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SUPERCOORD v2 Software de apoio a estudos de proteção e coordenação da rede de distribuição de energia elétrica

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SUPERCOORD v2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Software de apoio a estudos de proteção e 
coordenação da rede de distribuição de energia elétrica. 
Diego Fontana, 
Cesar Furlanetto, 
Edmilson Benedet 
contato@supercoord.com.br 
 
 
 
Revisão 1.15 
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 1 
 
Sumário 
 
1 Introdução ........................................................................................................................... 4 
2 SUPERCOORD v2 .................................................................................................................. 5 
 Ferramenta “Ajuste/Cálculo” ....................................................................................... 5 
 Ferramenta “Coordenograma” .................................................................................... 7 
 Editor de curvas ............................................................................................................ 9 
 Licenciamento .............................................................................................................. 9 
3 proteção de Sistemas Elétricos .......................................................................................... 11 
 Faltas em sistemas de potência ................................................................................. 11 
 Método de cálculo...................................................................................................... 12 
 Relés de proteção ....................................................................................................... 14 
 Curvas de proteção .................................................................................................... 15 
4 Estudo de proteção ........................................................................................................... 17 
 Principais dados .......................................................................................................... 17 
 Correntes de curto circuito ........................................................................................ 18 
 Relação ICC3F/Z1 ........................................................................................................ 18 
 Transformador de Corrente - TC ................................................................................ 18 
 Transformadores de potência .................................................................................... 21 
4.5.1 Corrente de magnetização ................................................................................... 21 
4.5.2 Ponto ANSI ............................................................................................................ 22 
4.5.3 Impedância percentual (Z%) ................................................................................ 22 
4.5.4 Impedância Z0 ...................................................................................................... 23 
 Impedância dos cabos ................................................................................................ 23 
http://www.supercoord.com.br/
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 2 
 
 Elo-fusíveis .................................................................................................................. 23 
 Ajustes do rele ............................................................................................................ 24 
4.8.1 Curva de proteção de fase ................................................................................... 24 
4.8.2 Curva de proteção de neutro ............................................................................... 26 
 Tempo de atuação do rele ......................................................................................... 26 
 Resumo ................................................................................................................... 26 
5 Estudo de caso ................................................................................................................... 28 
 Exemplo manual ......................................................................................................... 28 
5.1.1 Primeiras informações ......................................................................................... 28 
5.1.2 Valores de base .................................................................................................... 29 
5.1.3 Correntes de curto na barra de média tensão ..................................................... 30 
5.1.4 Correntes de curto na barra de baixa tensão ...................................................... 31 
5.1.5 Transformador A .................................................................................................. 31 
5.1.6 Transformador B .................................................................................................. 32 
5.1.7 Dimensionamento do TC ...................................................................................... 33 
5.1.8 Corrente de magnetização dos transformadores ................................................ 34 
5.1.9 Ponto ANSI dos transformadores ......................................................................... 34 
5.1.10 Ajuste das curvas de proteção ........................................................................... 35 
5.1.11 Coordenograma .................................................................................................. 35 
5.1.12 Conclusão ........................................................................................................... 35 
 Exemplo #1 SUPERCOORD ......................................................................................... 35 
5.2.1 Inserindo os dados ............................................................................................... 36 
5.2.2 Gerando o relatório .............................................................................................. 38 
5.2.3 Exemplos de dados da concessionária ................................................................. 39 
http://www.supercoord.com.br/
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 3 
 
 Exemplo #2 SUPERCOORD (com dados duvidosos) ................................................... 39 
6 Referências ........................................................................................................................ 45 
7 Sobre os autores ................................................................................................................ 46 
 
http://www.supercoord.com.br/
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Bem-vindo ao SUPERCOORD v2, um software desenvolvido utilizando décadas de 
experiência de profissionais das áreas de estudo de proteção, coordenação da rede elétrica e 
programação de softwares para desktop. Este software tem como função principal auxiliar 
profissionais da área de elétrica a realizar o estudo de proteção e coordenação da rede, permitindo 
executar de forma prática tarefas como: 
• Calcular as correntes de curto circuito no ponto de entrega; 
• Mostrar de forma gráfica e muito intuitiva diversas curvas do padrão IEC/IEEE, curvas 
de elo fusíveis, danos em cabo, ponto ANSI dos transformadores, etc.; 
• Dimensionamento do TC da proteção; 
• Valores finais para ajuste do rele/religador da proteção; 
Este manual do software não se trata de um simples documento, ele apresenta diversas 
informações relacionadas ao estudo de proteção, como uma introdução ao cálculo das correntes de 
curto circuito utilizando a técnica dos componentes simétricos e o mais importante, apresenta 
dicas de boas práticas para garantir a utilização de valores adequados durante a parametrização de 
equipamentos de proteção como reles e religadores. 
No primeiro capítulo serão apresentadas as funcionalidades do programa juntamente com 
algumas dicas de uso, nos capítulos posterioresserão apresentadas as técnicas e princípios básicos 
para o estudo de proteção, nos capítulos finais você irá encontrar um estudo de caso resolvido 
manualmente e depois o mesmo exemplo utilizando o programa para demonstrar a facilidade do 
uso. 
http://www.supercoord.com.br/
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 5 
 
2 SUPERCOORD V2 
O programa SUPERCOORD é dividido basicamente em duas ferramentas, uma para os 
cálculos das correntes de curto circuito e ajustes do rele/religador e outra para a criação do 
coordenograma. 
Ao abrir o programa, será exibida a tela inicial, permitindo ao usuário escolher qual 
ferramenta ele deseja fazer uso: 
 
Figura 1-Tela inicial. 
Cada ferramenta gera um arquivo separado, podendo ser salvo e lido a qualquer momento, 
as duas ferramentas não possuem ligação direta, o software não trabalha como forma de “projeto”, 
por isso cada ferramenta possui seu próprio tipo de arquivo. 
O software foi construído para ser o mais intuitivo possível, quando você tiver dúvida sobre 
a função de algum item passe o mouse sobre o mesmo para que um texto descritivo seja exibido, 
este texto também aparece na barra inferior do programa, a barra de status. 
 Ferramenta “Ajuste/Cálculo” 
A ferramenta de “Ajuste/Cálculo” é responsável por realizar os principais cálculos de um 
estudo de proteção, como por exemplo: 
• Correntes de curto circuito na barra de média tensão levando em consideração a 
impedância do cabo de entrada; 
• Corrente de curto na barra de baixa tensão, ou seja, no secundário dos 
transformadores; 
• Dimensionar automaticamente o transformador de corrente da proteção; 
• Ponto ANSI dos transformadores; 
• Corrente de magnetização; 
• Calcular automaticamente o ajuste das curvas de proteção do rele/religador, tanto 
de fase como de neutro; 
• Tempo de atuação dos reles; 
• Montar um relatório com o resumo das informações; 
• Montar um relatório com o memorial de cálculo; 
http://www.supercoord.com.br/
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 6 
 
• Gerar automaticamente o coordenograma. 
Em resumo esta ferramenta permite ao usuário montar um cenário que pode ser mais bem 
entendido utilizando imagem abaixo como ilustração: 
 
Figura 2-Exemplo genérico. 
Este é o esquema básico em uma situação onde um cliente, com dois transformadores 
instalados, requisitaria uma conexão à rede a concessionária, mas antes disso a concessionária 
exige um estudo de proteção. 
Fazer todos os cálculos manualmente demanda tempo, trabalho, e principalmente muita 
atenção, devido à quantidade de informações é muito fácil cometer um erro. Isso tudo piora ainda 
mais quando este serviço é realizado esporadicamente, só quem já trabalhou com isso sabe como é 
difícil lembrar-se de todos os detalhes após algum tempo sem tocar no assunto. 
O software permite reunir todas as informações necessárias de forma organizada e 
metódica, facilitando todo o trabalho, além de fornecer praticamente todos os dados exigidos pela 
concessionária. Outro recurso importante é a criação automática do coordenograma, tarefa difícil 
quando não se tem uma ferramenta adequada, que por conta disso, na maioria das vezes é feito 
manualmente utilizando papel gráfico tipo LOG-LOG. 
A tela de ajuste pode ser dividida nos itens conforme abaixo: 
1. Painel Principal: Painel das informações de entrada, sendo divido em quatro 
categorias, aqui é possível fornecer todas as informações necessárias para os 
cálculos; 
a. Dados do cliente e concessionária: esta tabela permite a configuração de 
alguns dados do cliente, como tensão primária, tensão secundária, demanda 
contratada. Aqui também são inseridas as informações da concessionária, 
como impedância da rede e níveis de curto circuito; 
b. Dados para ajuste do rele do cliente: alguns dados não são calculados, como 
tipo de curva e dial time, esta tabela permite ao usuário configurar estas 
informações adicionais; 
c. Dados para ajuste do rele da concessionária: idem anterior, no entanto caso 
queria inserir as informações sobre o rele da concessionária basta marcar a 
opção “Incluir” e preencher as informações desejadas; 
d. Dados dos transformadores: aqui é possível gerenciar os transformadores 
instalados, não há limite no número de transformadores, é nesta tabela que 
os dados de cada transformador são inseridos; 
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2. Caixa de informações: para cada item selecionado em qualquer tabela será exibido 
aqui uma descrição da função do item selecionado; 
3. Criar coordenograma: montar automaticamente o coordenograma baseado nas 
informações fornecidas e nos resultados dos cálculos. 
4. Aplicar alterações: aplica as alterações, refaz os cálculos e gera um novo relatório; 
5. Relatório: Mostra os resultados dos cálculos, resumo do estudo e memorial de 
cálculo; 
 
Figura 3-Tela de ajuste/cálculo. 
A ferramenta vem com alguns valores padrões ao criar um novo arquivo, estes valores são 
os mesmos utilizados no exemplo do estudo de caso apresentando no final deste manual, vale a 
pena conferir o estudo de caso e comparar para ter uma ideia da facilidade gerada pelo software. 
 Ferramenta “Coordenograma” 
A tela do coordenograma é montada inserindo-se itens chamados de “ajustes”, como curva 
de danos em cabos, elo fusíveis, rele/religados, etc., cada ajuste possui seus próprios parâmetros, 
além dos genéricos como cor, nome, cada um possui seu específico, como tipo de cabo no caso de 
um ajuste tipo “Curva de dano”. 
A tela de coordenograma pode ser dividida nos itens conforme abaixo: 
1. Informações de entrada: Nome da subestação, cliente, etc.; 
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2. Ajustes instalados: esta lista mostra os ajustes já instalados, para facilitar a 
localização dos itens, no canto direito é mostrada uma pequena caixa com a mesma 
cor do ajuste; 
3. Adicionar/remover ajustes: Utilize o botão “menos” para remover o ajuste 
selecionado e o botão “mais” para adicionar um novo ajuste, não há limite para o 
número de ajustes a serem inseridos. 
4. Ordenação: Utilize as setas para cima e para baixo para organizar a ordem dos 
ajustes instalados. Utilize o terceiro ícone para copiar o ajuste selecionado para 
outro coordenograma, basta clicar sobre ele e arrastar para a outra tela. 
5. Propriedades do ajuste selecionado: Nesta tabela é possível configurar os 
parâmetros do ajuste selecionado; 
6. Caixa de informações: para cada item selecionado em qualquer tabela será exibido 
aqui uma descrição da função do item selecionado; 
7. Aplicar Alterações: Aplica as modificações feitas e redesenha o coordenograma; 
8. Cursor: exibe o valor tempo/corrente sobre o ponto que o cursor está no 
coordenograma; 
9. Coordenograma: Gráfico LOG-LOG mostrando os diversos tipos de ajustes 
instalados; 
 
Figura 4-Coordenograma. 
A ferramenta coordenograma permite adicionar vários tipos de ajustes no mesmo gráfico, 
dentre os ajustes temos: 
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• Ajuste Rele/Religador: Permite adicionar as curvas da proteção de fase a de neutro 
de um rele/religador, também é possível configurar a curva tipo corrente/tempo 
definido; 
• Curva de dano em cabo: Exibe a curva de danos de um cabo específico; 
• ICC min/max/nom: mostra no gráfico os valores da corrente nominal, curto circuito 
mínimo e máximo; 
• Ponto ANSI: Ponto de tempo/corrente ANSI de um transformador; 
• Corrente In Rush: Ponto da corrente de magnetização, sempre fixado em 0,1s. 
• Elo fusível: Curva de um elo fusível; 
• Curva de proteção: Permite adicionar curvas isoladas, pois alguns equipamentos 
possuem várias curvas além das incluídas no ajuste tipo rele/religador; 
 Editor de curvas 
Prevendo a grande variedade de curvas de proteção disponíveis no mercado e pensando 
principalmente em curvas fora do padrão adotadaspor fabricantes, seja por conta de 
compatibilidade com equipamentos antigos, seja por equipamentos com novas tecnologias o 
SUPERCOORD permite criar/editar curvas personalizadas. 
 
Figura 5-Editor de curva. 
 Licenciamento 
O software possui dois sistemas de licenciamento, um sistema provisório através de um 
número de série e um sistema permanente utilizando uma chave de proteção USB. O sistema de 
licenciamento utilizando o número de série é enviado por e-mail para que o cliente possa utilizar o 
programa até a chegada da chave USB, este número funciona apenas no computador ao qual ele foi 
registrado, no entanto a chave USB pode ser utilizada em qualquer computador, basta primeiro 
conectar a chave ao computador, esperar o Windows reconhecer o dispositivo e em seguida abrir o 
programa. Durante a utilização do software com a chave USB a mesma não pode ser removida, 
caso isso aconteça o software irá fechar automaticamente. 
Caso deseje também é possível executar o software em modo de demonstração, no 
entanto, alguns recursos estarão desabilitados e o software irá fechar automaticamente em 30 
minutos. 
Ao abrir o programa, caso você não esteja utilizando a chave de proteção USB, será exibida 
uma tela de licenciamento, nesta tela existe um código em verde que deve ser enviado por e-mail 
http://www.supercoord.com.br/
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 10 
 
para o endereço contato@supercoord.com.br para que a chave seja gerada. Esta chave dará direito 
a executar o software em sua versão completa, vale lembrar que esta chave funciona apenas para o 
computador ao qual o código foi informado, e como cada computador possui um código diferente 
esta chave irá funcionar apenas em um computador. 
 
Figura 6-Tela de licenciamento. 
http://www.supercoord.com.br/
mailto:contato@supercoord.com.br
SUPERCOORD v2 – www.supercoord.com.br P á g i n a | 11 
 
3 PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS 
Os sistemas de proteção podem ser definidos como o conjunto de dispositivos necessários 
para detectar, localizar e eliminar um curto-circuito ou uma condição anormal de operação de um 
sistema elétrico, no menor tempo possível, diminuindo os danos causados aos equipamentos 
defeituosos e ao restante do circuito. 
É, então, de fundamental importância calcular a corrente de curto-circuito (ou corrente de 
falta) para a correta especificação das proteções, pois durante o curto circuito, altas correntes são 
estabelecidas, com elevação de temperatura e solicitações térmicas, além de esforços mecânicos. 
Desse modo, os dispositivos de proteção devem ser especificados para os níveis de corrente de 
falta e duração correspondentes. 
 Faltas em sistemas de potência 
Define-se como falta a ocorrência de um curto-circuito em um sistema elétrico qualquer. 
Quando um sistema está sobre falta, a corrente que circula é determinada pelas forças 
eletromotrizes internas das máquinas, por suas impedâncias, e pelas impedâncias da rede. O 
gerador é o principal elemento do sistema, e quando ocorre um curto-circuito na rede, a 
impedância vista pelo gerador cai, e então surge uma corrente de curto-circuito muito elevada. 
Essas correntes não são suportáveis pelos equipamentos, e assim, há necessidade de eliminá-las no 
menor tempo possível, através de dispositivos de proteção. 
Como o gerador é o elemento ativo de suprimento da corrente de curto circuito, o 
comportamento dela pode ser analisado levando-se em consideração um circuito R-L série. Mas 
acontece que a reatância do gerador varia o que torna a análise do curto-circuito uma tarefa 
complexa. Assim, para facilitar a análise, supõe-se que a corrente de curto está subdividida em três 
períodos, como pode ser visto na figura abaixo: 
 
Figura 7-Subdivisão da corrente de curto-circuito. 
Período sub-transitório: É o período inicial da corrente de curto, que tem um 
amortecimento maior, sendo que o enrolamento amortecedor, que é considerado como a 
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reatância sub-transitória (X), é o principal responsável pelo aparecimento desse período na 
corrente. 
Período Transitório: É caracterizado por um decaimento mais suave e de maior duração da 
corrente de curto, sendo que o enrolamento do rotor, que é considerado como a reatância 
transitória (X), é o principal responsável pelo aparecimento desse período na corrente. 
Regime Permanente: É o período de equilíbrio atingido após o transitório, caracterizado 
pela reatância síncrona (Xs). 
As faltas em sistemas trifásicos podem ser: 
• Simétricas ou balanceadas: 
o Faltas trifásicas: Curto entre as três fases do sistema; 
• Assimétricas ou desbalanceadas: 
o Faltas Monofásica-Terra: Quando apenas uma das fazes entra em contato 
com a terra, podendo ou não ter existir uma resistência (como uma árvore, 
por exemplo) entre o condutor e a terra; 
o Bifásica: Curto entre apenas duas das fases do sistema; 
o Bifásica-Terra: Curto entre duas fases e a terra. 
Dentro os diversos tipos de curtos citados acima, alguns são mais recorrentes que outros, 
um estudo, como mostra a tabela abaixo, mostra a probabilidade de cada um assim como a chance 
do mesmo ser um curto transitório ou permanente: 
Tipo Probabilidade (%) Permanente (%) Transitória (%) 
Trifásico 2 95 5 
Bifásico 11 70 30 
Fase-Terra 79 20 80 
Outros 8 - - 
Tabela 1-Probabilidades dos tipos de curtos. 
Como podemos ver a principal ocorrência é o curto do tipo monofásico-terra-transitório, ou 
seja, o curto desaparece rapidamente, fato este que promove a popularização de religadores ou 
sistemas que permitam um rearme automático do sistema ao invés do uso de simples disjuntores 
ou chaves elo fusível. 
 Método de cálculo 
O cálculo das correntes de curto circuito é feito utilizando técnicas como o sistema “por 
unidade” e a teoria dos componentes simétricos. A seguir serão brevemente abordados tópicos 
relacionados ao processo de cálculo. 
O sistema por unidade é usado para referenciar as várias bases de tensão e de potência de 
um sistema de média tensão a uma única base. 
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𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟𝑝𝑢 =
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑧𝑎
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑔𝑟𝑎𝑛𝑑𝑒𝑧𝑎
 
As grandezas elétricas a serem consideradas são: 
• Tensão elétrica (V) 
• Corrente elétrica (A) 
• Potência aparente (S) 
• Impedância (Z) 
As principais bases a serem adotadas são a tensão de base (Vb) e potência de base (Sb), a 
tensão de base é escolhida em função da tensão na qual se quer trabalhar e a potência de base 
normalmente é de 100MVA. A partir destas duas bases adotadas podemos calcular uma corrente 
de base e a impedância de base: 
𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒 =
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒 × √3
 𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒 =
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒
2
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
 
Para mudarmos a base de tensão ou de potência de uma impedância deve-se usar a 
seguinte equação: 
𝑍𝑝𝑢𝑛𝑜𝑣𝑜 = 𝑍𝑝𝑢𝑣𝑒𝑙ℎ𝑜 × (
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒𝑣𝑒𝑙ℎ𝑎
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎
)
2
×
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒𝑛𝑜𝑣𝑎
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒𝑣𝑒𝑙ℎ𝑎
 
Os valores de impedância utilizadas no cálculo são basicamente a impedância da rede, 
malha de terra e dos transformadores, estes valores são classificados como: 
• Z0: Impedância de sequência zero, levada em consideração apenas quando se trata 
de um curto circuito envolvendo a terra; 
• Z1: impedância de sequência positiva; 
• Z2: impedância de sequência negativa; 
De acordo com o local e o tipo de curto é necessário utilizar uma combinação diferente de 
Z0, Z1 e Z2, por exemplo, a impedância Z0 é levada em consideração apenas nos curtos envolvendo 
a terra. 
Tendo em mão os valores de base podemos calcular os diversos tipos de curto circuito, 
curto trifásico, fase-fase e fase-terra, estes valores representam a corrente no regime permanente 
da falta, ou seja, os valores simétricos: 
𝐼3𝜙 =
1
𝑍1
(𝑝𝑢) 𝐼𝜙𝜙 =
√3
2𝑍1
=
√3
2
𝐼3∅(𝑝𝑢) 𝐼𝜙𝑇 =
3
2𝑍1 + 𝑍0
 (𝑝𝑢) 
Todos os valores anteriores estão em pu, paradeterminar o valor real da corrente basta 
multiplicar pelo valor base desejado, por exemplo, para determinar o valor do curto trifásico no 
primário basta multiplicar o valor pu pelo valor de base da corrente do primário. 
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Também se pode calcular o valor da corrente de curto circuito fase terra mínimo onde se 
leva em consideração uma resistência de falta: 
𝐼𝜙𝑇𝑚 =
3
2𝑍1 + 𝑍0 + 𝑍𝐹
 (𝑝𝑢) → 𝑍𝐹 = 3
𝑅𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒
 
Os valores de curto circuito assimétricos podem ser calculados ao se multiplicar os valores 
simétricos pelo valor de assimetria [3], que é uma função da relação entre os valores de X e R da 
rede, a fórmula para determinar o valor de assimetria é a seguinte: 
𝐹𝑎 =
√1 + 2𝑒−2π
𝑅
𝑋 
Tendo em mãos o fator de assimetria podemos calcular os valores assimétricos do curto 
circuito, que representam os valores de corrente no exato momento em que ocorre a falta: 
𝐼3𝜙𝐴 = 𝐼3𝜙𝐴 × 𝐹𝑎 𝐼𝜙𝜙𝐴 = 𝐼𝜙𝜙 × 𝐹𝑎 𝐼𝜙𝑇𝐴 = 𝐼𝜙𝑇 × 𝐹𝑎 
Dependendo do tipo de ligação no primário e secundário do transformador um curto 
circuito no secundário será refletido de diferente forma no primário, como é o caso de uma ligação 
D-Ya. Como podemos ver na figura abaixo o curto circuito teórico de 1pu no secundário será 
transferido para o primário com um fator de raiz de 3, pois o primário está em delta, logo a 
corrente visível na linha será de apenas 0.58pu. 
 
Figura 8-Curto circuito em uma ligação D-Ya. 
 Relés de proteção 
A característica dos relés de sobre corrente é representada pelas suas curvas tempo versus 
corrente. Estas curvas variam em função do tipo do relé (disco de indução, estático, digital). 
Antigamente, na época dos relés de disco de indução, a escolha da característica do equipamento 
era feita no momento da compra e, assim, não era possível alterá-la. Atualmente fabricam-se 
praticamente somente os relés digitais e a maior parte deles permite escolher a característica 
tempo corrente apenas alterando-se os parâmetros no próprio relé. 
Os termos característica inversa, normal inversa, muito inversa e extremamente inversa 
existe desde a época dos relés de disco de indução. Dessa forma, até hoje se mantém essa 
terminologia, sendo que as características mais utilizadas são: 
• Normal Inverso (NI) 
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• Muito Inverso (MI ou VI = Very Inverse) 
• Extremamente Inverso (EI) 
• Tempo Longo Inverso (TLI ou LT I= Long Time Inverse) 
• Tempo Definido (TD ou DT = Definite Time). 
Nos relés digitais as características tempo versus corrente são representados por equações, 
e essas equações mudam de acordo com a norma. 
 Curvas de proteção 
Visando evitar confusões na hora de escolher a melhor curva de proteção ou até mesmo 
entender como se comporta determinada curva, segue abaixo as definições de cada curva utilizada 
pelo software SUPERCOORD, sendo que: 
• t = Tempo de atuação do rele em segundos; 
• DT = Ajuste do multiplicador de tempo (dial time); 
• I = relação “Ic/Ip”, ou seja, corrente circulante / corrente de partida; 
Tabela 2-Curvas IEC 60255-3 
IEC-NI 
(standart inverse) 
IEC-MI 
(very inverse) 
IEC-LI 
(long time inverse) 
IEC-EI 
(extremely inverse) 
𝑡 =
0.14
𝐼0.02 − 1
× 𝐷𝑇 𝑡 =
13.5
𝐼1 − 1
× 𝐷𝑇 𝑡 =
120
𝐼1 − 1
× 𝐷𝑇 𝑡 =
80
𝐼2 − 1
× 𝐷𝑇 
 
Tabela 3-Curvas IEEE C-37112 
IEEE-MI 
(moderately inverse) 
IEEE-VI 
(very inverse) 
IEEE-EI 
(extremely inverse) 
𝑡 = (
0.010
𝐼0.02 − 1
+ 0.023) × 𝐷𝑇 𝑡 = (
3.922
𝐼2 − 1
+ 0.098) × 𝐷𝑇 𝑡 = (
5.640
𝐼2 − 1
+ 0.024) × 𝐷𝑇 
 
Tabela 4-Curvas ANSI C37.112-1996 
ANSI-MI 
(moderately inverse) 
ANSI-VI 
(very inverse) 
ANSI-EI 
(extremely inverse) 
𝑡 = (
0.0515
𝐼0.02 − 1
+ 0.1140) × 𝐷𝑇 𝑡 = (
19.61
𝐼2 − 1
+ 0.491) × 𝐷𝑇 𝑡 = (
28.2
𝐼2 − 1
+ 0.1217) × 𝐷𝑇 
Também há um padrão mais antigo para curvas ANSI, chamado de “ANSI C37.90”, a mesma 
é definida como: 
𝑡 = (𝐴 +
𝐵
𝐼 − 𝐶
+
𝐷
(𝐼 − 𝐶)2
+
𝐸
(𝐼 − 𝐶)3
) × 𝐷𝑇 
 
 
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Tabela 5-Curvas ANSI C37.90 
 A B C D E 
ANSI90-EI 0.0399 0.2294 0.5000 3.0094 0.7222 
ANSI90-VI 0.0615 0.7989 0.3400 -0.2840 4.0505 
ANSI90-NI 0.0274 2.2614 0.3000 -4.1899 9.1272 
ANSI90-MI 0.1735 0.6791 0.8000 -0.0800 0.1271 
Também é comum ser utilizado uma curva chamada “curva RI” que é semelhante a um 
ajuste tipo “tempo e corrente definido”, sua fórmula é a seguinte: 
𝑡 =
1
0.339 −
0.236
𝐼
× 𝐷𝑇 
 
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4 ESTUDO DE PROTEÇÃO 
É muito importante ao fazer um estudo de proteção conhecer alguns pontos importantes 
relacionados aos ajustes dos equipamentos de proteção, aqui iremos abordar mais especificamente 
ajustes do relê secundário de disjuntores de média tensão (15/25kv), mas a ideia pode ser aplicada 
a outros equipamentos como religadores por exemplo. 
Religadores possuem seus próprios TC’s e TP’s, no entanto reles de proteção de disjuntores 
precisam destes elementos externamente, por isso também será discutido os principais passos para 
determinar as características do TC de proteção a ser adotado. 
O objetivo principal de um estudo de proteção é ao final do estudo fornecer os ajustes e 
curvas de fase e de neutro do cliente, assim como as características dos TC’s e TP’s. Apresentar 
também o coordenograma no formato log-log com as curvas ajustadas da concessionária e do 
disjuntor, o ponto ANSI e a corrente de magnetização do transformador. 
As informações dadas a seguir são de modo geral um resumo do que é utilizado pela maioria 
das concessionárias, algumas variações podem existir de acordo com cada região do país. No 
estudo de caso apresentado posteriormente serão encontradas mais informações, onde cada etapa 
do estudo é comentada, não deixe ler, contém informações valiosas. 
 Principais dados 
Para que se realize o ajuste do relê secundário faz-se necessário o conhecimento de alguns 
dados do sistema elétrico da concessionária, bem como, os dados dos equipamentos que se 
pretende instalar no consumidor. 
Os dados que a concessionária deve fornecer são os seguintes: 
• Correntes de curto circuito no ponto de entrega; 
• Impedâncias no ponto de entrega; 
• Tensão nominal; 
• Curvas da proteção a montante. 
O consumidor deve fornecer: 
• Demanda contratada (kW); 
• Dados de placa dos transformadores: 
o Potência (kVA); 
o Impedância percentual de curto circuito (Z%); 
o Corrente de magnetização (in rush); 
o Tipo de transformador: Seco ou Óleo; 
• Tipo de disjuntor e relê a ser usado; 
• Cabo de entrada: 
o Comprimento; 
o Tipo/modelo para conseguir em uma tabela o valor da impedância; 
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 Correntes de curto circuito 
O primeiro passo é determinar as correntes de curto circuito do sistema, levando em 
consideração as impedâncias da rede da concessionária, impedância dos cabos de entrada e 
impedâncias dos transformadores. 
Estes valores são calculados utilizando a técnica dos componentes simétricos, assunto 
abordado brevemente no capítulo anterior, para um conhecimento mais aprofundado recomenda-
se a consulta a livros especializados. 
O sistema por unidade aliado aos componentes simétricos facilita o cálculo das correntes de 
falta, e uma das principais vantagens é poder obter o valor de uma possível falta na baixa tensão já 
referida à alta tensão, ou seja, o valor direto que o equipamento de proteção irá medir. 
 Relação ICC3F/Z1 
Alguns dos dados fornecidos pela concessionária durante o estudo de proteção são a 
corrente de curto circuito trifásico no ponto de entrega (ICC3F) e a impedância de rede, também 
referente ao ponto de entrega (Z1 e Z0). 
Vale lembrar que estes dados são equivalentes, ou seja, atravésde um teoricamente é 
possível calcular o outro, pois a grosso modo ICC3F = IBASE/Z1, por isso caso o software perceba um 
desvio demasiado com base nos dados fornecidos pelo usuário um alerta será exibido para indicar 
que um dos valores não está correto. 
Para corrigir este problema você deve se certificar de que os dados foram inseridos 
corretamente, principalmente ter informado ao software se o valor de impedância fornecido está 
em OHM ou em PU. Caso o problema persista entre em contato com a concessionária e relate o 
problema. 
 Transformador de Corrente - TC 
No sistema elétrico de potência encontramos basicamente dois tipos de transformadores de 
corrente, um utilizado para medição, possuindo um valor menor de saturação e maior precisão (na 
ordem de 0.3%), e outro utilizado para proteção, com um maior valor de saturação e menor 
precisão (na ordem de 10%). 
 
Figura 9-Representação simbólica de um TC. 
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Os transformadores de corrente possuem um limite de transformação do primário para o 
secundário, estes limites são representados através de sua curva de saturação, conforme figura 
abaixo, o TC de proteção possui seu valor limite padronizado em 20 vezes a corrente nominal 
enquanto o TC de medição em 4 vezes, a corrente no secundário quando submetido a sua corrente 
nominal geralmente é estabelecida em 5A. 
 
Figura 10-Curva de saturação de TC's de proteção e medição; 
A seleção de um TC resume-se em determinar algumas características como precisão, carga 
do secundário e é claro sua relação de transformação, tudo isso deve ser descrito utilizando uma 
formatação segundo norma ABNT ou ANSI. O software adota a nomenclatura padrão ANSI, que 
possui o seguinte formato: 
{Precisão}{Reatância}{Tensão}-{Relação} 
• Precisão: Indica o erro máximo da medição quando submetido a 20 vezes a nominal, 
ou seja, quando o secundário apresentar 100A (20x5); 
• Reatância: Indica se é de baixa ou alta reatância; 
• Tensão no secundário: tensão máxima permita no secundário; 
• Relação: Relação de transformação; 
Como exemplo temos o seguinte TC “10H200-150:5”, ou seja, 10% de precisão, alta (High) 
reatância, 200V de tensão máxima no secundário e lação de transformação de 150/5. 
Para se dimensionar o transformador de corrente da proteção são utilizados basicamente 
três critérios: 
• Deve suportar a corrente nominal de trabalho; 
• Deve suportar a corrente máxima de curto circuito; 
• Deve suportar a carga no secundário do TC; 
O primeiro item basicamente prevê que o TC deve suportar o regime permanente de 
trabalho, suportando a corrente nominal do circuito, podendo esta ser considerada a potência total 
instalada ou a demanda contratada (sempre o maior valor) mais um fator de serviço. 
 
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Corrente segundo a demanda contratada Corrente segundo potência instalada 
 
𝐼𝑑𝑐 =
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎
𝑉𝑛 × 𝐹𝑃 × √3
 
 
𝐼𝑝𝑖 =
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜𝑠
𝑉𝑛 × √3
 
𝐼𝑛𝑡𝑐 = max(𝐼𝑑𝑐 , 𝐼𝑝𝑖) × 𝐹𝑆 
Este fator de serviço (FS) permite fazer um cálculo mais conservador, prevendo uma 
ampliação nas instalações e até possíveis modificações na rede da concessionária que acabem 
elevando o nível de curto no ponto de entrega a longo prazo. 
O segundo item é ainda mais importante, garantir que o TC não sature durante a pior 
condição de falta, como essa saturação ocorre em 20 vezes a nominal podemos utilizar a seguinte 
fórmula para determinar a “corrente nominal do TC”: 
𝐼𝑛𝑡𝑐 =
𝐼𝐶𝐶𝑚𝑎𝑥
20
 
Sempre se utiliza a maior corrente de curto circuito “na cabine de medição”, que sempre 
será a ICC3FAA, não se usa a ICC3FA da conc. porque do ponto de entrega de energia (ao qual este 
valor em questão se refere) até a cabine de medição temos mais um trecho de cabo, que mesmo 
em situações onde este trecho percorre até quilômetros sua influência é quase nula, no entanto 
por alguma razão as concessionárias exigem esta consideração, por tanto o software também assim 
o faz. 
O último critério serve para determinar a tensão máxima que o TC deverá suportar no 
secundário quando submetido a sua corrente máxima. Tendo em vista que o próprio TC possui uma 
impedância interna, assim como a fiação que o conecta ao rele de proteção e até mesmo o rele 
possui uma impedância interna, tudo isso é chamado de carga BURDEN, toda essa impedância por 
sua vez ao ser submetida a uma corrente irá gerar uma tensão, ao qual o TC deverá suportar. 
𝑉𝑚𝑎𝑥 =
𝐼𝐶𝐶𝑚𝑎𝑥
𝑅𝑇𝐶
× 𝑍𝐵𝑈𝑅𝐷𝐸𝑁 
Por exemplo, tomemos um caso onde a ICC3FA = 2600A, RTC = 150/5, Z=0.33ohm: 
𝑉𝑚𝑎𝑥 =
2600
150/5
× 0.33 = 28.6𝑉 
Nesse caso a faixa comercial que suporte 28.6V será um TC de 50V no secundário. 
 
A ICC3FA - Corrente de curto circuito trifásica assimétrica. 
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 Transformadores de potência 
Em um estudo de proteção são levados em consideração vários aspectos dos 
transformadores de potência, dentre eles temos: 
• Corrente de magnetização 
• Ponto ANSI 
• Impedância percentual 
• Impedância Z0 
4.5.1 Corrente de magnetização 
A corrente de magnetização do transformador, também conhecida como corrente INRUSH, 
é a corrente inicialmente gerada durante a energização do equipamento, em transformadores de 
potência este valor pode chegar a mais de dez vezes a corrente nominal nos primeiros ciclos de 
onda, por isso é importante leva-lo em consideração em um estudo, e assim evitar que ocorra uma 
atuação indevida da proteção. 
Para potências de até 2MVA é comum considerar a corrente de magnetização do 
transformador na ordem de 8xIn com tempo de 0.1s, e para potências maiores que 2MVA deve ser 
consultado com fabricante. 
Para unidades com mais de um transformador deve-se considerar a corrente de 
magnetização do conjunto como sendo a soma da corrente de magnetização do maior 
transformador mais as correntes nominais dos demais. De uma forma geral podemos calcular a 
corrente de magnetização de um ou mais transformadores da seguinte forma: 
𝐼𝑚𝑎𝑔 = (𝑘 × 𝐼𝑛)𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + ∑ 𝐼𝑛(𝑑𝑒𝑚𝑎𝑖𝑠) (𝐴) 
Sendo que k pode ser definido como: 
• Para trafos a óleo < 2MVA: k=8; 
• Para trafos a óleo > 2MVA: k=10; 
• Para trafos a seco: k=12; 
Um detalhe que deve ser considerado é que o termo “maior trafo” na verdade se refere ao 
transformador cuja combinação “IN * K” apresente o maior valor, pois existem casos em que um 
trafo de menor potência possui uma maior corrente de magnetização comparado a outro de menor 
potência, por exemplo, um trafo de 750kVA com K=12 possui uma maior corrente de magnetização 
que um trafo de 1000kVA com k=8. 
Ao ajustar a proteção é importante garantir que a curva de FASE fique acima deste ponto, 
evitando assim uma atuação indevida durante a energização do sistema. 
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4.5.2 Ponto ANSI 
O ponto ANSI do transformador é o máximo valor de corrente que o mesmo pode suportar 
durante um período de tempo sem ser danificado. Este valor pode ser dado por uma curva ANSI ou 
considerado conforme tabela abaixo: 
Z% Ponto ANSI (A) Tempo máx. duração (s) 
4 25 x In 2 
5 20 x In 3 
6 16,6 x In 4 
7 14,3 x In 5 
De acordo com a IEEE C57.109-1993 o tempo ANSI pode ser dado pela equação “Tempo 
ANSI = 1250/(100/Z%)^2. Em geral, o ponto corrente/tempo pode ser definido como: 
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 =
100
𝑍%
× 𝐼𝑛 𝐴 
𝑇𝐴𝑁𝑆𝐼 =
1250
(
100
𝑍%)
2 =
𝑍%2
8
 𝑠 
No caso de falta fase terra para transformador -Ya (primário em delta – secundário em 
estrela) com neutro solidamente aterrado o ponto ANSI de neutro pode ser considerado 0,58 o 
ponto ANSI de fase, ou seja: 
𝐼𝑁𝐴𝑁𝑆𝐼 = 0.58 × 𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 𝐴 
É importante notar que a curva de atuação da proteção deve ficar “abaixo” do ponto ANSI 
do menor transformador,tanto para função de proteção de fase como de neutro, desta forma 
garante-se que em uma falta a proteção entre em ação antes de atingir o ponto ANSI do 
transformador, desta forma, evitando que o mesmo seja danificado. 
4.5.3 Impedância percentual (Z%) 
Conhecida também como tensão nominal de curto circuito, a impedância representa 
numericamente a impedância do transformador em percentagem da tensão de ensaio de curto 
circuito, em relação à tensão nominal. Curto circuitando o secundário e aplicando uma tensão, esta 
produz a corrente nominal do Trafo, é também considerada como a impedância de sequência 
positiva Z1 do Trafo. 
𝑍% =
𝑉𝑛𝑐𝑐𝑝
𝑉𝑛𝑝𝑡
× 100 
Onde “Vnccp” é a tensão nominal de curto e “Vnpt” é a tensão nominal primária do trafo, 
este valor deve ser dado pelo fabricante e é referenciada a potência de base do trafo, o valor da 
Resistência de perdas, na falta de dados, poderá ser considerado com 0,1xZ1. 
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4.5.4 Impedância Z0 
A impedância de sequência zero do transformador, ou Z0, depende do tipo de 
transformador, da forma de seu núcleo magnético e da ligação das bobinas primárias e secundárias, 
normalmente é utilizada a tabela baixo: 
Z0 = 
Z1 Y aterrado-Y aterrado 
0,85Z1  - Y aterrado 
5Z1 Y aterrado – Y isolado 
  -  
Em geral os valores de impedância são parecidos entre as diversas potências, marcas e 
modelos, como referência os transformadores WEG (-Y), onde o valor de Z0% é 3.15% para 
potências de 75 a 150 kVA e 4,05% para 225 kVA a 500 kVA. 
 Impedância dos cabos 
A impedância dos cabos de alta tensão que ligam o rele do cliente até o ponto de entrega de 
energia da concessionária pode-se considerar desprezíveis para distâncias pequenas, ou menores 
que 20m, porem para distâncias grandes devem ser consideradas e os valores em Ohm/Km, que 
são obtidos em tabelas dos fabricantes. 
 Elo-fusíveis 
Para seleção de uma chave fusível deve-se levar em consideração as características elétricas 
do seu ponto de instalação, como tensão nominal, corrente nominal, nível básico de isolamento e 
capacidade de interrupção. 
Os elos-fusíveis de proteção de transformador, devem satisfazer aos seguintes requisitos: 
• Operar para curtos-circuitos no transformador ou na rede secundária; 
• Suportar continuamente, sem fundir, a sobrecarga permissível ao transformador. 
Para transformador de distribuição, admite-se uma sobrecarga de duas vezes a sua 
carga nominal. 
• De acordo com a curva de tempos máximos admissíveis para sobre correntes em 
transformador, deverá fundir num tempo inferior a 17s, com correntes de 2,5 a 3 
vezes a corrente nominal do transformador; 
• Não deverá fundir para a corrente transitória de energização do transformador, 
estimada em8 a 12 vezes a sua corrente nominal (para transformador com potência 
até 2MVA). Considera -se este transitório com duração em torno de 0,1s. 
• Deve coordenar com as proteções ao montante e a jusante do transformador; 
• Deve coordenar com a curva térmica do transformador; 
Para facilidade de aplicação, os catálogos de fabricantes fornecem tabelas com os elos-
fusíveis apropriados para proteção de transformadores de distribuição, como a tabela abaixo: 
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Figura 11-Tabela de fusíveis; 
O software SUPERCOORD, ao gerar o relatório de cálculo, automaticamente insere um ELO 
fusível para cada transformador do sistema, desta forma o usuário pode ter uma ideia do valor do 
ELO caso deseje utilizá-lo. 
 Ajustes do rele 
Os principais ajustes dos reles de proteção em resumo são os ajustes da curva de proteção 
temporizada de fase e de neutro. Na curva temporiza são necessários os parâmetros de “tipo de 
curva, corrente de partida, corrente de TRIP e dial time”. 
A seguir serão fornecidas algumas considerações a serem adotadas durante o processo de 
ajustes das curvas de reles em relação a cada parâmetro, estas dicas servem como uma espécie de 
“lista de verificação” para determinar se a parametrização estará de acordo com o que se considera 
uma boa prática. 
4.8.1 Curva de proteção de fase 
Em geral a corrente de partida de fase é calculada da seguinte forma: 
𝐼𝑝 =
𝑊
√3 × 𝐹𝑃 × 𝑉
× 𝐾 [𝐴] 
Onde W é geralmente a demanda contratada em kW, FP é o fator de potência de referência 
de 0,92, V é a tensão de linha em kV, e K é uma folga composta geralmente por 10% de margem de 
ultrapassagem do contrato mais 20% de tolerância da proteção. 
O detalhe é que nem sempre a demanda contratada corresponde à potência instalada, isto 
gera uma certa confusão, pois é preciso decidir se o cálculo da proteção será feito com base no 
valor da potência contratada ou instalada, esta consideração é principalmente importante onde 
existe apenas um transformador instalado. 
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Vamos supor um caso onde o ajuste do rele será calculado considerando a potência 
contratada, e tendo apenas um transformador, portanto teremos duas possíveis situações: 
• Contratada > Instalada: Neste caso a corrente de partida fica acima da corrente 
nominal do transformador instalado, caso haja uma sobrecarga o transformador 
pode queimar; 
• Contratada < Instalada: Neste caso a corrente de partida fica abaixo da corrente 
nominal do transformador, logo uma sobrecarga no sistema pode gerar um evento 
indesejado na proteção; 
O software SUPERCOORD permite selecionar entre as opções: menor potência, potência 
instalada e potência contratada. É recomendado selecionar o menor valor de potência dentre a 
contratada e a instalada, que na maioria das vezes é a melhor opção, mas cada situação entre 
contratada ser maior ou menor que instalada e optar pelo menor ou maior valor possui seus prós e 
contras, cabe ao projetista avaliar a melhor opção para seu caso. 
A curva de proteção de fase deve ficar com uma margem de segurança em relação à 
potência instalada, geralmente em torno de 20%, esta margem evita a atuação indevida da 
proteção em casos de sobrecarga do sistema, atuando praticamente só em casos de curto circuito, 
o que é correto, pois cada transformador possui sua proteção no secundário que deve atuar 
quando necessário fazendo que a proteção de retaguarda atue apenas em casos excepcionais. 
Os itens estão listados por ordem de importância, por isso, caso não seja possível atender 
todos os requisitos devem ser garantidos os primeiros itens. 
• Tipo de Curva: 
o Deve ficar abaixo do ponto ANSI do TRAFO, para garantir que todo curto seja 
extinto antes de danificar o mesmo; 
o Especificar o tipo, Normal Inversa (NI), Muito Inversa (MI), Extremamente 
Inversa (EI), etc.; 
• Corrente de partida: 
o Deve ser maior que a corrente nominal (demanda) mais uma folga de no 
mínimo 10% e mais uma folga da proteção, com fator de potência de 
referência de 0.92; 
o Deve ser menor que a menor das correntes de curto circuito, desta forma 
garante-se que todo curto será visto pela proteção; 
o Deve ser maior que 10% do TC, por motivos precisão do equipamento; 
• Corrente instantânea: 
o Deve ser 40% maior que corrente de magnetização, desta forma a corrente 
de partida do TRAFO não irá provocar um TRIP; 
o Deve ser 20% menor que instantânea da concessionária; 
o Deve ser menor que a corrente de saturação do TC (20 vezes nominal); 
• Dial Time (DT): 
o Garantir que toda curva fique com no mínimo 0.2s abaixo a da proteção da 
concessionária; 
o Modificar conforme necessário para atingir os requisitos nos itens anteriores; 
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4.8.2 Curva de proteção de neutro 
• Tipo de Curva: 
o Selecionar o tipo de curva, geralmente o mesmo da curva de fase; 
• Corrente de partida: 
o Deve ser de no mínimo 10% a corrente de partida de fase; 
o Deve ser menor que a corrente de ajuste de neutroda concessionária para 
garantir a seletividade; 
o Deve ser menor que a corrente de curto circuito fase terra mínimo; 
o Deve permitir a corrente de desiquilíbrio do circuito; 
• Corrente instantânea: 
o Deve ser 20% da corrente instantânea de fase; 
o Deve ser no máximo 20 vezes a corrente de partida de neutro (menor que 
saturação do TC); 
• Dial Time (DT): 
o Idem os requisitos para parametrização de fase; 
 Tempo de atuação do rele 
O tempo de atuação do rele é uma informação exigida por algumas concessionárias, esta 
informação simplesmente indica quanto tempo o rele irá levar para atuar em um determinado nível 
de curto, geralmente um ponto por curva, sendo a corrente ICC3F (trifásico) para a curva de FASE e 
ICCFTM (fase terra mínimo) para curva de NEUTRO (ambos dados de curto para o ponto de entrega 
fornecidos pela concessionária). 
Estes valores são gerados para ambos os reles, o da concessionária e do cliente, estas 
informações são bem interessantes, pois indicam de forma clara se o rele do cliente irá atuar antes 
do rele da concessionária e também serve como uma “prova real” da curva utilizada no estudo e da 
curva realmente aplicada pela concessionária. 
O software fornece estes valores automaticamente, mas vale lembrar que os valores são 
obtidos diretamente do cálculo de tempo da curva, no entanto o rele pode conter um ajuste de 
corrente instantânea abaixo do valor calculado, logo o tempo de atuação real será diferente (na 
ordem de 0.1s) pois o valor testado irá ativar a função 50 do rele. 
 Resumo 
Os passos para o estudo de proteção podem ser organizados em: 
• Adquirir dados da concessionária: 
o Correntes de curto no ponto de entrega; 
o Impedância da rede; 
o Curvas da proteção da subestação; 
• Adquirir dados do cliente: 
o Demanda contratada; 
o Dados dos transformadores; 
o Cabo de entrada; 
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• Calcular corrente de curto na barra de média tensão; 
• Calcular correntes de curto no secundário dos transformadores; 
• Dimensionamento do TC de proteção; 
• Calcular corrente de magnetização dos transformadores; 
• Calcular ponto ANSI dos transformadores; 
• Ajustar curvas de proteção de fase e neutro do cliente; 
• Montar coordenograma, contendo os itens: 
o Curvas da proteção da concessionária; 
o Curvas da proteção do cliente; 
o Ponto ANSI; 
o Corrente de magnetização; 
• Verificar o gráfico para validar a seletividade e coordenação do sistema; 
• Montar relatório; 
• Enviar relatório para concessionária; 
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5 ESTUDO DE CASO 
A seguir temos dois exemplos de estudo de caso, no primeiro exemplo é mostrado em 
detalhes os cálculos e considerações para realização do estudo de proteção. O Segundo exemplo 
utiliza o software para mostrar a facilidade em obter os mesmos resultados, um relatório 
praticamente pronto e a visualização das informações no gráfico log-log. 
 Exemplo manual 
Neste exemplo um cliente deseja solicitar a concessionária um ponto de energia para sua 
empresa, sendo que ele irá instalar em sua subestação dois transformadores somando uma 
potência instalada de 1250 kVA, e com uma demanda contratada de 1000 kW, tensão de 
alimentação 13.8 kV. 
Para que o cliente tenha seu ponto de entrega liberado pela concessionária, a mesma 
solicitou a apresentação do estudo de proteção. Para iniciar o estudo primeiro é preciso solicitar a 
concessionária alguns dados como as impedâncias, as correntes de curto circuito no ponto de 
entrega e as curvas do relé de proteção da subestação. 
Abaixo temos um diagrama simplificado representando todos os componentes envolvidos 
no circuito. As correntes de falta serão calculadas no ponto MT e nos pontos BT. Como podemos 
ver, no ponto MT consideramos as impedâncias da rede da concessionária e do cliente, nos pontos 
BT terão mais a impedância do transformador. 
 
Figura 12-Exemplo genérico. 
5.1.1 Primeiras informações 
Após contato com a concessionária para solicitação dos dados no ponto de entrega os 
seguintes dados foram fornecidos: 
• Impedâncias 
o 𝑍1𝑟𝑒𝑑𝑒 = 3,21 + 𝑗4,17 (impedância da rede); 
o 𝑍0𝑟𝑒𝑑𝑒 = 4,73 + 𝑗16,7 (impedância da malha de terra); 
o 𝑅𝐹 = 40 𝑜ℎ𝑚, (resistência de falta); 
• Curto circuito 
o ICC3F = 795 A (corrente de curto circuito trifásica simétrica); 
o ICC3FA = 811 A (corrente de curto circuito trifásica assimétrica); 
o ICCFT = 450 A (corrente de curto circuito monofásica para terra); 
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o ICCFTA = 482 A (corrente de curto circuito monofásica para terra 
assimétrica); 
o ICCFTM = 307 A (corrente de curto circuito monofásica para terra mínima, 
onde se leva em consideração uma resistência de falta); 
• Ajustes da proteção: 
o Partida de fase: 120 A; 
o Instantânea de fase: 800 A; 
o Dial Time fase: 0,5 s; 
o Curva de fase: IEC-NI; 
o Partida de neutro: 15 A; 
o Instantânea de neutro: 150 A; 
o Curva de neutro: IEC-NI; 
o Dial Time de neutro: 0,2 s; 
Além dos dados da concessionária é claro, precisamos dos dados do cliente, como 
informações sobre o cabo de entrada e dados de placa dos transformadores. Neste exemplo 
faremos uso dos seguintes valores: 
• Cabo de entrada 
o Cabo 35mm² Eprotenax Compact 8,7/15kv em trifólio; 
o 𝑍1 = 0.67 + 𝑗0.147 𝑜ℎ𝑚/𝑘𝑚 (procurar este valor na tabela do fabricante); 
o Comprimento: 500m (este é um valor muito grande e foi utilizado apenas 
para fins didáticos); 
• Transformador 1: 
o Potência: 500kVA; 
o Ligação: D-Ya (Delta-Estrela aterrada); 
o Impedância: 5.5%; 
o Corrente de magnetização: 10 vezes; 
• Transformador 2: 
o Potência: 750kVA; 
o Ligação: D-Ya (Delta-Estrela aterrada); 
o Impedância: 4.5%; 
o Corrente de magnetização: 8 vezes; 
5.1.2 Valores de base 
A primeira etapa é definir a tensão e a potência de base para os cálculos. A tensão de base é 
sempre a tensão de entrega, neste caso, 13.8kV e a potência de base é sempre definida como 
100MVA. 
Feito isso devemos calcular os demais valores de base do sistema: 
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) =
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇)
2
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
=
138002
100 × 106 
= 1,91 𝑜ℎ𝑚 
𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) =
𝑆𝑏𝑎𝑠𝑒
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) × √3
=
100 × 106
13800 × √3
= 4184 𝐴 
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Os dados fornecidos do cabo geralmente estão em ohm/km, por isso é preciso para pu. 
𝑍𝑐𝑎𝑏𝑜 = 0,67 + 𝑗0,147 ×
500𝑚
1000𝑚
= 0,335 + 𝑗0,075 𝑜ℎ𝑚 
𝑍1𝑐𝑎𝑏𝑜 =
𝑍𝑐𝑎𝑏𝑜
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇)
=
0,335 + 𝑗0,075
1,91
= 0,175 + 𝑗0,039 𝑝𝑢 
5.1.3 Correntes de curto na barra de média tensão 
O primeiro ponto de interesse é calcular o valor de curto circuito na barra de média tensão, 
ou seja, na barra do primário dos transformadores, para isso, em uma situação de curto circuito 
neste ponto precisamos considerar a impedância do cabo de entrada e a impedância da rede. 
Para calcular o curto trifásico é necessário calcular a impedância de sequência positiva total, 
neste ponto as impedâncias relevantes ao curto são apenas da rede e do cabo: 
𝑍1 = 𝑍1𝑟𝑒𝑑𝑒 + 𝑍1𝑐𝑎𝑏𝑜 = 3,21 + j4,17 + 0,175 + j0,039 = 3,385 + 𝑗4,209 𝑝𝑢 
𝐼3𝜙 = 𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) ×
1
|𝑍1|
=
4184
5,401
= 774 𝐴 
O fator de assimetria é calcular baseado nos valores de X e R da impedância total utilizada 
para calcular o curto: 
𝐹𝑎 = 𝐹𝐴(3,385 + 𝑗4,209) =
√1 + 2𝑒−2π
𝑅
𝑋 = √1 + 2𝑒
−2𝜋
3,385
4,209 = √1 + 2𝑒−5,05 = 1,00637 
𝐼3𝜙𝐴 = 𝐼3𝜙 × 𝐹𝑎 = 774 × 1,00637 = 779 𝐴 
A impedância de sequência zero neste caso é considerada apenas o valor dado pela 
concessionária, pois a impedância de sequência zero do cliente é muito baixa e pode ser 
desprezada. 
𝐼𝜙𝑇 = 𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) ×
3
|2𝑍1 + 𝑍0|
= 
4184 × 3
|2 × (3,385 + 𝑗4,209) + 4,73 + j16,7)|
 
𝐼𝜙𝑇 =
12552
|11,5 + 𝑗25,12|
=
12552
27,62
= 454 𝐴 
Novamente o valor de assimetria é calculadoem cima da impedância total utilizada para 
calcular o curto circuito simétrico: 
𝐼𝜙𝑇𝐴 = 𝐼𝜙𝑇 × 𝐹𝐴(11,5 + 𝑗25,12) = 454 × 1,055 = 479 𝐴 
Para calcular o curto de fase para terra mínimo é preciso converter a resistência de falta 
para impedância em pu: 
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𝑍𝐹 = 3
𝑅𝑓𝑎𝑙𝑡𝑎
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒
= 3
40
1,91
= 62,82 𝑝𝑢 
𝐼𝜙𝑇𝑚 = 𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) ×
3
|2𝑍1 + 𝑍0 + 𝑍𝐹|
=
4184 × 3
|11,5 + 𝑗25,12 + 62,82|
=
12552
78,45
= 160 𝐴 
Em resumo temos os seguintes valores de curto circuito: 
𝐼3𝜙 = 774 𝐴 𝐼3𝜙𝐴 = 779 𝐴 𝐼𝜙𝑇 = 454 𝐴 𝐼𝜙𝑇𝐴 = 479 𝐴 𝐼𝜙𝑇𝑚 = 160 𝐴 
5.1.4 Correntes de curto na barra de baixa tensão 
Agora é necessário calcular os valores de falta no secundário dos transformadores, o 
método é muito parecido com o anterior, com a diferença que é preciso levar em consideração a 
impedância do transformador. Os valores de corrente calculados já estão referenciados à média 
tensão, ou seja, é o valor que o TC no primário sentir quando ocorrer a falta. 
A primeira etapa é calcular as impedâncias de sequência positiva (Z1) e zero (Z0) dos 
transformadores. A impedância Z1 depende da impedância percentual, dado registrado na placa de 
identificação do próprio transformador, a impedância Z0 depende basicamente de Z1 e do tipo de 
ligação. 
Neste exemplo temos dois transformadores, (A) 400 kVA com Z=5.5% e (B) de 600 kVA com 
Z=4.5%. O valor da impedância em pu é obtido segundo a fórmula: 
|𝑍1𝑇| =
𝑍%
100
×
𝑉2
𝑆
×
1
𝑍𝑏𝑎𝑠𝑒
 𝑝𝑢 
O valor acima calculado representa o módulo da impedância, no entanto verificou-se na 
prática que deste valor total em média 10% é composto pela parte resistiva e 90% pela parte 
indutiva, por isso o valor final da impedância é obtida da seguinte forma: 
𝑍1𝑇 = (0,1 + 𝑗0,995) × |𝑍1𝑡| 𝑝𝑢 
Ambos os transformadores estão ligados em D-Ya, especificamente neste tipo de ligação a 
impedância Z0 corresponde a 0.85 vezes Z1, ou seja: 
𝑍0𝑇 = 0,85 × 𝑍1𝑇 𝑝𝑢 
Vale lembrar que como visto no capítulo anterior o valor de Z0 depende do tipo de ligação 
do transformador. 
5.1.5 Transformador A 
Primeiro as impedâncias do transformador: 
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|𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜| =
5,5
100
×
13.8002
500.000
×
1
1,91
= 10,97 𝑝𝑢 
𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = (0,1 + 𝑗0,995) × 10,97 = 1,10 + 𝑗10,93 𝑝𝑢 
𝑍0𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,85 × 𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,85 × (1,10 + 𝑗10,93) = 0,94 + 𝑗9,30 𝑝𝑢 
Depois calculamos a impedância Z1 total: 
𝑍1 = 𝑍1𝑟𝑒𝑑𝑒 + 𝑍1𝑐𝑎𝑏𝑜 + 𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 
𝑍1 = (3,21 + j4,17) + (0,175 + j0,039) + (1,10 + 𝑗10,93) = 4,49 + 𝑗15,15 
Agora a impedância Z0, lembrando que neste tipo de ligação deve ser considerada apenas a 
impedância de sequência zero do transformador: 
𝑍0 = 𝑍0𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,94 + 𝑗9,30 
Corrente de falta trifásica: 
𝐼3𝜙 = 𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) ×
1
|𝑍1|
=
4.184
15,8
= 265 𝐴 
𝐼3𝜙𝐴 = 𝐼3𝜙 × 𝐹𝐴(4,49 + 𝑗15,15) = 265 × 1,145 = 303 𝐴 
Outro detalhe importante ao calcular o valor de falta para ligação D-Ya é o fato de que a 
corrente vista no primário possui um fator de redução de raiz de 3: 
𝐼𝜙𝑇 =
𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇)
√3
×
3
|2𝑍1 + 𝑍0|
=
4.184
√3
×
3
|2 × (4,49 + 𝑗15,15) + 0,94 + j9,30)|
 
𝐼𝜙𝑇 =
7.245
|9,91 + 𝑗39,61|
=
7.245
40,8
= 177 𝐴 
𝐼𝜙𝑇𝐴 = 𝐼𝜙𝑇 × 𝐹𝐴(9,91 + 𝑗39,61) = 177 × 1,189 = 211 𝐴 
𝐼𝜙𝑇𝑚 =
𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇)
√3
×
3
|2𝑍1 + 𝑍0 + 𝑍𝐹|
=
7.245
|9,91 + 𝑗39,61 + 62,82|
=
7.245
82,8
= 87 𝐴 
Resumo: 
𝐼3𝜙 = 265 𝐴 𝐼3𝜙𝐴 = 303 𝐴 𝐼𝜙𝑇 = 177 𝐴 𝐼𝜙𝑇𝐴 = 211 𝐴 𝐼𝜙𝑇𝑚 = 87 𝐴 
5.1.6 Transformador B 
Valores do transformador: 
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|𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜| =
4,5
100
×
13.8002
750.000
×
1
1,91
= 5,982 𝑝𝑢 
𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = (0,1 + 𝑗0,995) × 5,982 = 0,60 + 𝑗5,97 𝑝𝑢 
𝑍0𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,85 × 𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,85 × (0,60 + 𝑗5,97) = 0,51 + 𝑗5,07 𝑝𝑢 
Valor total: 
𝑍1 = 𝑍1𝑟𝑒𝑑𝑒 + 𝑍1𝑐𝑎𝑏𝑜 + 𝑍1𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 
𝑍1 = (3,21 + j4,17) + (0,175 + j0,039) + (0,60 + 𝑗5,97) = 3,99 + 𝑗10,18 
𝑍0 = 𝑍0𝑡𝑟𝑎𝑓𝑜 = 0,51 + 𝑗5,07 
Correntes de falta: 
𝐼3𝜙 = 𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇) ×
1
|𝑍1|
=
4.184
10,9
= 383 𝐴 
𝐼3𝜙𝐴 = 𝐼3𝜙 × 𝐹𝐴(3,99 + 𝑗10,18) = 383 × 1,082 = 414 𝐴 
𝐼𝜙𝑇 =
𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇)
√3
×
3
|2𝑍1 + 𝑍0|
=
7.245
|2 × (3,99 + 𝑗10,18) + 0,51 + 𝑗5,07)|
 
𝐼𝜙𝑇 =
7.245
|8,48 + 𝑗25,43|
=
7.245
26,8
= 270 𝐴 
𝐼𝜙𝑇𝐴 = 𝐼𝜙𝑇 × 𝐹𝐴(8,48 + 𝑗25,43) = 270 × 1,116 = 302 𝐴 
𝐼𝜙𝑇𝑚 =
𝐼𝑏𝑎𝑠𝑒(𝐴𝑇)
√3
×
3
|2𝑍1 + 𝑍0 + 𝑍𝐹|
=
7.245
|8,48 + 𝑗25,43 + 62,82|
=
7.245
76,26
= 95 𝐴 
Resumo: 
𝐼3𝜙 = 383 𝐴 𝐼3𝜙𝐴 = 414 𝐴 𝐼𝜙𝑇 = 270 𝐴 𝐼𝜙𝑇𝐴 = 302 𝐴 𝐼𝜙𝑇𝑚 = 95 𝐴 
5.1.7 Dimensionamento do TC 
A próxima etapa é definir o valor do transformador de corrente para proteção de acordo 
com os dois critérios. Para isso precisamos da corrente de ajuste e corrente total dos 
transformadores. 
𝐼𝑛 =
𝐷𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎
𝑉𝑛 × 0.92 × √3
=
1.000.000
13.800 × 0,92 × √3
= 45,47 𝐴 
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𝐼𝑡 =
𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑇𝑟𝑎𝑓𝑜𝑠
𝑉𝑛 × √3
=
1.250.000
13.800 × √3
= 52,30 
Critério do curto: 
𝐼𝑛𝑇𝐶 ≥
𝐼3𝜙𝐴
20
≥
779
20
≥ 38,95 𝐴 
Critério da meia escala: 
2 × 𝐼𝑛 ≤ 𝐼𝑛𝑇𝐶 ≤ 2 × 𝐼𝑡 
2 × 45,47 ≤ 𝐼𝑛𝑇𝐶 ≤ 2 × 52,30 
91 ≤ 𝐼𝑛𝑇𝐶 ≤ 105 
O primeiro critério sugere um valor próximo de 39 A, o outro sugere uma faixa entre 91 A e 
105 A, respeitando o critério com a sugestão da maior corrente devemos selecionar um valor 
comercial de 100 A. 
5.1.8 Corrente de magnetização dos transformadores 
A corrente de magnetização pode ser calculada como: 
𝐼𝑚𝑎𝑔 = 𝑘 × 𝐼𝑛𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 + ∑ 𝐼𝑛𝑑𝑒𝑚𝑎𝑖𝑠 (𝐴) 
𝐼𝑛1 =
𝑆
𝑉 × √3
=
500.000
13.800 × √3
= 20,9 𝐴 𝐼𝑛2 =
𝑆
𝑉 × √3
=
750.000
13.800 × √3
= 31,4 𝐴 
𝐼𝑚𝑎𝑔 = 8 × 31,4 + (20,9) = 272 𝐴 
O trafo de 500kVA possui o valor K=10, maior que o trafo de 750kVA, cujo K=8, no entanto a 
maior combinação “IN*K” continua sendo do trafo de 750kVA. 
5.1.9 Ponto ANSI dos transformadores 
Para o transformador de 500 kVA temos: 
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 =
100
𝑍1%
× 𝐼𝑛 =
100
5,5
× 20,9 = 380 𝐴 𝑇𝐴𝑁𝑆𝐼 =
𝑍1%
2
8
=
5,52
8
= 3,78 𝑠 
E para o transformador de 750 kVA temos: 
𝐼𝐴𝑁𝑆𝐼 =
100
4,5
× 31,4 = 697 𝐴 𝑇𝐴𝑁𝑆𝐼 =
4,52
8
= 2,53 𝑠 
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5.1.10 Ajuste das curvas de proteção 
O ajuste das curvas de proteção deve ser feito utilizando o roteiro descrito no item 4.8, mas 
primeiro devemos calcular alguns valores básicos como corrente de partia e instantânea, depois 
montar o coordenograma e avaliar conforme os requisitos descritos. 
Neste exemplo, a demanda contratada foi de 1.000 kW enquanto a potência instalada dos 
transformadores é de 1.250 kVA, de acordo com o software a potência selecionada como 
referência é a menor, logo o valor de 1.000 kW, sendo assim podemos calcular a corrente de 
partida: 
𝐼𝑝𝑓 =
𝑊
√3 × 𝑉
× 𝑘 =
1.000
√3 × 13,8
× 1,3 ≅ 54,4 𝐴 
A corrente instantânea é: 
𝐼𝑖𝑓 = 1,4 × 𝐼𝑚𝑎𝑔 = 1,4 × 272 ≅ 380 𝐴 
A corrente de partida de neutro é 10% da fase, e a instantânea 20% da fase: 
𝐼𝑝𝑛 = 0,1 × 𝐼𝑝𝑓 = 0,1 × 54,4 = 5,4 𝐴 𝐼𝑖𝑛 = 0,2 × 𝐼𝑖𝑓 = 0,2 × 380 = 76 𝐴 
5.1.11 Coordenograma 
Uma das últimas etapas é montar o coordenograma, plotando dados de curva de proteção 
calculados para o cliente, curva da concessionária, níveis de curto, ponto ANSI, corrente de 
magnetização, etc. Tudo isso é bem trabalhoso de ser feito até mesmo utilizando ferramentas 
como o Excel, fazer isto manualmente é ainda pior, mas é necessário, pois é uma exigência do 
fornecedor de energia. 
Aqui não iremos montar o coordenograma, vamos deixar para mostrar no próximo exemplo 
utilizando o software. Neste ponto o gráfico teria que ser montado e analisado para verificar a 
coordenaçãoe seletividade do sistema, seguindo os requisitos propostos por este manual. 
5.1.12 Conclusão 
Como visto, o estudo de proteção é longo e trabalhoso, lembrar-se de todos os passos e 
detalhes dos cálculos é uma tarefa árdua principalmente caso você passe um tempo sem executá-
las, montar o coordenograma também não fácil, e é por isso que o SUPERCOORD é uma ferramenta 
de grande valia para quem trabalha neste ramo. 
 Exemplo #1 SUPERCOORD 
Para mostrar a simplicidade de utilizar o programa vamos tomar como exemplo o estudo de 
caso apresentado anteriormente. Para facilitar ainda mais o aprendizado o software vem por 
padrão com alguns valores inicias ao criar um novo arquivo, no caso o arquivo tipo “Ajustes” os 
valores são exatamente os mesmos utilizados aqui neste exemplo. Desta forma você pode 
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acompanhar o processo de cálculo manual e comparar com o memorial de cálculo apresentado no 
software. 
5.2.1 Inserindo os dados 
Primeiramente abrimos a tela de boas-vindas e selecionamos um novo arquivo do tipo 
“Ajuste/Cálculo”. 
 
Figura 13-Tela de boas-vindas. 
O arquivo novo vem por padrão com os valores utilizados neste exemplo, você pode utilizar 
o memorial de cálculo apresentado no relatório e comparar com o processo de cálculo manual do 
exercício anterior. Na primeira parte do relatório podemos encontrar um resumo de tudo, dos 
valores de curto, ajustes, etc. 
Primeiro devemos fornecer os dados do cliente, como a potência contratada, distância do 
cabo de entrada, impedância, etc., também deve ser fornecido os dados de impedância e curto 
circuito da concessionária. 
 
Figura 14-Dados iniciais. 
Após os dados iniciais precisamos informar ao software algumas características do 
rele/religador que não serão calculados, como por exemplo, o tipo de curva que é uma opção do 
projetista e normalmente é selecionada para se adequar ao seu equipamento ou para deixar igual à 
curva do rele da concessionária. 
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Figura 15-Rele do cliente. 
Para agilizar a montagem do coordenograma é recomendado inserir na tela seguinte os 
dados correspondentes ao rele da concessionária, esta tela é irrelevante para o cálculo dos ajustes, 
ela apenas ajuda a montar o coordenograma automaticamente com as curvas do rele da 
concessionária. 
 
Figura 16-Rele da concessionária. 
Uma das últimas etapas é informar ao software os dados dos transformadores instalados, 
não há limite para o número de trafos, adicione um a um configurando suas propriedades e 
lembrando-se sempre de “aplicar” as alterações antes de adicionar um novo trafo. Uma das opções 
do software é indicar se o transformador está em paralelo, isso é bem simples, na verdade significa 
que todos os trafos marcados como “paralelo” estão fisicamente ligados em “paralelo”. 
 
Figura 17-Dados dos transformadores. 
A última aba possui algumas opções sobre o relatório, você pode escolher se os elos fusíveis 
serão inseridos no coordenograma, e também pode gerar um resumo conforme um padrão 
adotado pela CELESC, este padrão é bastante útil para o operador que irá configurar o 
rele/religador, pois resume os ajustes do mesmo. 
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Figura 18-Opções do relatório. 
Neste ponto já temos todas as informações necessárias para montar o coordenograma, para 
isso, basta clicar no botão “Criar coordenograma”, e uma nova tela irá se abrir já com todas as 
informações inseridas. 
 
Figura 19-Coordenograma do exemplo. 
Como podemos ver, a partida de fase está acima da corrente nominal do circuito, está 
protegendo o ponto ANSI e também está acima da corrente de magnetização. Podemos ver 
claramente que esta abaixo da curva da concessionária e possui uma margem segura de tempo 
entre as curvas. 
5.2.2 Gerando o relatório 
O modelo exato do relatório deve ser verificado com cada concessionária, em geral o 
SUPERCOORD contém todos os dados necessários, inclusive o memorial de cálculo, item exigido por 
algumas. 
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Tendo em mãos o modelo basta utilizar os dados gerados no relatório da tela de ajuste e a 
imagem do coordenograma, montar tudo em um arquivo do WORD e enviar para a concessionária, 
na maioria dos casos, enviar apenas o relatório gerado pelo software juntamente com a imagem do 
coordenograma já pode ser o suficiente. 
5.2.3 Exemplos de dados da concessionária 
Cada concessionária possui uma forma diferente de apresentar os dados relacionados ao 
consumidor e os ajustes do rele, segue abaixo um exemplo dos dados fornecidos por uma 
concessionária. Esta tabela contém os dados de curto circuito e impedância de rede, que devem ser 
preenchidos na aba “Geral” no SUPERCOORD, outra informação importante e sempre presente são 
os dados do religador da concessionária, que deve ser preenchido na aba “Rele con.”. 
 
Figura 20-Exemplo dados da concessionária. 
No exemplo acima, em relação aos dados do rele, existe alguns pontos que podem gerar 
dúvidas, para melhor entendimento segue a explicação de cada um dos parâmetros: 
• Corrente de disparo: Esta é a corrente de partida do rele, também chamada de 
PICKUP; 
• Número de operações lentas: por se tratar de um religador, este parâmetro indica 
quantas operações (fechamentos automáticos) o rele irá fazer antes de permanecer 
travado em aberto, este parâmetro é irrelevante para o software; 
• Curva de operação lenta: Aqui é indicado o tipo de curva utilizado pelo rele, outra 
informação é o multiplicador de tempo (DIAL TIME), em alguns casos pode vir 
separado mas aqui o valor está simbolizado como sendo o multiplicador da curva; 
• Número de operações rápidas: Alguns reles permitem definir mais de um tipo de 
operação, neste caso não está sendo usado; 
Outro detalhe é que neste caso a concessionária não forneceu o valor da corrente 
instantânea, portanto marque no SUPERCOORD como “OFF” ou com o valor “0”. 
 Exemplo #2 SUPERCOORD (com dados duvidosos) 
Vamos agora analisar um outro exemplo, é preciso ficar atendo que cada concessionária do 
Brasil pode fornecer mais ou menos dados, assim como os mesmos dados em formas diferentes, 
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como a impedância de rede no ponto de entrega pode estar em OHMB. Vamos analisar os dados de 
um suposto estudo conforme informações abaixo: 
 
Figura 21-Dados da concessionária. 
Primeiro os dados de curto: 
• Icc3fassim: este é o valor da ICC3FA no software, caso não seja fornecido pela 
concessionária insira o valor 0, e o software irá calcular automaticamente; 
• Icc3f: valor de ICC3F; 
• Icc2f: o valor de corrente de curto bifásico não é utilizado pelo software; 
• Iccftmax: tradicional ICCFT do software, verifique que não é fornecido o valor de 
fase-terra-assimétrico, coloque o valor 0 no software; 
• Iccftmin: valor de ICCFTM; 
• Z1 e Z0: impedância equivalente no ponto de entrega; 
O primeiro dado a ser verificado no rele/religador do alimentador é o parâmetro RTC, 
relação de transformação de corrente, neste caso os valores dos parâmetros de corrente inseridos 
no equipamento são os valores absolutos de corrente no secundário do TC, no entanto o software 
exige os valores referidos a alta, portanto eles devem ser multiplicados por esta relação. 
Perceba que a relação é bem alta, 1000/1, normalmente encontra-se como 1000/5 (que 
mesmo assim já seria alta), a corrente de PICK-UP (corrente de partida) de 100A na verdade seria 
100*1000/1 = 100kA, o que é um valor totalmente absurdo, em casos como esse entre em contato 
com a concessionária para pedir esclarecimentos sobre os valores fornecidos. 
Outro problema, que não é tão raro, é fornecimento de curvas com nome de padrões 
internos da concessionária,neste caso foram fornecidas as curvas C2 tanto para fase e neutro, essa 
curva não existe, neste caso deve-se entrar em contato para solicitar detalhes da curva, e boa sorte 
pra quem precisar fazer isso. 
 
B Em casos como este basta informar no software se o valor está em PU ou OHM, não preciso fazer qualquer 
tipo de conversão. 
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Mais um problema encontrado aqui é o DIAL TIME, o valor de fase com 0.2 está OK, no 
entanto o valor de neutro está como 035, e 35s é alto demais, 0.35s é um pouco baixo para um 
alimentador, 3.5s parece mais razoável mas como não é possível ter certeza, novamente é 
necessário entrar em contato com a concessionária. 
Este exemplo fica por aqui, ele serve apenas para mostrar que você deve questionar sobre 
valores duvidoso, siga seus instintos/sentimentos, seja razoável, e na dúvida ente em contato com 
a concessionária, pois afinal de contas eles são humanos, logo também erram. 
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6 EDITOR DE CURVAS 
Prevendo a grande quantidade de curvas disponíveis no mercado o software permite a 
criação de curvas personalizadas, permitindo copiar curvas do manual do fabricante ou curvas 
entregues pelas próprias distribuidoras. 
 Copiando uma curva do fabricante 
Uma situação recorrente é a necessidade de utilizar curvas do religador modelo F6 da 
COOPER, as curvas deste modelo são chamadas de KYLE. Como exemplo, vamos supor que a 
distribuidora passou os seguintes dados da curva de fase temporizada (ajuste função 51): 
• Corrente de partida (IP): 400 A 
• Dial: 1,00 
• Curva: KYLE 113 
O primeiro passo é encontrar o manual do fabricante com a curva desejada, neste caso a 
mesma pode ser encontrada no documento “R280-91-34.pdf”, facilmente encontrado na internet. 
Na página 11, encontramos o desenho da curva 113. 
 
Figura 22-Curva KYLE 113 
Para copiar esta curva, abrimos o software e entramos no menu “Ferramentas, Editor de 
Curvas”, que na verdade é a mesma janela de seleção de curvas, dentro da janela basta clicar em 
adicionar curva e editar a nova curva adicionada. 
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Figura 23-Criando uma curva. 
Por observação vamos escolher 16 pontos de tempo x corrente no gráfico do manual, 
partindo da menor corrente para maior corrente, e vamos informar estes valores para o software, 
no final teremos os valores preenchidos conforme imagem abaixo: 
 
Figura 24-Dados da curva. 
Em alguns casos queremos apenas copiar a curva de um gráfico entregue pela distribuidora, 
por exemplo, para apenas mostrar no gráfico, mas neste caso é uma curva de manual e desejamos 
aplicar outros valores de corrente e multiplicador de tempo, por isso devemos marcar como 
"ajustável". 
Para que o software aprenda a tornar a curva "adimensional", permitindo assim aplicar 
outros valores de corrente e tempo, é preciso informar a referência da corrente de partida e 
multiplicador de tempo da curva copiada, neste caso a curva do manual teve como corrente de 
partida 100A (na verdade o gráfico indica em percentual, mas vamos considerar corrente aqui para 
simplificar) e como multiplicador de tempo o valor 1. 
Após salvar a curva você pode verificar o resultado na tela de seleção de curva, neste ponto 
o software transformou a curva para uma escala unitária, por isso o gráfico inicia no valor 1. Faça 
algumas comparações de tempo x corrente com o manual, será possível checar que as duas estão 
iguais. 
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Figura 25-Resultado da nova curva. 
Para ter mais uma prova de que a curva foi copiada corretamente, crie um coordenograma e 
aplique os valores de partida como 100A e dial time de 1, é possível verificar que ela está igual à do 
manual. 
 
Figura 26-Curva de teste. 
Agora a curva está pronta para ser utilizada como qualquer outra curva do software, basta 
aplicar os valores conforme indicado pela distribuidora. 
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7 REFERÊNCIAS 
Para informações mais aprofundadas dos assuntos abordados aqui, verifique baixo uma lista 
dos principais livros e documentos utilizados no mercado: 
[1]. J. Lewis Blackburn, “Symmetrical Components for Power Systems Engineering” 
[2]. J. Lewis Blackburn, “Protective Relaying: Principles and Applications” 
[3]. Geraldo Kinderman, “Curto Circuito, 5ª edição” 
[4]. Geraldo Kinderman, “Proteção de Sistemas Elétricos de Potência, Volume 1,2 e 3” 
[5]. ABNT NBR 6856 - http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=329301 
[6]. ABB - Instrument Transformers, Technical Information and Application Guide 
https://library.e.abb.com/public/e2462bd7f816437ac1256f9a007629cf/ITTechInfoAppGuide
.pdf?filename=ITTechInfoAppGuide.pdf 
 
 
 
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https://library.e.abb.com/public/e2462bd7f816437ac1256f9a007629cf/ITTechInfoAppGuide.pdf?filename=ITTechInfoAppGuide.pdf
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8 SOBRE OS AUTORES 
Cesar Furlanetto – Engenheiro eletricista (UFSC – 1982) e mestre em Engenharia de 
Produção (UFSC - 2001). 
Diego Guse Bez Fontana – Técnico em eletrônica (SATC – 2003), Engenheiro eletricista (SATC 
– 2010). 
Edmilson Benedet - Engenheiro eletricista (UFSC – 1988). 
 
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