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modulo3_ap1_lesoes_brancas_20200327

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3
Curso EAD
Estomatologia
Introdução
As lesões brancas da mucosa bucal são observadas frequentemente na rotina clínica do 
cirurgião-dentista. Essas lesões surgem em decorrência de alterações no processo de renovação 
do epitélio (aumento da espessura de ceratina ou do tecido epitelial como um todo) e/ou da 
condensação de fibras do tecido conjuntivo, as quais tornam a vascularização da mucosa menos 
perceptível clinicamente.
Este material se propõe a apresentar um roteiro de raciocínio diagnóstico voltado para as 
principais manchas e placas brancas, as quais apresentam etiologia e natureza diversa. Este grupo 
de lesões envolve desde lesões reacionais frente ao trauma (ceratose friccional), lesões auto-imunes 
(líquen plano) até lesões com potencial de transformação maligna (leucoplasia e queilite actínica) e, 
em um número menor de casos, o câncer bucal (carcinoma espinocelular).
A proposta deste curso é oferecer ferramentas para facilitar o diagnóstico diferencial 
entre estas lesões. Esse desafio exige a realização de manobras clínicas, análise da distribuição e 
característica clínica das lesões, consideração a respeito da presença de fatores irritativos. 
No sentido amplo, a expressão “lesões brancas” incluiria algumas lesões papulares/nodulares 
como o papiloma, as quais não serão abordadas neste capítulo pois, embora brancas, pertencem ao 
capítulo “Lesões nodulares” por representarem um crescimento tecidual. 
Retomando a orientação geral passada no capítulo 1, o primeiro passo é definir:
Passo 1. Será que essa área branca não é uma variação do padrão de 
normalidade? 
Neste sentido, as hipóteses de linha alba (Figura 1) e leucoedema (Figura 2) devem ser 
descartadas antes de avançarmos no nosso raciocínio e considerarmos que se trata mesmo de uma 
lesão, e, portanto, uma situação que merece uma atenção maior.
Figura 1. O leucoedema (A e B, 
à esquerda) se caracteriza como 
uma área branca/acinzentada de 
limites pouco nítidos localizada 
na mucosa jugal. É comum ser 
bilateral e frequentemente 
desaparece quando a mucosa 
é tracionada (conforme 
demonstrado na figura B). A 
linha alba (C e D) é uma estria 
(placa de apresentação linear) 
branca única, mais ou menos 
pronunciada, que aparece 
na mucosa bucal na linha de 
oclusão, ou seja, onde dentes 
superiores e inferiores entram 
em contato.
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Curso EAD
Estomatologia
Antes de começar: 
Quais são as possíveis causas de uma lesão branca na boca? Quais diferentes doenças que 
as lesões brancas podem representar?
Na Tabela 1 são listadas as principais lesões brancas que acometem a boca, destacando as 
suas diferentes naturezas e, consequentemente, maior ou menor morbidade. Existem outras lesões 
brancas, não abordadas aqui por serem menos comuns. É importante saber diferenciar as lesões que 
apresentam risco de transformação maligna (lesões ou desordens potencialmente malignas) ou que 
já são um tumor maligno (carcinoma espinocelular), daquelas de natureza benigna e representam 
doenças menos preocupantes. Um dos principais objetivos do curso é aumentar a capacidade de 
você distinguir essas diferentes situações.
BENIGNAS POTENCIALMENTE 
MALIGNAS
MALIGNAS
Reacionais
- Mordiscamento crônico (morsica-
tio) 
- Ceratose friccional 
- Estomatite nicotínica
Geneticamente determinadas
- Nevo branco esponjoso
Infecciosas
- Candidíase pseudomembranosa
- Candidíase hiperplásica crônica 
- Sífilis secundária 
- Leucoplasia pilosa
 - Queilite actínica
 - Leucoplasia
 - Líquen plano
- Carcinoma espinocelular
Após descartar as variações do padrão de normalidade (leucoedema e linha alba), fica esta-
belecido que a área branca deve ser interpretada como uma lesão. Para definirmos o diagnóstico, 
existe uma linha de raciocínio e manobras que devem ser seguidas (Figura 2).
Passo 2. A lesão branca é removida por raspagem?
Passar uma gaze ou espátula de madeira sobre a lesão é uma manobra simples e que pode 
auxiliar bastante no processo diagnóstico. Se houver destacamento da área branca, definimos que 
se trata de uma QUEIMADURA ou CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA*. O diagnóstico de 
queimadura é confirmado a partir da anamnese. A queimadura térmica é prontamente confirmada 
pelo paciente ao relatar o episódio em que houve o contato com alimento ou bebida quente. A 
queimadura química pode ser causada por substâncias colocada sobre dentes com cárie que 
apresentam dor, medida tomada por alguns pacientes em busca do alívio da dor de origem pulpar.
Tabela 1. Principais lesões brancas da boca.
5
Curso EAD
Estomatologia
A candidíase é uma infecção fúngica oportunista, geralmente associada ao fungo Candida 
albicans, um microrganismo que está presente na boca da maioria da população. A instalação da 
doença depende de um desequilíbrio no meio bucal. Geralmente um ou mais fatores predisponentes 
podem ser identificados (Tabela 2). 
FATORES SISTÊMICOS FATORES LOCAIS
> Fatores fisiológicos
 Infância, idade avançada
> Desordens endócrinas
 Diabetes mellitus, hipotireoidismo
> Fatores nutricionais
 Deficiência de ferro, folato e/ou vitamina B12
> Discrasias sanguíneas e tumores malignos
 Leucemia aguda, agranulocitose
> Deficiências imunológicas, imunossupressão
 AIDS, aplasia do timo
> Xerostomia
 Síndrome de Sjögren, radioterapia, Medicamentos
> Medicamentos
 Antiobióticos de amplo espectro, corticosteroides 
(inalatórios ou orais)
> Próteses removíveis
 Trauma, dormir com as próteses, higiene deficiente
> Fumo 
Do ponto de vista clínico, a doença pode se manifestar de diferentes formas. A candidíase 
pseudomembranosa é apenas uma das apresentações clínicas. Outras formas incluem candidíase 
eritematosa, candidíase atrófica crônica, glossite romboidal mediana que se caracterizam como 
áreas vermelhas e serão abordadas no módulo de lesões erosivas. Uma outra forma, incomum, é a 
candidíase crônica hipertrófica, que se geralmente se apresenta como placas brancas de distribuição 
bilateral em região de retrocomissura. Essa lesão será abordada mais a frente nesse módulo quando 
chegarmos em lesões brancas não removíveis a raspagem e que apresentam distribuição múltipla 
(multifocal). 
Na maior parte dos casos, o tratamento da candidíase se baseia no uso de antifúngicos. 
Parece haver uma associação da forma pseudomembranosa com imunossupressão, justificando 
uma investigação sistêmica do paciente. Independentemente disso, os fatores predisponentes 
mencionados acima devem ser identificados e corrigidos (quando possível), para evitar insucesso 
no tratamento e persistência da doença. Tendo em vista a frequência e importância do assunto, será 
disponibilizado um material suplementar especificamente sobre tratamento ao final deste módulo.
Passo 3. Analisando as lesões segundo suas características clínicas
Trata-se de lesão única (focal) ou múltiplas (várias)? Há fator irritativo/traumático envolvido?
 Caso não haja desprendimento da área branca após a raspagem, as hipóteses acima são 
descartadas e o passo seguinte é analisar as características clínicas da lesão, definindo se a mesma 
é única (focal) ou múltipla, ou seja, se várias lesões brancas são vistas na boca.
Lesões únicas e focais
Placas ou manchas brancas de apresentação única ou isolada, com superfície irregular e 
espessura variável podem ser provocadas por fatores irritativos como dentes quebrados, grampos 
de prótese, ou atrito da base de uma prótese removível sobre o rebordo. As áreas brancas resultam do 
aumento da produção de ceratina como uma reação e a lesão é chamada CERATOSE FRICCIONAL. 
Outra possibilidade é o MORDISCAMENTO CRÔNICO DA MUCOSA (morsicatio), situação 
em que o paciente fica mordendo a mucosa como um hábito parafuncional ou devido a distúrbio 
Tabela 2. Fatores predisponentes para candidíase bucal.
6
Curso EAD
Estomatologia
psiquiátrico. Estes diagnósticos são confirmados quando a lesão desaparece após remoção do fator 
causador, o que pode levar até 4-6 semanas e ambas são consideradas lesões benignas. Caso não 
haja fator irritativoenvolvido, a hipótese é de LEUCOPLASIA, lesão potencialmente maligna que 
deve ser submetida à biópsia parcial para permitir uma análise mais detalhada. Dependendo do 
resultado do exame histopatológico, define-se a conduta. Lesões que não apresentarem displasia 
epitelial, não necessitam remoção total obrigatoriamente. Para lesões com displasia epitelial, 
recomenda-se remoção total. O paciente deve ser acompanhado independentemente do resultado 
do exame histopatológico, tendo a lesão sido removida por completo ou não. Indica-se revisões 
a cada 3 meses para pacientes que apresentaram displasia epitelial e a cada 6 meses em casos 
onde não observou-se displasia epitelial. Uma medida importante é orientar o paciente a respeito 
da necessidade de deixar de se expor aos fatores de risco fumo e álcool, os quais aumentam a 
chance de a lesão progredir para um tumor maligno. Não podemos esquecer que alguns casos de 
lesões com aspecto clínico de leucoplasia podem, na verdade, ser carcinomas espinocelulares em 
estágio inicial, reforçando a importância de o cirurgião-dentista estar capacitado à identificação e 
diagnóstico dessas lesões.
Lesões únicas e difusas
 O grupo de lesões que recobrem uma área maior de mucosa, as quais são definidas como 
difusas, definem um grupo restrito de lesões.
- Localizada no lábio? 
A QUEILITE ACTÍNICA é uma lesão com risco de transformação maligna, ou seja 
potencialmente maligna. Sua aparência clínica é típica, sendo caracterizada como a perda de nitidez 
do limite entre pele e mucosas do vermelhão do lábio associada ou não a áreas acastanhadas devido 
à exposição crônica à radiação UV (radiação solar). Áreas vermelhas (erosivas), descamativas, 
ulceradas e de placas brancas podem ser observadas, representam agravamento das lesões 
e, se persistentes ao tratamento conservador (Hipoglós, bepantol, filtro solar labial), devem 
ser biopsiadas. A presença de áreas ulceradas podem indicar transformação em carcinoma 
espinocelular, especialmente se houver borda elevada ou áreas endurecidas, sendo outra situação 
passível de realização de biópsia para descartar esse hipótese ou, pelo menos, fazer o diagnóstico o 
mais precocemente possível.
- Localizada no palato? 
A outra lesão branca, única e difusa é a ESTOMATITE NICOTÍNICA, área branca com 
ponto avermelhados observada no palato. Resulta do calor crônico do provocado pelo tabaco ou 
por alguma bebida quente que é consumida com regularidade (café, chá, chimarrão). Essa lesão é 
considerada benigna, não oferecendo risco de malignização.
- Foram descartadas as hipóteses mencionadas acima? 
Por fim, deve-se considerar a possibilidade de tratar-se de LEUCOPLASIA, importante lesão 
potencialmente maligna já citada anteriormente neste material e que pode afetar qualquer região 
da boca e se apresentar também de forma difusa, recobrindo uma área extensa da mucosa.
Lesões múltiplas
 O último grupo de lesões é bastante diverso. Muitas vezes o diagnóstico diferencial entre 
essas lesões pode ser difícil. 
 
7
Curso EAD
Estomatologia
 - Existem fatores irritativos envolvidos?
Mais uma vez, deve-se considerar que fatores irritativos podem estar envolvidos. O trauma de 
mastigação sobre mais de uma região do rebordo alveolar edêndulo é possível. O mesmo raciocínio 
vale pelo mordiscamento intencional, que é bilateral em muitos casos. Dessa forma, dependendo do 
que for observado em boca e do que o paciente relatar na anamnese, as hipóteses de CERATOSE 
FRICCIONAL e MORDISCAMENTO CRÔNICO podem ser consideradas
 - Mais pessoas da família apresentam a lesão? Iniciou na infância ou adolescência? 
O NEVO BRANCO ESPONJOSO é uma genodermatose (doença dos tecidos de revestimento 
determinada geneticamente). É uma doença rara, que tem início na infância ou adolescência e afeta 
mais de uma pessoal na família. 
 - Observa-se linhas ou placas brancas com distribuição bilateral:
 (a) na borda da língua com aspecto de pelos? 
 A LEUCOPLASIA PILOSA é uma lesão de origem infecciosa causada pelo vírus Epstein-
Baar (EBV) em pacientes imunossuprimidos. Dentre as causas de imunossupressão, o HIV é uma 
das mais comuns. O aspecto clínico da lesão é típico, que varia de estrias brancas verticais isoladas 
até placas na borda da língua, bilaterais e com distribuição simétrica. Essas lesões não cedem à 
raspagem. É importante fazer o diagnóstico diferencial com líquen plano, o qual se caracteriza pela 
presença de lesões estriadas, placas, áreas erosivas e/ou úlceras em vários sítios bucais. No caso do 
líquen plano, a presença de lesões apenas na língua é improvável. Em geral, não há necessidade de 
tratamento específico, havendo regressão das lesões quando o quadro imunológico do paciente é 
estabilizado. Se o paciente apresentar desconforto, o tratamento com antifúngicos (aciclovir) pode 
ser recomendado. 
 (b) na região de retrocomissura? 
 A presença de placas brancas não removíveis por raspagem na região anterior da mucosa 
jugal (retrocomissura) com distribuição simétrica sugere o diagnóstico de CANDIDÍASE 
HIPERPLÁSICA CRÔNICA (também chamada candidíase leucoplásica). Essa lesão é controversa, 
pois alguns autores a consideram como uma forma incomum de candidíase (não removível a 
raspagem como a forma pseudomembranosa) enquanto outros acreditam que se trate de uma 
leucoplasia com infecção por Candida sobreposta. Algumas vezes as lesões desaparecem por 
completo após o tratamento antifúngico. Em outros casos, a remissão após o tratamento é parcial. 
Quando a lesão persiste, a biópsia está indicada, sendo frequente a presença de displasia epitelial. 
Caso haja displasia epitelial, está indicada a remoção completa da lesão. Independentemente disso, 
o paciente deve ser submetido a controle clínico periódico. 
 (c) na mucosa jugal? 
 A presença de lesões com essa descrição indica a possibilidade de LÍQUEN PLANO, uma 
doença mucocutânea, ou seja, que pode afetar a pele e mucosas de diferentes regiões da boca. 
Aparentemente, essa doença tem natureza autoimune e apresenta momentos de piora e melhora 
ao longo do tempo. O aspecto mais característico é de lesões estriadas de aspecto rendilhado 
na mucosa jugal de distribuição bilateral. Contudo, a presença de lesões em mucosa jugal não é 
obrigatória, podendo haver lesões brancas, erosivas e/ou ulceradas na língua, lábio, gengivas ou 
outros sítios bucais. Dificilmente se observa lesões em um único sítio. Um paciente com líquen 
dificilmente fica sem nenhuma lesão. Mesmo nas fases menos ativas da doença, lesões brancas 
(placas ou estrias) são encontradas em alguma parte da boca. Portanto, dificilmente um paciente 
com líquen plano fica sem alguma lesão. A biópsia parcial é indicada para confirmação do diagnóstico, 
8
Curso EAD
Estomatologia
a não ser que a apresentação clínica seja muito típica, ou seja, manifestação de estrias em mucosa 
jugal bilateral sem nenhuma outra manifestação em boca. A presença de lesões erosivas/ulceradas 
ou de agravamento dos sintomas (dor, ardência) são interpretadas como exacerbação da doença. 
Nesses momentos, tratamento com corticosteroides deve ser recomendado. Como esse tipo de 
tratamento tem efeitos adversos, a primeira escolha é pelo uso de medicamentos de ação tópica. 
Para casos em que não haja boa resposta frente ao uso de corticosteóides, os medicamentos de uso 
sistêmico podem ser utilizados. O uso destes medicamentos requer maior cuidado, pois o risco de 
efeitos adversos é maior. 
 Alguns pacientes apresentam lesões erosivas (vermelhas) exclusivamente nas gengivas, 
manifestação denominada gengivite descamativa. Essa manifestação não é especifica para o líquen 
plano (explicações adicionais serão dadas no módulo de lesões erosivas). Pode haver manifestações 
em pele, as quais se caracterizam como pápulas avermelhadas de aspecto poligonal que coçam e 
que afetam preferencialmente as superfícies flexoras dos braços ou das pernas. Unhas ou outras 
mucosas (p. ex.: nasal, genital) também podem ser afetadas. A identificação,diagnóstico, tratamento 
e acompanhamento dos pacientes é fortemente recomendável, pois alguns autores consideram 
que a doença apresenta potencial de malignização. A presença de áreas erosivas ou ulceradas que 
não desaparecem servem de alerta para a necessidade de realização de biópsia para descartar essa 
possibilidade.
 
 - O paciente apresenta sinais/sintomas sistêmicos?
Durante a anamnese, algumas informações podem sugerir que se trata de uma doença 
infecciosa. Se o paciente refere dor de garganta, febre, coceira na pele (particularmente nas costas), 
dor de cabeça, mal estar, dor muscular e apresenta placas múltiplas esbranquiçadas, deve-se pensar 
na possibilidade de SÍFILIS SECUNDÁRIA. As lesões bucais podem se apresentar como manchas 
vermelhas ou úlceras. Ao exame extrabucal, pode ser percebida linfadenopatia (presença de 
linfonodos palpáveis/ com aumento de volume) indolor. Além das lesões bucais, máculas vermelhas, 
especialmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, podem estar presentes. Essas lesões não 
apresentam sintomas e tendem a descamar deixando áreas acastanhadas. Em havendo a suspeita 
de sífilis, devem ser solicitados exames de sangue (hemograma, VDRL e FTA-ABS). O tratamento 
envolve o uso de penicilina e é prescrito pelo médico.
 - Se todas hipóteses anteriores descartadas...
 A hipótese é de LEUCOPLASIA. Quando se manifesta como lesões múltiplas, essa lesão 
costuma ter comportamento mais agressivo. Outros sinais que indicam maior agressividade são a 
localização em língua ou assoalho de boca, tamanho maior do que 2 cm no maior diâmetro (somando 
as lesões), aspecto clínico não homogêneo (misturar cor branca e vermelha ou ter superfície 
irregular) e presença de displasia epitelial ao exame microscópico. É essencial realizar biópsia e 
exame histopatológico, sendo a área de biópsia definida com base em critérios clínicos.
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Curso EAD
Estomatologia
Figura 2. Algoritmo para raciocínio diagnóstico frente à identificação de lesões brancas na mucosa bucal.
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Curso EAD
Estomatologia
Lesões removíveis por raspagem com espátula de madeira ou gaze
Lesão Definição e etiologia Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Candídiase 
Pseudomembranosa
 Infecção por fungos 
do tipo Cândida 
(Candida albicans).
Fator local ou 
sistêmico gera um 
desequilíbrio no meio 
bucal favorecendo 
o microrganismo 
(quadro 3).
Placas múltiplas 
brancas de contorno 
arredondado ou 
irregular, removíveis.
Indolores mas alguns 
casos mostram 
ardência. Palato, língua 
e mucosa jugal são 
os sítios bucais mais 
afetados.
O aspecto clínico e 
destacamento frente a 
raspagem confirmam 
o diagnóstico. É mais 
comum sobre próteses 
removíveis e costuma 
alternar áreas brancas 
com áreas vermelhas, 
que são regiões onde 
a pseudomembrana 
(placa branca) já 
desprendeu pelo 
trauma da mastigação.
Eliminar os fatores 
predisponentes.
Primeira escolha 
terapêutica são os 
antifúngicos tópicos 
(bochechos com nistatina 
e aplicação de miconazol 
gel). 
Em casos não responsivos 
à terapia tópica, justifica-
se uma investigação 
sistêmica mais detalhada 
e a prescrição de 
antifúngicos sistêmicos, 
usualmente o fluconazol. 
Queimadura Lesão térmica ou 
química, gerando 
necrose superficial da 
mucosa.
Manchas e placas 
brancas removíveis por 
raspagem.
Aspecto clínico 
associado à anamnese. 
O diagnóstico não 
costuma ser difícil, 
pois o paciente 
percebe o momento 
em que se queimou 
com alimento/bebida 
quente ou tem 
condições de confirmar 
que a alteração surgiu 
após o contato com 
agente químico.
Caso tenha sido um 
episódio pontual e 
involuntário (p ex. 
queimadura com um 
alimento quente), 
orientar o paciente 
a respeito da lesão. 
Além disso, o uso de 
antissépticos (colutórios 
sem álcool) pode ajudar 
a manter a ferida limpa 
favorecendo o reparo. A 
cicatrização vai acontecer 
espontaneamente. 
Dependendo dos 
sintomas relatados pelo 
paciente, podem ser 
prescritos analgésicos.
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Curso EAD
Estomatologia
Lesão Definição e 
etiologia
Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Ceratose
Friccional 
 Aumento da produção 
de ceratina no tecido 
epitelial que reveste 
a mucosa como 
uma reação frente a 
agentes traumáticos 
crônicos.
Causa: Fricção local 
causada por agente 
irritativo crônico como: 
aparelho ortodôntico, 
dentes fraturados, 
próteses removíveis, 
trauma de mastigação 
sobre rebordo 
edêntulo.
Mancha ou placa de 
coloração branca 
e homogênea, 
assintomática, 
superfície lisa ou 
rugosa.
Diagnóstico clínico, 
confirmado quando a 
lesão desaparece no 
período de até 4 semanas 
após a remoção do agente 
irritativo que a causou.
Identificação e remoção do 
agente causador quando 
se observa regressão em 
algumas semanas. Quando 
a remoção do agente 
causador não é possível, 
recomenda-se controle 
clínico periódico e pode-se 
considerar a possibilidade de 
fazer biópsia para descartar 
alterações mais graves 
como as observadas em 
leucoplasias.
Leucoplasia Lesão 
predominantemente 
branca, não removível 
a raspagem que 
não pode ser 
caracterizada clinica 
ou patologicamente 
como outra doença.
Maior parte dos casos 
associado ao fumo.
Manchas e/ou placas 
de coloração branca, 
únicas ou múltiplas, 
assintomáticas, 
principalmente em 
pacientes fumantes. 
Mais comuns em 
mucosa jugal, gengiva 
e vermelhão do lábio. 
Lesões em língua 
e assoalho bucal 
e de distribuição 
múltipla costumam 
ter comportamento 
mais agressivo. São 
classificadas como 
não homogêneas 
quando misturam 
áreas vermelhas ou 
quando apresentam 
superfície irregular. 
Esse subtipo costuma 
ter comportamento 
mais agressivo.
Diagnóstico é clínico 
e de exclusão, ou seja, 
devemos descartar as 
outras possibilidades 
antes de pensar neste 
diagnóstico. Realizar 
biópsia parcial para avaliar 
microscopicamente a 
lesão para observar se há 
displasia epitelial ou se 
já se trata de carcinoma 
espinocelular em estágio 
inicial.
Se a biópsia parcial indicar 
presença de displasia 
epitelial, o ideal é remover 
toda a lesão. Casos com 
alterações mais brandas 
(hiperceratose, hiperplasia 
e acantose) podem 
acompanhados. Todos 
os pacientes devem ser 
submetidos a controle 
clínico periódico devido 
ao risco de transformação 
maligna. Os intervalos entre 
as consultas variam de 3 
meses (casos com displasia) 
e 6 meses (sem displasia). 
É fundamental que os 
pacientes seja orientados 
a respeito da natureza 
potencialmente maligna da 
lesão e sobre a importância 
de suspenderem a exposição 
aos fatores de risco (fumo 
e álcool). Mudanças no 
tamanho, no aspecto 
superficial e na cor das 
lesões sugerem agravamento 
e/ou transformação maligna, 
indicando necessidade de 
nova biópsia.
Lesões brancas não removíveis por raspagem e com distribuição focal, localizada
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Curso EAD
Estomatologia
Lesão Definição e 
etiologia
Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Queilite 
Actinica ou 
Queilose
Solar
Alteração produzida 
pela exposição crônica 
à radiação ultravioleta 
(radiação solar). É uma 
lesão potencialmente 
maligna, ou seja, com 
chance de transformar 
em carcinoma 
espinocelular (câncer 
bucal)
Perda de nitidez no 
limite entre pele e 
vermelhão do lábio. A 
observação de placas, 
áreas descamativas, 
crostas, áreas erosivas 
(avermelhadas) indica 
casos mais graves, em 
que a biópsia parcial 
pode ser indicada para 
permitir a avaliação 
microscópica. Em 
alguns casos essas 
alterações indicam que 
houve transformação 
em carcinoma 
espinocelular.
O diagnóstico se baseia 
no aspecto clínico das 
lesões. A presença de 
úlceras pode indicar 
malignização
Nos casos de queilite 
actínica leve (sem placas, 
áreas erosivas ou de 
úlceras), os pacientes 
devem ser orientados a usar 
protetor labial com FPS 30 
diariamente para se proteger 
dos efeitos da radiação 
ultravioleta e usar chapéu de 
aba larga (especialmente os 
pacientes que tem ocupação 
em ambiente externo 
ou que se expõe ao sol 
diariamente). Essas medidasnão recuperam o contorno 
do lábio, mas podem evitar 
o agravamento das lesões. 
Em casos de queilite 
actínica mais grave, além 
do protetor e chapéu, o uso 
de dexpantenol (bepantol 
creme, 1 vez/dia, à noite) 
é indicado para recuperar 
a hidratação do lábio a 
partir da remoção das áreas 
descamativas. Caso não haja 
reversão, áreas de placas, 
erosões ou úlceras devem 
ser biopsiadas, pois podem 
representar um carcinoma 
espinocelular inicial. O 
paciente com queilite deve 
realizar revisões periódicas 
para avaliar se está havendo 
progressão/agravamento
Estomatite 
Nicotínica
Lesão branca associada 
ao calor produzido 
pelo fumo ou por outro 
alimento ou bebida 
quente.
Manchas e ou placas 
brancas de limites 
difusos com pontos 
avermelhados, os quais 
representam ductos 
de glândulas salivares 
menores inflamados 
como uma reação ao 
calor.
Clínico, ou seja, definido 
pelo aspecto visual das 
lesões. Quando as placas 
ou manchas de limites 
mais definidos e sem os 
pontos avermelhados 
são vistos, deve-se 
considerar o diagnóstico 
de LEUCOPLASIA
Apesar de o fumo ser o 
agente causador na maior 
parte dos casos, a lesão 
não apresenta risco de 
transformação maligna. 
Dessa forma, é considerada 
uma lesão benigna. 
O paciente deve ser 
orientado a respeito da 
presença e natureza benigna 
da lesão.
Lesões brancas não removíveis por raspagem, únicas, com distribuição difusa e 
tamanho maior 
13
Curso EAD
Estomatologia
Lesão Definição e 
etiologia
Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Leucoplasia Lesão 
predominantemente 
branca, não removível 
a raspagem que 
não pode ser 
caracterizada clinica 
ou patologicamente 
como outra doença. 
Maior parte dos casos 
associado ao fumo.
Manchas e/ou placas 
de coloração branca, 
únicas ou múltiplas, 
assintomáticas, 
principalmente em 
pacientes fumantes. 
Mais comuns em 
mucosa jugal, gengiva 
e vermelhão do lábio. 
Lesões em língua 
e assoalho bucal 
e de distribuição 
múltipla costumam 
ter comportamento 
mais agressivo. São 
classificadas como 
não homogêneas 
quando misturam 
áreas vermelhas ou 
quando apresentam 
superfície irregular. 
Esse subtipo costuma 
ter comportamento 
mais agressivo.
Clínico e de exclusão, ou 
seja, devemos descartar 
as outras hipóteses 
discutidas neste 
módulo antes de pensar 
neste diagnóstico. 
Realizar biópsia 
parcial para avaliar 
microscopicamente a 
lesão para observar se 
há displasia epitelial 
ou se já se trata de 
carcinoma espinocelular 
em estágio inicial. 
Se a biópsia parcial indicar 
presença de displasia 
epitelial, o ideal é remover 
toda a lesão. Casos com 
alterações mais brandas 
(hiperceratose, hiperplasia 
e acantose) podem 
acompanhados. Todos 
os pacientes devem ser 
submetidos a controle 
clínico periódico devido 
ao risco de transformação 
maligna. Os intervalos entre 
as consultas variam de 3 
meses (casos com displasia) 
e 6 meses (sem displasia). 
É fundamental que os 
pacientes seja orientados 
a respeito da natureza 
potencialmente maligna da 
lesão e sobre a importância 
de suspenderem a exposição 
aos fatores de risco (fumo 
e álcool). Mudanças no 
tamanho, no aspecto 
superficial e na cor das 
lesões sugerem agravamento 
e/ou transformação maligna, 
indicando necessidade de 
nova biópsia.
Lesões brancas não removíveis por raspagem, únicas, com distribuição difusa e 
tamanho maior 
14
Curso EAD
Estomatologia
Lesão Definição e 
etiologia
Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Ceratose 
Friccional
 Aumento da produção 
de ceratina no tecido 
epitelial que reveste 
a mucosa como 
uma reação frente a 
agentes traumáticos 
crônicos. Causa: 
Fricção local causada 
por agente irritativo 
crônico como: 
aparelho ortodôntico, 
dentes fraturados, 
próteses removíveis, 
trauma de mastigação 
sobre rebordo 
edêntulo.
Mancha ou placa de 
coloração branca 
e homogênea, 
assintomática, 
superfície lisa ou 
rugosa. 
Diagnóstico clínico, 
confirmado quando a 
lesão desaparece no 
período de até 4 semanas 
após a remoção do agente 
irritativo que a causou.
Identificação e remoção do 
agente causador quando 
se observa regressão em 
algumas semanas. Quando 
a remoção do agente 
causador não é possível, 
recomendase controle 
clínico periódico e pode-se 
considerar a possibilidade de 
fazer biópsia para descartar 
alterações mais graves 
como as observadas em 
leucoplasias.
Mastigação 
Crônica 
(Morsicatio)
Lesão benigna 
provocada pelo hábito 
de morder a mucosa.
Placas brancas de 
superfície irregular, 
associadas ou não 
a áreas de eritema, 
geralmente na 
mucosa jugal na 
linha de oclusão. 
Também pode ser 
vista na língua e no 
lábio. Podem ser 
únicas ou múltiplas, 
dependendo de 
como o paciente 
executa o hábito.
Anamnese e exame 
físico. Placas brancas 
mais ou menos espessas 
em áreas sujeitas ao 
mordiscamento justificam 
a pergunta ao paciente. 
Se o paciente confirma 
que se morde, a princípio 
considerase o diagnóstico 
como definitivo.
Orientação do paciente. 
Caso haja suspeita de que 
possa se tratar de outra 
doença (líquen plano, 
leucoplasia), pode-se realizar 
biópsia. Se for morsicatio, 
são observadas apenas 
alterações discretas como 
aumento da ceratinização 
(hiperceratose) e células 
vacuolizadas.
Nevo Branco 
Esponjoso
Doença genética 
rara que se manifesta 
na boca, sendo 
transmitida como um 
traço autossômico 
dominante.
Placas simétricas, 
difusas, espessas, 
corrugadas 
assintomáticas 
que se apresentam 
bilateralmente na 
mucosa jugal e que não 
saem à raspagem.
Anamnese e exame 
físico. As lesões estão 
presentes desde o 
nascimento ou surgem 
até a adolescência. Mais 
membros da família 
costumam estar afetados.
Não há necessidade de 
tratamento.
Lesões brancas não removíveis por raspagem, com distribuição múltipla
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Curso EAD
Estomatologia
Lesão Definição e 
etiologia
Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Candidíase 
Crônica 
Hiperplásica
Manifestação 
incomum da infecção 
pela Candida 
albicans. É uma lesão 
controversa. Alguns 
autores afirmam que 
é uma infecção por 
Candida sobre uma 
leucoplasia.
Placas brancas não 
removíveis por 
raspagem localizadas 
geralmente na região 
anterior da mucosa 
jugal (retrocomissura), 
apresentando-se 
bilateralmente.
O diagnóstico é 
sugerido pela presença 
de placas nesta 
localização específica 
(retrocomissura). A 
distinção de leucoplasia é 
difícil.
Tratamento com 
antifúngicos tópicos. Nem 
sempre há remissão total das 
lesões. Neste caso indicase 
biópsia parcial para avaliação 
das alterações microscópicas 
presentes e para descartar 
carcinoma espinocelular. 
Apesar disso, a lesão 
não é considerada como 
potencialmente maligna pela 
Organização Mundial de 
Saúde.
Sífilis 
Secundária
Manifestação da 
fase secundária da 
sífilis, geralmente 
geralmente precedida 
pelo estágio de cancro 
– sífilis primária, a qual 
se caracteriza pela 
presença de úlcera 
indolor única em 
genitais ou na boca.
Placas brancas 
sensíveis. Mais 
comuns em língua, 
lábios, mucosa jugal 
e palato. Podem ser 
observadas lesões 
em pele (manchas 
vermelhas indolores, 
principalmente na 
palma das mãos 
e na planta dos 
pés. Sintomas: 
linfadenopatia 
indolor, dor de 
garganta, mal-estar, 
febre, dor de cabeça, 
dores musculares 
podem ser relatados.
Importante perguntar 
a respeito do estágio 
prévio (sífilis primária), 
o que nem sempre é 
percebido pelo paciente. 
A associação das 
manifestações clínicas 
(lesões bucais, em pele, 
associadas aos sintomas 
sugerem a doença, 
mas o diagnóstico só 
é confirmado com os 
exames de sangue (VDRL 
e FTA-ABS).
Tratamento com penicilina, 
prescrito pelo médico 
infectologista. O dentista 
acompanha a involução das 
lesões bucais, o que costuma 
ser observado rapidamente 
se o paciente faz o 
tratamento adequadamente.
Leucoplasia 
Pilosa
Manifestação da 
infecção pelo vírus 
do EBV, observada 
em quadros de 
imunodeficiência (por 
exemplo: pacientes 
HIV positivos).
Estrias paralelasque podem se 
juntar formando 
placas localizadas 
em borda de língua 
bilateralmente.
A presença de lesões 
com a característica 
descrita ao lado sugere 
fortemente o diagnóstico, 
confirmado se o paciente 
tiver imunossupressão 
confirmada.
A lesão não precisa de 
tratamento específico. Em 
pacientes HIV positivos, o 
controle da AIDS costuma 
induzir melhora nas lesões.
Lesões brancas não removíveis por raspagem, com distribuição múltipla
16
Curso EAD
Estomatologia
Lesão Definição e 
etiologia
Aspecto Clínico Como estabelecer o 
diagnóstico
Conduta
Liquen Plano Doença 
mucocutânea crônica 
imunologicamente 
mediada por linfócitos 
T. Pode acometer 
pele e mucosa bucal 
concomitantemente. 
Causa desconhecida. 
O tipo de líquen plano 
que se manifesta 
como lesão branca 
é denominado de 
reticular.
Numerosas estrias 
ou placas brancas 
assintomáticas 
frequente em mulheres 
de meia idade. Mucosa 
jugal e lingual bilateral 
são os sítios mais 
afetados. Apresenta 
curso crônico com 
períodos de remissão 
e exacerbação, quando 
podem aparecer áreas 
erosivas ou ulceradas 
e dor.
O diagnóstico final 
é estabelecido com 
base no aspecto clinico 
das estrias e pelos 
exames histopatológico. 
Alguns casos exigem 
uso do exame 
imunofluorescência 
direta. Mesmo nos casos 
onde áreas erosivas 
(áreas vermelhas ou 
ulceradas) são vistas, 
é comum aparecerem 
estrias em alguma região 
da boca, aspecto que 
auxilia no diagnóstico. Em 
alguns casos, a biópsia 
parcial é utilizada para 
confirmar o diagnóstico.
O líquen plano reticular 
é assintomático na maior 
parte dos casos, não 
havendo necessidade de 
tratamento. Os casos de 
líquen atrófico/erosivo, 
ou seja, quando aparecem 
úlceras ou erosões, situação 
usualmente associada a dor 
ou ardência, são situações 
onde o tratamento com 
corticosteroides tópicos está 
indicado.
Deve-se reavaliar o paciente 
a cada 6 meses pois, apesar 
de discutível, alguns autores 
acreditam que essa lesão 
pode se transformar em 
câncer.
Leucoplasia Lesão 
predominantemente 
branca, não removível 
a raspagem que 
não pode ser 
caracterizada clinica 
ou patologicamente 
como outra doença. 
Maior parte dos casos 
associado ao fumo.
Manchas e/ou placas 
de coloração branca, 
únicas ou múltiplas, 
assintomáticas, 
principalmente 
em pacientes 
fumantes. Mais 
comuns em mucosa 
jugal, gengiva e 
vermelhão do lábio. 
Lesões em língua 
e assoalho bucal 
e de distribuição 
múltipla costumam 
ter comportamento 
mais agressivo. São 
classificadas como 
não homogêneas 
quando misturam 
áreas vermelhas ou 
quando apresentam 
superfície irregular. 
Esse subtipo 
costuma ter 
comportamento 
mais agressivo.
Clínico e de exclusão, ou 
seja, devemos descartar 
as outras hipóteses 
discutidas neste módulo 
antes de pensar neste 
diagnóstico. 
Realizar biópsia 
parcial para avaliar 
microscopicamente a 
lesão para observar se há 
displasia epitelial ou se 
já se trata de carcinoma 
espinocelular em estágio 
inicial.
Se a biópsia parcial indicar 
presença de displasia 
epitelial, o ideal é remover 
toda a lesão. Casos com 
alterações mais brandas 
(hiperceratose, hiperplasia 
e acantose) podem 
acompanhados. Todos 
os pacientes devem ser 
submetidos a controle 
clínico periódico devido 
ao risco de transformação 
maligna. Os intervalos entre 
as consultas variam de 3 
meses (casos com displasia) 
e 6 meses (sem displasia). 
É fundamental que os 
pacientes seja orientados 
a respeito da natureza 
potencialmente maligna da 
lesão e sobre a importância 
de suspenderem a exposição 
aos fatores de risco (fumo 
e álcool). Mudanças no 
tamanho, no aspecto 
superficial e na cor das 
lesões sugerem agravamento 
e/ou transformação maligna, 
indicando necessidade de 
nova biópsia.
Leucoplasia 
Pilosa
Manifestação da 
infecção pelo vírus 
do EBV, observada 
em quadros de 
imunodeficiência (por 
exemplo: pacientes 
HIV positivos).
Estrias paralelas 
que podem se 
juntar formando 
placas localizadas 
em borda de língua 
bilateralmente.
A presença de lesões 
com a característica 
descrita ao lado sugere 
fortemente o diagnóstico, 
confirmado se o paciente 
tiver imunossupressão 
confirmada.
A lesão não precisa de 
tratamento específico. Em 
pacientes HIV positivos, o 
controle da AIDS costuma 
induzir melhora nas lesões.
Lesões brancas não removíveis por raspagem, com distribuição múltipla
17
Curso EAD
Estomatologia
Painel clínico para fixar as características de cada lesão
Lesões brancas removíveis a raspagem
Lesões brancas não removíveis a raspagem e de distribuição focal e difusa
Figura 3. Lesões brancas com aspecto típico da candidíase pseudomembranosa em um paciente 
desdentado (1a e 1b). As áreas onde pseudomembrana branca foi removida pela raspagem aparecem com 
coloração avermelhada (área erosiva). Quando esse tipo de lesão é observada em pacientes que apresenta 
dentes (2 e 3), devese investigar quadro de imunossupressão por meio de hemograma e anti-HIV. 
1a e 1b: Neville et al. (2009); 2 e 3: (REGEZI, SCIUBBA, JORDAN, 2013)
Figura 4. Lesões brancas destacáveis pela raspagem. A associação do aspecto da lesão com a história 
clínica, a partir da qual o paciente confirma o episódio em que houve a queimadura com substância química 
ou alimento/bebida quente confirmam o diagnóstico de queimadura. Nos exemplos acima, as causas 
foram alimento quente (A), aspirina para alívio de dor dentária por cárie (B), peróxido de hidrogênio para 
clareamento dental(C) e uso de gel anestésico e antisséptico contendo fenol (D). 
Neville et al. (2009)
Figura 5. Lesões brancas 
brancas únicas que não são 
removidas pela raspagem. Para 
algumas delas o diagnóstico 
é leucoplasia, pois não há 
fator traumático/irritativo 
associado. Clinicamente, essa 
lesão pode ser classificadas 
como homogênea (A e B) 
ou não homogênea (C e D). 
Para a lesão indicada com a 
letra E é possível estabelecer 
a relação com o trauma de 
mastigação crônico e, por isso, 
o diagnóstico é ceratose friccional. A confirmação do diagnóstico se dá quando há regressão da 
lesão após remoção do agente agressor, o que pode levar de 4 a 6 semanas. Se não houver regressão 
após remoção do trauma, o diagnóstico deve mudar para leucoplasia. Caso haja dúvida com relação 
ao diagnóstico diferencial com leucoplasia, pode ser indicada uma biópsia parcial para permitir 
análise das alterações microscópicas presentes.
 Neville et al. (2009)
18
Curso EAD
Estomatologia
Painel clínico para fixar as características de cada lesão
Lesões brancas múltiplas, não removíveis por raspagem
Estomatite Nicotínica e Leucoplasia Pilosa
Queilite Actínica
Figura 8. A queilite actínica se caracteriza pela perda de nitidez do limite entre pele e vermelhão do 
lábio (linha tracejada em D). Algumas características como áreas de placa (A,B), crosta (C) e erosões/
úlceras (D) indicam agravamento, exigindo a realização de biópsia para descartar a hipótese de 
transformação em CARCINOMA ESPINOCELULAR. .
A e B - Neville et al. (2009); C e D - Regezi, Sciuba, Jordan (2013)
Figura 6. Lesões brancas múltiplas não destacáveis por raspagem. No caso representado pelas 
fotos 1a e 1b, as lesões são assintomáticas, o paciente é fumante e não refere sinais/sintomas 
sistêmicos, características que direcionam a hipótese de diagnóstico para LEUCOPLASIA. No caso 
ilustrado em 2a e 2b, as placas são sensíveis ao toque e a cor branca não é tão acentuada como a 
da leucoplasia. Além disso, o paciente apresenta sinais/sintomas que indicam infecção como febre, 
mal-estar, dor muscular e dor de garganta. Neste caso, a suspeita é de sífilis secundária, a qual deve 
ser investigada a partir da solicitação de hemograma, VDRL e FTA-ABS.
Neville et al. (2009)
Figura 7. As imagens A e B mostram, com diferentes graus de aproximação, lesão branca única e 
difusa associada a pontos vermelhos no palato, aspecto típico da estomatite nicotínica. Quando 
forem identificadas placas brancas em borda de língua bilateralmente (mesmo paciente), a hipóteseé 
leucoplasia pilosa, havendo necessidade de investigação de quadro de imunossupressão e requisição 
de Anti-HIV (C e D). A presença de placas brancas bilaterais simétricas em língua até poderia fazer 
pensar em líquen plano, mas é muito difícil o líquen se limitar apenas a essa região, diferente da 
leucoplasia pilosa que tem essa como a sua principal característica. Outra hipótese a ser considerada, 
apesar de menos provável pelo grau acentuado de espessamento, é mordiscamento crônico.
A e B - Neville et al. (2009); C e D - Regezi, Sciuba, Jordan (2013)
19
Curso EAD
Estomatologia
Painel clínico para fixar as características de cada lesão
Lesões brancas não removíveis a raspagem de distribuição multifocal
Lesões brancas não removíveis a raspagem, com distribuição múltipla
Figura 9. Placas (seta) e estrias brancas (asterisco) localizadas em língua sugerindo diagnóstico 
de líquen plano (A), o qual deve ser confirmado pela realização de biópsia parcial e exame 
histopatológico. Placas pregueadas (ou não), simétricas e localizadas na mucosa jugal levantam a 
possibilidade de nevo branco esponjoso (B), o que é confirmado se as lesões tiverem surgido na 
infância ou adolescência e se familiares também apresentatem as lesões. Em C e D, são apresentadas 
imagens representativas de mordiscamento crônico da mucosa. 
FOUFRGS, B, C e D - Neville et al. (2009)
Figura 10. Líquen plano. Lesões brancas múltiplas, não destacáveis por raspagem, com aspecto de 
estrias, com distribuição bilateral. No caso ilustrado pelas fotos a e b, as lesões são mais evidentes. 
No caso mostrado nas fotos c e d, as lesões são mais discretas. Em ambos casos, os pacientes não 
referem sintomas. Dor e/ou ardência costumam ser relatados quando as lesões associam áreas 
erosivas e/ou ulceradas.
Neville et al. (2009)
20
Curso EAD
Estomatologia
TelessaúdeRS-UFRGS 
Coordenação Geral
Marcelo Rodrigues Gonçalves
Roberto Nunes Umpierre
Coordenação do curso
Vinicius Coelho Carrard
Coordenação da Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa
Conteudistas
Manoela Domingues Martins
Marco Antonio Trevizani Martins
Vinícius Coelho Carrard
Vivian Petersen Wagner
Revisores
Bianca Dutra Guzenski
Fernanda Friedrich
Otávio Pereira D’Avila
Michelle Roxo Gonçalves
Thiago Tomazetti Casotti
Projeto Gráfico
Iasmine Paim Nique da Silva
Lorenzo Costa Kupstaitis 
A Equipe de coordenação, suporte e acompanhamento do Curso é formada por integrantes do 
Núcleo de TelessaúdeRS do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS/UFRGS) e do Programa Nacional de 
Telessaúde Brasil Redes.
Diagramação
Angélica Dias Pinheiro
Iasmine Paim Nique da Silva
Lorenzo Costa Kupstaitis 
Ilustração
Carolyne Vasques Cabral
Luiz Felipe Telles 
Edição/Filmagem/Animação
Diego Santos Madia
Rafael Martins Alves
Divulgação
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Guilherme Fonseca Ribeiro
Vitória de Oliveira Pacheco
Equipe de Teleducação
Andreza de Oliveira Vasconcelos
Angélica Dias Pinheiro
Cynthia Goulart Molina Bastos
Francine de Souza Borba
Luís Gustavo Ruwer
Rosely de Andrade Vargas
Ylana Elias Rodrigues
Equipe Responsável:
Dúvidas e informações sobre o curso
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br 
Telefone: 51 33082098
Referências
BHATTACHARYYA I, CHEHAL HK. White lesions. Otolaryngol. Clin. North Am.; 44, no.1, p.109-31, 2011.
COLEMAN, C. C.; NELSON, J. F. Princípios de diagnóstico bucal. Editora Guanabara Koogan, 1993.
HUBER MA. White oral lesions, actinic cheilitis, and leukoplakia: confusions in terminology and definition: 
facts and controversies.Clin Dermatol.; v.28, no.3, p.262-8, 2010.
LEE KH, POLONOWITA AD. Oral white lesions: pitfalls of diagnosis. Med. J. Aust.; v.190, no.5, p.274-7, 2009.
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