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A bioquímica procura explicar a vida em termos químicos. A análise das estruturas químicas e do metabolismo das moléculas. A bioquímica permitiu esclarecer os mecanismos moleculares que estão alterados em indivíduos que apresentam doenças genéticas, como: A anemia falciforme, a fenilcetonúria, a hemofilia, fibrose cística, dentre tantas outras doenças. ------------------------------------------- As biomoléculas são compostos químicos que constituem a estrutura das células, estando presentes nas estruturas das organelas celulares (Núcleo, mitocôndria, retículo endoplasmático, etc.). Além disso, são utilizadas pelas células como fontes de energia (ATP) que são necessários ao funcionamento dos órgãos. E ainda são precursores de outras substâncias químicas como os neurotransmissores. E quais são as biomoléculas? A água, as proteínas e suas unidades básicas: os aminoácidos, os carboidratos, os lipídios e os ácidos nucléicos: DNA e RNA. As biomoléculas podem ser sintetizadas e degradadas pelos organismos vivos por meio de uma série de reações químicas que conjuntamente são denominadas metabolismo. O metabolismo pode ser dividido em dois estágios: catabolismo e anabolismo. O catabolismo é caracterizado pelas reações químicas que promovem a degradação de moléculas de estrutura química complexa em produtos finais simples, havendo geração de energia (ATP) ao organismo, enquanto que o anabolismo promove as reações químicas responsáveis pela síntese de moléculas mais complexas e maiores a partir de precursores de pequeno tamanho e, para tal, há gasto de energia (ATP). Assim, temos a molécula de ATP como principal conexão entre as reações catabólicas e anabólicas. A água é o principal componente químico dos seres vivos, representando normalmente de 60 % a 90% da composição celular. A molécula da água é composta por um átomo de oxigênio central que forma ligações covalentes com dois átomos de hidrogênio, deixando dois pares de elétrons não compartilhados. A água é um dos melhores solventes, dissolvendo uma infinidade de substâncias, portanto é capaz de transportar gases, nutrientes e excretas. Esta molécula também é fundamental para a ocorrência de diversas reações químicas necessárias para o funcionamento do nosso organismo, como: digestão de macromoléculas e para gerar energia. Cada molécula de água pode potencialmente participar de quatro pontes de hidrogênio. Portanto, para se elevar a temperatura da água ao ponto de se converter a água do estado líquido para o gasoso é necessário uma quantidade alta de calor para se romper as múltiplas pontes de hidrogênio existentes entre as moléculas de água, assim a evaporação da água absorve tanto calor, que faz a transpiração ser um mecanismo eficaz para diminuir a temperatura do corpo. ------------------------- Os carboidratos são muito frequentes no nosso dia a dia, por exemplo: a maior parte dos nossos alimentos como o açúcar, o amido presente na batata, no pão, o papel dos cadernos e livros formados de celulose, a roupa que estamos vestindo de algodão, a maioria dos nossos móveis de madeira, a carapaça de quitina da barata e do besouro, são todos exemplos de carboidratos. Os carboidratos podem ser classificados de acordo com o seu tamanho em: • Monossacarídeos • Oligossacarídeos • Polissacarídeos A ligação glicosídica é formada entre duas hidroxilas (OH) de duas moléculas de monossacarídeos, liberando uma molécula de água. É uma ligação estrutural primária entre os monossacarídeos sendo responsável pelo surgimento das demais classes dos carboidratos: oligossacarídeos e polissacarídeos. Entre os oligossacarídeos os mais comuns são os dissacarídeos, formados pela união de dois monossacarídeos, como: MALTOSE Formada por duas moléculas de glicose sendo o principal produto da digestão do amido. SACAROSE Formada por glicose e frutose, conhecida como açúcar de mesa é encontrado na cana de açúcar, na beterraba, e na maioria das frutas. LACTOSE Formada por glicose e galactose, sendo conhecida como açúcar do leite. Os polissacarídeos, considerados carboidratos complexos, são formados por centenas ou milhares de resíduos de monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas, mais comumente a glicose. Os polissacarídeos podem formar cadeias lineares como na celulose ou cadeias ramificadas encontrada no amido e no glicogênio. AMIDO Polissacarídeo de reserva vegetal de cadeia ramificada, constituído por várias moléculas de glicose unidas com ligações alfa, é encontrado nos cereais como trigo, centeio e milho, batatas e mandioca, para os quais representa a reserva energética de carboidrato, constituindo a principal fonte dietética de glicose para os humanos. GLICOGÊNIO Polissacarídeo de reserva animal de cadeia ramificada, constituído por várias moléculas de glicose unidas com ligações alfa, sendo encontrado predominantemente no fígado e músculos esqueléticos. CELULOSE Polissacarídeo estrutural de cadeia linear não ramificada, formada por várias moléculas de glicose unidas com ligações beta. A celulose é fibrosa, resistente e insolúvel em água e está presente nas paredes celulares dos vegetais, com função de proteção. O algodão é formado quase exclusivamente por celulose, a madeira tem aproximadamente 50% de celulose, além disso, o homem produz a fibra de ryon, o celofane, filmes para fotografia e explosivos a partir da celulose. --------------------------------- As fibras são formadas principalmente por celulose, um dos principais componentes das paredes celulares das plantas, que são resistentes às enzimas que digerem carboidratos no nosso organismo por conter ligações beta, enquanto nossas enzimas só quebram as ligações alfa. A ingestão de fibras presente no farelo de aveia, legumes, cevada, arroz integral, ervilhas, cenoura, frutas e nas sementes são importantes para aumentar o volume do bolo fecal melhorando assim, o trânsito intestinal. -------------------------- Os aminoácidos são biomoléculas que possuem em sua estrutura o átomo de nitrogênio (N), carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Os aminoácidos se unem e formam as proteínas, os peptídeos, alguns sendo importantes para a formação de hormônios e neurotransmissores. Os aminoácidos podem ser classificados de acordo com a sua cadeia lateral (R) que podem ser agrupados em cinco classes principais que refletirá nas propriedades químicas de cada aminoácido, como por exemplo, a sua solubilidade em água e/ou a sua posição na estrutura da proteína. ------------------------------ Os peptídeos são moléculas constituídas por aminoácidos e os organismos vivos são capazes de sintetizá-los com as mais variadas estruturas (diferentes sequências de aminoácidos) e funções Ligação Peptídica: Para ocorrer a formação das proteínas e peptídeos os aminoácidos precisam se ligar para formar estes polímeros. Esta ligação chama-se ligação peptídica (também chamada de ligação amídica). Para que essa ligação ocorra é obrigatória a liberação de uma molécula de água, portanto, dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Portanto, se vários aminoácidos unirem-se e formar uma cadeia polipeptídica observamos que haverá duas pontas livres que chamamos de amino-terminal e carboxi-terminal. Por convenção, a ponta amino-terminal é considerada como sendo o início de uma cadeia polipeptídica, e assim a sequência de uma cadeia polipeptídica é escrita começando no aminoácido amino- terminal e finalizando na ponta carboxi-terminal. ---------------------- As proteínas são polímeros cujas unidades básicas são os aminoácidos.E representam, após a molécula de água, boa parte da constituição celular, desempenhando funções importantes à sobrevivência de um determinado organismo. A informação necessária à síntese de uma proteína pelo organismo provém de um gene (porção de DNA), ou seja, a sequência de aminoácidos de uma proteína é determinada pela informação genética, A organização espacial da proteína é resultado do tipo de aminoácido que a compõe e de como eles estão dispostos uns em relação aos outros. Dessa forma, a proteína pode apresentar níveis diferenciados de estrutura, sendo classificada como: primária, secundária, terciária e quaternária. A hemoglobina, presente nas hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), é um exemplo de proteína que possui estrutura quaternária, pois é composta por quatro cadeias polipeptídicas ou subunidades. A desnaturação proteica é o processo caracterizado pelo rompimento das interações químicas que mantém a estrutura tridimensional e estável das proteínas (denominada conformação nativa). Dentre elas temos: pontes de hidrogênio, ligações iônicas, interações hidrofóbicas e pontes de dissulfeto, sendo importante ressaltar que as ligações peptídicas são mantidas durante a ocorrência deste evento, como demonstrado na figura a seguir. A estrutura estável das proteínas e a função delas são dependentes da manutenção de determinadas condições do meio em que se encontram, como por exemplo, a temperatura e o pH. Outros fatores que também podem promover a desnaturação proteica são: metais pesados (exemplos: chumbo e mercúrio), solventes orgânicos (exemplos: etanol e acetona), ureia, detergentes como SDS (dodecil sulfato de sódio).
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