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ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS A cardiopatia isquêmica pode ser dividida em: doença arterial coronariana aguda- DAC (angina estável) ou em síndromes coronarianas crônicas, onde se subdivide em angina instável sem elevação do segmento de ST e infarto do miocárdio com elevação do segmento ST. Na angina instável, o objetivo principal da terapia é aliviar os sintomas decorrentes da isquemia, impedindo que trombos sejam formados. No IAM com elevação de ST, o objetivo é promover a reperfusão imediata da artéria que foi ocluída. Relembrando… Quando acontece injúria do tecido endotelial, o primeiro mecanismo deflagrado além da vasoconstrição inicial é a ativação das plaquetas, formando o tampão plaquetário (hemostasia primária). Com a exposição do colágeno e do fator de Von Willebrand que se liga à um receptor GPIb, faz com que as plaquetas façam a adesão plaquetária. Posteriormente há ativação das plaquetas, mudando sua conformação e secretando substâncias dos seus grânulos. Há também formação da COX 1 e TXA2 (faz vasoconstrição e também ativa GP). Liberação do ADP pela plaqueta sendo um mediador chave, sobre os receptores P2Y1 e P2Y12, estimulando COX 1 (enzima) que produz tromboxano A2 e ainda por meio desses receptores, aumenta a expressão do GPIIb/3a. Esse receptor é expresso pela plaqueta ativada e se liga ao fibrinogênio. O fibrinogênio por sua vez se liga em dois receptores das plaquetas (GPIIb/IIIa), fazendo agregação plaquetária. A hemostasia secundária acontece concomitantemente com a primária. Ela envolve a cascata da coagulação, que é importante na formação da fibrina que forma um tampão estável através da via intrínseca e extrínseca. A extrínseca temos o fator tecidual que ativa o 7a e no final temos a ativação do fator 10a que participa da ativação da trombina (fator 2), que forma fibrinogênio. A trombina que é o fator 2 ativado, exerce fator importante na conversão do fibrinogênio em fibrina, ativando fator 13 que estabiliza a fibrina por ligações cruzadas, além de ativar células endoteliais e plaquetas e também ativando processos que regulam a hemostasia, por exemplo produção de prostaciclina, NO que são potentes vasodilatadores, o TPA (ativador do plasminogênio tecidual), auxiliando que o trombo não seja patológico. Para regular o processo de hemostasia temos o TPA que ativa o plasminogênio e o transforma em plasmina que degrada a fibrina, regulando a extensão do trombo no processo fisiológico. Quando queremos fibrinólise, utilizamos fármacos semelhantes ao TPA. O TPA pode ser inibido por IAP 1 e IAP2, alfa2 antiplasmina inibe diretamente. BEATRIZ GURGEL - UFMS - MEDICINA UFMS CPTL ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS BEATRIZ GURGEL - UFMS - MEDICINA UFMS CPTL ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS ANTICOAGULANTES PARENTERAIS ● Heparina- parenteral que não é absorvida via oral. É um GAG que tem atividade anticoagulante. Obtida da mucosa intestinal do porco. Existe uma heparina não fracionada que é uma heparina de baixo peso molecular (HBPM), que é um fracionamento da heparina, e são heterogêneas. De um modo geral a heparina atua na antitrombina e por ser um anticoagulante fisiológico atua inibindo fatores da coagulação. Inativa fatores 12,10,7,11,9 e a própria trombina. Atua principalmente sobre fator 10 e fator 2 ativado. A heparina se liga à antitrombina formando um complexo que interage com os fatores da coagulação melhor do que a antitrombina sozinha. O que difere entre os tipos de heparina? A HBPM não inibe de forma total a trombina, somente o fator 10a pois para inibi-lo não precisa do complexo inteiro, só a ligação do pentassacarídeo já é suficiente. No complexo trombina + antitrombina, além do pentassacarídeo, existe a outra parte que é necessária para mudar a conformação do complexo. Mecanismo de ação do fondaparinux- ele é somente o pentassacarídeo. Logo ele se liga à antitrombina, inibe somente o fator 10a. Para que a heparina é utilizada? No tratamento inicial de trombose venosa inicial, IAM inicial e angina instável, visto que a HBPM e fondaparinux tem vantagens BEATRIZ GURGEL - UFMS - MEDICINA UFMS CPTL ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS farmacocinéticas. E na angioplastia para evitar trombose. Um detalhe importante é que o tratamento deve ser monitorado, pois existe um efeito adverso que é o sangramento em excesso. Esse sangramento pode ser revertido pela administração de protamina, que neutraliza a heparina. Sendo que a protamina age sobre as fracionadas, de baixo peso molecular, mas no fondaparinux NÃO tem efetividade. Outro efeito comum é a trombocitopenia que engloba redução nas contagens de plaquetas, onde abaixo de 150.000 ml ou abaixo de 50% da contagem normal do paciente. A trombocitopenia induzida por heparina envolve a formação de haptenos (imunocomplexos), podendo haver destruição plaquetárias. Existem dois tipos: à primeira envolve queda de plaquetas e a 2 envolve queda e podendo levar à trombose. ANTICOAGULANTES ORAIS ● Varfarina- anticoagulante que atua sobre a vitamina K. Alguns fatores da coagulação, como 2,7,9,10 e as proteínas anticoagulantes, precisam ser carboxiladas por uma enzima para se tornarem ativados. A vitamina K reduzida é imprescindível para essa reação de carboxilação. A enzima então faz a carboxilação, reduz a vitamina pela vitamina K redutase, ou seja, disponibiliza vitamina K para o processo. A varfarina inibe a enzima vitamina K redutase, impedindo a carboxilação desses fatores (mecanismo de ação).Ela é considerada uma antagonista da vitamina K. Pode haver polimorfismos relacionados à varfarina, ou seja, respostas diferentes. Pode haver a mutação da vitamina K redutase, aumentando sua atividade ou pode-se ter alterações na enzima que metaboliza varfarina, CYP2C9, levando a ajustes de doses. A varfarina possui muitas interações medicamentosas como: - alteração do metabolismo ou captação do anticoagulante ou da vitamina K - integridade de qualquer superfície epitelial Alguns fatores diminuem os efeitos terapêuticos da varfarina como a ligação da colestiramina no TGI que reduz sua absorção; alimentos que contenham vitamina K; fármacos que induzem a CYP2C9 como barbitúricos, ao aumentar a atividade dessa enzima, tendo efeitos reduzidos. Outros fatores aumentam os efeitos terapêuticos como hidrato de coral que desloca a ligação da varfarina com a albumina; antibióticos de amplo espectro. O principal efeito adverso é o sangramento. Clinicamente pode ser utilizada na trombose venosa profunda, embolia pulmonar, prevenção de AVE. AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS ● AAS- ácido acetilsalicílico- inibe enzima COX 1 (mecanismo de ação) que é a enzima que à partir do ácido araquidônico forma TXA2, que é um vasoconstritor e promove a expressão dos receptores GPIIb/3a promovendo agregação plaquetária. Essa inibição é permanente e os efeitos antiplaquetários são em doses mais baixas do que em efeito anti inflamatório. BEATRIZ GURGEL - UFMS - MEDICINA UFMS CPTL ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS ● Dipiridamol-inibe a enzima PDE, a qual degrada AMP cíclico. Logo, o aumento do AMP cíclico reduz a agregação plaquetária, pois a enzima que degrada o AMP agora está inibida, deixando caminho livre. Consequentemente reduz agregação plaquetária e também faz vasodilatação. ● Ticlopidina- inibe o receptor de ADP, logo, há aumento de AMP cíclico, diminuindo a agregação plaquetária. ● Inibidores da glicoproteína GPIIb/IIIa- Tirofibana, Eptifibatiba, Abciximabe. Esses receptores servem como receptores para o fibrinogênio, FvW. ● Via fibrinolítica- plasminogênio é convertido em plasmina, que degrada a fibrina em fragmentos. TPA e a Estreptoquinase, sao capazes de aumentar a conversao da fibrina. BEATRIZ GURGEL - UFMS - MEDICINA UFMS CPTL ANTICOAGULANTES, ANTIPLAQUETÁRIOS E FIBRINOLÍTICOS
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