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Análise Fílmica Didática Sobre o Longa "Enola Holmes"

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Filmizinho Sessão da Tarde, né:
Como um grande fã do mistério, suspense, thrillers, histórias de investigações e histórias policiais (estando esses dentre meus gêneros favoritos, tanto do cinema, quanto da literatura) já li vários dos livros do mestre Sir Arthur Conan Doyle, aprecio muito as histórias do grandiosíssimo Sherlock Holmes, um dos, se não o maior, detetive da ficção (além disso, já vi e revi todos os filmes de investigação que você pode imaginar). Portanto eu tenho uma certa bagagem com tal gênero, conheço vários métodos investigativos que são amplamente utilizados em tais histórias e também sei como, assim como os mágicos, os autores e realizadores tiram nosso foco de coisas óbvias que serão utilizadas na resolução da história e nos fazem focar em aspectos e pistas não tão congruentes e importantes assim. Enfim, só disse isso para mostrar que conheço e amo o gênero da investigação, então você deve imaginar minha surpresa ao saber do lançamento de um filme sobre uma irmã fictícia do Sherlock criada em uma fanfic que gerou diversos processos para a locadora vermelha.
O longa muda várias coisas das histórias escritas por Conan Doyle (só a existência da Enola já prova isso) como a relação do Lestrade com o Sherlock, a fama imensa do Sherlock, as aparências tanto do Sherlock como do seu (real) irmão, Mycroft, entre outros (como sou fã chato, não gostei dessas mudanças).
As coisas ruins podiam ficar só nessas mudanças né, mas infelizmente fizeram uma coisa ridícula e imoral nessa história....
Tá, no começo o longa da uma avançada na história da mãe sumida, até que no início do segundo ato, aquele moleque lá (cujo qual nem vale a pena citar o nome) aparece, nos poucos minutos da interação da 11 com ele já dá pra saber que um interesse romântico irá surgir (o que, na minha opinião, nesse caso, vai contra as pautas e a estética feminista e independente adotadas pelo longa). Logo quando o garoto sai de cena já dá pra perceber que sua trama (VALE LEMBRAR QUE A TRAMA DELE É SECUNDÁRIA!!!!!!) logo, logo será novamente abordada (imaginamos que os caminhos dos dois irão se cruzar magicamente pelo destino, é claro).
Depois a história da mãe avança (bem pouco), até o encontro do assassino e da Enola, a partir dai POR ALGUM MOTIVO OS REALIZADORES ACHARAM UMA BOA IDÉIA DEIXAR A F*CKING TRAMA PRINCIPAL TOTALMENTE DE LADO PRA FOCAR NA M*RDA DA TRAMA CHATA, DESINTERESSANTE E DESNECESSÁRIA DAQUELE BURGUÊS SAFADO. Nesse ponto, sabe Deus porquê, a trama secundária vira a principal e a principal vira a secundária, ou melhor, é esquecida por completo e é magicamente resolvida nos últimos 15 minutos do longa (o pior é que não são nem eles que encontram a mãe, é a F*CKING MÃE QUE ENCONTRA ELES, MDS Q ÓDIO DISSO CARA)
Um adendo, alguns podem achar a trama do burguês safado necessária pois ela passa a mensagem da luta por igualdade e da luta contra o preconceito de gênero e como algumas pessoas estão confortáveis demais com seus privilégios que repudiam e condenam tais atos de resistência, assim cara, a trama da mãe fala, literalmente, a mesma coisa, tornando a trama do burguês safado totalmente desnecesária e repetitiva.
Tem também alguns erros bobos no longa (principalmente na montagem), como por exemplo a cena que o QG explode, em uma cena temos a Millie tacando fogo na pólvora e a explodindo, logo após corta pra ela do lado de fora com o galpão já pegando fogo e explodindo no fundo, custava mostrar a fuga da 11 e o fogo começando a consumir o galpão?? Sério, seriam, no máximo, 10 segundos a mais que agregariam muito valor a cena como um todo.
Enfim, leiam os livros do Conan Doyle, vocês vão aprender mais e vão se divertir mais, além de apreciarem uma obra realmente MARAVILHOSA (isso se aplica a todos os livros do Sherlock {obviamente me refiro aos escritos pelo Conan Doyle, né}).
Sei que a maioria das críticas negativas do longa se deve a sua trama que trás mais protagonismo às mulheres e que estende descaradamente (entenda essa última palavra como um elogio) a bandeira feminista, mas eu não posso ser desonesto comigo mesmo e ignorar essas falhas e erros que eu citei e dar uma nota alta pra esse longa.
Pelo menos eles não se beijam né.
- Por Ruan Souza

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