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PROJETO DE ESTAGIO -

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
DENICLEY SILVA DOS SANTOS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PROJETO PRÁTICO
 CARLOS CAGAS
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
DENICLEY SILVA DOS SANTOS
PROJETO PRÁTICO
 DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio Supervisionado, do Centro Universitário FAVENI, no Curso de 2ª LICENCIATURA EM ARTES, como pré-requisito para aprovação.
 
CARLOS CHAGAS 
2020
PROJETO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO (ARTE NOS MUROS DA ESCOLA) 
RESUMO-
Este projeto tem por finalidade explorar a arte do grafite no ensino da arte em sala de aula, a disciplina de Artes permite a contextualização de várias temáticas sociais através de diferentes vertentes artísticas. O grafite enquanto arte se expressa como uma manifestação social, sendo que a sua origem remonta o período de 1970, tendo como espaço de sua manifestação a rua. Trabalhar o grafite no espaço escolar oportuniza aos alunos desconstruírem preconceitos quanto à identidade dos sujeitos das periferias, local onde geralmente este tipo de arte é mais perceptível, também favorecem contextualizarem a sua própria realidade através da manifestação impressa em seus desenhos. Ao trabalhar grafite em sala de aula é necessário que o professor primeiramente desconstrua estereótipos que muitas vezes ele mesmo apresenta em relação a este tipo de arte. Este projeto apresenta o grafite como uma ferramenta importante para o ensino de arte nas escolas, e também para a promoção de atividades práticas entre os alunos e como forma de expressão de sentimentos relacionados a questões sociais, culturais. 
PALAVRAS-CHAVE: Arte. Grafite. Ensino. Escola. 
			
	
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	6
2.	DESENVOLVIMENTO	7
2.1 O DESENHO DO GRAFITE COMO UM GRANDE ALIADO NO ENSINO DA ARTE NO ESPAÇO ESCOLAR	7
2.2 O Desenho do Grafitti 	8
2.3 O Grafite no ensino da arte	8
2.4 O Grafite no espaço escolar	9
3.	RELATO DE ESTUDO	11
3.1 Desenvolvimento do projeto .......................................................................................................... 11
4.	CONCLUSÃO	11
REFERÊNCIAS	12
			
	
1. INTRODUÇÃO
A proposta deste projeto é a de explorar a arte grafite como aliado no ensino da arte dentro da escola. O grafite foi por muito tempo considerado um assunto irrelevante ou simples contravenção, no entanto, hoje em dia ele é considerado uma forma de expressão dentro das artes visuais, em especial, da arte urbana. O desenho do grafite é uma forma de manifestação artística em espaços públicos. A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. 
O enfoque deste projeto é demonstrar o grafite como aliado no ensino, sendo o grafite uma linguagem privilegiada de comunicação, as obras de arte podem ser apreciadas diariamente e são em sua maioria exposições/obras realizadas em espaços públicos que atingem todas as faixas etárias, classes sociais e culturais, e têm como um dos principais objetivos, externarem sua opinião, visão e até mesmo sentimentos.
A arte deve acontecer como construção, conhecimento e reflexão. Muitas vezes, o contato com bens artísticos e culturais se dará exclusivamente pela escola, principalmente para as classes menos favorecidas, e isso faz da escola um local privilegiado de aquisição de conhecimento, o grafite é linguagem estimuladora e potencializadora de aprendizagens significativas, impulsionando saberes mais democráticos e abertos à diversidade. O trabalho com grafite oferece ao estudante uma oportunidade de criar uma obra de arte que posteriormente poderá ser vista por outras pessoas, além de desenvolver capacidades individuais e coletivas através da reflexão, do pesquisar, do pensar, do conviver e do aprender.
O grafitismo deve ser trabalhado como forma de expressão de sentimentos, dentro de um contexto social e cultural. Ao desenhar, o educando encontra na arte a possibilidade de comunicação, transformação e criação e expressa-se através de sentimentos. Assim sendo, o arte-educador deve incentivar a criatividade dos educandos através de atividades práticas e do contato com diferentes técnicas artísticas, para que eles compreendam a importância dos sentimentos da arte.
O projeto traz a oportunidade de  levar o grafite para dentro da sala de aula e espera-se que o aluno posso desenvolver sua criatividade, aumentar sua sensibilidade através da capacidade de observação e percepção da realidade e que possam acima de tudo expressar suas emoções. 
O grafite como ferramenta de ensino da arte, visa trabalhar o respeito, a cooperação e solidariedade, além de pintar muros e novos métodos de desenho, os alunos aprendem sobre teoria das cores, geometria, matemática, física, química e inglês. A proposta é mostrar caminhos, incentivar o aprendizado pela arte trabalhada dentro da sala de aula, aproximar os alunos do universo artístico e da escola, para que se ocorra a formação cidadãos capazes de apreciar a arte, a cultura, desenvolverem o espirito crítico e renovarem os valores sociais e culturais. 
O projeto se desenvolve de inicio dentro da sala, com a apresentação da proposta através de slides, vídeos e material impresso, nas etapa seguinte os alunos realizaram releitura, pesquisas e relatórios. Para finalização do projeto será realizada a pintura do grafite na escola, onde será solicitado a direção a restauração dos muros e paredes da escola que estejam com a pintura danificada.
Em relação aos procedimentos utilizados para desenvolver o projeto fez-se uma pesquisa bibliográfica, onde apresenta o grafite como uma ferramenta com possibilidades de apoio artístico pedagógico de produções artísticas no ambiente escolar. Podendo reforçar a aprendizagem e o ensino da arte de maneira lúdica, inovadora e divertida, buscando desenvolver experiências com alunos do ensino fundamental dos anos finais no sentido de despertar suas potencialidades artísticas. Nesse sentido podemos compreender que a arte visual do grafite torna-se essencial dentro do ensino da arte-educação, pois promove a capacitação dos alunos no tocante a fazê-los compreenderem a importância e o valor da arte como algo que vai além da simples expressividade e representação da realidade; que transcende esses conceitos e os potencialize para que sejam capazes de funcionarem como componentes de libertação e de transformação sociais e culturais.
 
2. desenvolviento 
2.1 O DESENHO DO GRAFITE COMO UM GRANDE ALIADO NO ENSINO DA ARTE no espaço escolar
Para realização desta proposta fez-se uma pesquisa bibliográfica, antes mesmo de entrar no universo grafite, foi importante para melhor aprofundamento e conhecimento sobre as diversas perspectivas desse movimento. A partir deste material elaborou-se uma proposta de intervenção, a ser implementada nas turmas do ensino fundamental dos anos finais.
Dentro do contexto da arte contemporânea, o grafite teve origem em Nova York, Estados Unidos, durante a década de 1970, quando alguns jovens passaram a fazer inscrições nos muros da cidade, que posteriormente evoluíram com desenhos e técnicas. Como elemento cultural e social, começou a ganhar forças e difundir-se pelo mundo. Intervenções nos metrôs de Nova Iorque são os locais de ponto de partida para as obras poético-políticas ligadas às lutas, e do movimento de contracultura (hip-hop. O grafite hoje é objeto de estudo em diferentes áreas de pesquisa brasileiras. Os grafiteiros brasileiros têm muito que relatar: a falta de trabalho, habitação, saúde, educação, segurança, etc. São temas pertinentes que se traduzem desde a violência até tentativas menos drásticas de interferir no sistema, nas cidades, com o objetivo de modifica-lo. “A arte sempre será o reflexo social de um povo” (Gitahy,1999 p.23). 
2.2 O Desenho do Grafitti 
O grafite é uma forma de arte urbana caracterizada por obras de arte coloridas que apresentam temas atuais capazes de instigar à curiosidade de quem as aprecia ao mesmotempo em que estimula a reflexão. Suas manifestações artísticas ocorrem em espaços públicos, em muros e paredes, e o principal objetivo dessas obras de arte é expor uma opinião ou visão sobre um determinado assunto de cunho social, político ou cultural. Por esse motivo, a arte do grafite é considerada uma linguagem privilegiada de comunicação, uma vez que não restringe seu público, ao contrário, suas obras estão expostas em espaços públicos e qualquer indivíduo, independente de sua classe social, posição ideológica ou idade pode apreciá-las (BUBLITZ; KREISCH, 2015). Alguns pesquisadores, como Gitahy (1999), consideram que o grafite remonta às pinturas pré-históricas, associando a representatividade da vivência dos atores sociais e das formas de produção dele às pinturas rupestres. Atrelado a essa perspectiva, Gitahy (1999, p. 11-12) afirma: “[...] Aquelas pinturas rupestres são os primeiros exemplos de grafite que encontramos na história da arte. Elas representam animais, caçadores e símbolos, muitos dos quais são enigmas para os arqueólogos [...]”. Tenho aqui a pretensão de focar em outra perspectiva, na qual compreendo a manifestação do grafite estritamente ligada à produção de um texto multissemiótico (SOUZA, 2011), sobretudo ligado à zona urbana. No que se refere à representação feita pelos homens da Pré-história, nos muros das cavernas, esses se valiam de simbologias e desenhos, mas não possuíam um alfabeto padronizado para, de fato, escreverem textos. Assim, aliando-me à posição de Sampaio (2006), entendo que:
[...] temos o início do ato de grafitar na Grécia antiga, que se populariza ainda mais posteriormente, quando permaneceu sob o domínio romano. Raros registros físicos sobreviveram dada a efemeridade do ato, mas graças à fossilização imediata de Pompeia no ano de 79 d.C., com a erupção do monte Vesúvio, não apenas utensílios domésticos, mobiliário e pessoas foram preservadas para pesquisa. Inúmeras inscrições parietais sobreviveram e seus registros demonstram que, provavelmente, essa era uma prática comum no Império e que era o veículo mais utilizado para exercitar a crítica e a insatisfação social. (SAMPAIO, 2006, p.16)
Para Furtado (2012, p.219), o grafite é “uma atividade social, histórica, livre, criativa, auto criativa, por meio da qual o ser humano cria e transforma o seu mundo e a si mesmo. ” E de acordo com Henckemaier (2016, p.150), “o grafite é uma linguagem que instiga, desafia, possibilita o diálogo com a comunidade, tanto escolar como a do seu entorno. ”. Além disso, ele é capaz de agregar conteúdo artístico e poético, dentro de um contexto contemporâneo, através da arte produzida em paredes e muros. A arte do grafite apresenta uma natureza criativa e um potencial pedagógico, por abranger diversos assuntos e possuir capacidade de crítica social. É uma arte capaz resgatar a cultura, sem distinção de classes. Ela valoriza espaços públicos, transformando-os, embelezando-os e humanizando-os, dando a eles um novo propósito, o de arte reflexiva (MOURA et al., 2015)
A arte contemporânea conquista cada vez mais novos públicos de diferentes culturas, e dessa forma garante o seu espaço. Silveira (2011, p. 4) ressalta que: “A arte está presente na vida das pessoas desde o início da humanidade como forma de comunicação e expressão”. De acordo com os interesses da sociedade e de suas culturas, essa arte foi sendo transformada e atualmente é considerada uma das mais valiosas formas de expressão.
Segundo Carvalho e Vieira (2012, p. 49), “antes mesmo de saber escrever, o homem expressou e interpretou o mundo em que vivia pela linguagem da arte”. E de acordo com Fischer (1976, p. 13) “a arte é o meio indispensável para essa união do indivíduo com o todo; reflete a infinita capacidade humana para a associação, para a circulação de experiências e ideias”.
O grafite é uma forma de linguagem que busca revitalizar espaços e criar territórios alternativos, ele é capaz ressignificar coisas pré-existentes. Logo, pode ser considerado uma ferramenta educacional interdisciplinar, capaz de instaurar o diálogo e transformar um ambiente em território criativo (SEVERINO, 1996; ANDRADE, 2002).
2.3 O Grafite no ensino da arte
A arte de se expressar vai além do simples falar, escrever, cantar, atuar e desenhar. Com a finalidade de compreender as potencialidades educativas da arte grafite na concepção de educação, devemos de início ressaltar que as práticas da arte grafite já carrega consigo o caráter educativo. Tanto na sociedade, quanto inserido no espaço escolar. Sendo o grafite uma escrita urbana, permeada de críticas sociais e consciência coletiva, a sua inserção no contexto educacional possibilita transformar essa arte de rua em um elemento catalisador dos problemas sociais que permeiam o contexto vivencial dos educandos. Pode considerar o grafite como uma possibilidade didática transversal do currículo, colaborando para a realização de uma pedagogia transformadora. O grafitismo deve ser trabalhado como forma de expressão de sentimentos, dentro de um contexto social e cultural. Ao desenhar, o educando encontra na arte a possibilidade de comunicação, transformação e criação e expressa-se através de sentimentos. Assim sendo, o arte-educador deve incentivar a criatividade dos educandos através de atividades práticas e do contato com diferentes técnicas artísticas, para que eles compreendam a importância dos sentimentos da arte.
Por meio da Arte é possível desenvolver a percepção e a imaginação, aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica, permitindo ao indivíduo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de maneira a mudar a realidade que foi analisada (BARBOSA, 2003, p.18).
Dessa forma, a busca da arte deve acontecer como construção, conhecimento e reflexão. E o fazer artístico deve ser praticado na sala de aula, de maneira que o aluno tenha contato com a prática artística (HENCKEMAIER, 2016). FREITAS, destaca que:
Arte como conhecimento, como a mais importante concentração de todos os processos biológicos e sociais do indivíduo na sociedade, como meio de equilibrar o homem com o mundo nos momentos mais críticos e responsáveis da vida; como motivo de transformação do homem e consequentemente da sociedade. É esta transformação pela arte que busco alcançar [...], pois considero que a aprendizagem artística envolve um conjunto de diferentes tipos de conhecimento que visam à criação de significações, exercitando fundamentalmente a constante possibilidade de transformação do ser humano (FREITAS, 2006, p.35)
Muitas vezes, o contato com bens artísticos e culturais se dará exclusivamente pela escola, principalmente para as classes menos favorecidas, e isso faz da escola um local privilegiado de aquisição de conhecimento. O exercício da arte no espaço escolar possibilita significativamente o objetivo do conhecimento e das relações entre sujeito e sociedade, enquanto a experimentação de novos desafios na aprendizagem, promovendo a curiosidade e o conhecimento como fontes integradas de informação, legitimando o ensino da arte na escola.
2.4 O Grafite no espaço escolar
Ao possibilitar o uso do grafite nas escolas, os muros e outros espaços, já marcados na própria estrutura física pelo tempo, passam a ser marcados também com histórias, vivências e particularidades de quem lá estava todos os dias. E se o tempo é mesmo regulado socialmente, capaz de inscrever as linhas da história de cada um, é com pincéis e sprays que os estudantes tomam conta do próprio destino e, no ato criativo, remarcaram o muro pelas cicatrizes do tempo escrevendo suas próprias histórias. 
No contexto escolar o grafite deve ser trabalhado com os alunos de forma a demonstrar a diferenciação entre a arte expressa neste tipo de desenho, desconstruindo-se o imaginário popular sobre este tipo de manifestação artística. Para Lazzarin (2007) o grafite deve ser contextualizado em sala de aula a partir do conjunto de significações que lhe dá sustentação considerando as identidades expressas nesta arte.
Oensino de Arte não dá conta das práticas artísticas contemporâneas exatamente porque assume o discurso da arte de museu. A barbárie da rua figura a complexidade da vida contemporânea, dos múltiplos modos de vida que se entrechocam e se superpõem a todo momento, e de manifestações artísticas que ultrapassam o modelo de arte oficial que a escola insiste em reproduzir. Tal modelo baseia-se em um ideal romântico de perfeição técnica e de celebração do grande gênio e de suas obras. Da forma como foi entendida pela Educação, a ideia de talento ajudou enormemente a afastar as pessoas da possibilidade de viver experiências criadoras. Se o ensino de Arte se propõe a ser fundamental no desenvolvimento do estudante, deve repensar a ideia de talento. É preciso, pois, ter em mente as inúmeras formas de experiência que diferentes grupos consideram como arte, como processos criativos, e não apenas a reprodução de um repertório ideologicamente determinado. (LAZZARIN, 2007, p.69).
Atualmente o grafite é considerado uma arte de rua e esta transposição deve ser realizada na sala de aula através da contextualização dos artistas e das obras expostas no espaço urbano. 
Vale destacar que o ensino de Arte no contexto atual das escolas é em sua grande maioria entendida como mera proposição de atividades artísticas, muitas vezes desconectadas de um projeto coletivo de educação escolar. No entanto, a Arte no ambiente escolar está aquém da construção de atividades aleatórias e artísticas utilizadas como passatempo para o aluno, ela objetiva construir no discente um pensamento histórico crítico, possibilitando ao aluno o desenvolvimento dos três eixos norteadores: produzir, apreciar e contextualizar. Para tanto, Barbosa (2008, p. 14), afirma que “somente a ação inteligente e empática do professor pode tornar a Arte ingrediente essencial para favorecer o crescimento individual e o comportamento de cidadão como fruidor de cultura e conhecedor de sua própria nação”.
 Portanto, o professor deve envolver o aluno em seu universo, exercitar a criatividade, estimular o pensamento crítico, tornar o ensino prazeroso, estimular a capacidade criadora, conscientizá-lo como agente transformador da sociedade. Nessa perspectiva, Ana Mae (2008, p. 82) diz que “a arte não pode se tornar algo sem vida, mecânico, como tem ocorrido com o que ensinamos em todos os níveis de educação”. Portanto, o professor é o instrumento principal para as transformações no Ensino de arte, ele é o diferencial, o colaborador para a eficácia do bom aproveitamento dos conteúdos.
A sala de aula caracteriza-se como um espaço para se confrontar teoria e prática, não só de correntes pedagógicas, mas também de estudos das mais variadas ciências e artes. Assim sendo, a instituição de ensino é responsável por inserir os estudantes em novas realidades que lhes permitam compreender o mundo à sua volta. No âmbito da educação em arte na contemporaneidade, é importante levar em consideração a construção do conhecimento, a partir das experiências dos estudantes. Nesse sentido, a utilização do grafite em sala de aula funciona como uma forma de expressão que valoriza e enriquece o espaço e que permite a criatividade dos alunos. O trabalho com grafite oferece ao estudante uma oportunidade de criar uma obra de arte que posteriormente poderá ser vista por outras pessoas, além de desenvolver capacidades individuais e coletivas através da reflexão, do pesquisar, do pensar, do conviver e do aprender.
Esta educação construída à luz de instrumentos como o grafite estimula a sensibilidade estética e o sentido de pertença sobre o lugar onde as pessoas vivem, gerando, concomitantemente, um sentimento planetário de pertencimento à Terra enquanto a nossa grande morada (MOURA et al., 2015, p.161).
Embora a disciplina em questão seja a Arte, é importante que exista uma comunicação com outras disciplinas e com diferentes áreas do saber cultural e tecnológico, uma vez que os elementos da arte devem ser pensados em toda a sua contextualização, mesmo antes de sofrer uma análise puramente estética. Ao possibilitar o uso do grafite nas escolas, os muros e outros espaços, já marcados na própria estrutura física pelo tempo, passam a ser marcados também com histórias, vivências e particularidades de quem lá estava todos os dias.
Nesse sentido, a disciplina de Arte deve promover na sala de aula uma reflexão sobre o grafite como manifestação artística, sociológica e filosófica. O aluno mediante as definições sobre grafite, tem que ser levado a construir argumentação e conhecimento sobre o tema. Por isso, nota-se que não é mais possível a escola deixar essa manifestação social fora das discussões e dos estudos. Dessa forma, é importante ressaltar que sem a nova arte não haverá o novo homem (VIGOTSKI, p.329). O grafite pode passar pelos muros, mas ficará gravado em forma de experiência e na bagagem cultural de quem foi protagonista, presenciou, participou e viveu a experiência.
3 RELATO DE ESTUDO
3.1 Desenvolvimento do Projeto 
Para introdução ao tema Grafite inicialmente será disponibilizado aos alunos material em forma de slides a respeito do percurso histórico do tema até a atualidade, demonstrando em cada época retratada figuras e obras de renomados artistas que representam este movimento. Após trabalhar-se a parte teórica os alunos selecionaram uma das obras mostradas para realizarem uma releitura da mesma. 
Na primeira etapa os alunos vão realizar uma atividade utilizando folhas A4 ampliadas e os alunos realizaram a releitura utilizando tinta guache, lápis e canetinha. 
Na segunda etapa de será abordado a questão: Grafite X Preconceito, será apresentado aos alunos vídeos documentários sobre grafiteiros de renome internacional e também várias obras dos grafiteiros brasileiros chamados Os Gêmeos, demonstrando como aos poucos a arte de rua tem sido ampliada para outros espaços como museus e galerias de arte. Para complementar esta etapa será trabalhado o conceito de Grafite como Intervenção Visual Urbana.
Na etapa seguinte será proposto de início um estudo propriamente dito sobre o suporte nas artes visuais desde a Pré-história até a contemporaneidade. Sendo proposto que os alunos, em duplas, façam uma análise comparativa entre as obras (sempre considerando o período em que foram realizadas): da pintura rupestre, passando-se pela arte egípcia, cristã, pelo muralismo mexicano, finalizando tal investigação com um grafite de Basquiat e também com a leitura de um grafite atual. Para essa atividade os alunos faram um relatório dessa análise no caderno.
A etapa final será realizada a pintura do grafite na escola, onde será solicitado a direção a restauração dos muros e paredes da escola que estejam com a pintura danificada. Inicialmente o aluno vai criar um esboço em sulfite com tema livre e o professor vai auxiliando durante essas etapas para que eles possam ter ideia da dimensão e da proporção do trabalho. As turmas serão dividas assim como os muros e paredes, a pintura será realizada no contra turno. Munidos de todo o material necessário, os alunos participantes irão realizar um grafite nos muros da Escola com supervisão e auxílio, tendo temas elaborados por todos, em que contará muito a criatividade e o envolvimento de todos.
1. CONCLUSÃO
O projeto tem como um dos objetivos principais esclarecer a ideia que se tem do grafite, mostrando as diversas potencialidades educativas da arte grafite. Para isso se fez necessário um levantamento bibliográfico de várias ideias pertinentes que contribuíssem para a construção do projeto de estagio supervisionado, e que sustentassem a concepção apresentada de que o grafite é um grande aliando no ensino da arte no espaço escolar. 
Primeiramente foi feita uma abordagem sobre o grafite, seguido apresentou-se o grafitismo como forma de expressão da arte. Por fim foi feita uma abordagem da arte do grafite sob o ponto de vista educacional e como é importante a sua inserção no espaço escolar.
 Ademais, a arte do grafite apresenta grande potencial pedagógico, uma vez que setrata de uma forma de comunicação e expressão que estimula a reflexão. O grafite também pode ser usado com uma ferramenta interdisciplinar, pois promove um diálogo entre os diferentes saberes. Além disso, o grafite desperta a atenção de crianças e jovens. Por impulsionar saberes mais democráticos e abertos à diversidade, o grafite pode ser usado como forma de socialização, o grafite tem muito para crescer em sua metodologia, o processo é contínuo. Acredita-se que muitos alunos possuem competência para serem atuantes artisticamente e até podendo ser futuros educadores artísticos e articuladores culturais.
As atividades propostas neste projeto de estagio têm como meta principal levar os jovens a enxergar o espaço da escola com outros olhos, que estes percebam seu valor em suas vidas e passem a sentir orgulho de estar na escola e procurem respeitar seu patrimônio, pois é de todos, do corpo docente, discente e de toda a comunidade local. Para atingir este propósito propõe o grafite como uma linguagem atual e de fácil entendimento para a juventude.
REFERÊNCIAS
MEIRA, B. et al. Mosaico arte. São Paulo: Scipione,2019. 
CAVA, Laura Celia.S. Ensino de Arte e música. Londrina. Casa de Ideias. 2014.
LAZZARIN, L.F. Grafite e o ensino de arte. Educação & Sociedade, 32(1), jan.-jun., 2007. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/6660. Acesso em 12 de julho de 2020
ARCE, Pricilina. O que o grafite pode ensinar a uma escola. Nova escola gestão, 2018. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1939/o-dia-em-que-os-grafiteiros-voltaram-a-escola/. Acesso em: 16 de out. 2020.

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