Resistência de pragas a pesticidas

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1- No decorrer dos últimos 70 anos, mais de 200 espécies de insetos que atacam plantas cultivadas desenvolveram resistência ao DDT e a outros pesticidas. Explique como pode ter ocorrido essa rápida e ampla aquisição de resistência.
A aplicação pura e simples de produtos (ciclodienos, organo-fosforados, carbamatos, piretróides, DDT, dentre outros) não acarreta no desenvolvimento de indivíduos resistentes. A resistência a substâncias químicas é uma característica hereditária, que sofre a ação da seleção natural. Os resistentes se encontram naturalmente em uma determinada população de pragas na natureza e inicialmente sua frequência é extremamente baixa. Porém, o uso contínuo de um determinado produto ou de um mesmo grupo químico ou modo de ação induz uma seleção destes indivíduos mais adaptados, ou seja, resistentes, havendo um aumento das mutações raras que conferem proteção a várias substâncias químicas (que são transmitidas no genoma às proles), comprometendo em certo momento a eficácia deste produto. O desenvolvimento da resistência é controlado por diversos fatores: características da praga (taxa de reprodução, modo de reprodução, capacidade de dispersão e hábito alimentar), produto utilizado (persistência dos resíduos e natureza química do princípio ativo), intensidade de uso (número de aplicações e dosagem usada), dentre outros. O aumento da resistência geralmente leva à aumento da frequência e dosagens de aplicação dos inseticidas, o que afeta os programas de manejo integrado de pragas em virtude da maior destruição de inimigos naturais, maior contaminação do meio ambiente com pesticidas e aumento do custo no controle de pragas. Não existe um método universal para o manejo da resistência de insetos e outros artrópodes a pesticidas. Para solucionar o problema, deve-se fazer a implementação de diferentes táticas de controle para minimizar a pressão de seleção com um determinado agente de controle, como por ex.: manejo por moderação, por saturação ou por ataque múltiplo.