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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ · Resultantes da reação orgânica à presença do feto, da sobrecarga hormonal e da ação mecânica do útero · Objetivam promover condições para desenvolvimento fetal adequado, em equilíbrio com o organismo materno · Podem agravar condições preexistentes ou gerar sintomas incômodos ALTERAÇÕES CUTÂNEAS Pigmentares Hiperfunção da hipófise anterior - ↑produção hormônio melanotrófico Cloasma gravídico Hiperpigmentação da região zigomática, malar e frontal Linha nigra Hiperpigmentação da linha alba Sinal de Hunter Hiperpigmentação de mamilos, aréolas e em torno destas Hiperpigmentação Genitais externos – Axilas – Nevos - Cicatrizes Atróficas Estrias Separação dos feixes conjuntivos e elásticos Decorrem de distensão das fibras elásticas + diminuição da hidratação + estiramento da pele (estímulo hormonal: estrogênio, relaxina, adreno-cortical) Abdome, glúteos, coxas e mamas Pilificação Hipertricose Aumento no nº de pelos. Geralmente caem após o parto. Decorrente dos androgênios ovarianos. Sinal de Halban Lanugem na região limítrofe entre couro cabeludo e fronte Vasculares Estrogênio vasodilatação Eritema palmar Vermelhidão difusa, mais proeminente sobre eminências tênares e hipotênares. Desaparecem após gravidez Telangiectasia/aranhas vasculares Diminutos vasos que se ramificam Face, pescoço, parte superior do tórax e braços. Desaparecem após gravidez. Petéquias Hemangiomas Hipersecreção glandular Progesterona Glângulas sudoríparas Hipertrofia e hiperfunção. Aumento da transpiração Glândulas sebáceas Hipertrofia e hiperfunção Aumento da oleosidade da pele, que predispõe à queda capilar e acne ALTERAÇÕES MAMÁRIAS Aumento de volume Mastalgia Estrias Devido ao aumento de lóbulos (progesterona) e ductos (estrogênio) dolorimento e turgidez + estiramento da pele. A partir de 5 semanas Rede venosa de Haller Aumento da vascularização do tecido subcutâneo; a partir de 16 sem Tubérculos de Montgomery Hipertrofia dos tubérculos de Morgany (gls sebáceas areolares) Sinal de Hunter Hiperpigmentação de mamilos, aréolas e em torno destas; a partir de 20 semanas Colostro A partir de 16 sem ALTERAÇÕES DO ÚTERO Aumento de volume Estrogênio Aumento de tecido conjuntivo, dos ligamentos de sustentação (redonodos, uterossacros e largos), dos vasos sanguíneos e linfáticos. Crescimento assimétrico; dextrorrotação - 12ªsem: palpável logo acima da sínfise púbica - 16ª sem: entre sínfise púbica e cicatriz umbilical - 20ªsem: na altura da cicatriz umbilical - 40ª sem: na altura do apêndice xifoide Sinal de Landin Peq região amolecida no meio da face ant do istmo ente 5-6 sem Sinal de Piskacek Assimetria, abaulamento e amolecimento localizados no fundo uterino, no sítio de implantação Sinal de Holzapfel Preensibilidade do útero pelos dedos das mãos, devido às características do útero grávido - menos móvel, maior e amolecido e rugosidade do peritônio Sinal de Nobile-Budin Preenchimento dos fundos de saco vaginais laterais, anterior e posterior pelo útero grávido Sinal de Hegar Diferença de consistência entre corpo, istmo e colo (início gestação) e amolecimento uterino possibilitam a flexão do corpo sobre o colo no toque bimanual; 6-8sem Regra de Goodel Amolecimento do colo, que adquire consistência semelhante á labial Sinal de Puzos Sensação de rechaço quando se empurra o útero bruscamente para cima (no fundo de saco anterior). O feto empurrado se eleva, deslocando-se no líq amniótico e ao retornar é percebido pelo toque Entre 16-25 sem Sinal de Rasch Com os dois dedos no fundo de saco anterior percebe-se a onda de líquido amniótico provocada pelo piparote com os dedos da outra mão no fundo uterino Contrações de Braxton-Hicks A partir do 1º trimestre Contrações espontâneas, indolores, de baixo tônus. ALTERAÇÕES DO COLO Alteração de consistência Amolecimento, encurtamento e afinamento Devido à edema, hipertrofia e hiperplasia das gls cervicais Alteração de localização Devido ao crescimento uterino, o colo se desloca anteriormente em direção à cavidade abdominal Alteração de cor Violácea; devido ao aumento de vascularização/congestão Alteração do muco cervical Viscoso, espesso, não cristaliza; formação do tampão mucoso Alteração epitelial Eversão do epitélio colunar; Ectocérvice torna-se friável e sangrante ALTERAÇÕES DE TROMPAS E OVÁRIOS Trompas Aumento de volume Deslocamento em direção à cavidade abdominal Diminuição da motilidade Ovários Corpo lúteo não degenera e mantém produção de progesterona até 6-7 semanas ALTERAÇÕES GENITAIS Sinal de Osiander Percepção de pulso arterial no fundo de saco lateral/post da vagina Alteração de tamanho Há aumento de comprimento e largura da vagina, devido à separação de fibras de colágeno e afrouxamento de tecido conjuntivo Há hipertrofia de grandes e pequenos lábios e meato utretral Alteração de consistência Sinal de Goodel ou Bonnaire: Consistência amolecida de figo maduro ou lábio Alteração de pH e secreção Há aumento de secreção espessa, leitosa, com aumento de celularidade. Há diminuição do pH (lactobacilos agem sobre glicogênio acumulado Alteração de cor Sinal de Jacquemier/Chedwick: Coloração violácea ou arroxeada da mucosa vulvar, vestíbulo ou meato urinário. Devido ao aumento de vascularização local Sinal de Kluge: Coloração violácea ou arroxeada da mucosa vulvar, vestíbulo ou meato urinário. Devido ao aumento de vascularização local ALTERAÇÕES OSTEOARTICULARES Lordose lombar e marcha anserina Alterações posturais decorrentes do peso adicional, deslocamento de centro de gravidade para trás. Para corrigir o eixo, há ampliação da base de sustentação, lordose voluntária, andar oscilante com passos curtos e lentos e afastamento dos pés Compressões radiculares e lombalgia Espasmos dos mm intervertebrais e diminuição do espaço entre as vértbreas Desconforto e dormência dos MMSS Flexão mantida do pescoço e nn ulnar e mediano podem sofrer trações pelo deslocamento posterior da cintura escapular Maior mobilidade das articulações pélvicas O estrogênio aumenta a vascularização e hidratação do tecido conectivo dos ligamentos articulares e a progesterona/relaxina diminuem o tônus muscular, responsável pela estabilização dessas articulações. Há relaxamento dos ligamentos, maior mobilidade das articulações sacroilíacas, sacrococcígeas e do pube. ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS Mais intensas na 37ª semana. Alterações estruturais Crescimento uterino e afrouxamento dos ligamentos intercostais. Elevação do diafragma (4cm) Aumento da circunferência da caixa torácica (5-7cm) Aumento do ângulo subcostal Diminuição da complacência da parede torácica - Podem ocasionar dor e desconforto na região das últimas costelas - Não compensam a redução do volume residual pulmonar pela elevação do diafragma Alterações funcionais Consequências das alterações estruturais. Progesterona torna o centro respiratório mais sensível ao CO2. Aumento do volume corrente Diminuição da capacidade residual funcional Aumento da pO2 Diminui pCO2 Dispneia fisiológica: aumento do volume corrente e diminuição da pCO2 + alterações de mucosa Congestão nasal: vasodilatação, edema e aumento da secreção Alcalose respiratória compensada: hiperventilação aumento do pH queda do bicarbonato e elevação do 2,3-DPG (facilita a liberação do O2) Aumento leve da FR Dificuldade de intubação: ângulo laríngeo + edema laríngeo Início do trabalho de parto: aumento do pH e redução da pCO2 Período expulsivo: episódios temporários de apneia + intensa atividade muscular liberação de lactado acidose metabólica ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS Coração Não altera significativamente o ECG Síndrome hipercinética, hiperdinâmica, hipervolêmica FC: aumento de 10-15 bpm para manter DC Deslocamento do coração para a esquerda e para cima, com possibilidade de aumento da silhueta e derrame pericárdico Ausculta: - Sopros panssistólicos, audíveis em foco aórtico/aórticoacessório, grau II, desaparecem após o parto - Hiperfonese e desdobramento de bulhas - B3 DC Aumento de 30-40% após 10-12 semanas, com pico em 20-24 semanas Mantem constante após 20-24 semanas Situações que aumentam DC: decúbito lateral e trabalho de parto e puerpério RVP Redução de 34%, principalmente no início (circulação placentária, progesterona, PGs, estrogênios) Nível mínimo na 20ª semana Fluxo sanguíneo permanece inalterado em cérebro, fígado e mm; aumenta em pele, rins, útero; diminui nos MMII PA PA = DC x RVP Redução mais marcante no 2º trimestre (desenvolvimento placentário mais expressivo) Queda da PAD (10-15) > PAS (3-4) Hipotensão supina: decúbito dorsal compressão da v cava inferior redução do DC reflexo vasovagal bradicardia, hipotensão e lipotimia. Melhora com o decúbito lateral. No período pós prandial, devido ao aumento do retorno venoso via porta-hepático, a hipotensão supina pode ser menos acentuada. PV O útero comprime as vv pélvicas e a cava inferior dificulta o retorno venosa e aumenta 3x a PV de MMII Aparecimento e agravamento de varizes em MMII, vulva e hemorroidas, além de edema Melhora com o decúbito lateral e elevação de MM Pressão capilar pulmonar Diminuição de 25% Pode ocasionar edema pulmonar SRAA Aumento de estrógeno + vasodilatação + queda de PA ativação do SRAA Maior grau de ativação no 2º/3º trimestres Menor reposta à angiotensina II Importante para manutenção da PA ANP Aumento da liberação durante a gravidez e no pós parto Gera natriurese, diurese, redução do volume intravascular e da PA ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS Volume plasmático Hipervolemia + diminuição da viscosidade sanguínea hemodiluição Aumento em 40-50% a partir da 6ª semana, com pico em 30-34 semanas Decorrente da ação do SRAA Permite perdas sanguíneas no parto Eritrócitos Aumento de 20-30% do volume eritrocitário (nº de eritrócitos) Devido ao aumento de eritropoietina e hiperplasia eritroide moderada na medula Anemia fisiológica da gestação (hemodiluição) - Ht reduz (30%) - CHCM reduz Leucócitos Leucocitose relativa - 5.000-12.000 até 25.000 no parto, sem desvio à esquerda - Aumento às custas de PMN - Pp no 2-3 trimestres Diminuição da função: - Redução da quimiotaxia e aderência - Aumenta a suscetibilidade à infecções - Melhora doenças autoimunes, ITU e PNM Plaquetas Relativamente inalterada Trombocitopenia em 5-7% - Decorrente do aumento do consumo plaquetário durante a gestação - Deve ser diferenciado de causas autoimunes e pré-eclâmpsia Há redução do tamanho das plaquetas Fatores de coagulação Alterações a partir do 3º mês Estado de hipercoagulabilidade (aumento dos agentes pró-coagulantes fibrinogênio, fatores VII, VIII,IX, von Willebrand; diminuição do sistema fibrinolítico e fator XI, XIII) Objetivam combater riscos de hemorragia, mas aumentam em 5x a chance de fenômenos tromboembólicos PCR Aumento, mais expressivo no trabalho de parto Complemento Iguais ou discreta elevação ALTERAÇÕES ENDOCRINO-METABÓLICAS Ganho ponderal Média de 12,5kg Devido ao útero e seu conteúdo, mamas, volume sanguíneo, líquido extravascular, deposição de proteínas e gorduras, aumento da água celular Metabolismo hídrico Retenção de água, devido à diminuição da pressão capilar coloidosmótica Gera edema de MMII, pode ocorrer edema generalizado Metabolismo dos carboidratos 1ª metade: ↑estrogênio/progesterona hiperplasia de céls beta ↑ secreção insulina ↑ captação periférica de glicose maior risco de hipoglicemia e cetonúria no jejum 2ª metade: ↑hormônios contrainsulínicos (hormônio lactogênico placentário e cortisol) ↑ lipólise e AGs livres glicose é poupada e há aumento da resistência periférica à insulina ↑ compensatório da produção de insulina estado diabetogênico que sustenta o aporte constante de glicose ao feto Metabolismo proteico Aumento das necessidades proteicas (25%) Há redução de aa e aumento das proteínas totais Há redução da concentração de albumina, mas gamaglobulinas reduzem em menor proporção Há aumento de alfa e betaglobulinas Metabolismo lipídico Lipoproteínas, apoliproteínas e lipídios totais aumentam Colesterol aumenta 50%, TG podem triplicar. LDL aumenta (pico com 36 semanas) HDL aumenta (pico com 25 semanas) Ácidos graxos e glicerol reduzem na primeira metade acúmulo de gordura corporal para ser usada no último trimestre. Metabolismo eletrolítico Em geral, há redução de eletrólitos, devido ao aumento de consumo (ex. cálcio, magnésio, ferro, iodo) O balanço de sódio é um dos principais mecanismos para regular o volume sanguíneo e extracelular Prolactina Há aumento 2-3x da hipófise anterior, com hiperplasia das céls produtoras de prolactina Aumenta continuamente – pico no início de trabalho de parto (10x) Hormônios tireoidianos Aumento do tamanho da tireoide Aumento de T3/T4 – platô com 20 semanas - estrogênio diminui metabolização hepática de TBG aumento da concentração de TBG (2x) - betahCG é semelhante ao TSH estímulo à tireoide leve queda do TSH, T3/T4 normal (hiper subclínico) PTH Há aumento das paratireoides aumento de PTH aumento da reabsorção óssea e intestinal de cálcio Pode desencadear osteoporose ALTERAÇÕES URINÁRIAS Rins e ureteres Aumento de peso e tamanho ↑vascularização ↓resistência ↑fluxo plasmático renal ↑ TFG ↑ clearance de creatinina ↓ureia/creatinina (creatinina > 0,9 suspeitar de doença renal) Glicosúria (diminui a capacidade de reabsorção tubular de glicose) Dilatação do sistema coletor e ureteral, mais à D (progesterona relaxa a musculatura lisa e reduz a peristalse + compressão/obstrução pelo crescimento e dextrorrotação uterina) Bexiga Elevação do trígono vesical Diminuição do tônus vesical polaciúria e incontinência ALTERAÇÕES DIGESTIVAS Boca Gengivas: hiperemia e amolecimento favorecem sangramentos Aumento da salivação favorecem náuseas Redução do pH favorece cáries Redução do tônus do EEI Geram RGE e pirose Aumento da PIA Geram RGE e pirose Intestinos Placenta Aumento de produção de gastrina queda do pH gástrico aumento do muco e do volume gástrico lentificação do esvaziamento gástrico pirose, eructação, RGE Redução da motilidade Redução do peristaltismo intestinal constipação intestinal, flatulência, hemorroidas Fígado e vesícula biliar Hipotonia da musculatura lisa da vesícula biliar + aumento da saturação e colesterol estase predisposição a cálculos Aumento de bilirrubinas Aumento de FA (2x) QUEIXAS COMUNS NA GESTAÇÃO CEFALEIA · Mecanismo: progesterona vasodilatação e edema cerebral · Conduta: paracetamol; antienxaquecosos estão contraindicados TONTEIRAS E VERTIGENS · Mecanismo: instabilidade vosomotora, hipoglicemia ou hipotensão supina · Conduta: diminuir período de jejum; evitar ambientes quentes, ortostatismo prolongado e decúbito dorsal; sentar com a cabeça abaixada ou deitar em decúbito lateral melhora as crises FADIGA · Mecanismo: alterações posturais, aumento de peso; possibilidade de anemia · Conduta: repouso LOMBALGIA · Mecanismo: alterações posturais. Afetam principalmente gestantes sedentárias e com sobrepeso, no 3 trimestre. · Conduta: orientações posturais e ergonômicas; alongamento e fortalecimento muscular; uso de sapatos adequados, com salto médio; hidroginástica, fisioterapia e massagens; repouso; compressas quentes ou frias; cintas próprias para gestantes; paracetamol CÃIMBRAS · Mecanismo: estiramento súbito da musculatura, baixa de cálcio e elevação de fósforo · Conduta: aumento da ingestão de cálcio, prescrição de citrato/lactato de magnésio; evitar alongamentos excessivos ao acordar e posição sentada ou ortostática por longos períodos. Durante as crises, usar calor local, massagens, movimentos de flexão/extensão NÁUSEAS E VÔMITOS · Mecanismo: níveis aumentados de hCG. Piores no 1º trimestre, gemelar e doença trofoblástica; pela manhã ou longos períodos em jejum. Tendem a melhorar entre 16-20 semanas. · Conduta: como aumentar a ingestão de alimentos leves, secos, gelados eácidos, reduzir o consumo de carboidratos, diminuir o intervalo entre as refeições e a quantidade em cada uma delas, evitar a ingestão de líquidos em grande quantidade e com o estômago vazio e deitar apenas 40 minutos após refeições.O tratamento medicamentoso deve ser reservado para situações graves e/ou debilitantes. Piridoxina 10-25 mg 3x ao dia ou gengibre 250mg 4x ao dia são eficazes. Não há evidência de teratogenicidade nos tratamentos com dimenidrinato e metoclopramida. · Em casos de vômitos intensos, perda de peso e desidratação, recorre-se à hospitalização, jejum, hidratação venosa, antieméticos e apoio psicológico. HIPEREMESE GRAVÍDICA · Conceito: síndrome caracterizada pela persistência de náuseas e vômitos incoercíveis, que aparece antes da 20ª semana, associada a: perda de peso > 5%, desidratação, DHE, cetose, cetonúria. Acomete mais primigestas jovens, obesas, gestação gemelar, doença trofoblástica e em HP+. · Grave: desidratação grave, pulsos finos/rápidos, oligúria, hiponatremia, letargia, convulsão, PCR, carências vitamínicas (polineurite, fraqueza muscular acentuada, síndrome de Korsakoff) · Complicações: encefalopatia de Wernicke (rara), síndrome de Mallory-Weiss (laceração da JEG), rotura de esôfago com pneumomediastino. · Mecanismo: pico de secreção de hCG, ação de estrogênio e progesterona; fatores psicossomáticos · Conduta: controle de peso e diurese, jejum de 24-48h para estabilizar, dieta progressiva, hidratação parenteral; reposição de vitamina B6, K, C, tiamina; antieméticos (metoclopramida, ondansentrona), anti-histamínicos (dimenidrato, piridoxina, prometazina); sedativos (diazepam, clorpromazina), corticoides (em casos refratários, usar associado ao antiemético (metilprednisona). PIROSE · Mecanismo: lentificação do esvaziamento gástrico, redução do tônus do EEI, aumento da PIA. · Conduta: refeições fracionadas e pouco volumosas, evitar decúbito após refeição, evitar café/chá preto/mate/doce/alimentos gordurosos/condimentos/irritantes da mucosa, evitar álcool e fumo; dormir com cabeceira elevada. Em situações extremas, usar antiácidos, IBP ou antagonistas H2. CONSTIPAÇÃO INTESTINAL · Mecanismo: atonia intestinal por ação da progesterona · Conduta: aumento da ingestão de fibras e água. Em casos extremos, usar dimeticona, supositório de glicerina, estimulantes, formadores de volume. HEMORROIDAS · Mecanismo: constipação intestinal e aumento da pressão venosa. · Conduta: higiene local com água e sabão, aumento da ingestão de fibras e água, evitar alimentos condimentados, evitar esforços excessivos, pomadas a base de anestésicos e corticoides. EDEMA · Mecanismo: aumento da pressão hidrostática no leito venoso, por compressão da veia cava inferior; diminuição da pressão coloidosmótica. · Conduta: decúbito lateral e elevação de MM. Se edema generalizado + toxemia gravídica: investigar proteinúria e hipertensão. VARICOSIDADES · Mecanismo: aumento da pressão venosa, inatividade, diminuição do tônus vascular, fraqueza congênita das paredes musculares das veias. Durante a gestação, as dilatações venosas em MMII surgem precocemente, com desenvolvimento intenso e sintomas associados. Entretanto, podem regredir rapidamente durante e após o puerpério. O estado hiperdinâmico e hipervolêmico fisiológico da gravidez, associado à compressão pelo útero gravídico, ganho de peso e alterações hormonais, contribuem para a insuficiência venosa. As varizes devem ser divididas entre as que se iniciam e as que se agravam durante esse período. · Sintomas: Dor (desconforto ou sensação de peso nos MMII), edema, hiperpigmentação (dermatite ocre), eczema de estase, celulite/erisipela, lipodermatoesclerose (dermatoesclerose, hipodermite, celulite endurecida, enduração), úlceras de estase · Conduta: uso de meias elásticas; evitar ortostatismo por longos períodos · Elevação dos membros inferiores várias vezes ao dia · Não permanecer com pernas cruzadas · Não usar roupas muito justas · Evitar ortostatismo por longos períodos · Meias elásticas compressivas: melhora na sintomatologia dolorosa, mas não impede o surgimento de novas varizes. Na gestante, a meia deve encobrir todo o membro inferior, principalmente a região superior (devido à presença de veia safena e o risco de tromboembolismo), e deve incluir a sustentação da barriga. A meia deve, de preferência, se adequar ao diâmetro de todo o MI e sua compressão deve estar de acordo com a gravidade do quadro: compressão leve (apenas desconforto nos membros, mas sem varizes visíveis), média (varizes menos graves) e alta (varizes mais graves). SINTOMAS URINÁRIOS · Mecanismo: compressão e redução do tônus vesical · Sintomas: polaciúria sem disúria/algúria, incontinência urinária aos esforços, pp no final da gestação · Conduta: não prender urina; hidratação oral frequente e abundante LEUCORREIA · Mecanismo: maior produção de muco, maior descamação epitelial (aumento da vascularização) · Conduta: orientar a paciente. Apesar de fisiológica, deve ser avaliada à procura de outras condições. Candidíase Proliferação de C. albicans por desequilíbrio da flora Corrimento branco grumoso inodoro, de aspecto caseoso, aderente, com placas Prurido vulvovaginal intenso, que piora à noite e com calor Disúria Hiperemia, edema, fissuras Dispareunia Colo hiperemiado Miconazol creme vaginal 2% 7 dias OU Miconazol óvulo vaginal 200mg 3 d OU Clotrimazol creme vaginal 1% 7dias OU Clotrimazol óvulo vaginal 100mg 2 óvulos por 3 dias TTO ORAL CONTRAINDICADO Vaginose Desequilíbrio da microbiota com aumento de anaeróbicos (Gardnerella e Mobiluncus) e diminuição de Lactobacillus Corrimento branco-acinzentado, homogêneo, fluido/cremoso, pequenas bolhas, odor fétido que piora após coito e menstruação (“odor de peixe”); pode aderir às paredes vaginais, mas é facilmente removível Associada à TPPT e RPM. Metronidazol 500mg VO 12/12h 7 dias OU Metronidazol 250mg VO 8/8h 7 dias OU Metronidazol gel 0,75% MID ou BID 7d No 1º trimestre, preferir: Clindamicina 300mg VO 12/12h 1 d OU Clindamicina óvulo vaginal 100mg 3d Tricomoníase Trichomonas vaginalis (DST) Corrimento amarelo-esverdeado, abundante, fétido, bolhoso, não aderente Irritação/Prurido Dor pélvica e dispareunia Edema e eritema vulvar e vaginal Colpite difusa e focal (framboesa) Metronidazol 2g VO dose única OU Metronidazol 500mg 12/12h 7d NÃO USAR TÓPICO TRATAR O PARCEIRO ABSTINÊNCIA SEXUAL OU PRESERVATIVO Gonorreia N. gonorrhoeae Corrimento branco/acinzentado/amarelado Prurido Dor/dispareunia Cervicite Ceftriaxona 250mg IM dose única Clamídia C. trachomatis Corrimento branco/acinzentado/amarelado Prurido Dor/dispareunia Cervicite Azitromicina 1g VO dose única OU Estearato de eritromicina 500mg VO 6/6h 7d
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