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Princípio da Inerência do Risco

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Princípio da Inerência do Risco 
O risco é inerente a qualquer atividade empresarial. A prosperidade ou o fracasso da empresa estão sempre sujeitos a determinada margem aleatória; não dependem de fatores inteiramente controláveis e antecipáveis pelo empresário. A crise pode sobrevir à empresa, mesmo nos casos em que o empresário e o administrador agiram em cumprimento à lei e aos seus deveres, e não tomaram nenhuma decisão precipitada, equivocada ou irregular.
A inerência do risco da empresa, esclareça-se, não pode servir de escusa para o empresário furtar-se às suas responsabilidades. Trata-se, ao contrário, de princípio informador da interpretação das normas jurídicas aplicáveis à crise da empresa, inclusive no circunscrever do exato âmbito de incidência das normas sancionadoras da falência fraudulenta ou criminosa.
Pelo princípio da inerência do risco a qualquer atividade empresarial, reconhece-se que a crise pode sobrevir à empresa mesmo nos casos em que o empresário e o administrador agiram em cumprimento à lei e aos seus deveres, e não tomaram nenhuma decisão precipitada, equivocada ou irregular.
Este princípio embasa, também, o instituto da recuperação judicial. Sempre que um empresário lança mão deste recurso, é inevitável que seus credores e toda a coletividade suportem os respectivos “custos”. Os credores os suportam diretamente, na medida em que o plano de reorganização estabeleça redução de seu crédito ou dilação do prazo de pagamentos. A coletividade suporta os “custos” indiretamente, porque os empresários, em geral, para se preservarem das consequências da recuperação judicial de alguns de seus devedores, com o tempo, passam a acrescer aos preços de seus produtos ou serviços uma taxa de risco associada a esta eventualidade.
O princípio da inerência do risco é legal, especial e implícito. 
Referência: Coelho, Fábio Ulhoa Curso de direito comercial, volume 1 : direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. — 16. ed. — São Paulo: Saraiva, 2012

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