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IED PROCESSUAL COMPLETO

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PROPEDÊUTICA PROCESSUAL 
 
1- Conceitos básicos 
Localização no espaço e tempo processual, três institutos básicos: jurisdição, ação e 
processo. 
1.1 Necessidade 
Ela traduz a falta de algo, um estado de carência, representa a ruptura de um 
equilíbrio, se está em equilíbrio não há necessidade. 
1.2 Bem 
O bem é o elemento que satisfaz a necessidade do homem (ex: bem material). 
1.3 Utilidade 
É essa capacidade, aptidão, de um bem satisfazer a uma necessidade, sempre que um 
bem é apto a satisfazer nossas necessidades, ele é útil. 
1.4 Interesse 
Se faz juízo de valor para saber se o bem satisfaz os interesses, emerge a ideia do 
interesse. Aqui é o vínculo que uni a pessoa a um determinado bem. A posição 
favorável de uma necessidade por um determinado bem (útil). 
O interesse pode ser mediato (quando o bem se presta apenas indiretamente a 
satisfazer minha necessidade – ex: sede-> dinheiro para compra agua) ou imediato 
(quando o bem se presta diretamente a satisfazer as minhas necessidades – ex: sede -> 
agua). 
Pode, o interesse ser individual (quando o bem é apto a satisfazer a necessidade de ​um 
indivíduo​) ou coletivo (quando um bem é capaz de satisfazer as necessidades de toda 
coletividade). 
Primeiro estudamos o processo individual (ex: Tim x Pedro), ao lado do individual tem 
os coletivos: ação civil coletiva (ex: condecon x banco). 
1.5 Conflito de interesses 
 Os conflitos são as necessidades dos homens que são infindáveis e do outro lado os 
bens limitados, surgindo os conflitos de interesses. 
Existe duas ordens: subjetivo (quando ele se dá em apenas um indivíduo) e o 
intersubjetivo (este é o que importa para o mundo jurídico, que acontece entre 
pessoas) 
 
1.6 Pretensão 
Da ideia de conflito de interesses, há a ideia de pretensão, que é a exigência de 
subordinação do interesse de outrem ao seu próprio interesse. 
1.7 Resistência 
A resistência é o ato oposto da pretensão, não se subordina ao interesse, levado a 
juízo esse conflito. 
1.8 Lide 
A lide é a resistência, o levar a juízo para uma terceira pessoa resolva. É um conflito 
intersubjetivo de interesses qualificados por uma pretensão jurídica, resistida ou 
insatisfeita, deduzida em juízo. 
Resistência é quando o que se discute é a titularidade do bem (ex: discursão sobre o 
PC de um ou outro – certificação do direito), já a insatisfação é quando se discute a 
fruição de um bem (ex: devo não nego, mas não vou pagar, vai a juízo não sobre a 
titularidade do bem, reaver o bem – execução do direito). 
1.9 Composição da Lide 
Resolução da lide, precisa ser solucionado, se resolve pelo Estado, pois ele tem o 
monopólio (ex: Estado -> juiz). 
1.10 Jurisdição 
A atividade estatal de resolução da lide é a jurisdição, é quando não é cumprido ou 
iminente de não cumprimento, aplicar o direito objetivo no caso concreto. É possível 
que exista jurisdição quando não houver lide (ex: divorcio), situações não conflituosas, 
interesses convergentes. 
1.11 Ação 
 Levar a juízo, poder apto a provocar a jurisdição. 
1.12 Processo 
Essa jurisdição, o direito de ação, que se desenvolve em uma série de atos: processo. 
Instrumento para efetivação da lide. 
2-Direito material e direito processual 
O direito material estipula as regras de condutas (dever-ser), se todos cumprem não 
vai haver direito processual, o grande problema é que quando se descumpre ou 
ameaça de descumprimento surge a necessidade de um processo (instrumental ao 
direito material). Regras uniformes para todos o direito processual normativo como se 
desenvolve a jurisdição, técnica para se chegar a resolução do conflito (ex: requisitos 
da inicial, prazos e etc). 
2.1 sujeitos do conflito x Sujeitos do processo 
Via de regra é uma lide (situação conflituosa), mas possível também uma situação não 
conflituosa. Os sujeitos do conflito são aqueles que são as pessoas do conflito (autor x 
réu), se não tiver um conflito de interesses nos casos de legitimação extraordinária ou 
substituição processual (existe uma previa autorização legal para que determinadas 
pessoas vão a juízo defendendo em nome próprio um direito alheio – ex: MP x Pai). 
2.2Instrumentalidade do processo 
Se não houver ameaça ao direito material não existirá processo, sendo o processo o 
instrumento de efetivação do direito material, não existindo relação de hierarquia 
entre o direito material e processual, sendo sim uma relação simbiótica 
(retroalimentação). O direito material não cumprido voluntariamente precisa do 
direito processual. 
3- Sociedade e tutela jurídica 
3.1 tutela jurídica e tutela jurisdicional 
A tutela jurídica é a proteção normativa a determinadas condutas humanas, a 
realização da paz social pelo ordenamento jurídico, tutela jurídica é um gênero, pois 
está proteção a determinadas condutas se dá através do direito material ou 
processual, sendo vista em momento estático (as normas de direito material) ou 
dinâmico (direito processual – movimento da máquina estatal, recebe o nome de 
tutela jurisdicional, reconhecimento de uma situação jurídica amparada pelo direito 
material) só há tutela jurisdicional quando estiver amparada pelo direito material. 
A sentença de mérito é aquela que você vai analisar o direito material discutido. 
O objetivo da jurisdição é a prestação da tutela jurisdicional, ao final dizer se há ou não 
direito material que se almeja. É possível a extinção anômalas (sem tutela jurisdição) 
sem resolução do mérito (ex: vicio formal). 
Existe casos que a tutela jurisdicional se exaure com a prolação da sentença de mérito, 
reconhecimento de direito, mas existe outros casos o magistrado vai além da sentença 
de mérito. 
A efetivação da tutela jurisdicional é ir além do reconhecimento, efetivação deste 
direito, obrigar o pagamento, técnicas para efetivação do direito. 
3.2 tutela jurisdicional diferenciada 
Tudo aquilo que foge do comum, o procedimento comum (ordinário) vai ser usada pra 
grande massa do direito processual, mas existem peculiaridades, procedimentos 
especiais para tais peculiaridades, a tutela jurisdicional diferenciada. 
ACEPÇÃO DO TERMO PROCESSO 
Um dos institutos básicos do direito processual 
1- Acepção do termo processo 
Divisão dada por Fredie Didier 
1.1 Processo como fenômeno da teoria geral do processo 
Processo como fenômeno da teoria geral do direito 
A forma pela qual se cria as normas jurídicas, alei não surge do nada, existe um 
processo legislativo por exemplo. Um mecanismo de controle do poder das normas 
1.2 Processo como fato jurídico 
O processo é um fato jurídico humano, a vontade humana é relevante, um ato de 
vontade humana realizado em conformidade com o direito e tendente a 
produção de feitos. Ato jurídico complexo, composto por vários atos que 
formam o processo. 
Nesta acepção o processo é visto como procedimento 
1.3 Processo como relação jurídica (complexa) 
Relação jurídica, efeitos, no plano da eficácia, processo como consequência, essa 
relação jurídica também é uma relação jurídica complexa, diversas relações 
entre sujeitos 
 
Cap. 1 – fredie Didier 
 
 
2 – Teoria geral do processo 
2.1- Teoria 
É possível se falar em teoria geral do processo (processo civil, penal, trabalhista e etc) 
abarcar todos os ramos do processo. A teoria é a sistematização do conhecimento, 
corpo de conceito sistematizado, no âmbito jurídico precisamos diferenciar os 
conceitos lógicos jurídicos e conceitos jurídicos positivos. 
Existem autores que falam que toda teoria geral é universal, reúne os conceitos gerais. 
 
 
2.2 – Conceito jurídico positivo 
Conceitos com base em um real e determinado ordenamento jurídico, para assim 
extrair com conceitos jurídicos positivos, só podem ser concebidos a posteriore, 
ligados a dogmática jurídica, estudo interno do direito, eles são conceitos do direito e 
não da ciência do direito, não se prestam a fazer uma teoria geral.2.3 – Conceitos lógicos jurídicos 
Obtidos a priores, alheios a qualquer realidade de determinado ordenamento jurídico, 
sem vinculação dos direitos positivos. 
Eles têm pretensão de serem universais, mas não invariáveis, pois a ciência social é 
mutável (ex: decisão). 
A teoria geral do processo teria um cunho epistemológico, ramo que estuda a teoria 
do conhecimento. 
Evolução da ciência processual 
Dividida em fases de Adan Pelegrine, fases metodológicas de direito processual 
1) Sincretismo/ praxismo/imanentismo 
Até a segunda metade do século XIX, não havia distinção entre direito material e 
direito processual (não era visto como ciência, imanente ao próprio direito material) 
direito processual era o direito material levado a juízo (direito em pé de guerra), a 
preocupação era com a praxe. 
Oskar von bullon lança sua obra “teoria das exceções e pressupostos processuais”, 
tendo de importante, que distinguiu a relação jurídica material de relação jurídica 
processual. 
2) Autonomia/ processualíssimo 
Passando para segunda fase, onde o direito processual passa a ser estudado como 
ciência, autônomo ao direito material, aqui se desenvolve o processo como ciência, se 
firmando os pressupostos e institutos básicos do direito processual. 
Vários autores se destacam, Duas teorias se destacam nesta fase: dualista (Chiovenda, 
onde nessa teoria o processo apenas realiza a vontade do direito material, não cria 
uma novidade, o processo tem cunho meramente declaratório, não contribuindo para 
formação de normas concretas) e unitária (tem como principal representante o autor 
Carneluti, a distinção entre direito material e processual não era tão nítida quanto a 
dualista, o processo contribuía para formação de normas concretas, complementava 
os comandos da lei, cunho constitutivo) tuas teorias fundamentais para o 
desenvolvimento da ciência processual, aqui ainda estávamos na era do positivismo 
estrito, não se fala nessa criatividade processual (magistrado preso as amarras da lei). 
Há uma cisão abrupta para firmar o processo como ciência (ramo autônomo), uma 
separação entre direito material e processual. 
Vai até 1950. 
3) Instrumentalismo 
Não pode ser estudado de forma isolada em relação ao direito material, processo não 
é um fim em si mesmo, reaproximar direito material e o processual, processo como 
instrumento de efetivação do direito material, não como na fase do praxismo, se 
aproximam, mas não se confundem entre eles. 
Aqui surgem as “ondas renovatórias” de acesso à justiça, aspectos sociais e efetivação 
do direito material, o principal autor é Mauro Capelete, são três ondas; a primeira 
onda é a preocupação do acesso à justiça aos necessitados, o poder judiciário tem um 
custo – pagar os custos – preocupação com quem não tem condições de arcar com as 
custas processuais; a segunda onda é a preocupação com a proteção de direito 
coletivos; já a terceira onda é a simplificação das formas, preocupação com excesso 
(exacerbado) do formalismo 
 
 
4) Neoprocessualismo/ formalismo 
Alguns autores, na última década, falam desta nova fase, onde está relacionada ao 
neoconstitucionalismo, estudo do direito processual aos paradigmas de incorporação 
de questões éticas (boa-fé, cooperação e etc), questões éticas inseridas no bojo 
processual. 
O direito processual contemporâneo 
O estudo do direito processual pela luz dos novos paradigmas do neoprocessualismo. 
1) Texto x norma 
Distinção de texto e norma (interpretação do texto), é possível extrair do texto várias 
normas, ratificar a questão da criação das normas individualizadas no caso 
concreto pelos magistrados, pelo processo jurisdicional. 
2) Princípio como norma 
Princípio como força normativa, princípios eram como fontes supletivas – eram 
considerados exortações ideológicas - hoje eles são vetores de todo o 
ordenamento, caráter normativo, inúmeras decisões que são pautadas nos 
princípios. 
3) Jurisprudência como fonte 
Ela é fonte do direito, decisões reiteradas de tribunais, surgindo assim os precedentes, 
mesmo não sendo vinculantes (surgindo as sumulas vinculantes), sumula é texto, 
necessita ser interpretado (não engessando o magistrado), a diferença é que a 
complexidade hermenêutica é menor. 
4) Conceitos jurídicos indeterminados ou clausulas gerais 
Texto legais passaram a ser escritos de forma mais aberta, permite uma certa 
mobilidade do sistema, o legislador tentava regular toda as situações da vida, os 
textos eram minuciosos, porem a sociedade é mutável, mais rápida do que o 
processo legislativo. Quando o legislador passou a ser valer de conceitos jurídicos 
indeterminados há uma abertura na hipótese fática, enquanto o consequente 
normativo não tem essa abertura. Clausulas gerais a abertura é maior, pois ocorre 
a abertura tanto na hipótese fática quanto no consequente, norma de textura 
aberta. 
5) Forma normativa da constituição (direitos fundamentais) 
Existem inúmeros direitos fundamentais processuais que estão inseridos no bojo da 
constituição; o processo funciona como mecanismo de efetivação de direitos 
fundamentais. 
6) Processo civil x Processo penal (reaproximação) 
Antigamente eram regidos por princípios antagônicos. Processo civil era entre as 
partes, já o processo penal o juiz tinha papel de protagonista (estado – juiz), as 
partes tinham papel secundário. Com o passar do temo percebe-se que o processo 
penal tanto o civil o papel das partes quanto do magistrado é fundamental. Houve 
essa superação, tanto as partes como o magistrado devem cooperar para o bom 
andamento do processo. 
No âmbito civil cresceu o papel do magistrado e no penal também, as garantas das 
partes no processo penal passou a ter importância. 
Fala-se hoje no princípio cooperativo para o bom andamento do processo. Uma outra 
questão que vigia no processo penal é a verdade real, enquanto que no âmbito civil 
seria a verdade formal, por conta dessa dicotomia está acabando, por causa dessa 
reaproximação. 
7) Tutela individual x tutela coletiva 
O nosso processo foi concebido originariamente para proteção de interesses 
individuais, hoje existem instrumentos processuais aptos a proteção de interesses 
coletivos (ex: ação civil pública). 
8) Civil law x common law 
Hoje em dia não se fala mais nessa dicotomia, no sistema brasileiro trabalha-se os dois, 
um sistema híbrido 
 Evolução Histórica do Direito Processual 
 
A evolução do direito processual no Brasil foi tardia em relação na europa 
1) Ordenações do reino 
Mesmo com a independência éramos regidos pelas ordenações do Rei, Ordenações 
Filipinas, influenciadas pelo direito canônico e romano 
2) Código de processo criminal 
Possibilidade de cometer atrocidades, queimar pessoas vivas, assaltos e etc, só foi 
minimizado com a CF de 1824, em 1830 foi sancionado o Código Criminal do 
Império e dois anos após o Código de Processo Criminal, rege o processo 
criminal, mas no seu anexo dispunha sobre a administração da justiça civil. 
3) Regulamento 737 
Dispunha sobre o processo no abito comercial, em 1850 foi feito o código comercial e 
esse regulamento feito no mesmo ano, lacuna no processo civil, ate que se 
nomeio alguém para reuni-las. 
4) Consolidação das leis do processo civil (Ribas) 
Antonio Ribas consolidou, reuniu as leis esparsas, surgiu em 1866 (consolidação Ribas), 
tudo que estav no âmbito comercial que regia processo civil. 
5) Extensão do regulamento 737 as causas ​cíveis 
Com o governo republicano se estendeu, quando ele surgiu ele era somente a causas 
comerciais, essas leis esparsas foi a se estender as causas cíveis. 
6) Constituição republicana 1891: dualidade do processo 
A possibilidade de cada Estado legislar sobre processo, alguns estados fizeram, outros 
não, tentou importar o modelo americano, o Código de Processo Baiano foi 
muito elogiado, mas essa dualidade não vingou. 
7) Constituição de 1934 
Coma CF de 1934 a dualidade acabou, a competência é da União 
8) Cpc 1939 
O primeiro código de processo civil em 1939, já o criminal foi em 1940. 
9) Vinda de Enrico Tulio Libman para o Brasil 
Em 1940 veio o italiano Tulio Libman e fundou a Escola Processual de São Paulo, com 
finalidade de estudar o processo enquanto ciência, representou a passagem 
para a fase do processualismo. 
10) CPC de 1973 
Jânio quadros chamou Alfredo Buzaid para formular um novo código de processo civil, 
tendo inúmeras críticas o cpc de 1939 (ex: sistema recursal), para estar 
reformando, surgindo assim o código Buzaid, aluno de Libman. Não estávamos 
na fase do instrumentalismo, fase do processualismo, marcado pelo 
individualismo. 
 
11) CF de 88 e reformas 
Passou por inúmeras reformas o cpc de 1973, na década de 80 o Brasil entrou na fase 
do instrumentalismo principalmente com a constituição cidadã, questões 
sociais, diversas reformas para compatibilizar o cpc com a cf, surgindo a tutela 
antecipada, preocupação com aspectos sócias, tutela coletiva, lei de ação civil 
pública. 
12) NCPC 
O novo cpc é a concretização dos novos paradigmas do direito, ingresso na nova fase, 
no neoprocessualismo. 
 
 NORMA PROCESSUAL 
 
1- Aspectos gerais: 
Regras de condutas ou de atribuição de bens, podendo ser de diversas naturezas, 
normas morais, normas jurídicas. As normas jurídicas se caracterizam pelo caráter 
impositivos dos seus preceitos, se subdividem em normas materiais/substanciais e 
normas processuais. Elas trazem o critério a ser observado no exame do conflito de 
interesse (interesse de A x interesse de B), já as normas processuais só têm sentido 
para efetivação do direito material, fornece a técnica na resolução do conflito de 
interesses, regula o modo como a atividade jurisdicional vai se desenvolver. O que 
caracteriza a norma processual é a objeto, a disciplina do modo processual de resolver 
os conflitos, o exercício da jurisdição. O que diferencia a norma material da norma 
processual é o seu objeto e não a sede, o local, onde se encontra aquela norma. Em 
normal é que as normas processuais estejam localizadas em seus diplomas 
processuais, contudo existem normas que estão em diplomas de direito material que 
tem cunho processual (ex: institutos que falam sobre prova, responsabilidade, 
legitimidade - matérias disciplinadas pelo direito material como no direito processual). 
Quando isto ocorre esses institutos são chamados de institutos bifrontes, existem duas 
correntes, uma fala que essas normas que tratam desses institutos bifrontes são 
normas processuais-materiais (não é norma processual pura), já em outra correntes 
dizem que são consideradas normas heterotróficas (normas processuais que foram 
entretanto inseridas em diploma de direito material, mas tem cunho eminentemente 
processual). 
2- Objeto e espécies: 
Objeto do nosso estudo é a norma processual, podem ser de três especiais: 
2.1- Normas de organização judiciária: 
 Alguns falam que não é uma norma processual tecnicamente, pois tem cunho 
administrativo; são normas que tratam da criação e estrutura dos órgãos judiciais e 
seus auxiliares (ex: norma de criação de uma vara). o grande problemas são a duas 
próximas, diferenciá-las. 
2.2 - Normas processuais em sentido estrito x normas procedimentais: 
Processo conte procedimento + a relação jurídica, a constituição prevê que a 
competência privativa para legislar sobre processo é a União, já sobre procedimento é 
competência concorrente, tanto a União como Estados membros. A diferença não 
consta na constituição, coube a doutrinar falar sobre o tema, tudo que versar sobre 
procedimento é norma procedimental, já a norma processual em sentido estrito é a 
relação jurídica processual e apenas ela é competência exclusiva da União. Tudo que 
falar do ato processual é norma procedimental competência concorrente; entretanto 
tudo que falar sobre direito, deveres, sujeitos do processo, será norma processual em 
sentido estrito, competência exclusiva da União. 
Tudo que disser respeito ao princípio da isonomia, universalidade de todo território 
nacional será processo, por outro lado, aquilo que não existe uniformidade e não 
implica violação ao princípio da isonomia será procedimento, consequentemente 
Estado membros poderão legislar. Sempre que houver obrigatoriedade na observância 
no princípio do contraditório e ampla defesa a norma será processual, se não for 
obrigatória norma seria procedimental. Problema é que na prática é extremamente 
complicado, pois a linha entre as duas é muito tênue e não há como diferenciá-las de 
forma técnica as normas processuais e procedimentais. a tendência é que o STF vem 
ditando tudo como norma processual e esvaziando a norma procedimental. 
 
3- normas processuais cogentes x normas processuais dispositivas 
As normas cogentes são aquelas que gozam de imperatividade absoluta, não deixando 
margem para liberdade entre as partes, já as normas dispositivas, elas deixam margem 
para liberdade entre as partes. Normas processuais são de direito público, porem nem 
sempre cogente, competência absoluta é exemplo de norma cogente, já as de 
competência relativa são normas por exemplo de normas dispositivas. Com o novo cpc 
não se discute a presença de normas processuais dispositivas. 
 
4- Fontes 
CF: o direito processual a luz da constituição, ela versa sobre o processo 
(ex:contraditorio) 
Tratados internacionais: quando se fala em cumprimento de tratados internacionais 
(ex: carta precatória - ato de cooperação entre juízes no mesmo pais, já em diferentes 
países são cartas rogatória). 
Leis federais: são fontes do processo, só lei federal pode versar sobre processo 
Constituições e leis estaduais: só falam sobre leis procedimentais 
Regime interno dos tribunais: é fonte de processo 
Jurisprudência: é fonte do direito, precedentes, sumulas vinculantes. 
Negócios jurídicas processuais: é possível fazer negócio jurídico processual, as partes 
acordão vai se dar o procedimento dentro da lei (ex:jusrisdição) 
Usos e costumes judiciários: não existe previsão legal, mas é fonte do direito 
processual, costume do judiciário 
Doutrina: a doutrina é importante como fonte do direito processual. 
 
 
 
 
5- Interpretação, resultado da interpretação e integração da lei processual 
Todo texto legal precisa ser interpretado para se transformar em norma, vários 
métodos de interpretação, que levam a certos resultados, meramente declarativo 
(conclui-se que a lei significa aquilo que está escrito), o resultado restritivo (é preciso 
se restringir ao alcance da norma) e o resultado abrogante (o interprete entende pela 
inaplicabilidade de uma determinada norma). A integração significa que o juiz não 
pode se eximir de não julgar o caso por não existir lei especifica, ele fará auto ou 
heterointegração para julgar o caso. 
 
6- Lei processual no espaço 
A lei processual regula a forma como a atividade jurisdicional se desenvolve, a norma 
processual ser regida pelas leis editadas pela União, principio da territorialidade rege o 
direito processual, não é possível aplicação de normas processuais estrangeiras 
 
7- Lei processual no tempo 
O princípio que rege a lei processual no tempo é a irretroatividade da lei processual, 
tempo rege o ato, no âmbito processual o processo se desenvolve ao longo do tempo, 
uma peculiaridade do processo, desenvolvendo-se, muito provável que no curso do 
processo surja uma lei nova. 
 
7.1- Processos findos 
Em relação a processos findos, se a nova lei for benéfica não retroage, pois o processo 
é regido no tempo, não há consequências com incidência da nova lei. 
 
7.2-Processos futuros 
A lei nova incide sobre processo futuros, tempo rege o ato. 
 
7.3-Processos pendentes: 
 O problema existe aqui, as novas regras irão incidir sobre o processo, porque o 
processo se estende por anos. Trêsteorias para explicar o processo no tempo: 
Unidade processual: 
 Para essa teoria o processo é um todo uno e indivisível, não se aplica várias leis 
processuais ao mesmo processo, se aplica uma única lei a todo o processo, seja a lei 
que iniciou ou a lei processual nova retroagir e tingir atos passados. Não é a teoria 
adotada no Brasil. 
 
Frases processuais: 
Para esta teoria o processo é dividido em fases, onde cada fase é composta por uma 
série de atos, para esta teoria a lei processual nova só irá incidir na fase processual 
seguinte. Ela não é aplicada no nosso ordenamento. 
 
Isolamento dos atos processuais: 
Esta teoria é adotada no ordenamento processual brasileiro, aqui diz que dentro de 
uma mesma fase existe vários atos, a lei processual nova será aplicada ao ato 
subsequente. Contudo por vezes existem atos considerados atos complexos (não 
começa e termina no mesmo dia, se prolonga), o ato é único, só se aplica no seguinte. 
No captu do art.1046 do NCPC fala nesta aplicação. O parágrafo 1 do art.1046 fala do 
procedimento sumario pelo cpc antigo 
 
Aos institutos bifrontes devem ter tratamento diferenciado (texto de Rangel) 
O procedimento a ser seguido, no caso de recurso, será o da lei vigente a data em que 
foi interposto o recurso e não a data que foi proferida a decisão, a admissibilidade e 
cabimento aplica a lei da data que foi proferida a decisão. 
ACESSO A JUSTIÇA 
1- Noções gerais 
A problemática do acesso era o acesso ao poder judiciário, garantir a todos o acesso ao 
judiciário. ​A tutela jurisdicional deve ser visualizada sob três prismas: enquanto decisão, 
resultado e procedimento (igual para todos, sem excesso de formalismo, duração razoável). É 
preciso que esta decisão se efetive, para garantir o resultado prático da decisão judicial. 
A questão do acesso à justiça é baseada nas ondas de acesso propostas pelo autor Mauro 
Capeletti, sendo a primeira onda a de acesso à justiça dos necessitados, a segunda relacionada 
com a tutela de interesses coletivos e a terceira com a diminuição do formalismo. 
2- Principais obstáculos e tentativa de superação 
Com base nessas três ondas renovatórias de acesso à justiça, serão estudados os principais 
obstáculos e tentativas para superá-los. 
2.1 custos do processo 
O processo custa dinheiro, já que, é preciso que se banque a estrutura do poder judiciário, que 
será arcado pelo usuário do serviço. Primeiro paga-se o valor das custas do processo, que são 
sempre calculadas com base no valor que se atribui a causa. Mas existem causas em que não 
há como haver a quantificação, como por exemplo, uma declaração, onde ainda assim é 
preciso atribuir valores, mesmo que para fins meramente fiscais. Existe uma tabela do 
judiciário sobre o valor da causa e esse valor atribuído a causa não é de forma proporcional as 
custas. 
Outra questão que funciona como uma barreira são os honorários advocatícios contratuais, 
assim como os honorários sucumbenciais (a parte que perder pagar os honorários do 
advogado vencedor). 
O problema é que existem pessoas que não tem condição de arcar com as custas 
processuais, ​esses custos acabavam inibindo o acesso à justiça. A partir daí o legislador 
posteriormente acabou criando a ​lei de assistência judiciária​, que torna isento do pagamento 
aqueles que não tem condições de arcar com os custos processuais. 
Esse benefício da assistência gratuita poderá se estender aos casos em que são instituídos 
advogados particulares e basta ser pedido, o que gera uma presunção relativa, admitindo-se 
prova em contrário. O deferimento do pedido de assistência judiciaria gratuita precisa ser 
provado, assim como depende muito do magistrado; assim como pode ser parcial, o juiz 
concede, contudo ao final o juiz manda que seja pago o valor das custas. 
Além do benefício da assistência gratuita foram também criados ​órgãos de assistência 
judiciária,​ o principal órgão é o da defensoria pública, mas existe também o Ministério Público, 
assim como órgãos não estatais. (art.98 a 102 NCPC) 
A criação dos ​juizados especiais ​também são uma tentativa de superação dos custos do 
processo, já que só paga em grau de recurso, não existindo condenação de honorários de 
sucumbência. Aqui, nas causas de até vinte salários mínimos o sujeito pode postular sem 
advogado 
2.2 duração do processo 
Existe também um outro problema que é o da duração do processo, fazendo com que as vezes, 
um sujeito que já tenha uma idade mais avançada acabe desistindo de entrar com um 
processo por conta da demora. 
Essa duração do processo acaba passando por cima dos direitos fundamentais se relaciona 
com os custos do processo, já que quanto mais demora um processo, mais dispendioso ele 
será. 
É fato que há um déficit na estruturação do poder judiciário, que pode ser amenizado através 
da contratação de novos servidores, criação de formas alternativas para resolução dos 
conflitos, surgimento de tutela para proteção de interesses coletivos, etc. 
A morosidade do sistema faz com que existam acordos com diminuição do que lhe é devido, 
pela resolução do problema, assim como finda-lo. 
Se deve a dois fatores, esta morosidade, a estrutura do judiciário e a tutela dos direitos. 
2.3 disparidade entre ligante habitual e ligante eventual 
Litigantes habituais são aqueles que habitualmente estão litigando, o que lhes dá uma certa 
vantagem, por já conhecerem, por exemplo, o posicionamento deste ou daquele juiz, etc. Já o 
litigante eventual é aquele cidadão comum que eventualmente vai litigar na justiça para 
requerer alguma coisa. 
Diante desse caso há uma certa disparidade entre os litigantes, cabendo ao magistrado 
garantir a paridade, oferecendo condições para que eles possam litigar em igualdade. 
2.4 problema cultural 
Esse problema cultural seria a falta de instrução da maioria da população, as pessoas não têm 
consciência dos seus direitos, inviabilizando o acesso à justiça, o que se resolve apenas através 
da educação, do conhecimento. 
2.5 questão psicológica 
As pessoas mais pobres e não tem conhecimento do sistema acabando ficando com 
medo, influenciando com que as pessoas deixem de ir ao judiciário (ex: vestuário). Só é 
superada pela educação, aproximar a justiça das pessoas menos esclarecidas. 
2.6 preocupação com a tutela individual 
O nosso processo foi todo concebido para defesa dos interesses individuais. Até bem pouco 
tempo não existiam mecanismos para proteção de interesses coletivos, não havia 
preocupação, por exemplo, em defender o interesse do idoso, do consumidor, etc. Isso até 
diminui o custo e a duração do processo, como por exemplo, através do mandado de 
segurança coletivo ou ação civil pública. 
2.7 diminuição do formalismo 
O excesso de formalismo acaba intimidando as pessoas, projetando um certo medo no 
psicológico dos sujeitos. Esse problema pode ser resolvido através da educação, informação e 
pela justiça itinerante – forma de levara justiça à população mais carente. 
Ao longo dos anos o formalismo vem diminuindo, pelo detrimento do conteúdo, a 
jurisprudência vem estendendo este entendimento. 
 NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
 
1- Princípios 
Eles estão reunidos do capítulo 2 do novo código de processo civil, e no art.1 diz que o 
processo civil vai ser interpretado pelo olhar da constituição, assim como alguns princípios 
estão fora do código, mas são importantes. 
“Art. 1​o​ O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as 
normas fundamentais estabelecidos na ​Constituição da 
República Federativa do Brasil​, observando-se as disposições 
deste Código. ” 
1.1 Devido processo legal 
Este princípio é o princípio mãe do direito processual, dele que decorre os outros princípios, 
está positivado na Constituição Federal no art. 5 LIV, assim como no art. 8 do NCPC. 
“Art. 8​o​ Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do 
bem comum,resguardando e promovendo a dignidade da 
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. ” 
Esse princípio surgiu com a Magna Carta de João sem terra, que surgiu há muito tempo atrás. 
Significa dizer que o processo deve estar em consonância com o Direito como um todo. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Nelson Nery diz que tudo que disser respeito ao ​trinômio ​-vida, liberdade e propriedade- deve 
ser submetido ao devido processo legal. 
ESTE DEVIDO PROCESSO LEGAL é uma clausula geral, é possível se adequar as peculiaridades 
de cada época, continuando a ser aplicado. Processo é método de exercício do poder 
normativo, e nenhuma norma jurídica deve ser produzida sem a observância do devido 
processo legal. Constitui –se como uma garantia contra o exercício abusivo de um poder. 
Não se aplica so nas relações com o Estado, mas também com particulares, aplica-se também 
às relações privadas e isso já foi pacificado pelo STF em 2005. Ex- Condomínio que decide 
aplicar alguma multa ao condômino, será garantido aqui o direito de defesa. 
Apresenta ​duas dimensões​, que são a dimensão formal (processual) que diz respeito às 
garantias processuais mínimas, estando mais ligado às formas, confina os poderes do Direito 
Estatal no que tange a forma como os atos normativos devem ser produzidas. Uma decisão é 
um ato normativo e deve obedecer por exemplo, o contraditório, a ampla defesa, as decisões 
devem ser motivadas, etc. Ao lado da dimensão formal existe a dimensão substancial ou 
material, nesse aspecto o direito processual promove o controle da razoabilidade dos atos 
normativos, está mais associado ao conteúdo da norma, analisa-se o conteúdo da decisão, ou 
seja, a decisão judicial deve ser proporcional, razoável. Não se pode permitir decisões judiciais 
desproporcionais, por esta dimensão aqui se confundem com o princípio da razoabilidade, ou 
proporcionalidade. 
O art. 8 do novo cpc fala da dignidade da pessoa humana, os processualistas falam que a 
dignidade da pessoa humana se confunde com o devido processo legal, pois você está 
respeitando a parte. 
1.2 Efetividade 
Ele está implícito na CF e no NCPC está situado no art. 4, direito a atividade satisfativa, o 
legislador busca a satisfação do direito, além de reconhecer, é preciso que satisfaça aquele 
direito. Alguns autores falam que este princípio é o conteúdo do devido processo legal (Mari 
Nune). 
“Art. 4​o​ As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída 
a atividade satisfativa. ” 
 
1.3 Eficiência 
Situada no Art. 37 CF, é uma norma de direito administrativo, assim como no NCPC está no art. 
8 que repercute no poder judiciário em duas dimensões, primeiro sobre a administração 
judiciaria (administração dos órgãos que compõem o poder judiciário), repercute também no 
que se refere a gestão, a condução do processo, observar o custo benefício, o mais rápido 
possível com o menor custo, obviamente que sem desrespeitar as garantias processuais. 
Versão moderna do princípio da economia processual. 
“Art. 8​o​ Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do 
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da 
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a 
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. ” 
 
1.4 Duração razoável do processo 
Também é chamado de princípio do processo sem dilações indevidas, tempestividade, ​Previsto 
no pacto José da costa rica​, depois passou a ser expresso no art. 5º, inciso 78. “ assegurada a 
duração razoável do processo” o novo CPC traz de forma expressa esse princípio da duração 
razoável do processo, no art. 4 “... em prazo razoável...”, assim como no art. 139 inciso 2 
também do NCPC. 
“Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: II - 
velar pela duração razoável do processo” 
O que é um tempo razoável? Estamos diante de um conceito indeterminado, cabe diante do 
caso concreto se ponderar o que é razoável. Fred Didier aponta três hipóteses que devem ser 
analisadas, quais sejam as ​de complexidade da causa, estrutura do judiciário e 
comportamento das partes. ​Por exemplo, as causas dos juizados especiais, por exemplo, os 
processos tendem a ser mais rápido, porque se tratam de coisas menos complexas. Além disso, 
deve –se levar em conta a estrutura do Judiciário. Por exemplo, no caso da Justiça Federal ou 
da Justiça do Trabalho, as causas tramitam de maneira mais rápida porque possui uma 
estrutura melhor (quantidade de serventuários, capacitação, organização da Justiça), 
diferentemente de uma vara de família. Um terceiro fator seria o comportamento das partes, 
por exemplo, as vezes o advogado se utiliza de todos os meios recursais possíveis, pedindo 
coisas desnecessárias fazendo com que o processo se prolongue por mais tempo. Um outro 
exemplo é quando o advogado faz carga do processo, e não devolve os autos do processo, o 
que leva um certo tempo, fazendo com que o processo demore mais. Existem mecanismos 
para o juiz punir o advogado que faz isso, mas ainda assim o processo vai demorar mais. 
1.5 Tempestividade / processo sem dilações indevidas 
Aqui é chamado também de princípio da paridade das armas, contido no art.7 do NCPC. No 
âmbito processual é preciso que se garanta a isonomia não apenas formal, mas uma isonomia 
substancial. O juiz tem a obrigação de garantir a igualdade de tratamento às partes. 
“Art. 7​o​ É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e 
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e 
à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo 
efetivo contraditório. ” 
No âmbito do CDC há possibilidade de inversão do ônus da prova, normalmente que alega um 
fato precisa provar, mas no âmbito do direito do consumidor, o juiz pode inverter esse ônus, 
isso porque o consumidor é considerado a parte mais frágil da relação. Assim, esse artigo do 
CDC é constitucional. Garantindo a paridade de armas entre empresa e consumidor. 
O art.183 do NCPC a fazenda pública possui prazos diferenciados em relação aos litigantes 
comuns. A fazenda pública possui prazo em dobro para recorrer e prazo quadruplo para 
contestar. Porém, esses prazos diferenciados não violam o princípio da isonomia, já que por 
conta da supremacia do interesse público, eles precisam ter este prazo diferenciado. Sendo 
então, está cláusula constitucional. Esses prazos são necessários, pois a quantidades de 
procuradores, por exemplo, nem sempre é suficiente para lidar com todos os processos, o que 
faz com que o processo demore mais, sendo razoável a existência de prazos diferenciados, que 
acabam por garantir a isonomia. 
“Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias 
e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para 
todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá 
início a partir da intimação pessoal. ” 
art.496 I do NCPC, remessa necessária é a condição para que a decisão produza efeitos, assim 
as sentenças condenatórias contra a fazenda pública só produzirão efeitos quando submetidas 
a remessa necessária. No caso da fazenda pública, mesmo que não haja apelação por parte da 
fazendo, o processo necessariamente sobe para ser reapreciado. O que não acontece com 
cidadãos comuns, que quando não recorrem, não há mais o que fazer. A remessa necessária só 
favorece a fazenda pública. Este artigo também é considerando constitucional em nome da 
supremacia do interesse público sobre o interesse privado. *Discute-se que não tem se 
admitido a reforma para prejudicar o estado, se a parte não recorreu, o processo que subiu 
não irá beneficiar a outra parte, apenas a fazenda. Se o estado lhe deve 50 e o juiz de primeiro 
grau determinaque ele pague 40 e você não recorre, o processo vai subir porque a fazenda foi 
condenada, se no tribunal de justiça verificar que o estado realmente te devia 50, eles não irão 
alterar de forma que a fazenda tenha que pagar mais. Mas eles alteram se for o caso da 
fazendo pagar menos (reformatio in regis). Então, nesse ponto, a remessa necessária fere o 
princípio da isonomia. Interesse público em questão, esse reexame necessário é mantido por 
isso. 
“Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que 
formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da 
obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de 
ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo 
 quando:I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;” 
 
Nas relações de divórcio a mulher possuía foro privilegiado, o STF entende pela 
constitucionalidade, já que mesmo nos dias atuais, ainda não há igualdade entre os sexos e a 
mulher seria a parte hipossuficiente da relação. Mudou com o NCPC no art. 53 que o domicilio 
do processo é do guardião. 
1.6 Contraditório/ audiência bilateral 
O princípio do contraditório está expressamente previsto na Constituição, também é 
conhecido como o princípio da audiência bilateral e impõe a observância do diálogo ao longo 
de todo o procedimento. É reflexo do princípio democrático na estruturação do processo. 
Art. 9 do NCPC não decisão sem uma das partes ouvida, também no art. 7, garantir a 
observância do dialogo no curso do processo, sempre que surge algo novo o magistrado deve 
sempre ouvir as partes. 
“Art. 7​o​ É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e 
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
Art. 9​o​ Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
  Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:I - à tutela provisória de urgência;II 
 - às hipóteses de tutela da evidência previstas no ​art. 311, incisos II e III​;III - à decisão 
prevista no ​art. 701​.” 
 
Apresenta uma dimensão formal e uma dimensão substancial​. A dimensão formal do 
contraditório garante a possibilidade de participação nos atos processuais, já a dimensão 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art311ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
substancial refere –se ao poder de influenciar no andamento do processo, na decisão que será 
tomada pelo magistrado. Não adianta permitir somente que a parte participe do processo. É 
necessário que ela seja ouvida, é claro, mas em condições de influenciar a decisão do 
magistrado, impede a prolação das decisões surpresa, sem ouvir a parte contraria, fundamenta 
o direito a ser acompanhado por advogado, pois ele que tem fundamentos técnicos para 
influenciar o magistrado. 
No caso ​da concessão da tutela antecipada ​pelo juiz de forma liminar, o contraditório será 
postergado a um momento posterior, pela urgência do caso, mas continua existindo. Ou seja, 
no caso em questão não há violação do contraditório e nem do diálogo. O fato de haver a 
concessão da liminar não quer dizer, por exemplo, que aquela parte será vitoriosa. 
Uma outra discussão é a de que parte da doutrina entende que o contraditório aplica-se a 
questões fáticas, mas não necessariamente se aplicaria as questões de direito​. Tem 
determinadas matérias que são consideradas ​matérias de ordem pública​, ou seja, não 
precisam ser arguidas pela parte, podendo o magistrado se manifestar de ofício. Ex- 
Decadência, falta de uma das condições da ação. Não pode o juiz decidir com base em um 
argumento, uma questão jurídica não posta pelas partes do processo. A questão é se essas 
matérias de ordem pública, que podem ser suscitadas, devem ou não ser submetidas ao 
contraditório. Nesse sentido, entende –se atualmente, que mesmo as matérias de ordem 
pública devem ser submetidas ao contraditório. 
1.7 Ampla defesa 
Ao lado do contraditório existe a ampla defesa. Está prevista no art. 5, inciso 55. É o conjunto 
dos meios adequados ao exercício do contraditório. A ampla defesa está dentro do 
contraditório. Daí porque parte da doutrina entende que não haveria distinção entre a ampla 
defesa e o contraditório. 
“LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e 
recursos a ela inerentes; ” 
Ampla defesa na verdade, ​seria o aspecto substancial do contraditório- poder de influenciar a 
decisão​, meios para exercer o contraditório. 
A ampla defesa ​engloba a qualificação técnica ​para a defesa em um processo judicial. Só há 
ampla defesa, se há habilitação técnica para se promover essa defesa, postular em juízo. 
1.8 Publicidade 
O processo judicial deve ser público, não é secreto. Os atos processuais são públicos, esse 
princípio está previsto de forma expressa na CF art. 5º, inciso 60. Possui basicamente duas 
funções: a) proteger as partes do processo contra juízos arbitrários e secretos b) permitir o 
controle da opinião pública sobre os serviços de justiça. 
“LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem; ” 
Apresenta duas dimensões: há uma ​dimensão interna e a dimensão externa​. A interna diz 
respeito as próprias partes envolvidas, ou seja, é a publicidade para as partes e não comporta 
exceções. Já a publicidade externa diz respeito aos terceiros. É possível que haja restrições a 
esse princípio em sua dimensão externa, sempre que a intimidade ou interesse público exigir. 
Se o processo corre em segredo de justiça, há uma restrição ao princípio da publicidade na sua 
dimensão externa. 
Previsto no NCPC art.8, art.11. 
“Art. 8​o​ Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do 
bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a 
eficiência. 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos 
casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, 
de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. ” 
 
A doutrina fala que não a segredo de justiça no âmbito negocial. 
Uma correção feita pelo NCPC que estava no velho cpc no art.155 no parágrafo único dizia 
que o direito de consultar os atos era regido as partes e seus procuradores, o legislador no 
novo cpc corrigiu no parágrafo primeiro do art.189. 
“Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os 
processos...” 
1.9 Inafastabilidade do controle jurisdicional 
É um princípio expressamente previsto na Constituição Federal. Não se pode excluir do Poder 
Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de Direito. O legislador aqui está se referindo tanto a 
tutela preventiva ​(a simples ameaça de direito é motivo para requer a tutela jurisdicional), 
quanto a tutela reparatória. ​Esse princípio possui uma íntima relação com a ideia de que o 
juiz não pode se eximir de julgar com a ausência de lei. 
Existe um instituto chamado arbitragem, onde as partes, de comum acordo, decidem por não 
levar o conflito ao Poder Judiciário, que será resolvido então, pela via arbitral. Surge uma 
discussão acerca disso, ou seja, se diante dessa situação é ferido o princípio da inafastabilidade 
do controle jurisdicional ou não. Neste caso, não fere o princípio da inafastabilidade do Poder 
Judiciário, porque há uma opção de escolha, as partes optam pela arbitragem. A via 
jurisdicional estava lá, o Judiciário não fechou as portas para as partes. O STF já se manifestou 
sobre issoe disse que não há inconstitucionalidade na arbitragem, que não fere o princípio da 
inafastabilidade do Poder Judiciário. 
No art. 3 do NCPC fala sobre este princípio, relacionada a vedação do “non liquet” (art.140). 
“Art. 3​o​ Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação 
de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo 
único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em 
lei. ” 
Jurisdição condicionada ou instância administrativa forçada, esgote a instancia administrativa 
antes de recorrer ao judiciário, no brasil não se permite isso, salvo a justiça desportiva. 
1.10 Juiz natural 
Esse princípio não está disposto no cap.1 do NCPC, ele resulta da conjugação de dois arts da CF 
5° XXXVII e LIII. Este princípio tem duas vertentes: formal refere-se a competência, competente 
para julgar as causas de acordo com as regras previamente definidas e sendo vedado o tribunal 
de exceção (avocação – alteração das regras de competência - e poder de comissão – criar um 
tribunal após a ocorrência de um fato). O surgimento de varas especializadas e câmaras se dá 
de acordo com regras predeterminadas. A outra vertente substancial refere-se a 
imparcialidade e independência dos magistrados, imparcialidade objetiva (interesse direto na 
causa) como subjetiva (manter-se equidistante com as partes). 
Art.144 e 145 do NCPC dizem sobre causas de impedimento e suspeição. 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
 I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro 
do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
 II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
 III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
 IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
 V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no 
processo; 
 VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
 VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou 
decorrente de contrato de prestação de serviços; 
 VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
 IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
 § 1​o​ Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o 
advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da 
atividade judicante do juiz. 
 § 2​o​ É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
 § 3​o​ O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a 
membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente 
ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo. 
 Art. 145. Há suspeição do juiz: 
 I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
 II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
 III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro 
ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
 IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
 § 1​o​ Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar 
suas razões. 
 § 2​o​ Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
 I - houver sido provocada por quem a alega; 
 II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 
 
Há uma discussão doutrinária acerca da existência do promotor natural. O promotor é aquele 
que julga e existe uma distribuição interna na Procuradoria. Alguns doutrinadores ainda 
defendem esse princípio, embora os tribunais superiores não vejam com bons olhos essa 
analogia. O STF até já se manifestou nesse sentido, dizendo que não há esse princípio do 
promotor natural. 
Esse princípio do juiz natural está sendo também aplicado no âmbito do Direito Administrativo, 
os Tribunais de Conta, Secretarias da Fazenda, para que se garanta a imparcialidade do juiz 
também no âmbito administrativo. 
1.11 Motivações das decisões judiciais 
Previsto na CF no art. 93, todos os julgamentos são públicos e fundamentadas sob pena de 
nulidade, o juiz precisa expor os motivos pelos quais está julgando daquela maneira. Também 
no NCPC. 
Existem decisões que tem o caráter de urgência, como as de tutela antecipada, por exemplo, 
mas ainda assim precisam de fundamentação (fumaça do bom direito e perigo da demora). 
Tem dupla importância: interno como fundamentação que a parte possa recorrer de forma 
fundamentada da decisão e o órgão que vai julgar saiba os fundamentos se confirmada ou 
modificada, já o ponto de vista externo permite o controle daquela decisão pela sociedade, a 
sociedade vai saber porque o magistrado esta julgando daquela forma, auferindo a legalidade 
e parcialidade de tais decisões. 
No caso dos juizados tem se discutido esse princípio, já que as decisões podem ser mais 
sucintas, mas mesmo assim é preciso que haja motivação, que é importante tanto do ponto de 
vista interno quanto externo. 
É preciso que o povo saiba o porquê do juiz ter julgado daquela maneira, o que garante até a 
sua imparcialidade 
1.12 Livre convencimento motivado/ persuasão racional do juiz 
Ligado com o princípio anterior, o magistrado é livre para apreciar e avaliar as provas que 
estão nos autos. Art. 371 do NCPC. 
“Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a 
tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação 
de seu convencimento. ” 
Esse princípio reza que o juiz é livre para apreciar as provas constantes dos autos e formar o 
seu convencimento, desde que motive a sua decisão. 
No nosso ordenamento é o meio-termo entre os princípios das provas tarifadas e o da íntima 
convicção. O princípio das provas tarifadas é um sistema que amarra totalmente cada prova 
tem um valor. Por exemplo, a prova pericial vale mais do que a prova documental, a prova 
documental vale mais do que a prova testemunhal, etc. O princípio da íntima convicção dá 
muita liberdade ao juiz, que lhe permite decidir de acordo com a sua íntima convicção, sem 
que precise se ater as provas dos autos, sem precisar motivar. 
1.13 Adequação 
Esse princípio é implícito, decorre de outros princípios, mas não existe artigo especifico que 
trate de tal. As leis processuais devem ser adequadas à realização do direito material sobre 
pena de negativa da própria prestação jurisdicional. O procedimento, por exemplo, deve ser 
adequado ao direito material que está sendo discutido. Processo é instrumento para realização 
e efetivação do direito material. 
Esse princípio apresenta dimensões: legislativa é previa e abstrata que se dirige ao legislador, o 
legislador quando elaborar as leis processuais, ele deve ter em conta, em mente o direito 
material discutido, é um momento preprocessual pois fala-se no momento da criação da 
norma e não em um processo especifico; a dimensão jurisdicional se dá em concreto, se dirige 
ao magistrado diante do caso concreto; a dimensão negocial que também se dá em caso 
concreto e ela derivade um negócio jurídico processual, hoje as partes podem convencionar 
um calendário jurídico processual, convencionam sobre os procedimentos. 
Nos dois últimos casos ele é chamado de princípio da adaptabilidade, flexibilidade. 
Pode se apresentar sobre três aspectos: adequação subjetiva que leva em conta os sujeitos do 
processo; a adequação teleológica que leva em conta as funções do processo, a finalidade; o 
terceiro aspecto é a adequação objetiva, que leva em conta as peculiaridades do direito 
material discutido e as situações de urgência e evidencia do direito material. 
1.14 Boa-fé processual 
A fase do neoprocessualismo tem preocupação com aspectos éticos, atento a isto no art.1 do 
NCPC, aquele que de qualquer forma participa do processo deve comporta-se de acordo com a 
boa-fé, entendida como norma de conduta, a boa-fé objetiva, é uma clausula geral, que 
decorre aqui algumas regras: exemplo a condenação por litigância de má-fé. Deveres de 
cooperação. 
“Art. 1​o​ O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as 
normas fundamentais estabelecidos na ​Constituição da República Federativa 
do Brasil​, observando-se as disposições deste Código.” 
 
1.15 Cooperação 
Decorre da boa-fé processual, a atividade processual deve ser cooperativa, todos devem cooperar 
para o regular andamento do processo. Hoje o processo é cooperativo. Dirige-se não só as 
partes, mas também ao magistrado. Art.6! Atinge de forma geral todos os indivíduos 
presentes no processo, com a finalidade de dar celeridade ao processo. Para as partes esse 
princípio engloba um dever de esclarecimento (clareza nos seus pedidos). Dever de 
lealdade, não pode as partes agir de forma a litigar de má-fé e de o dever de proteção de 
não causar danos. Também o magistrado tem deveres, dever de esclarecimento (diante de 
dúvida deve ele pedir esclarecimento e de esclarecer suas próprias decisões), consulta (ele 
tem o dever de consultar as partes sobre qualquer questão a respeito da qual ainda não 
tiverem oportunidade de se pronunciar), prevenção (dever que ele de apontar eventuais 
defeitos processuais, bem como eventuais descumprimentos de ônus processuais) e 
auxilio (entendem que não se pode falar nele no processo civil brasileiro, ajudar a parte a 
superar determinados obstáculos, em posse da parte contraria, art. 396 do NCPC). 
 1.16 Proteção da confiança 
Esse princípio é um subprincípio da segurança jurídica, impõe a proteção da confiança de 
determinado sujeito na prática de uma conduta com base em ato normativo revestido de 
legalidade. Possível de superação, mas não de retroativo. Não pode ser a confiança 
frustrada. 
1.17 Autorregamento da vontade 
Está inserido no direito fundamental a liberdade. É o direito que todos nós temos de regular os 
nossos interesses de acordo com a nossa vontade, já estava presente no cpc de 73, o NCPC 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
trouxe negócios processuais atípicos, além dos casos tipificados as partes podem tipificar sobre 
procedimentos, art.190. 
 
 
“Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam 
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no 
procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre 
os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o 
 processo.Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a 
validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação 
somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão 
ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de 
vulnerabilidade.” 
O estímulo a auto composição, arbitragem, não levar aquele conflito ao judiciário. 
1.18 Primazia da decisão do mérito 
O órgão julgador deve priorizar sempre uma decisão de mérito; fazendo resolução e 
extinguindo processo, mas pode extinguir sem resolução de mérito. 
O NCPC prega pela primazia a decisão de mérito, que é a forma normal de decisão, previsto no 
art.4, além disto no art.6 fala da decisão de mérito justa e efetiva 
“Art. 4​o​ As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída 
a atividade satisfativa. 
Art. 6​o​ Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo 
razoável, decisão de mérito justa e efetiva. ” 
1.19 Duplo grau de jurisdição 
Não previsto de forma expressa, alguns autores defendem que não é garantia constitucional. 
Ligado ao nosso sistema, ele liga que o vencido tenha direito de nova apreciação daquela 
matéria dentro de um mesmo processo, decisão revista, “recorrer ao tribunal”, contudo não é 
um princípio absoluto, pois tem causas que são competências originarias do STF. 
Alguns condenam que por causa disto o processo demora tanto, um desprestigio as decisões 
de primeiro grau, ocorre também que o juiz de primeiro grau é quem tem contato direto com 
as partes e provas. 
 
2- Regras 
Traz também, além dos princípios as regras do processo civil 
2.1 Instauração do processo por iniciativa da parte e desenvolvimento por impulso 
oficial 
Está previsto no art.2 do NCPC, alguns doutrinadores trazem essa regra como princípio da 
inercia, a jurisdição precisa ser provocada, a parte precisa instaurar o processo, tendo 
exceções, que se desenvolve por impulso oficial. 
 
 
 
 
2.2 Obediência à ordem cronológica de conclusão 
Previsto no art.12, concretiza o princípio da igualdade e da duração razoável do 
processo. Existem exceções no parágrafo 2° e o 6°. 
“ ​Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, 
preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para 
proferir sentença ou acórdão. 
§ 2​o​ Estão excluídos da regra do caput: 
 I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de 
acordo ou de improcedência liminar do pedido; 
 II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese 
jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; 
 III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de 
resolução de demandas repetitivas; 
§ 6​o​ Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1​o​ ou, 
conforme o caso, no § 3​o​, o processo que: 
 I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver 
necessidade de realização de diligência ou de complementação 
da instrução; 
 II - se enquadrar na hipótese do ​art. 1.040, inciso II​.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1040
 
 
 
 
JURISDIÇÃO 
1- Aspectos gerais 
Significa “dizer o direito” a jurisdição, mas hoje ela não se prende a isso, a atividade 
jurisdicional vai além, em muitos casos não vai só a dizer, mas precisa que efetive o 
direito. Ela tem três vertentes: Poder (um dos poderes que toca ao Estado no exercício 
da sua soberania, o poder que tem o Estado de julgar de forma impositiva), função 
(quando o Estado assume essa atividade, dever poder, ligado a jurisdição como função, 
sendo a função do Estado de resolver conflito promovendo a paz social, a justa 
composição da lide) e atividade (aqui é seu aspecto dinâmico, como um complexo de 
atos desenvolvidos pelo Estado-Juiz pelo exercício do seu poder e no cumprimento da 
sua função). 
Jurisdição é uma das funções do Estado​. Além da função jurisdicional existe a função 
legislativa e administrativa/ executiva, existindo as seguintes características marcantes 
responsáveis pela diferenciação​: 
- Função jurisdicional x Função legislativa: A função legislativa atua diante de caso abstratos, 
através da criação das leis, enquanto que na função jurisdicional o magistrado atua diante de 
casos concretos, particularização. 
- Função jurisdicional x Função executiva 
A função jurisdicional é marcada ​pela imparcialidade​, o magistrado deve ser imparcial, não 
pode ter interesse nacausa. Além disso, a função jurisdicional é marcada pela 
substitutividade​, ou seja, o Estado cumpre uma função que originariamente não era sua, 
tendo que substituir a vontade das partes. Enquanto que na função executiva não há essa 
figura da substitutividade, porque o Estado está cumprindo uma função que originariamente é 
sua. Existem autores que não concordam com essa afirmação, como por exemplo, Vicente 
Greco, já que também na função administrativa o Estado estaria se substituindo à vontade do 
povo. Isso porque, uma vez que o povo escolhe um governante, ele está se substituindo à 
vontade do povo. 
Além disso, ​a decisão jurisdicional tem aptidão para se tornar indiscutível​, imutável, 
enquanto que os atos administrativos podem ser revogados a qualquer tempo. 
Uma outra característica ​é que em regra a jurisdição é marcada pela inércia​, o juiz não age de 
ofício, é preciso que a parte dê início. Enquanto que, na função administrativa o administrador 
público toma a iniciativa, não precisa ser provocado. 
A função jurisdicional é normalmente exercida pelo Poder Judiciário, mas a própria 
constituição prevê casos em que a função jurisdicional será exercida por órgãos alheios ao 
Judiciário. Nesse caso, trata-se da chamada jurisdição extraordinária. Ex- Senado que julga 
presidente da república. 
2- Conceito 
“Função atribuída a terceiro imparcial de realizar o direito de modo imperativo e criativo 
reconhecendo/efetivando/protegendo situações jurídicas concretamente deduzidas em 
decisão insuscetível de controle externo e com aptidão para tornar-se indiscutível. ” 
 
- A jurisdição é exercida por um terceiro. Não são as próprias partes que resolvem o conflito, 
ou seja, a jurisdição é uma forma de hetero- composição dos conflitos. (“Impartialidade” – 
quem resolve não são as partes). Esse terceiro precisa ser necessariamente imparcial, não deve 
ter interesse direito na causa, devendo se manter equidistante das partes envolvidas, não se 
confunde com neutro, pois é impossível um ser humano não ter suas próprias convicções. 
- Além disso, esse terceiro deve realizar o Direito de modo imperativo, ou seja, a jurisdição se 
impõe mesmo contra a vontade das partes, sendo, portanto, coativa. Por isso que os órgãos 
jurisdicionais devem ser munidos de meios para impor a sua decisão. 
- Fala-se também na criatividade, já que o magistrado no exercício da sua função cria norma 
individualizada que será aplicada no caso concreto. Além disso, a doutrina tem entendido que 
o magistrado tem a possibilidade de não só criar uma norma individualizada ao caso concreto, 
mas também uma norma geral e abstrata, por conta da importância que tem sido dada aos 
precedentes judiciais. Isso porque, ultimamente, tem se entendido que parte da motivação 
também tem o condão de criar norma e ela cria uma norma geral e abstrata. Isso porque 
aquela motivação pode ser precedente, pode ser guia na aplicação de casos futuros 
semelhantes. 
- Quando se fala em reconhecendo/ efetivando / protegendo, trata-se das três atividades 
básicas que podem ser exercidas num processo – Processo de conhecimento, processo 
executivo e processo cautelar. No processo de conhecimento há reconhecimento de uma dada 
situação jurídica. É possível também que se efetive o direito, havendo a necessidade de 
executar aquele direito. Por fim, existe a função de proteção, de proteger situações jurídicas, 
que é função primordial do processo cautelar. Aqui, não se quer o reconhecimento do direito, 
a efetivação do direito, o que se quer é apenas que se proteja determinado direito, para que 
em um outro processo possa se discutir a titularidade e executar aquele direito. Ultimamente, 
essas três funções têm sido exercidas no bojo de um único processo, são os chamados 
“Processos sincréticos”. Na grande maioria dos casos, não há necessidade de entrar com um 
processo para reconhecer e com um outro para efetivar, por exemplo. Então, essas atividades 
se tornaram fases dentro de um único processo, até mesmo pela questão do princípio da 
economia processual. 
-É possível o exercício da jurisdição em casos em que não haja conflitos, não haja lide. A 
jurisdição atua diante de casos concretos. Há a necessidade de que a situação seja deduzida, 
ou seja, seja levada à juízo. 
-A decisão jurisdicional não se submete a controle externo, é a última decisão, nenhuma outra 
esfera de poder. É diferente por exemplo, do poder legislativo, que se submete ao controle do 
poder judiciário. 
-A decisão jurisdicional tem aptidão para formar a coisa julgada material. Ou seja, para não ser 
rediscutida. Uma vez que a decisão transita em julgado não pode ser rediscutida. O fato de ter 
aptidão para tornar-se indiscutível não quer dizer, necessariamente, que ela se tornará 
indiscutível, porque existem em casos em que o sujeito se vale da atividade jurisdicional e o 
processo chega ao fim de forma anômala. Ou seja, o juiz extingue o processo sem resolver o 
mérito. Ex: Existência de um vício formal. Nesse caso, não há formação da coisa julgada, 
havendo possibilidade, portanto de se intentar novamente a ação. Daí porque há a ideia de 
que é possível que haja jurisdição, sem que haja a tutela jurisdicional. 
 
 
 
 
 
 
3- Características 
3.1 inercia 
A jurisdição, via de regra é inerte, precisa ser provocada. Mas essa característica comporta 
exceções. Existem casos em que o magistrado pode, de ofício, intentar a ação. Ex: Caso de 
arrecadação de bens de ausente. Dentro disso, o NCPC fala que via de regra a jurisdição é 
inerte, o sujeito precisa ingressar com uma ação, mas a partir daí o processo se desenvolve por 
impulso oficial. Assim, isso pode dar a entender que essa característica da inércia só se aplica 
no momento em que se ingressa com uma ação, mas na verdade, essa característica persiste 
ao longo de todo o procedimento. 
Princípio da congruência: onde o magistrado precisa julgar aquilo que foi pedido, restrito aos 
pedidos, ir além ou coisa distinta dos pedidos. Existem pedidos implícitos, exceções à regra da 
inercia (ex: correção monetária). 
3.2 substitutividade 
O juiz se substitui à vontade das partes. Uma vez que as partes, de comum acordo não 
conseguem chegar a uma resolução para o problema. Nesses casos em que se vale do poder 
judiciário, este se substitui à vontade das partes. Contudo, existem situações em que mesmo 
que cheguem a um acordo, o ordenamento prevê que necessariamente haja o aval do poder 
judiciário. 
3.3Definitividade 
Os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornarem imutáveis, de formarem a coisa julgada 
material, o que não significa que necessariamente se tornará indiscutível. 
3.4 unidade 
Em nosso ordenamento a jurisdição é una, isto é, o Poder Judiciário pode solucionar qualquer 
tipo de conflito, diferentemente da França, por exemplo, que possui uma jurisdição 
administrativa, pela existência do Conselho de Estado francês. 
A jurisdição é una, mas existe uma repartição da jurisdição, havendo o instituto da 
competência que é a medida da jurisdição. O juiz tem jurisdição, mas não tem competência 
para julgar todas as causas. 
3.5 imparcialidade 
O juiz deve ser imparcial, ou seja, não pode ter interesse direto na resolução da causa e 
devendo se manter equidistante das partes. 
3.6 monopólio do Estado 
A partir do momento em que o Estado toma para si a função de exercer o Direito, essa função 
jurisdicional passa a ser monopolizada pelo Estado, ou seja, só o Estado pode exercer a função 
jurisdicional. Quando se fala que só o Estado – juiz pode exercer essa função jurisdicional, que 
a função jurisdicional só pode ser exercida por um juiz togado, retira-se a arbitragem do 
conceito de jurisdição. Agora, quando se entende que apesar de ser monopólio do Estado, este 
pode atribuir essa função a determinados órgãos criados por lei, como por exemplo as 
comissões de arbitragem, entende-se que a arbitragem faz parte da jurisdição. 
 
3.7 existência da lide 
Trata-se da característica maisdiscutida, já que para uma parcela da doutrina só haveria 
jurisdição se existisse lide. Jurisdição voluntária x Jurisdição contenciosa. Para outra parcela da 
doutrina, a lide não é característica essencial da jurisdição, portanto, jurisdição voluntária é 
jurisdição. 
4- Escopos ​- não cai em prova - 
4.1 social 
O objetivo da jurisdição é promover a paz social, mas nem sempre consegue atingir essa 
finalidade. Às vezes, o poder judiciário dá uma resposta, torna aquela questão juridicamente 
irrelevante, mas não é capaz de promover a paz social; mas será que de fato a jurisdição tem a 
promoção da paz social? Na verdade, se promove a situação deduzida juridicamente relevante 
e nem sempre tem condão de paz social, alguns doutrinadores falam que seria algo utópico. 
4.2 jurídico 
É a atuação da vontade concreta da lei. Pela jurisdição se promove atuação pela vontade 
concreta da lei. Aplica-se a lei ao caso concreto. 
4.3 politico 
A jurisdição é a afirmação do poder estatal, porque é a manifestação da soberania do Estado. 
Além disso, assegura a observância de direitos fundamentais e por fim permitir a participação 
do jurisdicionado no destino da sociedade. 
5- Espécies 
5.1 quanto a pretensão 
A jurisdição poderá ser civil ou penal, onde se leva em conta a norma que será aplicada. Alguns 
doutrinadores ainda subdividem, dizendo que pode ser a jurisdição civil lato sensu que engloba 
a trabalhista, e a stricto sensu que engloba apenas a parte civil propriamente dita. 
5.2 quanto ao grau 
A jurisdição pode ser inferior ou de primeiro grau e superior ou de segundo grau. Fala-se que a 
jurisdição é inferior (primeiro grau de jurisdição) quando está se conhecendo originariamente 
a questão, a causa, sendo, portanto, a primeira vez que aquele processo está sendo analisado. 
Já a jurisdição de segundo grau (superior) se trata de uma causa que já foi conhecida por um 
juiz de primeiro grau e está sendo conhecida novamente com o grau de recurso. 
Não se confunde com instância, instância é organização judiciária, primeira instância são juízes 
monocráticos, segunda instância são órgãos compostos por colegiado (vários 
desembargadores), as de primeiro grau geralmente são geralmente primeira instância e 
superior as de segunda instância, mas pode-se entra com uma ação primariamente no STJ ou 
STF (fazendo jurisdição de primeiro grau, deve-se levar quem está conhecendo originalmente a 
causa). 
5.3 quanto a submissão ao direito positivo 
Em relação a esse critério, a jurisdição pode ser de direito ou equidade. Jurisdição de direito é 
a regra, isto é, quando o juiz julga de acordo com o Direito positivo. Contudo, é possível, em 
alguns casos, que se julgue por equidade, isto é, segundo critérios de conveniência e 
oportunidade. 
Na jurisdição voluntária, por exemplo, o legislador prevê expressamente a possibilidade de o 
juiz julgar por equidade. No ECA também está prevista essa possibilidade. Há, portanto, a 
necessidade de o legislador prever expressamente as hipóteses em que há o julgamento por 
equidade. Art. 723 do NCPC. 
Tem alguns doutrinadores que criticam essa distinção, porque hoje o magistrado não está mais 
preso às amarras da lei, o juiz possui um papel criativo maior e por isso não estaria preso a lei 
em nenhuma hipótese, desde que fundamentado a decisão. 
5.4 quanto ao órgão qual exerce 
Neste caso a jurisdição se confunde em comum e especial. A jurisdição é comum quando julga 
qualquer tipo de pretensão e se dá por exclusão, isto é, tudo que não for especial é comum. A 
jurisdição especial engloba a jurisdição trabalhista, militar e eleitoral. A jurisdição comum 
engloba tanto a justiça federal quanto a justiça estadual. 
5.5 quanto a existência da lide 
A jurisdição se divide em contenciosa (quando existe lide) e voluntária (quando não existe 
lide). Parte da doutrina entende que a lide é elemento essencial da jurisdição e para essa 
parcela da doutrina a jurisdição voluntária não é jurisdição e por conta disso eles não fazem 
essa diferenciação. 
6- Princípios 
6.1 investidura 
A jurisdição deve ser exercida por quem tenha sido regularmente investido no poder 
jurisdicional. Se há o entendimento que a jurisdição é exercida por quem tenha sido 
regularmente investido no poder jurisdicional a arbitragem é incluída na jurisdição. Já quando 
se restringe a ideia de “regularmente investido no poder jurisdicional” a uma aprovação em 
concurso de juiz, a arbitragem é excluída da jurisdição. 
6.2 aderência ao território/ territorialidade 
A jurisdição é exercida em uma determinada delimitação territorial, ou seja, o juiz só pode 
exercer a jurisdição dentro dos limites territoriais de sua competência. A lei delimita o 
território onde o juiz pode exercer a sua jurisdição. O juiz tem jurisdição, mas, está se limita 
um determinado território. 
Por conta dessa limitação é preciso que exista cooperação entre os juízes e existem certos atos 
que precisam ser produzidos fora da sua comarca e nesses casos o juiz vai pedir cooperação a 
um juiz que esteja fora da sua comarca. Essa cooperação é feita a partir ​das cartas rogatórias e 
precatórias​. A carta precatória é um ato de cooperação entre os juízes dentro do mesmo país. 
Ex- Ouvir testemunha. Já a carta rogatória refere-se ao ato de cooperação entre juízes de 
países distintos. Além disso, existem as cartas de ordem, que não são atos de cooperação, e se 
constituem como uma ordem que um órgão de jurisdição da segunda instância dá a um órgão 
que seja a ele vinculado. Ou seja, caracteriza-se por ocorrer sempre entre juízos que estejam 
em hierarquia distintas. 
Textos aulas de 27/09: livro de fredie; jurisdição do livro “ jurisdição e competência” – 
Gusmão Carneiro. 
 
A doutrina e o CPC trazem algumas exceções a esse princípio. A primeira exceção está prevista 
no art. 60 do NCPC, que trata da hipótese em que está em questão a existência de um imóvel 
que esteja situado em mais de um estado/comarca, onde a competência do juiz da comarca no 
lugar onde se ingressar com a ação se estenderá por todo território, inclusive na que está fora 
da sua comarca.​A segunda exceção está no art.255 do NCPC que nas comarcas 
contiguas (salvador/ lauro de Freitas) em que o oficial de justiça pode exercer sua 
função sem a precatória, pode-se ter audiências em vídeo conferencias. 
 
6.3 indelegabilidade 
 ​O exercício da jurisdição não pode ser delegado a outros órgãos. O fato de a função 
jurisdicional ser indelegável não impede que o juiz delegue determinados atos chamados de 
atos instrutórios a determinados serventuários da justiça. Ou seja, atos de movimentação do 
processo podem ser delegados pelo juiz, mas os atos decisórios não, art 152 VI do NCPC. 
Compete ao STF julgar ordinariamente art.102 I “m”, que prescreve que o STF pode delegar as 
atribuições para prática dos atos processuais, dentro da sua escala de competência originária. 
Esse dispositivo, por analogia, também tem sido aplicado ao STJ, desde que não sejam atos 
decisórios. Uma outra exceção são as cartas de ordens de um juízo superior para um juízo 
inferior vinculados a delegar a exercer certos atos (ex: art.972 NCPC). 
6.4 inevitabilidade 
As decisões proferidas pelo órgão jurisdicional são impositivas, inevitáveis. Pode –se recorrer 
até um determinado limite. 
6.5 inafastabilidade 
Nenhuma lesão ou ameaça a direito pode ser restringida de ser levada ao judiciário, neste caso 
há a relação com as tutelas preventiva e repressiva. O juiz não pode se eximir de julgar 
alegando ausência de lei. 
6.6 inercia 
A jurisdição em regra é inerte, precisa ser provocada. Essa regra não se aplica somente ao 
momento em que se entra com uma ação, estando relacionada a todo andamento do 
processo. 
6.7 juiz natural 
 ​O juiz deve ser competente e imparcial para que ocorra o julgamento das causas. 
7- Elemento de jurisdição 
Meramente prático 
7.1 cognitio 
Poder que o Estado- juiz possui para conhecer os processos.

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