 6 - Fatores que influenciam o peso na escada rolante .............................................................. 30 
Tabela 7 - Fatores a utilizar no cálculo do módulo de resistência à flexão ........................................... 33 
Tabela 8 - Fatores a utilizar no cálculo da flecha máxima .................................................................... 33 
Tabela 9 - Fatores a utilizar no cálculo do valor máximo da solicitação axial ....................................... 34 
Tabela 10 - Fatores a considerar no cálculo do dimensionamento dos parafusos ............................... 36 
Tabela 11 - Resumo dos parâmetros das impressões 3D ..................................................................... 42 
 
Lista de símbolos e abreviaturas 
Abreviaturas 
DEM – Departamento de Engenharia Mecânica 
EPO – European Patent Office 
GESRs - Global Essential Safety Requirements 
INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial 
ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto 
ISO – International Organization for Standardization 
NP – Norma Portuguesa 
PCT – Patent Cooperation Treaty 
pes./h – Pessoas por hora 
PI – Propriedade Industrial 
TS - Technical Specifications 
WIPO – World Intellectual Property Organization 
 
 
1. Introdução 
O presente trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular de Anteprojeto, 
lecionada no 2º semestre do 2º ano da Licenciatura em Engenharia Mecânica do Instituto 
Superior de Engenharia do Porto no ano letivo 2019/2020. 
Os principais objetivos do trabalho consistem em planear e dimensionar a instalação de 
escadas rolantes facilitando as deslocações nos edifícios do ISEP. Dentro do objetivo principal 
do trabalho existem diversos objetivos subjacentes como abordar a história das escadas rolantes 
e a sua evolução até aos dias de hoje e explorar a fundo o seu funcionamento para ser possível 
a realização de uma instalação num dos edifícios do ISEP que, no nosso caso, trata-se da entrada 
do Edifício E junto ao balcão de informações e à Divisão Académica. É de salientar que outros 
objetivos do trabalho estão presentes em anexo, no anexo A. 
No primeiro capítulo iremos iniciar com uma breve apresentação da história e 
desenvolvimento das escadas rolantes ao longo do tempo. De seguida, começaremos por entrar 
em detalhes, ou seja, abordamos o seu mecanismo de funcionamento tal como todos os 
regulamentos a cumprir na construção das escadas rolantes. Faremos também uma análise do 
controlo elétrico mais usual nas escadas rolantes da atualidade assim como uma apresentação 
dos principais componentes, comuns à maioria dos modelos de escadas rolantes. Com isto, o 
primeiro capítulo foca-se numa apresentação, no geral, das escadas rolantes. 
No segundo capítulo iniciamos a explanação do nosso raciocíniodesde o início até à 
abordagem final, ou seja, é neste capítulo que começamos a exposição da nossa instalação no 
Edifício E. Com isto, iniciamos o segundo capítulo a apresentar todas as nossas abordagens até 
chegarmos à solução final e, de seguida, explicamos a nossa opção. Incluiremos todas as nossas 
escolhas e razões que as sustentaram assim como determinamos alterações, sempre de acordo 
com as normas subjacentes. Iremos também apresentar um conjunto de cálculos estruturais de 
grande pertinência na instalação das escadas rolantes e por fim, reunimos um conjunto de 
imagens foto realistas de modo a ser possível uma melhor compreensão do aspeto final do nosso 
trabalho na sua instalação no edifício E. 
No terceiro capítulo, apesar de não ter sido possível a realização da impressão 3D do 
nosso protótipo, iremos apresentar todos os aspetos a ter em atenção na sua realização. Esta 
abordagem será feita a partir de duas formas diferentes de realizar a sua impressão. 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
10 
Por fim, no quarto capítulo iremos incluir dois trabalhos realizados como complemento 
do objetivo principal. Estas pesquisas focam-se na fabricação aditiva de forma a ser possível uma 
melhor compreensão da prototipagem do terceiro capítulo e, a segunda pesquisa numa 
abordagem à propriedade industrial e patentes, focando em todas as suas características e 
normas. 
A bibliografia foi elaborada segundo a norma NP405 e organizada por ordem alfabética. 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
11 
2. Descrição do tema do trabalho 
2.1 Enquadramento histórico 
As escadas rolantes como as conhecemos nos dias de hoje já passaram por várias 
evoluções desde as primeiras a ser apresentadas e utilizadas. As primeiras ideias acerca de 
escadas rolantes começaram no século XIX com o objetivo de facilitar a deslocação urbana e a 
entrada/saída de recintos onde existisse um grande volume de pessoas. 
A primeira patente para a criação de uma escada rolante pertence a Jesse Reno e foi 
criada em 15 de março de 1892. Um ano depois, em 1893, Reno instalou a primeira escada 
rolante que se tem registo (figura 1). Foi instalada num cais chamado “Old Iron Pier” em Nova 
Iorque e estima-se que tenha transportado cerca de 75 mil passageiros durante cerca de duas 
semanas. A escada de Reno era um tapete inclinado formado por placas de madeira, cada uma 
com 60 centímetros de comprimento e 10 centímetros de largura. Eram revestidas por borracha 
para que os sapatos dos utilizadores aderissem bem visto que a escada era um tapete inclinado 
e não um conjunto de degraus nivelados. No topo da escada, as placas de madeira passavam 
debaixo de uma pequena plataforma permitindo a saída dos utilizadores e o retorno das placas 
ao início da escada sem que isso fosse visível. A escada era acionada por um motor elétrico e 
circulava a uma velocidade de cerca de 0,69 m/s. 
A segunda patente foi atribuída a George Wheeler que apresentou uma ideia para uma 
escada rolante com degraus nivelados horizontalmente, ao contrário da escada de Reno. A sua 
ideia baseava-se numa entrada e saída lateral para os passageiros pois não possuía um 
mecanismo do tipo pente para permitir a entrada e saída frontal como a de Reno. Apesar de 
Wheeler nunca concretizar a sua ideia, a sua patente foi comprada por Charles Seeberger que 
fez algumas melhorias para viabilizar o uso do público. A primeira escada de Seeberger a ser 
instalada para uso público foi numa exposição em Paris em 1900. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - 1º Utilização de escadas rolantes 
(Tecmundo, 2020) 
Figura 2 - 1º Modelo a ser comercializado 
(Tecmundo, 2020) 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
12 
No início do século XX, após os primeiros avanços tecnológicos no fabrico de escadas 
rolantes, começaram a ser instaladas em espaços públicos algures por todo o mundo, mas 
principalmente nos países mais desenvolvidos como os Estados Unidos da América e Inglaterra. 
Inicialmente foi necessária alguma insistência para com a população pois, sendo uma tecnologia 
recente, era encarada com alguma hesitação. 
O modelo de escadas rolantes mais próximo do da atualidade e no qual se baseia o 
princípio de funcionamento foi criado pela Companhia de Elevadores Otis que criou a primeira 
escada rolante que incorporava degraus e um mecanismo tipo pente para permitir a entrada e 
a saída de passageiros frontalmente. Este modelo foi construído em 1921 e baseava-se na junção 
dos princípios da escada de Reno, de Wheeler e de Seeberger. 
Em Portugal, foi em Lisboa que foram as instaladas as primeiras escadas rolantes. 
Situavam-se nos Armazéns Grandella, no Chiado e, sendo um local privado, nem toda a 
população tinha oportunidade de as experimentar. Os primeiros locais públicos a receberem 
escadas rolantes em Portugal foram a estação do Parque, do metro de Lisboa, em 1959 e o 
shopping Brasília, no Porto, nos anos 80. (Tecmundo, 2020) 
 Atualmente, as escadas rolantes tomaram um papel muito importante por todo o 
mundo pois facilitam bastante a mobilidade urbana em locais onde existem uma grande 
concentração de pessoas. Encontram-se instaladas em praticamente todos os centros 
comerciais, estações de metro ou comboio subterrâneas, em aeroportos, ou seja, instalações 
interiores como é possível verificar na figura 3. Cada vez mais, existem instalações em locais 
exteriores sujeitos a todo o tipo de condições atmosféricas. Em Portugal já existem e ainda estão 
a ser ponderadas a criação de mais escadas rolantes exteriores. Em Albufeira, no Algarve, foram 
instaladas numa praia escadas rolantes para facilitar o acesso ao areal, figura 4. Apesar de ser 
bastante prático é também um ponto turístico pois não é muito recorrente existirem escadas 
rolantes exteriores numa praia. No Porto, à data de realização do presente relatório, estão a ser 
construídas em Miragaia e existem mais projetos para construção de escadas rolantes exteriores 
na cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
13 
 
 
 
 
2.2 Princípio de funcionamento e mecanismo 
 As escadas rolantes são no seu conjunto bastante complexas, mas possuem um 
mecanismo principal relativamente simples que sofreu poucas alterações ao longo do tempo. 
Este mecanismo é constituído por uma corrente que é puxada por uma máquina de tração 
composta por um conjunto de engrenagens que permitem a circulação dos degraus de baixo 
para cima e vice-versa. A máquina de tração é acionada por um motor elétrico que será referido 
no ponto 2.4 do presente relatório. O motor, colocado no topo da escada rolante, aciona uma 
roda dentada que está ligada através de uma corrente a outra de maiores dimensões que está 
solidária através de um veio com outra de igual tamanho colocada do lado oposto. Esta roda 
dentada é a responsável por puxar a corrente que se encontra unida com os degraus. É de 
salientar que na parte de baixo da escada rolante encontra-se outro par de rodas dentadas de 
igual dimensão das rodas dentadas que puxam a corrente para permitir o retorno dos degraus. 
(Arbache, 2020) 
 O segundo mecanismo que, tal como o principal, possui uma grande importância para o 
correto funcionamento da escada rolante é a interface da estrutura com os degraus. A estrutura 
da escada rolante é responsável por suportar todo o peso da escada rolante e de todos os 
componentes. Tendo a forma de treliça nas suas laterais, a estrutura possui dois componentes 
importantes, a guia da corrente dos degraus e uma guia responsável pela posição e orientação 
dos degraus. Cada degrau possui dois pares de roletes, um par encontra-se acoplado com a 
corrente e circula na guia da corrente dos degraus e o outro par de rolete circula na guia 
responsável pela posição dos degraus. É esta guia que permite nivelar os degraus na horizontal 
de forma a dar uma boa base de apoio durante a subidae faz com que na descida os degraus 
estejam alinhados com a inclinação da escada facilitando o seu retorno. (Estranho, 2020) 
Figura 4 - Escada rolante exterior em Albufeira (JN, 2020) 
Figura 3 - Escada rolante interior (Aecweb, 2020) 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
14 
 Mais um componente importante é o corrimão que acompanha o movimento. Este 
corrimão é acionado pelo motor através de um par de rodas dentadas tal com os degraus de 
forma a possuir a mesma velocidade. 
 Podemos concluir que este mecanismo para escadas rolantes é, atualmente, o mais 
eficiente e fiável pois os maiores fabricantes do mundo baseiam todos os seus modelos neste 
princípio. Os principais fabricantes a nível mundial de escalas rolantes e de elevadores são a 
Schindler, a Stannah, a Kone, a Otis, a Thyssenkrupp e a Mitsubishi Electric. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Mecanismo de uma escada rolante 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
15 
2.3 Normas e regulamentos aplicáveis 
 Sendo as escadas rolantes um dispositivo para transporte de pessoas necessita de vários 
regulamentos e normas de modo a apresentar as melhores características salvaguardando 
sempre a segurança. Com isto, fizemos um apanhado das principais e mais importantes normas 
e legislações portuguesas aplicáveis a escadas rolantes, à data da realização do presente 
relatório. 
 As principais normas a ter em atenção num projeto de dimensionamento e construção 
de escadas rolantes são as seguintes: 
• ISO 9589:1994 – Esta norma, revista e confirmada em 2019, determina as dimensões do 
espaço necessário para a instalação de escadas rolantes com velocidade nominal 
máxima de 0,5 m/s, com uma inclinação entre 30° e 35° e com um desnível a vencer 
entre 2 e 6 metros. A presente norma não é aplicada a todos os designs de escadas 
rolantes como por exemplo escadas rolantes em espiral. 
• ISO/TS 25740-1:2011 – Esta norma, revista e confirmada em 2019, regulamenta os 
parâmetros de segurança mínimos (GESRs) que uma escada rolante tem de cumprir e 
determina um conjunto de método que devem ser tomados em conta durante a criação 
e a instalação de escadas rolantes de modo a minimizar os riscos durante o seu 
funcionamento. Apenas se aplica a escadas e a tapetes rolantes para o transporte de 
pessoas. Não especifica situações como soluções para o uso de pessoas com mobilidade 
reduzida, riscos de trabalhos de instalação e manutenção de e em escadas rolantes, 
situações de vandalismo e possíveis soluções para o procedimento a adotar na presença 
de um fogo. 
• ISO/TS 8103-6:2017 – Esta norma vai de encontro à apresentada no último parágrafo e 
tem como objetivo complementá-la. Regulamenta os parâmetros de segurança para 
escadas rolantes, os seus componentes e as suas funções. Aplica-se a todas as escadas 
rolantes instaladas em edifícios independentemente na carga máxima suportada e do 
desnível a vencer; a escadas rolantes que possam ser afetadas por fogo e pelo clima, ou 
seja, também se aplica a escadas rolantes exteriores; e a escadas rolantes que possam 
sofrer danos provocados pelo mau uso mas não totalmente vandalizadas. Ao contrário 
da anterior, refere-se que são necessários regulamentos de segurança necessário 
durante a instalação de escadas rolantes e trabalhos de manutenção, mas não os 
especifica. 
• ISO 14798:2009 – Esta norma, revista e confirmada em 2014, tem como objetivo a 
regulamentação da avaliação de riscos de instalação e manutenção de escadas e tapetes 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
16 
rolantes e elevadores. Devido à existência desta norma, é que não é focado este tema 
nas duas normas apresentadas anteriormente. A avaliação de riscos presente nesta 
norma permite a criação de processos de modo a otimizar o design e dimensionamento 
de escadas rolante e de procedimentos que aumentam a segurança dos operadores 
durante a instalação e manutenção destes dispositivos. (Organization, 2020) 
• NP EN 115 – Esta norma determina todas as normas de segurança no fabrico e instalação 
de escadas rolantes. É a principal norma a ter atenção no dimensionamento de uma 
escada rolante e foi esta norma que o nosso anteprojeto teve como base. A norma faz 
a ligação de determinados fatores como por exemplo a capacidade máximo de 
transporte por hora tendo em conta a largura dos degraus, a velocidade nominal, a 
inclinação, o desnível a vencer, as dimensões necessárias para a instalação de escadas 
rolantes. Através da associação de todos estes fatores torna a escada rolante o mais 
segura possível. Algumas das tabelas da norma NP EN 115 serão abordadas mais a frente 
no tópico 3.2 do presente relatório. 
 
No que toca à legislação portuguesa referente a escadas rolantes, à data de realização 
do presente relatório, existem alguns decretos de lei e normativas sendo os principais 
documentos referenciados a seguir: 
• Lei n.º 65/2013 – Esta lei determina os requisitos que uma determinada empresa e 
todos os seus funcionários e técnicos necessitam de cumprir para poderem efetuar 
serviços de instalação de escadas rolantes em edifícios e operações de manutenção nas 
mesmas. Na região Autónoma dos Açores é complementada com o Decreto Legislativo 
Regional n.º 4/2012/A que determina o regime jurídico para o licenciamento, instalação 
e manutenção que uma empresa está sujeita e tem de cumprir ao efetuar os seus 
serviços. 
• Decreto-Lei n.º 103/2008 - Este decreto de lei determina um conjunto de regras e 
normas que são aplicadas aos projetos de escadas rolantes e respetivos componentes e 
acessórios para ser aprovada a sua comercialização e colocação no mercado de venda 
português e internacional. 
• Decreto-Lei n.º 320/2002 – Este decreto de lei determina os requisitos mínimos que 
uma empresa necessita de cumprir para se candidatar a operações de manutenção e 
inspeção em escadas rolantes assim como as regras e procedimentos de manutenção e 
inspeção a cumprir durante a sua atividade. (Eletrónico, 2020) 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
17 
2.4 Dispositivos com finalidades semelhantes 
Apesar das escadas rolantes serem um meio de facilitar a mobilidade da população entre 
pisos de edifícios, estações de metro e outros locais bastante eficaz tal como já foi referido 
possuem algumas limitações em termos de espaço e os locais onde podem ser instaladas. Para 
fazer frente a estas limitações existem outras alternativas tal como os tapetes rolantes e os 
elevadores. 
Os tapetes rolantes (figura 6) possuem um princípio de funcionamento muito idêntico 
ao das escadas rolantes sendo a principal diferença a posição dos degraus pois numa escada 
rolante são horizontais tal como numa escada fixa enquanto que num tapete rolante formam, 
tal como nome indica, um “tapete” de degraus com a inclinação da instalação. Esta inclinação 
varia entre os 0° e os 12° enquanto que numa escada rolante varia entre os 30° e os 35°. A partir 
desta informação podemos tirar uma conclusão, os tapetes rolantes necessitam de uma maior 
distância horizontal que as escadas rolantes para fazer face a um determinado desnível vertical. 
A velocidade dos tapetes rolantes varia entre 0,5 m/s e o 0,75m/s. Uma instalação deste tipo é 
usualmente vista em acessos a parque de estacionamento subterrâneos de centros comerciais 
ou de supermercados devido ao facto de ser possível transportar carrinhos de compras e 
carrinhos de bebé ao contrário das escadas rolantes. Outra local onde é muito usual a instalação 
de tapetes rolantes é em terminais de aeroportos. Neste caso, os tapetes normalmente não 
possuem qualquer inclinação e têm como principal função permitir uma deslocação mais 
confortável aos passageiros e, principalmente, são utilizados por pessoas com dificuldade 
motora nas deslocações, visto que, atualmente, os terminais de alguns aeroportos possuem 
uma grande extensão.Figura 6 - Tapete Rolante (Aecweb, 2020) 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
18 
Outro dos dispositivos mais utilizados em edifícios são os elevadores (figura 7). Os 
elevadores são dispositivos que permitem o transporte vertical de pessoas e cargas. Apesar de 
o mecanismo ser um pouco diferente das escadas e tapetes rolantes, o movimento do elevador 
é garantido por uma máquina de tração composta por um motor elétrico trifásico, um redutor 
e um freio elétrico. O redutor e o freio elétrico têm como objetivo permitir a desmultiplicação 
da rotação do motor elétrico de modo a permitir o abrandamento e a aceleração do elevador 
no seu funcionamento. Os elevadores podem ser instalados em diversos tipos de edifícios como 
por exemplo edifícios residenciais, de escritório, destinados a hotéis, hospitalares e centros 
comerciais. Os requisitos para a instalação de elevadores em edifícios serão abordados num 
tópico mais à frente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tal como nas escadas e nos tapetes rolantes, uma das características mais importantes 
do elevador é a velocidade a que é operado. A velocidade de funcionamento de um elevador 
depende da distância que necessita de percorrer. Esta distância, denominada de percurso, é 
medida desde o patamar do piso principal até ao patamar do último piso. Este percurso não 
inclui o poço (situado na parte inferior) e o espaço livre superior. Mais um fator que influencia a 
velocidade do elevador é o tipo de edifício no qual é instalado, ou seja, se é instalado num 
edifício residencial ou num edifício não-residencial. (Moreira Guedes, 2017) 
 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Elevador (Meu elevador, 2020) 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
19 
Para edifícios residenciais: 
Tabela 1 - Velocidades de elevadores para edifícios residenciais (Moreira Guedes, 2017) 
Percurso (m) Velocidade (m/s) 
até 29 de 0,75 a 1,00 
de 30 a 44 de 1,00 a 1,50 
de 45 a 59 de 1,25 a 2,00 
de 60 a 74 de 1,75 a 2,50 
de 75 a 90 de 2,50 a 3,50 
 
Para edifícios não-residenciais: 
Tabela 2 - Velocidades de elevadores para edifícios não-residenciais (Moreira Guedes, 2017) 
Percurso (m) Velocidade (m/s) 
até 17 de 0,50 a 1,00 
de 18 a 29 de 1,00 a 1,75 
de 30 a 44 de 1,75 a 2,50 
de 45 a 59 de 2,50 a 3,50 
de 60 a 74 de 3,50 a 4,00 
de 75 a 89 de 4,00 a 5,00 
de 90 a 150 de 5,00 a 6,00 
acima de 150 de 6,00 a 8,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
20 
2.5 Funcionamento e controlo elétrico 
O movimento mecânico da escada é fornecido através de um motor elétrico (o modelo 
trifásico). Esse motor movimenta as engrenagens de tração na parte superior que 
consequentemente movimentam as correntes, bem como também cada corrimão que compõe 
o equipamento. O conjunto do motor e das correntes ficam no interior da estrutura em forma 
de treliça referida anteriormente no ponto 2.2 do presente relatório. 
A potência necessária no motor de tração de um sistema de escadas rolantes depende 
de diversos fatores, tais como: 
• o desnível da escada rolante ou comprimento do tapete rolante; 
• a eficiência do sistema de transmissão da escada ou do tapete rolante; 
• a eficiência da caixa de transmissão; 
• a velocidade de operação; 
• o ângulo de inclinação da escada rolante; 
• o número de passageiros em cada degrau (estimativa); 
• o desnível de cada degrau. 
 Para uma instalação de escadas rolantes, a potência necessária de saída (P) em kW 
necessária para o motor é dada pela seguinte fórmula: 
𝑃 =
𝑣 ∗ 𝑚 ∗ 𝑔 ∗ 𝑛 ∗
𝑅𝑒
𝑅𝑠
∗ sin⁡(𝜃)
η𝑠 ∗ η𝑔 ∗ 1000
⁡⁡⁡⁡⁡(1) 
 
𝑃 =
0,5 ∗ 75 ∗ 9,81 ∗ 2 ∗
3,66
0,2
∗ sin 35°
0,95 ∗ 0,95 ∗ 1000
= 8,56⁡𝑘𝑊 
Tabela 3 - Grandezas para o cálculo da potência do motor 
𝑃 
Potência nominal do 
motor (Kw) 
𝑅e 
Desnível da instalação 
(m) 
𝑣 
Velocidade nominal 
(m/s) 
𝑅s 
Desnível de cada 
degrau (m) 
𝑚 
Peso médio dos 
passageiros (kg) 
𝜃 
Inclinação da 
instalação (graus) 
𝑔 
Aceleração gravítica 
(9,81 m/s2) 
𝜂s 
Rendimento do 
sistema de transmissão 
𝑛 
Nº médio de 
passageiros em cada 
degrau 
𝜂g 
Rendimento/ eficiência 
da caixa de 
engrenagens 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
21 
No que diz respeito à velocidade de utilização, esta situa-se entre os 0,5 e 0,65 m/s, no 
entanto escolhe-se, na maioria das vezes, os 0,5m/s pelo facto de proporcionar ao utilizador um 
maior conforto, segurança, um menor requisito de espaço e acima de tudo cumpre com a 
capacidade para o qual é destinado, neste caso em particular para a velocidade selecionada de 
0,5m/s (utilizada no cálculo para a potência) irá permitir um transporte de 4500 a 9000 pessoas 
por hora, dependendo da largura dos degraus, sendo este valor mais que suficiente para a 
capacidade e circunstâncias subjacentes a este projeto. 
 Relativamente à alimentação do mecanismo, a mesma provém na grande maioria das 
vezes por motores de indução. No entanto, devido ao aparecimento dos novos motores de 
ímanes permanentes, existem novas possibilidades de alimentação. Com vista a uma redução 
do consumo de energia numa instalação de escadas rolantes é imperativo ajustar o 
funcionamento da mesma ao padrão de tráfego da instalação e/ou otimizar a eficiência do 
motor fazendo com que trabalhe na janela ótima de funcionamento. 
 Em seguida apresentamos algumas funcionalidades que existem para escadas rolantes, 
de modo a ir de encontro com a redução do consumo de energia referido anteriormente: 
• Ligação estrela-triângulo consiste em ligar o motor diretamente à rede, podendo alterar 
o tipo de ligação entre estrela ou triângulo consoante o tráfego da escada, de forma a 
reduzir o consumo. No entanto, este método não é recomendado por originar elevadas 
correntes de arranque. 
• Controladores de fator de potência que monitorizam constantemente o fator de 
potência do motor, otimizando a tensão aplicada de modo a reduzir as perdas. 
• Arrancadores suaves (Soft-Starters) que possuem eletrónica de potência capaz de 
otimizar a fase de arranque, reduzindo significativamente as correntes de arranque. 
 O ajuste do funcionamento da instalação pode ser adequado ao padrão de tráfego 
através de um funcionamento intermitente ou um funcionamento em duas velocidades. 
Importa ainda referir que nos sistemas que promovem a variação de velocidade, é necessário 
instalar periféricos de deteção de passageiros, de forma a adequar o funcionamento mediante 
o tráfego. Estes periféricos podem ser sensores de infravermelhos ou de ultrassons. (Moreira 
Guedes, 2017) 
 
 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
22 
2.6 Principais materiais e processos de fabrico 
Tabela 4 - Principais componentes e materiais no fabrico de escadas rolantes (Especificação Técnica para 
Instalação de Escadas Rolantes para o Edificio IBC para os Jogos Olímpicos do Rio 2016, 2014) 
Quantidade Designação Material 
53 Degrau Liga de Alumínio de alta resistência 
53 Veio do degrau Liga de Alumínio de alta resistência 
2 Corrimão Elastômero 
2 Balaustrada Acrílico 
2 Guias do Corrimão Aço Inoxidável 
4 Protetores de entrada de corrimão PVC 
2 Pentes Liga de Alumínio 
2 Placas de Pente Liga de Alumínio 
2 Rodapés Aço Inoxidável 
2 Proteção Lateral Aço Inoxidável 
1 Estrutura em treliça Liga de Aço de alta resistência 
2 Corrente de rolos dos degraus 
2 Corrente de transmissão 
2 Freios Liga de Aço de alta resistência 
2 Guia Superior Liga de Aço resistente ao desgaste 
2 Guia Inferior Liga de Aço resistente ao desgaste 
4 Mancais 
2 
Roda dentada de acionamento da 
corrente de rolos 
Liga de Aço resistente ao desgaste 
24 Polias de acionamento do corrimão Liga de Aço 
2 Correntes duplas 
4 Roda dentada da corrente dupla 
1 Conjunto Motor e Redutor 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
23 
3. Desenvolvimento do projeto 
Neste ponto do relatório,iremos aprofundar todo o processo desde a ideia inicial até à 
ideia final e todos os problemas e opções que tivemos de tomar. Iremos incluir imagens retiradas 
da nossa modelação em Solidworks e os desenhos de conjunto que permitem a análise do nosso 
anteprojeto. 
 
3.1 Fases do projeto 
 Como dito anteriormente, o local escolhido para a instalação de escadas rolantes no 
ISEP foi a entrada do Edifício E junto ao balcão de informações e à divisão académica (figura 8). 
Sendo um local de dimensões reduzidas no qual as escadas estáticas instaladas necessitam de 
um patamar sensivelmente a meio para conseguir facilitar a sua instalação respeitando todas as 
normas de construção revelou-se um pouco complicado de idealizarmos como deveríamos 
proceder ao dimensionamento da escada rolante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com isto, iniciamos a primeira fase do nosso projeto que consistia em tirar medidas do 
desnível a vencer, a medida dos degraus da escada estática e, no geral, as medidas do espaço 
circundante para conseguirmos ter a noção do espaço disponível para as diferentes abordagens 
que poderíamos fazer ao problema. 
 
Figura 8 - Escadas estáticas do edifício E 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
24 
 De seguida, realizamos esboços com o objetivo de encontrar a solução final. A primeira 
abordagem que tivemos foi manter a configuração original das escadas estáticas e transportá-
la para as escadas rolantes. Para isso seria necessário a instalação de dois conjuntos de escadas 
rolantes com a colocação de um patamar a meio do desnível sendo cada conjunto formado por 
uma escada rolante para subida e outra para descida. Em termos de dimensionamento seria a 
opção mais viável pois apenas necessitávamos de utilizar as medidas retiradas das escadas 
estáticas e aplicá-las nas escadas rolantes. Apesar desse ponto a favor achamos que não seria a 
melhor opção. Visto que o desnível a vencer é significativamente pequeno não faria qualquer 
sentido optar por uma solução que envolvesse a colocação um patamar intermédio daí 
abandonarmos imediatamente esta abordagem. A nossa decisão baseou-se em mais fatores 
como: o facto de ser uma solução que iria diminuir bastante o espaço disponível e a sala de 
espera e de convívio teria de ser eliminada devido à largura das escadas rolantes e do espaço 
necessário para o seu mecanismo; o facto de ser mais caro a colocação de quatro escadas 
rolantes e a sua manutenção com o decorrer do tempo. 
 
A segunda abordagem ao problema consistia numa instalação direta do piso inferior 
para o superior. A instalação teria como ponto de partida, numa situação de subida, a zona 
sensivelmente frontal ao balcão de informações e subiria em direção à parede que partilha a 
fachada do edifício E. Para conseguirmos concretizar esta ideia seria necessária a colocação de 
um patamar superior uma estrutura de suporte, onde estaria instalada a parte superior das 
escadas rolantes, pois o piso superior não comtempla toda a área da entrada do edifício. Esta 
solução, apesar de ser significativamente mais elaborada do que a primeira abordagem, foi a 
escolhida pois possui mais pontos a favor do que desfavoráveis. Esta abordagem permite a 
instalação de apenas um conjunto de escadas rolantes sendo mais viável financeiramente que a 
primeira opção, em termos de espaço torna possível a continuidade da sala de espera da divisão 
académica e coloca um menor entrave à sua utilização pois permite um acesso direto ao piso 
superior. O principal ponto desfavorável seria a colocação de um patamar superior para acesso 
às escadas rolantes, mas depois de alguma ponderação e pesquisa de informação, decidimos 
que seria possível solucionar e, ainda assim, ficaria uma solução que envolve menos custos que 
a instalação da primeira abordagem. 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
25 
3.2 Descrição do projeto final 
 Tal como abordado na parte final do ponto 3.1 do presente relatório, a nossa opção 
consistiu numa instalação que, do ponto de vista da subida, teria como início a zona do balcão 
de informações e subiria até à parede que partilha a fachada do edifício E. A nossa solução 
encontra-se modelada na figura 9. 
 
 
 
O projeto da escada rolante possui bastantes variáveis a ter em conta e é necessário a 
tomada de algumas decisões tendo em conta os requisitos da sua utilização e o espaço 
disponível no local onde seria instalada. Iremos abordar as características que consideramos 
mais importantes e explicar todas as nossas decisões. 
No que toca às inclinações, o padrão internacional é utilizar as inclinações de 30° ou 35°. 
Depois de alguns cálculos e ponderação determinamos que utilizaríamos a inclinação de 35°. 
Apesar da inclinação de 30° proporcionar maior segurança e conforto para o utilizador 
decidimos utilizar a inclinação de 35° devido à limitação de espaço. De acordo com a norma NP 
EN 115, a inclinação de 35° apenas é admissível para desníveis inferiores a 6 metros e, como o 
nosso desnível a vencer é de 3,66 metros encontra-se dentro desses parâmetros. Com isto, 
achamos que a inclinação de 35°, neste caso, é a solução mais eficiente e a que menos 
compromete o espaço disponível em redor das escadas rolantes. 
Figura 9 - Esboço 3D da abordagem escolhida 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
26 
Tendo em conta a inclinação escolhida, tornou-se imperativo que o próximo passo fosse 
a escolha da velocidade nominal da escada rolante. Com isto, de acordo com a norma NP EN 
115, para uma inclinação de 35° e um desnível a vencer inferior a 6 metros a velocidade nominal 
tem de ser igual ou inferior a 0,5 m/s. Optamos pela velocidade de 0,5 m/s pois é a mais utilizada 
em instalações para o transporte de pessoas e confere as condições necessárias de segurança e 
de eficiência no local onde necessitam de ser instaladas. 
O próximo passo foi a escolha da largura dos degraus. Essa escolha teve por base a 
seguinte tabela que, de acordo com a norma NP EN 115, determina a capacidade máxima de 
transporte para uma velocidade nominal de 0,5 m/s. 
Tabela 5 - Relação da inclinação das escadas rolantes com a largura dos degraus (Schindler) 
Largura dos 
degraus 
Capacidade teórica de 
transporte 
Capacidade efetiva de transporte 
Sem aglomeração Adequado Com aglomeração 
600 mm 4500 pes./h 1800 pes./h 2700 pes./h 3600 pes./h 
800 mm 6750 pes./h 2400 pes./h 3600 pes./h 4800 pes./h 
1000 mm 9000 pes./h 3000 pes./h 4500 pes./h 6000 pes./h 
 
 Analisando a informação contida na tabela escolhemos a largura de 600 mm para os 
degraus e esta escolha baseou-se em dois fatores. O primeiro aspeto que consideramos foi o 
facto de ser uma instalação com um número reduzido de utilizadores por hora. A maior 
concentração de pessoas a utilizar as escadas rolantes aconteceria quando houvesse palestras, 
seminários ou outra atividade que decorresse no auditório presente no 2º piso. Tendo em conta 
a capacidade do auditório e considerando aglomeração no seu acesso, para a largura de 600 mm 
temos um valor de 3600 pessoas por hora que, na nossa opinião, cumpre e supera os requisitos 
mínimos para a instalação. O segundo a ter em atenção foi a limitação de espaço pois, com 
degraus de 800 mm ou 1000 mm iriamos comprometer o espaço circundante e a atividade do 
balcão de informações e do acesso à divisão académica. 
 De seguida, após termos definido a velocidade nominal, a inclinação da escada rolante 
e a largura do seus degraus, iniciamos o processo de dimensionamento. Todos os documentos 
que consideramos importantes encontram-se presentes no anexo B incluindo lista de peças, 
mecanismo e desenhos de conjunto. 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
27 
As principais dificuldades que encontramos, até ao momento, prendem-se no facto de 
ser necessário uma plataforma de suporte (figura 10) para a extremidade superior da escadarolante permitindo o embarque e desembarque de passageiros assim como o acesso ao restante 
piso. A plataforma pode ser visualizada, através do esboço, na figura 9 localizada acima neste 
tópico e distingue-se pela sua cor preta. A plataforma seria fabricada em aço e teria como 
suporte pilares em I também eles em aço. Para conferir a integridade da estrutura utilizaríamos 
um ligação aparafusada entre a plataforma e os pilares. Para revestimento superior da 
plataforma seria utilizada uma chapa de alumínio unida à plataforma através de uma ligação 
rebitada ou uma ligação aparafusada com parafusos do tipo FHC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 - Plataforma para suporte da escada rolante 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
28 
O segundo problema que encontramos baseia-se no facto de ser necessário um corte 
no piso superior de modo a ser possível cumprir os regulamentos de altura mínima necessária 
entre os degraus da escada e o piso superior, a altura definida pode ser consultada no 2º 
desenho de Anexo D. Este problema aparece, pois, também é necessário o cumprimento do 
regulamento que impõe uma distância mínima de saída da escada rolante no piso superior. A 
nossa proposta para a resolução deste problema encontra-se na figura 11. 
Na zona representada sensivelmente a meio da imagem é possível verificar, em corte, 
uma zona do piso superior que sofreu uma alteração passando a possuir uma forma de rampa. 
Nesta zona, devido a sofrer alterações estruturais, propomos um novo cálculo estrutural e de 
seguida o seu reforço através da colocação de uma malha de ferro reforçada com betão 
respeitando todos os regulamentos para a instalação e reforço de pisos. Devido a esta alteração 
no piso superior torna-se necessário a colocação de uma proteção lateral. Neste caso, propomos 
a colocação de uma estrutura formada com perfis de aço inoxidável unidos por uma ligação 
soldada, tal como mostra a figura 10. 
 
 Por uma questão de simplificação na compreensão dos desenhos de conjunto decidimos 
omitir as proteções laterais da escada rolante (figura 12). Com isto, decidimos apresentar uma 
pequena explanação sobre as mesmas. As proteções laterais são compostas por três 
componentes, as chapas exteriores de aço inoxidável, os rodapés interiores e as suas tampas, 
 exteriores e interiores, todos com 4 mm de espessura. Todas as peças possuem uma dobra por 
todo o seu perímetro de forma a aumentar a sua resistência mecânica e oferecer maior proteção 
Figura 11 - Vista em corte do modelo 3D 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
29 
a possíveis empenos. A fixação dos componentes é realizada da seguinte forma. As chapas são 
fixadas à estrutura da escada rolante recorrendo a parafusos de cabeça de embeber. As tampas 
exteriores são fixas às chapas e as tampas interiores aos rodapés através de parafusos de cabeça 
de embeber. A fixação na zona do corrimão é realizada através de um sistema de encaixe 
fabricado em polímero. As diferentes fixações podem ser visualizadas nas figuras 13 e 14. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 - Proteções laterais da escada rolante 
Figura 13 - Proteções laterais da escada rolante em corte 
Figura 14 - Sistemas de fixação das proteções laterais 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
30 
3.3 Cálculo Estrutural 
Flexão 
Utilizou-se valores normalizados para encontrar o valor das reações nos apoios da 
estrutura, sendo que possui uma reação em B de aproximadamente 44 kN (desprezando deste 
modo a reação em A, uma vez que tal não será necessária para futuros cálculos). No entanto 
falta descobrir o efeito do peso das pessoas a utilizar a escada rolante nas reações, para 
posteriormente somar à reação fruto do peso da própria escada rolante, obtendo deste modo 
a reação total. 
 Para o cálculo da influência do peso das pessoas realizaram-se os seguintes cálculos: 
Peso provocado por uma hipotética afluência em massa à escada rolante irá depender: 
 
Tabela 6 - Fatores que influenciam o peso na escada rolante 
Nº de pessoas por 
cada degrau 
Nº de degraus 
Peso médio da 
população(kg) 
Aceleração da 
gravidade(m/s2) 
2 16 70 9,81 
 
𝑃 = 2 ∗ 16 ∗ 70 ∗ 9,81 = 22⁡𝑘𝑁 
 
{
∑𝐹𝑦 ⁡= 0
∑𝑀𝐴 = 0
⇔ {
𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 22
−22 ∗ 5⁡ +⁡𝑅𝐵 ∗ 10 = 0
⇔ {
𝑅𝐴 = 11⁡𝑘𝑁
𝑅𝐵 = 11⁡𝑘𝑁
 
Posto isto, iremos agora descobrir a reação real no ponto B, que será: 
𝑅𝐵 = 11 + 44 = 55⁡𝑘𝑁 
Figura 15 - Diagrama de corpo livre da escada rolante 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
31 
O próximo passo consiste no cálculo da tensão de corte e do momento fletor ao longo 
da viga do patamar superior que sustenta as duas escadas rolantes, para posteriormente 
dimensionar a mesma. 
{
∑𝐹𝑦 ⁡= 0
∑𝑀𝐴 = 0
 
 
⇔ {
𝑅𝐴 + 𝑅𝐹 = 55 + 55
−55 ∗ (0,23 + (
1,14
2
)) − 55 ∗ (0,23 + 1,14 + 0,06 + (
1,14
2
)) + 2,8 ∗ 𝑅𝐹 = 0
 
 
⇔ {
𝑅𝐴 = 55⁡𝑘𝑁
𝑅𝐹 = 55⁡𝑘𝑁
 
• Secção 1: 0 < x1 < 0,23m 
{
𝑉 = 55⁡𝑘𝑁
𝑀𝑓 = 55 ∗ 𝑥1⁡𝑘𝑁.𝑚
 
• Secção 2: 0 < x2 < 1,14m 
{
𝑉 = 55 − 48,25 ∗ 𝑥2⁡𝑘𝑁
𝑀𝑓 = −24,13 ∗ 𝑥2
2 + 55 ∗ 𝑥2 + 12,65⁡𝑘𝑁.𝑚
 
• Secção 3: 0 <x3 < 0,06m 
{
𝑉 = 0⁡⁡𝑘𝑁
𝑀𝑓 = 44⁡𝑘𝑁.𝑚
 
• Secção 4: 0 < x4 < 1,14m 
{
𝑉 = 48,25 ∗ 𝑥4 − 55⁡𝑘𝑁
𝑀𝑓 = −24,13 ∗ 𝑥4
2 + 55 ∗ 𝑥4 + 12,65⁡⁡𝑘𝑁.𝑚
 
 
 
Figura 16 – Diagrama de Corpo Livre da viga de suporte das escadas rolantes 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
32 
• Secção 5: 0 < x5 < 0,23m 
{
𝑉 = −55⁡𝑘𝑁
𝑀𝑓 = 55 ∗ 𝑥5⁡𝑘𝑁.𝑚
 
 
De seguida apresentamos a representação dos diagramas de esforços: 
 
 
V(kN) 
x(m) 
MF(kN) 
x(m) 
-55 
44 
12,65 12,65 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
33 
Em seguida, para o dimensionameto das vigas optou-se, para material das mesmas, um 
aço carbono, EN 10025 S250JR, uma vez que a sua utilização é recorrente neste tipo de 
estruturas, possuindo deste modo boas características mecânicas cuja tensão de cedência se 
situa nos 255 MPa. 
Para entendermos qual seria o melhor tipo de viga procedemos aos seguintes cálculos: 
 
Tabela 7 - Fatores a utilizar no cálculo do módulo de resistência à flexão 
Coeficiente de segurança 
Mfmáx (situado entre C e 
D)(kN.m) 
Tensão de cedência (MPa) 
1.5 44 255 
 
𝑊𝑋 ≥
𝑀𝑓𝑚á𝑥
𝜎𝑎𝑑𝑚
⁡⁡⁡(2) 
 
𝑊𝑥 ≥
44 ∗ 106
255
1,5
⇔ 𝑊𝑥 ≥ 258,82⁡𝑐𝑚
3 
 
Consultando o “Manual Técnico de Produtos Siderúrgicos” do CHAGAS (tabelas 
presentes no Anexo C), verificamos que o Wx seguinte será o que toma o valor de 291 cm3 , pelo 
que o perfil selecionado será o HEA180. 
Por fim, e para encerrar a parte da flexão, achamos meritório a descoberta da flecha 
máxima, pelo que realizamos os seguintes cálculos tendo por base o formulário de estruturas 
da siderurgia nacional. 
 
Tabela 8 - Fatores a utilizar no cálculo da flecha máxima 
Reação num dos 
apoios (P)(kN) 
Distância da 
carga 
equivalente ao 
apoio mais 
próximo (a)(m) 
Comprimento 
total da viga 
(L)(m) 
Módulo de 
elastecidade do 
aço (E)(Pa) 
Momento de 
Inércia segundo 
x, da viga 
selecionada 
(I)(m4) 
55 0,8 2,8 210*109 2,51*10-5 
 
𝑓𝑚á𝑥 =
𝑃 ∗ 𝑎
24 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼
∗ (3𝐿2 − 4𝑎2)⁡⁡⁡(3) 
 
𝑓𝑚á𝑥 =
55 ∗ 103 ∗ 0,8
24 ∗ 210 ∗ 109 ∗ 2,51 ∗ 10−5
∗ (3 ∗ 2,82 − 4 ∗ 0,82) ⇔ 𝑓𝑚á𝑥 = 7,29⁡𝑚𝑚 
 
 
 O valor da flecha máxima encontra-se situado entre o ponto C e D. 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
34 
Encurvadura 
 
 Tornou-se imperativo, visto ser necessário a colocação de uma plataforma de suporte, 
o cálculo de encurvadura das vigas que a sustentam. Por uma questão de simplificação e 
normalização, optou-se por se selecionar o mesmo aço anteriormente referido (EN 10025 
S250JR), pelas razões já explanadas. Inicialmente considerou-se o mesmo tipo de vigas 
(HEA180), no entanto, após a realização de certos cálculos verificamos que a viga iria estar 
solicitada unicamente para 6% dasua capacidade total (o que transcenderia bastante qualquer 
tipo de questão de segurança), pelo que se optou por selecionar um tipo de viga de dimensões 
mais reduzidas cumprindo concomitantemente as questões de segurança a elas subjacentes, 
posto isto a viga selecionada foi uma HEA100, pelo que em seguida apresentamos os cálculos 
da carga máxima suportada pela mesma, utilizando o método dos coeficientes de encurvadura 
(MCE/REAE): 
Tabela 9 - Fatores a utilizar no cálculo do valor máximo da solicitação axial 
Raio de giração 
segundo y (ry)(mm) 
Área da face 
perpendicular à viga 
(A)(mm2) 
Tensão de cedência 
do material (MPa) 
Fator de 
comprimento 
efetivo (K)(-) 
Comprimento total 
da viga (L)(m) 
25,1 2120 255 0,5 2,94 
 
 
λ =
𝐿𝑒
𝑟𝑦
=
𝐾 ∗ 𝐿
𝑟𝑦
⁡⁡⁡⁡(4) 
 
λ =
0,5 ∗ 2,94 ∗ 103
25,1
= 58,6 
 
Podemos concluir que o valor de 𝜆=58.6 cumpre a legislação em vigor, uma vez que é 
inferior a 180. Por sua vez, sendo 20< 𝜆< 105 vem: 
𝜑 = 1,1328 − 0,00664 ∗ λ⁡⁡⁡⁡(5) 
 
𝜑 = 1,1328 − 0,00664 ∗ 58,6 = 0,7439 
 
Tendo determinado o coeficiente de encurvadura podemos determinar, aplicando as 
seguintes equações, o valor máximo da solicitação axial atuante na viga: 
𝜎𝑆𝑑 =
𝑃𝑚á𝑥
𝐴 ∗ 𝜑
⁡⁡⁡⁡⁡(6) 
 
𝜎𝑆𝑑 ≤ 𝜎𝑐𝑒𝑑⁡⁡⁡⁡⁡(7) 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
35 
Substituindo (6) em (7) e resolvendo a inequação para Pmáx vem: 
 
𝑃𝑚á𝑥 ≤ 𝜎𝑐𝑒𝑑 ∗ 𝐴 ∗ 𝜑⁡⁡⁡⁡⁡(8) 
 
𝑃𝑚á𝑥 ≤ 255 ∗ 2120 ∗ 0,7439 ⇔ 𝑃𝑚á𝑥 ≤ 402,2⁡𝑘𝑁 
 
 
Sabendo que cada viga vai suportar uma carga total de aproximadamente 59,88 kN, 
onde entram os 55kN (provocados pela reação da escada rolante) e 4,88kN (metade do peso da 
viga), podemos verificar que a viga estará solicitada para uma carga correspondente a 
aproximadamente 15% da sua carga máxima, cumprindo deste modo todas as questões de 
segurança, tal como referido anteriormente. 
Concluindo este tópico e por uma questão de curiosidade comparamos o material que 
teríamos gasto caso usássemos o mesmo material das vigas sujeitas a flexão nas vigas sujeitas à 
encurvadura com a quantidade de material que se gastaria se usássemos o tipo de viga utilizado 
nos cálculos, posto isto é possível pouparmos cerca de metade de material, tendo em conta a 
massa volúmica do aço, para uma HEA180 necessitaríamos de 85kg de material, no entanto com 
uma HEA100 apenas seriam necessários 40kg, por viga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
36 
Dimensionamento dos parafusos que suportam a escada rolante 
 
 
Figura 17 - Perspetiva da viga de suporte 
 
 
 
Figura 18 - Representação do esforço de corte no suporte das escadas rolantes 
 
Este componente estrutural da escada rolante está sujeito a um enorme esforço de 
corte e, por conseguinte, torna-se imperativo um dimensionamento dos parafusos que a ligam 
ao resto da estrutura. Optou-se por utilizar 4 parafusos CHC de material caracterizado por 8.8 
(possuindo desta forma uma tensão de cedência de aproximadamente 320 MPa). Em seguida 
apresentamos os cálculos do dimensionamento dos parafusos: 
Tabela 10 - Fatores a considerar no cálculo do dimensionamento dos parafusos 
Coeficiente de 
segurança (n)(-) 
Área da secção resistente do 
parafuso (A)(mm2) 
Numero de 
parafusos (q) 
Força aplicada 
(F)(kN) 
1,5 
𝜋 ∗ 𝑑2
4
 4 55 
 
 
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝜎𝑐𝑒𝑑
𝑛
⁡⁡⁡⁡⁡(9) 
 
𝜎𝑎𝑑𝑚 =
320
1,5
⇔ 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 213,33⁡𝑀𝑃𝑎 
 
𝜎𝑖𝑛𝑠𝑡 =
𝐹
𝑞 ∗ 𝐴
⁡⁡⁡⁡⁡(10) 
 
𝜎𝑖𝑛𝑠𝑡 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚⁡⁡⁡⁡⁡(11) 
 
55kN 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
37 
Substituindo (10) em (11) e resolvendo em ordem ao diâmetro (d) vem: 
𝑑 = √
4 ∗ 𝐹
𝑞 ∗ 𝜋 ∗ 𝜎𝑎𝑑𝑚
 
 
𝑑 = √
4 ∗ 55 ∗ 103
4 ∗ 𝜋 ∗ 213,33
⇔ 𝑑 = 9,1⁡𝑚𝑚 
 
Após a consulta das tabelas do livro Simões Morais, verificamos que o diâmetro 
resistente seguinte apresenta o valor de 9,376mm, e consequentemente um M12. Todavia, uma 
vez que a utilização de parafusos de maior diâmetro não implica um custo muito superior optou-
se por utilizar um M16, cumprindo de forma lapidar qualquer eventual questão de segurança. 
 
NOTA: É de salientar que para todos os cálculos/diagramas apresentados não se considerou a 
dilatação do material por uma questão de simplificação e também porque na realidade não se 
irá verificar este fenómeno de uma forma tão severa tendo em conta as condições no meio 
envolvente, podendo ser desprezado esse efeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
38 
3.4 Resultado 
 Recorrendo ao Solidworks Visualize podemos apresentar o resultado da nossa 
modelação num contexto mais realística. O objetivo das seguintes imagens é a demonstração 
do aspeto final das escadas rolantes instaladas no edifício E, uma vez que o fundo foi modelado 
de forma a ser o mais próximo da realidade estética do local. 
 
 
 
Figura 21 - Perspetiva do patamar superior 
 
Figura 23 - Perspetiva da sala de espera Figura 24 - Perspetiva inferior das escadas 
Figura 22 - Perspetiva do topo das escadas 
Figura 19 - Perspetiva foto realista do esboço 3D 
Figura 20 - Perspetiva lateral superior 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
39 
4. Fabricação Aditiva 
Devido ao facto de não ser possível a realização da impressão 3D do modelo, decidimos 
abordar este tema de forma a ser possível complementar essa situação. Com isto, decidimos 
realizar duas preparações distintas para a impressão 3D do nosso esboço, podendo este ser 
visualizado na figura 9. Uma abordagem que consiste na separação dos seus constituintes e uma 
impressão total, ou seja, realizada apenas com uma impressão. Para esta simulação utilizamos 
o software CURA Ultimaker. Todas as seguintes simulações vão de acordo com a impressora 
presente no DEM do ISEP. Iremos referir em ambos os aspetos e parâmetros que consideramos 
mais importantes, sendo estes a espessura do fio do material a depositar, a escala da impressão, 
o tempo necessário e a quantidade de material depositado, relacionando assim com os custos 
associados. Uma consideração importante é o facto do material escolhido ser um PLA. 
Inicialmente realizou-se a preparação do modelo em diferentes partes. Com isto, 
dividimos o esboço em 6 partes distintas representadas nas seguintes imagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 25 - Pré-visualização da base do esboço 
Figura 26 - Pré-visualização do piso intermédio do esboço 
Figura 27 - Pré-visualização do piso superior do esboço 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A preparação em diferentes partes permite a escolha de diferentes parâmetros 
dependendo das características e das necessidades para uma perfeita modelação e impressão. 
Nesta abordagem foi permitido utilizar diferentes espessuras de fio pois algumas das partes 
possuem secção mais espessas e com menos necessidade de um fio de menor espessura. Com 
isto, nos componentes das figuras 25, 26 e 27 foi utilizado um fio com espessura de 0,2 mm e 
Figura 28 - Pré-visualização da lateral do esboço 
Figura 29 - Pré-visualização da plataforma de suporte das escadas rolantes 
Figura 30 - Pré-visualização das escadas rolantes 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
41 
nos restantes utilizou-se um fio de 0,3 mm (figuras 28, 29 e 30). Para a escala considerada de 
1:80 podemos obter informações importantes no que diz respeito ao tempo de impressão e de 
material consumido. O total de tempo necessário para a impressão das seis peças seria de 
19 horas e 50 minutos, consumindo um total de 297 gramas e 99,35 metros de PLA. 
 A segunda abordagem realizada foi a impressão em bruto do esboço como mostram as 
seguintes figuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a preparaçãodo protótipo do esboço completo foi escolhida uma espessura de fio 
de 0,2 mm. Esta espessura permite a impressão das zonas de menor secção sem existirem 
problemas ou deformações. Analisando ambas as figuras, sendo esta a posição mais eficiente 
para a impressão 3D, verificamos a necessidade da colocação de suportes identificados pela cor 
vermelha na figura 31 estando depois visíveis na figura 32 entre os pisos. Considerando uma 
escala de 1:80, tal como na primeira abordagem, obtivemos um tempo total de impressão de 
1 dia, 10 horas e 22 minutos, consumindo um total de 315 gramas e 105,57 metros de PLA. 
 Comparando ambos os processos deparamo-nos com uma grande discrepância no 
tempo total de impressão uma vez que o segundo processo demora cerca de 11 horas a mais 
que o primeiro. Tal pode ser explicado devido à diferença de complexidade entre ambos. Apesar 
de o produto final ser o mesmo, o facto de ser dividido em diferentes peças permite uma menor 
complexidade de cada uma em comparação com o esboço total, contribuindo bastante para a 
diminuição do tempo total. Em termos de material consumido e custos não existem grande 
Figura 31 - Pré-visualização do esboço em 
bruto sem suportes 
Figura 32 - Pré-visualização do esboço em 
bruto com suportes 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
42 
diferenças. Apesar do segundo processo consumir mais PLA devido aos grande suportes 
referidos anteriormente, apenas consome mais 18 gramas e 6 metros de material. Em termos 
de custos, uma bobina de PLA com 1 kg tem um custo de cerca de 20€. Com isto, podemos 
concluir que o custo do primeiro processo é de aproximadamente 6€ e o custo da segunda 
abordagem é de 6,30€. 
Não sendo uma diferença significativa no que toca ao preço e, apesar da primeira solução 
ter a necessidade de realizar a colagem das diferentes partes, concluímos que seria mais 
apropriada devido ao tempo reduzido em comparação com o segundo caso. 
Tabela 11 - Resumo dos parâmetros das impressões 3D 
Parâmetros Impressão em partes Impressão em bruto 
Escala 1:80 1:80 
Espessura do filamento 0,2 e 0,3 mm 0,2 mm 
Peso do protótipo 297 g 315 g 
Metros consumidos 99,35 m 105,57 m 
Tempo total 19 horas e 50 minutos 1 dia, 10 horas e 22 minutos 
Custo 6,00€ 6,30€ 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
43 
5. Outros trabalhos desenvolvidos/ visitas a empresas/ palestras 
 
5.1 Seminário de fabricação aditiva 
O fabrico aditivo é um processo que sofreu uma grande evolução nos últimos anos e na 
atualidade é utilizado, em conjunto, com outros processos tradicionais. Um exemplo dessa 
combinação de processos é a BMW que fabricou o chassi da Moto BMW S1000RR através de 
impressão 3D, tendo trazido várias vantagens, sendo o mais notório e importante ao nível do 
peso, já que é um veículo de competição. Existem diversos tipos de impressão 3D, mas o foco 
desta síntese será no FDM (Fused Deposition Modelling) que é uma opção barata para fabricar 
rapidamente e com um custo baixo um protótipo. 
Antes da impressão de uma peça temos de preparar o modelo através de um software 
adequado e tomar conhecimento de limitações e problemas que possam causar a impressão da 
peça defeituosa. Na realização de “pontes” é necessário o uso de suportes para evitar a flacidez 
do fluído. A não utilização de suportes podem resultar na deformação da ponte por causa de o 
filamento não ter nenhum apoio. Na realização de “saliências” encontramos o mesmo problema 
e é necessário o uso de suportes pela mesma razão. Quanto maior o comprimento da saliência, 
mais notória é a sua deformação. Por vezes não é possível modelar cantos perfeitos, pelo razão 
da cabeça de impressão ser circular. Na impressão de pinos temos de ter atenção ao seu 
diâmetro, pois em diâmetros grandes (>5mm) a rigidez é elevada, porém, em diâmetros 
pequenos (<5mm) a rigidez é baixa e pode acontecer a deformação do pino devido a esta mesma 
razão. É possível que na realização de furos verticais o diâmetro seja inferior ao desejado e este 
defeito acontece maioritariamente em furos de pequenos diâmetros. Deve-se ao facto de a 
sobreposição de camadas resultar na compressão das camadas inferiores. 
Na verificação do modelo no CAD é necessário analisar as dimensões da peça 
selecionando uma escala para que seja possível imprimir a peça nos limites impostos pela 
impressora. É necessário construir suportes para evitar defeitos que a peça possa ter, como foi 
falado no parágrafo anterior. Por fim definir a espessura das camadas. Uma espessura de 
camada menor resultará num protótipo final de maior qualidade, porém o tempo de impressão 
é bastante superior em relação à realização de uma peça com o dobro da espessura de camada, 
por exemplo. Muitas vezes decompõem-se o modelo em várias partes para otimizar a 
impressão. A utilização desta técnica resulta numa menor utilização de camadas e elimina a 
necessidade de suportes em algumas situações, o que irá reduzir o gasto de material. No final é 
necessário colar as diversas partes. 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
44 
Após esta verificação exporta-se o modelo do CAD em STL onde é necessário definir uma 
resolução de exportação que afeta a geometria da peça. De seguida prepara-se o modelo num 
software de fatiamento onde podemos pré-visualizar a impressão , permite posicionar e escalar 
a peça e visualizar as alturas de corte em 3D e em 2D. Com este software podemos analisar a 
peça com mais detalhe o que diminui gastos porque pode evitar a impressão de uma peça que 
iria ter problemas, tornando possível a correção do modelo de modo a serem evitados. (Pinho, 
2020) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
45 
5.2 Patentes 
Invenção e os seus requisitos 
Uma invenção é uma solução com o intuito de resolver um problema técnico já 
existente, podendo ser aplicada em diversas áreas. 
Apesar de grande parte dos objetos manuseados no dia-a-dia e matérias abordadas em 
diversos planos de estudos poderem ser consideradas invenções existem regras para o registo 
de patentes. Com isto, não são consideradas invenções: (INPI, 2012/2013) 
• Descobertas históricas, teorias científicas e estudos matemáticos; 
• Todas os materiais e substâncias presentes na natureza no seu estado puro; 
• Criações estéticas; 
• Softwares e programas de computador; 
• Projeto e métodos de estudo em aplicações do cariz económico; 
• Métodos de diagnóstico, de tratamento cirúrgico ou terapêutico que possam ser 
aplicados no corpo humano ou animal. 
Patente 
De acordo com o INPI, uma patente é um direito particular que se obtém sobre 
invenções e novas criações. Podemos afirmar que uma patente consiste num contrato entre o 
estado e a empresa ou pessoas que pretende registá-la. Depois da formalização deste contrato, 
o titular da patente possui exclusividade na produção e comercialização do seu produto, com a 
condição de este ser divulgado publicamente. (INPI, Justiça Gov, 2020) 
 
Restrições no registo de patentes 
 Apesar de algumas invenções verificarem os aspetos referidos acima, existem mais a 
considerar no que toca ao regime legal do registo de patentes. Com isto, não podem ser 
registadas em patente: 
• Invenções que violem as normas de saúde pública e de ordem pública; 
• Variedades vegetais ou raças animais que possam ser obtidas através de processos 
químicos e biológicos; 
• Invenções que não apresentem avanços quer tecnológicos quer práticos em 
comparação com outra idêntica já registada; 
• Criações que não possuam utilidade para aplicação industrial. 
 
 
ANTEPROJECTO 2019/2020 TEMA: ESCADAS ROLANTES 
46 
Formas de proteger uma invenção 
 Existem quatro formas de proteger uma invenção: a patente de invenção; o modelo de 
utilidade; o pedido provisório de patente e o certificado complementar de proteção. Apesarde 
existirem quatro alternativas na proteção de uma invenção, as mais utilizadas são a patente de 
invenção e o modelo de utilidade. Com isto, iremos apresentar as condições e requisitos para 
ambas. 
 A patente de invenção é a que garante uma proteção mais extensa pois protege contra 
o fabrico, a oferta, o armazenamento, a introdução no comércio e utilizações inadequadas de 
um determinado produto. Para se conseguir esta forma de proteção, as invenções têm de 
cumprir três requisitos: não podem ser do conhecimento público; necessitam de possuir algum 
desenvolvimento tecnológico e têm de ser versáteis, ou seja, a invenção poder ser aplicada a 
qualquer tipo de indústria. Apesar da patente de invenção garantir uma proteção máxima de 20 
anos, alguns destes requisitos são difíceis de cumprir e por isso, na maioria das ocasiões, opta-
se por recorrer ao modelo de utilidade. 
 O modelo de utilidade garante a proteção de uma invenção através de um procedimento 
administrativo mais simplificado e, por conseguinte, mais rápido que o das patentes. Existem 
duas formas de requerer um modelo de utilidade: o pedido com exame e o pedido sem exame. 
De forma explanada, o modelo de utilidade, em relação às restantes formas de proteção de 
invenções, tem a grande vantagem de o requerente conseguir pagar a taxa de pedido para obter 
um modelo de utilidade e retardar o pagamento da taxa de exame. Em suma, o requerente pode 
obter proteção para a sua invenção sem a submeter a um exame rigoroso de aprovação da 
mesma. Por esta razão, é a forma mais acessível e menos dispendiosa de obter uma proteção. 
Esta simplificação de processos possui algumas desvantagens em relação à patente de invenção, 
por exemplo, o modelo de utilidade não visa invenções sobre processos e substâncias químicas 
ou farmacêuticas, assim como de matéria biológica. O outro ponto negativo é o facto de o 
modelo de utilidade não examinado poder ser examinado a qualquer altura, sendo que este 
exame pode ser requerido pelo titular do modelo, pela entidade reguladora ou qualquer outra 
pessoa interessada na sua verificação. O modelo de utilidade possui uma validade máxima de 
10 anos. (INPI, Justiça Gov, 2020) 
 Uma informação de salientar é o facto de no mesmo requerimento para pedido de 
proteção não ser possível pedir um conjunto de proteções como, por exemplo, agregar uma 
patente de invenção e um modelo de utilidade para uma mesma invenção. Importa também 
referir que um conjunto de invenções ligadas entre si são consideradas apenas uma única 
criação. 
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 Para o pedido de uma patente ou modelo de utilidade é necessário um conjunto de 
documentos e requisitos. Com isto, é imprescindível os seguintes elementos: (Tecminho, 2020) 
• Formulário de pedido para patente ou modelo de utilidade; 
• Explicitação do que é considerado novo e uma caracterização da criação; 
• Exposição com detalhe do objeto de invenção; 
• Todos os desenhos e imagens necessárias para uma perfeita compreensão; 
• Resumo da invenção; 
• Figura principal para inserção no boletim de propriedade industrial; 
• Título para a invenção; 
• Dados do inventor e do requerente (caso sejam pessoas diferentes são necessárias 
informações de ambas); 
• Pagamento das taxas de pedido. 
Como era de esperar, obter uma patente implica custos. Os custos a considerar são os 
custos do pedido de registo de patente e os custos associadas à sua manutenção. No que toca 
aos custos do pedido variam em função de diversas variáveis e do tipo de patente requerida. Os 
tipos de pedido podem ser: 
• Patentes de invenção nacional; 
• Modelos de utilidade; 
• Pedidos provisórios de patente; 
• Certificados complementares de proteção; 
• Topografias de produtos semicondutores. 
Os custos para estes 5 tipos de pedido variam dependendo da complexidade do 
processo de aprovação e de outras variantes. Os custos de manutenção são mais simples e são 
iguais para todas as formas de proteção. Nos 4 primeiros anos da proteção não é necessário 
nenhum pagamento de manutenção pois estão incluídos na taxa de pedido. A partir do 5º ano, 
inclusive, é necessário um pagamento anual para manutenção da proteção. (INPI, Justiça Gov, 
2020) 
 
 
 
 
 
 
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Pedido de proteção no estrangeiro 
 As proteções de invenção atribuída pelo INPI apenas são válidas em Portugal. Para 
conseguir uma proteção no estrangeiro é necessário realizar um dos três passos seguintes: (INPI, 
Justiça Gov, 2020) 
• Realizar um pedido de patente de invenção ou modelo de utilidade no país onde 
pretender proteção; 
• Realizar um pedido de patente europeia, efetuado diretamente no EPO; 
• Realizar um pedido de patente internacional, efetuado diretamente no WIPO. 
 
European Patent Office 
 O European Patent Office é a instituição reguladora de patentes a nível europeu. A sua 
atividade profissional foca-se no estudo e verificação de requerimentos de patentes a nível 
europeu. Possui uma base de dados com todas as patentes de invenções registadas desde 1782, 
podendo esta ser consultada a qualquer altura por quem assim o pretender. Sendo uma 
entidade reguladora necessita de uma certificação que lhe conceda e garanta a qualidade do 
seu serviço. Com isto, a EPO está certificada pela norma internacional da qualidade, a ISO 9001. 
A sua qualidade europeia e inclusive internacional permite possuir uma academia de formação 
de matérias relacionadas com patentes. Esta formação pode ser frequentada por qualquer 
pessoa que esteja interessa, tal como advogados, juízes, examinadores de patentes, 
engenheiros, entre outros. Neste curso formativo são lecionados todos os aspetos importantes 
que permitam, futuramente, uma análise correta de todas as questões relacionadas com 
criação, aprovação e manutenção de patentes. (EPO, 2020) 
 Apesar de ser a principal agência europeia, apenas pode focar as suas operações a nível 
europeu. Com isto, existem instituições dispersas por todo o mundo sendo que a principal é a 
WIPO. 
 
World Intellectual Property Organization 
 A World Intellectual Property Organization é a instituição responsável a nível mundial 
por prestar todos os serviços jurídicos, políticos, informativos relacionados com registo de 
patentes, assim como cooperar com todas as agências existentes como a EPO. Esta cooperação 
é garantida em 193 estados membros espalhados por todo o mundo, sendo que a WIPO é uma 
agência fundada pela Organização das Nações Unidas. 
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 A WIPO possui diversos programas focados na regulação de patentes sendo que o 
principal é o Patent Cooperation Treaty. O PCT garante o auxílio a todos os requerentes que 
pretendam uma proteção internacional da sua invenção, a todas as entidades reguladoras na 
tomada de decisões de aprovação de patentes e facilita o acesso a todos os interessados à sua 
base de dados, fornecendo assim todas as informações relativas a uma determinada patente. 
Apesar de ser um programa bastante completo, a principal vantagem para os requerentes de 
patenteação é o facto de, caso a submeta através do PCT, poder requerer proteção em 
determinados países à sua escolha. (WIPO, 2020) 
 Tal como a EPO, a WIPO possui uma academia de formação, tendo esta maior 
reconhecimento internacional. A academia foi fundada em 1998 devido à grande necessidade 
de conhecimentos e habilitação em todas as matérias relacionadas com a Propriedade 
Intelectual. A academia possui uma diversidade de cursos dependendo do público-alvo. Com 
isto podemos subdividir o público-alvo e os conhecimentos que necessitam de adquirir. 
• Estudantes de áreas como engenharia, direito, entre outros, podem obter os 
conhecimentos necessários para uma melhor compreensão do sistema de propriedade 
intelectual; 
• Políticos e todos os cargos governamentais podem adquirir competências

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