Buscar

Simulado 9 Prova I - Resolução Comentada

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 49 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Though it is more difficult to write about my father than 
about my mother, since I spent less time with him and knew 
him less well, it is equally as liberating. 
Since I share so many of my father’s characteristics, 
physical and otherwise, coming to terms with what he has 
meant to my life is crucial to a full acceptance and love of 
myself. I’m positive my father never understood why I wrote. 
What I regret most about my relationship with my father is 
that it did not improve until after his death. For a long time I 
felt so shut off from him that we were unable to talk. I hadn’t 
the experience, as a younger woman, to ask the questions 
I would ask now. 
I grew up to marry someone very unlike my father, 
as I knew him – though I feel sure he had these qualities 
himself as a younger man – someone warm, openly and 
spontaneously affectionate, who loved to talk to me about 
everything, including my work. I now share my life with 
another man who has these qualities. 
WALKER, A. Living by the Word (2011). Disponível em: 
<www.books.google.com.br>. Acesso em: 24 set. 2020. [Fragmento]
Em um livro de ensaios, a escritora estadunidense Alice 
Walker examina o papel de seu pai em sua vida. No trecho, 
ela revela que era distante do pai porque
a relação deles era marcada pela falta de diálogo.
os dois eram parecidos demais um com o outro.
o casamento dela foi reprovado pelo seu pai.
a maior parte de seu tempo era dedicado à mãe.
a escolha dela de tornar-se escritora o desapontava.
 Ao longo do texto, a autora enfatiza que sua 
relação com o pai era distante e acrescenta que se sentia 
tão desconectada dele a ponto de não se falarem (For a long 
time I felt so shut off from him that we were unable to talk).
No último parágrafo, ela relata ter se casado com alguém 
cujas características eram opostas às do pai, descrevendo 
o marido como uma pessoa com quem se pode conversar 
sobre tudo. Logo, os problemas de comunicação afetavam 
a relação entre pai e filha, conforme aponta a alternativa A.
At the CIA, the challenges of today’s fast-paced global 
changes present opportunities for exceptional careers. 
Our intelligence mission is the work of the nation – and our 
success depends on a network of professionals around the 
world.
T3T8
L7Z3
From the technical expertise of scientists, engineers and 
IT professionals who develop the latest technical gizmo, to 
the adventurous individuals in the Clandestine Service who 
collect important national security secrets. From language 
instructors conducting research, examining foreign media and 
teaching crucial language skills, to analysts with experience 
in international economics, military analysis and quantitative 
methods, to administrative personnel who support everyone 
else in performing their work. Ours is a mission like no other. 
Candidates must successfully complete a medical 
examination, polygraph interview and an extensive 
background investigation. For additional career information, 
job postings and to apply, please visit: www.cia.gov.
Disponível em: <https://www.cia.gov>. 
Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento]
O anúncio explicita o papel desempenhado por diversos 
profissionais na Agência Central de Inteligência dos Estados 
Unidos. Com relação aos professores de línguas, o anúncio 
destaca sua participação no(a)
criação de redes internacionais de informação e 
investigação ao redor do mundo. 
desenvolvimento de novos aparatos tecnológicos 
usados em ações clandestinas. 
avaliação das entrevistas feitas pelos candidatos com 
o auxílio de testes de polígrafo. 
condução de análises sobre temas presentes nos 
meios de comunicação estrangeiros. 
melhoria da capacidade de comunicação dos 
funcionários da área administrativa. 
Segundo o texto, os professores de línguas 
atuam na condução de pesquisas, examinam as mídias 
estrangeiras e ensinam habilidades essenciais relacionadas 
aos idiomas: [...] language instructors conducting research, 
examining foreign media and teaching crucial language skills 
[...]. A única alternativa que traz uma dessas atribuições é a D. 
As demais alternativas trazem tarefas que não dizem respeito 
a esses profissionais e devem, portanto, ser descartadas.
On July 16th the Ecuadorian navy announced it had 
spotted a fleet of 260 fishing vessels, most of them Chinese, 
anchored in international waters near the Galapagos islands. 
Ecuador’s government reacted as if it were facing some sort 
of invasion. It increased patrols to ensure that the ships would 
not venture into the Galapagos Exclusive Economic Zone, 
where Ecuador claims a sole right to resources. President 
Lenín Moreno formally complained to China. Overfishing in 
high seas near the Galapagos is endangering the unique 
species that thrive there. Yet there is little Ecuador can do 
to stop foreign fleets from ransacking its stock of marine 
wildlife. No laws regulate fishing in international waters. The 
ships use bait to lure sharks out of Ecuadorian waters and 
then catch as many as they can. It is impossible to track 
how much the ships fish. The Chinese underreport the 
international catch coming in through their ports, says Alex 
Hearn, of MigraMar, a marine-wildlife research organization. 
VØGQ
ENEM – VOL. 9 – 2020
But Ecuadorians got a glimpse in 2017, when one Chinese 
vessel was intercepted in the Galapagos Marine Reserve. 
The authorities found 300 tonnes of fish, most of it scalloped 
hammerhead shark, a critically endangered species. Two 
thirds of hammerhead fins found in Hong Kong markets 
belong to species that depend on Galapagos waters. 
Disponível em: <www.economist.com>. 
Acesso em: 5 out. 2020. [Fragmento]
De acordo com o texto, uma prova irrefutável das atividades 
praticadas por pesqueiros estrangeiros em águas próximas 
a Galápagos é a
presença de uma frota de 260 pesqueiros em águas 
territoriais equatorianas. 
reclamação formal feita pelo presidente equatoriano às 
autoridades chinesas. 
venda de barbatanas de tubarões de Galápagos nos 
mercados de Hong Kong.
prática chinesa de não fiscalizar a pesca desembarcada 
em seus portos. 
ação da marinha chinesa para conter o saque à vida 
marinha selvagem.
 De acordo com o texto, dois terços das 
barbatanas de tubarões dos mercados de Hong Kong são 
de espécies encontradas somente na região de Galápagos 
(Two thirds of hammerhead fins found in Hong Kong 
markets belong to species that depend on Galapagos 
waters). Sendo assim, a alternativa correta é a C. As demais 
alternativas devem ser descartadas pelos seguintes motivos: 
(A) os navios pesqueiros estavam ancorados em águas 
internacionais, e não em águas equatorianas (a fleet of 260 
fishing vessels [...] anchored in international waters near 
the Galapagos islands); (B) o presidente equatoriano fez 
uma reclamação formal à China devido à presença de um 
grande número de navios pesqueiros chineses em águas 
próximas a Galápagos. Entretanto, essa reclamação por si 
só não constitui uma prova inquestionável das atividades 
predatórias desses navios no local; (D) segundo o texto, os 
chineses omitem informações sobre a pesca que chega em 
seus portos, ou seja, eles a fiscalizam, mas não registram 
formalmente todas as informações (The Chinese underreport 
the international catch coming in through their ports); 
(E) o texto não menciona a marinha chinesa e ainda afirma 
que a ação dos navios pesqueiros chineses está ameaçando 
Galápagos.
When Charlie Sheen went public with his diagnosis, 
related web searches rocketed. He wasn’t the first famous 
person to boost awareness but, thanks to the web, it was the 
first time we could measure the impact.
It has been dubbed “the Sheen effect”: the ability of 
a celebrity to raise awareness by disclosing a condition. 
In Charlie Sheen’s case, it was HIV. On 17 November last 
year, when the actor announced he was HIV positive during 
an NBC interview, the number of Google-related searches 
containing the word “HIV” rocketed. Last week, a studypublished in the Journal of the American Medical Association’s 
Internal Medicine showed by how much – 417%.
N5ML
It’s not the first time a famous person has had a significant 
impact on the world by disclosing the fact they have HIV or 
Aids, but – thanks to the Internet – it’s the first time the effect 
has been measured so rigorously.
Did the celebrity effect exist before the Internet? “HIV 
and celebrity have been closely linked from the beginning,” 
says Dominic Edwardes, a director at Terrence Higgins 
Trust. “From Rock Hudson to Charlie Sheen, the ‘story’ of 
HIV has been driven by celebrities who have it or high-profile 
supporters such as Elizabeth Taylor and Princess Diana.”
When the US basketball star Magic Johnson said he 
was HIV positive in 1991, the world realized that, as Johnson 
put it, “it can happen to anybody, even me”. It drove home 
the message that HIV was not a death sentence – Johnson 
continues to manage his condition with antiretroviral drugs.
Disponível em: <http://www.theguardian.com>. Acesso em: 22 mar. 
2016 (Adaptação).
Em novembro de 2015, o ator Charlie Sheen anunciou, em 
uma entrevista, que é portador do vírus HIV. O caso do ator 
foi chamado de Sheen effect porque teve como diferencial 
o fato de proporcionar o(a)
debate acerca do preconceito sofrido por celebridades 
que se declaram soropositivos.
reconhecimento de que a trajetória da Aids sempre 
esteve ligada às celebridades.
participação maior de outros artistas em campanhas de 
prevenção da doença.
divulgação das formas de prevenção do HIV por meio 
da Internet e da mídia.
medição do impacto da notícia na conscientização das 
pessoas sobre o HIV.
 De acordo com o texto, quando o ator Charlie 
Sheen revelou que é portador do vírus HIV, o número 
de pesquisas na internet relacionadas ao vírus disparou. 
Tal fato foi chamado de Sheen effect (the ability of a celebrity 
to raise awareness by disclosing a condition), pois, a partir 
dele, foi possível medir o impacto que uma revelação desse 
tipo, vinda de uma celebridade, tem na sociedade – no caso, 
na conscientização das pessoas sobre o HIV. Portanto, está 
correta a alternativa E.
Buying fair trade coffee helps thousands of families in Africa and 
Latin America to live with dignity out of their work. 
This way, they can improve the lives of their families and their 
community.
Disponível em: <www.adsoftheworld.com>. Acesso em: 5 out. 2020.
WY38
Considerando as informações do texto, a expressão fair trade 
sugere que o produto em questão
promove práticas agrícolas ecologicamente corretas.
mantém projetos assistenciais que atendem 
agricultores.
propicia condições de vida mais justas para seus 
produtores.
estimula o consumo responsável em países em 
desenvolvimento.
garante oportunidades de trabalho em outros setores 
além da agricultura.
 O texto da campanha afirma que, ao adquirir 
o café em questão, o leitor ajudará milhares de famílias na 
África e na América Latina a viver com dignidade de seu 
trabalho. Assim, elas poderão melhorar tanto sua própria 
qualidade de vida quanto a vida em suas respectivas 
comunidades. Logo, a alternativa correta é a C. O termo fair
trade refere-se a um conjunto de princípios que promovem 
o desenvolvimento sustentável e práticas comerciais mais 
justas para produtores de países em desenvolvimento. Pode 
ser traduzido como “comércio justo”, “mercado justo” ou 
“concorrência justa”, conforme o contexto.
ENEM – VOL. 9 – 2020
En su grave rincón, los jugadores 
rigen las lentas piezas. El tablero 
los demora hasta el alba en su severo 
ámbito en que se odian dos colores.
Adentro irradian mágicos rigores 
las formas: torre homérica, ligero 
caballo, armada reina, rey postrero, 
oblicuo alfil y peones agresores.
Cuando los jugadores se hayan ido, 
cuando el tiempo los haya consumido, 
ciertamente no habrá cesado el rito.
En el oriente se encendió esta guerra 
cuyo anfiteatro es hoy toda la tierra. 
Como el otro, este juego es infinito. 
BORGES, J. L. El hacedor. Madrid: Alianza, 2006. [Fragmento]
O trecho do poema “Ajedrez”, do escritor argentino Jorge Luis 
Borges, usa uma partida de xadrez como metáfora para se 
referir à vida. Nesses versos, o autor destaca o(a)
caráter eterno do jogo, que sobrevive a seus jogadores 
e segue sua marcha.
magia das peças do xadrez para representar aquilo 
que engana os jogadores.
soberba dos jogadores, que não veem que a morte é 
inevitável e chegará ao amanhecer. 
ganância de quem joga, que, ao fim, destrói as peças e 
o tabuleiro num ato de não aceitação. 
resistência dos jogadores, que, ao competirem por dias 
a fio, mostram suportar adversidades.
 O trecho do poema “Ajedrez”, de Jorge Luis 
Borges, é uma metáfora para representar a vida e a morte, 
ou a passagem dos seres humanos pela vida. O texto 
apresenta jogadores que disputam uma partida de xadrez. 
Essa partida, de acordo com o texto, tem caráter infinito 
(“[...] este juego es infinito”) e, mesmo depois de os jogadores 
terem ido, ou morrido, esse jogo continuará sua marcha, 
seu ritual (“Cuando los jugadores se hayan ido, / cuando el 
tiempo los haya consumido, / ciertamente no habrá cesado 
el rito”). Portanto, está correta a alternativa A. A alternativa B 
está incorreta porque não se afirma no poema que a magia 
das peças de xadrez engane os jogadores, apenas que suas 
formas irradiam um rigor, uma severidade mágica. No texto, 
os jogadores fazem suas manobras, o que seria o decorrer 
da vida, mas o fato de jogarem não significa um engano. 
O293
A alternativa C está incorreta porque os jogadores não 
demonstram soberba, tampouco o texto deixa entrever que 
desconheçam a inevitabilidade da morte. Os jogadores 
apenas seguem o curso do jogo sem questionamentos ou 
dúvidas. Além disso, não se afirma no texto que a morte 
chegará necessariamente quando o dia nascer; o tabuleiro, 
uma metonímia para se referir ao jogo, detém os jogadores 
até o amanhecer (“El tablero / los demora hasta el alba 
[...]”), e isso está relacionado à passagem do tempo, ao 
fato de sempre o jogador estar manejando peças até que 
o tempo o tenha consumido. A alternativa D está incorreta 
porque os jogadores não destroem as peças, mas, como 
já mencionado, são consumidos pelo tempo (“cuando el 
tiempo los haya consumido”). A alternativa E está incorreta 
porque não se destaca no texto a resistência dos jogadores, 
tampouco se afirma que joguem por dias a fio ou que 
suportem adversidades. O que se tem no texto é a finitude 
dos jogadores e a permanência das coisas.
A veces buscamos ahorrar pero siempre surgen muchas 
excusas:
el dinero no me alcanza, tengo muchos gastos, 
la vida está muy cara, 
las mensualidades del colegio subieron… 
Entre ellas también se encuentra una muy usada: “No 
puedo ahorrar porque gano solo el salario mínimo”. 
Sí, puedes hacerlo. Pero, Leticia, ¿cuándo únicamente 
gano el salario mínimo? Hago malabares para que este me 
alcance para todo, y ahora tú me hablas de ahorrar. 
Sí, es lo que dije. ¡Puedes ahorrar! Y es precisamente, 
porque no te alcanza, que deseo darte 6 herramientas para 
que no tengas que vivir del salario mínimo el resto de tu vida. 
– Pon un destino para tu dinero. 
– Asigna primero tu ahorro. 
– Usa el preahorro. 
– Pon metas para el ahorro. 
– Ahorra cuidando lo que ya tienes. 
– Invierte tus ahorros. 
Disponível em: <www.aprendizfinanciero.com>. 
Acesso em: 20 ago. 2018. [Fragmento] 
O artigo anterior dedica-se a sanar um questionamento 
recorrente dos leitores sobre como economizar dinheiro 
mesmo recebendo baixos salários. Nele, a utilização da 
expressão hago malabares indica que os leitores
desejam ganhar mais que um salário mínimo por mês. 
confiam nos conselhos dos blogueiros para economizar. 
acreditam que gastar dinheiro é mais vantajoso do que 
guardar. 
consideram que poupar é uma tarefa praticamente 
impossível.
apresentam desculpas para justificar sua incapacidade 
de poupar.
H6FY
 A expressão hago malabares é compostapelo 
verbo hacer e pelo termo malabares (juegos malabares) e 
significa “fazer malabares” ou “fazer malabarismos”. Isso está 
relacionado ao fato de se lidar com situações complicadas. No 
texto em análise, a expressão é usada para demonstrar que 
pessoas que recebem o salário mínimo têm se esforçado ao 
máximo para que o pouco dinheiro que recebem cubra todas 
as despesas do mês, por isso poupar é uma tarefa muito 
difícil de ser realizada. Assim, está correta a alternativa D. 
A alternativa A está incorreta porque, como explicitado, 
a expressão hago malabares está relacionada a uma 
situação difícil, não a um desejo de algo. A alternativa B 
está incorreta porque, além de a expressão em estudo não 
se referir à confiança nos blogueiros, o texto não menciona 
que as pessoas confiem neles ou não. A alternativa C está 
incorreta porque não se menciona no texto que as pessoas 
acreditem ser melhor ou mais vantajoso gastar do que 
poupar. A alternativa E está incorreta porque a expressão não 
está relacionada ao que seriam as desculpas das pessoas 
para não pouparem. Inclusive a autora expõe seis dicas 
para pessoas cujo salário, por ser mínimo, não cobre todas 
as despesas (“Y es precisamente, porque no te alcanza, 
que deseo darte 6 herramientas [...]”), o que prova que o 
argumento de “fazer malabarismo com o salário” não se trata 
de uma desculpa, mas de algo verdadeiro.
Si te gustan las películas de este famoso estudio, 
entonces te agradará enterarte de que hoy se cumple el 
aniversario número 35 de la fundación del Estudio Ghibli. 
Sin embargo, a pesar de que se fundó en 1985, el equipo 
liderado por Hayao Miyazaki e Isao Takahata ya había 
trabajado en una película, Nausicaä del Valle del Viento, la 
cual se estrenó en 1984.
Sin embargo, una de las películas más famosas del 
estudio (y a la cual le debe su logotipo), es Mi vecino Totoro,
la cual fue estrenada tres años luego de la fundación del 
estudio. Acerca de esta película hay mucho de qué hablar, 
incluso algunas teorías interesantes acerca de la historia.
Disponível em: <www.tekcrispy.com>. Acesso em: 17 jun. 2020. 
[Fragmento]
A notícia trata do aniversário de um famoso estúdio de filmes 
de animação. De acordo com o texto, o(s)
Estúdio Ghibli e suas produções costumam agradar a 
muitos públicos.
filmes de Hayao Miyazaki são famosos por gerarem 
muitas teorias dos fãs.
integrantes do estúdio japonês lançaram um filme 
antes da fundação oficial do Ghibli.
longa-metragem Mi vecino Totoro estreou há três anos, 
conquistando fãs no mundo todo.
diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata entraram 
para a equipe anos após a fundação do estúdio. 
QØWL
 De acordo com o texto-base da questão, o 
Estúdio Ghibli, fundado oficialmente em 1985, lançou o filme 
Nausicaä del Valle del Viento em 1984 (“Sin embargo, a 
pesar de que se fundó en 1985, el equipo liderado por Hayao 
Miyazaki e Isao Takahata ya había trabajado en una película, 
Nausicaä del Valle del Viento, la cual se estrenó en 1984.”).
Assim, está correta a alternativa C. A alternativa A está 
incorreta porque no texto não se afirma que o estúdio e 
seus filmes costumem agradar a muitos públicos. O que 
se aborda no texto é que se o leitor gosta das produções 
do Estúdio Ghibli, gostará de saber também que, na data 
em que o texto foi escrito, o estúdio estava completando 
35 anos. A alternativa B está incorreta porque o texto 
menciona que a respeito do filme Mi vecino Totoro existem 
algumas teorias interessantes, não que os filmes de Hayao 
Miyazaki gerem teorias dos fãs. A alternativa D está incorreta 
porque o filme Mi vecino Totoro estreou três anos após a 
fundação do Estúdio Ghibli, e não há três anos considerando 
a data de escrita do texto: “[…] una de las películas más 
famosas del estudio (y a la cual le debe su logotipo), es Mi
vecino Totoro, la cual fue estrenada tres años luego de la 
fundación del estudio”. A alternativa E está incorreta porque 
os diretores Hayao Miyazaki e Isao Takahata já lideravam 
a equipe do estúdio antes de sua fundação em 1985, prova 
disso é o lançamento do filme Nausicaä del Valle del Viento
em 1984, no qual eles trabalharam.
Disponível em: <elroto@inicia.es>.
Diante de catástrofes naturais, a charge expõe o medo do(a)
ausência de solidariedade da comunidade mundial 
frente à fúria da natureza.
sensacionalismo das imagens transmitidas pela 
televisão durante uma tragédia.
exploração da pobreza alheia como forma de se 
garantir a audiência dos canais de TV.
falta de infraestrutura para atender as vítimas nos 
hospitais em caso de catástrofes naturais.
desamparo dos afetados por uma tragédia após serem 
esquecidos pelas agências de notícias.
I43G
ENEM – VOL. 9 – 2020
 A fala da personagem denota temor com 
relação à atenção que receberão as pessoas envolvidas 
numa catástrofe natural quando esse desastre deixar de 
ser veiculado pela mídia, a qual passará a focar outro 
evento e acabará desmobilizando a ajuda aos necessitados. 
O desamparo é explicitado pela expressão “¡Qué será 
de nosotros [...]!”. Portanto, a alternativa E é a correta. 
A alternativa A está incorreta porque não se considera que 
não haja ajuda ou solidariedade da comunidade mundial, mas 
que tal ajuda poderá faltar quando a tragédia deixar de ser 
veiculada pela imprensa. A alternativa B está incorreta porque 
não se expõe o medo do sensacionalismo, mas do que pode 
acontecer quando as atenções da mídia não estiverem 
mais voltadas à catástrofe em questão. A alternativa C está 
incorreta porque não se teme a exploração da pobreza alheia, 
mas a falta de auxílio assim que a tragédia não tiver mais 
destaque na mídia, o que prejudicará as pessoas atingidas 
pela catástrofe. A alternativa D está incorreta porque no texto 
não se aborda a falta de estrutura para atender as vítimas 
em hospitais – o que pode vir a acontecer –, mas sim as 
consequências vivenciadas pelas vítimas de catástrofes 
naturais após a mídia deixar de noticiá-las.
Con las temperaturas marcando récords en Corea del 
Norte, sus ciudadanos tratan de enfriar el cuerpo de una 
forma muy particular: comiendo carne de perro. Varios 
restaurantes famosos por esta especialidad en Pyongyang 
han visto aumentar significativamente su clientela en las 
últimas semanas, según informa la agencia Associated 
Press (AP). 
Comer carne de can, especialmente cuando el calor 
acecha, es una costumbre arraigada en la tradición culinaria 
de varios países asiáticos y especialmente en la península 
coreana.
Comer perro no es una tradición exclusiva de Corea del 
Norte. Es una tradición arraigada también en Corea del Sur 
y en algunas regiones de China, principalmente su noreste 
– fronterizo con la península coreana – y en el centro y sur. 
El internacionalmente conocido festival de Yulin, en la 
provincia china de Guangxi, se celebra también coincidiendo 
con el solsticio de verano. Tanto en China como en Corea 
del Sur su consumo disminuye año tras año y la carne es 
repudiada sobre todo entre los más jóvenes, más habituados 
a tener al animal como mascota que al plato. Es algo, de 
acuerdo con AP, que también estaría empezando a suceder 
en Corea del Norte, donde en las principales ciudades se 
observan cada vez más vecinos que pasean a sus perros. 
Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 2 ago. 2018. 
[Fragmento]
A notícia anterior apresenta o costume de comer carne de 
cachorro em certas regiões asiáticas. De acordo com o texto, 
o consumo dessa carne 
B89B
significa para os restaurantes da Coreia do Norte a 
possibilidade de apresentarem pratos requintados.
popularizou-se pelo mundo com o festival de Yulin, 
uma vez que é uma festa de renome internacional.
está relacionado à chegada ou intensificação do verão, 
já que, segundo se acredita, esse alimento esfria o 
corpo.
choca-se com os valores culturais dos jovens na 
Coreia do Sul, pois, para eles, o cachorro é um animal 
sagrado.está em queda na China e na Coreia do Sul porque, 
nesses países, o movimento vegano tem feito pressão.
 De acordo com o texto em análise, com o 
aumento das temperaturas na Coreia do Norte durante o 
verão, as pessoas buscam esfriar o corpo comendo carne 
de cachorro. A menção ao verão está explícita já no título: 
“Carne de perro, ‘manjar’ estival en Corea del Norte”, já que 
a palavra estival significa “algo relativo ao estío” (verão, 
estio). Além disso, os seguintes trechos comprovam essa 
ideia: “Con las temperaturas marcando récords en Corea 
del Norte, sus ciudadanos tratan de enfriar el cuerpo de una 
forma muy particular: comiendo carne de perro” e “Comer
carne de can, especialmente cuando el calor acecha, es 
una costumbre arraigada en la tradición culinaria de varios 
países asiáticos y especialmente en la península coreana”.
Desse modo, está correta a alternativa C. A alternativa A 
está incorreta porque os restaurantes da Coreia do Norte, 
segundo o texto, veem aumentar sua clientela devido ao 
consumo, mas isso não está relacionado à possibilidade 
de fazerem pratos requintados; o texto sequer menciona 
esses pratos. A alternativa B está incorreta porque, apesar 
de o festival de Yulin ser conhecido internacionalmente, 
o consumo da carne de cachorro não é popular em todo 
o mundo, mas apenas em certas regiões da Ásia, como 
Coreia do Norte, Coreia do Sul e algumas regiões da China. 
A alternativa D está incorreta porque o texto não menciona 
que o consumo de carne de cachorro seja contrário aos 
valores culturais dos jovens da Coreia do Sul, apesar de ser 
essa parcela da população a que mais tem evitado consumir 
esse tipo de carne. Além disso, o texto tampouco afirma ser o 
cachorro um animal sagrado para os jovens. A alternativa E 
está incorreta porque, apesar de o consumo dessa carne 
estar diminuindo tanto na China quanto na Coreia do Sul, 
o texto não menciona que o motivo seja o movimento vegano 
nesses países.
Disponível em: <http://www.hortifruti.com.br/comunicacao/campanhas/
e-de-familia/>. Acesso em: 15 fev. 2016.
O efeito de sentido da publicidade anterior se ancora, 
mormente, em um recurso linguístico que promove o humor. 
Esse recurso é a
antonímia, pois há uma contradição entre as palavras 
“água” e “bagaço”. 
hiperonímia, pois “bagaço” pertence ao campo semântico 
de “laranja”.
paronímia, pois usa-se “bagaço” no lugar de palavra 
com escrita e pronúncia parecidas.
polissemia, pois há dois sentidos no texto para a palavra 
“bagaço”.
sinonímia, pois “bagaço”, “água” e “laranja” se equiparam 
semanticamente.
Na construção da publicidade, a utilização de 
“bagaço” garante o humor por apresentar dois sentidos 
possíveis na situação, sendo um figurativo, que se relaciona 
a um estado de cansaço extremo de uma pessoa, e o outro 
relativo ao que sobra de uma fruta após ser retirado o sumo. 
Dessa forma, está correta a alternativa D. A alternativa A está 
incorreta, pois não há contradição existente entre “água” e 
“bagaço”. A alternativa B está incorreta, pois “bagaço” não 
pertence ao campo semântico de “laranja”, sendo utilizado em 
relação a variados tipos de fruta. A alternativa C está incorreta, 
pois a palavra não foi utilizada em lugar de outra, estando 
de acordo com a expressão coloquial para apontar cansaço. 
A alternativa E está incorreta, pois os termos apontados não 
são sinônimos, apresentando significados diferentes.
Decisão do juiz Martin Zilber, da corte estadual da 
Flórida, nos Estados Unidos, deu procedência ao pedido 
de indenização das famílias de 40 vítimas do voo da 
Chapecoense.
O número de beneficiados representa mais da metade 
dos 77 passageiros do voo 2 933 da companhia boliviana La 
Mia, que levava o time da Chapecoense para a final da Copa 
Sul-Americana de 2016. O avião caiu nas proximidades do 
aeroporto de Rionegro, em Medellín, na Colômbia, e matou 
71 pessoas. 
Disponível em: <www.otempo.com.br>. 
Acesso em: 30 set. 2020.
XQWD
6KDØ
O texto exibe problema de coesão devido ao emprego de 
“proximidades” no plural, em discordância com 
“aeroporto”, que está no singular.
“Sul-Americana” no lugar de “Sul-Americano”, visto que 
deve se referir ao continente.
“caiu”, no pretérito perfeito, em vez de ser no infinitivo, 
“cair”, conforme o gênero notícia. 
“EUA” no título, sem que haja descrição da sigla, 
dificultando o entendimento geral.
“matou” concordando com o sujeito “avião”, atribuindo 
à aeronave a ação de matar as pessoas.
As notícias empregam linguagem direta e 
clara, de forma a transmitir a informação corretamente. No 
trecho analisado, o problema de coesão ocorre devido ao 
uso do verbo “matou”, o qual, na construção textual, acaba 
relacionando-se ao sujeito “avião”, gerando o sentido de 
que a aeronave exerceu a ação do verbo “matar”, quando, 
na verdade, deveria se referir à queda do avião enquanto 
sujeito. Por isso, está correta a alternativa E.
O Departamento de Justiça americano enviará ao 
Congresso uma proposta para reduzir as proteções legais 
que dão imunidade a gigantes de tecnologia como Google, 
Facebook e Twitter, informou o Wall Street Journal.
Em paralelo, as grandes plataformas da internet 
chegaram a um acordo para combater os conteúdos que 
incitam o ódio, após um movimento de boicote por sua 
suposta “vista grossa”.
O acordo inclui o desenvolvimento de critérios para 
detectar o discurso de ódio, o estabelecimento de uma 
supervisão independente e ferramentas para evitar anúncios 
com conteúdo prejudicial, acrescentou a WFA.
Disponível em: <www.ovale.com.br>. Acesso em: 29 set. 2020. 
[Fragmento]
Uma das grandes brechas para os discursos de ódio 
na internet, a chamada “imunidade das redes sociais”, está 
em xeque. Na semana passada, o Departamento de Justiça 
dos Estados Unidos enviou ao Congresso uma proposta 
para reduzir as proteções legais a gigantes como Facebook, 
Google e Twitter em relação a conteúdos produzidos por 
terceiros.
O lado perverso dessa liberação são as mais de 800 
denúncias diárias de discursos de ódio, assédio, racismo, 
xenofobia e ameaças em redes sociais relatadas apenas no 
Brasil à SaferNet, ONG de promoção dos direitos humanos 
na rede.
MZDG
A responsabilização das gigantes do setor sobre o 
conteúdo de terceiros é um passo crucial para acabar com 
a impunidade e tornar o ambiente virtual um espaço de 
integração, e não de ódio. 
Editorial. O Tempo. Disponível em: <www.otempo.com.br>. 
Acesso em: 29 set. 2020. [Fragmento]
O texto I, uma notícia, e o texto II, um editorial, abordam o 
mesmo assunto, mobilizando diferentes recursos linguísticos 
para a progressão textual. Nesse sentido, além do tema, os 
textos apresentam semelhança no(a) 
escolha linguística ao tratar as empresas envolvidas, 
denominadas “gigantes”.
menção de que a investigação irá acabar com a 
impunidade das empresas.
argumentação exposta para criticar a decisão do 
Departamento de Justiça.
apresentação de uma crítica às empresas de tecnologia 
contemporâneas.
tratamento cuidadoso na abordagem dos detalhes 
sobre o fato apontado.
Em ambos os textos, o assunto tratado é o 
mesmo, contudo com objetivos diferentes. A notícia é apenas 
informativa, sem expressar juízo de valor sobre os fatos. Já o 
editorial é um texto de natureza argumentativa, que expõe o 
ponto de vista do veículo de informação sobre determinado 
assunto. Embora tenham objetivos e tratamentos diferentes, 
observa-se que a linguagem dos dois textos é muito próxima, 
devido ao fato de ambos serem jornalísticos, usando recursos 
linguísticos semelhantes, como o termo “gigantes” para se 
referir às empresas envolvidas no caso. Está correta, assim, 
a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois nenhum 
dos textos menciona taxativamente que a investigação 
realmente irá acabar com a impunidade dessas empresas, 
mas apenas colocam isso como possibilidade. A alternativa C 
está incorreta, pois nenhum dos textos critica a decisão do 
Departamento de Justiça: enquantoo texto I não expõe 
qualquer opinião, o texto II concorda com a decisão e acredita 
ser um importante passo para acabar com a impunidade das 
empresas. A alternativa D está incorreta, pois, como dito, o 
texto I é uma notícia e, como tal, não expõe pontos de vista 
ou posicionamentos críticos. A alternativa E está incorreta, 
pois o texto I traz mais detalhes sobre o tema pelo fato de 
ser informativo, enquanto o texto II é opinativo e se preocupa 
em expressar um ponto de vista.
Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido; 
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Ø3EZ
Arrependido estou de coração.
De coração vos busco, dai-me abraços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, amor, Jesus, Jesus.
MATOS, G. Antologia da poesia barroca brasileira.
São Paulo: Valer, 2010. p. 45.
A produção do poeta barroco Gregório de Matos divide-se 
entre as vertentes lírica, satírica e religiosa. No soneto 
anterior, pertencente a esta última, o eu lírico caracteriza-se 
como um indivíduo
inferior, atormentado pelo remorso e pela culpa mesmo 
diante da iluminação divina.
orgulhoso, divulgador das maldades e mazelas pessoais 
que infringem as leis de Deus.
calculista, empenhado em conquistar a compaixão do 
próximo ao aproximar-se do sagrado.
consciente dos próprios erros, disposto a se arrepender 
e a encontrar o caminho da salvação.
ambíguo, apaziguado por Deus, apesar da manutenção 
das próprias falhas e dos ressentimentos.
No soneto de Gregório de Matos, o eu lírico 
reconhece seus erros perante Deus e, arrependido, 
mostra sua intenção de assumir uma postura temerosa 
para alcançar a salvação cristã. Isso é comprovado em 
versos como: “Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade”, 
“Arrependido estou de coração” e “A salvação pretendo 
em tais abraços”. Portanto, a alternativa correta é a D. 
A alternativa A está incorreta porque o eu lírico busca sua 
redenção espiritual por meio do arrependimento, que o livrará 
da culpa pelos pecados. A alternativa B está incorreta porque 
seu sentimento é, na verdade, oposto a orgulho; ele sente-se 
envergonhado e se coloca de forma humilde perante Deus. 
A alternativa C está incorreta porque as ações do eu lírico 
não são calculadas e pautadas num objetivo final; ele 
se mostra crente e temeroso a Deus, por isso sente-se 
arrependido de suas atitudes e busca no perdão divino a 
salvação. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque, 
pelo discurso do eu lírico, ele não reproduzirá seus erros, 
já que está arrependido e buscando o perdão divino; por 
esse mesmo motivo, não se pode dizer que sua postura é 
ambígua.
Perguntaram-me uma vez qual fora o primeiro livro de 
minha vida. Prefiro falar do primeiro livro de cada uma das 
minhas vidas. Busco na memória e tenho a sensação quase 
física nas mãos ao segurar aquela preciosidade: um livro fininho 
que contava a história do patinho feio e da lâmpada de Aladim. 
XMF5
Eu lia e relia as duas histórias, criança não tem disso de só 
ler uma vez: criança quase aprende de cor e, mesmo quase 
sabendo de cor, relê com muito da excitação da primeira 
vez. A história do patinho que era feio no meio dos outros 
bonitos, mas quando cresceu revelou o mistério: ele não era 
pato e sim um belo cisne. Essa história me fez meditar muito, 
e identifiquei-me com o sofrimento do patinho feio – quem 
sabe se eu era um cisne?
LISPECTOR, C. Disponível em: <https://contobrasileiro.com>. 
Acesso em: 29 set. 2020. [Fragmento]
Quanto ao aspecto da narrativa, o conto de Clarice Lispector 
traz um relato intimista, configurado por meio do
discurso indireto livre, que evidencia um foco narrativo 
na terceira pessoa.
foco narrativo em primeira pessoa, caracterizando um 
narrador-protagonista.
relato da protagonista enquanto representação fiel da 
própria escritora Clarice.
símbolo dos livros como uma parte indissociável da 
vida da narradora-protagonista. 
relato onisciente para demonstrar que o narrador 
conhece intimamente a personagem.
No conto de Clarice Lispector, o narrador é do 
tipo protagonista, e seu relato em primeira pessoa evidencia 
o caráter intimista do seu relato, representando aquilo que 
pensa e sente sobre o assunto discutido; no caso, os livros. 
A alternativa correta, portanto, é a B. A alternativa A está 
incorreta, pois, no conto, não se observa a presença de 
discurso indireto livre, até mesmo por ser uma narração em 
primeira pessoa. A alternativa C está incorreta, pois não se 
pode dizer que o protagonista do conto seja representação 
fiel da própria escritora, sendo essa uma inferência não 
passível de comprovação pelo pequeno trecho, que nem 
mesmo identifica o gênero do narrador. A alternativa D está 
incorreta, pois, da mesma forma, não se pode dizer que os 
livros sejam um símbolo indissociável da vida da narradora. 
Embora ela demonstre gostar muito de livros, não se pode 
fazer essa afirmação. A alternativa E está incorreta, pois o 
narrador é do tipo protagonista, não vigorando, nesse caso, 
a narração onisciente.
Disponível em: <https://agenciamoove.com.br>. Acesso em: 1 out. 2020.
2FSF
A campanha utiliza elementos verbais e não verbais para 
transmitir sua mensagem. O elemento para alcançar 
o objetivo de convencer o leitor a doar roupas para a 
Campanha do Agasalho de 2018 é a
menção à solidariedade como um tesouro inexistente.
crítica ao consumo exagerado de roupas pelas 
pessoas.
ludicidade do texto, representada pelas roupas do 
garoto.
expressão figurativa para abordar a importância das 
doações.
presença de objetos infantis buscando engajamento de 
crianças.
A alternativa correta é a D, pois a campanha 
constrói a metáfora das roupas como um tesouro, o que é 
expresso através da própria palavra “tesouro” (presente 
na frase em destaque) e do “chapéu de pirata” do garoto, 
tendo como objetivo denotar a importância das peças. 
A alternativa A é incorreta, pois a campanha não traz como 
argumento central a tese de que inexiste solidariedade 
nos tempos atuais. A alternativa B é incorreta, pois não há 
relação causal expressa entre haver peças “esquecidas” e 
uma ação consumista – que sequer é mencionada no texto. 
A alternativa C é incorreta, pois o fato de o garoto estar com 
o que parece ser uma fantasia de pirata não é o fator que 
busca convencer o leitor. A alternativa E é incorreta, pois o 
público-alvo da campanha não é, especificamente, crianças, 
mas a população em geral.
Eu, filho do carbono e do amoníaco, 
Monstro de escuridão e rutilância, 
Sofro, desde a epigênese da infância, 
A influência má dos signos do zodíaco. 
Profundíssimamente hipocondríaco, 
Este ambiente me causa repugnância... 
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia 
Que se escapa da boca de um cardíaco. 
Já o verme – este operário das ruínas – 
Que o sangue podre das carnificinas 
Come, e à vida em geral declara guerra, 
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, 
E há de deixar-me apenas os cabelos, 
Na frialdade inorgânica da terra!
ANJOS, A. Eu e outras poesias. 48. ed. 
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010.
B992
Indo na contramão dos realistas e naturalistas, os artistas 
do Simbolismo não mais se preocupam com a análise da 
sociedade. Como se pode inferir no poema, a voz poética 
se volta para uma 
melancolia diante dos fatos corriqueiros.
preocupação com as questões metafísicas.
referenciação aos valores gregos clássicos.
sondagem do “eu” enquanto ser de reflexão.
tentativa de anular o social diante do indivíduo.
Uma das principais características do período 
simbolista foi o foco voltado para o eu, para o indivíduo, que 
assume sua posição única, com suas reflexões internas. Isso 
fica claro no poema não sópor seu conteúdo, ao apresentar 
um eu lírico que reflete sobre sua existência, mas até 
mesmo pelo título da obra em que foi publicado: Eu. Está 
correta, assim, a alternativa D. A alternativa A está incorreta, 
pois melancolia diante de fatos corriqueiros não pode ser 
considerada uma característica específica do Simbolismo. 
A alternativa B está incorreta, pois não são observadas, no 
poema, questões metafísicas. A alternativa C está incorreta, 
pois os simbolistas não fizeram uma retomada de valores 
gregos clássicos e não há, no poema, qualquer menção a 
isso. A alternativa E está incorreta, pois é, justamente, o 
contrário, o Simbolismo se preocupou com o indivíduo, e 
não mais teve foco no social.
O trigo que semeou o pregador evangélico, diz 
Cristo que é a palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, 
o caminho e a terra boa em que o trigo caiu são os diversos 
corações dos homens. Os espinhos são os corações 
embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; 
e nestes afoga-se a palavra de Deus. As pedras são os 
corações duros e obstinados; e nestes seca-se a palavra 
de Deus, e se nasce, não cria raízes. Os caminhos são 
os corações inquietos e perturbados com a passagem e 
tropel das coisas do Mundo, umas que vão, outras que 
vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes 
é pisada a palavra de Deus, porque a desatendem ou a 
desprezam. Finalmente, a terra boa são os corações bons 
ou os homens de bom coração; e nestes prende e frutifica 
a palavra divina, com tanta fecundidade e abundância, 
que se colhe cento por um: Et fructum fecit centuplum.
VIEIRA, A. Sermão da Sexagésima. In: Sermões escolhidos. 2. ed. 
São Paulo: Edameris, 1965. p. 2-3.
Padre Antônio Vieira é reconhecido como o maior expoente 
da prosa barroca no Brasil. Ao traçar um paralelo entre os 
sujeitos passíveis de conversão e os elementos da natureza, 
o autor
facilita a compreensão dos dogmas religiosos pelos 
ouvintes ainda não convertidos.
problematiza a relação danosa estabelecida entre os 
infiéis e os maus pregadores.
DGØB
convence os padres a acreditarem que a conversão 
dos infiéis é uma tarefa imprevista. 
aponta para a multiplicidade de fiéis, cujas 
características dificultam o trabalho do pregador.
sugere que a existência de infiéis é responsabilidade 
da natureza e, também, da Igreja Católica.
O fragmento traz uma alegoria do trabalho dos 
pregadores, que é difundir a palavra de Deus e fortalecer 
a fé. Como se trata de um trabalho difícil, por causa da 
resistência de muitas pessoas à palavra divina, Pe. Antônio 
Vieira traça um paralelo com a semeadura do trigo, que 
somente trará bons frutos quando jogado em uma terra 
boa. Assim, os solos em que não frutifica (espinhos, 
pedras e caminho) são metaforicamente pessoas que não 
se convertem ao cristianismo ou que não seguem todos 
os preceitos da religião, tornando difícil o trabalho do 
pregador, e a terra boa são aqueles que se tornam fiéis. 
Por isso, está correta a alternativa D. A alternativa A está 
incorreta porque, sobre o texto, pode-se dizer que facilita 
a compreensão de qual é o trabalho dos pregadores, mas 
não dos dogmas religiosos, os quais não são expostos pelo 
autor. A alternativa B está incorreta porque não há juízo de 
valor sobre maus pregadores, somente uma alegoria para 
expor as diferentes pessoas a quem pregam. A alternativa C 
está incorreta porque o texto se limita a mostrar como o 
pregador evangélico tem um trabalho difícil, o qual não é 
imprevisto, mas definido pelo bom uso da palavra de Deus e 
pela disposição de seus ouvintes. Finalmente, a alternativa E 
está incorreta porque o fragmento não indica a causa de 
existirem infiéis; além disso, a Igreja não poderia ser a 
responsável, pois seu objetivo, de acordo com o texto, é o 
de trazer o máximo de fiéis para si.
Rubi, concha de perlas peregrina,
Animado cristal, viva escarlata,
Duas safiras sobre lisa prata,
Ouro encrespado sobre prata fina.
Este o rostinho é de Caterina;
E porque docemente obriga e mata,
Não livra o ser divina em ser ingrata
E raio a raio os corações fulmina.
Viu Fábio uma tarde transportado
Bebendo admirações, e galhardias
A quem já tanto amor levantou aras:
Disse igualmente amante e magoado:
Ah muchacha gentil, que tal serias
Se sendo tão formosa não cagaras!
MATOS, G. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 30 set. 2020.
QV2Z
deselegâncias.
pérolas.
elegâncias; elogios.
altares.
mulher jovem.
No poema barroco de Gregório de Matos, observa-se, por 
parte do eu lírico, um posicionamento 
idealizador da formosura feminina.
crítico, questionando a doçura feminina.
socialmente rebaixado diante da mulher.
satírico com aparente construção amorosa.
reprovador quanto aos aspectos da mulher.
O poema de Gregório de Matos tem início com 
a exaltação da mulher, partindo-se do desejoso Fábio, para 
finalizar em uma reflexão satírica, desmerecendo a figura 
feminina ao citar seus aspectos fisiológicos no último verso, 
fazendo, para isso, uso de um linguajar chulo. Isso já fica 
claro no próprio título do poema, que antecipa se tratar de um 
processo de deselegância, de desconstrução da formosura 
feminina. Está correta, assim, a alternativa D. A alternativa A 
está incorreta, pois não se observa uma construção 
idealizada da mulher no poema, mas, ao contrário, uma visão 
satírica e deselegante. A alternativa B está incorreta, pois o 
eu lírico não questiona a doçura feminina, mas demonstra 
seu descontentamento diante da mulher antes desejada. 
A alternativa C está incorreta, pois o eu poético não se coloca 
em posição inferior à mulher amada no texto. A alternativa E 
está incorreta, pois o eu lírico não reprova o comportamento 
ou os aspectos da mulher, mas sim os satiriza. 
Disponível em: <https://sardeseantunesaprendizes.blogspot.com>. 
Acesso em: 29 set. 2020. 
Na charge em análise, a fala da mulher apresenta uma 
incompatibilidade com a situação comunicativa, devido ao 
emprego de uma variedade linguística inadequada 
para o contexto da entrevista de emprego. 
uso inadequado do advérbio de modo para caracterizar 
os idiomas falados por ela.
fato de ela desconhecer a língua utilizada na empresa 
para a qual se candidatou.
contraponto que é feito entre a linguagem formal usada 
pelo homem diante do erro dela.
questionamento feito pelo homem, que busca testar a 
entrevistada ao constrangê-la.
IZ9U
Na charge, uma candidata a uma vaga de 
emprego passa por uma entrevista, na qual expõe suas 
habilidades linguísticas em diferentes idiomas, afirmando falar 
fluentemente seis línguas estrangeiras. Ao ser questionada 
sobre seu idioma de origem, o português, a mulher comete 
um erro gramatical, e é desse equívoco que vem o humor 
do texto. A forma “vareia” é usada, geralmente, por camadas 
menos escolarizadas da população, em contextos orais e 
informais, e revela uma variedade linguística de cunho social e 
educacional. No contexto da entrevista, no entanto, mostra-se 
inadequada, pois se espera que a candidata domine o idioma 
e utilize uma variedade formal padrão, principalmente pelo 
fato de ter mencionado ser poliglota. Está correta, portanto, 
a alternativa A. A alternativa B está incorreta, pois o advérbio 
de modo (fluentemente) foi empregado bem pela candidata. 
A alternativa C está incorreta, pois não se pode dizer que 
a mulher desconhece a linguagem da empresa, e sim que 
não domina o português culto de modo geral. A alternativa D 
está incorreta, pois não se pode dizer que a linguagem 
do homem é formal, visto que ele só tem uma fala curta. 
A alternativa E está incorreta, pois a pergunta feita pelo 
entrevistador é plausível no contexto da entrevista e não 
demonstra uma tentativa de constrangimento, tampouco isso 
seria o fator responsável pela incompatibilidade mencionada 
no enunciado. 
Pela margem do grande rio caminha Jaguarê, o jovem 
caçador. O arco pende-lhe ao ombro, esquecido e inútil. 
As flechas dormem no coldreda uiraçaba. Os veados saltam 
das moitas de ubaia e vêm retouçar na grama, zombando 
do caçador. Jaguarê não vê o tímido campeiro, seus olhos 
buscam um inimigo capaz de resistir-lhe ao braço robusto. 
O rugido do jaguar abala a floresta; mas o caçador também 
despreza o jaguar, que já cansou de vencer. Ele chama-se 
Jaguarê, o mais feroz jaguar da floresta; os outros fogem 
espavoridos quando de longe o pressentem. [...] Jaguarê 
chegou à idade em que o mancebo troca a fama do caçador 
pela glória do guerreiro.
ALENCAR, J. Ubirajara. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 1 out. 2020. [Fragmento]
Camargo era pouco simpático à primeira vista. Tinha as 
feições duras e frias, os olhos perscrutadores e sagazes, 
de uma sagacidade incômoda para quem encarava com 
eles, o que o não fazia atraente. Falava pouco e seco. 
Seus sentimentos não vinham à flor do rosto. Tinha todos 
os visíveis sinais de um grande egoísta; contudo, posto que 
a morte do conselheiro não lhe arrancasse uma lágrima ou 
uma palavra de tristeza, é certo que a sentiu deveras. [...] 
Era difícil saber se Camargo professava algumas opiniões 
políticas ou nutria sentimentos religiosos. Das primeiras, se 
as tinha, nunca deu manifestação prática [...]. Quanto aos 
sentimentos religiosos, a aferi-los pelas ações, ninguém 
os possuía mais puros. Era pontual no cumprimento dos 
deveres de bom católico. Mas só pontual; interiormente, 
era incrédulo.
ASSIS, M. Helena. In: ______. Obra Completa. v. I. 
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. [Fragmento]
ZZ4M
Os fragmentos das obras, pertencentes a diferentes 
movimentos literários, trazem narradores oniscientes. 
Considerando as diferenças na apresentação das 
personagens, o narrador do texto II se afasta do movimento 
literário anterior pela descrição centrada
na postura cética e insensível.
na temática nacional e política. 
em elementos visíveis e sociais.
em aspectos culturais e religiosos. 
na representação heroica idealizada.
A alternativa correta é a C, pois o narrador 
do texto II acessa a subjetividade da personagem e opta 
por descrevê-la dando centralidade aos aspectos sociais e 
visíveis. Essa característica estilística diverge da Primeira 
Geração do Romantismo, como visto no texto I, em que 
o narrador se centra na construção das personagens em 
prol dos ideais nacionais. A alternativa A é incorreta, pois 
a narração não é insensível, nem ignora os sentimentos 
da personagem, além disso, não é isso que se apresenta 
como central na caracterização. A alternativa B é incorreta, 
pois os trechos analisados não abordam explicitamente 
uma temática política, apontando apenas descrições das 
personagens envolvidas. A alternativa D é incorreta, pois 
trazer aspectos culturais e religiosos é algo possível nos dois 
períodos literários, mudando apenas a forma de representar. 
A alternativa E é incorreta, pois a representação heroica e 
idealizada é uma característica do Indianismo, referente ao 
texto I, não ao texto II, que pertence ao Realismo.
Somos mais de 400 empresas de diversos setores 
econômicos que representam 90% do capital transacionado 
em bolsa no país. Sabemos que a mudança do clima é um 
dos maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade 
neste século e que o Acordo de Paris foi fundamental para 
estabelecer o compromisso internacional para assegurar 
que o aumento da temperatura global não ultrapasse 
2 °C, buscando esforços para 1,5 °C. Diante desse 
compromisso, setores público e privado e sociedade civil têm, 
conjuntamente, a responsabilidade de liderar os esforços 
de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e 
evoluir na construção de uma economia de baixo carbono. 
Nós, l ideranças empresariais, defendemos o 
estabelecimento de um mecanismo de precificação de 
carbono adequado às características da economia e ao 
perfil de emissões de GEE do nosso país, que incentive 
investimentos, garanta a competitividade das empresas e 
estimule a inovação tecnológica de baixa emissão no Brasil. 
Nesse sentido, mesmo na ausência de um mecanismo 
público obrigatório de redução de emissões, e entendendo 
a escala e urgência do desafio acima mencionado, temos 
realizado importantes esforços para reduzir nossas emissões 
de GEE. 
O custo de uma ação tardia é desproporcionalmente 
superior ao custo de se tratar esse desafio preventivamente. 
Precisamos agir hoje para alcançar resultados de baixo 
carbono no longo prazo. Os cenários para o Brasil já 
demonstram que diversas tecnologias de baixo carbono se 
viabilizam, apenas, com o estabelecimento de um preço para 
a emissão de GEE. 
Disponível em: <https://cebds.org>. Acesso em: 13 abr. 2019. 
9SL9
Considerando as características do gênero carta aberta, a 
principal intenção da carta analisada é 
informar a população sobre o aumento da temperatura 
global por meio de dados concretos. 
divulgar as ações sustentáveis adotadas pelas 
empresas na redução da emissão de poluentes. 
convencer a população a reivindicar a redução da 
emissão de gases poluentes pelas empresas. 
instigar os governos a implantarem uma precificação 
sobre a emissão de gases de efeito estufa. 
convocar as empresas que ainda não aderiram à causa 
para o enfrentamento da mudança do clima. 
A alternativa D está correta, pois a intenção do 
texto é apontar aos governos a necessidade de se estabelecer 
um preço para a emissão de gases de efeito estufa, pois seria 
essa precificação que, de acordo com o texto, possibilitaria 
uma maior efetividade na redução da emissão desses 
poluentes, além de trazer benefícios econômicos ao país. 
A alternativa A está incorreta, pois informar a população 
do aumento da temperatura global por meio de dados 
concretos é parte da argumentação utilizada para defender a 
reivindicação. A divulgação das ações sustentáveis adotadas 
pelas empresas na redução da emissão de poluentes é 
mencionada na argumentação como uma estratégia para 
solicitar um mecanismo público obrigatório de redução de 
emissões, o que torna incorreta a alternativa B. A alternativa C 
propõe que a intenção seja convencer a população a 
reivindicar a redução na emissão de gases poluentes pelas 
empresas, o que não pode ser inferido, pois a menção à 
sociedade civil ocorre para mostrar que é necessário ajuda 
de todos, mas o foco é em relação às empresas e governos. 
No mesmo sentido, convocar as empresas que ainda não 
aderiram à causa para o enfrentamento da mudança do 
clima, sugerido na alternativa E, não pode ser inferido do 
texto por não haver qualquer argumentação nesse sentido.
I
Não chores, meu filho; 
Não chores, que a vida 
É luta renhida: 
Viver é lutar. 
A vida é combate, 
Que os fracos abate, 
Que os fortes, os bravos 
Só pode exaltar. 
[...]
V
E pois que és meu filho, 
1WS4
Meus brios reveste; 
Tamoio nasceste, 
Valente serás. 
Sê duro guerreiro, 
Robusto, fragueiro, 
Brasão dos tamoios 
Na guerra e na paz
DIAS, G. Canção do Tamoio. Disponível em: 
<www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 30 set. 2020. [Fragmento]
O poema lido anteriormente pertence à Primeira Geração 
Romântica, e as propostas desse período ficam claras, no 
fragmento, pela 
figura do índio como símbolo nacional, retratado por 
meio da idealização do guerreiro.
voz poética customizada, que se dirige diretamente ao 
herói da narrativa e o caracteriza.
menção ao índio tamoio como estranho no cenário 
nacional e, por isso, menos valorizado.
nacionalidade exacerbada, apontando os guerreiros 
lusitanos como representantes do país.
natureza exorbitante, que é reverenciada na figura do 
homem branco e suas características.
Gonçalves Dias foi um dos principais 
representantes da Primeira Geração Romântica, cujos 
propósitos eram voltados para a valorização do índio, o 
nacionalismo exacerbado e a exaltação da natureza. Nos 
moldes do herói europeu, o índio assumiu a figura de símbolo 
nacional, com um comportamento idealizado, heroico e 
guerreiro, que o colocava sempre no meiode conflitos dos 
quais saía vitorioso. Está correta, assim, a alternativa A. 
A alternativa B está incorreta, pois, ainda que a voz poética 
mencione diretamente o herói e o caracterize, apenas 
esses elementos não caracterizam o movimento literário. 
A alternativa C está incorreta, pois, ao contrário do afirmado, 
o índio tamoio, no poema, assume o papel de herói nacional, 
sendo parte da natureza e do país. A alternativa D está 
incorreta, pois, embora nesse período tenha predominado 
uma nacionalidade exacerbada, foi o índio, e não o 
colonizador português, o escolhido para representar o herói 
nacional. A alternativa E está igualmente incorreta, pois, 
ainda que a natureza tenha sido um dos principais materiais 
dos primeiros românticos, era o índio, e não o homem branco, 
a figura relacionada ao ambiente natural. 
Um burro estava comendo quando viu um lobo 
escondido espiando tudo que ele fazia. Percebendo que 
estava em perigo, o burro imaginou um plano para salvar 
a sua pele. Fingiu que era aleijado e saiu mancando com 
a maior dificuldade. Quando o lobo apareceu, o burro todo 
choroso contou que tinha pisado num espinho pontudo.
– Ai, ai, ai! Por favor, tire o espinho de minha pata! Se 
TØYZ
você não tirar, ele vai espetar sua garganta quando você 
me engolir.
O lobo não queria se engasgar na hora de comer 
seu almoço, por isso, quando o burro levantou a pata, ele 
começou a procurar o espinho com todo cuidado. Nesse 
momento o burro deu o maior coice de sua vida e acabou 
com a alegria do lobo. Enquanto o lobo se levantava todo 
dolorido, o burro galopava satisfeito para longe dali.
Cuidado com os favores inesperados.
Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 2 out. 2020.
Considerando o caráter moral do gênero textual fábula, 
com a finalidade de atrair a atenção do leitor e estabelecer 
um fio condutor para a transmissão da mensagem, o texto 
utiliza-se de
anedotas com animais humanizados.
conhecimentos culturais e recursos orais. 
construção narrativa e sentença injuntiva.
personificação de seres do folclore popular.
metáforas com elementos temáticos infantis.
A alternativa C é a correta, pois a fábula 
utiliza-se de duas tipologias textuais, com a finalidade de 
estabelecer e desenvolver um fio condutor de sentido: a 
narrativa e a injunção. A primeira tipologia ocupa-se de 
um enredo ficcional que tem um desfecho moralizante. 
A segunda, por sua vez, apresenta-se em uma sentença que 
tem como objetivo instruir moralmente o leitor – no caso da 
fábula analisada, “cuidado com os favores inesperados”. 
A alternativa A é incorreta, pois o texto não apresenta uma 
anedota, mas a construção é característica do gênero fábula. 
A alternativa B é incorreta, pois esses elementos não têm 
objetivo de atrair o leitor. A alternativa D é incorreta, pois os 
animais não são pertencentes ao folclore, mas são animais 
comuns. A alternativa E é incorreta, pois a temática não é 
restrita ao público infantil.
Dona de Casa está com medo e fala para a plateia. 
DONA DE CASA: Historinhas eu tenho mil. Poderia 
contar várias aqui para vocês. Tem a da senhora que brotou 
uma alface no meio do corpo dela. E ela se abriu para a 
vida. Essa é ótima. Uma das melhores que já ouvi por aqui. 
Tem a daquela mulher que estava triste andando na rua e 
caiu no bueiro: só que lá dentro ela encontrou um homem 
na mesma situação. E então eles ficaram alegres. Olha que 
loucura. Tem a da família japonesa que a mãe colocou botox 
nos olhos. E ficou cega. É claro! Mas, sabe, esses orientais 
são imprevisíveis! Dizem que eles inventaram samambaias 
azuis! Você liga na tomada e elas ficam verdes. E há outras 
histórias sobre moradores daqui… como dizia o Valico: 
“histórias vitalícias!” Oh! Valico. 
Ela se lembra de Valico.
GJL1
DONA DE CASA: Ele teve um enfarte no coração e 
durante o enfarte começou a dizer, me dizer uma porção de 
palavras bonitas e espontâneas. A vida dele se enfartou e 
ele teve um ataque de lirismo. Eu juro. Muitas das coisas que 
eu falo são dele, que gravei daquele momento. 
PASSÔ, G. Por Elise. Rio de Janeiro: Cobogó, 2012. 
Os gêneros teatrais contemporâneos são marcados por 
hibridismo em sua composição, valendo-se de recursos 
estéticos diversos. O trecho do texto dramático de Grace 
Passô caracteriza-se dessa forma, pois 
apresenta personagens que mantêm interlocução com 
a plateia. 
surpreende o leitor ao mesclar narração poética a um 
monólogo.
constrói o conflito por meio do discurso direto em 
primeira pessoa. 
privilegia uma linguagem conotativa junto a situações 
inesperadas.
utiliza da ficção como recurso estilístico em uma peça 
dramática.
 A alternativa B está correta, pois o trecho 
utiliza uma narrativa com linguagem poética (e talvez 
metafórica) na construção de um monólogo com a plateia. 
A alternativa A está incorreta, pois o dialogismo (interlocução) 
com a plateia não configura uma marca híbrida dos gêneros 
textuais contemporâneos, uma vez que já se nota a presença 
desse recurso em peças do século XX. A alternativa C está 
incorreta, pois a presença de um discurso direto também não 
é uma marca do teatro atual. A alternativa D está incorreta, 
pois a linguagem conotativa e situações inesperadas 
não são elementos incomuns ao gênero dramático, não 
caracterizando o trecho analisado como híbrido. A alternativa E 
está incorreta, pois a ficção pode aparecer em peças 
teatrais, porém isso não configura um elemento híbrido 
nessa dramaturgia. 
DAHMER, A. Disponível em: <https://catracalivre.com.br>. 
Acesso em: 2 out. 2020.
Na tirinha, como forma de completar o sentido pretendido, 
o autor utiliza os elementos visuais para 
caricaturar o casal da narrativa.
representar o cenário da história.
ilustrar as tecnologias abordadas.
estabelecer a sequência de eventos.
expressar as reações das personagens. 
95XQ
A alternativa E é a correta, pois, através dos 
elementos visuais (da linguagem não verbal), é possível 
perceber as reações das personagens, em relação à 
conversa (linguagem verbal). No primeiro e no terceiro 
quadro, o olhar do homem para a tela demonstra sua 
indiferença e a atenção dada ao computador, enquanto, 
no segundo quadro, a cabeça voltada da mulher e sua 
expressão séria indicam sua indignação. A alternativa A é 
incorreta, pois o estilo de ilustração do autor não faz com que 
os personagens sejam representados de forma caricatural. 
A alternativa B é incorreta, pois o cenário, em si, não tem 
destaque na construção do sentido do texto. A alternativa C 
é incorreta, pois a linguagem não verbal não tem função 
apenas de apontar a tecnologia que está sendo comentada 
no diálogo. A alternativa D é incorreta, pois a sequência de 
eventos é construída pela divisão do enredo em quadros 
subsequentes.
O sistema normativo e judicial de proteção das 
liberdades constitucionais no Brasil está enferrujado, e há 
um desequilíbrio do sistema penal brasileiro. A pena de quem 
rouba uma correntinha de ouro pode ser de cinco anos e 
quatro meses de prisão em regime fechado. Já o policial 
que surrupia indevidamente a liberdade da pessoa está 
simbolicamente submetido a juízo de “pequenas causas”.
Abordagens policiais arbitrárias e buscas indiscriminadas, 
sobretudo em bairros periféricos das cidades, embaraços 
ilegais e agressões ao trabalho da imprensa e à liberdade 
de expressão: as violações são cotidianas, e a tolerância 
com a truculência, infinita.
CARVALHO FILHO, L. F. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br> 
Acesso em: 20 mar. 2016 (Adaptação).
Com o objetivo de alcançar maior grau de persuasão, o autor 
do texto lançou mão de
contra-argumentação, haja vista que antecipa um 
ponto de vista contrário e refuta-o demonstrando suas 
falhas.
ironia, uma vez que satiriza alguns indivíduos que praticam 
pequenos delitos e caracteriza-os como amadores.
raciocínio de causa e efeito, pois apresenta motivos 
que justificam e explicam a ocorrência de abusode 
poder.
comparação, já que traça um paralelo entre a ocorrência 
de abuso de poder em periferias e em bairros nobres.
modalizadores, porque utiliza termos que demarcam e 
intensificam a opinião sobre o abuso de poder policial.
No texto, o autor emprega termos para 
caracterizar a conduta da polícia, exprimindo, assim, seu 
ponto de vista. São advérbios e adjetivos, considerados 
modalizadores porque apontam para comentários sobre 
aquilo que está sendo dito (“indevidamente”, “arbitrárias” e 
“indiscriminadas”, etc.). Portanto, a alternativa correta é a E. 
3YOA
A alternativa A está incorreta porque o texto não expõe 
um ponto de vista para, em seguida, contra-argumentá-lo. 
A alternativa B está incorreta porque o autor diz, de fato, o 
que pretende dizer, não havendo, portanto, uso de ironia. 
A alternativa C está incorreta porque não há a exposição dos 
motivos que causaram o abuso de poder policial. Finalmente, 
a alternativa D também está incorreta porque, embora o 
autor afirme que o abuso de poder ocorre “sobretudo em 
bairros periféricos”, havendo aí a comparação implícita de 
que os casos em bairros nobres seriam menos frequentes, 
não é esse o recurso empregado para persuadir os leitores, 
mas sim a parcialidade do texto, identificada no uso de 
modalizadores.
CUSTÓDIO. Disponível em: <http://www.custodio.net>. 
Acesso em: 1 out. 2020.
Na tirinha, ao citar Machado de Assis, busca-se 
destacar a relevância do autor realista.
apresentar as temáticas da prosa machadiana. 
abordar as dificuldades na compreensão textual. 
expressar uma metáfora sobre o cânone literário.
construir um posicionamento sobre as obras clássicas.
A alternativa E é a correta, pois a menção à 
obra de Machado de Assis serve para exemplificar os livros 
clássicos que não são do agrado da personagem, e, assim, 
definir a que se direciona o seu posicionamento. A alternativa A 
é incorreta, pois ainda que possamos inferir a relevância do 
autor, esse não é o objetivo da menção. A alternativa B é 
incorreta, pois não há uma apresentação das temáticas da 
prosa machadiana em si, mas uma lista de elementos que 
podem ser encontrados nos livros clássicos além das obras 
de Machado. A alternativa C é incorreta, pois a personagem 
não reclama dos livros clássicos por serem de difícil 
compreensão, mas sim por serem “chatos”. A alternativa D 
é incorreta, pois não há uma metáfora, visto que realmente 
o Gato não gosta dos livros machadianos. Pode-se dizer que 
ocorre uma metonímia, pois emprega-se o nome do autor 
para se referir à sua produção literária.
Ah! quem há de exprimir, alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o que a mão não escreve?
– Ardes, sangras, pregada à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava...
O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de neve...
E a Palavra pesada abafa a Ideia leve,
Que, perfume e clarão, refulgia e voava.
TD9F
36Q3
Quem o molde achará para a expressão de tudo?
Ai! quem há de dizer as ânsias infinitas
Do sonho? e o céu que foge à mão que se levanta?
E a ira muda? e o asco mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?!
BILAC, O. In: Alma inquieta. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. 
Acesso em: 2 out. 2020.
A obra de Olavo Bilac é um dos exemplos mais conhecidos 
do Parnasianismo, movimento estético do século XIX. 
No poema em análise, a característica do movimento literário 
é explicitada devido ao(à)
desprezo pelos recursos poéticos clássicos.
valorização de sentimentos inexplicáveis. 
busca por maneiras de se expressar.
recusa da reflexão metalinguística.
exagero da subjetividade lírica.
A alternativa C é a correta, pois, no poema, 
a voz poética questiona como alcançar uma forma (molde 
ou palavra) para expressar sensações humanas diversas 
e “inexplicáveis”, como asco e o que sente quando se 
confessa um amor. Essa busca pela forma se coaduna 
com o período do Parnasianismo, uma vez que se vivia um 
momento de industrialização e grande investimento nas 
técnicas. A alternativa A é incorreta, pois não há desprezo 
pelos recursos poéticos, pelo contrário, questiona-se como 
eles podem dar conta do dilema apresentado. A alternativa B 
é incorreta, pois o que se valoriza é a forma expressiva, 
procurada pelo eu lírico, e não os sentimentos em si. 
A alternativa D é incorreta, pois o poema apresenta uma 
construção baseada na metalinguística. A alternativa E é 
incorreta, pois a subjetividade lírica não é exagerada, e serve 
para explicitar a procura do eu poético por uma forma que 
dê conta de tal subjetividade. 
Carta de amor dobrada em duas busca um endereço 
de flor.
RENARD, J. Histórias naturais: o dia a dia dos animais. São Paulo: 
Landy, 2006. p. 12.
Própria da obra literária, a função poética da linguagem 
relaciona-se à elaboração não usual da forma pela qual se 
apresenta dado conteúdo. Em “A borboleta”, ao trabalhar 
esteticamente a dimensão poética do texto, o autor
instaurou uma leitura que transforma em beleza uma 
imagem considerada desprezível.
subverteu a materialidade do inseto em um elemento 
próprio da subjetividade humana.
reproduziu a imagem do amor como elemento 
inesgotável de desejo no interior dos seres. 
revelou a capacidade humana de apropriar-se da 
beleza animal para conquistar o ser amado.
relacionou a presença da borboleta na natureza ao 
momento de entrega amorosa entre dois seres.
IGA7
Jules Renard apresenta um texto conciso em 
que há ostensivo emprego de metáforas. Pelo texto, infere-se 
que um remetente pretende enviar uma carta de amor, numa 
dobradura que lembra uma borboleta, a um destinatário ainda 
desconhecido. Isso simboliza sua vontade de se apaixonar 
por alguém. Refere-se a esse destinatário metaforicamente 
como uma flor, parte da planta que as borboletas sempre 
buscam. Assim, a alternativa correta é a B, pois a ação 
banal de um inseto é aludida para se referenciar um 
sentimento humano, portanto algo subjetivo. A alternativa A 
está incorreta porque o texto não permite entender que a 
imagem da borboleta ou da carta é desprezível anteriormente 
à interpretação imposta pelo autor. A alternativa C está 
incorreta porque a função poética do texto está voltada para 
uma nova interpretação dos eventos cotidianos da natureza, 
sem que o amor seja considerado o desejo maior dos seres; 
além disso, no texto, o amor é um sentimento desejado 
pela personagem que escreveu e dobrou a carta, não por 
todos os seres. A alternativa D está incorreta porque não há 
apropriação da beleza animal, mas uma proposição de nova 
interpretação de uma ação das borboletas, associando-a à 
entrega da carta à pessoa amada; além disso, no texto, não 
há indícios de que o ser amado foi conquistado, afinal ele 
ainda não existe. Finalmente, a alternativa E está incorreta 
porque a presença da borboleta relaciona-se à entrega 
de uma carta de amor de um ser para outro, ou seja, a 
declaração amorosa de somente um deles; a simbologia 
da borboleta não representa um amor recíproco, portanto.
O TEMPO. Disponível em: <www.otempo.com.br>. 
Acesso em: 29 set. 2020.
A construção do sentido crítico na charge é formulada, no 
campo linguístico, pela
classificação igual dos substantivos utilizados.
construção das orações na ordem indireta.
utilização de termos adjetivos sinônimos. 
repetição da mesma estrutura sintática. 
afirmação duvidosa das personagens.
S4IO
 Na charge, colabora para a construção do 
sentido crítico a repetição da mesma estrutura sintática com 
termos essenciais: sujeito e predicado. Observa-se, assim, 
que as duas personagens expressam afirmações parecidas 
em forma, mas não em sentido. Enquanto uma diz que a 
Terra é plana, a outra diz que a burrice é plena, usando da 
aproximação gráfica e sonora entre os dois adjetivos. Está 
correta, assim, a alternativa D. A alternativa A está incorreta, 
pois os substantivos não são classificados da mesmaforma, sendo “Terra” um substantivo concreto, e “burrice”, 
abstrato. A alternativa B está incorreta, pois as orações não 
estão na ordem indireta, mas sim na ordem direta: sujeito e 
predicado. A alternativa C está incorreta, pois os adjetivos 
não são sinônimos, uma vez que “plana” e “plena” não 
guardam relação de sentido entre si. A alternativa E está 
incorreta, pois as afirmações das duas personagens não 
se apresentam como duvidosas, estando os dois homens 
apontando certeza do que falam, apesar de a segunda ser 
uma reflexão sobre a primeira. 
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no
[morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu 
[afogado.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
O poema de Manuel Bandeira é construído por meio de 
uma intertextualidade com o gênero textual notícia. Essa 
intertextualidade é evidenciada 
pelo teor sensacionalista adotado na abordagem da 
fatalidade ocorrida.
pela apresentação detalhada e objetiva de fatos reais 
coletados no cotidiano.
pelo caráter temporal do texto, que relata um 
acontecimento muito específico.
pela presença dos elementos estruturais constituintes 
de uma notícia real.
pelo predomínio de tipologia narrativa e linguagem 
referencial na abordagem do assunto.
 “Poema tirado de uma notícia de jornal” 
apresenta um grau de intertextualidade evidente com o gênero 
jornalístico notícia. Em conformidade com os propósitos do 
Modernismo, o texto rompe com a forma e o conteúdo de 
textos poéticos de movimentos literários poéticos anteriores, 
conferindo a Manuel Bandeira liberdade para tratar temáticas 
cotidianas, como aquelas vistas em notícias de jornal, 
não sem lhes dar a sensibilidade natural de um poema. 
932H
Assim, no texto, são identificadas características formais do 
gênero notícia, como o predomínio do tipo textual narrativo 
e da função referencial da linguagem. Está correta, assim, 
a alternativa E. As demais alternativas estão incorretas 
porque, mesmo expondo uma fatalidade, não há tentativa 
de causar escândalo ou chocar a opinião pública no texto; 
porque os fatos não são esmiuçados no texto nem se sabe 
se eles são reais; e porque apenas o caráter temporal não 
delimita uma notícia.
Foi mistério e segredo
E muito mais
Foi divino brinquedo
E muito mais
Se amar como
Dois animais
Meu olhar vagabundo
De cachorro vadio
Olhava a pintada
E ela estava no cio
E era um cão vagabundo
E uma onça pintada
Se amando na praça
Como os animais
VALENÇA, A. Como dois animais. In: ______. Cavalo de pau.
Rio de Janeiro: Gravadora Eriola, 1982. [Fragmento]
A música “Como dois animais”, de Alceu Valença, se 
relaciona com a estética do período naturalista, na medida 
em que
alude ao aspecto primário dos seres, que recorrem a 
instintos primitivos quando em sociedade.
aproxima os seres humanos de animais, evidenciando 
um forte elemento social condicionante.
aborda a temática do desejo sexual e as condições 
sociais que impedem a sua concretização.
argumenta sobre a necessidade do ser humano de ser 
colocado em evidência na sociedade.
atesta a natureza animalesca dos homens quando 
dominados por seus desejos antinaturais. 
Uma das características mais marcantes 
do Naturalismo foi a aproximação dos seres humanos a 
comportamentos animalescos. O compositor Alceu Valença 
canta sobre o encontro entre um homem e uma mulher 
que, em seu desejo carnal, aproxima-se de animais, 
assemelhando-se a eles; tanto que o título da canção é 
“Como dois animais”. Essa caracterização animalesca 
evidencia um forte elemento social condicionante, na medida 
em que os personagens são frutos de sua natureza e do 
meio em que vivem. Está correta, portanto, a alternativa B. 
T256
A alternativa A está incorreta, pois não se pode dizer que 
todos os seres humanos, quando em sociedade, recorram 
a aspectos primários e instintivos. A alternativa C está 
incorreta, pois o texto não aborda os elementos que impeçam 
a realização do desejo da voz poética. A alternativa D está 
incorreta, pois o texto não apresenta argumentação, além 
de não aludir à necessidade de o homem ser colocado em 
evidência. A alternativa E está incorreta, pois não se pode 
dizer que os desejos dos homens sejam antinaturais; ao 
contrário, o Naturalismo é justamente caracterizado por 
comportamentos e instintos relacionados à natureza dos 
seres humanos.
Em 31 de outubro, cerca de 15 000 mulheres brasileiras 
saíram às ruas em São Paulo e outros milhares em outras 
grandes cidades do país. Não é comum que as mulheres 
brasileiras saiam à rua para dizer “basta” ao machismo. Por 
isso, é algo que surpreendeu os cidadãos. Até o ponto de 
haver revistas, como Época, que batizaram a questão como 
“a primavera das mulheres brasileiras”. 
Em outras nações as mulheres lutam por salários iguais, 
por paridade nos conselhos de administração, por leis que 
permitam conciliar o trabalho com a vida familiar. No Brasil, 
também. Mas, além disso, brigam hoje, nesta primavera 
brasileira, para não retrocederem em suas conquistas e, 
sobretudo, pelo direito de poder ir à rua (num ônibus ou no 
metrô) sem que ninguém as assedie ou insulte ou lhes falte 
com o respeito: para que as meninas de hoje não sofram 
os mesmos maus-tratos que sofreram e sofrem suas avós, 
suas mães e irmãs mais velhas. 
Disponível em: <https://brasil.elpais.com>. Acesso em: 12 out. 2018. 
A estratégia utilizada no texto para argumentar sobre 
a necessidade de as mulheres brasileiras lutarem para 
reivindicar direitos básicos se baseia principalmente na
citação de provas concretas, que evocam o grande 
número de mulheres participantes da manifestação. 
autoridade argumentativa da revista de circulação 
nacional, mencionada para conferir credibilidade aos 
atos.
comparação entre os pontos reivindicados pelas 
mulheres brasileiras e a pauta de movimentos de 
outras nações. 
exemplificação dos direitos conquistados pelas 
manifestações, de forma a não retroceder nas 
conquistas femininas. 
gradação, que estende a outras gerações os maus-
-tratos infligidos às mulheres na sociedade, desde as 
mães e avós. 
O texto apresenta a ideia de que as mulheres 
brasileiras precisam lutar para reivindicar direitos 
básicos, já conquistados por mulheres de outros países, 
e para a manutenção dos direitos já conquistados. 
M6C1
Para isso, é utilizado principalmente o argumento da 
comparação entre as mulheres de outras nações, que 
lutam por “salários iguais, por paridade nos conselhos de 
administração, por leis que permitam conciliar o trabalho com 
a vida familiar”, e as mulheres brasileiras, que além de tudo 
isso, também precisam reivindicar o direito humano básico de 
“poder ir à rua (num ônibus ou no metrô) sem que ninguém 
as assedie ou insulte”. A alternativa correta é, portanto, a C. 
A alternativa A está incorreta, pois o número de mulheres que 
se manifestaram contra o machismo é um dado introdutório 
ao tema. A alternativa B está incorreta, pois a menção a 
uma revista de circulação nacional é feita para reforçar a 
importância da manifestação e apontar sua repercussão, 
não sendo apontada como meio de validar o movimento. 
A alternativa D está incorreta, pois não ocorre exemplificação 
dos direitos já conquistados, mas são apontados aqueles 
pelos quais se deve lutar. A alternativa E está incorreta, pois 
a gradação sugerida não pode ser inferida do texto, que 
apenas dispõe sequencialmente as gerações de mulheres 
afetadas pela violência.
Não há dúvida de que há uma crise no jornalismo e, 
embora eu esteja certa da sobrevivência de um dos 
produtos mais nobres do mundo, a notícia, acredito 
também que há caminhos a percorrer para que ela 
mantenha intacta sua dignidade. Não, não sou uma purista. 
Sei que a versão do fato pode ser incrivelmente mais

Outros materiais