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Enfermidades cutâneas de origem alérgica em Pequenos Animais

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As enfermidades de pele mais comuns são alergias atópicas, alergias por alimentos e 
dermatites por contato. O alérgeno pode ser inalado, entrar em contato com a pele, 
introduzido (no caso da dermatite alérgica a picada de pulga, pela grande presença de 
haptenos). 
Os grânulos dos mastócitos, quando liberados no organismo, causam uma reação de 
cunho alérgico, desencadeando uma reação mediada por imunoglobulinas da classe 
das IgE e pela liberação de histamina, TNF, histidina, proteases e heparina. Existe um 
componente imunológico importante na resposta alérgica, do mesmo modo que há 
um componente psicológico. 
A apresentação de afecções alérgicas em pequenos animais é, na maioria das vezes, de 
cunho dermatológico, ao passo que, em humanos, o sistema mais acometido é o 
respiratório. Essas enfermidades envolvem prurido. 
A lactoferrina é uma porfirina de efeito bacteriostático e antisséptico presente na 
lágrima e na saliva dos cães. Esse pigmento promove aos pelos uma coloração 
bronzeada, quando o ato de lambedura é frequente no paciente (indicativo de alergia). 
Isso também pode ocorrer quando o paciente apresenta epífora, isto é, a falha na 
drenagem da lágrima pelo ducto nasolacrimal. 
Sinais clínicos: prurido, avermelhamento e esgarçamento da pele, alopecia (pelagem 
quebradiça ou ausência própria), infecções cutâneas secundárias por bactérias ou 
leveduras – Malassezia pachydermatis (pústulas e pápulas), otite. 
➔ O limiar de agressão pode ser atingido com um somatório de alérgenos. 
Durante o tratamento, é importante sempre minimizar o número de possíveis 
fatores alergênicos, tanto fazendo uso de hipoalergênicos, como removendo a 
causa primária. 
➔ Uma exposição precoce pode ajudar em alguns casos de alergia. 
 
▪ Dermatite Alérgica à Picada da Pulga 
▪ Dermatite a Staphylococcus: Normalmente são causadas pelo 
Staphylococcus pseudointermedius. 
▪ Deficiências alimentares 
▪ Reações a drogas 
▪ Sarna sarcóptica 
▪ Dermatite seborreica 
 
ALERGIA ALIMENTAR 
Ocorre em animais previamente sensibilizados, que já comeram determinado tipo de 
alimento (principalmente proteína) e desenvolvem aquela alergia. Os retrievers são 
mais acometidos. 33% dos casos de alergia alimentar ocorre em animais muito jovens. 
 
 
Frequentemente apresentam sinais cutâneos e gastrointestinais. Toda e qualquer 
proteína de origem animal, leite, ovos, chocolate e carboidratos podem ser a causa da 
alergia alimentar. 
Sinais clínicos: prurido, diarreia, vômito, lesões autotraumáticas nas axilas, virilhas, 
porção ventral do abdome, parte posterior do tronco, região periungueal, edema de 
pálpebra (blefaroedema com blefarite alérgica); não são sinais sazonais, diferentemente 
da atopia. Pode ocorrer infecção secundária por Malassezia pachidermatis, que gera 
espessamento da pele. Na pele, inflamação crônica leva a hiperpigmentação. 
Quadro alopécico, eritematoso, hiperpigmentoso. 
Diagnóstico: Anamnese (ração ou comida), testes de sensibilidade cutânea com 
antígenos (menos eficiente nesse caso), testes de eliminação e provocação (eliminar 
carne bovina, por exemplo, e manter o animal sem ingerir esse alimento durante um 
tempo. Provocar com o alimento durante um período), dieta eliminatória (tira o que é 
suspeito e coloca o que ele nunca comeu por 3 semanas. Se durante esse tempo, ele 
melhorar, há confirmação de que é alergia alimentar). 
Exemplos de carboidrato: batata, arroz, feijão 
O gato é bastante alérgico a peixe e leite. 
Sinais clínicos em gatos: nesses animais pode ocorrer prurido na cabeça e dermatite 
miliar (região dorsal com crostas, pápulas até a cauda → não é patognomônico para 
nenhuma doença). Infecções parasitárias ou fúngicas podem ter aparência similar. 
 
DERMATITE ATÓPICA 
É a alergia a substâncias inaladas, que acomete entre 10 e 15% da população canina, 
com um componente de predisposição genética. Ocorre a partir de 1 ano de idade. 
Os alérgenos mais comuns são pólen, gramíneas, detritos provenientes de ácaros, lã, 
penas, esporos de fungos, poeira. 
Sinais clínicos: prurido, principalmente na região periungueal, alterações na face, nas 
axilas e pode ser generalizado. O paciente tem histórico familiar de atopia e pode ter 
uma característica sazonal, também pode contar com otites e dermatites recorrentes, 
espessamento da pele, hiperpigmentação, eritema, blefarite, conjuntivite, infecções da 
orelha externa com hipertermia. 
Diagnóstico: Sinais clínicos e anamnese. Isolamento, método in vitro (mensuração de 
igE) 
Diagnóstico diferencial: cuidar com a idade, nutrição, sazonalidade. 
Tratamento: isolar e minimizar a exposição ao alérgeno. 
 
DERMATITE ALÉRGICA A PICADA DE PULGA 
 
 
A saliva da pulga apresenta muitos haptenos e potenciais alérgenos. Normalmente o 
cão se comporta com mordiscadas, como uma reação ao prurido e à alergia causada 
pela pulga. 
Sinais clínicos: eritema, áreas de alopecia, espessamento da pele, prurido compulsivo, 
lesões triangulares (um pouco mais a frente da cauda, bilateral e simétrica), pápulas, 
prurido concentrado na região próxima à cauda. 
 
DERMATITE POR CONTATO 
É mais rara e normalmente se manifesta na região local. Causada por agentes químicos 
de alto peso molecular, que conseguem penetrar na pele e gerar uma resposta celular 
mediada por linfócitos T. Podem ser produtos de limpeza, tapetes, comedouros de 
plástico, desencadeando uma lesão apenas na área em que o cão entrou em contato. 
Sinais clínicos: normalmente a distribuição das lesões é focal. 
 
TRATAMENTO 
▪ Shampoos queratolíticos, que diminuem a descamação, a base de peróxido de 
benzoíla 
▪ Glicocorticoides, com efeitos adversos como imunossupressão, 
hiperadrenocorticismo iatrogênico, contraindicado para pacientes diabéticos 
▪ Anti-histamínicos, por serem antipurigênicos e seus efeitos colaterais são 
mínimos (hidroxizina, loratadina, desloratadina, ciclosporina 5 mg\kg 
(imunomodulador e efeito antialérgico), 
▪ Ácidos graxos poli-insaturados, que são antiprurigênicos e antiinflamatórios 
naturais. Ajuda a combater a seborreia seca (ômega 3 e 6). 
▪ Eritromicina, antibiótico com ação antiprurigênica 
▪ Imunoterapia

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