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NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 neoplasias do sistema nervoso central o Constituem apenas 2% de todas as neoplasias malignas que acometem a espécie humana o Tem importância por vários motivos dentre eles se destacam as altas taxas de morbidade e letalidade o O diagnóstico desses tumores requer a associação de aspectos morfológicos, clínicos e achados de neuroimagem o As neoplasias do SNC podem se localizar no encéfalo, nos NC e espinais e nas meninges o Os tumores primários do SNC representam 78- 86% dos tumores intracranianos, e os metastáticos, 14 a 22% o Os tumores derivados de células neuroepiteliais correspondem a cerca de 40% das neoplasias primarias do SNC, destes: 90% - origem astrocitária, oligodendroglial e ependimária – GLIOMAS 47% - origem nas meninges 10% - origem a partir de NC ou raquidianos 2,7% - células linfoides/ hematopoiéticas o EPIDEMIOLOGIA Mais comuns em adultos – 45-50 anos Gênero masculino + acometido – exceto em meningiomas e scwannomas intracranianos) Maioria esporádicos, sem causa conhecida Alguns tem possível etiologia relacionada a FR o A maior parte dos tumores primários se localiza no interior da caixa craniana o Apenas 6% dos tumores 1º do SNC são intrarraquidianos, podendo ser intramedulares ou extramedulares o Em adultos, 70% dos tumores intracranianos são supratentoriais. Já em crianças a maior parte dos tumores são infratentoriais o A classificação das neoplasias do SNC baseia-se no tripé: (1) Aspectos citopatológicos – semelhança da célula neoplásica com a célula “normal” de origem (2) Padrões histopatológicos ou arquiteturais (3) Características moleculares ou imunofenotípicas o A determinação do grau de malignidade histológica é considerada por um sistema de graduação que reflete a história natural de lesão após ressecção cirúrgica, podendo ser: GRAU I – “circunscritos” - baixo potencial proliferativo, potencial de cura após ressecção cirúrgica completa GRAU II – tumor infiltrativo difuso de baixo grau de malignidade GRAU III – tumor infiltrativo difuso de grau intermediário de malignidade GRAU IV – tumor infiltrativo difuso de alto grau de malignidade o Graças ao aspecto “infiltrativo difuso” (II, III, IV) tais tumores são passiveis de ressecção cirúrgica total ou radical. Contudo, sem tratamento pós-cirúrgico complementar (radio e quimio) o tumor frequentemente recidiva e tem curso progressivo fatal, sendo mais rápido nos tumores grau IV o Os critérios histológicos para se avaliar o grau de malignidade, particularmente nos gliomas difusos são: Atipias citológicas Índice mitótico Densidade celular Proliferação microvascular Necrose o O grau de “malignidade biológica” dos tumores do SNC também é importante, de forma que a localização da neoplasia é preditiva da possibilidade de ressecção cirúrgica do tumor As vezes mesmo tumores classificados como de “baixo grau” são invariavelmente fatais graças a sua localização, podendo ser agressivas localmente e ter ressecção cirúrgica e cura difícil I. Tumores astrocitários o Os astrocitomas são os mais frequentes dos tumores neuroepiteliais e dos gliomas o Podem ser “circunscritos” e de baixo potencial proliferativo ou difusos, de graus variáveis de malignidade (II, III, IV) CLASSIFICAÇÃO NEOPLASIAS PRIMÁRIAS DO SNC OBS:. O Ki-67 é um antígeno nuclear presente nas fases ativas do ciclo celular. O Ki-67/ MIB-1, anticorpo anti-Ki-67, pode ser importante ao identificar células com índice mitótico elevado TUMORES DO TECIDO NEUROEPITELIAL NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 o Grau I o Crianças e adolescentes o Quiasma e Nn.ópticos, região hipotalâmica, tálamo e cerebelo o OBS: pode acometer Hemisférios cerebrais (porção medial do lobo temporal), tronco encefálico e medula espinal o Crescimento lento e expansivo o Transformação para astrocitoma pilocítico anaplásico é rara o Manifestações clinicas variam de acordo com a localização do tumor: Quiasma e nervos ópticos: redução/perda da acuidade visual, papiledema, exoftalmia unilateral, perturbação dos movimentos oculares Hipotálamo (região do quiasma): disfunção hipotalâmica – diabetes insipidus, obesidade, hipogonadismo, bulimia, sinais e sintomas de HIC e alterações visuais Cerebelo: manifestações ligadas a compressão do IV ventriculo, do tronco encefálico (HIC, nistagmo e estrabismo) e das raízes cervicais (rigidez de nuca) e ao comprometimento cerebelar (ataxia) ASPECTOS MORFOLÓGICOS o Tecido tumoral com limites parcialmente bem definidos, áreas compactas ao lado de áreas mais frouxas, gelatinosas e acinzentadas. o Cistos podem ser encontrados no tumor o Na microscopia achados frequentes são as fibras de Rosenthal e os corpos granulares eosinófilos o o Grau II o Adultos 25-45 anos o Hemisférios cerebrais, especialmente lobos frontais e temporais o OBS: em crianças as sedes mais comuns são o TE e o tálamo MACROSCOPIA: o Limites imprecisos o Crescimento infiltrativo na substancia branca profunda e subcortical, no córtex ou núcleos da base o Textura homogênea, compacta – pequenos cistos podem estar presentes o OBS: Na TC aparece como massa mal definida, homogênea de baixa densidade, sem capitação de contraste MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS o Hemisférios cerebrais: crises convulsivas focais, déficit motor ou sensitivo, transtornos psiquiátricos, sintomas de HIC o Tronco encefálico: envolvimento de vias sensitivas, piramidais, cerebelares e dos núcleos dos nervos cranianos – ataxia, distúrbios dos movimentos oculares, sinais de acometimento dos V, VII, IX e X nervos cranianos e tetraparesia o Medula espinal: dor, alterações motoras e mais raramente distúrbios sensitivos OBS: quadro clinico arrastado, progressão lenta (meses/ anos) o Metade dos pacientes sobrevive 5 anos após o diagnostico o Há tendência a anaplasia e progressão para formas de maior malignidade com o passar do tempo (glioblastoma e astrocitoma anaplásico) TUMOR ASTROCITÁRIO GRAU astrocitoma pilocítico grau I astrocitoma difuso (astrocitoma) grau II astrocitoma anaplásico grau III glioblastoma grau IV ASTROCITOMA PILOCÍTICO ASTROCITOMA DIFUSO (ASTROCITOMA) Figura 26.121 Astrocitoma difuso envolvendo córtex e substância branca cerebral. Notar crescimento infiltrativo, limites imprecisos e gelatinosos Figura 26.118 Astrocitoma pilocítico da região hipotalâmica. Notar a boa delimitação do tumor, cisto gelatinoso, compressão do III ventrículo e hidrocefalia. A hemorragia intratumoral deve-se a biópsia prévia. Notar, ainda, válvula para derivação ventricular NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 Grau III o Adultos – 30-50 anos o Corresponde a qualquer astrocitoma difuso com áreas focais de anaplasia o 1/3 dos pacientes sobrevive 5 anos após o diagnostico QUANTO A SUA ORIGEM PODE TER: o Origem de astrocitoma difuso (grau II) o De novo (lesão com características malignas desde o início) o OBS: Estudos de neuroimagem mostram aspectos semelhantes ao astrocitoma difuso, mas, diferente deste podem exibir captação parcial de contraste e efeito de massa (tumor e edema peritumoral) MACROSCOPIA o Semelhanças com o astrocitoma difuso o Aspecto brancacento ou cinza-escuro e granuloso o Tumor e edema peritumoral podem levar ao desvio de estruturas da linha media para o lado oposto MICROSCOPIA o Densidade celular moderada/ elevada o Atipias nucleares o Numero variável de células gigantes uni e multinucleadas o Índice de proliferação celular 5-10%o Astrocitoma grau IV o Adulto 45-70 anos o Sexo masculino (3:2) o Localização: maior parte é supratentorial, com predileção pela substancia branca dos hemisférios cerebrais (lobos frontais → temporais e parietais) o Tumor primário maligno mais frequente no SNC o Invasão rápida de estruturas adjacentes o Podem ser primários ou secundários de acordo com suas características clinicas, contudo são histologicamente indistinguíveis o OBS: nos estudos de neuroimagem aparece como massa de contorno irregular contendo zona periférica em forma de anel (que capta intensamente o contraste) envolvendo área central hipodensa na TC (área não captante – necrose) MACROSCOPIA o Friável, granuloso, sem brilho, acinzentado ou róseo acinzentado o Focos de necrose e hemorragia o Edema cerebral adjacente o Invasão do corpo caloso, distorção do sistema ventricular e desvio de estruturas da linha media, pode se estender ao hemisfério oposto – “tumor em asa de borboleta” MICROSCOPIA o Hipercelularidade e grande variabilidade celular (“glioblastoma multiforme”) o Mitoses típicas e atípicas o Índice de proliferação celular de 15 a 20% o Áreas de necrose de faixa irregular rodeadas por células tumorais em pseudopaliçada o Vascularização abundante - capilares e vasos de pequeno calibre ASTROCITOMA ANAPLÁSICO Figura 26.125 Astrocitoma anaplásico do hemisfério cerebral direito. Notar crescimento infiltrativo difuso da lesão,,limites imprecisos, cistos diminutos e desvio das estruturas da linha média (efeito de massa). GLIOBLASTOMA NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 ASPECTOS CLINICOS o É um dos tumores humanos mais letais o Prognostico é sombrio e desfavorável – leva a edema intenso, destruição de extensas áreas do tecido nervoso o A grande maioria não sobrevive a 1 ano e 6m após o diagnostico o A recidiva dos tumores tratados cirurgicamente e com radioterapia e quimio é comum o Metástases dentro do SNC (via LCS) o Prognostico pior em idosos o Manifestações de HIC, sinais e sintomas focais que variam conforme sua sede o OBS: Quando tem origem de um astrocitoma anaplásico ou de baixo grau a história clinica revela sintomas arrastados e aceleração ou piora nas ultimas semanas/ meses VARIANTES Glioblastoma de células gigantes o Predomínio de células gigantes multinucleadas bizarras, citoplasma amplo e eosinófilo separadas por estroma rico em fibras reticulares o Preferencia pelo lobo temporal o Macroscopicamente Gliossarcoma – 1,8% - glioblastoma com componente sarcomatoso originário da diferenciação aberrante das células gliais neoplásicas o lobos frontal, temporal ou parietal o tumor invade a superfície interna da dura-mater o qual permanece aderido o acinzentado, consistência firme com áreas amareladas de necrose o Tumor glial maligno – Grau III o Ocorre em todas as idades, mas é mais frequente em adultos o Infiltra-se difusamente em três ou mais lobos cerebrais, na maioria dos casos bilateralmente o Estende-se aos núcleos da base, tálamo, mesencéfalo, e ponte, ocasionalmente atingindo a medula o O crescimento infiltrativo difuso resulta em expansão das estruturas afetadas II. Tumores oligodendrogliais o Grau II o Entre 30-60 anos de idade o Córtex e susbstância branca dos lobos frontal, temporal e parietal o Crescimento lento e evolução arrastada, muitas vezes produzindo apenas manifestações de acometimento focal do encéfalo (ex. epilepsia) o Pode ocorrer hemorragia maciça na intimidade do tumor, levando o paciente a óbito o Formado por células semelhantes a oligodendrogliócitos MACROSCOPIA o Tumor solido que apaga os limites entre córtex- substancia branca o Superfície de corte granular ou homogênea. róseo acinzentada ou brancacenta, pouco consistente o As vezes apresenta cistos gelatinosos, áreas de calcificação e não raras hemorragias MICROSCOPIA o Células tumorais reproduzem o aspecto de oligodendrócitos da substancia branca cerebral (formato lembra “ovo frito”) o Células ovoides arredondadas, membrana citoplasmática nítida, citoplasma com vacúolo OLIGODENDROGLIOMA Os GMB são mais comuns em adultos na 6-7ª década de vida, sem história de glioma prévio e evolução de curta duração – (glioblastoma primários – de novo) <10% dos GMB ocorrem em indivíduos mais jovens ~40 anos, a partir da progressão de astrocitoma de menor grau (II ou III) – glioblastoma secundário GMB 1° - amplificação do EGFR e mutação do PTEN GMB 2° - mutações nos genes IDH e TP53 GLIOMATOSE CEREBRAL NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 único e núcleo arredondado, hipercromático de aspecto uniforme o Mitoses raras o É característica da neoplasia a riqueza de capilares delicados arqueados e com ramificação em “tela de galinheiro” podendo circunscrever ilhotas de células tumorais o Oligodendroglioma grau III o Proliferação microvascular – capitação de contraste o Oligodendroglioma com densidade celular elevada, atipias nucleares, frequentes figuras de mitose, proliferação microvascular e áreas de necrose OLIGOASTROCITOMAS o Essa denominação engloba tumores infiltrativos difusos do SNC formados por oligodendrogliocitos e astrócitos (mistos) o Grau II (baixo grau) o Hemisférios cerebrais de adultos – preferencia pelo lobo frontal o Crescimento infiltrativo → crises convulsivas, déficit neurológico focal, transtornos comportamentais e síndrome da HIC OLIGOASTROCITOMA ANAPLÁSICO o Grau III o Tem alta densidade celular, pleomorfismo e hipercromasia nucleares, figuras de mitose e proliferação microvascular , em geral evidentes nos dois componentes celulares o Sobrevida de pacientes tratados é muito menor do que nos oligoastrocitomas grau II o OBS: recomenda-se que os oligoastrocitomas anaplasicos sejam classificados como glioblastoma com componente oligodendroglial III. Tumores ependimários o Grau I o Bom prognostico o Origem no cone medular, no filamento terminal ou na cauda equina o Maior incidência em crianças e adultos jovens o Crescimento lento, podendo atingir grande volume o Manifestações clinicas surgem insidiosamente (dor lombar baixa, distúrbio no controle esfincteriano vesical e anal, anestesia perianal) ou mais abruptamente (dor intensa na região lombossacra, ascendente, resultando em rigidez de nuca); neste caso os sinais e sintomas resultam de hemorragia subaracnoidea a partir do tumor MORFOLOGIA o Tumor sólido, lobulado e acinzentado o Histologicamente constituído por papilas e com eixo de tecido fibroso acelular hialino ricamente vascularizado e revestido por células ependimárias cubicas ou cilíndricas baixas Frequentemente o estroma sofre transformação mucoide o Tumor grau II o Baixa malignidade o É o mais comum dos tumores ependimários o Origem nos ventrículos ou no canal da medula espinal o É mais comum na linha mediana do IV ventriculo, onde ocorre preferencialmente em crianças <10 anos o É o glioma mais comum da medula espinal, em qualquer segmento medular – ocorrendo sobretudo em adultos de meia idade o Manifestações clínicas variam conforme a localização: IV ventriculo – preencher e ocluir a cavidade, determinando sinais e sintomas de HIC III ventriculo – distúrbios endócrinos por compressão do hipotálamo, diretamente EPENDIMOMA MIXOPAPILAR OLIGODENDROGLIOMA ANAPLÁSICO EPENDIMOMA OLIGOASTROCITOMA / OLIGOASTROCITOMA ANAPLÁSICO NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 pelo tumor ou indiretamentepela dilatação do III ventrículo Medula – distúrbios motores e sensitivos – compressão dos tratos ascendentes e descendentes MORFOLOGIA o Tumor sólido, firme, homogêneo, acinzentado, de aspecto granuloso e limites nítidos o Nos ventrículos tende a ocupa-los totalmente o No IV ventriculo pode penetrar as aberturas laterais e projetar-se no espaço subaracnóideo o Superfície externa lisa, papilar ou micronodular o Pode conter cistos e áreas de calcificação o O achado mais frequente são pseudorosetas perivasculares nas quais as células tumorais se colocam em volta de vasos sanguíneos o Em meio aos aglomerados celulares perivasculares, encontram-se áreas acelulares ou paucicelulares, constituídas por astrócitos que produzem grande quantidade de fibras gliais o Ependimoma maligno – Grau II o 5-7% dos ependimomas intracranianos, sendo mais raro na medula espinal o Ocorre preferencialmente nos hemisférios cerebrais de crianças e adultos o Microscopicamente apresenta aspecto epiltelioide, densidade celular elevada, atipias nucleares, figuras de mitose, células gigantes uni e multinucleadas, proliferação microvascular e focos de necrose IV - Tumores embrionários o Compreende tumores formados por células neuroepiteliais embrionárias originadas de células tronco neuroepiteliais ou progenitoras o Podem ser indiferenciados ou receber graus variáveis de diferenciação focal para neurônio, astrocito, oligodendrócito epêndima ou mesmo para células que não fazem parte do tecido nervoso, como melanócito musculo estriado esquelético cartilagem e osso o Ocorrem predominantemente em crianças o Manifestam-se com sinais e sintomas de HIC o Comportamento biológico de alto grau – grau IV o Disseminando-se pelo LCS e produzindo metástases fora do SNC o Tumor de alto grau de malignidade – grau IV o Tumor maligno mais frequente no SNC na infância o Preferencialmente no sexo masculino e na infância o Em seguida o segundo grupo mais acometido são adolescentes e jovens (15-35 anos) o Crescimento rápido, se origina no cerebelo e propaga-se precocemente, para outros segmentos do encéfalo e da medula espinal o Localização inicial na linha mediana do cerebelo no verme – em crianças principalmente o Localização nos hemisférios cerebelares – adultos o Podem ser divididos em 4 subtipos: (1) Meduloblastoma desmoplásico/ nodular – superfície dorsal de um hemisfério celular, circunscrito, crescimento predominantemente extracerebelar. adultos jovens são os mais acometidos, prognostico melhor do que nos outros subtipos de meduloblastoma (2) Meduloblastoma com extensa nodularidade Tumor raro com extensas áreas de modularidade desprovidas de fibras reticulares. É mais comum em crianças <2 anos e seu prognostico é melhor do que o meduloblastoma convencional (3) Meduloblastoma anaplásico Pouco frequente, formado por células grandes e pequenas e índice mitótico elevado (4) Meduloblastoma de grandes células Raro, atinge crianças de pouca idade e exibe disseminação precoce pela via liquorica, sendo constituído por grandes células não coesas com grandes núcleos arredondados e nucléolos evidentes MORFOLOGIA o O tumor é bem delimitado, mole, róseo- acinzentado e finamente granuloso o Quando na linha mediana preenche totalmente o IV ventrículo o Nos hemisférios cerebelares, em adultos é mais circunscrito e de consistência firme o Eventualmente pode apresentar crescimento infiltrativo na superfície do cerebelo, em forma de placa ou mais difusamente o Índice de proliferação celular > 20% o Raramente pode haver diferenciação focal para musculo estriado esquelético (medulomioblastoma) ou melanocitica meduloblastoma melanotico Figura 26.133 Ependimoma do IV ventrículo. MEDULOBLASTOMA EPENDIMOMA ANAPLÁSICO NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 IV. Tumores de nervos cranianos e paraespinais o Tumor originado nas células de schwann o Benigno – grau i o Schwannomas de raízes de nervos cranianos são mais frequente em adultos e mulheres o Geralmente solitário – desloca as fibras nervosas do nervo em que se origina o localiza-se nas raízes dos nervos cranianos e raquidianos, menos frequentemente no trajeto periférico dos nervos o É mais comum nas raízes sensitivas, sendo a raiz do vestibular do NCVIII a mais acometida – formando o típico tumor do ângulo ponto- cerebelar o Quando bilateral é característico da neurofibromatose tipo 2!! o Mais raramente afeta o nervo trigêmeo, sua raiz, gânglio ou ramificações o Excepcionalmente outros nervos são atingidos: facial, oculomotor, troclear, e hipoglosso e inclusive o parênquima cerebral o Neoplasia se localiza sempre no terço distal da raiz após ter atravessado a pia-máter o OBS: O Swannoma das raízes dos nervos raquidianos (dentro do canal vertebral) atinge preferencialmente adultos e o SM. É geralmente solitário, e as raízes acometidas são posteriores, distalmente a dura mater na posição lombossacral e na cauda equina o OBS: Schwannoma no trajeto periférico dos nervos é menos frequente e atinge qualquer idade, predominante no SF. Localiza-se nos grandes centros nervosos em especial na face flexora dos membros e nos nervos cutâneos e autonômicos da cabeça e pescoço V. Tumores das meninges A grande maioria dos tumores das meninges origina- se de células aracnoidais (células meningoepiteliais) que revestem a aracnoide as vilosidades arcnoideas ou de suas células precursoras o Os meningiomas representam o tumor primário mais frequente no SNC – 45,4% o Mulheres são mais acometidas do que homens o São tumores próprios da idade adulta, mas podem aparecer ocasionalmente na infância e na adolescência o Em idosos constituem meros achados de necropsia o Meningiomas múltiplos ocorrem esporadicamente em 10% dos casos ou no contexto da neurofibromatose do tipo II o A grande maioria dos meningiomas tem comportamento benigno (grau I) o Em cerca de 50% dos casos os meningiomas se localizam ao lado do seio sagital superior, especialmente em seu terço médio (parassagital) o O restante se distribui no sulco lateral, nas eminencias parietais, na base do crânio, na fossa posterior, nas cavidades ventriculares, especialmente nos ventrículos laterais e na cavidade orbitária o No canal vertebral encontram-se principalmente em segmento torácico o Por seu crescimento lento apresentam manifestações clinicas início e progressão insidiosos o Sinais e sintomas clínicos além dos associados a HIC diferem de acordo com a localização do tumor, sendo os mais frequentes: déficit motor ou sensitivo (meningiomas da convexidade cerebral exoftalmia unilateral (penetração na orbita) paralisia do nervo oculomotor, cegueira unilateral, anosmia, distúrbios psíquicos, crises convulsivas psicomotoras Figura 26.139 Meduloblastoma da linha mediana do cerebelo. A hemorragia deve-se a intervenção cirúrgica prévia MENINGIOMA SCWANNOMA (NEURINOMA) Figura 26.142 Schwannoma do VIII nervo craniano (no ângulo ponto- cerebelar). NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 diabetes insipidus, (crista esfenoidal) hipogonaddismo, diabetes insipidus, hemianopsia bitemporal/ (tubérculo da sela e região parasselar) anosmia homo ou bilateral, cegueira, homo ou bilateral e transtornos mentais (sulco olfatório) o Meningiomas grau I tem bom prognostico, embora possa haver recorrência do tumor em 7- 20% dos casos, mesmo quando ressecados completamente MORFOLOGIA o Tumores se apresentam como massas nodulares de consistência firme, com superfícieexterna lisa ou nodular aderidas na face interna da dura- máter e que se projetam na caixa craniana ou no canal vertebral o Deslocam-se deformando o encéfalo e a medula sem formar aderências o O tamanho dos nódulos varia de mm a cm o Na superfície de corte o tumor é branco- acinzentado, firme e com estrutura espiralada, pode ser homogêneo e mais mole também o Com frequência aparecem focos de calcificação o O aspecto histológico é variável, podem ser: Grau I (baixo potencial proliferativo), grau II e grau III OBS: hipóteses da associação existente entre meningiomas e câncer de mama sugerem que o tumor tenha receptores para hormônios sexuais femininos Receptores para progesterona (e andrógenos diversos e fatores de crescimento) já foram encontrados no tumor Maior frequência no SF, progressão rápida dos sinais/ sintomas na gravidez e a regressão no puerpério . o SNC é fonte frequente de metástases por via sanguínea resultando causa importante de mortalidade e letalidade em pacientes com câncer o Sinais e sintomas clínicos são muito variados e resultam da destruição localizada do tecido nervoso e do efeito de massa produzido pela metástase bem como pelo edema peritumoral o Metástases constituem de 14-22% dos tumores intracranianos, dentre estas, as sedes mais comuns são: Pulmão (carcinoma broncopulmonar) Mama (mulheres) Melanoma Cólon TGI Rim * Pulmão → mama (mulheres) → melanoma → cólon → TGI e rim MORFOLOGIA o Metástases apresentam-se como nódulos bem delimitados no tecido nervoso, circundados por edema o Coloração róseo ou branco-acinzentada, superfície de corte granular e consistência mole o Áreas de necrose, hemorragia e transformação cística são frequentes o O número e as dimensões das metástases são variáveis, sendo a grande maioria múltiplas e com diâmetro inferior a 1 cm o Metástases solitárias normalmente formam massas maiores o A sede principal de metástases são: Hemisférios cerebrais – junção entre córtex/ substancia branca Transição das artérias cerebrais – anterior, media e posterior → distribuição dos êmbolos neoplásicos o Grupo de distúrbios neurocutâneos caracterizado por hiperplasias, hipoplasias, hamartomas e neoplasias malignas ou benignas derivadas do neuroectoderma e mesoderma o Herança autossômica dominante – afeta ambos os gêneros e todas as raças o Mutações em genes supressores de tumor → risco elevado de desenvolver neoplasias malignas o Pode ser de dois tipos, sendo o tipo 1 mais frequente NEUROFIBROMATOSE TIPO 1 (forma periférica) Presença de dois ou mais dos seguintes sinais: o 6 ou mais manchas do tipo café com leite o Manchas maiores que 5mm (pré-puberes) e 15mm (pós-puberes) o 2 ou mais neurofibromas ou 1 neurofibroma plexiforme o Sardas axilares ou inguinais o Glioma (astrocitoma pilocítico de nervo optico) o Lesões ósseas (displasia da asa esfenoidal e adelgaçamento cortical de ossos longos) o Parente de 1° grau (pais/ irmãos/ filhos) com NF1 NEOPLASIAS METASTÁTICAS OBS: NEUROFIBROMATOSES Figura 26.145 Meningioma do sulco lateral esquerdo NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 o NF1 → reprimir a divisão celular → está presente em todos os tecidos mas principalmente nas suprarrenais, SNC e SNP → mutações de NF1 favorecem o desenvolvimento de tumores o OBS: A maioria dos gliomas na NF1 é constituída pelo astrocitoma pilocítico do nervo óptico sendo característica da NF1 a apresentação bilateral desses tumores! o Na NF1, destacam-se os neurofibromas plexiformes (maior risco de malignização) que envolvem os grandes troncos nervosos, os neurofibromas dérmicos e os que envolvem as vísceras (neurofibromatose visceral) NEUROFIBROMATOSE TIPO 2 (NF2) o Também de transmissão autossômica dominante o Lesões neoplásicas e displásicas das células de Schwann, células meningoteliais, células gliais, além da opacificação do cristalino e calcificações cerebrais o Schwannomas vestibulares laterais são diagnóstico da doença o Os critérios diagnósticos para NF2 baseiam-se nos seguintes critérios: Schwannomas bilaterais do NCVIII Parente de 1° grau com NF2 + swannoma vestibular unilateral o Ou em 2 dos seguintes sinais: Meningioma, schwannoma, glioma, opacidade subcapsular do cristalino posterior ou calcificação cerebral
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