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alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PENAL ................................................................................................. 2 INTRODUÇÃO À TEORIA DO CRIME ............................................................................................................... 3 EXERCÍCIOS ........................................................................................................................................................ 5 GABARITO ...................................................................................................................................................... 6 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO PENAL O Direito Penal é um ramo do Direito público e é chamado do “direito das condutas ilícitas”. O Código Penal é nossa principal fonte, ou seja, é dele que emanam os comandos necessários para que ocorra a repressão aos crimes. O Código Penal é divido em duas partes: Parte Geral: Não trata de crimes. Aqui estão previstas as regras de como os crimes irão se portar de acordo com a conduta de quem os praticou. Essa parte vai do Art. 1º ao Art. 120º. Parte Especial: Aqui estão previstos os crimes em espécie e as normas explicativas, bem como outros institutos que iremos trabalhar. A parte especial está prevista do Art. 121 ao Art. 359H. A infração penal é gênero que comporta duas espécies, ou seja, crime e contravenção penal. Em primeiro plano, devemos ter em mente que a infração penal é uma divisão “dicotômica”, ou seja, o gênero só comporta duas espécies. No ordenamento jurídico brasileiro, crime é sinônimo de delito. Os crimes estão previstos na parte especial do Código Penal (Art. 121 ao Art. 359H) e também na legislação especial (extravagante). As contravenções penais por sua vez estão previstas no Código das Contravenções Penais. É interessante notar que não podemos confundir as contravenções penais com os crimes de pequeno potencial ofensivo, pois estes últimos são crimes tratados na Lei especial 9.099/95. Alguns autores classificam a contravenção penal como sendo um “crime anão”. Lembrando que esta última nada tem a ver com crime, que é uma espécie diferenciada. Os crimes e as contravenções penais se diferem em sua essência pela gravidade das condutas descritas na lei. Os crimes (delitos) são mais graves devido às suas penas, ou seja, as penas aqui determinadas são de reclusão e detenção, e nas contravenções penais as penas são de prisão simples e multa. Um ponto fundamental é termos em mente que todo crime gera um resultado, que pode se comportar de duas formas: Resultado jurídico: Todos os crimes geram resultados jurídicos, por esse motivo os crimes podem ser punidos em sua forma tentada. Resultado naturalístico: Somente os crimes materiais possuem esse tipo de resultado, mas isso veremos em outro tópico. 1. (ALFACON) A infração penal nem sempre irá gerar um resultado. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado Comentário: A infração penal sempre gera um resultado que pode ser naturalístico ou jurídico. Será naturalístico, quando ocorre efetivamente a lesão de um bem jurídico tutelado da vítima. Será jurídico quando a lesão não se consuma. Embora o agente não tenha obtido êxito no resultado pretendido, o Código Penal o punirá por aquilo que ele queria fazer (elemento subjetivo). 2. (ALFACON) Para os crimes de efeitos cortados não é necessário haver o resultado naturalístico, embora ele possa existir. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 Gabarito: Certo Comentário: Os crimes de efeitos cortados são os formais ou de consumação antecipada. Para esses tipos de crimes não é necessário haver o resultado naturalístico, embora ele possa ocorrer. É importante lembrar que há os crimes materiais, em que se exige o resultado naturalístico, e os crimes de mera conduta, que por sua vez, não possuem resultado naturalístico. Para que um indivíduo tenha a real capacidade de cometer uma infração penal, é importante entender alguns conceitos básicos: • Deve existir uma conduta humana, ou seja, somente seres humanos possuem a capacidade de agredir; seres irracionais (animais) somente atacam. Contudo, caso um animal seja utilizado para o fim de atacar por uma pessoa, esta estará cometendo um crime. Exemplo: Homem que atiça seu cão contra seu inimigo. • O ser humano deve ter consciência do que está fazendo, por esse motivo quem comete o fato, estando em sonambulismo ou hipnose, não poderá responder pelo fato. • A ação ou omissão deve ser voluntária, por esse motivo os casos de coação física (exclui o crime) e coação moral irresistível (isenta de pena) não são punidos pelo ordenamento jurídico penal. • A conduta deve ser propositada ou descuidada. Esses conceitos veremos no artigo 18 do Código Penal (CP), que trata especificamente do dolo e da culpa. Atenção, aluno! Todo crime gera um resultado, porém, nem todo crime gera um resultado naturalístico. INTRODUÇÃO À TEORIA DO CRIME Sendo o crime (delito) espécie da infração penal, possui uma nova divisão. Nesse caso, existem diversas correntes doutrinárias para este conceito, entretanto, adotaremos a majoritária, a qual vigora no Direito Penal Brasileiro, classificada como Teoria Finalista Tripartida ou Tripartite. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 Fato Típico: para ser considerado fato típico, é fundamental que a conduta esteja tipificada, ou seja, escrita, em alguma norma penal. Não obstante, é necessário que exista: • Conduta: é a ação do agente, seja ela culposa (descuidada) ou dolosa (intencional); comissiva (ação) ou omissiva (deixar de fazer). • Nexo Causal: é o elo entre a ação e o resultado, ou seja, se o resultado foi provocado diretamente pela ação do agente, houve nexo causal. • Resultado: pode ser naturalístico (modificação provocada no mundo exterior pela conduta) ou jurídico (quando não houver resultado jurídico, não existe crime). • Tipicidade: tem que ser considerado crime, estar tipificado, escrito. Ilícito (antijurídico): neste quesito a ação do agente tem que ser ilícita, pois, nosso ordenamento jurídico prevê legalidade em determinadas situações em que, mesmo sendo antijurídicas, serão permissivas. São as chamadas de excludentes de ilicitude ou de antijuridicidade, sendo: Legítima Defesa, Estado de Necessidade, Estrito Cumprimento do Dever Legal ou no Exercício Regular de um Direito. Culpável (culpabilidade): é a capacidade de o agente receber pena. Em alguns casos, mesmo o agente cometendo um fato típico e ilícito, ele não poderá ser culpável, ou seja, não pode ser “preso”, pois incidirá nas excludentes de culpabilidade. A mais conhecida é o menor em conflito com a lei, ele pode cometer uma infração penal (crime), mas não poderá ir preso. E quando, no momento da ação ou da omissão, o agente e totalmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato, ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Ainda dentro dessa espécie, haverá três desdobramentos, que são a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. FIQUE LIGADO Pode ocorrer de o agente cometer um fato descrito como crime – Matar alguém – e esse fato não ser considerado crime. Ex.: quem mata em legítima defesa comete um fato típico, ou seja, escrito e definido como crime. Contudo, esse fato não é ilícito, pois a própria lei autoriza o sujeito a matar em certos casos pré- definidos. Pode ocorrer, também, de o agente cometer um fato definido como crime, ou seja, fato típico – escrito e definido no CP – e ilícito, o ordenamento jurídico não autoriza aquela conduta, e mesmo assim ficar isento de PENA. Assim, pode o sujeito cometer um crime e não ter pena. Ex.: quem é obrigado a cometer umcrime. Uma pessoa encosta a arma carregada na cabeça de outra e diz que, se ela não cometer tal crime, irá morrer. 3. (CESPE) A partir da teoria tripartida do delito e das opções legislativas adotadas pelo Código Penal, é correto afirmar que o dolo integra a culpabilidade e corrobora a aplicação concreta da pena. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 Gabarito: Errado Comentário: O dolo no nosso ordenamento jurídico pátrio é natural e integra a conduta que, por sua vez, integra o fato típico, primeiro elemento estrutural do crime na corrente analítica finalística tripartida do Direito. 4. (ALFACON) Para que haja um crime, é necessário que a conduta esteja escrita em alguma norma penal, sendo imprescindível para o fato típico: a conduta, o resultado, o nexo causal e a tipicidade. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo Comentário: Para ser considerado crime, é fundamental que a conduta esteja tipificada, ou seja, escrita, em alguma norma penal. Não obstante, é necessário que exista: Conduta: é a ação do agente, seja ela culposa ou dolosa, comissiva ou omissiva; Resultado: que seja naturalístico ou jurídico; Nexo causal: é o elo entre a ação e o resultado, ou seja, se o resultado foi provocado diretamente pela ação do agente, houve nexo causal; e Tipicidade: tem que ser considerado crime, estar tipificado, escrito. 5. (CESPE) A tipicidade, elemento do fato típico, é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de infração contida na lei penal incriminadora, de modo que, sem tipicidade, não há antijuridicidade penal, pois, comportadas as exclusões legais, todo fato típico é antijurídico. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo Comentário: O Código Penal adotou a teoria finalística tripartida (corrente majoritária), em que o crime é composto de fato típico, antijurídico e culpável. Na análise do crime, devemos primeiramente verificar se o agente cometeu um fato típico, ou seja, se teve conduta dolosa ou culposa, se ocorreu o nexo de causalidade, o resultado e se há tipicidade. Depois disso passamos a analisar a antijuridicidade (ilicitude) e a culpabilidade. Imagine que “A” atire em “B” causando sua morte. Temos aqui um fato típico, depois disso perguntamos: É contrária à lei a conduta de “A”? A resposta pode ser positiva ou negativa. Imagine que o autor matou por ódio de “B”, ora, o Código Penal não autoriza ninguém a matar por ódio. Mas e se “A” matou o “B” para se defender? Se isso ocorrer, de acordo com o Art. 26, teremos uma legítima defesa. Ou seja, no primeiro caso o fato típico também é antijurídico, mas no segundo (comportada as exclusões legais que são as exclusões de ilicitude do Art. 13) o próprio Código autoriza a matar, sendo assim típico, mas não antijurídico, daí falarmos que todo fato típico a princípio é antijurídico, salvo se o agente agiu em uma das excludentes de ilicitude. EXERCÍCIOS 1. No Código Penal brasileiro, adota-se, em relação ao conceito de crime, o sistema tricotômico, de acordo com o qual as infrações penais são separadas em crimes, delitos e contravenções. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 2. De acordo com a teoria dicotômica adotada pelo Direito Penal brasileiro, a infração penal é espécie que se divide em dois gêneros: crime e contravenção penal. Certo ( ) Errado ( ) 3. A infração penal pode ser dividida em crime e contravenção penal. Para que seja caracterizada a infração penal, é necessária a conduta humana, voluntária e consciente, sendo ela propositada ou descuidada. Certo ( ) Errado ( ) 4. A infração penal sempre gera um resultado jurídico, mas nem sempre naturalístico. Certo ( ) Errado ( ) 5. De acordo com a teoria finalista, o dolo, por ser elemento vinculado à conduta, deve ser deslocado da culpabilidade para a tipicidade do delito. Certo ( ) Errado ( ) GABARITO 1. ERRADO 2. ERRADO 3. CERTO 4. CERTO 5. CERTO https://www.alfaconcursos.com.br/
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