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A_Raiva-Hazelden

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1 
 
Recuperação é o que acontece aqui ... !!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A R A I V A 
 
 
“ Descubra seu próprio poder de mudança. ” 
 
 
 
 
 
A RAIVA 
 
1) Introdução: 
 
 
Por que preocuparmo-nos com a raiva? 
No final das contas não é verdade que todos nós nos zangamos? 
De fato a raiva é um sentimento humano que todos experimentamos de vez em quando. 
O principal problema esta nas conseqüências. 
O que acontece quando você fica com raiva? Se não acontece nada quando você se 
zanga, então a sua raiva não é razão para preocupação, isto porque as conseqüências são limitadas. 
No entanto se fizer coisas derrotistas em relação a si ou se fizer mal aos outros, se sua raiva tiver 
conseqüências dolorosas ou prejudiciais, então talvez tenha razão para se preocupar com ela. 
 
Por exemplo: Estamos a guiar por uma estrada atrás de uma pessoa que conduz seu 
veículo à 50 km/h, numa zona de velocidade cujo limite é de 100 km/h, e você está atrasado para um 
encontro. Começa a sentir-se muito irritado e por causa disso, ultrapassa imprudentemente o outro 
carro, põe a sua vida e a dos outros em risco por causa da sua RAIVA, isto é, potencialmente uma 
conseqüência muito perigosa para sua raiva. 
 
 Outro exemplo: À tarde, você quer ir embora do trabalho mais cedo para jogar futebol. 
Começa a trabalhar cedo, trabalha na hora do almoço para compensar o fato de querer sair mais 
cedo. No meio da tarde, aparece seu patrão e destina-lhe uma nova tarefa e deseja que fique feito 
antes de você ir embora. Você obedece, mas somente acaba a tarefa muito tarde, quando não dá 
mais para jogar futebol. Quanto mais o tempo vai avançando mais você vai sentindo-se furioso. 
Quando sai do trabalho, para em um bar, ou em uma boca, na tentativa de aliviar o seu 
sentimento de raiva. Acaba por usar demais, chegando em casa muito tarde e tem uma discussão 
com sua mulher, a quem você não se preocupou em telefonar para avisar que ia chegar mais tarde, 
tropeça nos brinquedos das crianças que estão espalhados pela sala onde seus filhos estiveram 
brincando, esperando por você, transfere toda sua raiva contra as crianças mandando-as 
imediatamente arrumar a sala, ameaça-as ao ver que elas demoram ao guardarem os brinquedos e 
finalmente, num ataque de fúria manda-as para a cama, depois senta-se para jantar com a mulher e 
acusa-a violentamente de ser má mãe. 
 
 2 
 
Para alguns de nós, as conseqüências dolorosas da raiva, resultam de transferirmos 
abertamente aos outros. Por outro lado alguns de nós podemos negar nossa própria raiva, 
guardando-a para nós mesmos o que vai nos consumir em autopiedade e rejeição que resultam no 
nosso uso de álcool e outras drogas. 
 
 
 
2) Aprendendo a compreender a RAIVA e suas causas: 
 
 
Aprender a lidar com a raiva de maneira saudável, sem fazer mal a nós próprios e aos 
outros e uma parte fundamental em nossa recuperação. 
A maioria de nós pensa que são as pessoas ou as situações que nos fazem ficar com 
sentimento de raiva. Acreditamos que é o que as outras pessoas fazem, ou o que nos acontece que 
causa nossa raiva. Transferimos para ou outros a responsabilidade da nossa raiva, ou acreditamos 
que temos mau gênio, como se fosse assim que fomos feitos e não podemos mudar. 
Acreditamos erradamente que nossa raiva é causada por pressões externas. Achamos 
que não podemos mudar, porque as pessoas, lugares e coisas não mudam. Este tipo de raciocínio , 
permiti-nos arranjar desculpas para o nosso sentimento de raiva e então atribuímos a culpa aos 
outros. 
Para alguns de nós culpar outras pessoas ou situações pela nossa raiva, fornece-nos 
uma desculpa para usar álcool ou outras drogas. 
Contrariamente à crença comum sobre a raiva, de que os outros ou as situações é nos 
fazem ficar zangados, acreditamos que o que realmente nos faz senti-la é pensar com raiva à 
respeito das coisas que nos acontece. Aquilo que pensamos ou contamos a nós próprios sobre um 
acontecimento é que nos faz sentir raiva, e não o acontecimento em si. 
Normalmente quando julgamos ou avaliamos qualquer coisa de forma negativa, ficamos 
com o sentimento de raiva. Se porém julgarmos ou avaliarmos uma coisa de forma positiva, nos 
sentiremos melhor. 
Basicamente não são os acontecimentos que nos perturbam, mas sim nossa forma de 
pensar sobre estes acontecimentos. Por outras palavras, sentimos como pensamos. 
 
Por exemplo: Uma mãe leva consigo o filho de um ano para visitar uma amiga. A criança 
gatinha pelo chão enquanto as duas mulheres conversam. A certa altura a criança estica-se até a 
mesinha onde estão as revistas e começa a atirar tudo pelo chão. A mãe afasta a criança da mesa, 
organiza as revistas e continua a conversa. A criança volta até a mesinha e atira as revistas 
novamente. A mãe observa a situação e pensa consigo mesma: “ Ela não devia fazer isto ...!!! ” 
A mãe grita com a criança, dá-lhe umas palmadas na mão e a criança começa a chorar. 
A amiga também observou a cena da criança e pensa consigo: “ É mesmo próprio de uma 
criança de um ano querer explorar, atirar e esparramar as coisas pelo chão. Seria melhor se eu 
tivesse preparado a sala para receber uma criança de um ano, pois a criança precisa se distrair !!! “ 
A amiga então diz: 
- Vamos ver se encontramos outras atividades que interessem ao seu filho. 
 
Este exemplo demonstra que sentimos da forma que pensamos. 
Com base na forma com que encararam a situação uma das mulheres ficou com 
sentimento de raiva e a outra não. Aquilo que pensaram ou disseram a si próprias, a forma com que 
avaliaram as circunstâncias determinou o que sentiram. 
Então o que queremos dizer realmente é que nosso pensamento á respeito de uma 
situação é que causa nossa raiva, e não a situação em si. A maneira de pensar que provoca em nós 
sentimento de raiva, tem a ver com nossa necessidade de controle e a nossa exigência de 
conseguirmos a todo custo impor nossa vontade. 
 
 3 
 A seqüência começa com o querermos que as coisas corram segundo a nossa vontade, o 
que é um exemplo normal do egocentrismo que todos temos. Quando este desejo não se realiza, e 
não conseguimos aquilo que queremos podemos ficar com sentimento de raiva. 
 
 
 
 
3) Conseqüências da nossa raiva: 
 
 
As conseqüências de nossa raiva podem ser o tentarmos conseguir o que queremos, 
sendo verbal, manipulando, ou fisicamente agressivos, gritando, berrando ou batendo. O que 
acontece á nossa relação com os outros se usarmos a raiva para conseguirmos o que queremos? 
Como é que os outros nos vêem? Evitam-nos e ignoram-nos. 
Como é que isto repercute sobre a aceitação que temos de nós próprios? 
 
Resultado: 
“ BECO SEM SAÍDA, USO DE ÁLCOOL OU OUTRAS DROGAS. “ 
 
 
 
 
 
4) Aprender a controlar a nossa raiva: 
 
 
Como poderemos então controlar nossos sentimentos de raiva? 
Sabendo que é a nossa maneira de pensar que causa nossa raiva, teremos que trabalhar, 
para modificar ou substituir nossos sentimentos irados, de forma tal, que possamos reduzir ou 
controlar essa raiva. 
Poderemos alterar as exigências que estão na base dos nossos pensamentos irados, tais 
como, “ não devias discordar de mim, eu não deveria cometer erros, terei que ser pontual, ... “. 
Esforçamo-nos para abandonar a necessidade de controlar tudo e todos, isto pode 
parecer simples e evidente, mas como é que aprende a modificar nossa forma irada de pensar? 
Para começar podemos fazer um “ Inventário Pessoal “. Fazer um inventário pessoal 
sobre nossa raiva, ajuda-nos a desenvolver uma maior consciência quanto à sua origem. 
Através do processo A, B, C, podemos compreender a anatomia da raiva. 
 
 
 
A =SITUAÇÃO= O problema que lhe desperta certos sentimentos de raiva. 
 
 
B =CONVICÇÕES= O que pensa ou diz a si mesmo, as suas exigências á respeito da situação. 
 
 
C =SENTIMENTOS E AÇÕES= Como se sente à propósito da situação em função do que pensa, e 
como se comporta diante do sentimento. 
 
 
 
Um exemplo: 
 
 
 4 
 A = SITUAÇÃO: à tarde quero ir emborado trabalho mais cedo para jogar futebol. 
Começo a trabalhar mais cedo, trabalho até durante a hora do almoço para compensar o tempo. Meu 
patrão destina-me nova tarefa e deseja que fique pronta antes que eu vá embora. Eu obedeço, mas 
só termino a tarefa muito tarde, quando não dá mais para ir jogar futebol. 
 
B = CONVICÇÕES: acredito que meu patrão deveria ter visto meu esforço no trabalho 
para sair mais cedo. 
 
C = SENTIMENTOS E AÇÕES: sinto-me cheiro de raiva. Saio do trabalho e vou 
diretamente para o bar ou para a boca, uso muito e chego em casa tarde, transfiro toda minha raiva à 
meus filhos e esposa. 
 
 
Se eu tivesse analisado esta situação de forma objetiva ou realista, teria compreendido 
que meu patrão, não tem obrigação de adivinhar que eu queria sair mais cedo. 
Ao chegar ao trabalho deveria tê-lo avisado de minha pretensão, evitando assim o 
sentimento de raiva e a transferência para o álcool ou outras drogas e nem mesmo Ter levado a 
violência para a casa comigo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5) Fazer um “ Diário de bordo ”: 
 
 
Como parte do processo de aprendizagem para fazer um inventário sobre a sua raiva é 
muito útil, fazer um Diário de Bordo. 
Para começar tome nota dos acontecimentos ou situações passadas e recentes em que 
sentiu raiva. Ao descrever esta experiência, utilize o processo A, B, C. 
 
 
 A B C 
Situações Convicções Sentimentos e Ações 
 
 
Depois de ter uma prática na descrição das manifestações de sua raiva passada ou 
recente, torna-se útil, trazer consigo um pequeno bloco de papel para fazer o registro diário das suas 
manifestações de raiva. 
Ao longo do dia a dia ou ao final do dia, você pode usar o esquema A, B, C, para tomar 
notas dos seus sentimentos de raiva. 
Fazer um diário irá ajudá-lo a desenvolver maior consciência da sua raiva, das suas 
causas e das suas conseqüências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 5 
 6) Usar o processo A, B, C para abrandar a fervura: 
 
 
A primeira parte do processo A, B, C, para o controle dos sentimentos de raiva pode ser 
comparada entre a analogia da caldeira e da raiva. 
Podemos imaginar nossa raiva como sendo a água dentro de uma caldeira sobre o fogão. 
Se a água continuar a aquecer, acabará por sair da chaleira sob a forma de vapor. 
Com nossa raiva acontece o mesmo, quanto mais raiva temos, mais provável que ela se 
exteriorize abertamente. 
No entanto, se apagarmos o fogo debaixo da chaleira, não se dará o jato de vapor. 
O que o processo A, B, C, nos mostra é que se “ Abrandarmos a chama “, dos 
pensamentos irados que estão a aquecer a nossa raiva, não haverá necessidade de se lançar fora e 
com violência de jato essa raiva, então mantemo-nos abertos para detectarmos os primeiros sinais de 
raiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7) Seguindo em frente: 
 
 
Controlar nossos sentimentos é como controlar um carro. É mais fácil para a velocidade 
de um carro que vai à 80 km/h do que aquele que vai à 120 km/h. da mesma forma é mais fácil 
acalmar nossos sentimentos antes que eles realmente comecem a se tornar incontroláveis. 
O que isto significa? É que cada um de nós tem que desenvolver uma maior consciência 
dos sinais de nossa raiva, tal como cerrarmos os dentes ou ficarmos mal do estômago. As formas 
como cada um de nós exterioriza sua raiva são diferentes. 
Controlar a raiva que se sente através do processo A, B, C, exigirá provavelmente, 
bastante prática até lhe trazer resultados. É por isto que alguns de nós se tornam especialistas em 
ficar transtornados e enraivecidos. A raiva tornou-se a forma habitual de lidar com situações 
problemáticas quando as coisas não correm como gostaríamos. 
O que isto significa é que você irá precisar de muita prática para aprender a controlar a 
raiva através do processo A, B, C, e desaprender seus velhos hábitos de sentir. 
 
 
 
 
 
8) Conclusão: 
 
 
Chegamos a um ponto onde vimos os resultados da nossa velha maneira de viver e 
aceitamos que é necessário uma nova maneira, mas provavelmente ainda não conseguimos ver 
quanto a recuperação é rica em possibilidades!!! 
A próxima etapa de nossa jornada de recuperação é o 2º Passo. 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
“ EU SEGURO AS MINHAS MÃOS NAS SUAS E UNO O MEU CORAÇÃO AOS SEUS, 
PARA QUE JUNTOS POSSAMOS FAZER TUDO AQUILO QUE SOZINHO EU NÃO CONSIGO, 
MINHA GRATIDÃO FALA, QUANDO ME IMPORTO, QUANDO COMPARTILHO COM VOCÊS OS 
CAMINHOS DE MINHA RECUPERAÇÃO, TUDO ESTARÁ BEM ENQUANTO OS LAÇOS QUE NOS 
UNEM FOREM MAIS FORTES DO QUE AQUELES QUE NOS AFASTARIAM !!! “ 
 
 
 
 
 
Boa Prática !

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