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NOTA DO AUTOR 
Esse trabalho foi produzido com o intuito de ajudar aqueles que 
buscam uma aprovação no concurso militar da ESA em 2020, por 
isso esse material foi produzido baseado no edital lançado pela 
banca organizadora do concurso. Vale lembrar que o material 
produzido é um resumo de toda a matéria, sabendo que a história do 
país é enorme e não caberia compartilhar toda nessa pequena 
apostila. Pensando nisso, estamos disponibilizando nosso e-mail que 
servirá para disponibilizar mais materiais além de tirar dúvidas sobre 
qualquer assunto. 
 
HISTORIAPARACONCURSOMILITAR@GMAIL.COM 
POR: MATHEUS DA SILVA ASSUNÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:HISTORIAPARACONCURSOMILITAR@GMAIL.COM
Material Programado 
1. Expansão marítima e a descoberta do Brasil. 
2. Os povos nativos americanos e o estabelecimento da colônia. 
3. Conflitos da Colônia. 
4. Chegada da família real até a Independência. 
5. Primeiro Reinado e Período Regencial. 
6. Segundo Reinado e a Crise da monarquia. 
7. Brasil República. 
 
1. EXPANSÃO MARÍTIMA E A 
DESCOBERTA 
DO BRASIL 
1.1 – Navegações Portuguesas: 
A descoberta do Brasil, se entrelaça com a 
ambição da Igreja Católica em reunir mais fiéis. 
Assim como o papado buscava meios de conter 
o avanço do protestantismo, o rei Manuel I, 
dando continuidade aos esforços de seus 
antecessores, financiava projetos marítimos 
como fuga da crise demográfica que a Europa 
enfrentava desde o século XV. Os espaços e a 
comida não eram mais suficientes para a 
população, mas o maior problema era que as 
riquezas estavam acumuladas nas mãos de 
poucos homens. A pobreza tomava de conta dos 
espaços urbanos nas metrópoles, homens não 
tinha onde trabalhar e viviam perambulando 
pelas ruas, muitos entravam na vida do crime 
alegando ser a única forma de conseguir 
sustentar a família. Com promessas de riquezas 
no novo continente, esses desempregados 
buscaram os navegantes para partir ao mar em 
busca de uma nova vida. 
O continente americano sempre foi alvo de 
fascínio e desejo dos europeus, era a nova Terra 
Prometida descrita na bíblia. Faoro em seu livro 
Os Donos do Poder escreve que “este clichê 
inspirou o plano da colonização, com dois 
impulsos: o governamental, ao dar saída e 
ajustar um leito às camadas excêntricas ao 
enriquecimento das navegações; e o popular, de 
acolhimento às promessas de uma vida nova, 
honrada, de ascensão social”. Com esse desejo 
temos um desvio das Índias para a América. 
Com a rota de especiarias já bem consolidada 
nas Índias, os portugueses buscavam por ouro e 
prata, que estavam com valor de mercado 
altíssimos. 
O comércio com as Índias tinha até então 
um público bem específico, os navegantes eram 
homens experientes e renomados na alta 
sociedade europeia. Para a classe de baixo, 
aqueles pobres e desempregados, a América era 
o paraíso, o local de fuga dos sonhos. 
1.2 – O Descobrimento: 
Em 1500 aproximadamente 1200 homens 
em 13 embarcações, liderados por Cabral, 
chegaram às terras da América, eram os 
representantes do sonho europeu em encontrar 
o paraíso. Os resultados não fugiram às 
expectativas e encontraram a “terra que emana 
leite e mel” assim como fora prometida a 
Moisés. 
Para os homens comuns a terra era perfeita, 
como eles sonhavam, mas para a coroa 
portuguesa foi um fracasso total. Não 
encontraram o ouro nem a prata que tanto 
procuravam, logo a terra não tinha proveito. 
Abandonaram o território, mantendo apenas 
alguns poucos homens para continuar o 
comércio do pau-brasil, uma árvore da qual se 
extraia a brasilina, usada para tingir tecidos. 
Apenas 30 anos depois a coroa Portuguesa, 
comandada agora por D. João III, retornaram 
sua atenção para as terras brasileiras. Com o 
declínio do comércio de especiarias, ameaçados 
pela invasão francesa na colônia e com medo de 
perder o território, o Rei envia Martin Afonso 
de Sousa para dar início ao processo de 
povoamento. Martin Afonso logo funda a vila 
de São Vicente e cria o Engenho do 
Governador, que dava início a nova forma 
econômica brasileira. Tivemos então a 
fundação de vilas e o povoamento do território 
brasileiro. 
 
2. OS POVOS NATIVOS AMERICANOS 
E O ESTABELECIMENTO DA COLÔNIA 
2.1 – A População Nativa: 
Por volta de 1500, existiam cerca de 8,5 
milhões de habitantes, com aproximadamente 
170 línguas faladas distribuídas em quatro 
grandes troncos linguísticos: tupi-guarani, jê, 
caribe e aruaque. De acordo com indícios 
recentes, esses povos chegaram aqui por volta 
de 30 mil anos por duas rotas, a primeira 
percorrendo toda a América partindo do Norte, 
a segunda rota pelo Oceano Pacífico. Quase 
todos viviam em aldeias autônomas. Sempre 
que atingia um número grande, a tribo se 
dividia e seguiam caminhos distintos. 
Diferente do que muitos pesam sobre as 
tribos primitivas, elas não possuíam apenas um 
sistema econômico de subsistência, ou seja, 
uma produção restrita aos mínimos vitais. Esse 
pensamento foi presente até o século XX por 
economistas e historiadores, quando estudos 
mostraram que os Tupi-Guarani eram capazes 
de produzir excedentes. Apesar dessa produção 
de bens, os Tupi-Guarani adotaram um modelo 
peculiar para conciliar a abundancia e a 
igualdade social. Todos os esforços da tribo se 
voltavam primeiramente para uma distribuição 
igualitária, onde todos os membros 
desfrutavam de forma igual dos bens 
produzidos, em vez de ampliar a produção 
gerando riqueza nas mãos de poucos membros. 
A produção era no âmbito familiar, 
obedecendo normas rígidas de separação de 
tarefas. Essa divisão de tarefas seguia o padrão 
sexual, onde o homem era o provedor, 
responsável pela derrubada das matas para 
criação de roças e da caça. A mulher, mesmo 
subjugada pelos homens da tribo, exercia o 
trabalho mais importante para a sobrevivência, 
era a responsável pelo plantio e colheita nas 
roças, também era a responsável pelo preparo 
dos alimentos, assim controlavam a 
distribuição da comida e definiam a quantidade 
de alimento consumido, o que definia se um 
guerreiro conseguiria êxito nas batalhas, pois 
um homem pouco alimentado não teria força 
suficiente para as inúmeras batalhas que 
ocorriam. 
Num âmbito social, a divisão sexual 
subjugava ainda mais a mulher. A mãe é 
considerada apenas um veículo de geração de 
vidas, uma espécie de receptáculo. O pai era 
considerado o único genitor, a mulher não 
exercia papel nesse trabalho. 
O convívio das famílias também era algo 
peculiar, as mulheres eram objetos fixos dentro 
da oca. Na hora do casamento o homem saia de 
sua oca e procurava uma mulher dentro das 
demais ocas, e ali permanecia enquanto o 
matrimonio se mantivesse. Os filhos homens 
permanecem em seus lares de origem apenas 
durante a infância, ao atingir a fase adulta são 
obrigados a sair e procurar mulher e uma nova 
casa. Nesse quesito vemos mais uma vez a 
importância do papel feminino na tribo. A 
geração de filhos homens significava o aumento 
das forças militares, no entanto, diferente de 
outras tribos pelo mundo, a geração de filhas 
mulheres também significava força, pois 
homens de outras tribos podiam vir e toma-las 
por esposa ficando dentro da tribo. Famílias que 
geravam muitas mulheres muitas vezes se 
tornavam mais fortes pelas alianças com 
homens de tribos diferentes. 
Haviam duas exceções para essa 
organização familiar: os momentos de guerra e 
os momentos de vivência religiosa. A guerra era 
uma ocasião constante nas tribos, devido à 
condição nômade as tribos viviam se 
deslocando pela mata em busca de terras férteis. 
O encontro com outras tribos que tinham o 
mesmo objetivo era inevitável, e o conflito pela 
terra ocorria. Além de cuidar da caça, os 
homens precisavam se manter em forma e 
treinados para as batalhas, e no período de 
guerra não possuíam tempo para a produção de 
alimentos, o que exigia umplanejamento para 
preservar alimentos enquanto durasse a guerra. 
Isso implicava mudanças na forma de governo. 
Sempre que viam a possibilidade de guerra, um 
membro do grupo subia no papel hierárquico e 
nomeado chefe. Durante as guerras esse chefe 
acumulava os poderes de comando na tribo, 
distribuía os papeis e era obedecido por todos. 
O chefe também era encarregado de controlar o 
armazenamento de alimentos e fazer a 
distribuição conforme as necessidades. Quando 
a guerra acabava, os membros não mais deviam 
obediência, e o chefe retornava para seu papel 
comum como membro da tribo, executando as 
mesmas tarefas dos demais. 
A vida religiosa dessa tribo, se mantinha 
em pleno contato com suas divindades. Alguns 
homens que demonstravam vocação desde a 
infância eram treinados tanto para viajar pelo 
mundo divino como para relatar essas viagens a 
toda a aldeia. A distribuição dessas histórias era 
feita através de cantos, os pajés iam 
percorrendo toda a aldeia cantando o que havia 
visto no plano divino, trazendo também as 
mensagens das divindades que lá habitavam. 
Nos dias seguintes aos rituais religiosos, os 
pajés trabalhavam como outro qualquer na 
maior parte dos dias. Eles também tinham o 
papel de distribuição do excedente nos períodos 
de paz. Os pajés organizavam grandes rituais 
mobilizando todo o grupo. Havia também o 
convite para as tribos aliadas participarem da 
distribuição. Nas festas de guerras o processo 
era semelhante. Haviam casos específicos que 
ambas as festas ocorriam ao mesmo tempo: o 
sacrifício de prisioneiros de guerra. Esses 
prisioneiros eram cozidos e ingeridos pelos 
guerreiros da tribo, o ritual conhecido por 
antropofagia. Os Tupi-Guarani acreditavam 
que ingerindo o guerreiro, suas capacidades 
eram adquiridas, como a força, destreza com 
arma e coragem. Terminado o ritual, a 
autoridade do pajé era dissolvida e a tribo 
retornava para seu cotidiano de trabalho. 
2.2 – Governo Português: 
A partir de 1500 os índios passaram a ter 
um contato maior com forasteiros que 
apareciam em grandes embarcações nas baías, 
onde se reabasteciam de água e mantimentos, e 
em troca das cargas levadas, deixavam objetos 
e também pessoas. Muitos terminavam mortos, 
mas os sobreviventes cuja história acabou 
sendo registrada tiveram quase sempre o 
mesmo destino, criaram relações com os grupos 
Tupi-Guarani. Até então, em todos os contatos 
com outras tribos só conseguiram a relação de 
guerra. Isso se deve à tradição dos Tupi-
Guaranis, que já utilizavam do casamento como 
forma de aliança. Cerca de 300 europeus 
receberam 300 mulheres tupiniquins em 
casamento, foi estabelecido aqui uma aliança 
pelas regras matrimoniais. 
As relações com os demais grupos nativos 
foram de guerras, e muitos dos europeus 
acabaram se tornando cativos. Os mais 
corajosos e considerados fortes pelos chefes de 
tribos, foram mortos e tiveram seus corpos 
ingeridos em banquetes rituais, muitas vezes 
em destas que reuniam vários grupos. Os 
sobreviventes se salvaram pelo medo, um 
covarde sem honra transmitiria a covardia aos 
que ingerissem sua carne. 
A aliança gerou benefícios para os dois 
lados. Os europeus descobriram que a relação 
poderia gerar lucros altos com vários objetos, 
entre se destacou o pau-brasil. Logo se formou 
uma relação de troca. 
Os Tupis viram nos utensílios de ferro uma 
forma de avanço tecnológico até então 
inalcançável. Como desconheciam a 
metalúrgica, os Tupi apreciaram muito os 
machados de ferro, com os quais derrubavam 
árvores em um décimo de tempo do que faziam 
com ferramentas de pedra. Esses utensílios para 
os nativos valiam muito pelo que poupavam 
trabalho e o poder que concediam. A principal 
tarefa do homem era desbravar a selva 
derrubando árvores, criando espaço para a tribo 
e principalmente para a agricultura. A abertura 
de uma roça exigia que um grande número de 
homens deixasse a tribo e ficavam dias fora, o 
que tornava a tribo vulnerável a ataques 
inimigos. Os grupos que possuíam os machados 
de ferro levavam grandes vantagens em 
conflitos, permitindo a conquista de terras. Isso 
tornou o machado de ferro um item desejado 
por todos os chefes de tribos, fazendo-os buscar 
cada vez mais alianças com europeus. 
 
 
2.3 – O estabelecimento de Vilas: 
Os náufragos que casaram com as filhas 
dos chefes de tribos Tupi-guarani, estavam 
vivendo na região que posteriormente ficou 
conhecida como Cananeia, foram convocados à 
Espanha e levados em 1530, juntamente com 
suas esposas e filhos. O rei Carlos V, estava 
bastante interessado no metal que havia sido 
encontrado por esses moradores. Carlos V 
pouco ligou para a poligamia praticada, o 
dinheiro que ganharia o fazia fechar os olhos. O 
rei D. João III ficou sabendo desse encontro e 
convocou os mesmos moradores de Cananeia 
para debater sobre os metais trazidos. O rei 
ofereceu riquezas para que os náufragos 
abandonassem o acordo com os espanhóis e 
servisse à coroa portuguesa, porém, o acordo os 
proibia de manter as relações poligâmicas. 
Gonçalo da Costa recusou o acordo e fugiu para 
a Espanha. Henrique Montes, mais propício ao 
dinheiro, aceitou o acordo e deixou mulheres e 
filhos na Espanha e passou a trabalhar para D. 
João III. Montes foi nomeado cavaleiro da Casa 
Real e passou a ganhar 2.4 mil-réis por ano. 
Durante 30 anos a monarquia portuguesa 
recebia notícias, bens e pessoas do Brasil, mas 
nada disso levou o Rei a tomar medidas que 
instalasse uma espécie de governo sobre a 
colônia. 
Apenas com Martim Afonso de Sousa, que 
recebera das mãos do próprio rei, uma carta que 
o nomeara capitão-mor de todo o Brasil. Os 
poderes de Afonso eram semelhantes aos 
poderes do rei, o que lhe dava a posse dos 
territórios brasileiros. Uma das missões de 
Afonso era percorrer todo o litoral brasileiro e 
fincar marcos de pedra, mostrando que aquele 
território pertencia à coroa portuguesa. A 
missão durou um ano. 
Desde a chegada de Gonçalo Coelho em 
1502 à baia chamada de São Vicente, 30 anos 
se passaram e ninguém mais a chamava por esse 
nome. Os frequentadores a conheciam pelo 
nome da prática mais utilizada no porto: Porto 
dos Escravos. Como era uma região com pouco 
pau-brasil, uma outra “mercadoria” se tornou 
popular. Para criar esse comercio com os 
nativos, bastou uma pequena troca em seus 
costumes, pois já tinham a pratica de manter 
escravos. Ao invés de acrescentá-los à tribo, os 
prisioneiros de guerra passaram a ser trocados 
por utensílios de ferro. 
Martim Afonso passou mais de um ano 
visitando tribos Tupis e conversando com os 
genros portugueses dos chefes da tribo, 
estabelecendo alianças. Voltando à São 
Vicente, ofereceu aos seus homens a 
possibilidade de desembarcar, tomar as nativas 
como esposa e morar na terra. A aceitação foi 
grande e fez com que Afonso tomasse 
providências para a criação de leis escritas 
capazes de criar um governo. Chamou o 
escrivão da armada e oficializou títulos aos 
genros de chefe além da posse das terras onde 
moravam com suas famílias. 
Logo após os títulos, Afonso mandou 
chamar o capelão e batizou as esposas dos 
novos proprietários das terras. As índias não 
podiam ser batizadas por pertencer a outra 
religião, a saída foi considerar todos os índios 
candidatos ao batismo como inocentes, ou seja, 
como desprovidos de qualquer religião. Logo 
após os batismos elas passaram para a categoria 
de “cristãs velhas”, isto é, descendentes de 
cristãos, isso as tornou aptas a receber títulos. 
Um juiz preparou a lista dos “homens 
bons” da vila. Os homens bons seriam cristãos-
velhos, proprietários de terras, pessoas que não 
viviam do comércio com dinheiro e pessoas que 
viviam de acordo com as leis da Igreja. Esses 
homens bons serviam como eleitores das 
autoridades que podiam governar uma Vila. Os 
homens bons seguiram as normas e elegeramaqueles que teriam o poder de governar. Martim 
Afonso partiu, e após sua partida a Ilha de São 
Vicente ficou mais 20 anos sem contato direto 
com algum representante do rei. 
Apesar da incerteza, esses homens 
mantiveram o ritual, as autoridades 
continuaram sendo eleitas. Passados os três 
anos do mandato os eleitos convocaram eleição, 
os eleitos tomaram posse e os antigos 
governantes voltaram a condição de 
governados. 
Antes de se instalar a tradição do governo 
dos genros, D. João alterou as ordens, criou no 
território outra instância de poder. Cancelou a 
autoridade suprema de Afonso e decidiu fatiar 
o território em “capitanias hereditárias”. Os 
novos títulos começaram a ser distribuídos em 
1534 e em pouco mais de dois anos todo o 
território já tinham novos donos. 
2.3 – Capitanias Hereditárias: 
Foi um sistema administrativo 
implementado pela Coroa Portuguesa no Brasil 
em 1534. O território do Brasil, pertencente a 
Portugal, foi dividido em faixas de terras e 
concedidas aos nobres de confiança do rei D. 
João III. O objetivo de D. João III com as 
capitanias, era facilitar o domínio português na 
região, visto que a coroa não tinha interesses em 
gastar com a colônia. Outro objetivo era povoar 
a colônia e dividir a administração colonial. As 
Capitanias Hereditárias, porém, tiveram vida 
curta e foram abolidas dezesseis anos após sua 
criação. Assim, ficou estabelecido a criação de 
15 capitanias e seus 12 donatários, uma vez que 
uns receberam mais que uma porção de terra e 
as Capitanias do Maranhão e São Vicente foram 
divididas em duas porções. 
São essas as Capitanias e seus respectivos 
proprietários: 
• Capitania do Maranhão: João de Barros e 
Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade 
• Capitania do Ceará: Antônio Cardoso de 
Barros 
• Capitania do Rio Grande: João de Barros 
e Aires da Cunha 
• Capitania de Itamaracá: Pero Lopes de 
Sousa 
• Capitania de Pernambuco: Duarte 
Coelho Pereira 
• Capitania da Baía de Todos os Santos: 
Francisco Pereira Coutinho 
• Capitania de Ilhéus: Jorge de Figueiredo 
Correia 
• Capitania de Porto Seguro: Pero do 
Campo Tourinho 
• Capitania do Espírito Santo: Vasco 
Fernandes Coutinho 
• Capitania de São Tomé: Pero de Góis da 
Silveira 
• Capitania de São Vicente: Martim 
Afonso de Sousa 
• Capitania de Santo Amaro: Pero Lopes 
de Sousa 
• Capitania de Santana: Pero Lopes de 
Sousa 
Os homens que receberam a posse das 
terras eram considerados autoridade máxima e 
em troca ficavam obrigados por povoar, 
administrar, proteger o território, fundar vilas e 
desenvolver a economia local. Por sua parte, a 
Coroa Portuguesa não dava nenhuma ajuda 
financeira aos donatários para esse 
empreendimento. Os donatários, recebiam 
alguns privilégios jurídicos e fiscais como: 
escravizar indígenas; cobrar tributos e doar 
lotes de terra não cultivados (sesmarias); 
explorar a região e usufruir de todos seus 
recursos naturais. 
2.4 – Governo Geral: 
Após uma instabilidade nas Capitanias 
Hereditárias, onde tivemos capitanias prósperas 
e outras que foram grandes fracassos, D. João 
III decidiu tomar a frente da liderança e missão 
de povoamento de governo, no entanto os 
governantes portugueses ainda viam como 
gasto desnecessário a colônia, então o rei 
decidiu enviar um novo representante e nomeá-
lo Governador-Geral do Brasil. 
Após a decisão de criar uma nova forma de 
governo, a primeira decisão do monarca foi a 
compra da capitania da Bahia, recuperando seus 
plenos poderes, em troca de uma quantia 
financeira para a família de Francisco 
Coutinho, antigo proprietário. Não demarcou a 
capitania como propriedades da coroa, 
https://www.todamateria.com.br/sesmarias/
diferente das suas metrópoles, muito menos 
pensou em retomar as outras capitanias, decidiu 
tornar o governo geral como uma esfera 
adicional no âmbito da capitania. Transformou 
a administração de todo Brasil como governo 
sobre terras, nas quais não existiriam nobres 
nem clérigos com poderes especiais. 
Assim o governador-geral era responsável 
também por uma capitania real. As terras 
cedidas eram diferentes das capitanias, eram 
todas negociáveis, de modo que sobre elas não 
se estabeleciam qualquer direito de transmissão 
para um herdeiro. Uma vez que todas as demais 
instituições do governo seguiam esse modelo, 
não se transferiu sobre o Brasil nenhum dos 
privilégios maiores da nobreza. 
O novo governo sobrepôs o esquema das 
capitanias e ia ao contrário à tradição feudal, e 
a intenção do monarca era justamente isso. 
Como primeiro governador-geral foi nomeado 
Tomé de Sousa, que recebeu poderes 
temporários. A conduta do novo governador era 
controlada por um Regimento entregue pelas 
mãos do próprio rei, ou seja, a verdadeira 
função do governador-geral era seguir ordens. 
Os objetivos continuavam iguais aos das 
capitanias, no sentido econômico era reunir 
gente e meios capazes de permitir a instalação 
de atividades produtivas geradoras de lucro. 
A construção do governo tinha uma missão 
dupla, a favor dos gentios da terra e os vassalos 
da terra. O grande problema com proprietários 
das capitanias foi resolvido na nova proposta de 
governo-geral. O rei aceitava e entendia os 
poderes dos chefes nativos e os genros. Ao 
invés de entregar cartas com propriedades, o rei 
preferiu tratar diretamente com os chefes. Um 
dos maiores exemplos foi a relação com Diogo 
Álvares Correia, o Caramuru. Mesmo sem 
possuir um cargo formal, ele foi responsável 
pela relação cordial entre a coroa e os nativos. 
Assim que chegou, os filhos de Tomé de Sousa 
se cassaram com as filhas de Caramuru, criando 
de imediato uma aliança. Com essa aliança 
constituiu rapidamente uma ocupação 
econômica. A consequência dessa boa relação 
refletiu na divisão de terras para agricultura sem 
conflitos com as aldeias que dominavam a terra. 
O governo geral se mostrou bem mais 
efetivo que as capitânias, e em pouco tempo de 
estabelecida gerou grandes resultados 
econômicos para a coroa, fazendo com que o rei 
mudasse sua visão para a colônia. 
 
3 – CONFLITOS DA COLÔNIA 
3.1 – Conflito com os franceses: 
Um dos primeiros conflitos do “povo 
brasileiro” foi contra os Franceses que 
ocupavam a região sudeste do Brasil. Ao 
mesmo tempo que os portugueses vieram ao 
Brasil, várias embarcações francesas chegaram 
e estabeleceram alianças com os nativos através 
de casamentos. Essas alianças foram mais 
fortes com os franceses, facilitando o 
estabelecimento de um governo francês, que se 
concretizou em 1555 com Villegagnon 
liderando uma esquadra com 600 homens. 
Estabeleceram na Baía de Guanabara e 
imediatamente realizaram casamentos com as 
filhas dos chefes das tribos locais. A aliança era 
tão forte que os portugueses nada puderam 
fazer. 
Até que em 1557 o trono português passa 
para o jovem D. Sebastião, O Desejado. Com 
apenas três anos de idade, quem assume a 
responsabilidade é sua vó D. Catarina, que 
nomeia Mem de Sá como Governador Geral do 
Brasil. O Governador logo ao chegar colocou 
em prática um plano até então inédito: uniu 
várias tribos Tupi em um gigantesco exército 
com destino à Baía de Guanabara. 
Rapidamente tomaram a Baía expulsando 
os franceses, no entanto, a verdadeira batalha 
era contra os Tamoio (indígenas que se aliaram 
aos franceses) que realmente controlavam a 
região. Os Tamoio venciam as batalhas por todo 
o litoral, até que tentaram entrar nas terras de 
São Paulo e foram derrotados por João 
Ramalho, com forte apoio dos Jesuítas. A 
vitória foi concluída com a chegada de uma 
nova tropa vinda de Salvador, liderada por 
Estácio de Sá. O conflito finalizou em 1575 
com os Tamoio completamente expulsos. Sob 
decreto do Governador-geral as terras então 
dominadas pelos Tamoio foram entregues a 
Estácio de Sá e decretada com Capitania do Rio 
de Janeiro. 
3.3 – Conflito contraos holandeses: 
O conflito contra os holandeses se deu por 
questões religiosas. Em uma tentativa de se 
livrar da supremacia espanhola (que nesse 
momento obtinha a coroa portuguesa) os 
holandeses, que tinham o Calvinismo como 
religião oficial, buscavam uma autonomia 
financeira. A empreitada financeira holandesa 
também foi através da expansão marítima 
(como espanhola e portuguesa), no entanto a 
forma de agir era através da pirataria. Os 
maiores investimentos vieram através da 
criação de uma empresa chamada Companhia 
das Ìndias Ocidentais, fundada em 1621. Com a 
notícia do sucesso da colônia portuguesa no 
Brasil, os holandeses logo partiram para o 
ataque. Em 1624 uma esquadra da Companhia 
atacou Salvador, que foi tomada e saqueada. 
Não ficaram muito tempo, pois em 1625 um 
exército luso-espanhol os expulsou da cidade. 
Voltaram para Holanda onde prepararam um 
novo ataque, e agora com 67 navios e 3 mil 
homens invadiram as cidades de Olinda e 
Recife, saquearam e em 1636 se estabeleceram 
na capitania de Pernambuco sob a liderança de 
Maurício de Nassau. 
Insurreição Pernambucana: 
A presença dos holandeses que se colocava 
como oportunidade no desenvolvimento da 
economia açucareira na região pernambucana, 
agora não mais agradava aos senhores de 
engenhos que se mostravam claramente 
insatisfeitos com a exigência holandesa em 
pagar os empréstimos contraídos e ampliar a 
produção das lavouras imediatamente. Assim, 
os próprios senhores de engenho entraram em 
conflito com a Holanda a partir do momento 
que os holandeses passaram a cobrar os 
empréstimos oferecidos. Nesse clima de forte 
tensão, eclode em 1645, a chamada Insurreição 
Pernambucana. Tal conflito marcou a 
mobilização dos grandes proprietários de terra 
em favor da expulsão dos holandeses do 
Nordeste brasileiro. Nos anos de 1648 e 1649, 
a vitória nas batalhas ocorridas no Monte dos 
Guararapes determinou um grande avanço da 
população local contra os holandeses. Tempos 
mais tarde, a chegada de reforços militares 
portugueses acelerou ainda mais o processo de 
expulsão. A verdade é que a dominação dos 
holandeses no Brasil começou no ano de 1630 
e só terminou no ano de 1654. O fim da 
presença dos holandeses passou a ser negociado 
quando, em 1640, os portugueses recuperaram 
o domínio do espaço colonial brasileiro. No 
mesmo tempo em que as armas eram utilizadas, 
devemos também salientar que Portugal 
negociava diplomaticamente a saída definitiva 
dos holandeses do Brasil. Segundo o trabalho 
recente de especialistas no assunto, Portugal 
teria pagado à Holanda uma pesada indenização 
de quatro milhões de cruzados (algo em torno 
de 63 toneladas de ouro). 
 
4 – CHEGADA DA FAMÍLIA REAL ATÉ 
A INDEPENDÊNCIA 
4.1 – Chegada da coroa portuguesa: 
A vinda da família real ao Brasil foi uma 
manobra dos monarcas para manter a 
independência de Portugal fugindo das 
invasões napoleônicas. Os problemas com a 
França se tornaram irremediáveis quando em 
1806 Napoleão Bonaparte ordenou que todos os 
países europeus fechassem suas fronteiras e 
rompessem o comércio com a Inglaterra, que 
travava uma intensa guerra com a França de 
Napoleão. No entanto, Portugal se recusou a 
seguir tais ordens, intensificando ainda mais o 
conflito com a França. Como reposta, Napoleão 
assinou um acordo com a Espanha, que lhe 
daria passagem livre até Portugal, Espanha 
receberia uma enorme porção de terras em 
troca. Vendo que era apenas questão de tempo 
até ter suas terras tomadas, o príncipe regente 
D. João III assinou um decreto que transferia a 
sede monárquica de Portugal para o Brasil. 
Portugal mantinha uma aliança com a 
Inglaterra, um dos motivos do não 
cumprimento das ordens de Napoleão. Essa 
aliança foi fundamental para a fuga da família. 
Os ingleses fizeram a escolta dos navios 
portugueses até o porto brasileiro e garantiriam, 
em troca ficariam com a Ilha da Madeira como 
base militar contra os franceses. 
A viagem foi difícil e turbulenta, uma 
tempestade separou os navios portugueses 
fazendo com que em 1808 uma parte 
desembarcasse em Salvador e outros no Rio de 
Janeiro, o destino inicial. D. João e a família 
real estava na embarcação que atracou em 
Salvador, e ali mesmo em 28 de janeiro através 
de uma carta régia foi decretado a abertura dos 
portos brasileiros para os países aliados, 
marcando assim o rompimento do Pacto 
Colonial. A abertura foi mais uma ação para 
favorecer a Inglaterra, que defendia o livre 
mercado e buscava o mercado na América. Em 
março, já no Rio de janeiro, D. João estabeleceu 
a cidade como sede da coroa portuguesa. 
4.2 – Principais transformações com a corte 
portuguesa: 
Com a família real e sua corte as mudanças 
eram necessárias, pois a colônia não tinha 
estrutura suficiente para abrigar tantas pessoas 
com hábitos nobres. As transformações foram 
várias, das mais simples de infraestrutura, como 
a pavimentação das ruas bancada pela elite da 
cidade do Rio de Janeiro que se deslumbraram 
com de serem vizinhos da família real. Os 
prédios da cidade também foram reformados, 
por questão estética. Com essa mudança a 
cidade do Rio de Janeiro deu um salto. 
As transformações econômicas já 
começaram em Salvador com a liberação dos 
portos, que por consequência aumentaram o 
fluxo de mercadorias, principalmente vindas da 
Inglaterra. Outra ação importante foi a 
revogação da lei que proibia a criação de 
industrias no território brasileiro. Criaram 
industrias de tecido e minério nas cidades do 
Rio de Janeiro e em São Paulo. A produção de 
tecido não gerou muitos lucros, pois competia 
diretamente com os produtos ingleses, já a 
produção de minérios, principalmente o ferro, 
atraiu os olhares de países por todo o mundo, 
levando à reforma dos portos para exportar a 
mercadoria. Com isso o país atraiu vários 
trabalhadores europeus em busca de riquezas na 
mineração. 
A outra grande transformação foi na 
imprensa, e em março de 1808 D. João criou a 
imprensa Régia e em setembro do mesmo ano 
foi criado o primeiro jornal impresso do Brasil. 
O jornal foi chamado de A Gazeta do Rio de 
Janeiro e publicava decretos, notícias sobre o 
governo e da Família Real. 
4.3 – O retorno da Família Real para 
Portugal: 
Em 1814, os membros do Congresso de 
Viena estavam redefinindo as fronteiras que 
haviam sido muito modificadas pela expansão 
de Napoleão e pela Revolução Francesa. 
Recomendaram então o retorno da Família Real 
a Portugal para que o governo fosse legítimo. 
No entanto, Talleyrand, membro do Congresso, 
sugeriu a elevação do Brasil a Reino Unido para 
que a Corte permanecesse em território 
brasileiro e seu governo fosse legítimo. Em 16 
de dezembro de 1815, D. João criou, por meio 
de uma Carta Régia, o Reino Unido de Portugal, 
Brasil e Algarves. 
Alguns anos depois, em 1820, explodiu em 
Portugal uma revolução que exigiu o retorno da 
família Real, pois o país passava por uma 
enorme crise econômica desde a invasão 
francesa. Após a revolta foi convocada uma 
assembleia constituinte que ameaçava os 
poderes de D. João VI e sua soberania, pois a 
revolução era liderada por liberais. D. João VI 
anuncia que enviaria o príncipe D. Pedro para 
negociar com os revoltosos e fazer valer a 
palavra da realeza na criação da nova 
constituição. A notícia não foi aceita pelos 
líderes e comerciantes, que exigiram a volta do 
Rei e do Príncipe além dos seus juramentos à 
constituição. Vendo que não conseguiria 
contornar a situação, D. João VI decide retornar 
à Portugal. Em 28 de abril de 1821 D. João 
juntamente com mais de 3 mil pessoas partem 
para Portugal, deixando D. Pedro como regente. 
Permanência do príncipe foi o meio para 
agradar os brasileiros que exigiam a 
permanência da corte real. 
4.4 – Conflitos pró Independência: 
A independência do Brasil explodiu logo 
após a partida da família realque eclodiu a crise 
do sistema colonial, no entanto o processo 
começa bem antes com algumas revoluções 
regionais que dificultaram a permanência desse 
sistema. 
Inconfidência Mineira - 1789: também 
conhecida como Conjuração Mineira, foi um 
dos eventos mais importantes na história do 
Brasil, pois foi o primeiro grande movimento 
popular que lutava por liberdade e lutavam 
contra a repressão do governo português. A 
revolta explodiu no ápice da extração de ouro 
na capitania de Minas Gerais, quando a taxas 
em cima dos mineradores era excessiva. Cada 
trabalhador era obrigado a pagar 20% de todo o 
ouro encontrado, caso se recusasse sofria duras 
penas, como prisão e até mesmo o exílio. 
Quando o ouro começou a sumir das minas, o 
governo não diminuiu as taxas, e cada cidade 
era obrigada a pagar 1500kg de ouro por ano e 
se não fosse paga os soldados portugueses 
invadia as casas e recolhiam os objetos pessoais 
até o valor ser atingido. Essas atitudes fez os 
moradores se organizarem para enfrentar o 
governo. 
Os inconfidentes era um grupo formado 
pela elite mineira e liderados por alferes 
Joaquim José da Silva Xavier que ficou 
conhecido como Tiradentes, os outros membros 
eram Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio 
Manuel da Costa, Inácio de Alvarenga, o padre 
Rolim, entre outros representantes da elite 
mineira. A ideia do grupo era conquistar a 
liberdade definitiva e implantar o sistema de 
governo republicano em nosso país aos moldes 
dos Estado Unidos da América. Sobre a questão 
da escravidão, o grupo não possuía uma posição 
definida. Estes inconfidentes chegaram a 
definir até mesmo uma nova bandeira para o 
Brasil. Ela seria composta por um triangulo 
vermelho num fundo branco, com a inscrição: 
Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade ainda 
que tardia). 
A revolta, no entanto, não teve tempo de 
surtir efeitos mais drásticos no país, pois não 
saiu das reuniões escondidas. Os governantes 
portugueses receberam denúncias secretas e 
acabaram descobrindo a conspiração dos 
mineiros e respondeu com severidade. Todos os 
envolvidos foram presos e torturados e 
condenados as mais diversas penas, alguns 
foram exilados, outros receberam a prisão 
perpétua e alguns condenados à forca. Todos 
acabaram sendo perdoados por D. Maria, rainha 
de Portugal, com exceção de Tiradentes que foi 
preso em 1789 na cidade do Rio de Janeiro e 
condenado. Foi enforcado no dia 21 de abril de 
1792, logo depois esquartejado e seus membros 
espalhados pela estrada que ligava Rio de 
janeiro à Minas Gerais. Sua morte serviu como 
exemplo para todos aqueles que pensavam em 
lutar contra o governo. 
A revolta abriu as portas para várias 
manifestações de liberdade pelo país e seus 
ideais foram adotados pelos grupos contrários 
ao governo português. A bandeira dos 
inconfidentes foi adotada como bandeira do 
estado de Minas Gerais anos depois. 
Conjuração Baiana – 1798: assim como a 
revolta ocorrida em Minas Gerais, a revolta 
baiana lutava pela liberdade da população 
através da separação do Brasil com Portugal. 
A revolta teve início com a insatisfação da 
elite baiana com as autoridades metropolitanas 
que tomavam atitudes econômicas que 
prejudicavam a classe. Como resposta os 
fazendeiros diminuíram a produção o que gerou 
uma crise, principalmente na cidade de 
Salvador que faltou alimentos para a população. 
Em pouco tempo faltou alimento por toda a 
capitania da Bahia explodindo várias revoltas 
locais que pediam a retirada das tropas 
portuguesas do território brasileiro. 
Os eruditos baianos aproveitaram o caos 
para arquitetar um plano para derrubar o 
governo tornando a capitania da Bahia um 
território independente. Faziam reuniões 
públicas onde distribuíam panfletos que 
incitavam a popular a se rebelar e atacar os 
oficiais do governo metropolitano. Logo o 
movimento reuniu muitos seguidores, o que 
chamou a atenção dos líderes nacionais que 
imediatamente enviaram tropas para repreender 
o movimento. 47 envolvidos foram presos dos 
quais 4 foram decapitados e esquartejados. 
Assim como a Mineira, a revolta baiana não 
conseguiu alcançar proporções nacionais pela 
forte repreensão do governo português. 
4.5 – Independência: 
Os ideais de liberdade ocorridos nos dois 
grandes conflitos regionais citados acima, 
ficaram guardados na mente dos brasileiros até 
1821 quando a corte portuguesa deixa o país. 
Nesse momento os grupos que queriam a 
independência do país começaram a conspirar 
novamente, pois achavam que o país vivia um 
momento de fragilidade sem uma liderança 
forte. A elite brasileira percebeu que a coroa 
portuguesa buscava uma reconciliação entre 
Portugal e Brasil, retornando ao estado de 
metrópole e colônia. 
As tensões ganharam impacto popular 
quando veio de Portugal a ordem de retorno do 
príncipe D. Pedro, o que não foi aceito pelo 
parlamento brasileiro que imediatamente 
convocou um movimento de resistência, com o 
apoio das camadas populares da sociedade. O 
senado brasileiro criou então o Clube da 
Resistência, que discutia ações para a 
permanência do príncipe. O clube recebeu 
milhares de assinaturas da população exigindo 
a permanência do príncipe, e logo a 
manifestação ganhou as ruas do país, e o dia 
ficou conhecido como o “Dia do Fico”, pois o 
próprio Príncipe em 9 de janeiro 1822 saiu as 
ruas e declarou ao povo que ficaria no país. 
A partir da decisão do príncipe, a relação 
com Portugal ficou caótica e em maio do 
mesmo ano foi decretado o “Cumpra-se”, onde 
todas as decisões de Portugal só valeriam no 
Brasil com a aprovação de D. Pedro. Nesse 
momento a ideia de separação e independência 
já era assunto falado em todas as classes sociais, 
a população aguardava apenas a confirmação. E 
D. Pedro colocou pra frente o objetivo de 
separação convocando uma assembleia 
constituinte. Seus maiores apoiadores foram 
José Bonifácio e sua esposa Maria Leopoldina. 
O processo de independência se tornou fato 
em 2 de setembro, quando chegaram ordens 
diretas do parlamento português que atacavam 
toda a população brasileira, acusava Bonifácio 
de traição e exigia o retorno imediato do 
príncipe. D. Maria Leopoldina não pensou duas 
vezes e imediatamente convocou uma reunião, 
liderada por Bonifácio, para discutir as ordens 
que haviam chegado. Na reunião ficou decidido 
que a independência era algo inevitável para 
manter a soberania brasileira. D. Pedro não 
havia participado da reunião pois estava a 
caminho de São Paulo, onde foi abordado pelos 
mensageiros de Leopoldina com a carta de 
independência redigida. E no dia 07 de 
setembro de 1922 D. Pedro decreta a 
independência do Brasil. 
 
 
4.6 – Guerra da Independência: 
Logo após a declaração de independência o 
país entrou em vários conflitos regionais contra 
grupos que ainda apoiavam Portugal. As 
províncias da Cisplatina, Maranhão, Bahia, 
Piauí e Grão-Pará não apoiaram a separação e 
começaram uma guerra civil contra as tropas de 
D. Pedro. As tropas brasileiras saíram em 
desvantagem, pois a maioria dos militares eram 
de origem portuguesa e lutaram contra. A saída 
encontrada pelo ministro Bonifácio foi a 
contratação de mercenários estrangeiros e a 
compra de navios e armas. Outra medida foi o 
confisco de bens e exílio daqueles contrários ao 
novo governo. Os conflitos então começaram 
com várias frentes de operação. 
A campanha da Cisplatina: a colônia de 
Sacramento foi fundada por Portugal em 1680, 
mas caiu nas mãos dos espanhóis em 1777 que 
foi colonizada aos moldes espanhóis, adotando 
os costumes e língua. Em 1816 D. João enviou 
tropas a Montevidéu que tomaram a região e 
anexarão o território ao Brasil, a partir daí 
começou a ser chamada de Cisplatina. 
Logo após a declaração da Independência a 
população da Cisplatina se negou a fazer parte 
do Império do Brasil, devido seus costumes e 
língua serem completamentediferentes, 
liderados por João Antônio Lavalleja começam 
uma guerra de independência pela região. A 
Argentina decide apoiar a luta por 
independência e envia tropas para ajudar no 
combate contra o Brasil, o interesse verdadeiro 
era anexar as terras ao território argentino logo 
após a batalha. D. Pedro declara guerra contra 
os colonos e Argentina. 
Esse conflito foi uma tremenda derrota 
para o recém criado governo de D. Pedro, os 
gastos para manter os exércitos foi além do que 
o governo podia pagar, o que gerou um 
aumento na cobrança dos impostos. O fim do 
conflito veio em 1828 com a intervenção do 
Reino Unido que propôs um acordo entre 
argentina e Brasil, ambas desistiram das terras 
e a província da Cisplatina se tornou 
independente nascendo a República Oriental do 
Uruguai. A derrota gerou uma insatisfação da 
população com o Imperador, iniciando 
conflitos para sua renúncia. 
A campanha da Bahia: a província desde 
a conjuração baiana era adepta ao movimento 
separatista, no entanto Salvador estava sob 
domínio dos militares, que apoiaram a causa 
portuguesa. Com a chegada da notícia de 
independência, as vilas do Recôncavo Baiano, 
liderados pela vila de Cachoeira montaram um 
governo interino e reuniram homens para 
expulsar os portugueses. Para reforçar as tropas 
brasileiras, o governo envia navios sob a 
liderança de Rodrigo de Lamare. 
Desembarcaram em Maceió e marcharam até a 
Bahia, no caminho foram reforçados por tropas 
de Pernambuco, do Rio de Janeiro e dos 
voluntários do recôncavo. A batalha foi rápida, 
assim que entraram em Salvador derrotaram as 
tropas portuguesas que se rendera. A batalha 
ocorreu em 1823. 
A campanha do Piauí: na província do 
Piauí, uma das produtoras de gado, a elite e os 
fazendeiros estavam fechados com Portugal, 
que rejeitaram a declaração de Independência 
na vila do Parnaíba. A capital estava tomada 
pelas tropas portuguesas, sobre o comando do 
governador das armas do Piauí, major João José 
da Cunha Fidié. As tropas brasileiras chegaram 
do Ceará e se juntaram aos moradores para 
expulsar os portugueses, no entanto foram 
derrotados na cidade de Campo Maior em 18 
março de 1823, na luta que ficou conhecida 
como Batalha do Jenipapo. Apesar da derrota, 
as cidades do interior aderiram a 
independência, e quando Fidié se deslocou com 
a tropa para ajudar no conflito em Caxias, as 
tropas populares tomaram a província 
declarando independência. 
A campanha do Maranhão: província do 
maranhão era uma grande produtora de gado e 
também uma das províncias mais rica do país, e 
assim como sua vizinha não aderiu ao 
movimento de independência. A província do 
Maranhão era muito importante para o reino, 
pois o fluxo marítimo com a Europa era maior 
devido sua proximidade. Assim que iniciou a 
Batalha do Jenipapo, a capital São Luiz 
decretou o envio de tropas para ajudar Fidié no 
conflito, no entanto, quando as tropas 
brasileiras começaram a invasão do Maranhão, 
foi ordenado o recuo das tropas juntamente com 
Fidié que abandou sua província. A ação não foi 
efetiva, já que a armada brasileira avançou por 
água bloqueando o contato da província com 
Portugal. São Luiz foi bombardeada e obrigada 
a aderir à independência no dia 28 de julho de 
1823. 
A campanha do Pará: na então Província 
do Grão-Pará, a burguesia comercial e os 
proprietários de terra também se encontravam 
profundamente ligados à Metrópole. 
Aqui, John Pascoe Grenfell, subordinado a 
Cochrane, impôs a aceitação da Independência 
também recorrendo ao bloqueio naval, sob 
ameaça de bombardear a capital, Belém (15 de 
agosto). Tendo sido eleita uma Junta 
Governativa (17 de agosto), explodiu uma 
violenta reação popular, que obrigou Grenfell a 
desembarcar tropas e efetuar prisões em massa, 
visando restabelecer a ordem pública. A 19 de 
Agosto, sem que houvesse cárceres suficientes 
em terra, a pedido da Junta, Grenfell autorizou 
encerrar nos porões do brigue “São José 
Diligente” (depois “Palhaço”), duzentos e 
cinquenta e sete detidos, onde todos, menos um 
(duzentos e cinquenta e seis, menos quatro, em 
outras fontes) morreram asfixiados. 
05 – PRIMEIRO REINADO E 
PERÍODO REGENCIAL. 
5.1 – Brasil Império: 
Escolheu-se a denominação Império do 
Brasil para o novo país que nascia pelo fato de 
que o monarca reinava sob uma gama variada 
de súditos, considerando-se as grandes 
diferenças que caracterizavam e ainda 
caracterizam o país. Assim, o imperador tinha 
súditos brancos de origem europeia, índios 
nativos estabelecidos nos confins da selva 
amazônica, africanos e descendentes de 
africanos livres ou escravos, imigrantes 
alemães, recém-chegados ao país, e assim por 
diante. 
Com o controle das guerras regionais o 
Brasil podia finalmente se declarar 
independente, faltava apenas o reconhecimento 
de Portugal para oficializar, e foi em 1824 que 
Portugal, através de decreto e pagamento de 
indenização por parte do governo brasileiro. O 
reconhecimento externo veio imediatamente, 
primeiro os Estados Unidos da América 
seguido da Inglaterra. 
Para legitimar seu poder e calar os grupos 
contrários, o Imperador D. Pedro convoca em 
1823 uma assembleia constituinte para criar 
uma constituição do novo império. A 
assembleia foi um fracasso por falta de cordo 
entre os senadores e o próprio Imperador. Uma 
nova assembleia foi convocada em 1824 que 
oficializou a primeira constituição do Império 
do Brasil. A constituição dava plenos poderes 
políticos à D. Pedro, como dissolver a Câmara 
e os governos provinciais, criar e extinguir 
cargos públicos, também nomear senadores 
para cargos vitalícios e governadores de 
províncias. 
Essas medidas começaram a gerar 
insatisfação nas elites, pois um governo que 
prometia ser liberal criava características 
autoritárias dando poderes de decisão ao 
imperador. Não demorou muito para que 
revoltas surgissem. A Confederação do 
Equador foi uma revolta iniciada em 1824 
pernambucana que ia contra o Imperador e 
pedia a separação da província de Pernambuco. 
O governador Manuel de Carvalho Pais de não 
aceita a constituição adotada por D. Pedro e 
proclama juntamente com Ceará e Rio Grande 
do Norte a Confederação do Equador, e 
decidem adotar a Constituição colombiana. A 
revolta dura pouco, no mesmo ano o governo 
central envia tropas para deter os rebeldes. 
http://www.advivo.com.br/wiki/John_Pascoe_Grenfell
http://www.advivo.com.br/wiki/Bel%C3%A9m
http://www.advivo.com.br/wiki/15_de_agosto
http://www.advivo.com.br/wiki/15_de_agosto
http://www.advivo.com.br/wiki/19_de_Agosto
http://www.advivo.com.br/wiki/19_de_Agosto
http://www.advivo.com.br/wiki/Brigue
http://www.advivo.com.br/wiki/Asfixia
https://www.infoescola.com/historia/imigracao-alema-no-brasil/
https://www.infoescola.com/historia/imigracao-alema-no-brasil/
Tomam Olinda e Recife, os dois centros da 
manifestação. Os presos são condenados à 
morte por traição. 
O descontentamento com D. Pedro 
aumentava com o passar dos anos. Logo após 
da Confederação do Equador o Brasil perde a 
Cisplatina o que gera uma crise financeira no 
país, as exportações diminuem e a arrecadação 
de impostos aumenta, gerando revolta da 
população. 
Em 1826 morre D. João VI em Portugal, e 
inicia uma guerra pelo trono português. D. 
Pedro decide enviar tropas para conter o caos 
no país enquanto era resolvido a secessão, esse 
fato gerou irritação da população brasileira que 
acusava o imperador de tentar uma 
reconciliação com Portugal. Com medo de 
retornar ao posto de colônia, a elite brasileira 
pede a renuncia de D. Pedro. 
O imperador perde o apoio da nobreza que 
vivia no Brasil e dos militares. Sem apoio das 
classes que obtinham o poder e o dinheiro, a 
permanência de D. Pedro fica insustentável. 
Então em 7 de abril de 1831 o Imperador 
renuncia seu cargo em favor do filho, Pedro de 
Alcantara com apenas 5 anos.5.2 – Período Regencial: 
Com a abdicação do trono a coroa deveria 
ir para seu filho, no entanto, Pedro de Alcantara 
não possuía idade suficiente para governar 
segundo a constituição. Formou-se assim a 
Regência, um grupo escolhido para administrar 
o país até que D. Pedro II alcançasse a 
maioridade. Esse período foi dividido em dois 
momentos, a Regência Trina e a Regência 
Una. 
Regência Trina – 1831 a 1834: a 
Regência Trina também foi dividida em dois 
momentos, a regência trina provisória e 
a permanente. A provisória foi formada assim 
que D. Pedro I abdicou o trono e foi escolhida 
pelo senado, com um representante dos 
Militares, um dos grupos liberais e um 
representante dos grupos conservadores, os 
membros eram José Joaquim Carneiro Campos, 
representante da ala dos restauradores, Nicolau 
de Campos Vergueiro, representando os 
liberais moderados e o brigadeiro Francisco de 
Lima e Silva que representava os setores mais 
conservadores dos militares. Esse primeiro 
grupo eleito foi responsável por conter 
rebeliões que explodiam em todo território 
nacional após a renúncia. Dois meses depois, 
depois de grande confusão e troca de cadeiras 
no senado, foi convocada uma reunião para 
eleger uma Trina Permanente. Os principais 
feitos da Regência Permanente foi a criação da 
Guarda Nacional para controlar novas revoltas, 
e criou também um poder controlador para 
limitar as ações da própria Regência Trina. 
Regência Una – 1834 a 1840: sem muito 
efeito no controle das revoltas, a regência trina 
foi desfeita através do Ato Adicional, que fazia 
alterações na constituição autorizando a escolha 
de um regente único. Desta forma em 1835 
ocorreu a primeira eleição para regente do 
Brasil. Temos uma disputa entre o 
pernambucano representante dos exaltados 
Antônio Francisco de Paula Holanda 
Cavalcanti de Albuquerque, e o paulista 
moderado Padre Diogo Antônio Feijó, sendo 
Feijó o vencedor, que comanda o país até 1837. 
O mandato de Feijó foi bastante 
conturbado, pois não tinha apoio da maioria da 
câmara. Enfrentou ainda em seu mandado duas 
rebeliões locais, a Farroupilha e a Cabanagem, 
na qual combateu de forma severa. As tensões 
e o número de opositores o fizeram renunciar, 
deixando Pedro de Araújo Lima, seu adversário 
político e Ministro do Império, na regência 
interina até que ocorressem novas eleições. 
Concorreu com Antônio Francisco de Paula 
Holanda Cavalcanti de Albuquerque, e saiu 
vitorioso sendo eleito o regente único que 
comandou a nação até a coroação e consagração 
de D. Pedro II. 
 
https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/regencia-trina-provisoria/
https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/regencia-trina-permanente/
06 - SEGUNDO REINADO E A CRISE DA 
MONARQUIA. 
6.1 – Segundo Reinado: 
O segundo Reinado é o período da história 
brasileira que compreende o período de 
comando de D. Pedro II. Logo após a renuncia 
de D. Pedro o país passou por um período de 
regência até que Pedro de Alcantara tivesse 
idade para governar, mas o modelo 
governamental não foi bem visto pela 
população, então os governantes fazem uma 
manobra que ficou conhecida como Golpe da 
Maioridade, que em 1840 tornou D. Pedro II 
com 14 anos apto à governar o país. 
O governo de D. Pedro II vai de 23 de julho 
de 1840 à 15 de novembro com a proclamação 
da república. O segundo reinado foi 
caracterizado pela tentativa e estabilidade da 
política e economia, que no momento estava em 
uma forte crise. D. Pedro teve que agir contra 
pequenas revoltas locais que ainda lutavam a 
favor de Portugal e grupos republicanos que 
queriam o fim da monarquia. 
Nas suas ações econômicas, o governo 
ficou marcado pela recuperação do comercio 
internacional, principalmente com a produção 
do café em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São 
Paulo. A economia baseada no café trouxe 
grandes transformações para o país, as cidades 
cresceram para abrigar o aumento da mão-de-
obra que vinha de várias partes do mundo, 
principalmente da África, nesse período o 
mercado negreiro se intensificou. Os 
latifúndios para produção de café foram 
aumentando, juntamente com a influência de 
seus donos, que chegavam a controlar cidades 
inteiras e ficaram conhecidos como Coronéis. 
Temos também uma expansão nas ferrovias e 
portos para escoar a enorme produção de café. 
No contexto político o país ficou dividido 
no dualismo entre o partido liberal e o partido 
conservador. As frentes de operações dos dois 
partidos eram muito intensas, e as disputas 
acabam prejudicando a tomada de decisões, 
pois os partidos não entravam em acordo. A 
solução encontrada por D. Pedro II foi uma 
política de revezamento, onde os dois partidos 
revezavam na liderança do gabinete ministerial, 
essa atitude diminuiu as tensões. Ao mesmo 
tempo das tensões o imperador acumulava 
poderes na sua mão, sendo o Poder Moderador 
que tinha autoridade para nomear e retirar 
cargos públicos. Assim o país ficou conhecido 
como um Parlamentarismo as avezas, o Brasil 
funcionava como uma monarquia 
parlamentarista na qual o imperador interferia 
na política sempre que fosse necessário para 
garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito 
um primeiro-ministro que não lhe agradasse, 
ele o destituía, e se a Câmara tomasse medidas 
que não lhe agradassem, ela era dissolvida. 
Durante o segundo reinado, ao ponto que a 
escravidão aumentava os debates sobre os 
malefícios dessa prática cresciam, sendo 
questionado a permanência do costume, já que 
todos os países da América já haviam 
abandonado a prática. As conversas para a 
abolição eram sempre lideradas por D. Pedro II 
que se mostrava antiescravagista. O primeiro 
passo para o fim ocorreu em 1850 com a lei 
Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfego 
negreiros. A escravidão era só questão de 
tempo, pois sem o tráfego o sistema não se 
sustentava. Outras leis foram criadas para 
agilizar o processo, como a lei do Ventre Livre 
e a lei dos Sexagenários. Após várias revoltas 
dos negros e da população, em 13 de maio de 
1888 foi assinada a Lei Aurea, que acabava com 
a escravidão em terras brasileiras. 
O fator militar foi um dos pontos fortes do 
Segundo reinado principalmente na campanha 
da Guerra do Paraguai, que até hoje é o maior 
conflito da América do Sul. A guerra teve início 
em um conflito que levou o Brasil a enviar 
tropas ao Uruguai para ajudar os colorados na 
guerra civil do país. Paraguai um dos aliados do 
Uruguai capturou uma embarcação brasileira 
que velejava o rio Paraguai, ao mesmo tempo 
em 1864 enviou tropas que invadiram o estado 
do Mato Grosso. A invasão Paraguaia contou 
com mais de sete mil soldados que facilmente 
derrotaram as tropas brasileiras. Em seguida as 
tropas lideradas por Solano Lopez marcharam 
em direção ao Rio Grande do Sul para expulsar 
as tropas brasileiras do Uruguai. Para chegar até 
seu destino as tropas precisavam atravessar o 
território argentino, que negou passagem pois 
mantinham relação de amizade com o Brasil 
desde a revolta da Cisplatina. Então Lopez 
também declarou guerra contra a Argentina. 
Para combater o exército paraguaio foi formado 
em 1865 a Tríplice Aliança que reunia exércitos 
do Brasil, Argentina e colorados no Uruguai. 
No mesmo ano ocorreu a Batalha do Riachuelo, 
o confronto foi decisivo para mudar os rumos 
da guerra. Nessa batalha a armada brasileira 
teve uma grande vitória sobre as forças 
paraguaias, derrotando mais da metade das suas 
tropas. A derrota deixou o Paraguai isolado sem 
conseguir abastecer seus exércitos. O Paraguai 
adotou então uma posição defensiva, fazendo 
os ataques da Tríplice Aliança se intensificar 
nos territórios paraguaios. Em 1869 a cidade de 
Assunção foi invadida, a partir daí a guerra se 
tornou uma caça à Solano Lopez que foi 
completamente derrotado em 1870 na Batalha 
de Cerro Corá, morto pelos soldados 
brasileiros.6.2 – A queda da Monarquia Brasileira: 
O ano de 1870 foi muito importante para o 
fim do período monárquico no Brasil. O fim da 
guerra do Paraguai gerou uma crise financeira 
que colocou os maiores produtores de café do 
estado de São Paulo contra a coroa, nesse 
momento o império perdia seus maiores 
apoiadores. 
Outro fator importante no ano de 1870 foi 
a criação do Partido Republicano no Rio de 
Janeiro. O partido foi o responsável pelos 
principais movimentos contra a monarquia 
brasileira, criando vários conflitos dentro da 
câmara abalando o setor político. Nos anos 
seguintes foram criados outros partidos de 
pensamento republicano que queriam o fim do 
modelo monárquico. 
Mas os dois maiores marcos do fim da 
monarquia foi o desentendimento com os 
grandes latifundiários logo após a abolição da 
escravidão e com os militares, os verdadeiros 
responsáveis pela república. 
6.2.1 – Abolição da escravidão: 
O Brasil sofria forte pressão para a 
aprovação da abolição da escravidão, 
principalmente da Inglaterra sua maior parceira 
econômica. As pressões inglesas se deram logo 
após a revolução industrial pois o governo 
inglês buscava novos compradores para seus 
produtos, e o Brasil era um país que crescia 
muito rápido. O fim da escravidão geraria um 
grande crescimento de compradores. 
A Inglaterra também não via com bons 
olhos o comércio negreiro entre África e Brasil, 
pois o lucro era enorme e não iam para os cofres 
africanos. A partir daí foi criada em 1850 a Lei 
Eusébio de Queiroz, que proibia o comércio de 
escravos. 
Dentro do cenário político brasileiro, a 
discussão sobre a abolição tomou três frentes: 
os escravistas que eram contrários, os 
emancipacionistas que buscavam apenas a 
libertação jurídica e os abolicionistas que 
queriam a libertação e a concessão de direitos 
aos ex-escravos, com sua inserção na 
sociedade. 
Com o fim da Guerra do Paraguai, onde 
tiveram vários negros na linha de frente com a 
promessa de alforria, a discussão abolicionista 
começou a ganhar seus últimos dias. Uma série 
de leis começaram a entrar em vigor: a lei do 
ventre livre em setembro de 1871 previa que 
todos os filhos de escravas estariam livres a 
partir dessa data; em 1885 foi aprovada a lei do 
sexagenário previa a alforria dos escravos com 
mais de sessenta anos; por fim em 1888 foi 
aprovada a Lei Áurea que libertava todos os 
escravos no território brasileiro. 
A abolição representou a vitória dos 
abolicionistas. Com a derrota os escravistas, 
que eram compostos pelos grandes produtores 
do Brasil, decidiram romper com o império. Os 
republicanos aproveitaram esse abalo político 
para mostrar a fragilidade do modelo 
monárquico, reunindo apoiadores para uma 
reforma completa. Com os grandes produtores 
do seu lado, precisavam apenas do apoio 
popular. Foram buscar apoio com os militares, 
que eram amados pela população. 
6.2.2 – Crise militar: 
Os militares brasileiros logo após o fim da 
Guerra do Paraguai retornaram ao brasil e 
foram aclamados como heróis pela população, 
no entanto eles alegaram total abandono por 
parte do governo. Pouco reconhecimento, o 
abandono de suas famílias durante o conflito, os 
salários não eram suficientes para a 
reconstrução de suas vidas e a falta de 
promoções, esses foram os motivos que deram 
início ao conflito entre as duas forças, 
colocando os militares a favor da república. 
Em 1888 D. Pedro tentou uma conciliação 
entre republicanos e parlamento nomeando o 
visconde de Ouro Preto, que lançou diversas 
propostas de reforma política inspirada nos 
ideais republicanos. Visando a manutenção de 
seus privilégios, o parlamento foi totalmente 
contrário, e esse foi o estopim para os grupos 
republicanos levantarem bandeiras para a 
proclamação da república. 
Sem o apoio popular e das classes que 
detinha o poder no reino, os republicanos 
começaram a espalhar boatos que o governo 
estava planejando agir contra o exército, 
prendendo seus líderes. No dia 14 de novembro 
de 1888 os militares começaram a reunir seus 
homens, planejando o ataque ao parlamento. No 
dia seguinte, liderados por Marechal Deodoro 
da Fonseca, marcharam para o centro da cidade 
com o intuito de depor D, Pedro II. Com o apoio 
dos republicanos, Marechal Deodoro demitiu o 
conselho dos ministros e com um decreto 
proclamou a república. 
D. Pedro II não reagiu ao ataque apesar do 
apoio popular e da armada marítima, pois não 
queria ver uma guerra civil que mataria 
milhares de brasileiros. No dia 18 de novembro 
o Imperador partiu com sua família para a 
Europa. Caia assim a última monarquia na 
América. 
7 – REPÚBLICA 
7.1 – República Federalista: 
Logo após a proclamação da república foi 
instaurado um governo provisório sob o 
comando de Marechal Deodoro da Fonseca. De 
imediato o novo governo tomou atitudes para 
desvincular a imagem do país com a monarquia 
portuguesa, as principais foram a mudança da 
bandeira nacional e a elaboração de uma nova 
constituição, que foi promulgada em 1891. 
Com a nova constituição o Brasil se tornou um 
país federalista, ou seja, as províncias se 
tornaram estados com mais independência e 
autonomia para tomar suas próprias decisões 
sob a supervisão de um presidente. 
O período republicano foi e ainda é o mais 
conturbado da história brasileira, e por medidas 
metodológicas o período republicano no Brasil 
foi dividido em seis momento: República 
Velha, Era Vargas, Estado Novo, Quarta 
República, Período Militar e Nova 
República. 
7.2 – República Velha: 
A República velha foi o primeiro momento 
desse novo modelo governamental do Brasil e 
teve início logo após a proclamação da 
república em 1889. Se primeiro líder foi 
Deodoro da Fonseca. Escolhido para governar 
como presidente por quatro anos, mas 
renunciou dando lugar ao seu vice Floriano 
Peixoto. Esse primeiro mandato de 1889 a 1894 
foi conhecido com República da Espada, por 
ser comandado por dois militares. 
A duração desse período foi de 1889 a 1930 
e tiveram ao todo treze presidentes: 
1. Deodoro da Fonseca (1889-1891); 
2. Floriano Peixoto (1891-1894); 
3. Prudente de Morais (1894-1898); 
4. Campos Sales (1898-1902); 
5. Rodrigues Alves (1902-1906); 
6. Afonso Pena (1906-1909); 
7. Nilo Peçanha (1909-1910) 
8. Hermes da Fonseca (1910-1914); 
9. Venceslau Brás (1914-1918); 
10. Delfim Moreira (1918-1919); 
11. Epitácio Pessoa (1919-1922); 
12. Artur Bernardes (1922-1926); 
13. Washington Luís (1926-1930). 
Tiveram ainda dois presidentes eleitos que 
não assumiram seus cargos, o primeiro foi 
Rodrigues Alves que havia sido reeleito, mas 
acabou morto por decorrência da Gripe 
Espanhola. O segundo foi Júlio Prestes que não 
chegou ao poder devido a Revolução de Vargas. 
7.3 – Era Vargas: 
A Era Vargas foi o período que iniciou em 
1930 logo após uma revolução armada que 
levou Getúlio Vargas ao poder, onde ficou até 
1945. Getúlio foi um dos líderes mais amados e 
ao mesmo tempo odiado da história brasileira. 
A presidência do país até 1930 ficou 
conhecida como República do Café com 
Leite, pois as escolhas eram feitas por meio de 
revezamento entre os estados de São Paulo e 
Minas Gerais, os maiores produtores de café e 
leite que sustentavam a economia brasileira. O 
então presidente paulista Washington Luís 
decidiu romper o acordo e nomeou Júlio 
Prestes, outro paulista para a presidência. O 
governo mineiro imediatamente iniciou uma 
represaria se aliando aos governos do Rio 
Grande do Sul e Paraíba, formando a Aliança 
Libertadora. O grupo então anulou a nomeação 
paulista e proclamou Getúlio Vargas como 
presidente provisório até que fossem feitas 
novas eleições. 
Getúlio usou a desculpa de evitar o retorno 
ao modelo de revezamento da presidência e 
adotou políticas de centralização do poder, 
fechou o congresso e aboliu a constituição 
vigente. Adotou também medidaspara 
remodelar o modelo de cargos públicos, 
retirando os membros da elite do poder e 
nomeando seus aliados da revolução para 
cargos de governadores. Essa atitude tinha o 
intuito de controlar de forma completa todo o 
território, evitando revoltas locais. 
No entanto essas medidas não foram 
totalmente eficazes. Vendo que o governo não 
seria apenas provisório, as elites paulistas se 
organizaram e convocaram a população para 
um levante pedindo as eleições e uma 
Constituinte. A Revolução Constituinte de 
1832, como ficou conhecido o levante, foi 
rapidamente combatido, mas suas 
reinvindicações foram atendidas por Vagas que 
convocou a Constituinte em 1934. A 
constituição foi muito bem aceita pela 
população, que através dela teve seus direitos 
ampliados. A reputação de Vargas foi tão alta 
que apesar de suas medidas totalitaristas, 
conseguiu se eleger em 1934. Esse segundo 
mandato ficou conhecido como Governo 
Constitucional. 
7.4 – Estado Novo: 
Paralelo ao governo de Vargas ocorria no 
mundo a II Guerra Mundial, e apesar do Brasil 
não está inteiramente engajado com o conflito, 
houveram reflexos das ideologias Fascistas e 
Comunistas no Brasil. Em São Paulo formou-se 
a Ação Integralista Brasileira, um grupo de 
extrema direita que possuía inspiração no 
fascismo italiano e defendia o nacionalismo e 
pregava ações antissemitas, seu líder era Plínio 
Salgado. Em combate surgiu também a Aliança 
Libertadora Nacional, no entanto, seu real 
objetivo era um golpe de estado para tomar o 
poder do país. Sob a liderança de Luís Prestes, 
o grupo fez uma tentativa frustrada em 1935. 
Com a ameaça de golpe pelos comunistas, 
Vargas fez um alto golpe cancelando as 
eleições de 1938 e instaurou um governo 
ditatorial. O golpe teve justificava através de 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-deodoro-fonseca.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-prudente-morais.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/campos-sales.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/rodrigues-alves.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/afonso-pena.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/nilo-pecanha.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/hermes-fonseca.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/venceslau-bras.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/epitacio-pessoa.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/arthur-bernardes.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/washington-luis.htm
um documento conhecido como Plano Cohen, 
que falava sobre uma conspiração dos 
comunistas para tomar o poder. 
Após o golpe teve início a fase conhecida 
como Estado novo, e ficou marcado pelas 
decisões ditatoriais de Vargas no comando do 
país. Ele governava por meio de decretos-leis, 
ou seja, não precisava da aprovação do 
legislativo. O congresso juntamente com as 
assembleias estaduais e câmaras municipais 
foram fechados, e todos os partidos foram 
proibidos por lei. Outra decisão que reforçou o 
autoritarismo foi a criação do Departamento 
de Imprensa e Propaganda, o maior marco da 
ditadura varguista que censurava as artes e a 
imprensa. 
Uma das poucas decisões favoráveis ao 
povo nesse período foi a criação da Justiça do 
Trabalho em 1939 e a Consolidação das Leis 
de Trabalho em 1943. Nesse momento houve 
a unificação das leis trabalhistas existentes, 
estabelecendo novos direitos 
trabalhistas: salário mínimo, descanso 
semanal remunerado, e condições de 
segurança no trabalho. Com essas atitudes 
populistas Vargas ficou conhecido como o Pai 
dos Pobres. 
No ano de 1944 Vargas decide apoiar os 
EUA na Segunda Guerra Mundial com envio de 
tropas para a linha de frente. Essa atitude era 
uma enorme contradição, pois Vargas que 
mantinha um governo autoritário enviava 
tropas para combater o autoritarismo italiano. 
Essa atitude mostrou a fragilidade do governo e 
Vargas perdeu o apoio dos militares, que em 
1945 se organizaram pelo fim do autoritarismo 
no Brasil e convocaram novas eleições. 
7.5 – Quarta República: 
A Quarta República foi um corto período 
da história brasileira que também ficou 
conhecida como República Populista. Esse 
período começou a ser construído com a 
insatisfação do regime autoritário de Vargas e 
principalmente com suas ações de massa que 
incomodava uma pequena elite do país. Na 
virada de 1944 para 1945 a elite brasileira 
conseguiu o apoio dos militares que forçaram o 
fim do regime varguista para o retorno da 
democracia. Sob pressão, Vargas baixou uma 
emenda que previa eleições no prazo de 90 dias. 
Com a promessa de eleições democráticas os 
grupos políticos começaram a se organizar e 
montar novos partidos para a disputa. 
O surgimento de vários partidos políticos 
foi a principal característica da quarta 
república. Dentre esses partidos destacam-se: 
União Democrática Nacional, partido liberal e 
conservador que prometia lutar contra a 
corrupção, seu principal nome foi Carlos 
Lacerda; Partido Social Democrático sob a 
liderança de Juscelino Kubitschek, o partido era 
formado pelos burocratas que ganharam poder 
sob o regime de Vargas; Partido dos 
Trabalhadores Brasileiros criado pelo próprio 
Vargas para continuar sua política. 
Nesse curto período tivemos os seguintes 
presidentes: 
• Eurico Gaspar Dutra (1946-1951) 
• Getúlio Vargas (1951-1954) 
• Café Filho (1954-1955) 
• Carlos Luz (1955) 
• Nereu Ramos (1955-1956) 
• Juscelino Kubitschek (1956-1961) 
• Jânio Quadro (1961) 
• Ranieri Mazzilli (1961) 
• João Goulart (1961-1964) 
Eurico Gaspar Dutra (1946-1951): Dutra 
foi eleito pela chapa PSD/PTB através do apoio 
de Getúlio Vargas. No seu governo destacou-se 
a política econômica liberal, mas depois de 
alguns deslizes e crise econômica decidiu 
mudar a postura e seguir um método 
intervencionista, que resultou em grande 
avanço tecnológico, principalmente com a boa 
relação com os EUA. 
Getúlio Vargas (1951-1954): nas eleições 
seguintes, o PTB rompeu com o PSD e lançou 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-dutra.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/getulio-vargas.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/cafe-filho.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/juscelino-kubitschek.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-janio-quadros.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/joao-goulart.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-dutra.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/getulio-vargas.htm
Vargas, que venceu em 1950 assumindo 
novamente o poder do país. O governo de 
Vargas tomou características nacionalistas, 
tentando um rompimento com os EUA e 
fortalecendo a expansão dos produtos internos. 
O maior marco foi a criação de estatais como a 
Petrobrás em 1953, sob uma intensa campanha 
popular com o lema “o petróleo é nosso”. No 
entanto, essa característica intervencionista não 
agradou os concorrentes, que começaram a 
levantar várias denuncias de corrupção. A 
relação com a população também não era boa, 
pois o país acabou entrando em uma alta 
inflação que acabava com o poder de compra. 
Para resolver o problema, Vargas anuncia João 
Goulart para o ministério do trabalho e a 
proposta de aumenta em 100% do salário 
mínimo. 
Vargas ainda carregava a insatisfação de 
seus opositores devido seu último governo. Um 
de seus principais adversários era Carlos 
Lacerda, jornalista e dono da Tribuna da 
Imprensa. Em 5 de agosto de 1954 Lacerda foi 
atacado e morto na porta de sua casa, o que 
gerou investigações que tentava ligar o 
assassinato ao governo. Poucas semanas depois 
descobriram que o mandante do crime foi 
Gregório Fortunado, chefe de segurança do 
palácio presidencial. As acusações caíram em 
cima de Vargas que passou a ser perseguido por 
todo o país com pedidos de renúncia. No dia 24 
de agosto de 1954 Vargas cometeu suicídio. 
Juscelino Kubitschek (1956-1961): logo 
apósa morte de Vargas vários grupos se 
organizaram para dar um golpe de Estado 
impedindo as eleições e chegar à presidência. 
Graças a Henrique Teixeira Lott, ministro da 
Guerra, foi possível a eleição de Juscelino da 
chapa PTB/PSD. Seu mandato foi marcado pelo 
desenvolvimento econômico graças as suas 
medidas para o avanço das industrias no país. O 
resultado foi o crescimento de 7% do PIB e 
80% da indústria. JK também ficou conhecido 
pela construção de Brasília, nova capital do 
país. 
Jânio Quadro (1961): o único político do 
UDN a chegar na presidência. Seu mandato foi 
muito curto, apenas 7 meses, mas cheio de 
polêmicas. Com medidas conservadoras na 
economia aumentou o preço das mercadorias 
como o pão e combustível, que gerou desagrado 
da população. A decadência de seu mandado foi 
quando decidiu condecorar Che Guevara, o que 
ia contra os princípios de seu partido 
conservador, o resultado foi o isolamento 
político. Jânio começou a comandar o país sem 
aliados. Em uma tentativa de alto golpe, decidiu 
renunciar à presidência acreditando que teria o 
apoio popular para seu retorno. O apoio não 
veio e o cargo de presidente ficou vago. 
João Goulart (1961-1964): integrante do 
PTB e vice de Jânio, sua pose foi em meio a 
grandes conflitos que quase gerou uma guerra 
civil. A sua pose não foi como presidente, pois 
por meio de um golpe foi instaurado o modelo 
parlamentarista no país, Jango então foi 
nomeado Primeiro Ministro do Brasil. O país 
então voltou ao modo presidencialista por meio 
de plebiscito popular em 7 de setembro de 
1963. 
Um de seus primeiros atos como 
presidente foi a tentativa de implementação da 
chamada Reforma de Bases, que visava a 
transformação do modelo tributário, agrário e 
político. O debate agrário acabou com a perca 
de apoio por meio do PSD. Jango não sabia, 
mas durante seu governo era organizado um 
golpe contra ele. 
Entre 31 de março e 4 de abril de 1964 
houve um intenso movimento militar que 
começou a ocupar os principais pontos do país. 
No dia 2 de abril o presidente do senado Auro 
Moura declarou a vacância no cargo de 
presidente, assim os militares assumem o cargo 
e instauram um regime temporário militar. Em 
9 de abril foi decretado o AI-1 e Humberto 
Castelo Branco é declarado o novo presidente 
do país, iniciando um nove regime no país. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/juscelino-kubitschek.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/governo-janio-quadros.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiab/joao-goulart.htm
7.6 – Regime Militar 
Como já mencionado, o país passava for 
forte tensão política desde a morte de Vargas e 
a renúncia de Jânio. Jango que assumiu era de 
partido diferente de Jânio (partido conservador) 
e suas medidas criaram revolta com os grandes 
latifundiários contrários à reforma agrária. Suas 
atitudes e proximidade com os sindicalistas lhe 
renderam a fama de comunista, que gerou 
conflitos com as camadas populares que eram 
de maioria conservadoras. 
Nesse mesmo período o mundo vivia a 
dupla polarização devido à Guerra Fria, e os 
EUA que era forte aliado do Brasil não via com 
bons olhos a liderança com ideais comunistas 
de João Goulart, começando a financiar grupos 
contrários e principalmente os militares. 
O primeiro presidente do regime foi 
Castelo Branco, que assumiu em 15 de abril de 
1964. O governo era regido através de Atos 
Institucionais (AI) que decidiam o que seria 
feito sem precisar de aprovação dos 
parlamentares. O AI-1 de Castelo Branco 
decretava o fim das eleições diretas, ou seja, a 
população não participaria da votação, que seria 
feita pelo congresso. As eleições estaduais 
também foram suspensas. 
Em 1965 foi apresentado o AI-2 que 
tornava ilegal a organização de partidos 
políticos, existindo apenas 2: Aliança 
Renovadora Nacional (ARENA) e Movimento 
Democrático Brasileiro (MDB). O primeiro era 
o representante dos militares e o segundo a 
oposição, que tinham várias limitações para 
atuação. A manutenção do partido de oposição 
era um ato para passar a legalidade das eleições, 
e também com a existência de apenas um 
partido de oposição era mais fácil a repreensão. 
Artur da Costa e Silva (1967 – 1969): foi 
o segundo presidente do regime militar. Logo 
após o governo de Castelo Branco cresceu a 
insatisfação popular e grupos opositores 
começaram a ir para as ruas fazendo protestos. 
Costa e Silva foi marcado por ser um dos 
presidentes mais duro, com medidas violentas 
para repreender os opositores. No seu governo 
foi promulgado o AI-5 que fechava 
completamente o parlamento, cassou o 
mandato de diversos prefeitos e proibiu as 
reuniões políticas. O AI-5 também permitia a 
repreensão violenta contra qualquer opositor 
nas ruas, esse período ficou conhecido como 
anos de chumbo. A ação violenta do governo 
fez surgir vários grupos armados. 
Emílio Garrastazu Médici (1969 – 1974): 
esse governo foi marcado pelo aumento da 
repreensão dos opositores e do crescimento 
econômico. Em 1971 as medidas de repreensão 
criaram o Departamento de Operações Internas 
(DOI) e o Centro de Operação da Defesa 
Interna (CODI), esses órgãos eram centros de 
aprisionamento e estavam espalhados por todo 
o país. 
Conhecido como “milagre econômico” as 
medidas econômicas de Médici resultaram em 
um aumento de 10% do PIB e queda da 
inflação. Nesse governo também foram 
construídas mais de 1 milhão de casas através 
do Banco Nacional de Habitação. Esses 
resultados econômicos junto com a euforia do 
tricampeonato mundial de futebol, fizeram 
diminuir a insatisfação popular, e o governo 
começou a investir em propagandas como 
“Brasil ame-o ou deixe” na tentativa de criar 
laços com as classes mais baixas. 
Na contramão do milagre, as 
consequências foram desastrosas. O milagre 
surgiu graças aos enormes empréstimos 
financeiros que deixaram uma dívida externa 
maior que 1 trilhão de reais. O país também 
sofreu com a desigualdade de renda, pois o 
dinheiro se acumulou nas mãos de uma pequena 
elite e a população pobre ficava cada vez mais 
pobre. Dados do Índice de Gini, que mede o 
nível de concentração de renda, mostram que o 
país alcançou o pior nível da história em 1977. 
Ernesto Geisel (1974 – 1979): a partir de 
Geisel tivemos uma abertura política que 
levaria ao final do período militar. A decisão de 
abertura política se deu pelo desgaste do 
militarismo com a população, pois as ações 
violentas começaram aa gerar revolta. Um fato 
que marca esse rompimento dos militares com 
a população foi o assassinato do jornalista 
Vladimir Herzog que participava do Partido 
Comunista do Brasil. A morte do jornalista 
gerou grande comoção nacional. 
As sequelas do regime de Médici geraram 
uma enorme crise econômica em 1978, que 
gerou o levante de movimentos trabalhadores 
por todo o país, o mais conhecido foi a greve 
dos metalúrgicos no ABC paulista. Essa série 
de levantes trabalhista resultou no 
fortalecimento dos movimentos sindicalistas 
que culminou na criação da Central Única dos 
Trabalhadores (CUT) e o Partido dos 
Trabalhadores (PT). Em 1980 aconteceu em 
São Bernardo do Campo uma das maiores 
greves da história do país, que durou 41 e 
contou com o apoio de mais de 300 mil 
metalúrgicos. Seu líder foi Luís Inácio da Silva, 
que se tornaria um dos fundadores e maior líder 
do PT. 
João Figueiredo (1979 – 1985): o governo 
de Figueiredo durou 6 anos e chegou ao fim 
juntamente com o fim do regime militar. Já no 
início do seu mandado foi aprovada a lei de 
anistia, que permitia o retorno dos opositores 
exilados e a soltura dos presos políticos. Foi 
derrubado o decreto que proibia as reuniões 
políticas e também a criação de novos partidos 
políticos, muitos deles ativos até hoje. 
As atitudes do governo não eram 
unanimidade entre os militares, muitos deles 
eram contra o “afrouxamento” do

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