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Pancreas Anatomia do pâncreas. · Órgão pequeno, de localização retroperinoeal, à altura de L2. · É dividido em 5 porções. · Cabeça do pâncreas – local de maior acometimento de tumores. · Fica à direita dos vasos mesentéricos superiores. · Atrás da cabeça do pâncreas, temos a veia cava e os vasos renais. · A curva da cabeça do pâncreas forma o processo uncinado, que passa atrás dos vasos mesentéricos superiores. · Colo do pâncreas – atrás do colo, passam os vasos mesentéricos superiores e é onde ocorre a junção espleno-mesentérica, dando origem à veia porta. · O corpo do pâncreas é a maior parte do órgão e ele é inteiramente retroperitoneal. · O corpo do pâncreas é a parede posterior da bolsa omental. · Calda do pâncreas – é móvel e em contato íntimo com hilo esplênico, fica anterior ao rim esquerdo, junto ao ângulo esplênico – ligamento espleno-renal. · Ducto de Wirsung – ducto pancreático principal - drenagem de todas as substâncias pancreáticas. · Ele desemboca no duodeno pela papila maior do duodeno – papila de Vatter. · Ducto acessório – de santorini – também realiza drenagem – desemboca na papila menor do duodeno Fisiologia do pâncreas · O pâncreas secreta até 3L por dia de líquido isosmótico alcalino, que contém cerca de 20 tipos de enzimas. · Enzimas e bicarbonato necessários para a atividade digestiva do tgi. · Proporciona pH ótimo para o funcionamento das enzimas. BUSCAR PANCREAS ENDÓCRINO · Pâncreas exócrino – sistema hormonal e sistema neural. · Ácido gástrico – estímulo para liberação de secretina a partir das células S da mucosa duodenal, que estimula secreção de água e eletrólitos pelas células dos ductos pancreáticos. · Ácidos graxos de cadeia longa, aminoácidos essenciais e pelo próprio ácido gástrico estimulam a liberação de Colecistocinina (CCK) pela mucose duodenal, induzindo uma secreção rica em enzimas a partir de células acinares pancreáticas. · A secreção estimulada por secretina e cck depende das vias vagais – sistema nervoso parassimpático. · A estimulação vagal induz a liberação do peptídeo intestinal vasoativo(VIP) (agonista da secretina). · Neuropeptídios inibitórios também influenciam a secreção exócrina do pâncreas, como a somatostatina. · A CCK e a Secretina são produzidas pelo duodeno quando houver passagem dos alimentos pelo trato gastrointestinal – ativando a produção pancreática de enzimas. · Secreção de água e eletrólitos. · Bicarbonato – principal íon – secretado por células ductais. Ele penetra na luz ductal pelo cotransportador de bicarbonato e sódio (despolarização – efluxo de cloro). · A secretina e o VIP agem na superfície apical das células ductais para abrir a membrana regulatória (CFTR) para promover a secreção. · A CCK age como neuromodulador, potencializando os efeitos da secretina. · Acetil colina – age na secreção das células ductais · O bic intraluminal ajuda a neutralizar o ácido gástrico e cria o pH apropriado para atividade enzimática do pâncreas e de sais biliares. · Secreção enzimática. · Célula acinar – altamente compartimentalizada – relacionada a secreção de enzimas pancreáticas. · As proteínas são produzidas pelos complexos de Golgi e são prontamente dirigidas para local apropriado. · Grânulos de Zirmogêneo – região apical, aguarda resposta estimuladora adequada. · Enzimas amiolíticas – amilase – hidrolisam o amido em oligossacarídeos e no dissacarídeo maltose. · Enzimas lipolítivas consistem em lipase, fosfolipase A e colesterol esterase. · Os sais biliares inibem a lipase isolada e ativam a fosfolipase e o colesterol esterase. · As enzimas proteolíticas – tripsina e quimiotripsina – são secretadas como precursor inativos zimogênicos. · O tripsinogênio é um precursor enzimático que é ativado pela enteroquinase e se transforma em tripsina. · Acetilcolinas e peptídeos liberadores de gastrina. · Autoproteção do pâncreas. · A autodigestão é evitada pelo: · Armazenamento das proteases pancreáticas em forma de pré enzimas. · Pela homeostase do cálcio intracelular – reduz o nível no citosol da célula acinar e promove a destruição da pepsina espontaneamente ativada. · Pelo equilíbrio ácido-base. · Pela síntese de inibidores da protease. · Eixo entero-pancreático – a secreção das enzimas é controla também por um mecanismo de feedback negativo induzido pela presença de serina proteases ativas no duodeno. Pancreatite Aguda · Doença inflamatória do pâncreas. · Causa muito importante de dor abdominal. · Deve ser feito diagnóstico diferencial com apendicite, colecistite, tumores abdominais. · Diagnóstico gastrointestinal principal mais comum em pacientes hospitalizados. · Doença multifatorial. · Os cálculos biliares continuam sendo a principal causa de pancreatite aguda. · O cálculo sai da vesícula pelo ducto cístico e ele impacta na ampola de Vatter (local de saída de secreções do pâncreas pelo ducto de Wirsung – aumento da pressão do ducto com ativação das enzimas pancreáticas dentro do pâncreas). · Os cálculos pequenos são os cálculos que mais causam pancreatite – cálculos menores que 5mm. · Pacientes com evidências de colangite ascendente devem ser submetidos a CPRE. · Risco aumentado para recorrência. · O álcool é a segunda causa mais comum – 30% dos casos de pancreatite aguda. · Medicamentosa – toxicidade direta – diuréticos (furosemida), antibióticos, metronidazol, azatioprina, ácido valproico.... · Hipertrigliceridemia é causa em 1,3 a 3,8% dos casos, em níveis séricos de triglicerídeos > 1000mg/dL. · A maioria dos pacientes com hipertrigliceridemia mostra evidência de distúrbio adjacente do metabolismo lipídico. · Esses pacientes são propensos a episódios recorrentes de pancreatite. · Hipercalcemia. · Tumores. · CPRE – colangiopancreatografia – contraste dentro da via biliar. · Infecções – hiv, caxumba, trauma direto, cirurgias abdominais. Quadro clínicoAbordagem ao paciente com dor abdominal · Dor é o principal sintoma da pancreatite aguda. · Pode variar desde um desconforto leve a sofrimento intenso, constante e incapacitante. · É constante e de natureza lancinante. · Localização epigástrica e periumbilical – irradia-se para costas, tórax, flancos e parte inferior do abdômen. · Náuseas vômitos e distensão abdominal. · Exame físico com febre de baixo grau, paciente angustiado e ansioso. · Hipovolemia secundária a exsudação de sangue e de proteínas plasmáticas. · Maior formação e liberação de cininas, que causam vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. · Efeitos sistêmicos das enzimas proteolíticas e lipolíticas liberadas e lançadas na circulação. · Icterícia raramente ocorre – pode decorrer de edema da cabeça do pâncreas – compressão de colédoco. · Achados pulmonares, como estertores de base, atelectasia e derrame pleural. · Hipersensibilidade abdominal e rigidez muscular. · Ruídos intestinais reduzidos ou ausentes. · Dor abdominal intensa em andar superior do abdômen, em faixa, com irradiação para o dorso. · A dor piora com a alimentação. · Náuseas e vômitos. (90%). · Icterícia – colestase – cálculo impacta saída da bile. · Desitratação · Torpor. · Dispneia. Exame físico · Variado e inespecífico · Dor à palpação em andar superior do abdômen. · Distensão abdominal. · Ruídos hidroaéreos diminuídos. · Peritonite. · Icterícia. · Dispneia. · Taquicardia. · Torporoso. · Desidratado. · Hematomas em parede abdominal – sinal de pancreatite aguda grave – aparecem porque houve sangramento do pâncreas no retroperitônio e faz hematoma em flanco (grey-turner)– região periumbilical (Cullen). Laboratoriais – também é inespecífico. · Leucocitose - 15 a 20 mil. · Hematócrito > 44%. · PCR elevado. · TGO/TGP elevados e FA/GGT elevados se tiver associação de barro biliar ou de colelitíase. · Aumento de Ur e Creat – desidratação piora função renal. · Enzimas pancreáticas. · Amilase e lipase sérica elevadas. · Valores séricos 3x acima da normalidade. · Cuidado – pacientes com cetoacidose diabética podem apresentar aumento nos níveis de amilase. · Hipocalcemia.· Hiperbilirrubinemia – geralmente transitória. · Hipertrigliceridemia. Diagnóstico – 2 de 3 fatores. · Quadro clínico – dor abdominal típica no epigástrio, em faixa, que pode se irradiar para dorso. · Laboratoriais – amilase ou lipase > 3 x acima do valor da normalidade. · Exame de imagem – TC com contraste endovenoso – realizar tardiamente -72 horas. · Diagnósticos diferenciais: · Viscera perfurada. · Colecistite aguda e cólica biliar. · Obstrução intestinal. · Oclusao vascular mesentérica. · Cólica renal. · IAM. · Aneurisma de aorta. · Vasculite. · Pneumonia · Cetoacidose. Tipos de pancreatite · Pancreatite intersticial – mantém o suprimento sanguíneo do pâncreas. · O pâncreas está inflamado, edemaciado, mas o quadro é auto-limitado. · Benigna. · Ausência de necrose tecidual reconhecível na TC com contraste IV. · Pancreatite necrotizante – 5% – interrompe suprimento sanguíneo do pâncreas. · A extensão da necrose pode estar relacionada à gravidade da crise e suas complicações sistêmicas. · Necrose do parênquima pancreático e estruturas adjacentes. · Autodigestão – pancreatite ocorre quando as enzimas proteolíticas e lipolíticas são ativadas no lúmen intestinal. · Tripsina, quando ativada, digere tecidos pancreáticos, para-pancreáticas e também ativam outras enzimas como a elastase e a fosfolipase a2. · Também pode ocorrer ativação espontânea da tripsina. Complicações pancreatite · Complicações precoces – geralmente nas primeiras 4 semanas. · Coleções – líquido peripancreatico associado com pancreatite edematosa intersticial sem necrose peripancreática associada. · O paciente começa com fistula pancreática ou periviscerite – rompimento da arquitetura dos ductos pancreáticos. · Não é possível ver paredes definidas limitando a coleção. · Necrose – ausência de defesa e de perfusão. · Lesão pancreática direta e isquêmica. · A lesão isquêmica potencializa a necrose. · Infecção da necrose. · Após a pancreatite · Pseudocisto - coleção encapsulada de liquido com uma parede inflamatória bem definida geralmente fora do pâncreas, com necrose mínima ou ausente. · Costuma ocorrer após as 4 semanas de inicio do quadro. · É bem circunscrito, redondo ou oval, com densidade liquida homogênea e paredes bem definidas. · Necrose de paredes pancreáticas. · Coleção madura encapsulada de necrose pancreática ou peripancreatica, que desenvolve uma parede inflamatória bem definida. · Heterogênea e com densidade líquida e não líquida, com graus de loculação. · Localização intrapancreática ou extrapancreática. Tratamento · Suporte clínico · Analgesia intravenosa. · Antiheméticos – plasil, dramin, ondasetrona. · Hidratação volêmica – ressuscitação agressiva com fluidos. · Ringer ou soro fisiológico em bolos de 15 a 20ml/kg 1050 a 1400 ml, seguidos por infusão de 3ml/3k/hora/ · Reavaliação a cada 6 horas. · Medidas de hematócrito e de ureia a cada 8 a 12 horas. · Jejum oral para não estimular a secreção pancreática. · Soro de suporte. · Colecistectomia – se a causa foi por cálculos. – US abd superior. · O manejo da necrose inclui abordagem multidisciplicar. · Aspiração percutânea da necrose. · Avaliar necessidade de iniciar atb de amplo espectro em paciente aparentemente séptico enquanto aguarda-se os resultados da coloração gram e da cultura. · A necrose estéril é manejada de forma conservadora. · A necrose infectada é preciso estabelecer o microorganismo e deve-se administrar atb direcionado. · Debridamento para tratamento definitivo. · Cirurgia ou endoscopia percutanea de coleções de pseudocistos sintomáticos. 1 Caroline Zanella ATM 2022/a
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