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Contratos Empresariais: Princípios e Regras

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Aula 08
Direito Empresarial p/ ISS-RJ (Fiscal de
Rendas do Município) Com Videoaulas -
2020
Autor:
Alessandro Sanchez
Aula 08
12 de Maio de 2020
00033002347 - Gabriel Santos Paulo
 
 
 
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Sumário 
1 - Contratos Empresariais ............................................................................................................... 4 
1.1. Princípios ................................................................................................................................ 4 
1.1.1. Autonomia da vontade .................................................................................................... 4 
1.1.2. Princípio da supremacia da ordem pública ..................................................................... 5 
1.1.3. Princípio do consensualismo ........................................................................................... 5 
1.1.4. Princípio da relatividade dos efeitos do contrato ............................................................ 5 
1.1.5. Princípio da obrigatoriedade dos contratos .................................................................... 5 
1.1.6. Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva .................................... 5 
1.1.7. Princípio da boa-fé objetiva............................................................................................. 5 
2 - Regras Gerais .............................................................................................................................. 8 
2.1. Da Formação dos Contratos .................................................................................................. 9 
3 - Da Estipulação em Favor de Terceiro ....................................................................................... 10 
3.1. Da Promessa de Fato de Terceiro ........................................................................................ 10 
4 - Dos Vícios Redibitórios ............................................................................................................. 10 
5 - Da Evicção................................................................................................................................. 11 
6 - Dos Contratos Aleatórios .......................................................................................................... 13 
7 - Do Contrato Preliminar ............................................................................................................. 13 
8 - Do Contrato com Pessoa a Declarar ......................................................................................... 14 
9 - Da Extinção do Contrato ........................................................................................................... 15 
9.1. Do Distrato ........................................................................................................................... 15 
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9.2. Da Cláusula Resolutiva ......................................................................................................... 15 
9.3. Da Exceção de Contrato não Cumprido .............................................................................. 15 
9.4. Da Resolução por Onerosidade Excessiva ........................................................................... 16 
10 - Compra e venda empresarial .................................................................................................. 16 
10.1. Cláusulas especiais do contrato de compra e venda ......................................................... 23 
10.2. Venda a Contento e da Sujeita a Prova ............................................................................. 23 
10.3. Da Preempção ou Preferência ........................................................................................... 24 
10.4. Da Venda com Reserva de Domínio .................................................................................. 25 
10.5. Da Venda Sobre Documentos............................................................................................ 27 
11 - Alienação fiduciária em garantia ............................................................................................. 28 
12 - Arrendamento mercantil ......................................................................................................... 37 
13 - Franquia .................................................................................................................................. 42 
14 - Faturização ou factoring .......................................................................................................... 49 
15 - Representação comercial ........................................................................................................ 51 
16 - Agência e distribuição ............................................................................................................. 55 
17 - Comissão e mandato mercantil ............................................................................................... 57 
18 - Corretagem ............................................................................................................................. 58 
19 - Concessão mercantil ............................................................................................................... 60 
20 - Legislação Aplicável ................................................................................................................ 63 
Dos Contratos em Geral ............................................................................................................. 63 
Disposições Gerais .................................................................................................................. 63 
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Da Estipulação em Favor de Terceiro ...................................................................................... 65 
Dos Vícios Redibitórios ............................................................................................................ 66 
Da Evicção ............................................................................................................................... 67 
Dos Contratos Aleatórios ........................................................................................................ 68 
Do Contrato Preliminar ............................................................................................................ 69 
Do Contrato com Pessoa a Declarar........................................................................................ 70 
Da Extinção do Contrato ............................................................................................................ 70 
Do Distrato .............................................................................................................................. 70 
Da Cláusula Resolutiva ............................................................................................................ 71 
Da Exceção de Contrato não Cumprido ................................................................................. 71 
Da Resolução por Onerosidade Excessiva .............................................................................. 71 
21 - Resumo ................................................................................................................................... 72 
22 - Questões ................................................................................................................................. 74 
22.1. Questões sem Gabarito .....................................................................................................74 
22.2. Gabarito ............................................................................................................................. 82 
22.3. Questões Comentadas ...................................................................................................... 83 
23 - Considerações Finais ............................................................................................................... 98 
 
 
 
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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
1 - CONTRATOS EMPRESARIAIS 
Os contratos celebrados sob a égide do Direito Empresarial não apresentam diferenças 
profundas em relação ao regime jurídico aplicável aos contratos civis em geral, tanto que a 
disciplina jurídica dos contratos mercantis tem como corpo legislativo principal o Código Civil. 
Mantém-se, assim, o Direito Comercial autônomo em relação ao Direito Civil, não obstante a 
unificação das obrigações, com princípios gerais comuns, mas com algumas regras especiais. 
1.1. Princípios 
1.1.1. Autonomia da vontade 
A valorização da supremacia da vontade como fonte de direitos e obrigações representa a 
possibilidade reconhecida às partes de adotar, em seus múltiplos relacionamentos na ordem 
privada, as estipulações que julgarem mais convenientes. 
Artigo 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do 
contrato. 
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerão o princípio da 
intervenção mínima e a excepcionalidade da revisão contratual. 
Estamos diante de uma certa liberdade, pois temos algumas relativizações a seguir. 
Este princípio ainda se desdobra nos seguintes: 
a) todos são livres para contratar ou não; 
b) todos são livres para escolher com quem contratar; e 
c) os contratantes têm ampla liberdade para estipular, de comum acordo, as cláusulas do 
contrato. 
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1.1.2. Princípio da supremacia da ordem pública 
Limitador do princípio da autonomia da vontade, pelo qual prevalece o interesse público dirigindo 
minimamente as relações contratuais, princípio que ganha força a partir da MP 881 da Liberdade 
Econômica, que traz o princípio da intervenção mínima. 
1.1.3. Princípio do consensualismo 
É aquele segundo o qual o encontro de vontades é suficiente para validar o contrato. 
1.1.4. Princípio da relatividade dos efeitos do contrato 
Em regra, o contrato somente obriga as partes contratantes, apenas irradia efeitos sobre aqueles 
que manifestaram suas vontades, não alcançando terceiros. As convenções particulares não 
podem atingir aqueles que não manifestaram suas vontades. 
1.1.5. Princípio da obrigatoriedade dos contratos 
Representado pela assertiva de que o contrato faz lei entre as partes (pacta sunt servanda), sem, 
contudo, ter aplicação absoluta, visto que a avença pode deixar de ser cumprida no todo ou em 
parte em situações excepcionais (caso fortuito ou força maior e outras circunstâncias que 
impeçam o cumprimento do negócio jurídico ajustado). 
1.1.6. Princípio da revisão dos contratos ou da onerosidade excessiva 
Diretriz que se contrapõe à obrigatoriedade dos contratos, permitindo aos contratantes, em casos 
excepcionas, pleitearem a intervenção do Poder Judiciário visando a alteração da convenção ou 
até mesmo sua resolução. 
No direito empresarial, a aplicação da onerosidade excessiva deve ser muito cuidadosa, pois, 
em regra, tratamos com empresários que têm por característica a profissionalidade, o que lhes 
retira a ingenuidade na contratação, a não ser em casos de distinta força econômica entre um 
pequeno produtor e um grande grupo econômico. 
1.1.7. Princípio da boa-fé objetiva 
O nosso ordenamento jurídico, no artigo 422 do Código Civil, exige, não somente durante as 
tratativas, mas também na formação e no cumprimento dos contratos, que as partes atuem com 
boa-fé, correção e honestidade (probidade). 
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Artigo 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, 
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Quando o homem usa de sua manifestação de vontade com a intenção precípua de gerar efeitos 
jurídicos, a expressão dessa vontade constitui-se por meio de um negócio jurídico. Os contratos 
empresariais também são regidos pela boa-fé objetiva. 
O princípio da boa-fé objetiva importa no reconhecimento de um direito a cumprir em favor do 
titular passivo da obrigação, como se houvesse uma cláusula implícita no contrato exigindo que 
se paute com honestidade as relações ali firmadas. 
Não se presume violação à boa-fé objetiva se o empresário, durante as negociações do contrato 
empresarial, preservar segredo de empresa ou administrar a prestação de informações reservadas, 
confidenciais ou estratégicas, com o objetivo de não colocar em risco a competitividade de sua 
atividade. 
Em razão do profissionalismo com que os empresários devem exercer sua atividade, os contratos 
empresariais não podem ser anulados pelo vício da lesão fundada na inexperiência. 
Princípio da função social do contrato: previsto expressamente pelo artigo 421 do Código Civil, 
que preceitua: 
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do 
contrato”. 
A função social do contrato constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da 
relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela externa do 
crédito. 
O contrato empresarial cumpre sua função social quando não acarreta prejuízo a direitos ou 
interesses, difusos ou coletivos, de titularidade de sujeitos não participantes da relação negocial. 
 
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Da distinção dos contratos conforme o objeto transacionado na jurisprudência: 
Direito empresarial. Contratos. Compra e venda de coisa futura (soja). Teoria da 
imprevisão. Onerosidade excessiva. Inaplicabilidade. 
1. Contratos empresariais não devem ser tratados da mesma forma que contratos cíveis 
em geral ou contratos de consumo. Nestes admite-se o dirigismo contratual. Naqueles 
devem prevalecer os princípios da autonomia da vontade e da força obrigatória das 
avenças. 
2. Direito Civil e Direito Empresarial, ainda que ramos do Direito Privado, submetem-se 
a regras e princípios próprios. O fato de o Código Civil de 2002 ter submetido os 
contratos cíveis e empresariais às mesmas regras gerais não significa que estes contratos 
sejam essencialmente iguais. 
3. O caso dos autos tem peculiaridades que impedem a aplicação da teoria da 
imprevisão, de que trata o artigo 478 do CÓDIGO CIVIL/2002: (i) os contratos em 
discussão não são de execução continuada ou diferida, mas contratos de compra e 
venda de coisa futura, a preço fixo, (ii) a alta do preço da soja não tornou a prestação 
de uma das partes excessivamente onerosa, mas apenas reduziu o lucro esperado pelo 
produtor rural e (iii) a variação cambial que alterou a cotação da soja não configurou um 
Princípios
Autonomia da 
Vontade
Obrigatoriedade 
dos contratos
Supremacia da 
ordem pública
Revisão dos 
contratos ou 
onerosidade 
excessiva
Consensualismo
Boa-fé objetiva
Relatividade dos 
efeitos do 
contrato
Função social 
do contrato
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acontecimento extraordinário e imprevisível, porque ambas as partes contratantes 
conhecem o mercado em que atuam, pois são profissionais do ramo e sabem que tais 
flutuações são possíveis. 
4. Recurso especial conhecido e provido (REsp 936.741/GO, 4ª Turma, Rel. Min. Antonio 
Carlos Ferreira, j. 03.11.2011, DJe 08.03.2012). 
2 - REGRAS GERAIS 
Os contratos civis e empresariais presumem-se paritários e simétricos até a presença de elementos 
concretos que justifiquem o afastamento dessa presunção, ressalvados os regimes jurídicos 
previstos em leis especiais, garantido também que: 
I -as partes negociantes poderão estabelecer parâmetros objetivos para a 
interpretação das cláusulas negociais e de seus pressupostos de revisão ou de 
resolução; 
II -a alocação de riscos definida pelas partes deve ser respeitada e observada; 
III -a revisão contratual somente ocorrerá de maneira excepcional e limitada. 
Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Em caso de o contrato conter clausulas que tratem do mesmo tema de forma distinta ou que se 
contrariem, devera ser adotada a clausula mais benéfica ao aderente, nos termos do artigo 423 
do Código Civil. 
Artigo 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou 
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente. 
Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente 
a direito resultante da natureza do negócio. 
Será ainda, lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste 
Código. 
 
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Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva. 
2.1. Da Formação dos Contratos 
A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da 
natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
Deixa de ser obrigatória a proposta: 
I -se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se 
também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação 
semelhante; 
II -se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar 
a resposta ao conhecimento do proponente; 
III -se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo 
dado; 
IV -se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a 
retratação do proponente. 
A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo 
se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de 
sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. 
Artigo 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento 
do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder 
por perdas e danos. 
A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. 
Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver 
dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. 
Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a 
retratação do aceitante. 
Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: 
v no caso do artigo antecedente; 
v se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; 
v Ise ela não chegar no prazo convencionado. 
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Artigo 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. 
3 - DA ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Ao terceiro, em 
favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às 
condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do artigo 
438 do CÓDIGO CIVIL. 
Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, 
não poderá o estipulante exonerar o devedor. 
Artigo 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado 
no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de 
última vontade. 
3.1. Da Promessa de Fato de Terceiro 
Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não 
executar. 
Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da 
sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de 
algum modo, venha a recair sobre os seus bens. 
Artigo 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se 
este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação. 
4 - DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos 
ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
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É aplicável as regras acerca dos vícios redibitórios às doações onerosas. 
Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, pode o adquirente reclamar abatimento no preço. 
Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; 
se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. 
Artigo 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em 
poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta 
dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na 
posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade. 
Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo será contado do 
momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando 
de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 
Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos 
em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o prazo dos bens móveis . 
 
Não correrão os prazos do mencionados na constância de cláusula de garantia; mas o 
adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu 
descobrimento, sob pena de decadência. 
5 - DA EVICÇÃO 
Podemos definir evicção como sendo uma perda, que pode ser parcial ou total, de um bem por 
motivo de decisão judicial ou ato administrativo que se relacione a causa preexistente ao contrato. 
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Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. 
Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
Artigo 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a 
responsabilidadepela evicção. 
Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto 
a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele 
informado, não o assumiu. 
Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do 
preço ou das quantias que pagou: 
I -à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; 
II -à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente 
resultarem da evicção; 
III -às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. 
O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e 
proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. 
Artigo 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja 
deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente. 
Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-
las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. 
As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo 
alienante. 
Artigo 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo 
alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida. 
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Artigo 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a 
rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque 
sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização. 
Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
6 - DOS CONTRATOS ALEATÓRIOS 
Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem 
a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi 
prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado 
venha a existir. 
Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem 
a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de 
sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à 
esperada. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço 
recebido. 
Artigo 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas 
a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, 
posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. 
 
A alienação aleatória poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar 
que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato 
se considerava exposta a coisa. 
7 - DO CONTRATO PRELIMINAR 
O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao 
contrato a ser celebrado. 
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Artigo 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo 
464 do Código Civil, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer 
das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra 
para que o efetive. 
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente. 
Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte 
inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a 
natureza da obrigação. 
Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo 
desfeito, e pedir perdas e danos. 
Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá 
manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado 
pelo devedor. 
8 - DO CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR 
No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a faculdade de indicar 
a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes. 
Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias da conclusão do contrato, 
se outro não tiver sido estipulado. 
 
A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da mesma forma 
que as partes usaram para o contrato. 
A pessoa, nomeada adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir 
do momento em que este foi celebrado. 
O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários: 
v se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la; 
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v se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da 
indicação. 
Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá 
seus efeitos entre os contratantes originários. 
9 - DA EXTINÇÃO DO CONTRATO 
9.1. Do Distrato 
O distrato pode ser definido como o acordo entre as partes contratantes para extinguir o vínculo 
criado pelo contrato. 
Artigo 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. 
A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera 
mediante denúncia notificada à outra parte. Porém, dada a natureza do contrato, uma das partes 
houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá 
efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. 
9.2. Da Cláusula Resolutiva 
A cláusula resolutiva quando expressamente estabelecida se opera de pleno direito, quando 
estabelecida de forma tácita fica depende de interpelação judicial. 
A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-
lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. 
9.3. Da Exceção de Contrato não Cumprido 
Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode 
exigir o implemento da do outro. 
Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em 
seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, 
pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete 
ou dê garantia bastante de satisfazê-la. 
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 9.4. Da Resolução por Onerosidade Excessiva 
Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
Artigo 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar 
equitativamente as condições do contrato. 
Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua 
prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade 
excessiva. 
 
CONTRATOSEM ESPÉCIE 
10 - COMPRA E VENDA EMPRESARIAL 
A compra e venda tem base no artigo 481 do Código Civil, sendo aquela em que uma das partes 
se obriga a transferir o domínio de determinada coisa, pela qual a outra parte deverá pagar 
determinado preço. 
Artigo 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir 
o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
A compra e venda será empresarial se as partes envolvidas forem empresários, seguindo o 
mesmo formato estabelecido para os contratos civis entre os artigos 481 a 532 do Código Civil. 
 
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O contrato de consumo está excluído da hipótese empresarial. 
É natural que essa seja uma modalidade bastante utilizada na área empresarial, em vista da 
necessidade de fornecimento e aquisição de insumos para os diversos empreendimentos que se 
desenvolvem no mercado. 
Artigo 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, 
desde que as partes acordarem no objeto e no preço. 
 
Artigo 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, 
ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era 
de concluir contrato aleatório. 
 
Artigo 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-
se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem. 
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição 
ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato. 
Esse é um contrato que será utilizado em determinada situação momentânea ou regular, como é 
o caso do contrato de compra e venda empresarial para o fornecimento. 
Trata-se de um contrato consensual, bilateral e oneroso. Os contratantes chegam a um consenso 
no que tange ao preço e à coisa, o que, de regra, explica a onerosidade. 
Artigo 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os 
contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a 
incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes 
designar outra pessoa. 
Artigo 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de 
bolsa, em certo e determinado dia e lugar. 
 
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Artigo 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde 
que suscetíveis de objetiva determinação. 
 
Artigo 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua 
determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se 
sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor. 
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá 
o termo médio. 
 
Artigo 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo 
de uma das partes a fixação do preço. 
A bilateralidade se relaciona às contraprestações e ao fato de que o contrato precisa cumprir a 
função de ser vantajoso para ambas as partes. 
 
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O contrato de compra e venda, sinalagmático que é, gera direitos e deveres para ambas as 
partes, sendo que a mais elementar obrigação do comprador é pagar o preço correspondente à 
coisa comprada assegurando-lhe o respectivo direito de recebê-la. De outra parte, cabe ao 
devedor a obrigação de entregar a coisa vendida, bem como o direito de receber o preço dela. 
As despesas de escritura e registro ficam a cargo do comprador, e as da tradição ficam a cargo 
do vendedor, salvo cláusula em contrário. O vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes 
de receber o preço, salvo na venda a crédito. 
Artigo 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a 
cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição. 
 
Artigo 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa 
antes de receber o preço. 
Compra e 
venda 
empresarial
Empresários
Consensualida
de, 
bilateralidade 
e onerosidade
Fornecimento 
e aquisição de 
isumos
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(AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2019). Considerando o que dispõe 
o Código Civil sobre contrato de compra e venda mercantil, julgue o item a seguir 
Não existindo cláusula contratual que estipule em contrário, as despesas de 
escritura e registro ficarão a cargo do comprador, e as despesas de tradição, a 
cargo do vendedor. 
Gabarito: Correto. 
Conforme disposto no Código Civil: “Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão 
as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor 
as da tradição.” 
Os riscos da coisa correm por conta do vendedor até o momento da tradição, e os riscos do preço 
correm por conta do comprador. A tradição da coisa vendida será realizada no lugar onde ela 
se encontrava, ao tempo da venda, salvo estipulação em contrário. 
Artigo 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do 
vendedor, e os do preço por conta do comprador. 
§ 1 o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, 
que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já 
tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste. 
§ 2 o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver 
em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo 
ajustados. 
 
Artigo 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no 
lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda. 
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Artigo 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por 
sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se 
das instruções dele se afastar o vendedor. 
Nos contratos de compra e venda há uma interdependência entre as várias atividades, seja por 
meio da compra e venda específica, seja pela compra e venda sucessivas e regulares (contratos 
de fornecimento), ou, ainda, pela compra e venda que ocorre internacionalmente por meio de 
importações e exportações. Trata-se de um contrato complexo. 
O contrato de compra e venda mercantil tem como características pontuais: ser celebrado entre 
empresários (empresários individuais ou sociedades empresárias); a insolvência do comprador 
(antes da entrega da coisa); a formulação do contrato de fornecimento (contratos de compra e 
venda que se sucedem no tempo); e os termos de comércio internacional (incoterms). 
Atendido o princípio da especialidade, o vendedor, ainda que tenha conhecimento do estado de 
insolvência do comprador ao fechar o negócio, não poderá atrasar a entrega das mercadorias 
vendidas. 
Artigo 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o 
comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até 
que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado. 
 
Artigo 496. É anulável a vendade ascendente a descendente, salvo se os outros 
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido. 
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o 
regime de bens for o da separação obrigatória. 
A constituição dos contratos de compra e venda, em regra, não depende do cumprimento de 
formalidades na sua execução, salvo o contrato de compra e venda de imóvel, caso em que se 
faz necessária a instrumentalização em documento escrito e regular registro, conforme dispõe o 
artigo 108 do Código Civil: 
“Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos 
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reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no 
País”. 
Quanto ao prazo para cumprimento das obrigações nos contratos de compra e venda mercantil, 
a execução pode ser imediata, quando as partes devem cumprir as obrigações imediatamente 
depois da conclusão do contrato; pode ser diferida, quando as partes marcam para o futuro o 
cumprimento das obrigações (como o contrato sobre uma safra); e pode continuar quando se 
subdivide no tempo em sucessivos e diversos atos (contrato de fornecimento). 
Observe-se, porém, que, no contrato de compra e venda de coisa futura, este não produzirá 
efeitos se essa coisa não existir, salvo se vendedor e comprador tiverem celebrado um contrato 
que envolva o risco e quem o assumiu arcará com os prejuízos. 
Todavia, no que diz respeito ao agronegócio, trata-se de estratégia plausível ao produtor de safra 
futura o hedge, que nada mais é do que um seguro de preço, no qual se prevê um lucro mínimo, 
já calculados todos os custos de produção, ou seja, antecipa-se um lucro esperado, protegendo-
se de eventual prejuízo se a safra for inferior aos custos de produção. 
O contrato de fornecimento é contrato de compra e venda mercantil com cláusula especial 
relacionada a períodos que se repetem no tempo, ou seja, trata-se de uma sucessão de contratos 
de compra e venda mercantil na qual há uma colaboração entre comprador e vendedor, 
empresários ou sociedades empresárias, pois a regularidade dos contratos garante o estoque do 
comprador, assim como a meta de produção do vendedor. 
O contrato estimatório é o contrato de compra e venda futura que ocorre quando o 
proprietário entrega a coisa para terceiro vendê-la, estipulando-se um prazo para a conclusão 
da venda ou, em caso negativo, para a sua restituição, não se exonerando da obrigação de pagar 
o preço se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a 
ele não imputável. 
É o que explicita o artigo 534 do Código Civil: 
“Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que 
fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo 
estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada”. 
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10.1. Cláusulas especiais do contrato de compra e venda 
 A cláusula especial de retrovenda nos contratos de compra e venda de bem imóvel é aquela 
que assegura ao vendedor o direito de recobrar o bem vendido no prazo máximo de três 
anos, após a venda. 
Artigo 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no 
prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando 
as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram 
com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 
No caso de o comprador não querer receber o dinheiro, colocando empecilhos para a recompra 
do bem, caberá ao vendedor recorrer ao Judiciário efetuando o depósito judicial do valor. 
Artigo 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, 
para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente. 
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor 
restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador. 
Essa possibilidade de recompra do bem também se estende aos sucessores do devedor, 
podendo ser exercido esse direito inclusive contra um terceiro adquirente. 
Artigo 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, 
poderá ser exercido contra o terceiro adquirente. 
No caso de existir mais de um direito de recompra sobre o mesmo bem imóvel, há prevalência em 
favor de quem efetuou o depósito integral. 
Artigo 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo 
imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, 
prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja 
integral. 
10.2. Venda a Contento e da Sujeita a Prova 
A venda a contento é a cláusula especial do contrato de compra e venda feito sob condição 
suspensiva e está condicionada ao agrado do comprador em relação à mercadoria adquirida, 
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uma vez que o contrato só se aperfeiçoa quando o comprador manifesta o seu contentamento 
com a mercadoria, a essa regra se sujeita também a venda a prova. 
Artigo 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição 
suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, 
enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. 
Contudo, o comprador deve manifestar-se em determinado prazo a ser estipulado no contrato. 
Todavia, em não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá 
direito a intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que se manifeste em prazo improrrogável. 
Artigo 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição 
suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea 
para o fim a que se destina. 
 
Artigo 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob 
condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não 
manifeste aceitá-la. 
 
Artigo 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o 
vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em 
prazo improrrogável. 
10.3. Da Preempção ou Preferência 
A preempção ou preferência é a cláusula especial do contrato de compra e venda que assegura 
ao vendedor o chamado direito de prelação, segundo o qual, o comprador que quiser vender 
ou dar em pagamento o bem que adquiriu do vendedor, tem que oferecer a este, nas mesmas 
condições de preço, o direito de preferência, não podendo ser cedido ou passado a herdeiros, 
pois se trata de um direito exclusivo do vendedor. 
Artigo 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer 
ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use 
de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto. 
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Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a 
cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel. 
O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimandoo comprador, quando lhe 
constar que este vai vender a coisa. 
Artigo 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a 
pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado. 
Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se 
exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subsequentes à 
data em que o comprador tiver notificado o vendedor. 
Artigo 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais 
indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma 
das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais 
utilizá-lo na forma sobredita. 
Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência 
do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se 
tiver procedido de má-fé. 
Artigo 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou 
por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada 
em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço 
atual da coisa. 
 
Artigo 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. 
10.4. Da Venda com Reserva de Domínio 
A venda com reserva de domínio é cláusula especial do contrato de compra e venda que 
assegura ao vendedor a reserva de domínio sobre a coisa vendida, até que o comprador pague 
integralmente o preço ajustado. Essa cláusula é válida quando o bem objeto do contrato for móvel 
e deve ser expressamente prevista no contrato, além de ser registrada em cartório no local do 
domicílio do comprador. 
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Artigo 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, 
até que o preço esteja integralmente pago. 
 
Artigo 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de 
registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros. 
É imprescindível que o bem móvel seja suscetível de caracterização perfeita. 
Artigo 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível 
de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se 
a favor do terceiro adquirente de boa-fé. 
 
Artigo 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que 
o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o 
comprador, a partir de quando lhe foi entregue. 
No caso de inadimplemento do comprador, o vendedor tem duas saídas: cobrar as prestações 
com as devidas correções e juros; ou tomar o bem de volta. 
O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o 
comprador em mora mediante protesto do título ou interpelação judicial. Se o vendedor optar 
por tomar o bem de volta, deverá restituir ao comprador as prestações eventualmente pagas 
por ele. 
Artigo 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio 
após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação 
judicial. 
 
Artigo 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a 
competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for 
devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida. 
 
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Artigo 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter 
as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas 
feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; 
e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual. 
Contudo, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a 
depreciação da coisa, as despesas e o mais de direito que lhe for devido, sendo que o excedente 
será devolvido ao comprador e o que faltar será cobrado deste. 
Artigo 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante 
financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e 
ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e 
a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato. 
10.5. Da Venda Sobre Documentos 
A venda sobre documentos é cláusula especial do contrato de compra e venda permitida pelo 
artigo 529 do Código Civil: 
“Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu 
título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio 
deste, pelos usos. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador 
recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa 
vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado”. 
Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da 
entrega dos documentos. 
Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos 
do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse 
o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa. 
Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo 
contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não 
responde. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o 
pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador. 
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11 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA 
A alienação fiduciária em garantia representa a venda em garantia de um bem financiado, por 
meio do qual passam as partes a desfrutar de situação jurídica peculiar, outorgando-se ao 
fiduciário o domínio resolúvel e a posse indireta, independentemente de tradição, e ao 
devedor (o financiado ou fiduciante), a posse direta do bem e o respectivo depósito. 
Essa mixagem permite um extenso elenco de garantias ao capital investido, eis que as 
responsabilidades sobre o uso e a conservação competem ao fiduciante. 
Em se tratando de bens móveis, a alienação fiduciária em garantia é regida pela Lei nº. 
4.728/1965 e, quanto aos bens imóveis para casos de financiamento imobiliário, pela Lei nº. 
9.514/1997. 
 
(DEFENSOR PÚBLICO – 2012). Julgue o item seguinte, relativos ao direito 
empresarial. 
Admite-se a alienação fiduciária de coisa fungível, especialmente de títulos de 
crédito, de valores imobiliários e demais documentos representativos de direitos 
ou de crédito. 
Gabarito: Certo. 
A cessão fiduciária de direitos creditórios (recebíveis) e de títulos de crédito é 
modalidade de propriedade resolúvel em garantia, sendo preferível pelas 
instituições financeiras que atuam principalmente no middle Market. 
Com relação à alienação fiduciária, é importante dizer que poderá ter por objeto 
a coisa móvel ou imóvel, de bens móveis infungíveis (Código Civil); bens móveis 
fungíveis (Lei de Mercado de Capitais); de bens imóveis, bens enfitêuticos, direito 
de uso especial para fins de moradia, direito real de uso e a propriedade 
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superficiária (Lein. 9.514/1997); de ações, debêntures, partes beneficiárias e 
bônus de subscrição (Lei n. 6.404/1976); de aeronaves e embarcações (Decreto-lei 
n. 413/1969, Lei n. 7.565/1986 e Lei n. 7.652/1988). 
A dinâmica do contrato de alienação fiduciária exige a compreensão de dois termos de extrema 
importância, quais sejam, o mútuo, que significa empréstimo; e fidúcia, que significa confiança. 
 
 
O mutuário fiduciante aliena ao mutuante-fiduciário a propriedade de um bem de seu patrimônio. 
 
Mútuo Empréstimo
Fidúcia Confiança
Partes
mutuário 
fiduciante
devedor
mutuante-
fiduciário 
credor
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Essa alienação se faz em fidúcia, sendo que o credor tem apenas o domínio resolúvel e a posse 
indireta da coisa alienada e o devedor fica como seu depositário e possuidor direto. Com o 
pagamento da dívida, temos a devolução do dinheiro emprestado e o fiduciante volta a titularizar 
a plena propriedade do bem dado em garantia. 
 
(DEFENSOR PÚBLICO – 2010). No que se refere a obrigações e contratos 
mercantes, julgue o item a seguir. 
No contrato de alienação fiduciária em garantia, o credor fiduciário tem a posse 
indireta e a propriedade resolúvel do bem; o devedor fiduciário, por seu turno, 
tem a posse direta e equipara-se a depositário do bem. 
Gabarito: Certo. 
A alienação fiduciária em garantia é um contrato bancário impróprio. O 
proprietário do bem será a instituição financeira que empresta o dinheiro e fica de 
dona do bem como garantia de que o empréstimo será pago e se não for pago 
ela pega o bem para ela. Essa propriedade é resolúvel porque assim que o 
devedor fiduciário terminar de pagar o valor devido a propriedade se resolve e 
passa para esse último. O credor fica não fica com o bem, quem fica com o bem 
objeto da alienação fiduciária é o devedor, por isso o credor fica com a posse 
indireta e o devedor fica com a posse direta e responsável pelo bem como 
depositário. Podemos observar a legislação sobre esse contrato no Código Civil e 
na lei 9.514 que trata sobre a alienação fiduciária de bem imóvel. 
Neste sentido a Súmula 28 do STJ: 
O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava 
o patrimônio do devedor. 
Para que o contrato de alienação fiduciária possa alcançar o seu objetivo, é necessário que se 
realize uma compra e venda, como a que acontece na aquisição de um automóvel. 
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O vendedor receberá a quantia, que representa o valor do automóvel, diretamente do banco, em 
vista de um segundo contrato. Nesse caso, temos o contrato de alienação fiduciária, em que o 
devedor comprador aliena em fidúcia o automóvel ao banco. 
 
$ 
 
 
 
 Pagamento 
$ 
 
 
 
 
Na alienação fiduciária, o caráter transitório se evidencia de maneira que a propriedade do 
bem dado em garantia seja transferida ao credor fiduciário até o momento em que o devedor 
fiduciante satisfaça todas as prestações assumidas na aquisição do bem alienado fiduciariamente. 
Dessa forma, o credor, que tinha a propriedade resolúvel e posse indireta do bem, reverte-o ao 
devedor depositário e possuidor direto do bem. 
O contrato de alienação fiduciária em garantia é contrato bilateral, real, oneroso e comutativo. 
Mutuário fiduciário (credor) Mutuário fiduciante 
(devedor) 
Vendedor 
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O contrato de alienação fiduciária é bilateral, porque estabelece obrigações recíprocas entre os 
contratantes, quais sejam, cabe ao credor-financiador a transferência da posse direta do bem 
objeto do contrato e ao devedor-fiduciante a obrigação de pagar a dívida contraída junto ao 
credor-financiador. 
Classifica-se como contrato real, pois se realiza com a transferência do domínio resolúvel e a posse 
indireta do bem alienado. 
É oneroso e comutativo porque as partes do contrato sabem preliminarmente que ele prevê 
proveito e ônus para ambas, ou seja, o credor-financiador deverá entregar do valor corresponde 
a aquisição do bem alienado e o devedor-fiduciante deverá transferir o bem e o pagar o respectivo 
financiamento. 
A alienação fiduciária de bem imóvel é regulamentada pela Lei nº. 9.514/1997, e trata-se o 
negócio jurídico, pelo qual o devedor-fiduciante, com o intuito de garantia, contrata a 
transferência ao credor-fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. 
A propriedade fiduciária de coisa imóvel é constituída mediante registro do contrato que lhe serve 
de título, no competente Registro de Imóveis. Assim, o fiduciante torna-se possuidor direto e o 
fiduciário torna-se possuidor indireto da coisa imóvel. 
O contrato supramencionado conterá: 
a) o valor do principal da dívida; 
b) o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do crédito do fiduciário; 
c) a taxa de juros e os encargos incidentes; 
d) a cláusula de constituição da propriedade fiduciária, com a descrição do imóvel 
objeto da alienação fiduciária e a indicação do título e modo de aquisição; 
e) a cláusula assegurando ao fiduciante, enquanto adimplente, a livre utilização, por 
sua conta e risco, do imóvel objeto da alienação fiduciária; 
f) a indicação, para efeito de venda em público leilão, do valor do imóvel e dos 
critérios para a respectiva revisão; 
g) a cláusula dispondo sobre os procedimentos a serem adotados na hipótese de 
ocorrência de leilão público. 
A propriedade fiduciária do imóvel é resolvida com o pagamento da dívida e seus encargos por 
parte do devedor-fiduciante, de maneira que a propriedade do bem imóvel é passada 
definitivamente ao devedor. 
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Do contrário, uma vez vencida e não paga, no todo ou em parte, a dívida, terá o devedor, 
ainda, a chance de satisfazê-la no prazo de quinze dias após a intimação pelo oficial do 
competente Registro de Imóveis. 
Não ocorrendo a satisfação da dívida, será o fiduciante constituído em mora e a propriedade do 
imóvel será consolidada em nome do credor-fiduciário que, no prazo de trinta dias, contados da 
data do registro da averbação de consolidação da propriedade, promoverá público leilão para a 
alienação do imóvel. 
O montante arrecadado com a venda do bem no leilão servirá para satisfação da dívida em relação 
ao credor fiduciário, e o sobejar será devolvido ao devedor-fiduciante. 
A alienação fiduciária de bem móvel é regulamentada pelo artigo 66-B da Lei nº. 4.728/1965 
e pelo Decreto-lei nº. 911/1969. 
A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da 
coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou 
devedor em possuidor direto e depositário do bem. 
Ocorrendo inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante 
alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, 
independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial 
ou extrajudicial,devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas 
decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas, 
salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato. 
 
(DEFENSOR PÚBLICO – 2015). Determinada sociedade empresária resolveu 
recorrer ao instituto da alienação fiduciária em garantia, para aquisição de alguns 
bens móveis e imóveis. 
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
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À vista do inadimplemento, quando se tratar de contrato de alienação fiduciária 
de bem imóvel, a reversão do bem deverá ser processada pelo oficial do cartório 
de registro de imóveis, independendo, portanto, de ação judicial para a satisfação 
desse direito do credor. 
Gabarito: Certo 
A afirmação da questão está correta, vez que – respeitados os procedimentos do 
art. 26 da Lei nº 9.514/97 – o bem imóvel garantido em alienação fiduciária poderá 
reverter-se em benefício do credor-fiduciário independentemente de ação judicial, 
mais especificamente, o §7º do art. 26 dispõe que: “Decorrido o prazo de que 
trata o § 1o sem a purgação da mora, o oficial do competente Registro de Imóveis, 
certificando esse fato, promoverá a averbação, na matrícula do imóvel, da 
consolidação da propriedade em nome do fiduciário, à vista da prova do 
pagamento por este, do imposto de transmissão inter vivos e, se for o caso, do 
laudêmio.” 
Contudo, se o credor, no caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais, preferir 
pela busca e apreensão, não pode depois vir à via executiva cobrar quantia do devedor 
remanescente, isso porque não existe mais título para fundamentar tal intento. 
Ainda assim, cabe ação monitória conforme o Enunciado sumular 384 do Superior Tribunal de 
Justiça: 
“Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda extrajudicial de 
bem alienado fiduciariamente em garantia”. 
De acordo com o artigo 4º do Decreto-lei nº. 911/1969, 
“se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do 
devedor, fica facultado ao credor requerer, nos mesmos autos, a conversão do pedido 
de busca e apreensão em ação executiva”. 
Com relação ao artigo 4o do citado Decreto-lei, há um histórico interessante envolvendo os 
tribunais superiores. Antes de a Lei nº. 13.043/2014 alterar a redação do referido artigo, era 
possível converter a busca e apreensão frustrada, ou seja, aquela quando não se encontra o bem 
alienado ou não se acha em posse do devedor, em ação de depósito tentando tornar o devedor 
em depositário infiel. Contudo, em várias decisões, o STJ entendeu não ser possível, pois nos 
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contratos de alienação fiduciária em garantia não havia contrato de depósito verdadeiramente, e 
sim um depósito ficto. 
Assim, a suprema corte entendeu ser possível a prisão civil do devedor-fiduciante, enquadrando-
o como depositário infiel nos contratos de alienação fiduciária em garantia, afastando, assim, a 
aplicação do Pacto de São José da Costa Rica, que vedava essa espécie de prisão civil. 
 
Jurisprudência correlata: 
Habeas corpus. Alienação fiduciária em garantia. Prisão civil do devedor como 
depositário infiel. – Sendo o devedor, na alienação fiduciária em garantia, deposi-tário 
necessário por força de disposição legal que não desfigura essa caracterização, sua 
prisão civil, em caso de infidelidade, se enquadra na ressalva contida na parte final do 
artigo 5o, LXVII, da Constituição de 1988. – Nada interfere na questão do depositário 
infiel em matéria de alienação fiduciária o disposto no § 7o do artigo 7o da Convenção 
de San José da Costa Rica. Habeas corpus indeferido, cassada a liminar concedida (HC 
72.131, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ acórdão Min. Moreira Alves, j. 
23.11.1995, DJ 01.08.2003, p. 103, Ement. vol-02117-40, p. 8650). 
Contudo, o próprio STF alterou seu posicionamento ao entender pela inconstitucionalidade da 
prisão civil do devedor-fiduciante nos contratos de alienação fiduciária em garantia, assim como 
em qualquer hipótese de depositário infiel, tendo em vista que os tratados internacionais que 
versam sobre direitos humanos ingressam em nosso ordenamento com status de norma 
supralegal, ou seja, abaixo da Constituição e acima das Leis, uma vez que o Pacto de São José da 
Costa Rica restringe a prisão civil por dívidas aos casos de descumprimento inescusável de pensão 
alimentícia. 
Assim destaca a Súmula Vinculante 25: 
 “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do 
depósito”. 
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Jurisprudência correlata: 
Prisão civil. Depósito. Depositário infiel. Alienação fiduciária. Decretação da medida 
coercitiva. Inadmissibilidade absoluta. Insubsiste ̂ncia da previsão constitucional e das 
normas subalternas. Interpretação do artigo 5o, inc. LXVII e §§ 1o, 2o e 3o, da CF, à luz 
do artigo 7o, § 7, da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da 
Costa Rica). Recurso improvido. Julgamento conjunto do RE no 349.703 e dos HCs no 
87.585 e no 92.566. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a 
modalidade do depósito (RE 466.343, Tribunal Pleno, Rel. Min. Cezar Peluso, j. 
03.12.2008, DJe-104, divulg. 04.06.2009, public. 05.06.2009, Ement. vol-02363-06, p. 
1106, RTJ vol-00210-02, p. 745, RDECTRAB v. 17, n. 186, 2010, p. 29-165). 
 
Ressalta-se ainda que o Informativo do STJ 599, julgado em 22/2/2017 determinou que: 
“Nos termos da lei, para que o bem possa ser restituído ao devedor livre de ônus, é 
necessário que ele quite integralmente a dívida pendente. Assim, mostra-se 
incongruente impedir a utilização da ação de busca e apreensão pelo simples fato de 
faltarem poucas prestações a serem pagas, considerando que a lei de regência do 
instituto expressamente exigiu o pagamento integral da dívida pendente, não cabendo 
por isso inclusive a purgação da mora; 
Sua aplicação representaria um incentivo ao inadimplemento das últimas parcelas 
contratuais, considerando que o devedor saberia que não perderia o bem e que o credor 
teria que se contentar em buscar o crédito faltante por outras vias judiciais menos 
eficazes; 
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Se fosse aplicada a teoria do adimplemento provocariam Juros mais elevados, pois 
haveria um enfraquecimento da garantia prevista neste instituto fazendo com que as 
instituições financeiras começassem a praticar juros mais elevados a fim de compensar 
esses riscos, prejudicando Isso seria a economia nacional e os consumidores em geral.” 
12 - ARRENDAMENTO MERCANTIL 
O contrato de arrendamento mercantil assemelha-se a um contrato de locação, podendo o 
arrendatário, entretanto, no término do contrato, comprar o bem locado. O contrato de leasing 
encontra-se regulado pela Lei nº. 6.099/1974 e pela Resolução do Banco Central 2.309/1996, 
que define: 
Considera-se, para os efeitos desta lei, arrendamento mercantil o negócio jurídico 
realizado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, 
na qualidade de arrendatária e que tenha por objeto o arrendamento de bens 
adquiridos pela arrendadora, segundo especificaçõesda arrendatária e para uso próprio 
desta. 
O arrendatário, no final do contrato, poderá escolher entre adquirir o bem, prorrogar o contrato 
ou devolvê-lo. 
A Súmula 293 do STJ é no sentido de que, inclusive, é possível antecipar o valor residual garantido 
sem descaracterizar o contrato de arrendamento mercantil. 
Súmula 293 – STJ A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não 
descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil. 
 
(OFICIAL TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA – 2018). No que concerne aos requisitos, 
impedimentos, direitos e deveres do empresário, aos atos de comércio e aos 
contratos de empresas, julgue o item subsecutivo. 
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Conforme súmula do Superior Tribunal de Justiça em vigor, a cobrança antecipada 
do valor residual garantido de um contrato de leasing o descaracteriza, 
transformando-o em compra e venda a prestação. 
Gabarito: Errado 
Valor residual garantido (VRG) é o que falta pagar no final do contrato do 
arrendamento mercantil para que o arrendatário adquira de vez a propriedade do 
bem arrendado. Muitas vezes ocorre a cobrança antecipada desse valor, porém o 
STJ entende que, ocorrendo essa antecipação, o contrato de arrendamento 
mercantil não é descaracterizado como tal. E a questão fala exatamente o 
contrário da súmula 293 do STJ: “a cobrança antecipada do valor residual 
garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.” 
O arrendamento mercantil puro ou financeiro se caracteriza pela inexistência de resíduo 
expressivo, e, para o exercício da opção de compra, o arrendatário desembolsa uma importância 
de pequeno valor, devendo a soma das prestações correspondentes à locação ser suficiente para 
a recuperação do custo do bem e o retorno do investimento da arrendadora. 
O tempo de duração do leasing financeiro não pode ser inferior a dois anos, caso a vida útil do 
bem atinja até cinco anos; e não pode ser inferior a três anos, se a vida útil for de maior prazo. 
É importante ressaltar a matéria da Súmula 369 do STJ: 
“No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva 
expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora”. 
Outra modalidade é o arrendamento mercantil operacional, em que o arrendatário dá assistência 
técnica, propondo até mesmo a substituição dos bens arrendados. A soma do valor das 
prestações não pode ultrapassar 75% do custo do bem arrendado. O tempo de duração mínimo 
do contrato de leasing operacional não pode ser inferior a 90 dias. 
Ainda temos o lease-back, contrato pelo qual a pessoa proprietária de um bem o vende para, em 
seguida, recebê-lo do comprador em arrendamento; e o self leasing, operação realizada entre 
empresas coligadas, uma arrendadora e outra arrendatária. 
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(ADVOGADO DA UNIÃO – 2012). No que diz respeito aos livros empresariais e 
aos contratos empresariais, julgue o item seguinte. 
Na modalidade operacional do arrendamento mercantil, as contraprestações e os 
demais pagamentos previstos no contrato e devidos pela arrendatária são 
normalmente suficientes para que a arrendadora recupere o custo do bem 
arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicionalmente, obtenha 
retorno sobre os recursos investidos. 
Gabarito: Errado. 
O Leasing operacional ocorre quando o próprio produtor ou fabricante do bem 
faz o arrendamento, ficando responsável pela manutenção técnica do bem. Esse 
tipo de leasing não é favorecido pelo tratamento tributário da Lei 6.099. 
O contrato operacional é feito para que a arrendatária use o bem arrendado para 
a produção e desenvolvimento do negócio, para que com o uso desse ativo fixo 
ela possa gerar seu lucro, ou seja, desde o momento que o bem começa a ser 
usado já pode dar o retorno esperado de não como dito na questão que durante 
o contrato a empresa vai recuperar o custo do bem e só depois vai ter seu lucro. 
 
 
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Jurisprudencia correlata: 
Processual civil. Tributário. Agravo interno no recurso especial. Código de Pro-cesso 
Civil de 2015. Aplicabilidade. Argumentos insuficientes para desconstituir a decisão 
atacada. Recurso especial provido. Veículo objeto de contrato de leasing. 
Transporte clandestino de mercadorias estrangeiras. Pena de perdimento do bem. 
Possibilidade. Acórdão em confronto com a jurisprudência desta corte. 
I – Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, 
o regime recursal será determinado pela data da publicação do provimento juris-dicional 
impugnado. Assim sendo, in casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015 no 
julgamento do Agravo Interno. 
• Duração não inferior a 2 anos: bem 
com vida útil de até 5 anos
• Duração não inferior a 3 anos: bem 
com vida útil maior que 5 anos
Leasing puro ou financeiro
• Duração não inferior a 90 dias
• Duração máxima de 75% da vida útil 
do bem arrendadoLeasing operacional
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II – O acórdão recorrido está em confronto com o entendimento desta Corte, se-gundo 
a qual reconhece a validade da aplicação da pena de perdimento a veículo submetido 
a contrato de arrendamento mercantil (leasing) e alienação fiduciária. 
III – O Agravante não apresenta, no agravo, argumentos suficientes para descons-tituir 
a decisão recorrida. 
IV – Agravo Interno improvido (AgInt no REsp 1.240.899/SC, 1a Turma, Rel. Min. Regina 
Helena Costa, j. 17.11.2016, DJe 30.11.2016). 
Arrendamento mercantil e processual civil. Recurso especial. Decisão monocrática do 
relator, na origem, confirmada pelo colegiado. Ofensa ao artigo 557 do CPC/1973. 
Inexiste ̂ncia. Mora ex re. Inadimplemento ocorre no vencimento da prestação contratual. 
Notificação. Decreto-lei n. 911/1969. Demonstração da mora. Pode ser feita mediante 
protesto, por carta registrada expedida por intermédio do Cartório de Títulos ou 
Documentos, ou por simples carta registrada com aviso de recebi-mento. Evolução do 
entendimento jurisprudencial, para se amoldar às alterações promovidas pelo 
legislador. 
1. A mora é causa de descumprimento parcial dos contratos de arrendamento mercantil 
e verifica-se quando o devedor não efetua pagamento no tempo, ou lugar 
convencionados. Com efeito, a mora constitui-se ex re, isto é, decorre auto-maticamente 
do vencimento do prazo para pagamento, motivo pelo qual não cabe qualquer 
inquirição a respeito do montante ou origem da dívida, para a aferição da configuração 
da mora. 
2. Orienta o enunciado da Súmula 369/STJ que, no contrato de arrendamento mercantil 
(leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notifi-cação prévia 
do arrendatário para constituí-lo em mora. Contudo, cumpre ressaltar que essa 
notificação é apenas, a exemplo dos contratos garantidos por alienação fiduciária, mera 
formalidade para a demonstração do esbulho e para propiciar a oportuna purga da mora 
(antes do ajuizamento da ação de reintegração de posse). 
3. Por um lado, a própria redação atual do artigo 2o, § 2o, do Decreto-Lei n. 911/1969 
é expressa a respeito de que a mora decorre do simples vencimento do prazo para 
pagamento. Por outro lado, conforme a atual redação do mencionado

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