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Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 1 Materiais B Materiais Metálicos Quimicamente: Metais: substancias que se ionizam positivamente Na prática: São substâncias inorgânicas que contêm um ou mais elementos metálicos e que também podem conter alguns elementos não metálicos MINÉRIOS Substâncias naturais formadas por processos geológicos que contem alta concentração de um determinado metal As jazidas minerais podem ser economicamente exploráveis, se a concentração do metal for elevada Mina da VALE em Carajás Mina subterrânea no Chile PROCESSO DE OBTENÇÃO DOS METAIS Obedece a duas fases: Mineração Metalurgia MINERAÇÃO Coleta do minério: a céu aberto ou em minas subterrâneas, por ação mecânica ou com explosivos Concentração: Por processos mecânicos: trituração, levigação/flotação, separação magnética Por processos químicos: ustulação, calcinação Separação mecânica: Metal inerte (encontrado na forma nativa) Exs.: cobre, prata e ouro Decomposição Térmica: Compostos que se decompõem por aquecimento Ex.: mercúrio (HgO Hg + ½ O2 METALURGIA Nome dado ao processo de extração do metal puro do minério Redução química Precipitação química Eletrólise SIDERURGIA Nome dado ao processo de extração do ferro puro do minério de ferro REDUÇÃO QUÍMICA Um grande número de processos industriais de obtenção de metais pertence a este grupo Carbono como redutor Baixo custo e disponibilidade de coque Desvantagem: temperatura elevada Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 2 ELETRÓLISE Oxidação do ânodo: cada átomo de cobre perde dois elétrons e os íons 𝐶𝑢2+ são liberados para o meio Redução do cátodo: os íons 𝐶𝑢2+ liberados pelo ânodo e os íons 𝐶𝑢2+ presentes na solução são atraídos por ele (pois o cátodo é negativo e as cargas opostas se atraem) e se depositam nesse eletrodo MINÉRIOS Muitos metais ocorrem como óxidos ou como sulfetos, mas podem também estar presentes como carbonatos, sulfatos Alguns metais são muito reativos e não aparecem no estado nativo (estado de oxidação zero) Outros metais, ao contrário, são menos reativos e são encontrados no estado nativo na Natureza Como a prata, o ouro, platina, níquel Principais minérios: BAUXITA Al2(HO): Alumínio Processo de extração: eletrólise GALENA PbS (sulfeto de chumbo): chumbo Processo de extração: redução CALCOSINA Cu2S (sulfeto de cobre) CUPRITA CuO2 (óxido de cobre) Processo de extração: calcinação e fusão BLENDA ZnS (sulfeto de zinco): zinco Processo de extração: forno especial, o zinco é recolhido após ser sublimado CASSITERITA SnO2 (dióxido de estanho): estanho PRINCIPAIS MINÉRIOS DE FERRO Hematita: Fe2O3 (70% de ferro) Magnetita: Fe3O4 (72% de ferro) Limonita: Fe2O3 + H2O (50% a 66% de ferro) Siderita: FeCO3 (48% de ferro) LIGAS METÁLICAS Liga: Mistura, de aspecto metálico e homogêneo, de um ou mais metais entre si ou com outros elementos Deve ter composição cristalina Tem propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos metais puros: o Resistência mecânica o Resistência à corrosão o Ductibilidade o Aparência o Densidade o Dilatação o Condutividade térmica o Condutibilidade elétrica PROPRIEDADES DOS MATERIAIS METÁLICOS APARÊNCIA Sólidos a temperaturas ordinárias Porosidade não aparente Brilho característico: pode ser aumentado por polimento ou tratamento químico DENSIDADE Varia bastante de uma liga para outra Normalmente atinge valores entre 2,56 a 11,45 ton/m³ A platina pode atingir 21,30 ton/m³ COEFICIENTES DE DILATAÇÃO TÉRMICA Concreto = 0,01 mm/m/°C Vidro = 0,008 mm/m/°C Metais = 0,10 a 0,03 mm/m/°C Ordem decrescente: Zinco – chumbo – estanho – cobre – ferro – aço Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 3 CONDUTIVIDADE TÉRMICA 1,006 e 0,080 calorias grama/s/ cm/°C Relaciona a quantidade de calor transmitida por intervalo de tempo, através de uma barra do material de comprimento (L) na direção normal à seção reta, em função da diferença de temperaturas DUCTIBILIDADE Material dúctil: apresenta grandes deformações antes da ruptura e deforma – se sem perda excessiva de resistência É a propriedade mais importante dos metais É ela que diferencia o aço do ferro FRAGILIDADE Material frágil: apresenta pouquíssima deformação antes da ruptura Caso do ferro fundido, do concreto, das pedras, do vidro, dos materiais cerâmicos Apresentam pequena deformação plástica, com ruptura muita próxima do limite elástico TENACIDADE Exprime a aptidão de um material absorver energia através de deformação plástica antes de se fraturar, o que está associado à capacidade do material em resistir à propagação de fissuras ELASTICIDADE Propriedade que alguns metais possuem de deformarem sob a ação de carga e readquirir a forma primitiva logo que cessa a ação CONDUTIVIDADE ELÉTRICA De uma maneira geral, os metais são bons condutores Cobre: mais utilizado; vem sendo substituído pelo alumínio por razões econômicas DUREZA A ABNT adota a escala de dureza Brinell O aparelho Brinell é uma prensa com uma esfera de aço temperado de diâmetro D que faz penetrar no metal em ensaio com uma carga P. A esfera imprimirá uma marca com diâmetro d ET = energia associada a Tenacidade EP = energia relativa a deformação plástica ER = energia relativa a Resiliência Resiliência – capacidade de deformação elástica Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 4 RESISTÊNCIA À TRAÇÃO É uma das propriedades mais importantes na construção A tensão de tração é obtida dividindo – se a força aplicada pela área inicial de seção transversal A F DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA A tração provoca um aumento do comprimento da barra (deformação) 𝐷𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑒𝑠𝑝. = 𝐿 − 𝐿𝑜 𝐿𝑜 𝑥 100% Lo = comprimento inicial do corpo de prova L = comprimento após ruptura ESTRICÇÃO Deformação da seção transversal do material submetido à tração 𝐸𝑠𝑡𝑟𝑖𝑐çã𝑜 = 𝑆 − 𝑆𝑜 𝑆𝑜 𝑥 100% So = seção inicial S = seção estricta (afinada) RESISTÊNCIA À FADIGA Quando um material é sujeito a cargas variáveis ao longo do tempo, eventualmente de forma cíclica, pode ocorrer a ruptura sem que as tensões tenham ultrapassado a tensão máxima ou mesmo da tensão limite de elasticidade, chamando – se a este fenômeno de fadiga A causa da ruptura é a desagregação progressiva da coesão entre os cristais, que vai diminuindo a seção resistente CORROSÃO É a transformação de um metal em compostos não aderentes, solúveis ou dispersíveis no ambiente em que se encontra Corrosão química: O metal doa elétrons para a substância oxidante que está no meio ambiente Corrosão eletroquímica: Os elétrons são liberados em um ponto e captados em outro, criando um circuito galvânico A vida útil de um metal depende de sua resistência e da proteção que o mesmo tem contra a corrosão Cuidados: Escolha adequada do metal ou liga Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 5 Capeamento metálico: niquelação, cromação, galvanização CLASSIFICAÇÃO MATERIAIS METÁLICOS FERROSOS: Contêm um percentual elevado de ferro em sua composição química, sendo este elemento o seu principal constituinte Exemplos: Aço liga: o Aços com baixo, médio e alto teor de carbono o Aços inoxidáveis: liga de cromo Ferros fundidos MATERIAISMETÁLICOS NÃO FERROSOS: Não contêm ferro Alumínio, estanho, cobre e zinco Exemplos: Cobre e ligas de cobre Zinco e ligas de zinco Níquel e ligas de níquel Alumínio e ligas de alumínio Titânio e ligas de titânio Ligas de materiais metálicos não ferrosos: Geralmente os metais não são usados puros, mas fazendo parte de ligas Ligas: Mistura de aspecto metálico e homogêneo de dois ou mais metais Propriedades mecânicas melhores que as dos metais puros que à compõe São obtidas por fusão: mistura – se os componentes fundidos ALUMÍNIO Metal leve: massa esp. 2,56 a 2,67 kg/ dm³ Resistência à tração: 8 a 14 kg/ mm² Pode chegar a 50 kg/ mm² com processo de tempera Dureza Brinell: 20 Difícil soldagem Resistente à corrosão Elemento metálico mais abundante no mundo Não ocorre em estado natural: Fonte: bauxita (mineral) O átomo de alumínio na bauxita está ligado as moléculas de oxigênio, estas ligações têm que ser quebradas por eletrólise para produzir o alumínio puro Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 6 ALUMINIO COMO SE FAZ: https://www.youtube.com/watch?v=YuTwWJmdo40 Telhas de alumínio: Empregadas, principalmente em coberturas e revestimentos de edificações não – residenciais Por serem produzidas em ligas estruturais de alumínio, são resistentes às cargas de vento São mais leves e mais resistentes à corrosão atmosférica do que as de aço galvanizado, o que lhes garante maior vida útil Devido à sua boa capacidade de refletividade das irradiações solares favorecem o conforto térmico nos ambientes em que são aplicadas Nos acabamentos: Natural Stucco: acabamento na superfície da telha na forma de granulação Pintado Telhas de alumínio (formatos ondulados e trapezoidais): Espessuras entre 0,4 mm e 1,0 mm Comprimentos entre 1m a 14m Alturas entre 18,5 mm a 38,5 mm Especificadas pela NBR 14331:2009 – Alumínio e suas ligas – telhas e acessórios – requisitos, projeto e instalação Perfís Laminados: Chapas lisas ou lavradas, corrugadas ou vincadas, estampadas ou estiradas Usado como revestimento, coberturas Perfís Extrudados: Sólidos, tubulares ou semi tubulares Usado na produção de perfis para esquadrias Fios: Transmissão de energia https://www.youtube.com/watch?v=YuTwWJmdo40 Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 7 COBRE Massa esp. 8,6 a 8,96 kg/ dm³ Resistência à tração: 20 a 60 kg/ mm² Resistência à compressão: 40 kg/ mm² Dureza Brinell: 35 Condutibilidade elétrica e térmica boa Resistente à corrosão, porém com formação da camada de oxidação inicial, (ázimo) protege o núcleo Extraído da calcopirita (material sulfurado com baixo teor de cobre de 1 a 2%) Ustulação: processo exotérmico que forma o mate (pureza = 60% de cobre) Oxidação: cobre bruto (pureza = 99% de cobre) Eletrólise: os elétrons saem do anodo (carga +) e vão para catodo (carga -) Cobre eletrolítico (pureza superior a 99,99%) Material dúctil e maleável Bactericida Forjado, extrudado, laminado ou moldado em qualquer forma ou formato EXTRAÇÃO DE COBRE: https://www.youtube.com/watch?v=Wr7zY46_jHI Principais aplicações e usos não estruturais: Cobre de alta pureza: o Fios e cabos para condução de energia elétrica Ligas de cobre (principalmente latões e bronzes): o Fabricação de tubulações (para condução de água potável, gás, água quente e água fria) e de suas conexões rosqueáveis e soldáveis o Componentes de sistemas de combate a incêndio (hidrantes, sprinklers) e de sistemas de aquecimentos solares, a gás e elétricos o Confecção total ou parcial de ferragens para esquadrias (fechos, puxadores, fechaduras, dobradiças) e de metais sanitários (válvulas, torneiras e acessórios) ZINCO Massa esp. 7 a 7,2 kg/ dm³ Resistência à tração: 16 kg/ mm² Resistência à compressão: 40 kg/ mm² Dureza Brinell: 30 a 40 Condutibilidade elétrica ruim Resistente à corrosão, porém atacado por ácidos Chapas lisas e onduladas para cobertura e revestimentos, em calhas, rufos e tubos condutores Aço galvanizado: é um substrato de aço carbono comum que foi revestido por uma fina camada de zinco Latão: Liga de cobre (67%) e zinco (33%) Muito resistente a oxidação Muito empregado na produção de torneiras, tubos, fechaduras CHUMBO Metal pesado: massa esp. 11,2 a 11,45 kg/ dm³ Resistência à tração: 3,5 kg/ mm² Dureza Brinell: 4,6 Baixa condutibilidade térmica Não resistente à corrosão Não é utilizado puro, sempre em ligas: A liga com estanho proporciona as melhores características Produção de tubos e chapas https://www.youtube.com/watch?v=Wr7zY46_jHI Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 8 METAIS FERROSOS Oxidam facilmente, sendo que esse fenômeno não estabiliza em condições atmosféricas normais, precisando de proteção (ao contrário da maior parte dos metais não ferrosos em que a oxidação gera uma capa auto protetiva) Elevada resistência mecânica, tenacidade e ductilidade Excelente relação preço – desempenho Trabalhável Soldável É o metal de maior utilização na construção civil De acordo com o teor de carbono na composição da liga, apresenta a seguinte classificação e denominações: Aço forjado ou doce: macio, com certa maleabilidade, menos de 0,2% de carbono Aço: entre 0,2 e 1,5% de carbono Ferro fundido: entre 1,5 e 6,7% de carbono Uso não estrutural: Tubos e conexões de ferro fundido Tubos de aço Uso estrutural: Perfis metálicos Barras para concreto armado PROPRIEDADES FÍSICAS Alongamento do ferro: Sob esforços de tração pode ir até cerca de 15% do seu comprimento total, podendo resistir a tensão média de 350 Mpa Propriedades elásticas: Variam com o seu teor em carbono Quanto maior a porcentagem de carbono na sua composição menor a sua elasticidade PROCESSO DE FABRICAÇÃO Aço: Liga metálica composta de ferro com pequena quantidade de carbono Propriedades: o Resistência o Ductilidade Produção do aço PRODUÇÃO DO AÇO 1ª. Etapa: Preparo das matérias – primas: o minério de carvão é transformado em coque siderúrgico o Coque: destilação do carvão devido a seu elevado teor de carbono O minério de ferro + calcário e areia são fundidos e britados (sinterização) 2ª. Etapa: Produção de gusa: uma injeção de ar causa uma reação exotérmica que funde os materiais (coque, sínter e escorificantes) tendo como produto final o gusa líquido (e escoria de alto forno como produto secundário) o Escoria de alto forno: adição da cal 3ª. Etapa: Produção de aço: o gusa é transformado em aço por meio da injeção de oxigênio puro, são colocadas adições de elementos químicos (Mn, P) 4ª. Etapa: Conformação mecânica: as placas ou tarugos são comprimidas ou conformadas entre cilindros e são transformadas em chapas ou perfis laminados Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 9 PROCESSO SIDERÚRGICO Matérias – prima: Minério de ferro: sinterização Calcário Carvão: coqueira Alto forno: minério de ferro é transformado em ferro gusa (ferro líquido) Aciaria: transforma o gusa em aço LAMINAÇÃO Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 10 PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO: http://www.youtube.com/watch?v=5gt5w0g6Tz8 USIMINAS IPATINGA – PROCESSO DE PRODUÇÃODE AÇO CARBONO: http://www.youtube.com/watch?v=5gt5w0g6Tz8 APLICAÇÃO – FERRO Ferro fundido: Caixilharias Portões Grades Postes de iluminação APLICAÇÃO – AÇO PARA C.A. CA 50, CA 60: Barras retas ou em rolos Não soldável CA 50: Barras retas ou em rolos Soldável: em diâmetros de 6,3 a 16 mm AÇO PARA CONCRETO ARMADO Traçando – se um gráfico de tensões por deformações: O aço classe A apresenta patamar de escoamento O aço classe B não apresenta patamar de escoamento A – Laminação a quente B – Encruamento a frio CA-50 SOLDÁVEL Produto final Apresenta uma camada superficial de alta resistência mecânica Núcleo de alta ductilidade A composição química restrita: Permite soldabilidade bastante superior ao CA – 50 convencional http://www.youtube.com/watch?v=5gt5w0g6Tz8 http://www.youtube.com/watch?v=5gt5w0g6Tz8 Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 11 DEFINIÇÃO DE AÇO SOLDÁVEL Item 8.3.9 da NBR 6118 (ABNT 2007) Para um aço ser considerado soldável, sua composição química (análise de panela) deve obedecer aos limites percentuais máximos apresentados no Quadro 2 Análise de panela: a amostra foi retirada na fase líquida do aço SOLDAGEM E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NA FABRICAÇÃO DE ARMADURAS SOLDADAS Caldeamento por resistência elétrica (Máquina Terminator da Schnell) Detalhe do processo de caldeamento TELAS SOLDADAS NERVURADAS Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 12 STEEL DECK – LAJE MISTA COM FÔRMA METÁLICA COLABORANTE TIPOS DE AÇO PARA CONCRETO Aços p/ concreto protendido – “patenting “ Bitolas mais comuns são de 3,5 a 9 mm Difícil a produção de fios de aço com > 7 mm Para grandes cargas: cordoalhas compostas de 2, 3 ou 7 fios AÇOS ESTRUTURAIS AÇO CA APLICAÇÃO – AÇO ESTRUTURAL Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 13 CONSTITUIÇÕES DOS METAIS Toda a substância é formada por átomos Estado sólido: os átomos se agrupam formando estruturas cristalinas (ordenadas) ou amorfas (desordenadas) Todos os metais têm estruturas cristalinas Os átomos se reúnem formando cristais – não visíveis a olho nu Os metais são formados por vários tipos de cristais com tamanhos diferentes Anisotrópicos: a estrutura formada por cristais apresenta propriedades diferentes dependendo da direção dos cristais DIAGRAMAS DE EQUILÍBRIO São gráficos temperatura x concentração de elementos químicos Apresentam o comportamento de solidificação dos cristais que compõe o metal Esses diagramas são muito estudados porque as propriedades físicas e mecânicas dos metais estão diretamente relacionadas a eles Aços com o mesmo teor de carbono podem apresentar propriedades diferentes devido a formação de cristais diferentes conforme a velocidade de resfriamento TRATAMENTOS TÉRMICOS Conjunto de operações de aquecimento e resfriamento a que são submetidos os aços, sob condições controladas de temperatura, pressão e velocidade de resfriamento que modificam a forma dos cristais, alterando a característica do aço Principais alterações desejadas são: Aumentar ou diminuir a dureza Aumentar a resistência mecânica Melhorar resistência ao desgaste, à corrosão, ao calor Modificar propriedades elétricas e magnéticas Remover tensões internas, provenientes por exemplo de resfriamento desigual Melhorar a ductilidade, a trabalhabilidade e as propriedades de corte Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 14 TEMPERA Consiste no aquecimento do aço a uma temperatura compreendida entre 800 e 1000°C, o que origina a modificação da estrutura cristalina do aço, seguido de um resfriamento brusco do aço Objetivos e resultados: Aumento da dureza e da resistência a tração (propriedades mecânicas) Redução da ductilidade: baixos valores de alongamento e estricção Redução da tenacidade Aparecimento de apreciáveis tensões internas NORMALIZAÇÃO Executado para eliminar as tensões internas que aparecem naturalmente na laminação e em outras formas de moldagem Resulta um aço mais macio, menos quebradiço Procedimento: Eleva – se a temperatura até a temperatura crítica (deformação da Austenita) e promove resfriamento lento (ao ar livre) RECOZIMENTO Procedimento: Consiste no aquecimento do aço acima da zona crítica (início de alterações químicas e físicas), manter essa temperatura durante um tempo e seguindo um resfriamento lento Objetivos: Remover tensões devidas aos tratamentos mecânicos a frio ou quente Diminuir a dureza para melhorar a trabalhabilidade do aço Alterar as propriedades mecânicas como resistência, ductilidade Modificar características elétricas e magnéticas REVENIDO Semelhante ao processo de recozimento Com temperaturas abaixo da temperatura crítica Não alterando a forma dos cristais anteriormente formados Objetivo: Eliminar as tensões internas geradas no processo de tempera ENCRUAMENTO É o tratamento a frio em que o metal é submetido a esforços que tendem a deforma – lo, o que acarreta o rompimento do filme intercristalino e os grãos tendem a se originar no sentido da deformação A resistência à tração e a dureza aumentam A ductilidade e a resistência à corrosão diminuem Se o metal for aquecido, a cerca de 40% da temperatura de fusão: O encruamento tende a desaparecer Cristais vão se reagrupar Lista de exercícios 1) QUAL A DEFINIÇÃO QUÍMICA DE METAL? Metais são substâncias que se ionizam positivamente 2) QUAL O CONCEITO COMUM DE METAL? Metais são substâncias inorgânicas que contêm um ou mais elementos metálicos e que também podem conter alguns elementos não metálicos 3) O QUE É METALURGIA? E SIDERURGIA? Metalurgia: processo de extração do metal puro do minério Siderurgia: processo de extração do ferro puro do minério de ferro 4) COMO SE CLASSIFICAM OS METAIS? Os metais são classificados em materiais metálicos ferrosos e não ferrosos Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 15 5) CITE AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS METAIS Aparência, densidade, coeficientes de dilatação térmica, condutividade térmica, ductibilidade, fragilidade, tenacidade, elasticidade, condutividade elétrica, dureza, resistência à tração, deformação específica, estricção, resistência à fadiga e corrosão 6) DEFINA “LIGA METÁLICA” . QUAL O OBJETIVO DA PRODUÇÃO DE LIGAS METÁLICAS? Liga metálica: mistura de aspecto metálico e homogêneo de dois ou mais metais. Objetivo: melhorar as propriedades mecânicas 7) QUAIS OS METAIS NÃO FERROSOS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL? CITE EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE CADA UM DELES Alumínio: telhas, perfis laminados e extrudados e fios Estanho: Por apresentar resistência mecânica relativamente baixa, o estanho não pode ser utilizado como material de construção mecânica ou como componente de estruturas em geral, mas, como elemento de liga no cobre, aumenta a resistência mecânica e a resistência à corrosão, formando os chamados bronzes de estanho. Cobre: fios e cabos para condução de energia elétrica; tubulações; sistema de combate a incêndio Zinco: cobertura e revestimentos Chumbo: tubos e chapas 8) QUAIS AS PROPRIEDADES IMPORTANTES PARA O AÇO EMPREGADO EM ESTRUTURAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL? Resistência e ductilidade 9) DESCREVA O PROCESSO DE PRODUÇÃO DO AÇO. Matéria prima: minério de ferro --> sinterização: britado e fundido com areia e calcário e britado novamente+ carvão mineral (destilado: coque) - ALTO FORNO: derretimento do minério de ferro e escória (tudo o que não derreteu) Injeção de ar quente -- combustão do minério de ferro (redução: carbono retira o oxigênio) Fe2O3 Aciaria: retirada do carbono (injeção de ar - gera CO2) Conformação: formação de lingotes 10) QUAL A FUNÇÃO DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS APLICADOS AO AÇO E LIGAS METÁLICAS? Alteração nas propriedades dos materiais (cristais): mecânica, elétrica. Aumentar ou diminuir a dureza, aumentar ou diminuir a resistência a tratamento (encruamento: aumenta a resistência do aço e perde a ductibilidade); remoção de tensão (calor) interna: elevar a temperatura e resfriar a peça lentamente 11) EXPLIQUE O QUE É UM DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DE UMA LIGA METÁLICA, PARA QUE SERVE E DÊ ALGUNS EXEMPLOS? Relaciona temperatura e concentração de carbono (teor de carbono). Serve para podermos definir o tratamento térmico. Aço de 0,8% - 730° Aço de 0,4% - temperatura superior de 730° Ambos para chegarmos na Austenita. Relaciona propriedades físicas e mecânicas com relação aos cristais. Cristais formados a baixa temperatura: mais duros que os que foram formados à alta temperatura 12) (ITA-98) QUAL DAS OPÇÕES ABAIXO CONTÉM A EQUAÇÃO QUE REPRESENTA A PRODUÇÃO DE FERRO NUM ALTO FORNO CONVENCIONAL ALIMENTADO COM HEMATITA E COQUE? a) FeS ( c) + H2(g) ® Fe ( c) + H2S(g) b) Fe2O3 ( c) + 2Al ( c) ® 2Fe ( c) + Al2O3 ( c) c) Fe3O4 ( c) + 4H2 (g) ® 3Fe ( c) + 4H2O(g) d) Fe2O3 ( c) + 3CO(g) ® 2Fe ( c) + 3CO2(g) e) 4FeS ( c) + 2CO(g) ® 4Fe( c) + 2CS2(g) + O2(g)
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